Lição 10 Os últimos conselhos de um grande líder. 7 de junho de 2015 Texto Áureo “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.2 Por causa da declaração envolvida, os crentes não devem se conformar com este mundo, mas devem se transformar pela renovação de suas mentes (12:2). Tal transformação e renovação se alcança experimentando (aprovando ou descobrindo) que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita. Comentário Moody Verdade aplicada Não haverá nada que mude ao nosso redor, se antes não houver uma transformação em nosso interior. Objetivos da lição Conduzir os alunos a observar os erros e acertos de cada geração: Ensinar que nada se altera `nossa volta se não houver dentro de nós uma mudança: Deixar claro que o deserto é uma escola que todos nós precisamos passar por ela. Glossário Antepassado: Pessoa que viveu antes da outra; Irrevogável: Que não pode ser anulado; Ostentar: Exibir-se com orgulho. Hinos Sugeridos 77, 96, 306. Textos de Referência Deuteronômio 8.1-4 1 Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o Senhor jurou a vossos pais. 2 E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. 3 E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem. 4 Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos. Leitura complementares Segunda Dt 8.5 Terça Dt 8.6 Quarta Pv 11.14 Quinta Pv 15.22 Sexta Pv 24.6 Sábado Sl 119.24 Esboço da Lição Introdução 1. Quarenta anos de caminhada errante 2. Quarenta anos de humilhações 3. Quarenta anos de milagres incontestáveisConclusão.
Introdução Moisés reúne o povo e relembra os fracassos da geração passada, ensina a nova geração a não cometer os erros de seus pais e revela-lhes os propósitos de Deus durante os longos quarenta anos de caminhada errante pelo deserto. Nesta lição se concentre nos conselhos de Moisés e como eles podem ser aplicados para nós hoje. - “relembra os fracassos da geração passada”, a geração passada aqui é aquela que morreu no deserto. O livro de Deuteronômio foi escrito no ultimo ano do povo no deserto e é a reunião de vários conselhos e reafirmação de diversas leis. - “ensina a nova geração a não cometer os erros”, essa nova geração nasceu no deserto, não viram o Egito, pois o povo que havia saído do Egito foi morrendo aos poucos no deserto, devido a desobediência a Deus. - “caminhada errante pelo deserto”, na verdade a caminhada era direcionada pela nuvem da glória de Deus. Nm 9.17,18 dessa forma o Senhor é quem conduzia o povo, Deus fez eles demorarem os quarenta anos na caminhada. O Ministério de Moisés está chegando ao fim. Uma nova geração que nada sabia do Egito nem das duras experiências de seus pais estavam, agora, nas planicies de Moabe, prestes a tomar posse da herança prometida (Dt 1.5). Tinham um pouco mais de um mês pela frente (Dt 34.8) e eles estavam ansiosos para entrarem em Canaã. Sabendo disto, Moisés prepara sua despedida aconselhando e exortando essa nova geração a não repetir os mesmos erros cometidos pelos seus pais durante a caminhada pelo deserto e recomenda-lhes a confiar em Deus e guardar os seus estatutos (Dt 5.1; 11.32). Ele os aconselham a observar a lei a fim de estarem seguros e fossem bem sucedidos e prósperos, como nação, quando entrassem para possuir a terra da promessa (Dt 4.1,40; 5.29-33; 6.3,18; 7.9; 8.10; 12.28-30; 30.19-20; 32.47). Todos os discursos, conselhos e exortações proferidos por Moisés à nova geração, antes de passar o cajado para Josué, nas planícies de Moabe, estão registrados no Livro de Deuteronômio (Dt 1.1-5). 1. Quarenta anos de caminhada errante. Moisés apresenta um cuidado muito especial em sua transição ministerial (Dt 8). Sua preocupação é que o povo não repita os erros do passado e, para isso, insere conselhos maravilhosos para suas vidas. - “cuidado muito especial em sua transição ministerial”, Moisés estava preocupado em como ia ficar o povo depois que ele partisse. Todo pastor e dirigente deveria ter essa mesma preocupação.
Baseado em advertências e conselhos, Moisés faz uma retrospectiva da longa e difícil jornada de quarenta anos de caminhada errante pelo deserto (Dt 1.6 – 3.29). Relembra as apostasias e rebeliões durante suas peregrinações e adverte essa nova geração acerca dos perigos e consequências das desobediências futuras (Dt 4.1-40). Orienta-os quanto à obrigação moral para com o Senhor e os aconselham a serem obedientes e submissos a Deus (Dt 5.29; 6.4-5; 10.12; 11.26-28; 28.1). Obedecer traz vida, bênção, saúde e prosperidade. Ja desobedecer significaria: morte, maldição, doença e pobreza (Dt 28-30). 1.1. Observar o caminho. Moisés está passando o bastão da liderança, mas, como todo líder compromissado com Deus, ele se preocupa em que aquela nova geração não repita a loucura vivida por seus antepassados. Ele pede que olhem para trás no sentido de refletirem, de observarem o que aconteceu a seus pais, amigos e parentes durante esses quarenta longos anos de provação. Moisés deseja que essa nova geração entenda que precisa mudar de mentalidade para que eles não tenham o mesmo final que seus pais tiveram. Essa geração teria não somente um novo foco, mas também
um novo líder. Por isso, deveria pensar diferente, deveria compreender que a oportunidade negada aos seus antepassados agora lhes estava sendo oferecida. Era importante olhar para os prejuízos do passado e valorizar a conquista tão sonhada por uma geração que não morreu escrava no Egito, mas que fora escrava de sua própria mentalidade. Observar o caminho é relembrar o local de onde saímos e a posição na qual Deus nos colocou. O maior desafio de uma vida não é alcançar o topo, mas é nele se manter. Um dia Deus fez questão de recordar ao rei Davi o local de onde ele havia saído: “Agora, pois, assim dirás a meu servo Davi: Assim diz o SENHOR dos exércitos: Eu te tirei do curral, de trás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo Israel” (1Cr 17.7). O perigo de estar no palácio é esquecer que um dia estivemos do lado de fora. - “loucura vivida por seus antepassados”, a ideia de todo estudo de fatos históricos é isso, em não repetir os mesmos erros. Quando aprendemos com nossos próprios erros, somos inteligentes. Mas quando aprendemos com o erro de outros, aí somos sábios. - “observarem o que aconteceu a seus pais, amigos e parentes”, o principal fato foi o de não poder entrar e nem ver a tão sonhada terra prometida. - “quarenta longos anos de provação”, foram quarenta anos aprendendo a viverem dependentes de Deus, pois eles foram sustentados com o maná todos os dias no deserto. - “mas que fora escrava de sua própria mentalidade”, eles não se apartaram de seus pensamentos e concepções errôneas, saíram do Egito e o Egito não saiu de seus corações.
Observar o caminho, aqui, significa aprender com os erros do passado (Dt 8.2). Quem é sábio, não ignora as lições aprendidas com as experiências vividas no passado. Aqueles que não observam essas experiências correm o risco de trilharem os mesmos caminhos errantes de antes e ainda de serem surpreendidos pelos mesmos buracos em que um dia cairam. São as experiências vividas, quer seja positivas ou negativas, que nos ensinam a encararem, com êxitos, o presente e o futuro. Assim, por mais doloroso que seja recapitular nosso passado, às vezes, é necessário fazê-lo. Foi por esta razão que o grande líder, Moisés, reune aquela nova geração de israelitas e os faz relembrar os episódios que seus pais vivenciaram no deserto e lhes aconselham lições que jamais poderão ser ignoradas ou esquecidas. A geração rebelde dos pais, haviam fracassados, quanto à conquista da terra de Canaã, mas isso não poderia mais se repetir com a geração nova dos filhos. Eles estavam prestes a começarem uma nova fase e uma nova vida e os erros deve ser uma lição aprendida. 1.2. Guardar o mandamento. Moisés faz questão de lembrar ao povo que todo o fracasso, sofrimento, provações e problemas vividos por seus antepassados se originaram na desobediência. A Bíblia nos ensina que a fé vem pelo ouvir (Rm 10.17), ou seja, a fé é gerada pela verdade que ouvimos da parte de Deus. Logo a incredulidade é o oposto da fé, ou seja, a ausência da Palavra. Embora a geração passada ouvisse antes de acontecer e presenciasse o que lhes havia sido dito, isso só fazia diferença para eles no momento em que ocorria porque, logo em seguida, eles agiam como se Deus fosse apenas um pai bajulador que deveria somente satisfazer suas necessidades sem que tivessem a responsabilidade de respeitá-lo como Senhor e Salvador de suas vidas. Moisés está alertando essa nova geração a não apenas ouvir, mas a guardar e cumprir (Dt 8.1). - “se originaram na desobediência”, e por sua vez, a desobediência se originou por falta de fé e conhecimento de Deus. Quem não quer ser um desobediente deve se aproximar de Deus. - “a fé é gerada pela verdade que ouvimos da parte de Deus”, isso quer dizer então que a fé não é produzida pela observação de milagres, pois o povo que viu o mar vermelho se abrir foi o mesmo que fez o bezerro de ouro. - “isso só fazia diferença para eles no momento em que ocorria”, eles só ficavam alegres na hora do evento e depois se esqueciam rapidamente. O ser humano por si só, tem facilidade para esquecer os grandes feitos de Deus.
- “sem que tivessem a responsabilidade de respeitá-lo”, muitas pessoas ainda hoje querem Deus sem assumirem qualquer compromisso com Ele, ou seja, querem usar Deus. O principal objetivo dos conselhos de Moisés era preparar a nova geração de Israel para viver bem na terra que estava preste a ser conquistada. Para isso ele faz os israelitas lembrarem os erros do passado, exorta-os quanto ao presente e encoraja-os com as promessas de Deus para o futuro. Para que esta nova geração alcançasse êxito e fossem bem sucedidos na terra prometida, o grande líder dá então várias orientações e faz muitas recomendações, dentre elas está o de guardar os mandamentos. Tanto nas orientações, quanto nas recomendações, obediência à Palavra de Deus é uma atitude preventiva. Muitos males poderão ser evitados se a observância aos mandamentos forem levados a sério. Não atentar e não guardar as leis do Senhor, custou caro aquela geração e isso servia de alerta à nova geração. Desobedecer a Deus e à sua Palavra nunca foi e nunca será um bom negócio. A geração que saiu do Egito que o diga! 1.3. Guiados por Deus através do deserto. Durante quarenta anos, Deus não deixou que eles acertassem o caminho e andassem em círculos pelo deserto. Enquanto aquela geração não se consumiu um a um, Deus não revelou a entrada da Terra Prometida. Já se imaginou vivendo toda uma vida sem perspectiva? Sabe o que é viver debaixo de uma sentença irrevogável? O interessante é que mesmo sentenciados à morte, eles viram grandes milagres e incontáveis maravilhas. É pena que um milagre no corpo não ocasiona, necessariamente, a salvação de uma alma. DE toda aquela geração, apenas duas pessoas foram isentas da sentença: Josué e Calebe. Os remanescentes da geração passada portavam consigo uma mensagem para a futura geração. Eles viam a promessa sob uma ótica diferente e esse é o objetivo de Moisés em suas últimas palavras: levar a nova geração a entender que o que Deus diz é real e não se deve colocar obstáculo no que Ele determina. - “não deixou que eles acertassem o caminho”, lendo isso dá a impressão que Deus fez com que eles se perdessem, mas como foi dito, Deus foi quem conduziu eles. - “andassem em círculos pelo deserto”, essa informação não é verdadeira, professor(a), não ensine isso. Se olharmos o mapa da trajetória do povo pelo deserto, vamos ver que eles foram normalmente pelo caminho, sem fazer círculo e nem passar no mesmo lugar, porém o Senhor os fazia parar por longos períodos de tempo. - “Deus não revelou a entrada da Terra Prometida”, Deus conduziu eles para leste do mar morto e fez eles entrarem da mesma forma que saíram do Egito, atravessando as águas, só que agora seria as do rio Jordão. Deus não escondeu o caminho apenas não permitiu que eles entrassem antes da hora certa. - “viver debaixo de uma sentença irrevogável”, se refere à sentença de que eles não entrariam na terra prometida. “Não verão a terra de que a seus pais jurei, e nenhum daqueles que me provocaram a verá.” Números 14:23 Viveram o resto de suas vidas sabendo que nenhum deles entraria na terra prometida. - “Josué e Calebe”, foram os únicos que saíram do Egito e entraram na terra de Canaã, devido a sua fidelidade no caso dos espias.
Os israelitas foram literalmente guiados e protegidos por Deus durante toda sua peregrinação pelo deserto. A Bíblia registra que esta caminhada foi acompanhada pessoalmente por Deus, que se mostrou de dia através da nuvem, e de noite numa coluna de fogo (Êx 13.20-22; 14.19-20; 40.34-38; Nm 9.16; 10.29-36). Apesar do coração obstinado deste povo, Deus cuidou, direcionou e deu a eles vitórias impressionantes (Ex 14.13-14,31; 17.8-16). A caminhada foi marcada também por grandes intervenções como a passagem pelo Mar Vermelho (Êx 14.15-31; as águas milagrosas de Mara (Êx 15.22-26); o maná e as codornizes (Êx 16.1-36), a água que brotou da rocha (Êx 17.1-7), etc. Se Israel tivesse tido um pouquinho mais de sensibilidade à voz de Deus, a peregrinação não teria sido tão longa e
desastrosa, mas, infelizmente, a murmuração e a obstinação de alguns conduziram toda congregação ao caos. Deus sentenciou seu povo a perambular pelo deserto porque rejeitaram o seu amor, rebelaram contra a sua autoriade e ignoraram seus mandamentos (Êx 19.3-19; 24.3-8). Muitas das vezes quando passamos pelo deserto da vida, esquecemos do quanto o Senhor nos ajudou e nos abençoou. Mesmo estando em dificuldades, Deus nos guia, orienta e protege através do Espírito Santo. Como filhos obedientes devemos aceitar Sua direção (Is 48.17; Rm 8.14). Infelizmente, costumamos dificultar nossa jornada cristã mais do que o necessário, por causa da desobediência. 2. Quarenta anos de humilhações. Moisés inicia suas últimas palavras falando sobre a observação do caminho. Em seguida, começa a enfocar as lembranças que aquele caminho proporcionou. Ele lembra das provações, das necessidades e das humilhações que já viveram e faz essa dissertação na intenção de que todos tenham a leitura correta do que evitar. - “de que todos tenham a leitura correta do que evitar”, para que ninguém fique às escuras, sem saber o que fazer e como fazer. Se alguém errar é porque quis errar.
As humilhações ou privações vividas pelo povo de Israel, na caminhada pelo deserto, vieram da parte de Deus no intuito de prová-los e levá-los a uma dependência Dele (Dt 8.2). No deserto eles sozinhos não tinham como prover o que comer e nem o que beber; não tinha como aliviar o calor escaldante do sol e nem como aquecer o frio da noite. Mas quando Deus nos guia para o deserto é diferente, pois Ele provisiona tudo. Muita das vezes agimos soberbamente crendo que podemos fazer muito por nós mesmo. Deus, então, nos leva para o deserto para nos humilhar e mostrar que dependemos Dele. Ao permitir os obstáculos pelo deserto, Deus estava realizando um trabalho didático, dizendo-lhes: “Não me esqueçam! Voltem-se para Mim, Eu ajudo vocês. Não murmurem, Mas, Clamem a Mim e eu Lhes trarei o socorro” . Não entender isto levou o povo a uma peregrinação de quarenta anos pelo deserto sem rumo e sem direção até que todos perecessem (Nm 14.26-27). Eles experimentaram grandes milagres de Deus, mas, infelizmente, não alcançaram a promessa, pois se esqueceram do poder de Deus demonstrados em seus benefícios, como muitas vezes, nós também esquecemos (Hb 3.19). 2.1. Livres, vivendo como escravos. Será que eles estavam certos em dizer que Deus os levou ao deserto para mata-los? (Nm 14.3). Ou eles fizeram tudo errado e extrapolaram os limites do absurdo e da incredulidade? Deus não desejava mata-los diante de todos os povos. O maior problema desse povo é que seus corpos saíram do Egito, mas suas mentes continuavam por lá. Ainda que tivessem saído, eles pensavam como escravos e se sentiam tentados a retornarem à vida anterior (Nm 14.4). Deus os levou pelo deserto e foi apresentado a cada situação, mas eles se acostumaram tanto com as trevas da escravidão que ignoraram a luz da liberdade. Eles jamais observaram que o Deus que estava com eles era o mesmo que havia destruído todos os opressores. Tanto na Bíblia quanto em toda a história, homens e mulheres passaram pelo deserto como forma de serem capacitados por Deus para cumprir o Seu propósito. O deserto não significa rejeição, mas preparo divino. - “que Deus os levou ao deserto para mata-los?”, essa era visão que eles tinham das situações que passavam, assim como Adão, as pessoas sempre tentam jogar a culpa em Deus por seus problemas. - “mas suas mentes continuavam por lá”, uma situação semelhante a isso hoje, ocorre quando alguém está na igreja, mas vive pensando, admirando, e se relacionando com o mundo em que vivia antes de ser liberto.
- “se acostumaram tanto com as trevas da escravidão”, esse mundo tem tantos atrativos que muitos estão acostumados a ele. Existem muitos crentes que não aguarda a volta de Cristo, pois estão focados no aqui e agora. Decorridos menos de dois anos desde que Israel fora liberto do Egito, eles finalmente chegam em Cades-Barnéia, região próximo à fronteira de Canaã (Dt 1.19-21). Livres e a um passo de serem conduzidos à possuir a Terra Prometida, não puderam entrar em Canaã, pois lhes faltou coragem, ousadia e fé (Dt 1.21). Não foram aprovados no teste final. Apesar de estarem livres para usufruir das bênçãos que essa liberdade lhes outorgara, estavam escravos de si mesmo. A mentalidade deles era que a escravidão com comida era melhor do que a liberdade. Estavam escravizados em seus próprios entendimentos e incredulidades (Hb 3.19). Ao invés de usarem o ânimo de sua liberdade e a força do Senhor para possuir a herança, vacilaram em sua fé e pediram a Moisés que espiões fossem enviados para ver se a terra era realmente o que o Senhor tinha dito que era, e para ver se podiam conquistá-la (Dt 1.22). Este pedido era uma evidência de que eles ainda viviam no desânimo da escravidão e não estavam confiando totalmente em Deus. Apesar disto o Senhor concordou e disse a Moisés: “Escolhe um príncipe de cada tribo e envia-os a expiar a terra de Canaã” (Nm 13.1-2). Ao retornarem, depois de quarenta dias, todos foram unânimes em afirmar que aquela era de fato a terra que mana leite e mel, porém, dividiram suas opiniões, quanto à possibilidade de poder conquistá-la e possuí-la (Nm 13.27, 14.7). Dez dos doze que foram enviados, trouxeram relatórios descrevendo as cidades como grandes fortalezas e seus habitantes como gigantes, e concluíram dizendo: “Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós” (Nm 13.31). De fato, sozinhos eles jamais poderiam tomar posse! O grande problema foram deixar Deus completamente fora de suas estimativas. Contrário destes, Josué e Calebe, com base na fé e confiança em Deus, concluíram seus relatórios dizendo: “...possuamos a terra, porque, CERTAMENTE, prevaleceremos contra ela” (Nm 13.30). Pena que suas declarações não foram suficientes para contrariar a má influencia dos outros relatórios. O povo preferiu dar ouvidos aos presságios pessimistas dos líderes incrédulos, do que aceitar os conselhos de Deus proferidas por Moisés (Dt 1.21-29) e também por Josué e Calebe (Nm 14.7-9). A Bíblia diz que o povo chorou e pranteou em voz alta e começou a resmungar contra Deus e Moisés, dizendo: “O Senhor nos odeia! É por isso que nos tirou do Egito! Para nos entregar nas mãos dos gigantes e nos destruir! Vamos escolher um capitão e voltar para o Egito” (Nm 14.3-4). Diante disto, o Senhor respondeu: “Até quando ainda terei de aguentar esse povo que duvida e murmura contra mim? Por 40 anos vocês sofrerão pela falta de de fé e vagarão por este deserto até que o último de vocês morra” (Nm 14.26-27). Quando eles perceberam que tinham extrapolado todos os limites do absurdo e da incredulidade, imediatamente trataram de demonstrar que estavam arrependidos. Mas, já era tarde! Deus já havia determinado que eles não entrariam mais no repouso. Foram sentenciados a ficarem mais 38 anos vagando pelo deserto, até vencer o prazo de sua sentença (Nm 14.29; Dt 2.14-15). Nunca perca a sua bênção por desistir e recuar antes da vitória! Aqueles que se queixam das lutas e desistem facilmente, nunca chegarão a gozar dos frutos da vitória. Depois, eles ainda até tentaram por conta própria pegar as armas e sair para guerrear, mas deram-se muito mal (Dt 1.41-45).
2.2. A humilhação tinha um propósito. O deserto não é o lugar onde somos derrotados, nem o estágio final de nossas vidas, é lugar de passagem. Enquanto peregrinava no deserto, o povo de Israel era constantemente hostilizado pelas nações ao redor. A ordem era: lutem! Os israelitas derrotaram os amorreus (Nm 21.21-25), os midianitas (Nm 31.1-11) e o povo de Basã (Nm 21.33-35). Se Deus os desejasse exterminar jamais ordenaria que defendessem sua posição. Não era essa a intenção divina; eles pereceram porque não entenderam o que Deus estava realizando em suas vidas. Deus queria que eles conhecessem a si mesmos e lhes deixasse tratar (Dt 8.3). - “nem o estágio final de nossas vidas”, aqui o deserto está sendo comparado com as situações que os crentes passam durante a sua caminhada com Cristo. E o alerta de Deus é que esses desertos são passageiros. - “A ordem era: lutem!”, mesmo em um deserto, com poucos recursos, o Senhor mandava eles para a batalha. Professor(a), comente com os alunos, que há situações em que os crentes estão precisando de uma palavra e o Senhor os envia para dar a Palavra, precisam de apoio e o Senhor os manda apoiar. - “Deus queria que eles conhecessem”, o deserto é lugar de ensinamento e aproximação de Deus, crente que não passa por lutas tende a se esquecer de Deus. Pode parecer amargo, mas não há nada melhor para curar a falta de fé e de humildade do que a experiência da humilhação vinda do deserto. Em muitos casos, é o único tratamento que dá certo (Dn 4.1-37). Para curar a incredulidade e a soberba que traziam do Egito, e tornar o país um exemplo de “reino”, foram necessários quarenta anos de desolação e dispersão (Dt 8.2-3; Ez 29.1-16). A cultura que nos rodeia valoriza mais a soberba do que a humildade. Dão muito mais importância aos “status sociais”, aparências, diplomas, anéis, dinheiro, poder, do que a fé, a piedade, a santidade de vida, a modéstia cristã e etc. Se vangloriam no sucesso, nos elogios e nas palmas e se esquecem de suas origens e de render ações de graças a Deus por suas vidas. Dai o Senhor fazer inúmeras exortações a Israel: “Lembre-te de que foste escravo no Egito e que eu, o Senhor, seu Deus, o tirei de lá com mão poderosa e com braço forte...” (Dt 5.15 – Veja também 24.22). Existe duas formas de receber a “humilhação do deserto”: uma sem dor e outra com dor. A sem dor é preventiva e ocorre quando na escassez do deserto a pessoa reconhece sua pequenez, fragilidade, limitações e principalmente sua dependência de Deus (1 Pe 5.6); Já a com dor é punitiva e inflexível, e ocorre quando não existe a preventiva: “Pois todo aquele que a si mesmo se exalta será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12). Moisés em seus conselhos e na renovação do pacto com a nova geração, volta a recomendar o povo dizendo: “Tomem cuidado para não ficarem orgulhosos e esquecerem o Senhor, nosso Deus, que os tirou do Egito, onde vocês eram escravos” (Dt 8.14). 2.3. Deixou ter fome, mas sustentou com maná. Existe propósito para todo tempo de secura em nossas vidas. Deus quer nos humilhar e nos provar para ver se o nosso coração é perfeito diante dEle (Dt 8.3). Deus humilhou o povo e o deixou passar fome. Todavia, os sustentou com o maná. Afinal, o povo passou fome ou foi sustentado? Em todas as manhãs, chegava um carregamento direto da mesa de Deus, o pão dos anjos (Sl 78.23-25). Durante quarenta anos, eles jamais perderam a hora do almoço. Então qual é a fome que Moisés está relatando? A prova consistia em testá-los, para saber se amavam mais a Deus do que tudo que deixaram para trás; se o desejavam mais do que as coisas do mundo; se teriam fome e sede de Sua presença e não dos prazeres e conforto do mundo! Eles estavam com Deus, mas seus corações ainda estavam presos à vida do Egito. Eles demonstraram preferir o Egito com todo o sofrimento do que a vida que levavam no deserto. Ao murmurar, pedindo a carne, Deus os ouviu (Sl 106.15). Não havia problema algum em pedir carne. O problema era a motivação do pedido, que revelava a insatisfação do povo para com Deus; seu pedido trazia à tona o intenso desejo pelas coisas antigas, pois sempre que se lembravam das comidas do Egito desprezavam a provisão divina e a presença de Deus.
- “carregamento direto da mesa de Deus, o pão dos anjos”, não se sabe ao certo como era o maná, mas é descrito em Ex 16.1-15 aparecia sobre a superfície do campo diariamente, não podendo ser armazenado para o dia seguinte. O nome vem do som da pergunta em hebraico “o que é isto?” foi a pergunta que os hebreus fizeram uns aos outros ao verem o maná Ex 16.15. - “Então qual é a fome que Moisés está relatando?”, a fome a que Moisés está se referindo é a fome do alimento humano, o alimento que eles queriam. Tiveram fome dele e Deus deu o alimento que Ele queria. - “consistia em testá-los, para saber se amavam mais a Deus”, na verdade o teste não é para provar nada para Deus, pois Deus já sabe de todas as coisas, mas servir de aprendizado para a própria pessoa e para humilhar a Satanás. - “fome e sede de Sua presença”, todo servo de Deus é conduzido pelo Senhor a aprender isso a ter essa necessidade. Quanto de alimento e água potável você acha que seriam necessário para saciar e alimentar diariamente aquela multidão de quase três milhões de pessoas? No deserto eles não tinham plantação, não havia supermercados, restaurantes ou qualquer outra loja que pudessem adquirir mantimentos. Ainda assim, a Bíblia diz que o povo no deserto foi bem alimentado. Você já parou para pensar como o povo sobreviveu no meio do nada? Tiraria Deus o Seu povo da escravidão do Egito, para matá-lo de fome no deserto? A humilhação vivida pelo povo de Deus no deserto era apenas preventiva. Seu propósito, como já dissemos, era apenas levar Israel ao reconhecimento de suas origens e de sua total dependência de Deus. No inicio, o próprio Israel não acreditou que Deus haveria de providenciar no deserto, naquele lugar de desolação absoluta, uma mesa de iguarias necessárias para a sobrevivência do povo (Êx 16.16). As provisões que eles vinham trazendo do Egito estavam se acabando, e por isso, murmuraram e duvidaram de Deus, dizendo: “poderá Deus porventura preparar-nos uma mesa no deserto? Sabemos que quando ele feriu a rocha brotou água e jorrou em torrentes. Mas conseguirá Ele também dar-nos de comer?” (Sl 78.19-20 NVI). O Senhor não só alimentou, naquele dia, aquela multidão de quase três milhões de pessoas, como também sustentou com o maná, todos eles, todos os dias, durante quarenta anos, até que colhessem os primeiros frutos na terra prometida (Êx 16.35; Js 5.12). Jesus declarou abertamente que o Maná enviado por Deus, como resposta a intercessão de Moisés, apontava para ele, o verdadeiro pão da vida. Em João 6.48-51 ele disse: “Eu sou o pão vivo que desceu dos céus, vossos pais comeram o Maná e morreram. Mas aqui está o pão que desce do céu... se alguém comer deste pão viverá para sempre”. 3. Quarenta anos de milagres incontestáveis. O deserto é um período que todo cristão deve passar. Não é um lugar onde devemos buscar sinais e maravilhas, e sim uma íntima comunhão com Deus, que produzirá em nós o caráter e a força do Senhor. Esse tempo de aprendizagem poderá trazer grande desconforto se não tivermos uma visão das promessas de Deus. - “lugar onde devemos buscar sinais e maravilhas”, não podemos viver dependentes de ver sinais de Deus, precisamos desenvolver a fé, e a fé só se desenvolve com Palavra que é o conhecimento de Deus.
O deserto é sempre lembrado como lugar ruim (Nm 20.5), onde se ouvem uivos (Dt 32.10) e de lá vem o vento da destruição (Is 21.1). Lá também não há arvores frutíferas e nem se pode semear (Jr 2.2). Lugar de animais ferozes e peçonhentos (Dt 8.15), terras desoladas onde não mora e nem transitam pessoas (Jr 2.6-7), àqueles que se arriscam passar por ele podem morrer de fome e de sede (Sl 107.4-5). Os desertos da vida também são assim: Um lugar ermo, seco, árido e sem vida. Um lugar de cansaço, desânimo, solidão, angustia, sofrimento, escassez, pânico e de medo, onde muitas das vezes nos sentimos abandonados por Deus. Os
Desertos da vida, são cruéis, machucam, magoam, marcam nossas vidas e por aí vai! Apesar desse aspecto negativo que o deserto traz às nossas mentes, há também uma relação positiva, principalmente, nas lembranças do passado do povo de Israel, em especial neste período de quarenta anos em que os filhos de Israel perambularam pelo deserto. Quando Deus nos leva para o deserto, Ele quer que nós creiamos e confiemos inteiramente Nele, pois é no deserto que vamos contemplar as suas maravilhas. Israel nunca contemplou tantos sinais, milagres e maravilhas quanto nos quarenta anos de peregrinação no deserto. Todos os dias uma nuvem visível e protetora evidenciava que Deus estava no meio deles, e todas as noites eles tínhamos o aquecedor e confortador brilho do fogo no céu. Foi no deserto de Pi Hairote, por exemplo, que a travessia do Mar Vermelho se tornou um dos maiores milagres das Escrituras e Miriã conduziu o povo em adoração para proclamar a grande vitória do povo de Deus (Ex 14.1-3; 15.20-21); foi no deserto de Sur, que as águas amargas de Mara se transformaram em fonte de água doce e potável (Ex 15.22-26); foi no deserto de Refidim que Deus operou o milagre de fazer brotar água da rocha (Nm 20.1-13); foi no deserto de Sim que Israel obteve pela primeira vez a milagrosa provisão de Deus com o maná e fez chover cordonizes do céu como provisão e sinal do cuidado de Deus para seu povo (Ex 16.4-8). 3.1. Uma comida desconhecida de todos. Moisés afirma que o Maná, que descia do céu todos os dias, durante quarenta anos, foi ingerido, mas não foi conhecido nem por eles nem por seus antepassados (Dt 8.3). Isso prova que podemos viver longos anos sem ao menos saber o sentido real daquilo que vem da mesa de Deus. Diante deles, estava o que o salmista chama de: “o pão dos anjos, o pão dos poderosos” (Sl 78.25). Isso significa que era algo que somente havia na mesa de Deus, uma comida espiritual que desintoxicaria os tempos de comida egípcia. Porém eles chamaram aquele maná de comida vil (Nm 21.5). Eles realmente nunca entenderam. O maná é um privilégio de quem vence (Ap 2.17). Sua presença na mesa indicava que Deus os via como vencedores, mas eles sempre agiram como derrotados. A tradição judaica afirma que o maná tinha sabores diferenciados, mesmo assim eles enjoaram de comer todos os dias. O maná é o cardápio divino até que alcance a Terra Prometida. A cada dia, ele terá um sabor diferenciado, a cada dia, uma revelação a cada dia algo novo será acrescentado e assim iremos amadurecendo e nos familiarizando com o que vem da mesa de Deus. A comida de amanhã será diferente da de hoje. Isso indica que sempre haverá algo novo da parte de Deus. - “algo que somente havia na mesa de Deus”, não se sabia o que era, mas se sabia a procedência. - “comida vil”, significa comida comum, comida qualquer. - “Eles realmente nunca entenderam”, quer dizer que eles tinham a benção nas mãos todos os dias, mas não sabiam e não entendiam seu significado, tinham a benção da provisão. Assim ocorre hoje, temos as bênçãos de Deus todos os dias, que é a nossa saúde, nossa força e vigor para as lutas, além da proteção para nós e nossa família. Deus supriu a sede e a fome do povo de Israel durante quarenta anos. No deserto Ele providenciou água e comida. O texto sagrado diz que quando os povo de Deus viu pela primeira vez o maná começaram a perguntar uns aos outros: “O que é isto?” (Êx 16.15), e foi do som desta pergunta que surgiu o nome “maná”, que em hebraico significa: “o que é isto?". Daí por diante o maná se tornou para Israel: símbolo de provisão (Êx 16.21) e a medida da fartura exata para cada um, independentemente, de quanto colhiam (Êx 16.16-18). A comida desconhecida era uma coisa redonda, miúda como geada sobre a terra, e como semente pequena de coentro e muito branca, que depois de preparada lhe podia dar o sabor que a desejasse (Ex 16.13-36; Dt 8.3; Js 5.12; Sl 104.30; Nm 11.31-32; Jo 6.31-35,48-51). Ela não deveria ser estocado, pois o povo deveria confiar em Deus e saber que ele traria a provisão no
dia seguinte (Êx 16.16-20). Com tudo isto, o Senhor estava ensinando aquela geração do êxodo, a lição da dependência diária, da diligência ao colher o maná, da prontidão ao levantar de madrugada, da perseverança ao colher diariamente, da gratidão por uma provisão gratuita e da compreensão da Sua bondade. Você acredita! que ainda assim aquela geração não aprendera a importante lição de confiar em Deus e na sua provisão? Pois é! No decorrer dos tempos, eles responderam com ingratidão a provisão divina, desprezando o manjar dos céus e desejando as comidas do Egito. Mas, esse mesmo Deus que preparou uma mesa no deserto para Israel, pode também prover todas as as nossas necessidades! (Fp 4.19). O Salmo 81.10 diz: “Abre bem a boca, e a encherei”. Jesus reforça essa ideia quando diz que devemos orar e pedir pelo nosso pão diário: “O pão nosso de cada dia, nos dá hoje!” No deserto da vida precisamos depender da provisão divina. Creia nisto! 3.2. Um mesmo figurino durante quarenta anos. Ao olhar para trás é lembrar os fatos ocorridos com a geração passada, a nova geração deveria entender o conteúdo daqueles milagres. A roupa nunca envelheceu, mas era a mesma, o pé nunca inchou, mas era o mesmo calçado (Dt 8.4), ou seja, Deus lhes deu o que necessitavam e nunca o que desejavam. O deserto é uma escola onde aprendemos a não viver de ostentações, a ser simples, a depender daquele que está nos guiando e a contentar-nos com o que temos. Havia pão, nunca faltou, mas não havia presunto, manteiga ou requeijão. O deserto é lugar de milagres necessários. Antes da riqueza da Terra Prometida é preciso passar pela escassez do deserto. - “A roupa nunca envelheceu”, eles andaram quarenta anos sem a necessidade de adquirir novas roupas, era a benção da provisão. - “onde aprendemos a não viver de ostentações”, parece que a grande moda do mundo atualmente é a chamada “ostentação”. As músicas e a mídia pregam isso. As pessoas se satisfazem em mostrar o que possuem. - “a ser simples, a depender daquele que está nos guiando”, infelizmente alguns ministérios vão na contra mão desse ensino. Afirmam que mostrar as bênçãos materiais é uma forma de evangelizar. - “Antes da riqueza da Terra Prometida é preciso passar pela escassez”, na verdade havia uma luta para se tomar posse da terra, mas para vencer nessa batalha eles deveriam passar pela escola do deserto. Assim o Reino de Deus é conquistado a força, mas para vencer essa guerra precisamos aprender nos desertos da vida. No deserto, Deus, providenciou vestimentas. As roupas e os sapatos que as crianças vestiam cresciam junto com elas (Dt 29.5). Durante quarenta anos de peregrinação Israel não precisou de alfaiataria, posto que os seus vestidos não envelheceram, e tampouco os sapatos nos pés se romperam (Dt 8.4; 29.5). Lavanderia? Nem pensar! Ao passar entre as nuvens a sujeira sumia! Deus proveu Israel com tudo que precisava para fortalecer sua fé. Jesus asseverou, em termos bem claros, que Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo, quando disse: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou, com que nos vestiremos?...” (Mt 6.31). Deus é o nosso criador, nosso provedor e o nosso sustentador. Ele é a fonte que nos sustenta e nos mantém, e Seu cuidado, abrange não somente as nossas necessidades físicas, como também as espirituais. Ele cuida de nós! (Mt 6.25-31; 10.29-31). 3.3. Aprendendo com os erros. A tarefa de comunicar ao povo o caminho da verdade não era de Deus, mas do líder. Moisés conhecia muito bem aquele povo e entendia que seres humanos sempre erram repetidamente. Fazer o povo reviver as situações passadas lhes acrescentaria uma mescla de força e temor. Moisés deixou bem claro que seus pais comeram o maná da mesa de Deus e morreram. Porém, a vida estava em observar o que saía da boca de Deus (Dt 8.3). Aquela nação saiu milagrosamente do Egito, presenciou milagres como nenhuma outra. Agora o maior perigo não
reside nos inimigos, mas em não tê-los. A terra da bênção pode ser tão perigosa quanto a terra da aflição. No deserto, tornamo-nos dependentes sensíveis, mas, na terra da promessa, podemos esquecer quem um dia já fomos. - “A tarefa de comunicar...não era de Deus”, temos que entender qual é a nossa tarefa e não esperar que Deus faça algo que é para nós fazermos. Deus já nos revelou o caminho da verdade, mas quem vai comunicar ao mundo somos nós. - “comeram o maná da mesa de Deus e morreram”, porque não adianta participar da mesa de Deus e ser rebelde. Não adianta ter a carteira de membro, dizimar e participar de todos os eventos da igreja e ser um rebelde. - “observar o que saía da boca de Deus”, ou seja, a Palavra do Senhor. - “o maior perigo não reside nos inimigos, mas em não tê-los”, quando não temos as dificuldades a nossa frente, começamos a ficar relaxados na vida espiritual. Passados os trinta e oito anos de peregrinações pelo deserto de Parã, depois de cumprido a sentença sobre a geração que saiu do Egito (Dt 2.14), a nova geração, chega nas Campinas de Moabe e assenta o último acampamento antes da passagem do Jordão (Dt 1.1-2; Nm 21.10-20; 33.41-49). Moisés está agora com 120 anos, e a terra prometida logo à sua frente (Dt 31.2; 32.2; 34.1-5; Nm 27.12-17; Jd 9). Ele sobe as montanhas e vê as possessões que Deus têm reservado para o seu povo, mas sabe que não poderá entrar (Dt 3.23-25; Nm 20.12). Consciente deste fato e preocupado com a preservação espiritual dessa nova geração, Moisés começa então esta última etapa de seu ministério recapitulando a história vivida no deserto e os erros cometidos por seus pais, a fim de evitar que esses mesmos erros voltem a se repetirem. Este fato é muito importante para nós, pois são com os erros do passado que podemos aperfeiçoar o nosso presente e traçar objetivos sólidos para o nosso futuro. Diante disto, Moisés exorta o povo a fazer uma nova aliança com Deus. Eles prontamente acatam seus conselhos e, antes de entrarem em Canaã, restauram sua aliança com Deus. Daqui pra frente pesa sobre essa nova geração a responsabilidade de transformar a nação de Israel e mudar o mundo, através da obediência e testemunho. Somente procedendo desta maneira é que Israel atrairia para si todas as bênçãos prometidas pelo Senhor. Conclusão. Tudo o que é novo pode surpreender e a nova terra estava cheia de perigos ao redor. As instruções conduziam a nova geração a aproximar-se de Deus, a temê-Lo e a obedecer-lhe. Chegou o dia do cumprimento da promessa; passou um ciclo, mas outro ciclo se iniciaria e uma nova história seria escrita por aquela geração. - “a nova terra estava cheia de perigos ao redor”, na nova terra os hebreus enfrentariam um novo tipo de tentação, a sedução para a prática do pecado da idolatria, pois os deuses da terra de Canaã eram ainda mais atrativos do que os do Egito. - “mas outro ciclo se iniciaria”, se refere à nova vida na terra prometida. As lições e reflexões que Deus aplicou a seu povo no passado são plenamente aplicáveis à nossa vida hoje. O caminho para se alcançar uma bênção, uma vitória, uma conquista, pode ser curto ou longo, só depende de nossa reverência e disposição em obedecer e crer na Palavra de Deus. O nosso conhecimento das Escrituras pode até ser limitado, mas se nossa reverência for autêntica poderemos ser preservados de erros e de ciladas.
Questionário 1. Qual foi a grande preocupação de Moisés? R: Que a nova geração não repetisse as loucuras dos seus antepassados (Dt 8.1). 2. Por que Moisés instruiu a nova geração a lembrar do passado? R: Para que valorizassem a conquista que a geração passada alcançou (Dt 8.1). 3. Qual era o pior desafio do povo de Israel no deserto? R: Eles mesmos, pois eram livres por fora e escravos na mentalidade (Dt 8.4). 4. Qual a grande mensagem do maná? R: O maná é um privilégio dos vencedores (Ap 2.17). 5. Como Deus lhes supriu no deserto? R: Deus lhes deu o que necessitavam e nunca o que desejavam (Dt 8.4).