Lição 5 o ministério de jesus cristo na região da galileia

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Lição 5 O ministério de Jesus Cristo na região da Galileia. 31 de julho de 2016 Texto Áureo

Mateus 4.18 “E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. ” Verdade Aplicada Jesus escolheu homens simples para que, depois da Sua morte, através deles, o mundo fosse abalado. Objetivos da Lição Mostrar o ponto inicial do ministério público do Senhor Jesus; Apresentar como Jesus desenvolveu o Seu trabalho discipulador; Ensinar sobre os aspectos do trabalho de Jesus e Sua fama. Glossário Ápice: Apogeu, momento mais extremo de uma situação ou discussão; Concomitantemente: Ao mesmo tempo que outro. Vaticinar: Profetizar, prenunciar. Leituras complementares Segunda Mt 4.12 Terça Mt 4.13 Quarta Mt 4.19 Quinta Mt 4.20 Sexta Mt 4.21 Sábado Mt 4.22 Textos de Referência. Mateus 4.23-25 23 E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 24 E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos, e ele os curava. 25 E seguia-o uma grande multidão da Galileia, Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e dalém do Jordão. Hinos sugeridos. 19, 183, 578 Motivo de Oração Peça a Deus estratégia para a evangelização no país.


Esboço da Lição Introdução 1. O início do ministério público de Jesus. 2. Jesus chama os discípulos. 3. As faces do ministério de Jesus. Conclusão Introdução Nesta lição, estudaremos como Jesus deu início ao Seu ministério público. Veremos Jesus saindo do anonimato de uma carpintaria para depois de Seu batismo atuar pregando, ensinando e curando, até tornar-se extremamente popular.

A lição desta semana tem como objetivo, além dos já expostos na lição, mostrar que o ministério terreno de Jesus Cristo foi o mais perfeito, didático e inigualável ministério já exercido por alguém neste mundo. A autoridade, a maneira e os métodos que Ele utilizava na explanação de Sua mensagem e ensino tem sido motivo de estudo até os dias de hoje, tanto por parte dos cristãos como pelo mundo secular. Ele sabia comunicar-se de modo apropriado e aproveitava como ninguém os recursos de que dispunha para transmitir os seus ensinamentos. Não foi à toa que alcançou tamanha popularidade (Mt 4.24-25; 14.1; Mc 1.28,45; Lc 4.14; 5.15; 7.17) e se tornou conhecido pelos seus contemporâneos como Mestre (Mt 22.16; Jo 3.1-3; 13.13) e depois ao longo da história como “Mestre dos mestres”. 1. O início do ministério público de Jesus. Todo início de ministério profético ocorre a partir de um lugar e com uma mensagem clara. Com Jesus não foi diferente. Depois de vencer a tentação, derrotando o diabo no deserto, agora teria início o Seu ministério na Galileia.

O inicio do ministério público de Jesus Cristo se deu na Região da Judeia (região sul), onde se preparou e exerceu seu ministério por um período de mais ou menos oito meses. Lembremos que Jesus era natural da Judeia, porém morava em Nazaré, região da Galileia (Mt 2.19-23; Lc 4.14-16). Ele volta para a Judeia com o intuito de ser batizado por João Batista (Mt 3.13-15; Mc 1.9-11; Lc 3.21), de receber a unção do Espírito Santo (Mt 3.16-17; Mc 1.10-11; Lc 3.22; Jo 1.32-34) e de ser tentado pelo Diabo no Deserto daquela região (Mt 4.1-11; Mc 1.12-13; Lc 4.1-13). Estes eventos além de servirem de preparação marcaram também o inicio de Seu ministério público (At 10.38). Mais tarde, ainda nesta região, Ele volta ao Jordão (Jo 1.28-34) e reúne à sua volta um pequeno grupo de seguidores - João, André, Simão, Filipe e Natanael (Jo 1.35-51). Algum tempo depois Ele aparece em Jerusalém e expõe publicamente sua missão na purificação do templo (Jo 2.13-22); recebe a visita noturna de Nicodemos, onde explica o propósito da Sua missão (Jo 3.1-21), e ministra por mais algum tempo na região da Judeia (Jo 3.22). Algum tempo depois Herodes Antipas manda prender João Batista (Mt 4.12) e Jesus é rejeitado pelos judeus (Jo 5.16). Estes dois eventos marcaram o fim do início do ministério de Jesus na região da Judeia.


1.1. Jesus volta para a Galileia. Da Judeia, Jesus retorna para a Galileia, assim que soube que João Batista foi preso. A Galileia, que fica na região norte de Israel, era governada por Herodes Ântipas e sua população era constituída de muitos estrangeiros e judeus mistos. Por isso o profeta Isaías a chama de “a Galileia das nações”. Ao regressar, Jesus passa em Nazaré, mas, de acordo com Lucas, o Seu testemunho não foi aceito lá (Lc 4.16-30). Por isso, Ele foi habitar em Cafarnaum, dando início ao seu trabalho com êxito, exatamente no lugar profetizando e onde frutificou com um maravilhoso discipulado. O fato de Jesus ter sido rejeitado e expulso de Nazaré, a cidade onde fora criado, não o fez parar, mas o atraiu para o cumprimento profético de Isaías. A região norte, de gente misturada, constituída de estrangeiros e considerada atrasada, foi o campo fértil para o desenvolvimento de Seu ministério. Quando se tem um chamado, este deve ser desenvolvido num ambiente dirigido por Deus. Destaque para os alunos que quem desiste jamais terá êxito em sua caminhada de fé.

A Bíblia diz que depois destes dois eventos Jesus volta à região da Galileia (região norte), onde reinicia seu ministério público (Mt 4.12; Mc 1.14; Jo 7.1). De acordo com o historiador Flávio Josefo, a Galileia tinha à época 204 cidades e vilarejos, com população média de 15 mil pessoas, e um total de mais ou menos 3 milhões de habitantes. Chegando nessa região Ele vai primeiro a Nazaré, cidade que morava e havia crescido (Mt 2.19-23; Lc 4.14-16). Entrando Ele na sinagoga deles deram-Lhe o rolo do Profeta Isaías e levantando-se leu a passagem que se encontra em Isaías 61.13, depois declara aos presentes, que aquela Escritura estava se cumprindo em sua pessoa: Ele era o Messias enviado por Deus para evangelizar os pobres, curar os quebrantados de coração, apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor. Porém, esta mensagem não foi vista com bons olhos pelos seus concidadãos, que depois de questionar sua origem e sua família, o expulsam da cidade (Lc 4.16-30). Jesus vai então morar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali (Mt 4.12-13; Jo 7.1), também região da Galileia, onde exerceu seu ministério durante mais ou menos dois anos. Mateus é o mais específico e diz que essa mudança é o cumprimento da profecia de Isaías 9.1-2: “Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mt 4.15-16). Jesus é a luz que leva vida e salvação para aqueles que estão em trevas espirituais. Esse período do ministério de Jesus se tornou o mais conhecido e mais falado, sendo também considerado o período mais popular de seu ministério (Mt 4.12-13; Lc 4.29-31; Jo 2.112). A duração total do ministério de Jesus é calculada com base nas festas pascais de que Ele participou. Ele iniciou seu ministério na véspera de uma páscoa (Jo 2.11-13,23) e morreu na véspera de outra (Jo 11.55; 13.1; 19.14 – Ver Jo 18.28,39), tendo participado apenas de duas páscoas (Jo 5.1 e Jo 6.1-4). 1.2. A pregação de Jesus. Na Galileia, região considerada de trevas, cujo povo estava assentado na região e sombra da morte, a situação mudou, pois Jesus, a resplandecente Estrela da Manhã, anunciou


um novo dia por meio de Sua pregação. Suas Palavras tocaram a muitas vidas cansadas, corações feridos e gente sem esperança. Dessa maneira, através de Suas pregações, muitos veem de fato uma luz e se voltam para Deus. Sim, as palavras de Jesus tocam com amor, fé e esperanças e senso de urgência para voltarem-se para Deus e muitos voltam até hoje. Jesus foi rejeitado em Nazaré, mas Seu ministério foi bem acolhido em Cafarnaum e adjacências à borda do mar da Galileia. Perceba que Jesus se dirige a um povo sem qualquer visibilidade e esquecido, que estava “assentado nas sombras da morte”. Quer lugar mais sem esperança do que este? Porém é lá que as pessoas quebrantadas e se voltam para Deus. Eis aí um clássico exemplo de amor para todos nós. É claro que devemos ir a todos, mas as palavras do Evangelho são as que resgatarão as pessoas de seu estado de morte para Deus.

Pregar o Evangelho foi também uma das funções de Jesus em seu tríplice ministério (ensinando, pregando e curando) na região da Galileia e em outros lugares por onde passavam, tanto ao ar livre, como nas sinagogas (Mt 4.23-25; 9.35). Ele pregava principalmente a chegada do Reino de Deus ao mundo e os convidava ao arrependimento (Mt 4.17,23; 6.33; 10.7; Mc 1.15; Lc 10.9; 21.31). Sua pregação não só determinava as condições para fazer parte desse Reino, como também, denotava a natureza espiritual e pessoal desse reino ao introduzir em suas fronteiras todos os seres humanos que estavam arraigados no reino das trevas (Cl 1.13). Ele veio para resgatar o ser humano como pessoa, como um “ser” que precisava ser restaurado e socializado e para tanto buscou todos os meios e recursos para alcançá-los. 1.3. Jesus e Sua equipe. Ao chegar a Cafarnaum, que significa “Vila de Conforto” ou “Vila de Naum”, Jesus não perdeu tempo, pois logo passou a pregar e a estar atento a possíveis discípulos. Enganase quem pensa que Jesus estava à procura de meros seguidores ou simpatizantes para Sua causa, porque Ele não estava. Seguidores Ele já tinha vários, porém Jesus estava atento a discípulos, isto é, aqueles que comporiam a Sua equipe de enviados. Esta equipe seria formada não por intelectuais ou pessoas de grande projeção social, porém de indivíduos com elevada devoção, firmes na decisão de servir a Deus (Jo 15.16). A ida de Jesus Cristo a Cafarnaum trata-se de uma maravilhosa estratégia de missões. Ele vai entrar em contato com o público que está em trevas, mas pronto para receber a Sua Palavra. Ao contrário do que se pode pensar, Ele não estava e nem está à procura de grandes públicos, mas de indivíduos que possam arder pela vontade de Deus e pelo Seu Reino.

Conforme o comentarista da lição, na formação de sua equipe Jesus não estava à procura de meros seguidores ou simpatizantes para acompanhá-lo no seu ministério. De fato, Ele ao chamar e escolher pessoas para fazer parte de sua equipe, exigia delas confiança, obediência e principalmente disposição para largar tudo (Mt 9.9; 10.37; 19.27) e, se necessário, dar a sua própria vida (Mt 16.24-25; MC 8.34-35; Lc 9.23-24). Mas, Jesus não fez isto de maneira aleatória. Antes de formar sua equipe Ele orou (Lc 6.12-13) e se dedicou pessoalmente ao processo de escolha (Mt 4.19-22; 9.9; Jo 1.35-51). Além de proativo Ele também se colocou como exemplo dando


espontaneamente a sua vida em prol de todos (Jo 10.17-18). Ele praticava aquilo que ensinava (Fp 2.3-11). Não existe outra forma de alcançar um ministério bem sucedido, a não ser se colocando como exemplo aos demais liderados, buscando incessantemente a direção de Deus, e sendo proativo naquilo que se propõe realizar. 2. Jesus chama ao discipulado. Jesus já iniciara o Seu ministério entre os galileus e precisava multiplicar-se para ter maior alcance. Ele precisava de uma equipe que pudesse reproduzir a Sua mensagem e o que Ele era. Assim, convocou homens ao discipulado.

Na chamada ao discipulado Jesus seleciona, chama, capacita e envia. Assim, Ele não só selecionou e montou sua equipe, mas também instruiu e capacitou a cumprir sua missão (Mc 8.31-32; 9.31). No Reino de Deus, não há como falar sobre discipulado sem fazer uma alusão àquela conhecida frase: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Vale ressaltar que Jesus não chamou os doze para serem objetivamente “apóstolos”, mas primeiramente, para serem discípulos, isto é, pessoas disponíveis a aprender as lições do seu mestre. Ele treinou os seus discípulos para posteriormente se tornarem apóstolos. A primeira parte no processo do discipulado (ato de chamar) é uma tarefa fácil, mas, a segunda parte deste processo ou mais especificamente o ato de “formar” parece ser uma tarefa bem mais complicada e difícil. Todavia, essa mesma “instrumentalidade” que Jesus operou, na preparação dos discípulos, deveria também operar a igreja, para que a obra de Deus continue sendo realizado e as “Boas Novas” cheguem a todos, até os confins da terra (Mt 10.8; At 1.8). Treinar discípulos para fazer parte de uma equipe pode ser trabalhoso, mas é fundamental para que o ciclo do discipulado não seja interrompido (Lc 6.12-13). 2.1. O chamado. Dá para imaginar Jesus andando junto ao mar da Galileia e a conexão que Ele fazia daquele ambiente com a Sua missão? Para o Senhor Jesus o mundo era o mar e os grandes cardumes de peixes a sociedade humana sem Deus e perdida. Ao observar Pedro e André com suas redes, viu nelas a mensagem do Reino, a mensagem de vida que eles trariam aos homens. Dessa maneira, os chamou ao treinamento de uma pescaria celestial: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”. Os peixes do mar morrem quando apanhados, mas nas redes do Reino ganham a vida. Quanto Jesus Cristo amava as pessoas e, ao chegar naquele ambiente, a grande conexão que Ele fez com Seu ministério. Jesus contemplava tantos e tantos cardumes humanos se perdendo sem rumo no mar dessa vida. Poe esta razão, Ele chamou pescadores e é dessa maneira que Ele nos chama para Sua missão no Reino.

Para o chamado, Jesus parece não levar em conta os títulos acadêmicos ou o preparo científico de seus convocados, mas apenas que eles tenham fé e disposição para atendê-Lo. Outro fato interessante, é que Jesus ao chamar seus discípulos, também não os fez em um “ambiente religioso”, ao contrário, foi até onde eles vivem no seu dia a dia. Todos foram chamados em situações comuns do seu cotidiano, quer seja próximo


à uma coletora de impostos (Mt 9.9), quer seja junto ao Mar da Galileia (Mt 4.18-22), etc. Isto corrobora com a ideia de que o caráter do chamado de Deus, não tem necessariamente haver com o grau de instrução ou de religiosidade que alguém possa ter, mas com a disposição de renunciar seus próprios anseios e de entregar-se incondicionalmente a Deus. Atender ao chamado pressupõe uma doação completa à Pessoa de Jesus e uma atitude de viver a vida que não é sua, mas de Deus ( Mt 16.2425; MC 8.34-35; Lc 9.23-24). 2.2. Os homens chamados ao discipulado. Inicialmente, Jesus chamou dois pares de pescadores para estar com Ele, para o aprendizado. Estes se tornariam grandes pescadores de almas para Deus. Notem que Deus vê em nós coisas boas, potenciais os quais nem sonhamos tomar parte. Deus deseja que nos tornemos pescadores de almas para o Seu Reino. É claro que Jesus estivera com os quatro pescadores antes. Por exemplo, André e João passaram uma tarde com Jesus (Jo 1.35-39). Assim como André logo apresentou Pedro a Jesus, João deve ter feito o mesmo com seu irmão Tiago e seu pai Zebedeu. Os chamados iniciais foram feitos a pessoas simples, como eu e você, mas com muita vontade de aprender e fazer a obra de Deus. Os planos de Deus vão além da vida presente. O que para Ele importa é o enorme desejo que cultivamos e levamos conosco de fazer a Sua vontade. Aqueles homens amavam o mar, as redes e a profissão, mas Cristo tinha algo mais para aqueles rudes homens. Algo que tocaria a eternidade de modo diferente: o chamado para tornarem-se pescadores de almas. Deus chama os melhores profissionais de sua área para trabalharem para Si. São homens que não resistem ao chamado. Homens capazes de deixarem as redes, a coletoria de impostos, o sinédrio, enfim, toda a sua vida secular para ganharem almas.

O discipulado de Jesus é assim: Ele chama pessoas, do ponto de vista humano, incapazes de desenvolver algum projeto de vida. E mostra-lhe o maior projeto que um ser humano pode imaginar: o Reino de Deus. Quando somos chamados por Jesus para viver e pregar o Evangelho, percebemos que não estávamos prontos a dizer "sim" para o seu projeto. O nível do Reino é alto demais para a nossa natureza caída. Mas à medida que vamos se despindo de nós mesmos, nos tornamos mais parecido com Jesus. O Evangelho vai sendo impregnado em nossa natureza, tornando-se parte da nossa vida. Então passamos a ser uma nova criatura, tendo outra mente e outra perspectiva de vida que só encontramos com Jesus (2 Co 5.17). 2.3. O preço do discipulado. Aqueles homens, ao atenderem o convite de Jesus, logo deixaram as suas redes e os seus barcos. Eles eram profissionais da pescaria e tinham nesses instrumentos o seu sustento diário. O que esses homens tinham em mente quando deixaram a sua profissão? Na verdade, eles previamente experimentaram a mensagem, o poder e a santidade de Jesus, de modo que todos ficaram atemorizados (Lc 5.1-11). Eles sabiam que estavam diante de alguém mui sublime da parte de Deus, por isso adiante de tantas evidências não resistiram ao chamado do Mestre e deixaram tudo. Apenas algum tempo depois foi que eles questionaram o que receberiam em troca (Mt 19.27-30). Sempre valerá a pena


atender ao chamado. O prêmio para os que obedecem é incomparavelmente maior do que o investimento! O ato de deixar as redes e os barcos para trás foi consequência de algumas coisas. Primeiro, eles tinham uma noção da identidade de Jesus de Nazaré como alguém mui sublime, alguém enviado da parte de Deus. Essa nação era resultado da sabedoria de suas palavras e dos sinais que operava. Com tais características, eles, ao ouvirem o chamado, logo atenderam, pois, estes homens sabiam que cooperariam com algo grandioso e muito arriscado. A Importância de termos internalizado em nossos corações profundamente quem Jesus é, e, depois, a Sua vontade para nós dentro do Corpo de Cristo, para depois atendermos o Seu chamado.

O chamado é de graça e não tem nenhum custo, mas o preço do discipulado custa alto: exige renúncia. As palavras de Jesus a esse respeito são claras: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33). Com isto Jesus quis dizer, dentre outros: a) Que o nosso AMOR a Ele deve estar acima de qualquer vinculo familiar: “Se alguém vier a mim e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e a filhos, a irmãos e irmãs, e também à própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.26-27 – ver também Mt 8.18-22; Lc 9.57-62; 14.26-27); b) Que o nosso COMPROMISSO com Ele deve estar acima de nossa própria vida: “Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, toma a sua cruz e siga-me. Porquanto, quer quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por minha causa acha-la-á” (Mt 16.24-25 – Ver também Mc 8.34-35; Lc 9.2327). O bom de Jesus é que Ele não engana e não ilude ninguém, e nem camufla as implicações envolvidas no seu chamado. Ele sempre apresenta a verdade dos fatos, pois deseja que seus discípulos estejam conscientes das provações e tribulações que a vida pode lhes reservar (Mt 5.10-12). É por isso que aquele que o abraça o deve fazer de forma consciente (Lc 9.23a). Esse é o preço que se paga pela obediência irrestrita em seguir o Filho de Deus neste mundo corrupto. Estamos dispostos a pagar o preço da obediência ao Senhor Jesus? Estamos conscientes da opção que um dia fizemos de seguirmos o caminho da cruz? O que recebemos quando resolvemos seguir a Cristo? A renúncia aos nossos olhos pode parecer perda! Mas aos olhos de Jesus é uma grande demonstração de confiança e fé nas promessas o qual será recompensada pela dádiva da salvação (Lc 9.24b). Um dia todos que renunciaram e se tornaram discípulos de Jesus receberão a coroa da vida como recompensa por sua fidelidade (Ap. 2.10). Assim, a glória da vida futura compensa todos os esforços da renuncia que temos que fazer. Como bem disse o comentarista da lição: “O prêmio para os que obedecem é incomparavelmente maior do que o investimento”. 3. As faces do ministério de Jesus. Ao longo do ministério público do Senhor Jesus, Ele foi chamando outras pessoas para compor Sua equipe. Depois os preparou e os enviou às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.1). Enquanto isso não acontecia, o Mestre desenvolvia as várias facetas de Seu ministério público que se revelava em outros ministérios como veremos.


Jesus ao exercer seu trabalho ministerial na terra o fez de forma tríplice. O Evangelho de Mateus, assim relata: “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ENSINANDO nas suas sinagogas, PREGANDO o Evangelho do Reino, e CURANDO toda sorte de doenças e de enfermidades” (Mt 9.35). Esse texto reúne três termos (ensino, pregação e cura) que em si resume todo o trabalho desenvolvido por Jesus ao longo de seu ministério terreno. Apesar de serem distintos, tanto em sua natureza quanto em sua estrutura, estas faces do ministério de Jesus estão intimamente relacionadas entre si. O ministério de cura e de libertação evidenciam e autenticavam o ministério de pregação e de ensino exercido por Jesus (Mc 1.27-28; Jo 2.23; 3.2; 4.48). O ministério de pregação e do ensino, por sua vez, deram real significado ao ministério de cura e de libertação (Mt 9.32; 12.22; Jo 6.63). A Palavra por Ele pregada ou ensinada tinha poder para transformar, curar e criar novidade de vida em meio a um caos com visíveis reflexos, tanto nas esferas da alma como também do corpo. Foi através da Palavra, pregada ou ensinada, que Jesus curou paralíticos (Mc 2.1-12), expeliu demônios (Mc 5.8; 9.25), e transformou pescadores e publicanos em discípulos (Mt 4.12-25; 9.9-13; Mc 1.16-20; Lc 5.1-11). O contato inicial era a pregação. A solidificação de sua mensagem se dava pelo ensino, e os obstáculos (doenças, demônios e enfermidades) eram removidos para que as pessoas pudessem entender e se apropriar Reino que se apresentava entre eles. Uma igreja que se preza como igreja de Jesus, não deve deixar de exercer também esse tríplice ministério. 3.1. Ministério da pregação e ensino. Jesus desenvolveu um trabalho itinerante, tornando a Galileia o Seu circuito, ou seja, Jesus rodeava toda a Galileia desenvolvendo o ministério da Palavra através da pregação e ensino (Mt 4.23). Mateus é bem enfático quanto a isso, pois ele informa que Jesus percorria cidades e povoados (Mt 9.35). O Senhor Jesus ensinava, ou seja, instruía os Seus ouvintes, expondo acerca do Reino de Deus. Às vezes, esse ensino era em tom de conversação e outras em discursos didáticos, mas também de pregação. O Seu auditório era formado de frequentadores das sinagogas e pessoas que se reuniam em casas ou debaixo de uma árvore nos povoados. O Senhor Jesus Cristo tinha um senso de urgência muito grande em relação às almas. Por isso Ele “percorria”, que, no grego, significa “periegen” e também tem o sentido dinâmico de rodear (Mt 4,23).Portanto, o ministério da Palavra através de Jesus não era fixo. Quanto mais Jesus rodeava as cidades, mais consciência Ele tinha de que haviam grandes cardumes humanos e campos brancos para a colheita. Faça essas duas perguntas para os alunos: “Será que essa visão de perdição eterna não mexe conosco?” “Quando será que romperemos com esse silêncio mórbido, enquanto tantos se perdem?”.

Através do ministério da pregação, Jesus, procurou despertar nos corações de seus ouvintes o desejo de conhecer o Reino dos Céus e apontou-lhes o arrependimento como condição básica para fazer parte dele (Mt 3.8-9; 4.17; 9.13; Mc 1.15; Lc 5.32; 13.2-3). Já no ministério de ensino procurou fortalecer as convicções interiores de seus ouvintes ensinando-lhes princípios e valores para a vida cristã (Mt 5.1 a 7.29). Com base nisto, podemos afirmar: a) Pregar está relacionado com anunciar, proclamar,


divulgar etc. Enquanto, que ensinar está relacionado com o vivenciar; b) A pregação conduz ao despertar da fé. Ensinar conduz a um viver na fé; c) Pregar é o anúncio das Boas Novas de Salvação. Ensino é a instrução de como vivenciar as Boas Novas de Salvação; d) A pregação tem como finalidade conduzir o indivíduo ao conhecimento do conteúdo como um todo, como por exemplo, Jesus, salvação, perdão, etc. No ensino, esse conteúdo será destrinchado e aplicado no crescimento e desenvolvimento daqueles que se dispôs a aprender; d) A pregação é o primeiro anuncio. O ensino é a continuidade deste anuncio. 3.2. Ministério de cura e libertação. Enquanto Jesus ensinava e pregava acerca do Reino de Deus, as curas aconteciam. As curas são resultado da palavra da fé ensinada e pregada. Isso era algo novo para todos os galileus e demais judeus, coisa que ora causava admiração, espanto e, com o tempo, muitos ciúmes nos chefes das sinagogas. Tanto a cura das enfermidades físicas como a libertação de possessões demoníacas eram vistas como cura também (Lc 13.10-17), pois os demônios são causadores de desordens psicológicas (Mt 17.14-18; 8.28-34). Quando vamos até Jesus, somos curados e libertados de toda sorte de enfermidade, seja que procedência for (Mt 4.24)! O grande segredo da cura divina e libertação. Ela é resultado da palavra da fé, o que também é chamado de “unção” na pregação. Trata-se de uma palavra buscada em Deus através da co0nsagração pessoal pela oração e jejum. É importante que busquemos para nós essas coisas primeiro e, depois, ou simultaneamente, para os outros.

Uma das faces do ministério de Jesus foi também a operação de milagres, especialmente a cura e a libertação. Essa parte do ministério realizado por Jesus trouxe o Reino futuro de Deus para o presente (Mc 1.14-15). Duas coisas se tornaram evidentes através do Seu ministério de cura e libertação: a destruição do reino de Satanás (Mt 8.29; 1 Jo 3.18; Lc 4.40-41; 13.16); e a implantação do poder salvador de Deus (Jo 1.12; 3.16; Ef 2.8-9; 1Tm 1.15). Jesus não só expulsava os demônios, mas curava também. Satanás tem uma setença decretada com o início do ministério terreno de Jesus. Não precisamos mais temer o inimigo de nossas almas, pois ele foi derrotado pelo poder de Jesus. Os evangelhos sinóticos usam o termo grego “dynamis” para designação dos milagres operados por Jesus. Esse termo não ressalta o caráter milagroso das obras em si, mas o poder que nelas se manifestam. Desconsiderar o ministério de cura e libertação de Jesus seria o mesmo que mutilar sua pregação e ensino que ora estava sendo proclamada e apresentada através de sua pessoa. 3.3. A fama de Jesus em Seu ministério. Jesus foi possuidor de uma fama que extrapolou os limites da Galileia. Ele veio especificamente para os filhos de Israel e orientou que seus discípulos não saíssem dos termos de Israel (Mt 10.6). Note, porém, que as pessoas do extremo norte de Israel e também dos termos da Síria traziam os seus enfermos para serem curados (Mt 4.24). Não apenas grupos de pessoas iam e vinham a Jesus, mas o acompanhavam grandes multidões originadas de vários lugares: Galileia, Decápolis, Jerusalém, Judeia e lugares


de além do Jordão. A fama de Jesus atravessou não só os lugares de origem, mas também milênios! A fama de Jesus Cristo ultrapassou lugares e milênios desde a Sua primeira vinda aqui na Terra. Comente com os alunos que o povo de sua época foi impactado com sua presença e trabalho, porém a Sua fama tornou-se ainda de maior alcance depois de sua morte. Muitos reis, divinizados por seus povos ou que se consideravam “deuses”, tentaram esse feito, mas, com a queda das civilizações, eles caíram no esquecimento.

A fama de Jesus não foi algo buscado por Ele em seu ministério, ao contrário, no exercício de seu trabalho Ele sempre procurava se afastar e até pedia para que não fossem divulgados seus milagres (Mc 1.34, 44-45; Lc 5.14-15). Jesus não exerceu seu ministério interessado publicidade ou para agradar ou receber elogios (Mt 22.16). Ele não estava nem aí para os “ibopes” oferecidos pelos homens! Seu compromisso não era com estas coisas, mas com a Palavra de Deus e com a glória do Pai (Mt 22.16; Jo 17.4)! Hoje muitos exercem seu ministério para serem famosos e reconhecidos pelos homens, e não por Deus. Fazem de tudo para estarem em evidência ou se tornarem conhecidos. Infelizmente, a fama e a popularidade se tornam para eles o alicerce para a continuação do seu trabalho ou de suas ações. A fama e a popularidade de Jesus se deram naturalmente por três razões básicas: a) Seu ministério era de ordem prática e isso atraiam pessoas de todos as camadas sociais, culturais e de todos os lugares (Mt 4.23-25; 7.28; Lc 10.25-37; 38-42; 11.1-13); b) Seu ministério satisfazia às necessidades físicas e espirituais das pessoas e isso mantinham o interesse das multidões que o seguiam (Mt 4.24,25; c) Seu ministério era exercido com autoridade, simplicidade e bondade e isso atraia a admiração e o respeito não só das multidões (Mt 7.28-29; Mc 1.27-28) como daqueles que não gostavam dele, pois disseram: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46). A mensagem de Jesus Cristo era a expressão da autoridade de um ensinador autêntico da Palavra de Deus. Muito longe de serem filosofias complicadas, suas pregações e ensinos eram práticos e perfeitamente adaptáveis às crianças, velhos, jovens e adultos; bem como às pessoas leigas, comuns, doutores e mestres da lei (Mt 7.24-27). Além, de ir ao encontro das necessidades de todos, trazia também a solução para todos os problemas. Ninguém jamais transmitiu mensagens e ensinos tão profundos quanto os de Jesus. Suas palavras não alcançavam apenas o ouvido ou a mente, mas também o coração e a consciência dos seus ouvintes: “Porventura não nos ardia o coração, quando ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lc 24.32). Elas produziam nos seus ouvintes o impacto capaz de despertar as consciências adormecidas, conduzindoos à realidade dos deveres para com Deus. Ele mesmo já havia dito: “As palavras que vos tenho dito são espírito e vida” (Jo 6.63). Conclusão. O ministério do Senhor foi como a raiz de uma terra seca para os religiosos contemporâneos. Seu labor não tinha parecer e nem formosura por causa de Sua origem.


Jesus, porém, brilhou muito além da carpintaria e das praias da Galileia, visto que Seu brilho é eterno.

Todos que tiveram a oportunidade de participar pessoalmente do ministério terreno de Jesus foram abençoados e receberam as verdades celestiais de forma única. No entanto, Cristo preocupou-se em fazer com que Seu ministério chegasse até nós. Ele separou e capacitou homens para permaneceram ao seu lado continuamente e depois lhes confiou às mesmas funções e ministério (Mt 10.1-8; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16). Não fomos chamados para sermos expectadores ou para desfrutarmos apenas das bênçãos do Reino, mas também para compartilhar com outras pessoas o poder transformador de Jesus. É preciso que sejamos instrumentos nas mãos de Deus para que a fome seja mitigada, a sede saciada, o corpo e a alma curados de suas enfermidades e feridas, os escravos do pecado libertos etc. Os valores, as exigências e as bênçãos do Reino são para serem vividos e proclamados aos milhares que perecem sem luz. É preciso que aprendamos com Jesus o que significa missão e o que ela exige. Questionário. 1. Quem era o governador da Galileia? R: Herodes Ântipas (Mt 14.1). 2. Como Mateus descreve a Galileia daqueles dias? R: Como região de trevas (Mt 4.16). 3. O que significa Cafarnaum? R: Vila de Conforto ou vila de Naum (Mt 4.21). 4. Quem era o pai de Tiago e João? R: Zebedeu (Mt 4.13). 5. Qual foi a orientação de Jesus para os Seus discípulos? R: Que não saíssem dos termos de Israel (Mt 10.6).


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