Lição 6 as bem aventuranças do reino de deus

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Lição 6 As bem-aventuranças do Reino de Deus. 7 de agosto de 2016 Texto Áureo Mateus 5.1 “E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos.” Verdade Aplicada Os pertencentes ao Reino dos céus são conhecidos pelo seu caráter, convicção e grande alegria. Objetivos da Lição Descrever as bem-aventuranças de acordo com o ensino de Jesus; Mostrar p que é felicidade e quem a possui; Ensinar os porquês da felicidade dos pertencentes ao Reino dos céus. Glossário Auspicioso: De bom agouro; esperançoso, prometedor; Bem-aventurança: Felicidade perfeita, principalmente dos eleitos do Senhor; Demanda: Ação judicial proposta e disputada contenciosamente; disputa, discussão. Leituras complementares Segunda Mt 5.2 Terça Mt 5.10 Quarta Mt 5.11 Quinta Mt 5.12 Sexta Mt 5.13 Sábado Mt 5.14 Textos de Referência. Mateus 5.3-9 3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus; 4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; 5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; 9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Hinos sugeridos. 60, 126, 240


Motivo de Oração Peça ao Espírito Santo para encorajar aqueles que abriram mão de tudo para seguir a Jesus. Esboço da Lição Introdução 1. A descrição das bem-aventuranças. 2. De quem são as bem-aventuranças? 3. Os porquês das bem-aventuranças. Conclusão Introdução Bem-aventuranças são o estado permanente da perfeita satisfação e plenitude apenas alcançada pelos súditos do Reino. Isso significa que os Seus discípulos precisam aprender dEle como serem felizes desde já.

O ensino de Jesus acerca das Bem-aventuranças é uma das citações mais conhecidas e sublimes do “Sermão do Monte” e consequentemente do Evangelho de Mateus. Constituise também uma das mais belas páginas das Escrituras Sagradas, o qual fala sobre a valorização da vida humana, bem como a satisfação e a felicidade que se podem alcançar quando se coloca em prática os princípios espirituais nelas inseridas. As bemaventuranças não são palavras para serem decoradas, mas vividas; não constituem um estatuto, um código de regras e leis abstratas para serem cumpridas, mas indicações de qual deve ser a qualidade de vida que devemos viver; também, não são promessas apenas para o futuro, mas bênçãos que podemos experimentar hoje! Eis aqui uma excelente oportunidade de aprendermos sobre a felicidade e de como obtê-la. 1. A descrição das bem-aventuranças. Jesus enunciou aos Seus discípulos uma série de bem-aventuranças. Será que elas têm importância para nós hoje? Sim, elas são um modo de expressarmos um caráter que glorifique ao Pai e de nos realizarmos como súditos do Reino e discípulos de Jesus.

Nas descrições de Jesus acerca das bem-aventuranças a verdadeira felicidade não depende do que temos ou fazemos, mas do que somos. Jesus mostra que a felicidade é algo que está dentro de nós, que se instala no interior de nossos corações, independentemente das circunstâncias exteriores. Por isto, tanto nas bem-aventuranças, quanto no restante do Sermão do Monte, as instruções de Jesus dão ênfase ao que somos e, só em segundo ou último plano, ao que fazemos ou temos. Jesus proclama bemaventurado quem é pobre ou humilde de espirito, manso, misericordioso, pacificador etc. Jesus não diz que basta fazer um gesto de misericórdia ou de mansidão para ser feliz, mas que isto precisa ser um traço constitutivo da pessoa. Seus ensinos são exatamente o oposto do ensino dos escribas e fariseus, para os quais o mais importante era o “fazer”, bem como à dos dias atuais, cuja ênfase está no “ter”. As instruções de Jesus sobre a felicidade dos humildes de coração (Mt 5.3), a felicidade dos que choram na certeza do consolo do Senhor (Mt 5.4), a felicidade dos mansos que se encurvaram diante da grandeza e da graça de Deus (Mt 5.5), a felicidade daqueles que tem fome e sede de


justiça (Mt 5.6), a felicidade dos misericordiosos (Mt 5.7), a felicidade dos puros de coração (Mt 5.8), a felicidade dos pacificadores que buscam a paz e empenham-se para alcançá-las (Mt 5.9), a felicidade dos que são perseguidos por causa da justiça ou do Seu nome (Mt 5.10-12), demonstram na prática que o que somos é mais relevante do que o que fazemos ou temos. Jesus deixa claro que a verdadeira felicidade é “um estado da alma”, “um bem estar íntimo” desfrutável somente por aqueles “são” e não necessariamente por aqueles que “tem” ou “fazem” alguma coisa. 1.1. A primeira tríade das bem-aventuranças. Bem-aventurado no grego é “macários”, que significa “estado de felicidade profunda”, cujo sinônimo perfeito no português é beatitude. Da mesma raiz latina “beatus”, que significa “feliz”. Deus nos preparou um caminho de felicidade ligado à ética. Felizes são os humildes de espírito em relação a Deus e ao próximo e não os soberbos desse mundo. Afortunados são os que choram, não por tristeza comum, mas por sofrerem pelo Reino dos céus. Felizes são os mansos, capazes de manterem a força da paciência quando sofrem oposição e são insultados. A engrenagem principal que deve promover a felicidade plena e permanente é a prioridade do reino de Deus na vida do cristão (Mt 6.33). A dependência de Deus, seu choro e sua paciência em meio ao sofrimento, por causa do Reino dos céus não torna os cristãos infelizes, pelo contrário, torna-os possuidores de uma indescritível felicidade e gratidão a Deu, porquanto a atenção da pessoa está centralizada no Reino e não em si mesma.

O assunto deste domingo é extenso e longo, geralmente estudado em um trimestre inteiro. Portanto, difícil de atingir o objetivo em apenas 50 minutos de aula. Por esta razão os professores devem sintetizar bem os tópicos propostos. O termo “bemaventurado” vem do latim “beatus” significando “abençoado” ou “feliz” e por essa razão são também chamados de beatitudes. Ele aparece nove vezes nesse texto e sua ênfase básica reside naquilo que há de mais interior em nosso ser. O comentarista as divide em três conjuntos de três e as explana de forma sucinta. O primeiro conjunto das bemaventuranças propostas pela lição é: a) “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3); Evidentemente, o significado aqui não é de pobreza no sentido material ou social. Aqui, a expressão do termo “pobre de espírito” significa reconhecer humildemente que não é nada e colocar sua confiança em Deus. Na visão de Jesus, a felicidade está intimamente ligada com a humildade, e humildade a uma honesta avaliação do próprio ser. Quando reconhecemos nossas limitações e fraquezas, então, compreenderemos toda a nossa incapacidade e isto não nos dar motivos de se orgulhar. Aquele que é humilde e reconhece suas falhas tem então condições de buscar suficiência em Deus que tem para lhe dar. Quando nos achamos autossuficiente e não buscamos em Deus, a nossa capacidade de ação se limita a nós mesmo. Mas quando buscamos no Senhor, Ele coloca todo o Reino dos Céus e todos os seus recursos à nossa disposição para sermos felizes; b) “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (Mt 5.4). Aqui, a ideia do choro não é necessariamente de lamento natural por alguma perda e nem uma autocomiseração em que o indivíduo se entrega a um estado de lamuria. Na vida nem todo choro é abençoado e nem toda tristeza encontra consolo! O choro, aqui destacado por


Jesus, vem de um coração quebrantado (2 Co 7.10). Felizes são os que podem quebrantarse num mundo tão entenebrecido! A estes, Deus promete consolar! Quando não aprendemos a nos quebrantar diante de Deus, nos tornamos endurecidos e não há consolo para nós (Sl 32.3-4). Mas o choro de uma alma abatida e arrependida sempre será acolhido por Deus. Como está difícil encontrar homens e mulheres que, sinceramente, derramem sua alma diante de Deus. Pessoas que manifestam nas lágrimas e nas confissões sua total dependência de Deus (Tg 4.9; 1 Co 5.2). O Senhor ama aquele que tem um espírito quebrantado e coração contrito (Sl 51.17); c) “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5). Ser manso se contrapõe ao ódio, à violência e ao estilo agressivo de se conquistar alguma coisa. Não significa também fraqueza ou covardia, é, antes de tudo, uma força que temos sob o controle de Deus. É uma virtude que representa um aspecto do caráter daqueles que permanecem calmos diante dos insultos. Indicam que nossa força e nossa vitalidade são controladas pelo Espírito Santo. Para Jesus, manso é aquele que continuamente submete sua natureza e vontade à vontade de Deus. Ele mesmo declara: “... e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e achareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.29). Jesus nunca foi um fraco, antes, porém foi manso e dócil à vontade do Pai. 1.2. A segunda tríade das bem-aventuranças. Prósperos são “os que têm fome e sede de justiça” e não os que folgam com a injustiça e a causam. O sentimento da busca pela justiça que vem dos céus deve ser tão forte como a fome, em que a pessoa sinta dor e não seja capaz de pensar facilmente noutras coisas. Os súditos do Reino devem ser cheios de misericórdia e não insensíveis à miséria alheia. Devemos demonstrar a prática da bondade em favor dos miseráveis e aflitos. “Os limpos de coração” são aqueles que cultivam internamente o temor a Deus e se santificam. Os tais terão uma visão beatífica, que é o próprio Deus! Estas bem-aventuranças são exercícios interiores que se expressam externamente e visam que a pessoa cultive em seu coração o dever de promover o seu semelhante, isso é ter fome e sede de justiça e praticar misericórdia. Tal prática não lhe dá o direito de se sentir superior, nem de ser cobiçoso de vanglória, mas servo de Deus como Jesus Cristo foi (Fp 2.5-11). Igualmente, limpeza de coração não diz respeito apenas a adultérios e invejas, mas um temor a Deus em que a pessoa se santifique de toda contaminação e rapina (Mt 23.25; Lc 11.39). Jesus chama de bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, isto é, os que desejam acima de tudo ajustar-se à mente do Senhor. Eles não anelam por se tornarem ricos, poderosos ou eruditos, mas por serem santos. Bem-aventurados são todos os tais. Um dia terão o suficiente do que desejam. Um dia acordarão revestidos à semelhança de Deus e serão satisfeitos (Sl 17.15).

O segundo conjunto das bem-aventuranças propostos na lição é: a) “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5.6). Quando se fala de fome e sede de justiça, não se quer dizer faminto e sedento de vingança. A Bíblia diz que a vingança pertence a Deus (Rm 12.19). A questão levantada por Jesus se refere à fome e sede de justiça interior. A vida cristã é para aqueles que têm o desejo ardente por justiça e retidão interior. Quando olhamos para o nosso interior devemos ver a nossa injustiça, precisamos enxergar o pecado que não gostaria de ver e saciarmos da justiça de Deus. Paulo clama: “miserável homem que sou; quem me livrará...?” (Rm 7.24 – Veja


também os capítulos 6 e 7 de Romanos). Ele sente fome e sede de ser justo. Aqueles que procuram esta justiça com verdadeira fome e sede serão fartos por Jesus e pela atuação do Espírito Santo trabalhando suas vidas; b) “Bem-aventurados os misericordiosos, porque ele alcançarão misericórdia” (Mt 5.7). A condição pessoal das pessoas não misericordiosas é tal que elas são incapazes de receber. Na natureza da misericórdia não pode haver recepção sem doação. Dividir amor entre as pessoas é uma das coisas que mais pode trazer realização à vida de um cristão. Infelizmente, negligenciamos muito o exercício da misericórdia. Em Atos, Paulo declara aos presbíteros de Éfeso que há muito mais felicidade em dar do que em receber (At 20.35). Ele podia declarar isso, já que ele dera tudo, inclusive a sua “própria vida” em prol deles. Usar de misericórdia nos ajudará a entender um pouco da imensa misericórdia que Deus precisou exercer para conosco (Gl 6.7); c) “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5.8). O termo “limpos de coração” deve ser entendido como “pureza interior”. Não é algo externo ou aparente, com o objetivo de ser apreciado pelos homens, mas algo que parte do interior do indivíduo (1Ts 5.23). Em outras palavras significa o estado de pureza tanto da mente como dos sentimentos. São desejos e sentimentos puros, sinceros e genuínos. É uma vida transparente, onde o exterior reflete a pureza interior (Sl 24.4). Jesus coloca essa pureza como condição básica e indispensável àqueles que buscam habitar com Deus e serem felizes. 1.3. A terceira tríade das bem-aventuranças. Os pacificadores são aqueles que não apenas amam a paz, ou aqueles que preferem a paz do que a uma “boa demanda”, mas são aqueles que promovem pacificação de fato. São os que têm maturidade suficiente para reconciliar inimigos. Os tais tornam-se participantes da natureza divina, ou seja, filhos de Deus. A seguir, “os que sofrem perseguição por causa da justiça” são agentes de transformação de um sistema corrupto e injusto que não se renderão, seja no âmbito religioso, político ou os dois simultaneamente. Na mesma categoria estão os que sofrem perseguição por amor a Cristo. São vítimas de calúnias, perseguição e toda sorte de mentiras. A estes pertencem não só o Reino, mas também o galardão. O Senhor Jesus Cristo estabeleceu que a ética dos súditos do Reino de Deus consiste em ir além do mero amor à paz ou ausência de conflitos. É lamentável que existam pessoas que busquem confusões e cismas. A Palavra nos diz que Deus abomina os tais. Ressalte para os alunos que também devemos estar conscientes que Deus quer usar as nossas vidas como agentes de transformação do meio, através de Cristo e Sua justiça, mas para isso temos que sofrer, olhando sempre para Jesus (Fp 2.5-11; Hb 12.2). Os pacificadores são os que exercem a sua influência pessoal a fim de promoverem a paz e o amor, tanto em particular como em público, em casa ou no estrangeiro. São os que se esforçam para que todos os homens se amem mutuamente (Rm 13.10). Bem-aventurados são todos esses, pois, estão realizando a mesma obra que o Filho de Deus iniciou, quando veio à Terra pela primeira vez, e que Ele terminará em Sua segunda vinda. O terceiro conjunto das bem-aventuranças propostos pelo comentarista é: a) “Bemaventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). O pacificador é alguém que, antes de tudo, tem paz em si mesmo. Na Bíblia o termo abrange também o sentido de harmonia. Assim, promover a paz e levar a paz aos corações dos que não tem é um exercício dos filhos de Deus. Os pacificadores são aqueles que não apenas amam a paz, mas aqueles que promovem a paz de fato (Mt 5.9). É ativo em promover a paz


e a harmonia entre seus semelhantes. Não olham apenas o seu interesse, mas cuida também dos interesses de Deus e do próximo; b) “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.10). Aqui, Jesus trata daqueles que sofrem perseguição por ser justo. Nem toda perseguição que o crente passa, é necessariamente, perseguição por amor à Cristo. O mundo tem sido considerado um vale de lágrimas e um verdadeiro laboratório de sofrimento, em grande parte, utilizados com ações de injustiças. Naturalmente, não é fácil sofrer perseguições e/ou injustiças sem revidar com agressões, sem pagar com a moeda da vingança. Mas, se o cristão paga o mal com o mal, qual a diferença dele para o descrente? Jesus não revidou contra seus agressores e Ele quer que o nosso comportamento também seja esse (Rm 12.17-21). Para Jesus, sofrer perseguição por causa da justiça e não revidar é o mesmo que brilhar na escuridão e ser referencial divino para a humanidade; c) “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós” (Mt 5.11). Já aqui, Jesus trata daqueles que são perseguidos por amor a Ele. Jesus nunca enganou ninguém dizendo que quem segui-lo teria um “mar de rosas” à sua frente! Ao contrário, Ele foi muito claro quando disse que quem se dispusesse a segui-lo teria de enfrentar o sofrimento, as aflições e as perseguições (Jo 16.33; 15.20; Mt 16.24; 10.16-22). O próprio Senhor, os apóstolos e os profetas são exemplos de perseguidos (Mt 5.12; At 12.1-5; 1 Pe 2.21-24; 4.13-14). Todavia, o sofrimento e as aflições por causa Dele deve nos trazer alegria, pois ninguém persegue quem é inútil, sem compromisso ou indecisos, mas somente aqueles que têm fé genuína, são sinceros e tem compromisso (Mt 5.12; 1Pe 4.13-17; At 5.41). Em outras palavras: Só o crente verdadeiro é perseguido e a perseguição torna-se a prova de nossa lealdade! Na hora da perseguição quem é fiel permanece, quem não é, abandona (Mt 13.21). 2. De que são as bem-aventuranças? A felicidade é um estado pertencente aos que nasceram de novo, tornando-se assim filhos de Deus (Jo 1.12). É tanto um estado quanto um direito assegurado aos herdeiros de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor.

O ensinamento das bem-aventuranças vale para todos os homens, tanto cristãos como não cristãos. As Boas Novas proclamadas por Jesus deve transformar a existência dos que a recebem (Is 61.1-2). Portanto, as bem-aventuranças não foram ministradas ou elaboradas para uma classe privilegiada de pessoas e/ou “elite espiritual”, mas para todos os que desejam e a utilizam como um padrão de vida. No entanto, as bem-aventuranças determinam o “ânimo interior” dos súditos do reino dos Céus e visam mostrar as marcas de Cristo em suas vidas. Na realidade, a bem-aventurança é o próprio Senhor participado pelo homem (Mt 11.29; Lc 17.21), quer de maneira parcial concedido através do Fruto do Espírito (Gl 5.22), quer de forma mais complexa através da comunhão de vida com Ele (Jo 15.11). O homem natural não as consegue viver, pois, para eles tudo parece um absurdo. Acham difícil ser feliz sendo humilde ou chorando, sendo manso ou sedento de justiça, sendo perseguido ou injuriado; e, iludidos acham que pode, facilmente, encontrar felicidade no hedonismo ou no liberalismo. Mas, para nós cristãos, a verdadeira felicidade


só é encontrada nestas virtudes espirituais ensinadas por Cristo. Quem as segue são de fato abençoados, felizes, alegres etc. 2.1. Dos que pertencem ao Reino dos Céus. Há dois aspectos em relação ao reino dos Céus referindo-se ao indivíduo: situação e tempo. Em relação à situação, é estar dentro ou fora do Reino. Para os que estão dentro pelo novo nascimento há o aspecto presente e porvir do Reino de Deus. Portanto, esse estado de felicidade pertence aos discípulos de Cristo, aos que ouvem e atendem a Sua Palavra. Ou seja, aos que estão dentro do Reino pelo novo nascimento e obediência. Qual a sua situação em relação ao Reino de Deus? Você já experimentou o novo nascimento? O estado de felicidade profunda só pode ser desfrutado pelos que nasceram de novo e permanecem dentro do Reino de Deus. Ensine para os alunos que bem-aventuranças é diferente de possuir uma confissão religiosa, e/ou estar ligado a uma instituição. É sim ter uma fé prática na Palavra de Cristo. É obedecê-lo incondicionalmente até a morte.

As bem-aventuranças são virtudes que devem ser encontradas principalmente na vida dos que pertencem ao reino dos céus. Elas constituem uma declaração das bênçãos e da felicidade, que em parte já experimentamos, e outras, que serão gozadas plenamente na vida futura. Jesus não disse: Bem-aventurado serão..., mas bem-aventurados são os... . Não seremos felizes só no futuro quando chegarmos ao céu, seremos felizes também no presente, a caminho do céu. Somos felizes, agora, por causa da esperança do futuro que está aberto para nós! Então, Por quê muitos que estão em Cristo não são felizes? Infelizmente, porque muitos ainda não se deram conta ou não tomaram consciência destes fatos. Jesus quer que seus discípulos sejam pessoas felizes. As bem-aventuranças vem exatamente mostrar como seremos abençoados e felizes se fizermos dela um estilo de vida. Aqueles que foram alcançados pelo evangelho são homens e mulheres humildes, amorosos, fiéis, corajosos, etc. Ainda não são perfeitos, mas são convertidos. Seus interesses e desejos se voltam totalmente em direção ao Reino dos céus. 2.2. Dos que cultivam as virtudes do Reino. As virtudes arroladas pelo Senhor Jesus Cristo nas bem-aventuranças são: humildade, choro, mansidão, sede e fome de justiça, misericórdia, santificação a partir do coração e o ser perseguido por causa da justiça e por amor a Cristo. Para alguns, nem todas deveriam ser consideradas virtudes, pois o choro e a mansidão poderiam ser consideradas como fraquezas. Não devemos nos preocupar com isso, pois Jesus determinou como virtude. A mentalidade natural nunca entenderá as coisas do Espírito (1Co 2.14). Paulo também discorre sobre a maioria das bem-aventuranças, porém ele as chama de fruto do Espírito. Ser feliz segundo as palavras de Jesus é cultivar as beatitudes. As beatitudes são elementos éticos que não só demonstram o entendimento do propósito de Deus para a vida, mas também são um estado de felicidade tão profunda e de alegria que só os filhos de Deus experimentam na sua maior intensidade.

As bem-aventuranças na verdade são características daqueles que cultivam e as tornam expressões nos seus convívios diários. A humildade, a mansidão, a fome e sede de justiça, a misericórdia, a pureza, a paz, a perseverança, revelam no nosso dia a dia como cristãos.


Não são características para serem desenvolvidas às escondidas, mas para serem vividas em todos os âmbitos de nossa existência. 2.3. Dos que sofrem pela justiça e por Cristo. A felicidade que Jesus fala não abre mão do sofrimento. Se observarmos, o sofrimento se faz presente desde a primeira bem-aventurança até a última. Vivemos num mundo que idolatra a soberba e a autossuficiência. Dessa maneira, a humildade não é bem-vinda e ainda merece desprezo, oposição velada ou até mesmo escárnio. Ser fiel a Deus é suportar essas coisas com paciência e resignação até a morte. Ninguém gostaria de sofrer ou sentir alguma dor por coisas boas, mas o mundo se afastou de tal maneira de Deus que não tem como ser diferente. Há lugares em que cristãos são presos, torturados, confiscados os seus bens, entre outros. Entretanto, eles não devem ser considerados desafortunados, mas venturosos. A vida cristã é feliz em meio ao sofrimento. Visto que a vida cristã se fixa no propósito de agradar a Deus, mas, pelo fato de o mundo estar corrompido pelo pecado e o maligno, certo é que todo o cristão terá dificuldades, oposições e perseguições. Não há um padrão e sim níveis de perseguições, pois à medida em que o retorno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo se aproxima o espectro da perseguição tende a aumentar. Todavia, o verdadeiro cristão é feliz na esperança da sua salvação. Assim, ele não reclama, não amaldiçoa e não ressente do mal.

Grande parte dos cristãos nos dias de hoje talvez tenha dificuldade de entender esse conceito e principio ensinado por Jesus. Os cristãos primitivos e da igreja dos séculos seguintes entenderam muito bem. Foram crucificados, entregues às feras, queimados vivos, amarrados aos postes etc. Eles foram perseguidos por causa da justiça e pelo nome de Jesus. Ainda hoje, em alguns lugares, há os que sofrem perseguição por causa do evangelho. A possibilidade hoje de os cristãos serem hostilizados e perseguidos por causa de sua fé, mesmo em lugares mais tranquilos, é algo perfeitamente previsível, pois, não há como ser amigo do mundo e, ao mesmo tempo, agradar a Deus. A esses o Senhor promete que “deles é o Reino dos Céus”. 3. Os porquês das bem-aventuranças. As bem-aventuranças são seguidas de oito porquês. Isso indica uma ênfase de Jesus Cristo em mostrar a razão delas. Significando também que a fé cristã não é “um tiro no escuro” e nem há surpresas totais, posto que Jesus é absolutamente transparente e a felicidade profunda do Reino é garantida.

As bem-aventuranças constituem-se nas promessas dos benefícios inerentes ao Reino dos Céus, pois só os que pertencem a ele saberão o que significa: ser parte do Reino dos Céus (Mt 5.3b), ser consolado (Mt 5.4b), herdar a terra (Mt 5.5b), ser fartos (Mt 5.6b), alcançar misericórdia (Mt 5.7b), ver a Deus (Mt 5.8b), ser chamados de filhos de Deus (Mt 5.9b), etc. Assim, a verdadeira felicidade pertence aos súditos do Reino dos Céus e não é proveniente do ter ou fazer algo, mas de estar em Cristo e ser por Ele salvo. 3.1. As promessas aos felizes. A vida cristã é feliz por ser resultado da comunhão, da presença de Deus e da perseverança dos santos. Mas a verdade é que nem sempre isso pode ser constatado. A explicação está na ausência de alguma das coisas supracitadas, ou de todas elas, tornando essa pessoa um


cristão nominal, mas de fé morta. Porém, ao nos voltarmos para as bem-aventuranças, elas estão cheias de ditosas promessas: “serão consolados”, “herdarão a terra” etc. Assim, o fiel Deus tem um constante sentimento auspicioso. A felicidade cristã é sobretudo baseada na comunhão com o Espírito Santo (2Co 13.13; Gl 5.16). Reforce para os alunos que o próprio Espírito no interior dos crentes é o selo e penhor de uma gloriosa promessa: o resgate definitivo da Igreja, o Corpo de Cristo, por ocasião da vinda de Jesus (2Co 1.22; 5.5).

É imprescindível que saibamos distinguir entre a falsa e a verdadeira felicidade. A grande maioria das pessoas naturais “aprenderam” a exibir uma “felicidade artística”, para benesses de sua própria imagem. Entretanto, no seu isolamento, longe dos holofotes, são tristes, deprimidos e carentes de felicidade. Outros imaginam que um bom casamento, uma família ajustada, um emprego seguro ou ter bastante dinheiro trará felicidade e lutam de forma famigerada para alcançá-la e quando conseguem alcançar descobrem que continuam infelizes. O caminho proposto por Jesus para se alcançar a felicidade não é nenhum destes e nem um sistema religioso estático, morto e sem expressão, mas um padrão de vida abundante que brota do interior. Um estilo operante que lança fora os atos exteriores e mecânicos da vida, para uma motivação interior que é fazer a vontade de Deus (Sl 34.8). 3.2. A alegria da esperança dos felizes. A alegria do cristão não é um sentimento que este passivamente torna-se recebedor. É antes o resultado de uma escolha, de um cultivo e de obediência. Note que o Senhor Jesus diz: “Exultai e alegrai-vos, porque grande é o vosso galardão nos céus” (Mt 5.12). Paulo também fala sobre a alegria sob a mesma perspectiva (Rm 12.12; 2Co 13.11; Fp 4.4). Pela comunhão que cultivamos, já temos o fruto do Espírito denominado gozo, mas ante a expectativa de tais promessas devemos nos exultar e alegrar. Infelizmente, nem todos compreendem e obedecem esta palavra Jesus. Ao contrário, são manhosos, murmuradores e cheios de autopiedade, passando uma impressão muito negativa. Porém, haverá sempre os fiéis que exultam na esperança. A exultação do cristão é um elemento que o identifica com bem-aventuranças, ou seja, “quem goza da bem-aventurança celeste”. Elabore as seguintes perguntas para os alunos: “Com que lado da vida cristã você resolveu ficar? Você se concentra apenas nas provações ou nas promessas auspiciosas de Cristo? ”.

A alegria da esperança dos felizes está primeiramente em Deus. Felicidade é ter Deus dentro de si (Lc 16.19-31; 12.13-21). É impossível alguém alcançar a felicidade longe de Deus. Assim, a esperança da felicidade consiste primeiramente no reencontro do homem com o seu criador, isto é, na conversão gerada pelo novo nascimento (Jo 3.3) e, depois, quando adotamos os ensinamentos de Cristo como padrão de vida. Somente a graça e a operação do Espírito Santo são capazes de produzir em nós a verdadeira felicidade. 3.3. O resultado da identidade dos felizes. As bem-aventuranças são atitudes e sentimentos que geram uma identidade de filhos de Deus. Os filhos de Deus têm uma maneira própria de pensar, de agir e de sentir que os


tornam parecidos com o Pai celestial. É dessa maneira que eles são sal e luz do mundo, ou seja, toda uma vida que agrada a Deus e gera a glorificação do Seu Santo Nome. Somos desafiados a brilharmos diante dos infiéis com boas obras e dessa maneira glorificarmos ao Pai celestial. O apóstolo Pedro mais tarde também escreve sobre o assunto (1Pe 2.12). Este é um alvo que devemos perseguir. Devemos ser imitadores de Cristo na busca de nos parecermos com o Pai celestial (1Co 11.1). Se temos o Espírito Santo, já temos em nós o fogo celestial que nos movimentará nessa direção, ou seja, de sermos luz e produzirmos a glorificação a Deus por parte daqueles “Creio que houve falha na redação da revista, faltou a complementação” As virtudes das bem-aventuranças geram em nós uma identidade de filhos de Deus (Mt 5.9) e estreitam ainda mais os laços de nossa comunhão com Ele. O crente é uma pessoa alegre, pois há um novo cântico nos seus lábios, há uma nova alegria em seu coração. Essa alegria está também ligada à esperança da vida eterna. A verdadeira felicidade em nossa vida não depende de modo algum das pessoas que estão à nossa volta, nem dos acontecimentos da nossa vida, nem mesmo das circunstâncias em que nos encontramos. Depende do esforço de cada um em querê-la de fato dentro de si. Infelizmente muitos cristãos ainda não experimentaram plenamente em sua vida porque não alcançaram o pleno conhecimento do reino dos céus e nem colocaram em prática os ensinos de Jesus e os princípios das bem-aventuranças. O resultado dos ensinos de Cristo estabelece com clareza e objetividade os elevados padrões espirituais para a vida dos filhos de Deus. Conclusão. As bem-aventuranças são tanto um estado de felicidade quanto um compromisso ético daqueles que são filhos de Deus, cujo objetivo final é, através do novo pensar, ter um estilo de vida que glorifique a Deus.

A verdadeira felicidade em nossa vida somente ocorrerá quando alcançarmos a plena compreensão e a prática dos ensinos das bem-aventuranças. Estes são os caminhos traçados por Jesus para quem deseja a felicidade. Não é simples nem imediato. Não depende dos outros, mas unicamente de cada um de nós, se procurarmos fazer desse ensino o ideal de vida. Questionário. 1. O que significa bem-aventurança? R: Felicidade profunda (Mt 5.1-12). 2. O que a mentalidade natural nunca entenderá? R: As coisas do Espírito (1Co 2.14). 3. De quem são as bem-aventuranças? R: Dos que pertencem ao Reino dos Céus; dos que cultivam as virtudes do Reino; dos que sofrem pela justiça e por Cristo (Jo 1.12). 4. Quantos são os porquês das bem-aventuranças? R: Oito porquês (Mt 5.1-12).


5. A alegria de Cristo em nós é resultado de quê? R: De uma escolha, cultivo e obediência (Mt 5.12).


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