Lição 1 Abraão, um adorador por excelência. 4 de outubro de 2015. Texto Áureo Gênesis 22.5 “E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós”. Verdade Aplicada Abraão provou que seu amor e obediência à Deus estavam acima de tudo. Objetivos da Lição Mostrar a disposição de um coração adorador e a prontidão em atender a um pedido divino; Ensinar que Abraão em nenhum momento questionou, mas creu porque conhecia a voz divina; Esclarecer que Moriá é o lugar onde Deus remove os Isaques de nossos corações, para revelarse e ampliar a bênção em nossas vidas. Glossário Albardar; Aparelhar o animal para carga; Restrição; Sem permissão; Crucial; Importante. Leituras complementar: Segunda Hb 11.18 Terça Gn 28.19 Quarta Jo 8.51-58 Quinta Sl 139.16 Sexta Gl 3.6 Sábado Rm 4.18 Textos de Referência. Gênesis 22.1-4 1 E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. 2 E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. 3 Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. 4 Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe. Hinos sugeridos. 126. 380, 545 Motivo de Oração Ore para que o seu coração esteja sempre pronto a obedecer a Deus. Esboço da Lição Introdução
1. As atitudes de um adorador 2. Chegando ao lugar de destino 3. Deus proverá o cordeiro Conclusão Introdução Deus ordena a Abraão que sacrifique em um altar o seu único e amado filho (Gn 22.2). O patriarca não replica e sai em direção ao monte Moriá, obedecendo, sem restrições, à ordem divina.
Essa história registrada no capítulo 22 do livro do Gênesis, sem dúvida nenhuma relata um dos mais dramáticos relatos da Bíblia, é difícil a compreensão aos olhos humanos que, porém, mostra a excelência e o ponto culminante da vida de fé do patriarca Abraão. É graças a este fato, aliás, que Abraão assume, em definitivo, a condição de "pai da fé", que lhe é reconhecida pelas três grandes religiões monoteísta do planeta. Essa história é conhecida pelos estudiosos da Bíblia como sendo o "sacrifício de Isaque”, sendo que os judeus o denominam de "Akedah", que quer dizer, atadura ou atar, visto que Isaque não foi sacrificado, mas atado junto ao altar e salvo na última oportunidade. Foi um teste que Deus fezcom Abraão, a fim de aprofundar sua capacidade de obedecer a Deus e verdadeiramente desenvolver seu caráter. Assim como o fogo refina o minério para extrair metais preciosos. Deus nos refina através das circunstancias difíceis. Quando somos testados. Podemos escolher reclamar ou tentar ver de que forma estamos sendo provados por Deus para desenvolver nosso caráter. 1. As atitudes de um adorador. Sacrificar Isaque em Moriá não era uma tarefa fácil para Abraão. Era simplesmente assustador. Todavia, seria no cume daquele monte que receberia a maior revelação de sua vida (Jo 8.51-58). Antes de chegar a Moriá, Abraão segue alguns passos interessantes, que revelam as atitudes do coração de um adorador.
E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. (Gn 22.1,2). O patriarca Abraão estava prestes a enfrentar uma das provas mais difíceis de obediência a Deus em sua vida, Todavia, ele está disposto a obedecer sem nenhum questionamento e hesitação. Qual pessoa estaria pronta para cumprir uma ordem semelhante a essa? Somente um verdadeiro adorador está disposto a obedecer, mesmo que a ordem pareça absurda de compreender. 1.1. Disposição para atender. Qual a pessoa que levantaria de madrugada para sacrificar o próprio filho em obediência a Deus? Parece incrível, mas o Senhor pediu exatamente o que havia dado como promessa a Abraão por sua lealdade e obediência. Durante vinte e cinco anos, ele sonhou em ser pai e, quando já era da idade de cem anos, sem qualquer possibilidade humana, Deus interveio na situação e gerou do
ventre estéril de Sara o filho da promessa (Gn 12.4; 21.5). Não sabemos se ele dormiu, apenas que levantou de madrugada disposto a atender sem restrições o pedido do Senhor (Gn 22.3).
Comente com os alunos sobre o que pensaria Sara a respeito da atitude de Abraão. Talvez seja esse o motivo de se levantar pela madrugada, exatamente para não ser impedido por ela. Pois qual a mãe que não questionaria o Senhor ao ter que sacrificar aquilo que recebeu como promessa? Merece ser especialmente destacado para eles a sensibilidade de Abraão em discernir a voz de Deus e sua prontidão em obedecê-lo sem qualquer murmuração.
De manhã, ainda de madrugada Abraão demonstrou um dos maiores atos de obediência já registrados na história. Ele viajou cerca de 80 quilômetros até o monte Moriá. Próximo a Jerusalém. Com o passar dos anos. Ele aprendera muitas lições difíceis sobre a importância de obedecer a Deus. E desta vez sua obediência estava pronta e completa. Obedecer a Deus costuma ser uma luta porque pode significar abrir mão de algo que realmente desejamos. Não devemos esperar que a obediência a Deus seja fácil ou que aconteça naturalmente. Muito se tem discutido a respeito da natureza desta prova imposta ao patriarca Abraão, tendo em vista que, pelo conceito da lógica humana, seria, realmente, impensável que Deus pudesse vir a pedir Isaque em sacrifício. Assim, há aqueles que não admitem sequer a possibilidade de que Deus estivesse, mesmo, querendo Isaque em sacrifício, ainda que Deus o tivesse pedido explicitamente, porque uma tal ordem, dizem, contrariaria todo o caráter divino. Contudo, assim não pensamos, pois são as Escrituras que afirmam que de Deus saiu esta ordem e Deus é soberano, podendo, pois, exigir tal coisa de Seu servo, ainda que, explicite-nos o texto, o Seu propósito fosse o de pôr à prova Abraão e não o de ter Isaque como oferta. Aliás, é assim que se expressa Flávio Josefo: "... Deus lhe concedeu o que desejava, mas quis antes experimentar a sua fidelidade...". 1.2. Disposição para o trabalho. Abraão tinha empregados, mas não delegou a nenhum deles estas tarefas (Gn 22.3). Existem provações que são somente nossas. São batalhas que não poderemos contar com a participação de ninguém. Existem obstáculos que temos que saltar sem auxílio algum para chegar ao nível que Deus quer. Abraão carregou seu fardo sozinho e somente seu coração sabia o que estava passando. Não é por acaso que o texto omite a pessoa de Sara. Ela, com seu amor de mãe, certamente, o impediria e ele, por sua vez, não alcançaria o testemunho de fé (Hb 11.17, 18).
Explique para os alunos que, durante toda a sua vida de comunhão com Deus, Abraão sempre foi um homem de altares e sacrifícios. Porém, agora, Deus lhe pede que sacrifique num altar o seu único e amado filho (Gn 22.2). Uma tarefa humanamente impossível de se cumprir. Comente com eles que, mesmo assim, Abraão não replica e sai em direção ao monte Moriá, obedecendo, sem restrições, à ordem divina.
Abraão obedeceu a Deus, no entanto, manteve em segredo o propósito de sua viagem até a terra de Moriá. Tomou dois de seus moços, Isaque e partiu em direção a terra de Moriá, tendo, antes, preparado a lenha para o holocausto. Observe o caráter resoluto de Abraão em atender à ordem do Senhor, mas, também, sua prudência em não alardear o que estava a fazer. Esta prudência tem faltado a muitos servos do Senhor na atualidade. A recomendação do Senhor é que sejamos simples como as
pombas, mas prudentes como a serpente. A ordem dada por Deus era incompreensível ao próprio patriarca, cuja estatura espiritual permitia tal prova por parte do Senhor, pois. Segundoo mestre e filósofo judeu Maimônides (1135-1204), Abraão já havia suportado outras provas: 1 - teve de peregrinar como um estrangeiro desde a sua chamada; 2 - a fome que encontrou em Canaã, depois da promessa de que Deus lhe faria uma grande nação; 3 - a violação de direitos humanos elementares quando os egípcios levaram Sara a Faraó; 4 - a despedida de Agar; 5 - a separação de Ismael e outras. Era evidente que Abraão não compreendia o fato de Deus pedir seu filho como sacrifício, assim, ele não poderia comentá-la, senão para inviabilizar o seu cumprimento? Por isso, nada disse a pessoa alguma. Jesus, em momentos cruciais de Seu ministério, também foi reservado e, não raro, solitário (cf. Mt 14.13; Mc 9.2). Devemos valorizar nossa intimidade com o Senhor, pois se, na intimidade, não há segredos entre nós e Deus, há entre o que temos acertado com o Senhor e os demais. Jesus, mesmo, recomendou este comportamento quando O buscarmos em oração ( Mt 6.6). 1.3. Direção para prosseguir. Abraão saiu para sacrificar seu filho, mas não saiu sem direção (Gn 22.3). Deus não nos pede algo para nos deixar confusos. Abraão está indo em direção ao monte Moriá porque conhece a voz de Deus, está acostumado a ouvi-lo, tem intimidade, se relaciona. Assim como um filho conhece a voz do pai à distância, Abraão segue adiante porque sabe que aquela voz lhe é familiar. Abraão vai chegar a seu destino por dois motivos: primeiro, porque está familiarizado com Deus; segundo, porque quem conhece a voz de Deus jamais andará sem direção, mesmo quando nada faz sentido.
Esclareça para os alunos que é comum pedir auxílio e ajuda em oração quando passamos por momentos tempestuosos em nossas vidas. Informe para eles que, no entanto, existem provações que ficamos a sós com Deus e devemos avançar calados, sem murmuração, acreditando que Ele sempre sabe o que é melhor para nossas vidas.
Quando Abraão saiu para sacrificar seu filho Isaque, ele não partiu sem direção, não foi para qualquer lugar, Ele obedeceu a ordem de Deus que mandou ir para a terra de Moriá, chegando lá Deus lhe mostraria qual o monte em que deveria fazer o sacrifício. Assim como Deus havia, anteriormente, dito para Abraão deixar a casa de seu pai para uma terra que ele lhe mostraria, também aqui iria indicar o local. Todavia, Abraão já tinha experiência que Deus lhe indicasse o lugar, porém construir um altar no lugar indicado por Deus era a primeira vez que isso ocorria. Até aquele momento, Abraão sempre edificara altar onde tinha querido, segundo a sua vontade, mas, agora, o altar deveria ser construído no local que Deus lhe haveria de mostrar. Quanto mais tempo passamos na presença de Deus, a tendência será a de, cada vez mais, passarmos a ser dependentes do Senhor e não o contrário. Devemos prosseguir na direção que Deus enviar e não em nossa própria vontade fazendo o nosso querer. Os grandes homens da Bíblia apresentam-se como pessoas sem vontade própria e totalmente submissas ao Senhor, a começar pelo maior exemplo de todos, Jesus, que anulou até mesmo Seu
instinto de sobrevivência no Getsêmane. Observe o exemplo do apóstolo Paulo, segundo o qual, ele nem sequer mais vivia, mas era Cristo quem vivia nele (Gl 2.20). Por último, no local do sacrifício, no monte Moriá, seria construído depois o templo de Jerusalém. Ali, Abraão fez um único sacrifício, indicando que o sacrifício prefigurado seria único e suficiente para a redenção da humanidade. 2. Chegando ao lugar de destino. Durante três dias, Abraão caminhou em direção a seu destino e, mesmo com o coração apertado em ter que sacrificar seu próprio filho, ele vê o lugar de longe (Gn 22.4). O terceiro dia é sempre dia de grandes revelações e Abraão estava prestes a presenciar algo marcante em sua vida.
Durante três dias de jornada Abraão chega ao lugar de destino, durante todo esse tempo ele manteve-se calado para com os dois moços e seu filho a respeito do propósito daquela viagem. Somente ao terceiro dia, Abraão viu o local, ainda de longe, ou seja, Deus lhe mostrou qual era o local de adoração em que se deveria fazer o sacrifício. Visto o lugar do sacrifício o patriarca Abraão diz para os dois moços que aguardassem ali, juntamente com o jumento que fora albardado, enquanto ele e Isaque iriam até o lugar indicado por Deus. O momento chegou, Abraão estava prestes a passar pela maior prova de sua vida, o sacrifício de seu único filho a quem amava. Certamente Deus queria testar Abraão através dessa prova, o sacrifício de Isaque não era o que Deus queria, porque na verdade, Deus queria o melhor de Abraão: a obediência. 2.1. Ele viu de longe o lugar. Abraão era um homem de visão e, chegando a Moriá, disse algo profético: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn22.5). Existem níveis que poucas pessoas podem alcançar e subir a Moriá é um deles. Moriá é o lugar onde se sacrifica aquilo que mais se ama, aquilo que é único. Deus especificou o que queria no altar: “o único, a quem amas”. Era como se dissesse. “Existe algo entre mim e ti e precisa ser retirado”. Abraão tinha duas opções: ou sacrifica Isaque ou sacrificava o próprio Deus. Como sabia que Deus era a fonte, não temeu em obedecer (Rm 4.18).
Explique para os alunos que o patriarca Abraão sempre foi um homem temente e obediente a Deus. Todavia, nenhum teste poderia ter sido mais severo do que esse. Abraão provou para toda a humanidade que a sua amizade com Deus estava acima de qualquer bem. Ressalte para eles que Deus usou a fé de Abraão como um exemplo para todas as gerações futuras (Gn 15.6).
Assim que Abraão viu o lugar, ele dá ordem aos dois moços que esperassem ali, até que ele e Isaque fossem até o lugar indicado por Deus (Gn 22.4,5). Nessa frase, verificase a expressão que denotava a confiança excelente do patriarca: "eu e o moço iremos até ali e, havendo adorado, tornaremos para vós”. Abraão tinha total confiança que retornaria juntamente com Isaque. Mas como seria possível voltar com Isaque se ele seria sacrificado a Deus em holocausto, depois de matar Isaque, Abraão teria de queimá-lo em oferta ao Senhor? Assim Abraão falou não porque tivesse uma mera esperança, mas, diz-nos o escritor aos Hebreus, porque "pela fé ofereceu Abraão a
Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar..." (Hb 11.17,18). Naquele momento, a situação era totalmente adversa: o mesmo Deus, que prometera e dera o filho ao patriarca, Ele mesmo o queria em holocausto, mas Deus é imutável, não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa, dá a entender que de modo algum, Deus não queria o sacrifício de Isaque, assim, Isaque tornaria vivo, teria de dar continuidade à descendência, conforme Deus havia prometido a Abraão. Às vezes é preciso levar nosso Isaque para o altar! Onde está a nossa fé para confiar e crer que Deus é poderoso para até dos mortos ressuscitar nosso Isaque. As promessas de Deus não falham. Como diz o cantor sacro: "De Deus mui firme são as promessas, falhando tudo, não falharão. Se das estrelas, o brilho cessa, mas as promessas brilharão" (refrão do hino 459 da Harpa Cristã). 2.2. O centro da vontade de Deus. Após três dias de caminhada Abraão chega ao momento crucial de sua vida (Gn 22.9). Ele tem de imolar seu próprio filho. Isaque vê a lenha, o fogo e o cutelo, mas não vê o cordeiro para o holocausto. Isaque sabe que algo não está correto. Ele não é uma criança. Ele conhece os procedimentos do sacrifício. Mas, assim como Abraão confia em deus, Isaque confia em seu pai. Abraão sabia que deveria matar seu e Isaque sabia que deveria morrer; um deveria sacrificar, outro deveria ser o sacrifício. Estar no centro da vontade de Deus é exatamente isto (Gn 22.6-8).
Explique para os alunos que o0 ato de ordenar a Abraão que matasse seu filho com as próprias mãos, obrigava o patriarca a mata-lo primeiro em seu coração, assim não restaria dúvida nenhuma de que estava realmente morto (Jo 12.24). Não deixe de comentar com os alunos que jamais venceremos o externo se o interior não for realmente tratado. Deus não trabalha com aparência, mas sim com transformação, e esta começa no interior do coração de cada ser humano.
Uma lição importante que tiramos é de que Abraão e Isaque assumiram pessoalmente a responsabilidade pelo ato de adoração, os dois se colocaram no centro da vontade de Deus, juntos estavam unidos em cumprir a missão, Abraão em obediência a Deus e Isaque em obediência a Abraão seu pai. Não eram, como muitos crentes de nossos dias, "crentes de carona", que vivem à custa da espiritualidade e unção dos outros. Abraão e Isaque tomaram todo o material necessário para o sacrifício e partiram rumo a Moriá. Abraão levava o fogo e o cutelo na sua mão e Isaque, mais jovem e vigoroso, a lenha do holocausto. Segundo o relato do texto bíblico diz que ambos foram juntos, expressando dessa forma, unidade, ainda que houvesse diversidade de funções, de tarefas, diante das peculiaridades de cada um. Assim, também na igreja, devemos agir do mesmo modo, a fim que possa haver uma perfeita adoração, é necessário que cada um cumpra o seu papel, que cada um faça o seu esforço, segundo a sua aptidão e capacidade. Infelizmente, se dependêssemos de muitos crentes, hoje em dia, a lenha, o fogo ou o cutelo ficariam ao pé do monte. Durante a caminhada em direção a Moriá, Abraão e Isaque estão em silêncio. Isaque, não sabia de qual sacrifício se tratava, porém, como era alguém dotado de plena consciência e ensinado
por seu pai na adoração a Deus, logo percebeu que faltava o cordeiro para o sacrifício. De modo, que pergunta a seu pai onde estava o cordeiro para o holocausto? (v. 7). Então, Abraão, uma vez mais, demonstrando confiança na providencia de Deus em seu interior, fala que Deus iria prover o cordeiro. R.N. CHAMPLIN diz que é dessa expressão do patriarca que advém o conceito da "Divina Providência", ou seja, "o cuidado de Deus sobre todas as Suas obras" (Sl 145.9). Após a declaração do patriarca, Isaque prosseguiu o seu caminho, demonstrando satisfação com a resposta recebida de seu pai, bem assim, também ter a mesma confiança e a mesma fé de Abraão. O texto expressa esta comunhão de propósitos e de valores ao afirmar que "caminharam ambos juntos" (Gn 22.8b). Assim, não apenas em Abraão vemos uma demonstração de fé e submissão, mas também em Isaque, que foi obediente, visto que poderia, ante a sua idade e condição física, facilmente fugir do papel de vítima do sacrifício. Todavia, Isaque deixou-se amarrar e ser colocado no altar, sem resistir, numa perfeita tipificação do que Jesus faria pela humanidade milênios depois. 2.3. Disposto a ir até o fim. É incrível como Deus tem formas magníficas de revelar a nós mesmos o que somos. Ele nos conhece, sabe de nossas limitações e o potencial que temos. Nós é que precisamos nos descobrir. Por isso, Ele nos prova, nos faz sangrar, chegar até as últimas consequências. Então, depois, o Eterno se revela com bondade, amor e grandeza. O patriarca Abraão estava realmente disposto a obedecer (Gn 22.10). Ele tinha consciência de que Deus havia gerado Isaque das entranhas do nada, apenas pelo poder de Sua Palavra. O escritor aos Hebreus afirma que Abraão considerou que deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar (Hb 11.18). Abraão não creu porque alguém disse algo a respeito de Deus. Ele creu em deus porque o conhecia.
Não deixe de comentar com os alunos que a fé de Abraão ressalta através de suas declarações. Na subida de Moriá, o patriarca disse aos seus moços: “Eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn 22.5). E para seu filho afirmou: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto” (Gn 22.8). Reforce para eles que Abraão acreditava que, de algum modo, retornaria com o seu filho prometido.
Abraão estava determinado a sacrificar Isaque em obediência a Deus. Ele edificou o altar, pôs em ordem a lenha e amarrou a vítima, que era seu próprio filho Isaque e iria dá o golpe fatal em Isaque com o cutelo quando foi interrompido por Deus, que determinou que o patriarca não matasse seu filho. Abraão provou que Deus estava acima de todas as coisas na sua vida e que nem o único filho lhe fora negado. Certamente foi a maior prova vivida por Abraão, um teste muito difícil, mas que demonstrou sua total obediência a Deus. No instante em que ia matar Isaque, um anjo o faz parar e diz, “Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho”. (Gn 22.12). Nós afirmamos que Abraão passou no teste. A mensagem aqui é clara: como fez Abraão, nós deveríamos ser voluntariosos para fazer tudo o que Deus pede de nós, não importando qual seja a missão, mesmo que aos nossos olhos seja difícil de cumprir. 3. Deus proverá o cordeiro.
Moriá é o lugar onde Deus se revela com intensidade a Abraão, onde lhe renova as promessas e o torna exemplo de fé para todas as gerações. Em Moriá, Abraão avistou dois cordeiros: o que substituiu Isaque e o que substituiu a humanidade.
Não era intenção de Deus que Isaque fosse realmente sacrificado, conquanto, no tempo oportuno, seria derramado pelo pecado um sangue mais nobre que o dos animais, o sangue do unigênito Filho de Deus. Contudo, ainda assim Deus não teria aceitado, em caso nenhum, os sacrifícios humanos. Se Deus não aceita sacrifício humano, então por que Deus pediu que Abraão oferecesse sacrifício humano? Até porque sacrifício humano era práticas das nações pagãs e Deus condenava como um grave pecado (Lv 20.1-5). Entendemos que Deus não queria a morte de Isaque. Mas sim que Abraão sacrificasse o filho no coração, para com isto tornar claro que Abraão amava mais a Deus do que as promessas e o filho tão esperado. Por isso Deus providenciou um cordeiro no lugar do sacrifício de Isaque. Esse sacrifício referencia-se ao Messias prometido, à Semente bendita. Jesus Cristo foi sacrificado em nosso lugar, como este cordeiro em lugar de Isaque, e sua morte foi a nossa expiação. Note-se que neste mesmo lugar do sacrifício, no monte Moriá, tempo depois foi construído o templo; e ficava próximo do Calvário onde Cristo foi crucificado. Foi dado um novo nome a esse lugar, para ânimo de todos os crentes, até o fim do mundo, para que alegremente confiem em Deus e o obedeçam. Jeová-Jiré, Jeová proverá, aludindo provavelmente ao que tinha dito Abraão: Deus se proveria de um cordeiro. O Senhor sempre terá seu olho sobre seu povo, em suas angústias e inquietudes, para dar-lhe ajuda oportuna. 3.1. A revelação de Cristo vivo. Na hora do sacrifício, Abraão é impedido por um anjo. No entanto, não é um anjo comum. É o próprio Senhor Jesus que se revela para ele, antes mesmo de ser gerado no ventre de Maria. Em Gênesis 22.1, 2, é o Senhor que ordena a Abraão que sacrifique Isaque em Moriá. Mas, em Gênesis 22.12, o anjo que impede Abraão diz a seguinte frase: “Não estenda a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho”. Observe atentamente a expressão “não me negaste”. A confirmação dessa revelação aparece em João 8.56-58, quando o próprio Jesus afirma que Abraão viu o Seu dia e se alegrou. Em outras palavras, Abraão teve o privilégio de ver o Cristo antes que a humanidade pudesse ver.
Esclareça para os alunos que o que era sacrifício para Abraão se tornou em memorial de fé para a humanidade e fonte de revelação para el. Reforce para eles que Abraão teve a coragem de mostrar para Deus que Ele era mais importante do que tudo o que havia lhe dado. Informe para eles que Deus, por Sua vez, prova para Abraão que não desejava Isaque, apenas o seu coração livre e liberto.
O mandamento de Deus dado a Abraão para oferecer Isaque como sacrifício tinha a finalidade de ser somente uma prova de que Abraão amava mais a Deus de que seu próprio filho Isaque e este objetivo do mandamento foi alcançado. É exatamente por este motivo que Deus impede que Abraão mate seu filho. Embora o autor da revista cite o “anjo do Senhor” sendo a pessoa de Cristo, que, aliás, é a compreensão de muitos estudiosos, quero fazer algumas observações quanto a este entendimento: 1.
Observando os (v.1,2) do capítulo 22 em análise, veja que quem prova Abraão é o próprio Deus “E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disselhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. No (v. 3), Abraão levanta-se pela manhã de madrugada, prepara todo material necessário e vai ao lugar indicado por Deus juntamente com os dois moços escolhido por ele e seu filho Isaque em obediência a ordem de Deus; 2. No (v.7) quando Isaque pergunta onde está o cordeiro para o holocausto?A resposta de Abraão a Isaque no versículo seguinte (v.8) é que Deus proverá, o que de fato é confirmada essa verdade no (v.13); 3. De acordo com o(v.11)quando o “anjo do Senhor “brada desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! ” Ele prontamente responde: “E ele disse: Eis-me aqui”. Agora, observe as palavras escritas no (v.12): “Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho”. Perceba que quem impede a ação de Abraão é o próprio Deus, que fez o pedido para que Abraão sacrificasse Isaque de acordo com o (v.2), note a frase dita por Deus “não me negaste”, toda ação de Abraão era em cumprimento a ordem dada por Deus. 4. Ainda, segundo o (v.13), o fato do carneiro se encontrar travado pelos seus chifres, num mato, era tão somente a providência de Deus para o sacrifício no lugar de Isaque pela resposta de Abraão dito a seu filho que Deus proveria o cordeiro no (v.8), por fim, por essa prova de fé, Deus abençoa Abraão grandissimamente, pois o patriarca demonstrou que Deus estava acima de tudo em sua vida, inclusive do seu filho Isaque. “Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz”. (Gn 22.17,18). Diante das considerações citadas, penso que o “anjo do Senhor” em questão é o próprio Deus, o Verbo eterno, que seria o grande Redentor e Consolador, foi Ele que intercedeu e deu um final feliz a esta prova. 3.2. A porta dos inimigos. Após revelar-se a Abraão, o Senhor lhe diz que, por sua obediência, lhe abençoaria de tal forma que a sua descendência possuiria “a porta dos seus inimigos” (Gn 22.16, 17). Fomos abençoados através de Abraão e não com uma medida de benção qualquer, mas, como descendência dele, o Senhor nos conferiu o dom de conquistar. A expressão “possuir a porta dos inimigos” fala de grandes conquistas, de posse e de prosperidade em todas as áreas de nossa vida.
Explique para os alunos que, naquela época já havia esta revelação e um entendimento claro sobre esse assunto. Se alguém conseguisse ter autoridade sobre as portas, então dominaria sobre a cidade ou sobre o adversário. Por isso quando as pessoas declaravam uma bênção, costumavam dizer “Que a sua descendência possua a porta dos inimigos (Gn 24.60). Ressalte para eles que possuir a porta ou cidade dos inimigos foi uma promessa feita a Abraão que se estende a todos os que estão em Cristo, pois, pela fé somos descendentes de Abraão (Gl 3.29). Informe para os alunos que podemos extrair duas coisas deste princípio. Primeiro, existem portas naturais e espirituais que o inimigo quer abrir ou fechar sobre nós. Segundo, quem possui a porta tem autoridade. Em outras palavras, quem possuir a cidade significa que possui as portas. Merece ser destacado para eles
que, quando um inimigo queria invadir uma cidade, logicamente procurava possuir as portas porque dominando as portas dominaria uma cidade. Se, por alguma razão, o inimigo tivesse acesso às portas, teria acesso à cidade. Esclareça para eles que Deus deu a nós, através da promessa feita a Abraão, o domínio das portas dos nossos inimigos.
As bênçãos que Abraão recebeu de forma abundante foi porque não hesitou em obedecer a Deus. Primeiramente, Deus conferiu aos descendentes de Abraão habilidade de vencer seus inimigos; depois, Deus prometeu a Abraão filhos e netos que seriam uma benção para o mundo. A vida das pessoas seria transformada como resultado do conhecimento da fé de Abraão e seus descendentes. Costumamos pensar em bênçãos como presentes a serem desfrutados. Mas quando Deus nos abençoa, é com o propósito de fazer estas bênçãos transbordarem para outros. 3.3. Adorando a Deus. A primeira menção da palavra “adorar” na Bíblia aparece exatamente no capítulo 22 do livro de Gênesis. Tal referência nos indica que o ato de adorar envolve três fatores: sacrifício, renúncia e obediência. Isaque representa toda a barreira que nos impede de contemplar o Senhor com exclusividade. Com Isaque em nosso coração, Deus fica em segundo plano. É extremamente importante compreender que o nosso Deus não aceita ninguém como rival (Mt 6.24). Por isso, devemos levar nosso Isaque a Moriá e entrega-lo a Deus. O nome Moriá vem da palavra “Morá”, que em hebraico, significa “temor”. Desta montanha, o temor de Deus percorreu a terra toda. Outra versão diz que vem de “ora”, que quer dizer luz. Curiosamente, esse é o mesmo lugar onde Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão, teve um encontro com Deus quando fugia de Esaú (Gn 28.19).
Explique para os alunos que, mil anos após o patriarcal, Salomão construiu o templo nessa elevação. A casa do Senhor, entretanto, foi destruída pelo rei da Babilônia, Nabucodonozor, em 587 a.C. Reconstruída no tempo de Esdras e Neemias, foi novamente destruída pelo general Tito, no ano 70 de nossa era. Informe para eles que, atualmente, sobre o Monte Moriá, encontra-se a Mesquita de Omar ou Domo da Rocha, um dos lugares mais sagrados para os mulçumanos. Informe para eles que, do templo de Salomão, restou apenas uma muralha na qual judeus de todo o mundo choram o seu exílio e suas amarguras. O Muro das Lamentações é o último resquício da glória passada de Israel.
Nada poderá impedir de adorarmos a Deus, mesmo que seja aquilo que valorizamos e amamos. Deus está acima de qualquer coisa considerada por nós, Abraão foi provado naquilo que amava; seu único filho Isaque, mas com caráter de verdadeiro adorador ele não recusou de oferecer Isaque ao Deus em sacrifício, provando que Deus estava em primeiro na sua vida, pela fé confiava que Deus até poderia ressuscitar seu filho e trazer de volta a vida, mas não deixou de obedecer a Deus. Pois Deus era a fonte de tudo que possuía, foi Ele que deu seu filho na sua velhice. É mesmo difícil nos separarmos de algo que amamos profundamente. O que poderia ser mais natural que amar seu único filho? Ainda assim, quando entregamos a Deus o que Ele pede, recebemos de volta muito mais do que poderíamos imaginar. Os benefícios espirituais das bênçãos de Deus em muito superam os nossos sacrifícios. Jamais podemos deixar que algo impeça de demonstrar nossa adoração e amor a Deus, Confie em sua providência (22.8).
Conclusão. Matar seu filho com as próprias mãos obrigava o patriarca a matá-lo primeiro em seu coração (Jo 12.24). Jamais venceremos o externo se o interno não for realmente tratado. Deus não trabalha com aparência, mas sim com transformação e esta começa no interior do coração de cada ser humano.
Tudo aquilo que amamos e estimamos de mais querido nesta terra, pode ser nosso Isaque. Por obediência e amor a Deus, Abraão, apesar de amar seu filho Isaque, provou que Deus é o bem mais precioso em sua vida. A única maneira que temos de achar consolo em algo terreno é colocá-lo pela fé nas mãos de Deus. Abraão é considerado e chamado o pai da fé e amigo de Deus. A sua vida é uma ilustração do tipo de pessoa que está apta a receber as bênçãos prometidas de Deus, e é uma profecia da verdade, que a salvação é pela fé. Questionário. 1. O que Deus pediu que Abraão sacrificasse?
R: O sacrifício de Isaque, o seu único filho (Gn 22.2). 2. Onde Deus pediu que Isaque fosse sacrificado?
R: No monte Moriá (Gn 22.2). 3. No terceiro dia, o que Abraão viu?
R: O patriarca viu o lugar de longe (Gn 22.4). 4. O que viu Abraão em Moriá?
R: Ele viu o Cristo antes da revelação para a humanidade (Gn 22.12; Jo 8.56-58). 5.O que devemos sacrificar em Moriá? R: Os Isaques de nossas vidas (Jo 12.24).