A FIDELIDADE DE JESUS CRISTO (Lição nº 02 – 11 de Janeiro de 2015) TEXTO ÁUREO “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” Fp 2.5 As próximas palavras de Paulo aos crentes de Filipos contêm uma das passagens mais profundas do Novo Testamento. Muitas vezes os biblicistas referem-se a ela como a "passagem do kenosis". A palavra kenosis no grego significa "esvaziar-se". Paulo escreveu aqui sobre a maneira em que Cristo se esvaziou ao encarnar-se. Estes versículos, por si mesmos, podiam ser a base para um capítulo inteiro – ou, melhor, um livro inteiro. Porém, envolver-se com todos os intricados aspectos da encarnação pode facilmente interferir em nossa capacidade de compreender a razão básica de Paulo ter escrito sobre este acontecimento – isto é, dar um exemplo aos Filipenses de como cada um deles devia relacionar-se com os outros membros do corpo de Cristo. Assim, Paulo escreveu: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (2:5). Nosso Salvador, disse Paulo, é o exemplo supremo da atitude que contribui para o desenvolvimento da unidade e da harmonia do corpo de Cristo. A Estatura de um Cristão – Gene A. Getrz
VERDADE APLICADA A fidelidade é uma característica requerida àqueles que almejam viver a eternidade com Jesus. OBJETIVOS DA LIÇÃO ► Mostrar a fidelidade que Jesus manteve aqui na Terra enquanto desenvolveu Sua missão; ► Ensinar a importância de agirmos com fidelidade em todos os aspectos desta vida, se quisermos ser verdadeiros discípulos de Cristo; ►Informar à Igreja peregrina que Jesus manterá Suas promessas de capacitação, companhia e proteção enquanto espera Sua volta. TEXTOS DE REFERÊNCIA Fp 2.5 - De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Fp 2.6 - Que, sendo em forma de Deus não teve por usurpação ser igual a Deus. Fp 2.7 - Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; Fp 2.8 - E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.
INTRODUÇÃO A maneira de viver que Jesus partilhou com os que estavam à Sua volta foi suficiente para influenciar as demais gerações que sucederam depois d’Ele (Tg 1.18). Mesmo ainda jovem ocupou a Sua mente e Seu tempo em cumprir estritamente os propósitos do Pai que O enviou para uma obra incomparável (Lc 2.52). Ele cresceu em idade. Algumas traduções trazem “estatura corporal”. O termo grego helikia (cf. Lc 19:3) pode significar ambas as coisas, idade e estatura corporal. O termo refere-se ao crescimento exterior, físico. O Filho de Deus certamente também poderia ter entrado na vida humana como o primeiro Adão, já adulto. Mas para que adquirisse a nossa natureza, Jesus percorreu todas as faixas etárias. Consequentemente, temos de imaginar Jesus como aprendiz de seu pai, como oficial artesão e talvez até mesmo como mestre e arrimo de família, após a provável morte precoce de José. Ele cresceu em sabedoria. A Mãe, a Natureza, a Escritura Sagrada, a Vida e a Oração representaram os ricos recursos que haviam sido proporcionados ao menino Jesus para amadurecer em direção de um saber claro e saudável. Há algo admiravelmente grandioso em uma vida conduzida com sabedoria, na qual tudo é aquilatado e praticado à luz da Eternidade, onde se aprende a incluir a totalidade da Vida Terrena - com suas preocupações, sofrimentos e alegrias, suas necessidades e demandas diárias, seus constrangimentos e tentações - de forma cada vez mais completa no grande acorde básico do “Uma coisa só importa” [hino de J. H. Schröder, † 1699, HPD, nº 171, cf. Lc 10.42], perguntando em todas as situações: Como o Senhor no Céu pensa a esse respeito, e como você pensará a respeito disso um dia, quando a terra estiver a seus pés e você se escontrar na Luz da Eternidade? Isso é sabedoria. Posicionar-se dessa maneira aqui na terra a partir do mirante da Eternidade - isso é sabedoria. Adquirir nela cada vez mais treino, experiência e agilidade isso significa “crescer em sabedoria”. Ele cresceu em graça diante de Deus e das pessoas. Aqui temos de pensar em um crescimento da graça da aprovação divina e da benignidade paterna sobre esse menino Jesus. Desde o começo ele foi objeto da Graça, porém quanto mais ele crescia e o poder de Deus se disseminava nele, quanto mais ele superava todas as tentações com fé e sabedoria, aprendendo a obediência, tanto mais também se avolumava a Graça de Deus sobre ele. Novamente deparamo-nos aqui com uma parte de sua humilhação, que é inegavelmente a maior e mais misteriosa. Ele despojou-se até mesmo de seu relacionamento original com o Pai. O Criador se rebaixou até sua criatura, que cresce e amadurece interiormente por meio da Obediência. Comentário Bíblico Esperança NT – Editora Evangélica Esperança (editado) Nesta lição veremos o exemplo-mor de como servir a Deus: Jesus Cristo. Ele foi o homem, servo, missionário, profeta, sacerdote e líder perfeito! Meditando em tudo o que nós já vimos, escutamos, vivenciamos e experimentamos dele e com ele, perguntamos: os ensinos de Jesus causaram impacto no Mundo todo em todas as eras? Outra meditação: Os ensinamentos de Cristo têm alguma influência efetiva em minha vida?”. Os ensinos do Mestre abrangeram uma enormidade de assuntos. São lições incomparáveis e simples (sem serem simplórias ou simplistas) valiosas que afetar cada aspecto de sua vida. Sua influência está até nos modelos legais da maioria das nações, até mesmo naquelas que estão promovendo e estimulando o Aborto, Homossexualismo, Divórcio, Idolatria e tantas outras abominações e permissividades. Baseado no que Jesus ensinou, estabeleçamos prioridades, amizade com Deus, bom relacionamento com os homens, resolução de problemas e não agir com violência.
O estudo desta semana não irá abordar necessariamente a fidelidade de Jesus Cristo, como parte de sua essência e do seu Ser, visto ser Ele Deus. Estes atributos já foram tratados na lição da semana passada. A fidelidade de Jesus Cristo, assunto a ser tratado
na lição desta semana, diz respeito à sua lealdade ao Pai, o fiel cumprimento de sua missão e aos legados que Ele deixou para as gerações vindouras, servindo-nos assim como exemplo de fidelidade. INTRODUÇÃO -Nesta lição se itere do plano da salvação, sugiro que você leia alguma teologia sistemática que explique isso, faça anotações e boa aula. - “demais gerações que sucederam depois dEle”, são os crentes que foram crendo, pois alguns segmentos do mundo admiram Jesus, Sua capacidade de liderança, Sua visão sobre relacionamento, Sua psicologia, mas jamais ressaltam Sua fidelidade. - “cumprir estritamente os propósitos do Pai”, Jesus não se ocupou em nenhuma atividade nessa vida, que tirasse sua atenção da missão que o Pai lhe designou.
1. A FIDELIDADE DE JESUS CRISTO AO PAI Os passos do Mestre neste mundo foram marcados pela maneira fiel com que se relacionou com o Altíssimo. Na Sua particularidade, mesmo sendo a segunda pessoa da trindade divina (Lc 3.22), procurou portar-se com afinco na missão de desenvolver o caminho de salvação através da Sua morte na cruz (Fp 2.8) e ressurreição do túmulo (Mt 28.5, 6). Sendo a fiel testemunha (Ap 1.5) e primogênito dos mortos (1Co 15.20), mudou a história de todos aqueles que não tinham mais esperança de vida eterna (1 Jo 1.2; 5.11).
A fidelidade de Jesus Cristo ao Pai fica bem caracterizada quando Ele se apresenta como portador e mediador do pacto entre Deus e os homens. Sua lealdade e morte na cruz abriram o caminho da salvação levando a despertar no homem uma resposta que se caracterizar por fé e obediência. Portanto, a fidelidade de Jesus Cristo ao Pai e a história da salvação leva-nos a um tríplice desdobramento: Deus que se apresenta como o próprio salvador, Jesus como caminho da salvação e nós os herdeiros da salvação. 1. A FIDELIDADE DE JESUS CRISTO AO PAI - “portar-se com afinco na missão”, Jesus é o maior exemplo de foco na missão. - “primogênito dos mortos”, por ter sido o primeiro a ressuscitar dos mortos para não voltar à morte outra vez.
1.1 Na encarnação de Cristo O plano de salvação da humanidade incluía a vinda de Cristo a este mundo, como homem, nascido de mulher, conforme profetizado pelos profetas (Is 7.14; Mq 5.2), cumprindo todas as exigências legais ordenadas pela Lei mosaica que requeria um sacrifício perfeito (Hb 9.11,12; Gl 4.4) para que validasse a salvação de todos os homens. Sua concepção, nascimento e encarnação obedeceram criteriosamente aos propósitos de Deus prescrito na Lei: homem perfeito, nascido de uma virgem pura, sem pecado algum (Jo 1.1,14).
O plano de salvação da humanidade inclui toda exposição da justiça de Deus, seu caráter e seus resultados. A exposição da justiça de Deus envolve todos os detalhes e exigências legais, desde o inicio com o projeto, passando pela encarnação até a entrega de seu filho único na cruz do calvário (2 Co 5.21). Assim, o não cumprimento de um pequeno detalhe, por menor que fosse, poderia colocar em risco todo processo de exposição da justiça de Deus e conseqüentemente invalidar o plano de salvação. No tocante ao seu caráter a justiça de Deus é o modo pelo qual Deus descobriu de salvar os homens injustos, sem se tornar injusto em si mesmo, ou seja, é a ação de Deus em aceitar os homens como justos. Já no tocante aos resultados, a justiça de Deus é a mudança ocasionada, primeiro da posição (antes condenado, agora salvo) e depois da condição (antes pecador, agora santo). Se porventura alguém fracassar na sua vida espiritual, não foi por falta da fidelidade de Deus e de Jesus Cristo, mas porque tal pessoa com certeza foi negligente na sua comunhão com Deus e com Cristo (Jo 15.6). 1.1. Na encarnação de Cristo. - “vinda de Cristo a este mundo como homem”, um dos objetivos do plano da salvação era derrotar Satanás Gn 3.15 e mostrar para a humanidade que é possível vencer o pecado sendo homem. - “que requeria um sacrifício perfeito”, a lei apresenta o modelo de sacrifício pelo povo que apontava para o sacrifício de Cristo pela humanidade. - “para que validasse a salvação de todos”, se Jesus não cumprisse criteriosamente os requisitos da lei, Ele poderia invalidar o sacrifício. - “nascimento e encarnação”, na prática o nascimento e encarnação é a mesma coisa. A encarnação foi o fato de Cristo ter vindo em carne e isso ocorreu pelo Seu nascimento.
1.2 Em comunicar a verdade do Pai A sociedade na qual Jesus desenvolveu Seu ministério trazia em mente a influencia da filosofia grega na cultura dos povos. Isso fica evidente na pergunta cética de Pilatos para Jesus acerca do que é a verdade (Jo 18.37,38). Consta no evangelho de João que a Lei foi dada por Moisés, enquanto a graça e a verdade vieram por meio de Cristo (Jo 1.17). Ainda assim, os grupos religiosos da época, que detinha o conhecimento, interpretação, e ensino da Lei em Israel (Lc 5.17), sentiam dificuldade em abandonar as verdades humanas para reconhecer a verdade eterna encarnada em Jesus como o Messias prometido (Jo 4.25). Nesse contexto de vida é que Jesus verbaliza Seus diálogos e exposições dos ensinos divinos, como aquele que traz e comunica a doutrina do Pai (Jo 7.16; Jo 14.24) a todos os povos, tribos e nações. Portanto, todos aqueles que procuram entender e aceitar a verdade do Eterno naturalmente são libertos por ela, alcançando uma nova vida através da ação poderosa da palavra viva (Hb 4.12; 1Pe 1.23).
Na família, sociedade ou nas relações interpessoais a comunicação é imprescindível para o conhecimento das pessoas. Afinal, é pela comunicação que pessoas se entendem e conhecem o que uma e outra é ou pensa. Na família, por exemplo, não posso imaginar que um pai se oculte para sempre de seu filho sem nunca se comunicar com ele. Da mesma forma, também não consigo imaginar um Deus que retivesse o conhecimento de seu Ser e de sua vontade, ocultando-se de suas criaturas que o criara à sua própria imagem. Jesus Cristo mesmo sendo revelação máxima de Deus, jamais deixou de testemunhar e comunicar as verdades de Deus ao seu povo (Jo 8.51-53). Aliás, a infalibilidade das Escrituras está envolvida com a divindade e a pessoa do próprio Cristo. Assim, quem quer que aceita a Jesus Cristo como Deus e Senhor deve aceitar também o seu ponto de vista sobre as Escrituras. Não podemos negar o valor de seu testemunho. Se as Escrituras foram aceita por Ele como Palavra de Deus, se Ele aceitou e obedeceu como lei escrita de Deus, então a questão está resolvida para todo o homem que o aceita como Senhor e Salvador. 1.2. Em comunicar a verdade do Pai - “influência da filosofia grega na cultura dos povos”, a cultura grega era a mais influente daquele período, o idioma grego se compara ao inglês hoje. - “acerca do que é a verdade”, pergunta essa que nunca foi respondida a Pilatos, mas Jesus falou a todos que buscam a Deus e desejam receber o evangelho. João 14.06 - “sentiam dificuldade em abandonar as verdades humanas”, isso ocorre porque a verdade é encontrada por quem a busca, e aquelas pessoas buscavam um subterfúgio para suprir a sua ausência de Deus, não buscavam Deus de verdade, todo aquele busca a Deus encontra Jesus. Jr 29.13 - “aquele que traz e comunica a doutrina do Pai
1.3 Em submeter-se à vontade do Pai A submissão de Jesus em concretizar o plano de salvação designado por Deus implicou-O a tornar-se humano. Isso condicionou-O a conviver com pessoas influenciadas pelo cumprimento da vontade romana em manter o domínio cultural e territorial de seus súditos. Em relação à humanidade, o propósito de Deus era que alguém que fosse perfeito assumisse a culpa pelos pecados de todas as gerações (Is 53.3-7; 1 Co 13.10), uma vez que o homem carrega em seu sangue o “vírus” da desobediência, o pecado original (Rm 5.12). Por isso, Jesus submeteu-se à vontade do Pai, carregando sobre Si mesmo os pecados da humanidade para que pudesse redimi-la e reconciliá-la com o Pai. Dessa forma, Jesus foi enviado voluntariamente, como um sacrifício perfeito, imaculado, realizando um ato de expiação na cruz, reconciliando o homem com o Criador (2 Co 5.18,19).
O escritor Edgar Yong Mullins descreve que a personagem humana é o único meio adequado para a auto revelação de um Deus pessoal. Assim, podemos contemplar a revelação do Pai na pessoa de Cristo. A fidelidade de Jesus em submeter-se à vontade do Pai é uma nítida demonstração que nem sempre é fácil ou agradável fazer a vontade de Deus, mas que é necessário. A luta de Jesus no Getsêmani, quando estava próximo de ir para a cruz, agonizado, Ele poderia recusar ir para cruz e dizer: “Não quero mais fazer a sua vontade”, todavia, Ele ora ao Pai pedindo: “Se possível, passa de mim este cálice”. No entanto, em cumprimento à vontade de Deus Ele obedece e se submete ao calvário, onde realiza o ato da expiação de nossos pecados. Quando a Escritura diz que Cristo morreu por nossos pecados, está dizendo que Jesus se submeteu, não somente à morte física, mas também à morte que significa "pena pelo pecado" (Rm 3.23). Com isto Ele nos convida e dar todos os recursos necessários para seguirmos seu exemplo. Deus nos dá liberdade para escolher se vamos ou não nos submeter a Ele. A decisão é minha e sua. Oxalá, que sejamos sensatos e procuremos compreender a vontade de Deus, sujeitando-se a fazer Sua vontade todos os dias de nossa vida (Ef 5.17). 1.3. Em submeter-se à vontade do Pai - “implicou-O a tornar-se humano”, era a forma de se cumprir o plano. A lei estabelece um salário para o pecado e o plano da salvação estabelece uma forma de pagamento. - “que alguém que fosse perfeito”, para promover o sacrifício perfeito. - “desobediência, o pecado original”, o pecado que deu origem a todos os outros, até hoje o ser humano é inclinado a desobedecer. - “reconciliando o homem com o criador”, no pecado de Adão o homem foi expulso da presença de Deus, mas pelo sacrifício perfeito de Cristo o homem pode voltar a estar na presença de Deus espiritualmente.
2. A FIDELIDADE DE JESUS CRISTO À SUA MISSÃO A encarnação do Filho do Homem entre nós teve como objetivo principal expiar os pecados da humanidade na cruz, reconciliando os pecadores e salvando todos os que haviam se perdido (Jo 1.14). Portanto, enfatizaremos a seguir o teor da fidelidade de Jesus no cumprimento dessa incumbência intransferível. O amor de Deus se exterioriza na fidelidade de Jesus Cristo em relação nós seres humanos, pois havíamos quebrado as leis de Deus e violados os seus princípios de justiça. No principio, o homem foi criado capaz de viver eternamente, isto é, não morreria se obedecesse à lei de Deus. Mas desobedeceu, quebrou o pacto de vida e ficou separado de Deus (Is 59.2). A expiação, neste caso, nada mais é do que a satisfação da lei, ou seja, o
meio pela qual se pode adquirir a justificação, e isto, só está sendo possível para nós, porque Jesus cumpriu com fidelidade a sua missão na terra. 2. A FIDELIDADE DE JESUS CRISTO À SUA MISSÃO. - “incumbência intransferível”, tecnicamente não poderia ser mais ninguém a consumar aquele plano, pois todos os seres humanos estavam em corrupção.
2.1 Expiar os pecados A humanidade carece de salvação devido a incontestável realidade do pecado que a tem contaminado, manchado e afastado de Deus, conforme declarou o apóstolo Paulo (Rm 3.23). A natureza humana estava corrompida, degenerada e completamente fora do plano do Criador. Daí a necessidade de se preparar uma solução permanente que correspondesse aos requisitos da justiça e do juízo divino. Ao enviar Seu filho para realizar a obra expiatória na cruz (Fp 2.8), Deus preparou o sacrifício perfeito (Hb 7.26), o advogado fiel (1 Jo 2.1), o caminho reto pelo qual todos os que creem em Seu nome possam ser reconciliados. Os sacrifícios do Antigo Testamento eram ao mesmo tempo expiatórios (pois apagavam os pecados, tornando o pecador remido de seu delito, restaurando-o à comunhão com o Criador) e vicários (pois outra vida era oferecida pelo pecado em lugar do transgressor), dessa forma assegurando a plena salvação. Assim, Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, conforme descreve o autor da epístola aos Hebreus (Hb 9.11), se ofereceu uma vez para redimir a humanidade, realizando uma eterna redenção. A necessidade da expiação é consequência de dois fatos: A santidade de Deus e a pecabilidade do homem. A reação da santidade de Deus contra a pecabilidade do homem é conhecida como ira, a qual só pode ser evitada mediante a expiação. Quando dizemos que a morte de Cristo foi uma morte expiatória, é porque seu propósito é apagar o pecado do homem (Hb 2.17; 9.14, 26-28; 10.12-14). Já a palavra "justificação" é um termo judicial que significa "absolver, declarar justo, ou pronunciar sentença de aceitação". Visto que o homem por natureza estava destituído de justiça; seria necessário lhe imputar uma justiça não merecida. Assim, Deus providenciou um terreno sólido no qual pode imputar àqueles que aceitassem o sacrifício de Cristo. Neste caso, imputar significa lançar à conta de alguém as consequências do ato de outrem, quer seja um ato bom ou mal (Rm 4.6-8). Por exemplo: As consequências da desobediência do homem foram creditadas à conta de Cristo, e as consequências da obediência de Cristo foram creditadas à conta do crente. Em outras palavras: Os méritos de Cristo são creditados na conta dos crentes, enquanto que os
pecados dos crentes são creditados na conta de Cristo (Jr 23.6; I Co 1.30; 2 Co 5.21; Fp 3.9). Essa é a razão de sua morte se tornar num dos eventos mais importantes do Novo Testamento e na sua doutrina central (1 Co 15.2-3). Isto é motivo de sobra para ser gratos e fieis a Cristo pelo resto de nossas vidas! 2.1. Expiar os pecados. - “uma solução permanente”, o plano da salvação promoveu o sacrifício que serve para todas as gerações dos homens na terra. - “requisitos da justiça”, requisitos da justiça é que toda alma que pecar deve morrer, dessa forma alguém teria que morrer por toda a humanidade. - “todos os que creem em Seu nome possam”, o requisito para obter essa reconciliação seria acreditar em Jesus, genericamente esse acreditar significa muito, seria acreditar no sacrifício da cruz, acreditar que Jesus é Deus, está vivo e voltará.
2.2 Reconciliar os pecadores A comunhão no relacionamento entre Deus e o homem foi interrompida desde que o pecado foi concebido pelo primeiro casal no Éden, onde se fizeram inimigos de Deus (Cl 1.21). Mas, o amor que Deus tem pelas Suas criaturas é imensurável (Jo 3.16), capaz de ir ao encontro do homem caído e restabelecer a paz (Is 9.6), reconciliando-o consigo mesmo através da morte vicária de Cristo (2 Co 5.18) e removendo o abismo de separação criado pelo pecado (Is 59.2). Portanto, Jesus é o mediador do melhor concerto, consumado na Cruz por um alto preço independentemente de nós, e que oferece melhores promessas (Hb 8.6) aos pecadores reconciliados porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19). O ministério da reconciliação que Paulo escreveu para a Igreja (2 Co 5.18) é um dever que Cristo atribuiu a Seus discípulos para ser desenvolvido fielmente através da pregação do Evangelho da graça, onde todos são chamados à luz (Jo 8.12).
Deus reconciliou o mundo consigo mesmo através de Jesus Cristo, e de quebra, ainda nos concedeu o inestimável privilégio de sermos embaixadores ou representantes Seu, aqui na terra, para exercermos o Ministério da Reconciliação (2 Co 5.18; 1 Tm 2.5). Antes éramos inimigos de Deus, agora através de Jesus Cristo, somos instrumentos de reconciliação. Antes estávamos perdidos, agora buscamos os perdidos. Antes estávamos desgarrados, agora buscamos os desgarrados. Somos responsáveis em transformar a “inimizade em amizade”. Assim, o Ministério da Reconciliação não é do homem; e sim, de Deus que pôs em nós. Essa outorga poderia, muito bem, ter sido conferida aos anjos. Porém, foi entregue ao homem, de maneira que um ser humano pode ajudar ao outro. O apóstolo Paulo disse: “Somos embaixadores, para rogarmos da parte de Cristo que vos reconcilies com Deus” (2
Co 5.20). Um embaixador, enquanto age, atua não somente como um agente, mas igualmente como represente do seu soberano. Em seu sentido espiritual, ele deve caracterizar-se pelo amor, pelo altruísmo e pela paciência. Deve ser capaz de sofrer afrontas, persuadindo os homens a passarem para o seu lado, embora sejam seus inimigos naturais. Através dessa bênção temos a importante missão de sermos sucessores de Jesus no Ministério da Reconciliação. Afinal, não foi dessa forma que Cristo agiu? 2.3 Salvar os perdidos O ato de expiação na cruz proporcionou a libertação do pecado e seu poder destrutivo a todos os que creem no nome de Jesus (Lc 19.10), assim, também como à descendência de Abraão (Mt 1.21). Vivificados em Cristo, todos aqueles que são alcançados pela graça experimentam a novidade de vida ensinada e promovida diariamente pelo agir do Espírito Santo (Ef 2.5). Assim, o bom Pastor que deus Sua vida pelas ovelhas (Jo. 10.11) direciona Seu olhar desde o céu a percorrer campos, desertos e vales à procura de ovelhas que se perdeu pelo caminho do engano (Mt 18.12) no decorrer das gerações. Nenhum daqueles que o Pai deu a Cristo, exceto o filho da perdição, se perdeu enquanto Jesus cumpria fielmente Seu ministério aqui na terra, porque o Mestre os guardava (Jo 17.12). A manifestação do Reino de Deus é a revelação de Seu amor, presença, comunhão e misericórdia a toda a humanidade, revelados na bendita pessoa de Seu filho Jesus (Mc 1.11). O sentido bíblico mais freqüente para salvação dos perdidos tem tudo haver com “libertação espiritual e eterna”, isto é livramento da condenação por causa do pecado e vai inserir tanto no passado, como no presente, como também no futuro. Sua inserção no passado significa dizer que o crente foi libertado (salvo) da penalidade imposta pelo pecado e que agora foi declarado justo pelo justo juiz. Fomos salvos do julgamento de Deus sobre o pecado que culminaria em nossa condenação para o fogo eterno (Rm 5.9; 1 Ts 5.9), já que o salário do pecado é a morte eterna (Rm 6.23); no presente, significa dizer que o crente está sendo liberto (salvo) do poder do pecado. É bom deixar claro, que não estou aqui afirmando que Deus livra automaticamente o crente de pecar, mas que o liberta do poder de pecar, isto é, dá todas as condições para que ele possa rejeitar e livrar-se do pecado (o crente liberto pode pecar, mas não tem prazer em pecar, visto que foi liberto do poder de pecar); no futuro, aí sim, significa dizer que o crente será libertado (salvo) da presença do
pecado, visto que na glória seremos totalmente livres do pecado. No entanto, esses benefícios são concedidos somente àqueles, dentre a humanidade, que aceitam o sacrifício vicário de Cristo e obedecem à sua Palavra. Jesus é o autor da salvação eterna. Afinal, tudo quanto a salvação possa significar é assegurada por Ele (Hb 5.9). 3. A FIDELIDADE DE JESUS CRISTO À SUA IGREJA A Igreja é a única organização instituída por Jesus para representá-lo na Terra. É um organismo vivo e ativo para agir no mundo como corpo de Cristo, reunindo pessoas de todas as classes sociais, etnias e culturas (1 Co 12.13), revelando os propósitos divinos e as verdades das Escrituras, apregoando o amor de Jesus e Seu ministério salvífico. 3.1 Revestindo a Igreja com poder O revestimento de poder se deu inicialmente quando Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém para que recebessem a virtude do Espírito Santo (At 1.8). A partir de então, toda a Igreja recebeu esse poder que lhe torna capaz de pregar, testemunhar e anunciar o Reino de Deus, e leva o crente a defender dinamicamente a fé que uma vez lhe foi entregue (Jd 3). Necessitamos de qualificações espirituais para servir o Mestre e Sua obra para qual fomos chamados. O apóstolo Paulo descreve que os dons do Espírito Santo são dispensados àqueles que propõem em sua mente viver para Deus e vencer o pecado a cada dia (1 Co 12). Assim, o poder de Deus dispensado à Sua Igreja sempre terá como alvo o aperfeiçoamento e fortalecimento daqueles que aceitarem o desafio de seguir o Cordeiro em comunhão e fidelidade a Seus mandamentos (Mc 16.15-18). Ao ler os escritos de Paulo à igreja de Éfeso, entendemos a importância de todo servo de Jesus vestir a armadura de combate (Ef 6.11-18). Portanto, jamais poderemos entrar em ação na propagação do Evangelho sem orar, jejuar e meditar nas Escrituras. Devemos vigiar em todo o tempo, pois sabemos do perigo iminente que corremos diante do inimigo de nossas almas. 3.2 Preservando a Sua Igreja A Igreja cristã é perseguida desde seu início em Jerusalém. Entretanto ela é fundamentada em Cristo e por isso é capaz de suportar as tempestades que se levantam contra ela (Mt 16.18). Jamais os representantes políticos e movimentos socioculturais de uma nação poderão inserir normas que venham desfazer a Igreja, que está pautada na Palavra de Deus (Cl 3.16). A Igreja gloriosa, invisível e inumerável de Jesus está muito
além das paredes de tijolos feitas por mãos humanas, pois a sua posição não é alcançada pelo homem natural (1 Co 2.14) e sim espiritual. É nessa posição sobrenatural que a Igreja de Cristo tem sido preparada (Jo 16.13), preservada (Jo 14.17) e guiada pelo Espírito Santo fielmente nas regiões celestiais em Cristo durante a dispensação da graça (Ef 2.6). 3.3 A certeza da Sua presença A noiva do Cordeiro tem a alegria de contar com a companhia fiel e ininterrupta de seu noivo mesmo antes do casamento, uma vez que Cristo é Onisciente, Onipotente e Onipresente (Jr 23.24). Pois a fidelidade de Jesus transcende o nosso entendimento e mesmo que sua Igreja possa se sentir fragilizada diante dos obstáculos, não está só. O apóstolo Paulo, ao escrever à igreja que estava em Corinto (1 Co 6.19), lembrou-os de que cada crente é habitação do Espírito Santo, dessa forma somos ensinados como proceder em todos os instantes em nossa vida cristã. O nosso Senhor está conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20b), mas, para sentirmos Sua presença, é necessário intimidade, que alcançaremos através do tempo que reservarmos para ficar a sós com Ele em consagração (Mt 26.38). CONCLUSÃO A fidelidade de Jesus está pautada no compromisso com o Pai de se oferecer para vir ao mundo, de levar ao Calvário os pecados da humanidade, ser fiel ao cumprir Sua missão e apresentar ao mundo a certeza de Seu amor incondicional para com Sua Igreja amada. QUESTIONÁRIO 1. Como aconteceu a encarnação de Cristo conforme descrito em Gálatas 4.4? R. Através do Envio do Filho na plenitude dos tempos, nascido de mulher e nascido sob a Lei (Gl 4.4). 2. Segundo João 7.16, a verdade apresentada por Jesus foi extraída de qual fonte? R.A doutrina de Jesus originou-se do próprio Deus (Jo 7.16). 3. Qual é o alvo do poder de Deus dispensado a nós? R. Aperfeiçoamento e fortalecimento dos crentes em Cristo (At 1.8). 4. O que o apóstolo Paulo lembrou aos crentes em 1 Coríntios 6.19? R. Que nós somos moradas do Espírito Santo (1 Co 6.19). 5. Quais os três aspectos que distingue a fidelidade de Cristo à Sua missão? R. Expiar os pecados, reconciliar os pecadores e salvar os perdidos (1 Jo 1.14).