Lição 3 A postura profética de Jeremias. 16 de abril de 2017 Texto Áureo Jeremias 1.12 “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. Verdade Aplicada As palavras que Jeremias proferia não eram palavras mal faladas, lançadas ao sabor do sentimento, mas, sim, frutos da revelação direta ao Senhor. Objetivos da Lição Entender a postura profética de Jeremias; Despertar interesse pela história do ministério de Jeremias; Motivar a prática da lição dada no dia-a-dia. Glossário Arruaça: Desordem, alvoroço, tumulto; Inesquecível: Que não se pode esquecer; Florir: Cobrir-se de flores; desabrochar; tornar viçoso; adornar, enfeitar. Leituras complementares Segunda Jr 1.1 Terça Jr 1.7 Quarta Jr 1.8 Quinta Jr 1.9 Sexta Jr 1.17 Sábado Jr 1.19 Textos de Referência. Jeremias 1.11-14 11 Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. 12 E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir. 13 E veio a mim a palavra do Senhor, segunda vez, dizendo: Que é que, vês? E eu disse: Vejo uma panela a ferver, cuja face está para a banda do Norte. 14 E disse-me o Senhor: Do Norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra. Hinos sugeridos. 147, 225, 306 Motivo de Oração Ore para que os pastores permaneçam enraizados na Palavra de Deus. Esboço da Lição Introdução 1. A postura profética de Jeremias. 2. A visão da amendoeira. 3. A visão da panela a ferver. Conclusão Introdução O verdadeiro profeta vive para Deus e procura fazer a Sua vontade, ainda que para isso tenha que sofrer dores e perseguições. Jeremias lutou pelas causas do Senhor sem receio do que os homens pudessem lhe fazer.
Deus santificou Jeremias mesmo antes do nascimento dele. Isso significa que Jeremias foi separado pelo Senhor e para o Senhor, antes mesmo que viesse a conhecer a Deus de forma pessoal. Posteriormente, Deus faria a mesma coisa com Paulo (Gl 1.15). O Senhor, então, ordenou que Jeremias fosse profeta das nações. O intuito de Deus desde o começo sempre foi de que todas as nações da Terra conhecessem sua salvação. Por isso, chamou Abraão (Gn 12.1-3) e separou a nação de Israel como seu meio especial de trazer sua Palavra e seu Filho ao mundo. O profeta era um porta-voz escolhido e autorizado pelo Senhor para declarar a Palavra de Deus ao povo. A palavra hebraica, provavelmente, vem de um radical da língua árabe que significa "anunciar". Moisés, por exemplo, falou a Arão, que foi seu porta-voz (profeta) diante de Faraó (Ex 7.1,2). Os profetas faziam mais do que revelar o futuro, pois suas mensagens tinham aplicações imediatas para a vida do povo. Eram mais proclamadores do que prenunciadores, expondo os pecados do povo e chamando-o de volta a suas responsabilidades na aliança com Deus. 1. A postura profética de Jeremias. A postura profética de Jeremias nos chama atenção por sua disposição em ouvir a voz do Mestre. Quando Deus chama e separa para Sua obra, Ele capacita aquele a quem chamou. Embora Jeremias não se achasse preparado para tal missão (Jr 1.6), aprendemos que, quando somos separados por Deus, nossa postura tem que ser outra perante o mundo. Deus não nos chama para um trabalho sem que nos capacite e nos ajude na execução dele (Rm 12.2).
O Chamado de Jeremias não foi para ser homem do povo, não foi homem popular e nem estava preocupado com o marketing pessoal. Para ele, a voz do povo não era a voz de Deus. A voz de Deus era e continua a ser a Palavra de Deus - a Bíblia Sagrada. Por ser convicto de sua chamada, ele tomou uma posição que viria a desagradar tanto à nobreza quanto ao povo. Mas não havia outra escolha: se agradasse aos poderosos de Judá desagradaria ao Deus Eterno de Israel. A quem estamos agradando? Se fizermos amigos do mundo, teremos a Deus como opositor. É chegada a hora de os arautos de Cristo proclamar com mais intrepidez e perseverança todo “o conselho de Deus” (At 20.27). Quer nos ouça, quer nos deixe de ouvir, saberão todos que neste mundo há um povo sacerdotal e profético – a Igreja de Deus, tendo o objetivo de pregar o evangelho a toda criatura em todos os lugares (1 Pe 2.9; Mc 16.15). 1.1. Próximo passo: amar o próximo. O profeta Jeremias sabia muito bem o que significava amar o próximo. Ele doou a sua vida ao seu povo. Toda essa dedicação e entrega fez dele um profeta inesquecível para a nação de Israel. Para Jeremias, Deus é o Senhor. Jeremias atribuía a Deus, a quem servia, as mais altas características (Jr 32.17), 25), e o considerava Senhor não somente de Judá, mas também de todas as nações (Jr 5.15; 18.7, 10). Jeremias amava seu povo, mas ele amava a Deus muito mais. Por mais doloroso que fosse transmitir uma mensagem pesada ao seu povo, Jeremias foi obediente a Deus acima de tudo.
Jeremias foi um homem de lágrimas e amor profundo pelo seu povo. Ao ver as condições miseráveis em que se encontrava a nação, e em meio às perseguições sofridas, aumentou ainda mais o sofrimento do profeta. Praticamente toda sua vida, o profeta se preocupou com o bem do povo, por isso nunca deixou de anunciar a Palavra de Deus, no intuito do povo voltar aos caminhos do Senhor. De forma semelhante ao profeta, precisamos alertar
ao povo para voltar-se para Deus que é cheio de amor e misericórdia. Não está o Espírito Santo a conclamar-nos a voltar ao primeiro amor? (Ap 2.4-5). 1.2. É Deus quem capacita o homem. O Senhor chama homens e mulheres para transmitir Sua mensagem. Ele optou por atuar desta forma devido às nossas limitações. Ele sabia que não estaríamos preparados para ouvir diretamente Sua voz. Todavia pensamos que Deus só utiliza pessoas importantes em Sua Obra, ledo engano, pois Ele usa pessoas comuns, inclusive infiéis (Jr 27.6). Jeremias não era conhecido por ninguém a não ser pelo Rei dos reis, que o convocou para Sua missão. O Eterno Deus quer que realizemos a Sua obra. O apóstolo Paulo nos diz; “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são”. (1Co 1.27-28). Fomos escolhidos pelo Senhor para sermos pregadores, profetas, pastores, etc. Conforme andamos com Deus, e oferecemos o nosso culto racional, a nossa comunhão amplia, a devoção vã dá lugar à adoração apropriada, leal, muito maior do que qualquer prêmio que possamos ter nesta vida. Que possamos sempre estar atentos à voz do Mestre e ouvi-la como Jeremias, que escutou e se colocou à disposição para a Sua missão. A exposição da Palavra de Deus é algo sublime, por isso Ele nos dá um chamado, e quando dizemos: “Eis-me aqui”, o Senhor nos capacita com dons espirituais para podermos cumprir este chamado, combater o bom combate, terminar a carreira e guardar a fé, como nos ensina o apóstolo Paulo (2Tm 4.7).
Jeremias ficou trêmulo ao olhar para o trabalho diante de si e para a perversidade a seu redor e, ao olhar para as próprias fraquezas, convenceu-se de que não era o homem certo para o desafio. Quando se trata de servir ao Senhor, em certo sentido ninguém é absolutamente capaz. Observe o que disse o apóstolo Paulo ao refletir sobre as responsabilidades do ministério: "Quem, porém, é suficiente para estas coisas?" (2 Co 2.16). Mas, ele mesmo respondeu a sua própria pergunta dizendo: "Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus" (2 Co 3.5). Não somos capacitados o suficiente, a nossa suficiência vem do Senhor, é Ele quem nos capacita com coragem e força para que sejamos vitoriosos. Ainda referindo-se ao apóstolo Paulo, considere as suas palavras: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Fp 4.13). 1.3. O próximo escolhido pode ser você. Temos dezenas de exemplos de homens e mulheres que foram escolhidos sem que ninguém acreditasse neles. Cito o exemplo de Davi. Ele jamais esperava ser escolhido como rei de Israel. Na sua casa, ele, aparentemente, era o candidato menos indicado. Quando o profeta Samuel foi a Belém, a mando de Deus, para ungir o novo rei, Davi não estava presente entre seus irmãos, pois se achava no campo, com o rebanho do seu pai, pois era o mais jovem da família, o menos experiente. No entanto, foi precisamente ele o escolhido (1Sm 16.12). A estratégia do diabo é fazer com que pensemos que Deus não pode nos usar. Lembremos dos seguintes homens que o Senhor usou: Moisés, o mesmo que libertou o povo do Egito, não sabia falar direito (Êx 4.10); João Batista, que anunciava a vinda do Messias, se vestia com pele de camelo, e comia gafanhotos (Mt 3.4); Zaqueu era cobrador de impostos a serviço de Roma, mas Jesus o achou (Lc 19.2); Paulo, de perseguidor a perseguido (At 9.23); o próprio Jeremias, que se achava incapaz para tão nobre missão (Jr 1.6). A Bíblia está repleta de pessoas a quem ninguém dava crédito. Mas, o Senhor usou a cada um com seu estilo, seu humor, seu jeito e suas características. Com todos esses exemplos devemos ficar atentos, pois o próximo a ser escolhido para uma missão pode ser um de nós.
Encontramos na Escritura Sagrada vários exemplos de homens e mulheres escolhidos por Deus para realizar a Sua obra. E concordando com o autor da revista, foram pessoas que não tinham a credibilidade do povo e nem sequer imaginavam de serem escolhidos por Deus para uma missão especial. Mas o bom é que Deus escolhe a quem Ele quer e capacita a pessoa escolhida a fim de cumprir a missão. Deus não é como os homens que atenta para as aparências, Ele olha além do que conseguimos enxergar. “E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o Senhor o seu ungido. Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Sm 16.6-7). Como filhos de Deus, somos escolhidos e separados por Ele e para Ele (Rm 8.28-30; Ef 1.3-14). Essa verdade deve nos dar grande coragem quando enfrentarmos o mundo perverso e procurarmos servir ao Senhor. "Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8.31). 2. A visão da amendoeira. “Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vez, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. (Jr 1.11-12). A amendoeira é a árvore que mais cedo floresce. Deus está revelando que a mensagem profética anunciada por Jeremias frutificará (se cumprirá), pois Ele mesmo cuida e vigia para que assim seja.
Na Terra Santa, a amendoeira floresce em janeiro, isso indica que a primavera está chegando. A palavra em hebraico para amendoeira é “saqed”; enquanto a palavra "vigiar" ou "acordado" é “soqed”. Deus usou esse jogo de palavras para chamar a atenção de Jeremias para o fato de que ele está sempre acordado para velar sobre sua Palavra e cumpri-la. Como um marido ou esposa que quebra os votos do matrimônio, a nação pecadora havia abandonado a aliança com o Senhor e entregava seu amor e lealdade a ídolos pagãos. Mas a aliança permaneceria, pois o Senhor não havia se esquecido dela. Deus prometeu abençoá-los se obedecessem e discipliná-los se desobedecesse. "Porque eu (Deus) velo sobre a minha palavra para a cumprir" (Jr 1.12; ver Lv 26 e Dt 28). Deus falou a nação pelos primeiros profetas, porém os governantes e o povo não deram ouvidos.
Visão e Sonho Duas outras principais formas de Deus comunicar sua mensagem ao profeta são visões e sonhos (Dn 7.1). A visão transmitida pelo Senhor é algo visto fora da contemplação ou percepção humana comum e natural. Já o sonho, sem ser necessariamente uma revelação de Deus, é apenas uma série de imagens acompanhadas de pensamentos e emoções, que a pessoa vê enquanto dorme. Diferentemente, o sonho profético era outra maneira de Deus se revelar aos profetas (Nm 12.6), tal como fez com Daniel: “[...] teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça” (Dn 7.1). A comunicação da mensagem divina através das visões que o profeta Jeremias teve é um exemplo que ilustra essa forma de o Eterno transmitir seus oráculos: a) A visão da vara de amendoeira (vv.11,12). A primeira visão do profeta das lágrimas é significativa, pois a amendoeira é uma árvore que se renova mais cedo para a primavera, ou seja, é a primeira a florir. A palavra hebraica para “amendoeira” ou “amêndoa” é shāqēd, e significa “o despertador”, uma vez que o povo a via como o “arauto da primavera”. Assim, visto que o verbo shāqad significa “vigiar, estar de vigília”, havendo apenas uma sutil
diferença entre “amendoeira” e “vigiar”, o nome dessa planta representa o lembrete de que Deus está atento ao cumprimento de sua palavra (cf. Jr 31.28; 44.27). b) A visão da panela fervendo (vv.13-15). Já a segunda visão dada pelo Senhor a Jeremias veio algum tempo depois e mostra uma panela fervendo, virada do norte para a região da Palestina. O “conteúdo” desse caldeirão (algo sinistro e assustador, pois anunciava o trágico destino da nação judaica devido aos seus pecados) seria derramado sobre Judá e Jerusalém. Isso era algo assegurado pelo próprio Deus, que se encarregou de dar a interpretação da visão: “Do Norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra” (v.14). Qual o real significado dessa mensagem? Ao norte de Israel estavam a Fenícia, Síria, Assíria e Babilônia. Porém, ao longo do livro, fica claro que a palavra profética refere-se especificamente ao reino da Babilônia que dominaria outros povos. 2.1. A sentinela do povo de Deus. A amendoeira é vista como a “despertadora” no ditado hebraico, visto que entre todas as árvores ela é a que floresce primeiro, estando sempre alerta à oportunidade de florir. As amendoeiras também possuem uma grande capacidade de regeneração, não necessitando de podas. Elas transmitem uma importante lição de restauração e superação. Assim como a amendoeira, que está vigilante a cada oportunidade para florir, o Senhor está em sentinela para, no momento certo, cumprir a Sua Palavra. A amendoeira já possuía um forte simbolismo na biografia do povo de Deus. Primeiro, a vara de Arão floresceu e brotou amêndoas (Nm 17.8). Segundo, a exortação final de Eclesiastes usa o florescer da amendoeira como exemplo (Ec 12.5). Terceiro, o candelabro era adornado por amendoeiras (Êx 25.33). Jeremias, como filho de sacerdote, era um grande conhecedor da Lei. Essa vara de amendoeira fazia Jeremias se lembrar da vara de Arão, o escolhido de Deus para a liderança sacerdotal no meio do povo de Israel. Deus estava falando a Jeremias que Ele é igual à amendoeira, que fica de sentinela esperando a primavera. Deus, semelhantemente, vigia para que a Sua Palavra se cumpra.
“Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira” (Jr 1.11). A vara de amendoeira denota aflição e castigo, uma vara de correção colocada sobre nós. E é uma vara de amendoeira, uma das árvores mais precoces na primavera, que brota e floresce rapidamente, quando outras árvores dificilmente brotam. Ela floresce no mês de janeiro, e até março os seus frutos já estão maduros. A visão da vara de amendoeira revelou o início do juízo de Deus, porque a amendoeira é uma das primeiras árvores a florescer na primavera. Significa que Deus viu os pecados de Judá e das nações, e executaria um juízo rápido e certo. No (v.12) “viste bem”. Deus elogia a Jeremias por ser tão observador e estar alerta, embora essa fosse a primeira visão que ele tinha visto na vida, percebendo que tratava de uma vara de amendoeira. 2.2. A necessidade de estar vigilante. Na linguagem Bíblica, a palavra “vara” simboliza “pessoa”, Jesus disse: “Eu sou a videira; vós, as varas” (Jo 15.5). Portanto vara de amendoeira simboliza “pessoas vigilantes”. Graças a Deus temos um Deus que nunca dorme. Quando a sentinela está dormindo em seu posto, o povo passa graves ameaças, o inimigo entra desapercebido e faz uma grande arruaça no lugar onde adentrou (Sl 121.4). Jesus comparou Sua vinda com a maneira em que um ladrão chega para roubar: inesperadamente. Ele registrou o seguinte aviso: “Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis em dia virá o vosso Senhor. Mas, sabei isto, que, se o dono de casa tivesse sabido em que vigília viria o ladrão, teria ficado acordado e não teria permitido que a sua casa fosse arrombada” (Mt 24.42-43). S vigilância é essencial na vida do Cristão (1Pe 5.8).
O povo de Deus como “profetas” de Deus, precisa está vigilantes, atentos e ter olhos bons. Os que veem bem serão elogiados, e não somente aqueles que falam bem. A amendoeira, uma árvore precoce, significa que Deus apressava o cumprimento de Sua Palavra. O profeta Jeremias ciente de tudo que viria acontecer alertava o povo para o arrependimento, visando evitar o juízo de Deus sobre a nação. 2.3. A necessidade de o povo acordar. O profeta Jeremias, como uma grande sentinela, proclamava ao povo que era preciso acordar! Ele dizia que era preciso abrir os olhos e abandonar o pecado. Ele denunciava o que estava errado e apontava os responsáveis: o rei Joaquim (Jr 22.13, 19), a casa real de Judá (Jr 22.11, 14), os escribas (Jr 8.8-9), os pastores (Jr 10.21), os sacerdotes (Jr 8.10; 23.11) e os profetas (Jr 14.13, 16; 23.9, 40). Ele também indicava todos os crimes (Jr 7.9): idolatria (Jr 7.18; 9.13), exploração (Jr 9.2, 4), não pagar salário (Jr 22.13), desprezo pelos órfãos e viúvas (Jr 7.6; 22.3) mentira (Jr 8.10), assassinato de gente inocente (Jr 22.17), sacrifícios de crianças a falsos deuses (Jr 19.4; 7.31; 22.3), etc. É preciso falar de Jesus. O inimigo está por perto e também há como derrota-lo. Jesus é a luz do mundo, que veio para brilhar entre as trevas e, assim, afastá-las, dando visão aos que antes estavam no escuro.
Muitos estão vivendo como se Deus não existisse. Será que não chegou o momento de buscar um avivamento real e abrangente? O profeta Jeremias repreendeu o povo de toda apostasia que estavam praticando. Alertando ao povo a necessidade de acordar e voltarse aos caminhos do Senhor. “E o Senhor advertiu a Israel e a Judá por intermédio dos profetas, dizendo: Voltai-vos dos vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, segundo toda a Lei que prescrevi a vossos pais e que vos enviei por intermédio dos meus servos, os profetas. Porém não deram ouvidos; antes endureceu a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor seu Deus. E rejeitaram os seus estatutos, e a sua aliança que fizera com seus pais, como também as suas advertências, com que protestara contra eles; e seguiram a vaidade, e tornaram-se vãos; como também seguiram as nações”. O arrependimento é uma das maiores necessidades em nosso mundo imoral. As promessas de Deus para aqueles que são fieis brilham vigorosamente, trazendo esperança para o amanhã e forças para hoje. 3. A visão da panela a ferver. O profeta Jeremias tem uma visão apavorante de uma panela (Jr 1.13). Na visão, a panela estava no fogo e isso significa que o que há no seu interior está quente. A boca virada para o Norte significa o amplo domínio que decorrerá sobre aquela cidade, pois o povo estava entregue à perversão, queimando incenso a deuses estranhos (Jr 7.18).
A segunda visão dada a Jeremias tinha um tom mais sinistro, e pode ter seguido a primeira depois de algumas semanas ou meses. O profeta novamente vê um objeto específico que tenciona transmitir um significado definido, mas seus detalhes só são esclarecidos mais tarde. A panela ao fogo ou “a ferver”. Era um vaso grande usado para cozinhar ou lavar, colocado sobre brasas que o vento soprava. Sua boca se inclina do norte, literalmente, “sua face do norte”, indicando que seu conteúdo será derramado da Síria para a Palestina. O profeta Jeremias faz sua primeira afirmação profética do desastre iminente.
3.1. O perigo vem do Norte. A panela a ferver, inclinada para o norte, simbolizava que todas as invasões que Israel sofreria viriam do lado norte. Como já vimos, a nação de Judá estava submergida em muitos pecados comportamentais de mentira (Jr 8.10), assassinatos (2.34) e exploração (Jr 9.2, 4). O profeta Jeremias avistava a panela, mas observava a Babilônia dominando a cidade de Judá e despejando sua fúria sobre Jerusalém (Jr 1.13-14). A direção da panela era o “Norte”, lugar onde Deus haveria de suscitar nações ensandecidas, como uma panela sob o fogo fervendo. O povo não tinha noção do que estava por acontecer: incêndio em Jerusalém, milhares de assassinatos, destruição do templo e o pior exílio, o babilônico.
A panela ao fogo atiçado pelo vento do norte representa o juízo de Deus queimando do norte sobre Judá, pelo seu pecado e idolatria. A Palavra de Deus é eficaz (1 Pe 4.17; Hb 4.12). Deus evidenciou o pecado da idolatria (Jr 1.16) - esquecer-se do verdadeiro Deus e adorar a deuses que haviam feito com as próprias mãos. A boca ou a face da fornalha, ou forno, sobre a qual esta panela fervia, estava para a banda do Norte, porque de lá deveria vir o fogo e a lenha para fazer a panela ferver. Assim a visão é explicada (v.14): “Do Norte se descobrirá o mal”. Isso havia sido determinado há muito tempo merecido pelo pecado do povo, no entanto, até aquele momento a paciência de Deus havia retido, e contido, como foi o caso. Os inimigos haviam pretendido isso, e Deus os havia impedido. Mas agora todas as contenções seriam removidas, e o mal se derramaria. A cena terrível será descoberta, e o inimigo entrará como um dilúvio. Será uma calamidade total: “Sobre todos os habitantes da terra”, Essa tempestade surgirá do norte. 3.2. O inimigo se aproxima. Jeremias tinha duas paixões: Deus e o povo. Mais uma vez, o profeta estava alertando que Israel teria problemas com os seus vizinhos. Estes inimigos ao norte eram os babilônios. A Bíblia narra que nos dias de Jeremias, os caldeus, ou babilônios, estavam expandindo seus territórios, conquistando tudo ao redor. A história nos diz que os caldeus tinham invadido a capital dos assírios no ano 612 a.C. Nínive havia sido conquistada e estava sob o governo de outro monarca. Sete anos mais tarde, na famosa batalha de Carquemis, os Egípcios e os remanescentes assírios foram destruídos pelos babilônios. Em 605 a.C., Nabucodonosor, ainda como príncipe herdeiro, vence a Faraó Neco II na batalha de Craquenis (Jr 46.2, 6, 10; 2Rs 24.7). Devido à sua posição ardilosa, tanto comercial como militar, o controle de Carquemis era visado pelos reinos desde os tempos antigos. Os assírios asseguraram por algumas décadas toda a região do Crescente Fértil. Ao entrar em disputas internas para ver quem sucederia o trono, teve suas finanças e exército enfraquecidos. Nabucodonosor se aproveitou desta instabilidade para ir à guerra, a famosa batalha de Carquemis, onde o Egito perdeu para a Babilônia.
Jeremias faz sua primeira afirmação profética do desastre iminente. Sua dura advertência de que ele viria da direção norte deixa seus ouvintes imediatamente apreensivos quanto à situação política da Assíria. Na profecia Deus afirmara que estava reunindo as potestades do norte para usá-las em seu julgamento. Sem contar as incursões egípcias os hebreus estavam acostumados com a ideia de que o desastre lhes sobrevinha do norte; nesta vívida predição Jeremias estava afirmando que cada um dos reis porá o seu trono à entrada das portas de Jerusalém e de outras cidades fortificadas de Judá. É provável que a alusão ao cerco de Jerusalém preveja os futuros ataques dos babilônios.
3.3. O Senhor é Soberano entre as nações. O Senhor é Soberano nos céus e na terra. Foi Ele que criou o mundo com o Seu poder. O Senhor é aquele que sustenta o mundo e tudo o que nele há. O Senhor Deus não é apenas o Deus de Israel, mas de todas as nações. Ele é aquele que soberanamente governa todas as nações. O rei Nabucodonosor foi um instrumento que Deus usou para reprimir e reeducar o Seu povo (Jr 32.28). Todos os reis, pagãos ou não, estão sujeitos à Sua vontade. Deus merece adoração de todos os povos da terra porque Ele é o Senhor do mundo inteiro. Ele governa sobre todos e julga o mundo de acordo com a Sua justiça. A grandeza do Senhor é retratada com nitidez em toda a Bíblia. A palavra soberana nos faz entender que o Senhor detém todo o poder sem ressalva. Significa que Deus possui o controle absoluto sobre tudo e todos. Ele está acima de todo o universo. Através de Sua Palavra tudo foi criado (Cl 1.16). Aprendemos com esta lição que o Eterno Deus, por Sua soberania e domínio , governa tanto individuo como nações, Todos são Seus servos.
A soberania de Deus é autoridade inquestionável que Ele exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, de tudo dispondo conforme os seus conselhos e desígnios. Sua soberania é baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência. Deus é absoluto e necessário. Todos precisam Dele para existir; sem Deus não há vida nem movimento. Todas as nações e reis estão submetidos a Sua autoridade. Tem o Senhor autoridade sobre todas as criaturas morais, e tudo fará com o propósito de que seu plano redentivo seja integral e perfeitamente cumprido. Conclusão. A Palavra de Deus nos mostra que era preciso haver um arrependimento por parte do povo de Judá. O profeta Jeremias alertava que o perigo de suas ações estava vindo do Norte. Todavia, seus corações estavam endurecidos, pois deixaram de ouvir a Palavra de Deus há muito tempo.
O profeta Jeremias foi fiel no cumprimento de sua missão, conclamou o povo a voltar para os caminhos do Senhor. Os filhos de Judá caíram na apostasia, desviaram-se do Senhor, indo atrás de coisas de nenhum valor. A Palavra de Deus alerta-nos: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrina de demônios” (1 Tm 4.1). Zelemos pela sã doutrina, que nada nesse mundo nos desvie do caminho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Questionário. 1. Cite um exemplo de pessoa que foi escolhida sem que ninguém acreditasse nela. R: Davi (1Sm 16.12). 2. Na simbologia bíblica, o que significa a palavra “vara”? R: Significa “pessoa” (Jo 15.5). 3. O que acontece quando a sentinela dorme em seu posto? R: O povo passa grave ameaças, o inimigo entra desapercebido e faz uma grande arruaça no lugar onde adentrou (Sl 121.4). 4. O que simbolizava a panela a ferver, inclinada para o norte? R: Simbolizava que todas as invasões que Israel sofreria viriam do lado norte (Jr 1.14). 5. Qual foi o rei que Deus usou para reprimir e reeducar o Seu povo? R: Nabucodonosor (Jr 32.28).