Lição 11 Jesus e o preço do discipulado. 11 de setembro de 2016 Texto Áureo Mateus 16.24 24 Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me; Verdade Aplicada O discípulo não é de graça, tem um preço, e é preço de renúncia: é tomar a cruz sobre si. Objetivos da Lição Mostrar que Jesus escolhe discípulos para trabalhar consigo; Revelar o exemplo ministerial do Senhor Jesus; Apresentar os diferentes tipos de atividades de Jesus. Glossário Covil: Cova de feras, toca, refúgio; Êxito: Resultado feliz, sucesso final; Míngua: Diminuição, carência, escassez, falta do necessário. Leituras complementares Segunda Mt 8.23 Terça Mt 10.38 Quarta Mc 2.14 Quinta Lc 5.27 Sexta Lc 14.27 Sábado Jo 8.12 Textos de Referência. Mateus 8.19-22; 19 E, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei. 20 E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. 21 E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que, primeiramente, vá sepultar meu pai. 22 Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me e deixa aos mortos sepultar os seus mortos. Mateus 9.9 9 E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu. Hinos sugeridos. 83, 89, 255
Motivo de Oração
Clame para que corações sejam incomodados e que vidas encontrem Jesus. Esboço da Lição Introdução 1. O mestre seleciona discípulos. 2. O mestre e Seu exemplo ministerial. 3. O mestre e o seu desafio evangelístico. Conclusão Introdução Veremos nesta lição o modo de trabalhar de Jesus no que tange ao discipulado. Debruçaremos sobre duas principais bases: o Seu programa de seleção de discípulos e o Seu próprio exemplo em relação ao ministério da Palavra.
Para se tornar um verdadeiro discípulo de Cristo tem um preço a pagar: a renúncia. As palavras de Jesus a esse respeito são claras: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33 – Veja também Mt 16.24; Mc 8.34-35; Lc 14.26-27). Esse é o preço que se paga pela obediência irrestrita em seguir o Filho de Deus neste mundo corrupto. Estamos dispostos a pagar o preço da obediência ao Senhor Jesus? Estamos conscientes da opção que um dia fizemos de seguirmos o caminho da cruz? A renúncia aos nossos olhos pode parecer perda! Mas aos olhos de Jesus é uma grande demonstração de confiança e fé nas promessas o qual será recompensada pela dádiva da salvação (Lc 9.24b). 1. O mestre seleciona discípulos. Apesar da grande popularidade e de ter muitos discípulos (Mt 9), Jesus sabia que não deveria apoiar o Seu trabalho nas multidões que vinham para ouvi-lo. Certo é que já estavam com Eles alguns, porém o Mestre via a necessidade de completar doze, que aponta para às tribos de Israel.
Conforme já estudamos em lição anterior, na formação de sua equipe de doze discípulos o Mestre não estava à procura de meros seguidores ou simpatizantes para acompanhá-lo no seu ministério. Ao chamar os doze para fazer parte de sua equipe, Ele exigia confiança, obediência e principalmente disposição para largar tudo (Mt 9.9; 10.37; 19.27) e, se necessário, dar a sua própria vida (Mt 16.24-25; MC 8.34-35; Lc 9.23-24). Mas, o Mestre não fez isto de maneira aleatória. Antes de selecionar e formar sua equipe Ele orou (Lc 6.12-13) e se dedicou pessoalmente ao processo de escolha (Mt 4.19-22; 9.9; Jo 1.35-51). Depois os treinaram para se tornarem apóstolos (Mt 10.5-10). 1.1. Um escriba recusado. Certo escriba, cujo nome não se sabe, queria acompanhar a Jesus. Este ofereceu para seguilo onde quer que fosse (Mt 8.19). Era comum homens se oferecerem para seguirem determinado mestre e eles procuravam aprender tudo o que podiam sobre as palavras e atitudes desse mestre. Agora, porém, com o Mestre era diferente, pois Ele mesmo era quem fazia questão de escolher seus discípulos (Mt 10.1; Jo 15.16). Quanto ao escriba, o Senhor já o conhecia e não tinha o conforto que ele cogitou alcançar pelo ministério. Os animais tinham
sua morada, ninhos e covis, mas naquele momento o Mestre não. Se quisermos seguir a Jesus, não devemos priorizar conforto, e sim o estra com Ele. O Senhor Jesus buscava não era fama, nem seguidores ou uma forma interessante de se passar o tempo. Comente com os alunos que Ele estava atrás de discípulos capazes de assimilar a Sua visão amorosa pelas almas, o Seu senso de urgência e o aprendizado a ser recebido. Quem está em busca de conforto, de fama ou de seguidores não poderá seguir a Jesus no ministério, porque o que Ele quer são discípulos resignados como Ele, que tudo deixou.
O texto fala que um escriba, sem citar seu nome, se ofereceu para seguir a Jesus, isto é, para se tornar também um discípulo de Jesus (Mt 8.19-20). Os escribas eram copistas e estudantes das Escrituras. Eram tidos como pessoas intelectuais, eruditos e que expunham e interpretam a lei (Mt 22.35; Lc 7.30; 10.25; 11.45-46; Tt 3.13). Em uma decisão aparentemente apressada e sem calcular o seu custo, ele se compromete a seguir Jesus onde quer que fosse. Apesar de ele ter demonstrado fé em suas palavras, Jesus reforça que o caminho do serviço e do discipulado pode ser um caminho de sacrifício e sem promessa de recompensa nesta vida (Mt 8.19-20). O bom de Jesus é que Ele não engana e não ilude ninguém, e nem camufla as implicações envolvidas no seu chamado. Ele manda sentar e calcular o custo, pois deseja que seus discípulos estejam conscientes dos sacrifícios, das provações e das tribulações que o discipulado pode lhes reservar (Lc 14.28; Mt 5.10-12). É por isso que aquele que o abraça o deve fazer de forma consciente (Lc 9.23a) e não apenas movido pelo momento ou pela emoção. 1.2. Outro discípulo recusado. Este outro era também seguidor de Jesus, menos ilustre que o escriba, e o caso dele foi mais dramático. Ele manifestou um forte desejo de acompanhar Jesus em Seu ministério, mas o Mestre o julgou a partir de suas próprias palavras. Ele se ofereceu, porém pediu que fosse sepultar primeiro a seu pai que acabara de falecer. Com esta palavra, o Senhor o dispensou: “deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mt 8.22). Seguir a Jesus deve estar acima dos deveres familiares. O nosso coração deve estar apenas nEle. Ele exige essa exclusividade (Mt 10.37; Lc 14.26). Seguir a Jesus é renunciar a si mesmo. É necessário colocar os vínculos familiares nas mãos de Deus, renunciar o lugar de conforto e seguir a Jesus sem olhar para trás. O Reino dos céus é tomado a força e apenas os que se esforçam e renunciam a tudo entram de fato no Reino. O Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo não é barato e nunca entra em promoção, portanto é necessário renunciar seus vínculos mais caros, tais como pai, mãe, irmãos, filhos e bens.
O segundo voluntário menos ilustre do que o primeiro, também se ofereceu para seguir a Jesus, porém, primeiro queria sepultar o seu pai. O fato dele haver solicitado primeiro “sepultar seu pai” não significa necessariamente que o pai acabara de morrer. Era comum entre os judeus o sepultamento ocorrer no mesmo dia da morte. Assim, se o pai desse seguidor já tivesse morrido o mais provável é que ele estivesse lá preparando o enterro e não junto com Jesus e a multidão. “Enterrar o pai” era uma responsabilidade sagrada dos filhos, entre os judeus, tendo precedência sobre todos os outros deveres estabelecidos pela lei. Diferente do seguidor anterior ou ante a resposta de Jesus ao seguidor anterior,
este seguidor parece ter adquirido mais consciência do preço do discipulado, e solicita a Jesus, antes seguí-lo definitivamente, que cumpra com a sua responsabilidade legal diante de sua família. Com a resposta de Jesus não sabemos ao certo se ele O seguiu de imediato ou se adiou sua obediência. Uma coisa, porém, o Senhor ensinou: Que o nosso AMOR e LEALDADE a Ele devem estar acima de qualquer vínculo ou dever familiar. Ele mesmo disse: “Se alguém vier a mim e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e a filhos, a irmãos e irmãs, e também à própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.26-27). 1.3. O publicano Mateus, o vocacionado. Jesus recusou dois discípulos para estar em Sua companhia: um mais ilustre, que era escriba, e outro que não sabemos. Dias depois, o Mestre passa a recebedoria e chama a Mateus para segui-lo. Mateus imediatamente levanta-se e o acompanha (Mt 9.9). Parecia haver algum equívoco no modo de selecionar os discípulos. Embora Mateus estivesse ocupado como coletor de impostos, fica implícito que desejava ser útil a Cristo e ao Reino de Deus. Sua escolha e companhia trouxeram pesadas críticas ao Senhor pelos de fora, pelo fato de Mateus receber a seus amigos publicanos e Jesus estar com eles. O Mestre sabiamente justifica a sua missão entre publicanos, enquanto defende também a Mateus. Quando nós entregamos inteiramente ao Senhor, Ele fala por nós e nos defende, como aconteceu com Mateus. A pronta disposição de Mateus em seguir ao Mestre Jesus. Ele não questionou, nem perguntou os motivos de Jesus para que fosse escolhido, apenas se levantou e o seguiu. Observe que Mateus era querido entre seus colegas e eles foram estar com ele, Jesus e Seus outros discípulos.
Para o discipulado, Jesus parece não levar em conta os títulos acadêmicos, religiosos ou sociais de seus vocacionado, mas apenas que tenham fé e disposição para atendêLo. Mateus era um cobrador de impostos e por ser funcionário público a serviço de Roma, era também conhecido como publicano (Mt 10.3). Os publicanos não eram bem-vistos pelos judeus, pois tinham esse trabalho como uma afronta à liberdade de seu povo, além de os acusarem de extorquir propinas e de receberem subornos (Lc 3.12-14). Assim, além de desprezados eram também considerados como pecadores (Mt 11.19; Mc 2.16; Lc 7.34; 15.1-2). Jesus recusara dois seguidores, aparentemente, desejosos de se tornarem discípulos. Um “doutor” da lei e outro não identificado, mas socialmente, não menos importante do que Mateus, o publicano. Estaria havendo algum equívoco no modo de Jesus selecionar os seus discípulos? Com certeza, não. O caráter do chamado de Deus, não tem necessariamente haver com o grau de instrução, de religiosidade ou da profissão que alguém possa ter, mas com a disposição de renunciar seus próprios anseios e de entregarse incondicionalmente a Deus. Atender ao chamado pressupõe uma doação completa à Pessoa de Jesus e uma atitude de viver a vida que não é sua, mas de Deus (Mt 16.24-25; MC 8.34-35; Lc 9.23-24). 2. O Mestre e Seu exemplo ministerial. Os trabalhos ministeriais de Jesus se intensificaram e o desafio de alcançar aquelas preciosas almas com as boas novas era grandioso. O Senhor já se acompanhara de alguns discípulos e estava chegando o momento de prepará-los e enviá-los.
A autoridade, a maneira e os métodos que Jesus utilizou na explanação de Sua mensagem e ensino tem sido motivo de estudo até os dias de hoje, tanto por parte dos cristãos como pelo mundo secular. Ele sabia comunicar-se de modo apropriado e aproveitava como ninguém os recursos de que dispunha para transmitir os seus ensinamentos. Não foi à toa que alcançou tamanha popularidade (Mt 4.24-25; 14.1; Mc 1.28,45; Lc 4.14; 5.15; 7.17) e se tornou conhecido pelos seus contemporâneos como Mestre (Mt 22.16; Jo 3.1-3; 13.13). Mas, Ele não fez isto de qualquer maneira. Antes de formar sua equipe Ele orou (Lc 6.1213) e se dedicou pessoalmente ao processo de escolha (Mt 4.19-22; 9.9; Jo 1.35-51). Além de proativo Ele também se colocou como exemplo em tudo, inclusive, dando espontaneamente a sua vida em prol de todos (Jo 10.17-18). Ele praticava tudo aquilo que ensinava (Fp 2.3-11). 2.1. O Mestre percorria cidades. A Galileia era grande, com muitas cidades e povoados, mas Jesus a circulava com todo o vigor. Ele andou também pela Pereia, Samaria e Judeia, mas concentrou Seus esforços estrategicamente na Galileia. Ele ia de cidade em cidade, de povoado em povoado e de sinagoga em sinagoga (Mt 9.35). Quando não era mais possível, fazia Suas reuniões ao ar livre. Não pense que Ele andava à toa e errante. Ele deixou a carpintaria e Seus familiares para estar nas mãos de Deus. Que possamos nos deter no exemplo do Senhor Jesus e nos inspirar a percorrer pelos lugares que Ele assim desejar que andemos. Um Jesus vivo e dinâmico, que não olhava para as dificuldades. Ele não se preocupava se chovia ou fazia sol, ou se havia segurança ou não por aqueles caminhos, como nós fazemos. Jesus simplesmente ia, caminhava e contatava as pessoas, através de Seu senso de urgência com a mensagem do Reino.
O mestre visitava não apenas as cidades grandes e ricas, mas também as aldeias pobres e obscuras. Mateus, assim relata: “E percorria Jesus todas as CIDADES e ALDEIAS, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando toda sorte de doenças e de enfermidades” (Mt 9.35). Ele não estava preso em um “gabinete pastoral”. Ele percorria todas as cidades e povoados. Andava Kilômetros e mais Kilômetros a pé atrás das pessoas. Era uma busca intencional e efetiva até encontrá-los. Em sua época existiam na Galileia mais ou menos 200 cidades e vilarejos e mais algumas centenas de outras cidades e vilarejos na região da Judeia, Pereia e Samaria. Jesus visita muitas dessas cidades e vilarejos, sem discriminar ou desprezar nenhuma delas, ainda que fosse pequena (Mt 4.23). 2.2. O Mestre pregava o Evangelho do Reino. Jesus por onde andava levava consigo a Sua mensagem e Seus discípulos o acompanhavam. A Sua mensagem eram as boas novas do Reino dos céus. Era a continuação da pregação de João Batista (Mt 3.2; 4.17). Todos os homens pecaram e vivem sob a tolerância de Deus, mas o Reino de Deus está próximo e é necessário que os homens entrem nele já. A única oportunidade de se entrar no Reino é através do arrependimento, ou seja, pela completa mudança de pensamentos, atitudes e sentimentos (Gl 2.20). A seriedade desta mensagem: “está próximo o Reino”. Comente com os alunos que esta expressão fala que está chegando o domínio absoluto de Deus aos homens e isso significa que os homens devem se
preparar e viver dentro do Reino já. O único meio de entrada no Reino de Deus é pelo arrependimento, pela morte de si mesmo, ou seja, pela renúncia.
O Mestre procurou despertar nos corações de seus ouvintes o desejo de conhecer o Reino dos Céus e apontou-lhes o arrependimento como condição básica para fazer parte dele (Mt 3.8-9; 4.17; 9.13; Mc 1.15; Lc 5.32; 13.2-3). Sua pregação não só determinava as condições para fazer parte desse Reino, como também, denotava a natureza espiritual e pessoal desse reino ao introduzir em suas fronteiras todos os seres humanos que estavam arraigados no reino das trevas (Cl 1.13). Ele veio para resgatar o ser humano como pessoa, como um “ser” que precisava ser restaurado e socializado e para tanto buscou todos os meios e recursos para alcançá-los. 2.3. O mestre curava todas as enfermidades e moléstias do povo. O quadro doentio do povo daquela época se resumia em duas palavras: enfermidades e moléstias. Num tempo em que não havia disponíveis médicos e lugares de atendimento, a não ser para quem tinha dinheiro, sobravam males físicos. Muitos deles causados por infestações de demônios. Os dois termos “enfermidades e moléstias”, embora pareçam redundantes ou enfáticos, na verdade, são distintos no grego. Enfermidades “nosos” significa “doenças”; e moléstias “malakia” tem o sentido de fraqueza, moleza, debilidade. Da para perceber que entre o povo havia muito abatimento físico e espiritual como hoje também. Porém, ali estava Jesus, manifestando o poder curador de Deus. Apesar dos avanços da medicina, construção de hospitais e quantidade de médicos e enfermeiros, mesmo assim, há muitos que são curados pela manifestação do poder curativo de Deus. Até porque há enfermidades e fraquezas que são resultados do agir das trevas e a medicina tem sido exercida por pessoas com critérios tanto arreligiosos (que não professam uma religião; que não se interessa por nenhuma religião; que é neutro em assuntos religiosos) quanto irreligiosos (que não é religioso, ímpio, ateu). Muitos por causa da ciência têm se recusado a buscar a Deus, mas o Senhor Jesus Cristo é o mesmo que sempre surpreende com Seu poder curador. A necessidade do Corpo de Cristo de buscar ao Senhor enquanto se pode achar e invoca-lo enquanto há tempo (Is 55.6).
Através da cura das enfermidades e moléstias, bem como da libertação de espíritos malignos, o mestre trouxe o Reino futuro de Deus para o presente (Mc 1.14-15). Ele intensificou o número de curas para dar maior evidência de seu poder e de sua divindade (Mt 4.23-25; Jo 1.12; 3.16; Ef 2.8-9; 1Tm 1.15), e, mostrar que a implantação do Reino de Deus, estava aniquilando o reino de Satanás (Mt 8.29; 1 Jo 3.18; Lc 4.40-41; 13.16). Satanás teve sua primeira derrota com o início do Reino dos Céus, aqui na terra. Não precisamos mais temer o inimigo de nossas almas, pois ele foi derrotado pelo poder de Jesus. Os evangelhos sinóticos usam o termo grego “dynamis” para designação dos milagres operados por Jesus. Esse termo não ressalta o caráter milagroso das obras em si, mas o poder que nelas se manifestam. Desconsiderar o ministério de cura e libertação de Jesus seria o mesmo que mutilar sua pregação e ensino que ora estava sendo proclamada e apresentada através de sua pessoa. 3. O Mestre e o desfio evangelístico.
Jesus desenvolveu simultaneamente dois ministérios: o de treinar Seus discípulos e o de levar as boas novas do Reino. Vejamos a seguir três coisas que o empurravam nesse sentido:
Parece que não, mas os desafios evangelísticos da época de Jesus eram enormes. Além de não existirem recursos tecnológicos e de mobilização, o número de regiões e cidades eram vastos tornando-se difícil de alcançar. Só na Palestina, se considerarmos a região norte ou da Galileia, onde Jesus concentrou maior parte do seu ministério. Eram mais de 200 cidades e vilarejos com uma população de mais ou menos 3 milhões de habitantes. Se Jesus visitasse uma dessas cidades ou vilarejos a cada três dias (já que não havia mobilização como temos nos dias de hoje), ele levaria quase dois anos para visitar todas elas. Se considerarmos que a região da Judeia (região Sul), de Samaria (região central) e da Pereia (região leste) cada uma delas tivesse o mesmo número de cidades e vilarejos ele precisaria de quase mais seis anos para visitar todas elas. Não foi à toa que Jesus disse: “A seara é realmente grande, mas poucos são os trabalhadores. Rogai, pois ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a seara.” (Mt 9.37-38). 3.1. Sua compaixão pelas almas. A visão que Jesus tinha das almas era chocante diante da grandeza do desafio que tinha. Ele olhava e via pessoas “cansadas e desgarradas como ovelhas que não tem pastor”(Mt 9.36). Um povo sem liderança espiritual morrerá à mingua. Ninguém estava de fato pastoreando o povo de Deus para Deus. O serviço religioso era farto, mas a liderança espiritual que os salvasse não havia. Isso despertava um sentimento de entranhável compaixão em Jesus que Ele compartilhava com Seus discípulos e lhes pedia que orassem a respeito. Ainda hoje, Ele faz o mesmo conosco. O profundo amor que o Senhor Jesus tinha pelas almas. O quanto Ele amou o Seu próprio povo que dali a dias O rejeitaria. O Seu afeto era tão real e entranhável que O fazia trabalhar, conversar com Seus discípulos e conscientizá-los a respeito. Seja essa a nossa oração sincera: “Oh, Jesus, inunda-nos com teu amor”.
Foi a compaixão de Jesus pelas pessoas daquelas regiões da Palestina sua grande motivação para ir de cidade em cidade, de vilarejo em vilarejo, de aldeia em aldeia (Mt 9.35-36). Embora sua época estivesse encharcada de sacerdotes e leigos que faziam da religião a sua ocupação principal, o povo estava sendo negligenciado e eram lançados à míngua em suas necessidades espirituais. Embora a religião estivesse robusta com um grande templo em Jerusalém e inúmeras sinagogas espalhadas por toda Palestina, Jesus via as multidões, como ovelhas sem pastor. Estavam espiritualmente aflitas, exaustivas, desgarradas e errantes como ovelhas que não tem pastor, por isso, não deixou de ir ao encontro delas. 3.2. Sua visão compartilhada com os discípulos. Os discípulos viam nos olhos de Jesus o amor puro que tinha por eles e pelo Seu povo. Eles também ouviam as orações agoniadas, sofridas e insistentes ao Pai em favor deles. Eles ouviram também as palavras de Seu coração que ardia em amor: “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros”. Diante da eternidade aquela seara logo passaria, mas aquelas pobres almas se não fossem alcançadas estariam perdidas para sempre. Que
sejamos sensíveis o suficiente para internalizarmos a visão e o entranhável afeto de Jesus em favor dos perdidos do nosso Brasil. Ore bastante acerca do compartilhar este determinado ponto da petição. Que você, professor, possa refletir se ama profundamente os alunos e de que maneira tem sido a sua influência sobre a vida deles. Você, junto com a direção da igreja, é uma ferramenta preciosa e poderosa para influenciar a classe de Jovens e Adultos da Escola Bíblica Dominical. Neste momento da aula, faça um clamor ao Eterno Deus, baseado no motivo de oração, citado na primeira página desta lição. Queira Deus que, após esta aula, muitos alunos sintam-se motivados em participar dos programas de evangelização da igreja. Queira Deus que, depois desta ministração, muitos deles peçam para que sejam feitos cultos em seus lares, de maneira a alcançar cada vez mais vidas para o Reino de Deus, conforme orientado pela Palavra de Deus (Mc 16.15). Seja um instrumento nas mãos de Deus e que o Espírito Santo tenha liberdade de conduzir a sua vida e as ministrações das aulas da Escola Dominical de sua igreja.
Jesus passa então a avaliar junto com os seus discípulos o grande problema da obra a realizar. A questão não é necessariamente a dimensão da obra, mas o tamanho da colheita que precisa ser feita e a quantidade de trabalhadores que a realizarão. Jesus imediatamente aponta a solução: Precisamos orar e pedir ao Senhor que envie trabalhadores. Afinal, quem envia os trabalhadores é Deus, o dono da seara. Como bem disse o comentarista da lição: “Que sejamos sensíveis o suficiente para internalizarmos a visão e o entranhável afeto de Jesus em favor dos perdidos do nosso Brasil”. 3.3. Sua convocação aos discípulos. A profunda visão e compaixão de Jesus do estado espiritual dos filhos de Israel em Seus dias, fez com que Ele convocasse a Seus discípulos. Dentre tantos discípulos, chamou a si doze, para que estivessem com Ele e pudessem receber treinamento. Este é um grande princípio multiplicador utilizado por Jesus, pois, ao formar seis duplas e espalhá-las pelas cidades e povoados com a mesma mensagem que pregava, dava mais oportunidade às pessoas de ouvi-la (Lc 9.1-9). O envio dessa missão teve grande êxito, porém a necessidade era de que enviasse mais pessoas. Posteriormente, Jesus preparou setenta discípulos e os enviou. Com isso aprendemos quão sábio e estratégico era o Senhor Jesus! Este tópico é uma preparação para a próxima e última lição deste trimestre. Logo, convém falar para os alunos da convocação do Senhor Jesus Cristo, mostrando a necessidade daqueles dias. Se naqueles dias foi tão necessário ser estratégico, imagine hoje, quando o Brasil precisa urgente de uma restauração espiritual? Infelizmente, está em andamento uma cultura contra os evangélicos, protestantes e contra a Palavra de Deus, sobretudo.
Diante do desafio evangelístico Jesus convoca seus discípulos, lista-os de dois em dois, delega-lhes autoridade sobre os espíritos imundos para expulsá-los e autoridade para curar toda sorte de doenças e enfermidades e os envia (Mt 10.1-5). No entanto, antes de Jesus enviar os seus doze discípulos (que de agora em diante são apóstolos), deu-lhes instruções de como seria essa missão: a) Esta missão é diferente da grande comissão que foi para todas as nações (Mt 28.18-20). Aqui ela é exclusiva para as ovelhas perdidas de Israel (Mt 10.6); b) O trabalho de pregar, curar, ressuscitar, purificar e libertar devem ser realizados gratuitamente, sem usar da comercialização: “de graça recebeste, de graça daí” (Mt 10.8b); c) Durante a missão devem se despojar de tudo. Não era para se
prover de ouro, nem de prata, nem de cobre nem de coisa alguma, só do necessário para sobrevivência (Mt 10.9-10); d) É para abençoar a cidade, o povoado e a casa que os receberem (Mt 10.11-13). Caso haja rejeição, a atitude deve ser outra. A pena sobre os que rejeitam será aplicada por Deus (Mt 10.15). Conclusão. Vimos nesta lição a forma como Jesus operou em Seu trabalho de discipulado e evangelístico. Todo esse trabalho foi desenvolvido com renúncia e preparo. São os mesmos princípios que devem nortear nossas vidas e igrejas na conquista de almas e ampliação do Reino de Deus na Terra.
Cristo preocupou-se em fazer com que Seu ministério chegasse até nós. Ele separou e capacitou homens para permaneceram ao seu lado continuamente e depois lhes confiou às mesmas funções e ministério (Mt 10.1-8; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16). Não fomos chamados para sermos expectadores ou para desfrutarmos apenas das bênçãos do Reino, mas também para compartilhar com outras pessoas o poder transformador de Jesus. É preciso que sejamos instrumentos nas mãos de Deus para que a fome seja mitigada, a sede saciada, o corpo e a alma curados de suas enfermidades e feridas, os escravos do pecado libertos etc. Os valores, as exigências e as bênçãos do Reino são para serem vividos e proclamados aos milhares que perecem sem luz. É preciso que aprendamos com Jesus o que significa missão e o que ela exige. Questionário. 1. Qual foi o primeiro candidato que desejou acompanhar o Senhor Jesus? R: Um certo escriba (Mt 8.19). 2. O que significa: “deixa aos mortos sepultar os seus mortos”? R: Que seguir a Jesus deve estar acima do0s deveres familiares (Mt 8.22). 3. Como pode ser entendida a prontidão de Mateus? R: Que ele desejava ser útil a Cristo e ao Reino de Deus (Mt 9.9). 4. Cite um dos exemplos do trabalho ministerial de Jesus? R: Ele percorria cidades e povoados (Mt (.35). 5. O que acontece com um povo sem liderança espiritual? R: Morre à míngua (Mt 9.36).