Lição 1 Entendendo o que é adoração. 02 de outubro de 2016 Texto Áureo João 4.24 Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. Verdade Aplicada Adorar em espírito e em verdade é obedecer ao padrão de Deus para a adoração. Objetivos da Lição Definir o conceito bíblico da adoração; Observar a urgente necessidade de um conhecimento mais profundo sobre adoração; Encorajar-nos ao exercício de uma adoração que agrade a Deus. Glossário Cadência: regularidade de movimentos; harmonia; ritmo; Dotes: Merecimento; boas qualidades; mérito; Imbuído: Convencido; implantado; impregnado. Leituras complementares Segunda 2Co 3.13-18 Terça Is 61.1-7 Quarta Jo 3.1-16 Quinta At 2.37-47 Sexta Rm 8.1-17 Sábado Hb 10.19-23 Textos de Referência. João 4.19-23 19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. 20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22 Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Hinos sugeridos. 154, 185, 396. Motivo de Oração Ore por uma vida de obediência à Palavra de Deus. Esboço da Lição Introdução 1. Definindo adoração. 2. Os pré-requisitos da adoração. 3. Elementos indispensáveis à adoração. Conclusão
Introdução Em 2 Reis temos a narrativa de pessoas sendo estraçalhadas por leões pelo fato de não saberem cultuar a Deus. A solução foi chamar um sacerdote do Deus de Israel para que os ensinasse a adorar ao Senhor.
Entender o que é adoração parece um tanto fácil, já que o assunto está no nosso dia a dia e é uma das essências vida cristã. Entretanto, compreender, o real significado dessa essência é algo bem mais complexo e requer muito mais esforço do que se pode imaginar. A verdadeira adoração tem uma amplitude de muito maior alcance do que aquele que normalmente entendemos. Adorar a Deus como Ele merece e quer é um processo que vai além de um mero culto, evento musical, serviços de cânticos, louvores, etc. A palavra traz em si conotações mais intimas e afetivas. Abrange tudo isto e muito mais. Nela também inclui aquilo que somos, possuímos ou fazemos. Nossa vida já deve ser em si, um ato de adoração a Deus. Essa adoração, no qual vivemos e nos movemos (At 17.27-28), são acima de tudo, atitudes de nosso homem interior, imagem e semelhança do criador (Gn 1.26). É por esta razão que a Bíblia não esgota suas páginas em afirmar que a a doração é o propósito central de nossa existência (Ef. 1.5-6,12-14; Rm 11.36; 14.7-8; Is 43.7,21; Sl 95.6-7). 1. Definindo adoração. Toda a cadência do texto bíblico é registrada pelo compasso da adoração. A Bíblia é um livro de adoração. Para alcançarmos uma visão clara sobre a adoração, é necessário examinar cuidadosamente as Sagradas Escrituras.
Na Antiga Aliança, a adoração eram demonstrações exteriores definidas basicamente pela formalidade (Hb 9.1) e por posturas físicas adotadas no ato de adorar (Gn 24.26,48; Ex 4.31; 12.27; Js 5.14; 2 Cr 29.29-30; Ne 8.6; Jô 1.20; 4.22-24; Sl 95.6; 132.7). Com o advento da Nova Aliança, a adoração passou a ser, acima de tudo, uma postura espiritual (Hb 9.9-10; Jo 4.23-24), tendo como base principal, a estrutura espiritual de quem crê, teme, ama e serve ao Deus Altíssimo. Ela se reflete no desejo de comunhão progressiva que temos com Ele e de nossa intenção de cultuá-Lo (Rm 12.1-2; 13.15-18). É uma necessidade interior que leva o ser humano a aceitar, integralmente, a soberania de Deus e o Senhorio de Cristo (Ef 1.6,12,14). Render, servir e reverenciar são apenas três verbos que o nosso comentarista utilizou com o objetivo de definir, de uma forma geral, o que é adoração. No entanto, existem muitos outros verbos e termos, como por exemplo: prostrar-se, inclinar-se, curvar-se, ajoelhar-se, entregar-se venerar, cultuar, louvar, cantar, exaltar, glorificar, enaltecer e etc, que também são utilizados com o intuito de conceituar o que é adoração. Entretanto, dada à sua abrangência, nenhum destes por si só, são suficientes para descrever com precisão o real significado que o termo requer, mas apenas comunicam a ideia do que pode ser, visto que o assunto abarca todos estes e muitas outras mais, simultaneamente. 1.1. Adorar significa render-se. O Novo Testamento destaca 58 vezes a palavra “adorar” (proskynéo), bem como suas correspondentes dentre cinco mil termos relacionados com o culto. Originalmente significa “beijar”. Entre os gregos era um termo técnico que significava “adorar aos deuses”, dobrando os joelhos ou prostrando-se. Beijar a terra ou a imagem em sinal de adoração acompanhava o ato
de prostrar-se no chão. Colocar-se nessa posição comunicava a ideia básica de submissão. O gesto de curvar-se diante de uma pessoa e ir até o ponto de beijar seus pés quer dizer: “reconheço a minha inferioridade e a sua superioridade; coloco-me à sua inteira disposição.” (2Cr 7.3). Adoração é um ato de rendição ao Eterno Senhor Deus. É o Espírito Santo que habita o cristão a adorar, pois Ele conhece nossa interioridade pelo ângulo mais profundo, do ponto de vista do Criador (Ef 5.18-19).
Um dos conceitos apresentados pelo comentarista no intuito de definir o que é adoração, é que, adorar é um ato de total rendição. A ideia básica é a de submissão, isto é, de reconhecer a nossa inferioridade e aceitar a superioridade de Deus, colocando-nos à Sua inteira disposição, em gratidão e adoração (Hb 12.28). Nas Escrituras o termo original mais utilizado para designar esse ato é “proskuneo” e significa “prostrar-se, inclinar-se a ponto de beijar os pés, submeter-se, render-se, etc” (Gn 24.26; Ex 4.31, 12.27; Js 5.14; 2 Cr 29.29-30; Ne 8.6; Jô 1.20; Sl 95.6; 132.7; Mt 2.2, 11; Mc 15.19; Fp 3.3; Ap 5.14; 11.16; 15.4; 22.8-9). Essa atitude indicava que todo judeu devia manter e administrar sua vida como reconhecimento da soberania e autoridade divina. De fato a rendição é um tributo de submissão que fazemos para o Senhor, e, portanto, uma das formas visíveis de adorar a Deus (Sl 95.6; 2 Cr 29.30; Mt 2.11). 1.2. Adorar significa servir. O culto implica em serviço (latreia), termo usado por Jesus para responder ao diabo (Mt 4.1). Esse segundo termo é empregado frequentemente na Septuaginta (90 vezes), especialmente em Êxodo. Deuteronômio, Josué e Juízes, mas apenas uma vez nos profetas. Moisés várias vezes pediu a permissão da parte de Faraó para deixar os israelitas partirem para servir a Deus. Tratase de cultuar e oferecer atos de adoração que agradem ao Deus da aliança (Êx 4.23; 8.1; 20; 9.1). No contexto de 2 Reis 17, os novos dominadores da nação de Israel começaram a povoar a terra conquistada com pessoas de diversos lugares, principalmente com babilônios. Entretanto, mesmo estando na terra de YAHMEH, eles não sabiam tributar louvores a Ele. E impressionante notar que a razão da ira divina sobre os novos habitantes de Samaria consistia em que eles estavam na terra do Maravilhoso Deus, mas não sabiam adorá-Lo. Porventura não será também esta a realidade da Igreja no século XXI? A diferença é que hoje não existem leões, mas ainda vemos multidões que frequentam a casa de Deus sem saberem cultuá-Lo.
Outro conceito apresentado pelo comentarista da lição com o objetivo de definir o que é adoração, é que, adorar é um sublime ato de servir. Nas Escrituras a palavra original grega mais utilizada é “latreia” e significa “cultuar, oferecer sacrifícios espirituais” (Rm 12.1). O apóstolo Pedro declara que nós somos templo espiritual edificado para a glória de Deus. Diz ainda, que somos um sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais, o que se constitui um serviço de adoração (1 Pe 2.5,9). Adorar a Deus significa não só cultuar, mas serví-lO a todo instante, a todo o momento (Hb 13.15). A ideia é oferecer a Deus tudo o que somos e tudo o que existe em nossa vida: Nossos recursos, nossa inteligência, nossas forças, nosso compromisso, nossa dedicação etc (Hb 13.16-18). Há pessoas que se preocupam em ter uma vida de adoração apenas nas quatro paredes do templo de sua igreja local, esquecendo-se totalmente de que também são templos do Espírito Santo (1 Co 6.19; 2 Co 6.14-18). A adoração a Deus envolve os momentos de culto
e de devoção coletiva, mas, envolve também, os instantes de devoção individual, de oração diária, de leitura da Palavra de Deus, testemunhos, etc (1 Co 3.16-17; 1 Tm 3.7). 1.3. Adorar requer atos de reverência. Em terceiro lugar, o Novo Testamento utiliza o vocábulo “sebein” (reverenciar). As palavras que derivam desta raiz (seb) são muito frequentes na língua grega fora da Bíblia. Transmitem o quadro característico do grego como homem religioso devotado a seus deuses para evitar as nefastas consequências do azar (At 17). A conotação religiosa grega impediu que esses vocábulos fossem muito usados para designar o culto, na tradução do Antigo Testamento. A adoração requer uma reverente preocupação com o que agrada a Deus (2Tm 3.12). Consequentemente, devemos reconhecer que a vida de temor a Deus não pode ser isolada duma piedade (eusebeia) prática de seguir a Cristo, como não vale qualquer culto separado do sacrifício do Filho. Vale a pena destacar que adorar é reconhecer, no íntimo, a soberania de Deus sem considerar secretamente outras opções. É adorar a Deus sem rivais. É adorar a Deus sem “segundas intenções”. Adoramos pela Sua essência, não apenas pelas evidências.
O último conceito apresentado pelo nosso comentarista, é que, adorar a Deus requer reverência. Nas Escrituras a palavra original grega utilizada para representar é “sebein” e significa “reverenciar com temor”. Portanto, adoração consiste também nos atos e atitudes que reverenciam e honram a majestade de Deus (Sl 2.11). O verdadeiro adorador tem uma reverente preocupação de fazer o que agrada a Deus (Rm 11.2). Infelizmente, muitos costumam tratar Deus como um ser qualquer e isto tem gerado falta de temor, reverência e respeito quando nos apresentamos diante d’Ele (Hb 12.28; Hc 2.20). A lição ensinada a Moisés no incidente da sarça é necessária e indispensável em nossos dias (Êx 3.5). Grande parte dos cristãos, não fazem diferença entre o santo e o profano, entre o puro e o impuro (1 Co 10.21). Nosso povo precisa ser ensinado a demonstra maior respeito e reverência para com Deus e as coisas sagradas (Sl 89.7; Ec 5.1; Js 5.15). 2. Os pré-requisitos da adoração. É necessário que aquele que se aproxima de Deus, comporte-se adequadamente, isto é, esteja imbuído pelo ato de adorar (Jo 4.23). Isto requer experiência e conhecimento. Para entrar na presença de Deus, supõe-se que o adorador saiba o que está fazendo e tenha legitimidade para isto. Basta lembrar-se de Uzias, que entrou no templo sem legitimidade e sem competência levando sobre si a lepra como fruto da desobediência e rebeldia contra Deus (2Cr 26.16-21).
Os pré-requisitos ou requisitos da adoração cristã, além dos mencionados pelo comentarista, estão também intimamente ligados ao grau de conhecimento, de relacionamento e de comprometimento que temos com a pessoa de Deus e de seu Filho Jesus Cristo. Em regra, a verdadeira adoração só é entendida e compreendida quando conhecemos aquele a quem adoramos (Jo 4.22); só é sentida e experimentada quando desfrutamos de um íntimo relacionamento com Ele (2 Co 6.16-18); só é aceitável quando assumimos de coração o compromisso de amá-LO acima de todas as coisas (Rm 12.1-2; Jo 14.23)). 2.1. O novo nascimento. A experiência pessoal do novo nascimento é requisito fundamental para os que procuram adorar (Jo 3.3). Em hipótese alguma a adoração dispensa esse encontro com o Calvário. É preciso submeter-se a uma experiência com Jesus Cristo, a quem dirigimos o louvor. A experiência não
se compra, não se vende, não se negocia; experiência se vive. É isso que ocorre na vida do adorador genuíno. Ele teve uma experiência transformadora com Deus, cujo resultado foi uma mudança em toda a sua forma de ser e agir. É extremamente válido ressaltar que a adoração é o brado de júbilo de alguém que foi liberto e liberto para adorar (Sl 142.7ª). O Deus Todo-Poderoso não pode apreciar o louvor de uma vida que está presa ao pecado, já que está presa ao pecado, já que este elimina a base para a legítima adoração. Assim, os lábios não regenerados estão impossibilitados de cultuar ao Senhor. A regeneração é a credencial essencial daquele que adora. Os ímpios poderão elevar suas súplicas a Deus e até poderão obter respostas. Entretanto, não terão os seus louvores aceitos por Deus, exceto se caírem ao pé da cruz. É esse ato que marcará o rompimento com o pecado e, consequentemente, abrirá as cortinas do santuário do Altíssimo. Deus não pode endossar a adoração prestada por alguém que continua distante da cruz; dessa cruz que era nossa e que nosso Senhor Jesus Cristo tomou para si de tal modo que ela O qualificou para receber toda a honra, gloria e domínio. Portanto, antes de nos chegarmos ao trono da adoração, devemos passar pela cruz da remissão.
A verdadeira adoração é prestada a Deus somente por aqueles que nasceram de novo. Na verdade, por causa de sua situação decaída, o homem por si só jamais seria capaz de adorar a Deus. Embora todos os homens possuam consciência de Sua existência (Rm 1.1920), esta “consciência” não o habilita a prestar uma adoração aceitável. Ao contrário, a Bíblia e a própria história prova que os homens decaídos chegam aos mais diversos disparates religiosos (Rm 1.21-26), menos ao conhecimento real de Deus. O homem corrompido pelo pecado estará propenso muito mais a produzir imagens e deuses falsos para si (Rm 1.23), do que prestar uma adoração aceitável ao Senhor (Rm 12.1). O fato é que nenhum homem jamais buscaria ao Deus vivo se o Senhor primeiro não o chamar. Por isso, todos os que se achegam a Deus foram antes procurados por Ele, e justificados pelo sangue de Jesus, e assim, habilitados a comparecer diante de sua face gloriosa. Em seu estado decaído, o homem, não poderia sobreviver na presença de Deus nem só por um instante. É por essa razão, que a conversão é um requisito indispensável para a verdadeira adoração. Somente um coração convertido e regenerado pode adorar a Deus de forma agradável e aceitável. 2.2. A quebra dos ídolos. Existe um teste que pode avaliar muito bem o nosso culto: ele está projetando Deus ou o homem? Desta resposta dependerá toda a validade de nossa adoração. Esse homem pode ser qualquer personagem que esteja ocupando o lugar de Deus, ou talvez um objeto que estamos colocando acima dEle, mas esse homem pode ser ainda você próprio. Infelizmente, não são poucos os que têm caído na egolatria. São pessoas que estão a idolatrar o seu próprio ego. Além dos glutões, dos depravados e dos sensuais, que são homens “cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre; e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. ” (Fp 3.19), existem aqueles que fazem de sua aparência, do seu intelecto e mesmo dos seus dotes naturais o seu próprio deus. Afinal, o que é um ídolo? Tudo que desvia nossa atenção de Deus torna-se um ídolo. Somos propensos, em razão de nossa natureza adâmica, a idolatrar até mesmo os nossos sentimentos mais nobres. Por certo, foi pensando nisto que João, o discípulo amado, exortou: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém. ” (1Jo 5.21). Um louvor absoluto a Deus exige a quebra dos ídolos. Pior que cultuar a outro deus é estar cultuando a si próprio. O homem arrogante, cheio de si mesmo raramente dará lugar para Deus. Ele retém consigo aquilo que pertence ao Senhor e todo espaço fica ocupado por sua presunção. O seu orgulho acaba aprisionando a sua devoção, a vaidade pessoal lhe amordaça os lábios impedindo-o de bendizer a Deus. A ênfase ao ego é a causa da esterilidade na adoração. Despojemo-nos de toda autossuficiência. Que toda plataforma de egocentrismo seja destruída!
Quando o nosso ego se apaga, a adoração se inflama. De fato, a gênese de nosso tributo acontece quando depomos a nós mesmos e permitimos que o Senhor seja o soberano inquestionável de nossas vidas. Deixar de dobrar-se diante do nosso ego para nos dobrarmos única e exclusivamente diante do Senhor significa juntar-se aos genuinamente humildes de espírito. Com efeito, quem almeja subir aos píncaros do louvor deve passar pelo vale da humildade na adoração? É, sem dúvida, aquela sujeição deliberada em reverência à majestade divina. O princípio da submissão governa a vida e as atitudes do verdadeiro adorador visando sempre a glória de Deus.
Na adoração, quebrar os ídolos do coração é algo mais complexo e difícil do que deixar de adorar imagens. Com o novo nascimento, fomos visivelmente libertos da adoração de imagens, entretanto, muitos crentes ainda não deixaram os ídolos do coração, isto é, ídolos que não podemos ver ou apalpar. E, são esses ídolos não visíveis ou tangíveis os mais difíceis de serem quebrados (Êx 32.21). Nunca seremos adoradores por excelência, enquanto o mundo, outras pessoas ou coisas (grupos musicais, cantores, projetos, status sociais, carro, casa, dinheiro, filhos, esposas, própria vida, etc) tomarem o lugar de Deus em nossa vida (Tg 4.4-5; Mt 6.24; 2 Co 6.16-18). Nunca seremos usados da forma como poderíamos ser usados, enquanto não derrubarmos os altares que existem em nossas vidas (Tg 4.8). Há muitos crentes que vão à igreja, para ver o cantor ou o pregador, seus “ídolos gospel”, e, como paparazzi têm ainda a coragem de atrapalhar o culto tirando fotos ou filmando suas “estrelas”. Estão adorando a Deus ou as personalidades? Há também, muita gente na igreja amando mais a si mesmo e/ou ao que possui do que a Deus, chegando ao ponto de termos dentro da igreja muitos “senhores” e poucos “servos”. A verdadeira adoração só tem sentido em nossa vida quando fazemos aquilo que agrada a Deus em detrimento àquilo que agrade a nós mesmo e/ou aos outros. O egoísmo não é mais predominante. Ele visa viver para o louvor e glória de Deus. Portanto, não apoia sua fé em coisas materiais ou materiais, mas sim na Palavra de Deus (Gl 2.20; Hb 12.28-29). 2.3. Um coração sincero. Na bagagem do adorador não pode faltar um coração sincero. O louvor é para os retos de coração (Sl 32.11; 119.7). O que não proceder de um coração sincero não encontrará aceitação divina. O louvor deve envolver o coração por ser ele o centro de nossas emoções e uma adoração comovida comoverá o coração de Deus muito mais facilmente. Por outro lado, somente com um coração sincero é que poderemos prestar um culto de forma lógica, equilibrada e racional. Certamente, não há dúvidas de que carecemos também de um coração sincero porque a sinceridade “é o cimento no concreto do louvor”. Se não houver sinceridade, nosso louvor simplesmente deixará de ser adoração, por mais belo que seja.
Adorar é agir em sinceridade de coração. O coração de um verdadeiro adorador deve ser puro, sincero, justo e cheio de amor. Deus quer que lhe adoremos com um coração autêntico e genuíno e não só de lábios ou da boca para fora (Mt 15.7-9). Quando nos apresentamos para adorar, Deus olha a postura do nosso coração (Amós 5.21-24). O escritor aos Hebreus também nos dá uma boa dica ao escrever: “Aproximemo-nos com coração sincero, com a plena certeza da fé, com o coração purificado da má consciência e tendo o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22). Não adianta mostrar espiritualidade só nos cultos, diante do pastor e da igreja ou em casa e na sociedade, sem apresentar bom testemunho de cristão (1 Tm 3.7). Antes de se apresentar para adorar a Deus é preciso
primeiro tirar a máscara da hipocrisia e da mentira! Nossa adoração não deve ser uma mera atividade ritual (Is 1.11-17; Am 5.21-23), deve ser sincero, de coração, com participação da mente e da vontade de obedecer (Rm 12.1; Ef 5.19; Cl 3.16). 3. Elementos indispensáveis à adoração. Adoração não é um estilo musical. É o resultado do encontro da alma com seu Criador, exposto na forma de música ou não. Muitas vezes uma oração é uma tremenda adoração (Sl 90). Outras vezes, o silêncio se transforma no lugar da adoração mais intensa.
Adoração não é um estilo musical é um estilo de vida. É o resultado do encontro da alma com seu Criador. Segundo as Escrituras, a adoração envolve pelo menos três elementos: Os atributos de Deus, as obras de Deus e a nossa gratidão a Deus. Adoramos a Deus pelo que Ele é: Santo, justo, misericordioso, amoroso, bondoso, etc (Sl 99.9; Is 6.3; Sl 135.35); Adoramos a Deus pelo que Ele tem feito: Criação, salvação, provisão, etc (Ap 4.11; Sl 95.1-6; Sl 135.6-12); Adoramos a Deus como resultado do reconhecimento de sua grandeza e em resposta a Ele como o supremo doador de tudo o que é bom (Is 49.13; Sl 135.13-21). Nossa adoração não se baseia no que podemos fazer por Deus, mas no que Ele faz por nós. Deixando de adorar, estamos desconsiderando e desrespeitando o Deus merecedor que tão bondosamente age em nosso favor. 3.1. Contemplação: a dádiva esquecida. No Salmo 8.3-4, Davi diz: “Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal, para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? ”. Numa época de tanta confusão, correrias e ansiedades, contemplar é quase loucura. Poucos ainda ousam adorar a Deus através da contemplação de Sua obra. Poucos meditam. Esquecem que o silêncio nos leva para o lado de dentro de nossa intimidade, onde habitam nossos medos e inquietações. O grande problema da atualidade é que encarceramos a adoração no cativeiro do ritual formal, com seus protocolos específicos, seu vocabulário meloso e sua gesticulação própria e restrita a determinadas horas e lugares. Contemplar é gastar tempo meditando na inerrante, infalível, completa e soberana Palavra de Deus e deliciando-se em Sua maravilhosa presença. Quando aprendemos a contemplar, qualquer e lugar se transformam em um prazeroso convite ao mergulho nas dimensões insondáveis da adoração.
Segundo a Wikipédia, contemplação em sentido usual e comum significa "admirar e/ou meditar sobre alguma coisa". Em um contexto religioso, no entanto, significa “alcançar Deus através da vivência pessoal”. Deus, Sua natureza e atributos, bem como as obras por Ele criadas, têm algo em comum com a nossa experiência contemplativa. Apesar de pouco conhecido e exercitado a contemplação é uma das mais elevadas expressões de vida intelectual e espiritual. Através dela a vida intelectual e espiritual é plenamente despertada e ativada. Pelo exercício da contemplação adquirimos, por exemplo, consciência da extraordinária grandeza de Deus, da pequenez do ser humano em detrimento dessa grandeza, da origem e gratidão pelo dom da vida, etc. No texto de Salmo 8.3-4, Davi mostra-se extasiado com os esplendores da criação e isto o leva a adorar o seu criador. No Salmo 19.1, o universo, com suas distâncias infinitas, também são reconhecidas como obra dos dedos de Deus. Diante de sua glória insuperável, quem somos nós para conjecturar sobre Ele? Ao observar tudo isto, Davi chegou à conclusão de que Deus é imensuravelmente esplendoroso e o homem um ser sem nenhuma expressão ante a
essa grandeza. O crente que deixa de exercitar essa dádiva, tende a empobrecer-se espiritualmente. 3.2. Alegria: o sorriso que não termina no final da música. Muitos “adoradores” não conseguem fazer a conexão certa entre o domingo e a segunda-feira; entre o culto e a vida. O que exprimem no altar termina quando sentam em seus lugares. Seus sorrisos só se abrem quando soam os acordes. A adoração vai muito além de um sorriso profissionalmente fabricado. Ela invade a vida. Ela restaura a alegria que não é apenas sorriso. Ela restaura a alegria como aspecto do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). A alegria da adoração verdadeira é uma alegria que desafia a tristeza. Uma alegria pelo que Deus já fez em mim. Nosso sorriso precisa se elevar para além do simples prazer provocado pela musicalidade, precisa se elevar como característica fiel do encontro com o Deus da verdadeira alegria.
A alegria propicia o louvor ou o louvor propicia a alegria? O apóstolo Thiago já dizia: “Está alguém alegre? Cante louvores” (Tg 5.13). Em muitas reuniões cristãs a música e algumas outras apresentações levam as pessoas a um “êxtase emocional”, mas não levam ao “Trono de Deus”, porque não trazem em si a presença do Espírito de Deus (Amós 5.23). São apresentações superficiais de cantores ou grupos musicais acompanhados de “dançarinas” e/ou grupos teatrais que trazem como resultado uma geração que aplaudem, pulam, dançam, mas não buscam a santificação e não adoram de verdade. Quando a adoração é verdadeira a principal função do Espírito Santo é ministrar às nossas necessidades espirituais e não emocionais ou pessoais. Sabe aquele sentimento de que tudo faz sentido? É essa a sensação que nós sentimos quando adoramos e servimos a Deus. A Bíblia descreve o regozijo do povo de Deus no correr dos anos e não economiza palavras para mencionar a intensidade e a qualidade dessa alegria. Esta experiência está diretamente relacionada ao contato que temos com Deus, na pessoa do Espírito Santo, que enche o nosso ser, e, portanto, não termina no final de uma apresentação musical (Sl 16.11; 9.2; 32.11; 33.1; 43.4; 90.14; 97.12; 119.162; Ec 2.25; Is 51.11; Hc 3.18; 2 Co 8.2; 1 Pe 1.8; Fp 3.1; 4.4; 1 Ts 1.6; Lc 10.20; At 15.3; At 20.35; Tg 1.2). 3.3. Entrega: a adoração incondicional. Incondicional significa que, ainda que no silêncio, somos chamados a adorar. Nossa adoração não pode ficar refém de alguns minutos de um culto semanal. Ela precisa ter vida em casa, na rua, na alma. Se a adoração ficar restrita ao som das bandas, fecha-se numa sufocante cela do costume. Naqueles dias onde nenhuma música consegue fluir através da angústia, a adoração consegue brotar como lágrima, como oração embargada, como abraço amigo no aflito, como olhar para a esperança. Há dias em que “as harpas ficam penduradas nos salgueiros” (Sl 137.2). Nesses dias extremamente difíceis, quando somos verdadeiros adoradores, produzimos os mais belos salmos, pois compreendemos que não é a música que entoamos, mas a música que o Espírito Santo de Deus nos ministra para entoarmos que faz realmente a essência do adorador.
Na Antiga Aliança os holocaustos eram parte do processo de adoração, representando a entrega total do homem ao seu criador. Entretanto, com a Dispensação da Graça a adoração passou a ter maior significado, pois foram substituídos os símbolos rituais “externos”, pela realidade “interna” da verdadeira adoração (Jo 4.23-24; Rm 12.1-3). Deixou de ser uma representatividade física e passou a ser uma realidade espiritual (Jo
4.20-24). Tornou-se uma disposição interior que leva o ser humano a aceitar e a entregar incondicionalmente à soberania de Deus e ao Senhorio de Cristo. A vida de um crente, portanto, a partir da consumação de obra de Cristo, passou a ser um altar, uma vida de adoração. Se nossa geração de fato quer aprender a adorar, tem que descobrir nas Escrituras o que é que Deus tinha em mente quando chamou e os convidou a adorá-Lo (1 Pe 2.5,9). Conclusão. A adoração reconhece a majestade de Deus, engrandece-O, exteriorizando este reconhecimento através de uma rendição completa à Sua vontade, servindo-o com atitudes corretas em um viver santo, cultivando o amor, regado com reverência à Sua Pessoa.
A verdadeira adoração é mais facilmente experimentada do que explicada. No seu bojo ela sempre exaltará o Senhor, transformará o adorador e convencerão os outros da presença de Deus. Os passos a serem tomados para entender a verdadeira adoração são exercícios espirituais e contradizem profundamente nossa natureza e impulsos carnais. Por isso, examinar nossas intenções e avaliar nossas ações deve ser exercícios constantes em nossa vida de adoradores. Além do mais, nosso coração deve ser continuamente guardado contra o egocentrismo a fim de que possamos evitar nossa vontade e fazer a vontade de Deus. Somente adorando ao Senhor do jeito Dele, e não do nosso, é que entenderemos o real sentido da adoração e seremos recebidos e aceitos por Ele. Questionário. 1. Como Uzias entrou no templo? R: Sem legitimidade e sem competência (2Cr 26.16-21). 2. Qual é o requisito fundamental para os que procuram adorar? R: A experiência pessoal do novo nascimento (Jo 3.3). 3. O que o louvor absoluto a Deus exige? R: A quebra dos ídolos (1Jo 5.21). 4. Para quem é o louvor? R: Para os retos de coração (Sl 32.11; 119.7). 5. O que a adoração restaura? R: Ela restaura a alegria como aspecto do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).