Lição 6 O Senhor, Justiça Nossa. 7 de maio de 2017 Texto Áureo Jeremias 23.6 “Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o nome, com que o nomearão: O Senhor, Justiça Nossa. Atributos morais de Deus. São qualidades morais que revelam o caráter ético de Deus, tais como justiça, retidão, perfeição, santidade, misericórdia e amor. Sua justiça é um atributo moral que revela seu perfeito julgamento. A Igreja de Cristo apregoa a justiça, segundo a justiça de Deus, que se manifestou em Cristo, o qual cumpriu toda a justiça (Rm 1.17). Por isso, Cristo se tornou da parte de Deus sabedoria, justiça, santificação e redenção (1 Co 1.30). A misericórdia de Deus é a expressão da sua justiça (Êx 34.6,7; Sl 145.8). (Lições CPAD Jovens e Adultos,2007 1º Trimestre)
Verdade Aplicada Em Jesus somos perdoados e recebemos justificação por intermédio de Seu sangue. A justificação é um ato jurídico ou uma sentença divina na qual Ele declara perdoado todo pecador que crer em Jesus. Louis Berkhof define: “A justificação é um ato judicial de Deus no qual Ele declara, baseado na justiça de Jesus Cristo, que todas as exigências da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador”. A justificação é o contrário de condenação. Ela é um ato único e legal que remove a culpa do pecado e restaura o pecador à sua condição de filho de Deus, com todos os seus direitos, privilégios e deveres. A justificação não ocorre na vida do pecador, não produz mudanças no seu caráter, mas no Tribunal de Deus. Justificação é uma declaração e santificação é transformação. Mas, é a partir da justificação que o Espírito Santo inicia no pecador todo o processo de santificação até a sua glorificação. (Rm 3.21-31)
Objetivos da Lição Reconhecer que somos dependentes da justiça divina; Entender que deus é um Justo Juiz; Aprender que tem horas que chorar é preciso. Glossário Alosna: Absinto; planta composta, de sabor amargo e aromático; Calabouço: Prisão subterrânea; cárcere sombrio; Conjuntura: Acontecimento, ato, ocasião; dificuldade, oportunidade. Leituras complementares Segunda-Feira – Jeremias 23:3 23 : 3 E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão.
Terça-Feira – Jeremias 23:4 23 :4 E levantei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.
Quarta-Feira – Jeremias 23:6 23 : 6 Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.
Quinta-Feira – Jeremias 23:7 23 : 7 Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito;
Sexta-Feira – Jeremias 23:10 23 : 10 Porque a terra está cheia de adúlteros, e a terra chora por causa da maldição; os pastos
do deserto se secam; porque a sua carreira é má, e sua força não é reta.
Sábado – Jeremias 23:11 23 : 11 Porque tanto o profeta, como o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz o Senhor.
Textos de Referência. Jeremias 23.1-2, 5 1 Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. 2 Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. 5 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra. Hinos sugeridos. 156, 311, 450 Motivo de Oração Ore pelos pastores e líderes que lutam por justiça e retidão. Esboço da Lição Introdução 1. Deus é a nossa justiça. 2. O Senhor é Justo Juiz. 3. Deus protege os injustiçados. Conclusão Introdução Nesta lição estudaremos, dentro do livro do profeta Jeremias, sobre a grandiosa e magnífica justiça do Eterno Deus, isto é, o Seu modo de agir. Em outras palavras, o Seu proceder em favor dos homens. A Bíblia Sagrada afirma que Deus é justo. “Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é" (Dt 32.4; 2 Cr 19.7; Rm 9.14). A justiça é uma característica própria de Deus, ela faz parte da sua bondade e misericórdia (Sl 116.5). Deus é justiça por ser imparcial, honesto e reto. O Eterno Deus sempre agi com justiça, nunca procede de forma desonesta, Ele retribui a cada pessoa aquilo que merece. Sua justiça é repleta de misericórdia. Deus castiga o pecador, mas perdoa aquele que se arrepende. A mensagem, portanto é: “Arrendei-vos, portanto, e converte-vos para que assim sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor”, (At 3.19). 1. Deus é a nossa justiça. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Não há justo, nem um sequer (Rm 3.23). Fomos declarados justos por causa da obra de Cristo em nosso lugar e em nosso benefício. Agora, estamos quites com a justiça divina e nenhuma condenação pesa mais sobre nós (Rm 8.1).
“Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jr 9.24). Deus declara nesse texto, bem como em outros a sua justiça, vale frisar que o modo de Deus trabalhar é fundamentado pela justiça e pela verdade, Ele atende todos aqueles que buscam ajuda. “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o
testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.21-23). O apóstolo Paulo explicou que Deus, por meio de sua graça, pode declarar nos inocentes. Quando um juiz em um tribunal declara o réu inocente, todas as acusações são retiradas de todos os registros. Legalmente, é como se a pessoa nunca tivesse sido acusada. Quando Deus perdoa nossos pecados, nossa vida fica completamente limpa. Da perspectiva de Deus, é como se nunca tivéssemos pecado. 1.1. Quem ainda não sofreu uma injustiça? Injustiça é a prática de violar padrões do que é justo. Sofrer injustiça é uma das coisas mais doloridas de lidar. Quando isso acontece, a revolta toma conta de quem é alvo de injustiças. Na Bíblia, há muitos relatos de pessoas que sofreram injustiças. Jeremias, por exemplo, foi posto em um calabouço (Jr 37.16), jogado na lama (Jr 38.6), desprezado pelos amigos e familiares, apenas por ser justo diante de Deus. Jeremias nos adverte que “ai daquele que edifica a sua casa com injustiça” (Jr 22.13). Por isso Jeremias vivia na presença de Deus (Jr 12.3). Quando o Senhor levantou Jeremias como profeta em Judá, lhe revelou o nome de Jeová Tsidkenu, prometendo justificar o seu povo: “Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com que o nomearão: O Senhor, Justiça nossa.” (Jr 23.6). Jeová Tsidkenu nos descreve que Deus é Juiz e julga com justiça, amparando os que são injustiçados e castigando os injustos com as consequências de suas iniquidades. Ele é a nossa justiça. Só andamos pelas veredas da justiça porque fomos justificados (Rm 5.1). No tempo dos monarcas, o povo judeu viveu períodos de grandes injustiças (2Rs 17.3-4; 18.13, 16; 23.33). A justiça de Deus fez com que o Senhor Jesus levasse as nossas iniquidades, sofrendo o castigo que era nosso, para nós, os pecadores, pudéssemos ser curados, salvos, purificados e justificados diante dEle (Is 53.4-5; 2Co 5.21).
Deus é justo, Ele sempre estará ao lado da verdade e da justiça. Ele sempre vai defender a causa dos injustiçados e dos inocentes. Jesus Cristo sofreu a injustiça dos homens, mesmo sem cometer nenhum crime foi condenado. Por isso Ele, que sofreu, defenderá os inocentes. Mas por ser o Eterno Deus justo, certamente não se agrada dos injustos, os infiéis, mentirosos, corruptos e contra os maldizentes. Assim, é importante sempre ficar do lado da verdade, da honestidade e da justiça, pois assim Deus estará do nosso lado para nos livrar de todo mal. “Longe está o Senhor dos perversos, mas ouve a oração dos justos.”(Pv 15.29). “Sei que o SENHOR sustentará a causa do oprimido, e o direito do necessitado”(Salmos 140.12). É melhor sofrer o dano, o prejuízo e a injustiça do que praticá-la. Deus defenderá sempre o justo. Jesus é o Advogado deste, e não há Advogado melhor do que Deus. Deus sabe de todas as coisas e sabe também a melhor maneira de retribuir e de defender a justiça e a verdade. Ele trabalha da melhor forma para honrar os que merecem, bem como humilhar os que humilham. A justiça de Deus não falha e é perfeita . 1.2. Os líderes destruíam o povo. Jeremias conhecia muito bem o sacerdócio, pois nasceu neste ambiente religioso. Ele lamenta que os falsos líderes tenham feito a cabeça do povo (Jr 5.30-31). Jeremias descreve os falsos líderes assim: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor.” (Jr 23.1). Esta passagem mostra a conduta errada dos líderes de Judá. Eles não amavam o povo como o Senhor os ama! O interesse deles era o dinheiro (Jr 5.31; 6.13). Para eles, ser profeta era uma posição de destaque e honra. Eram sábios para o mal e não para o bem (Jr 4.22). Deus não aprova líderes assim. Ele chama homens que amem e para que guiem Suas ovelhas na graça e no conhecimento (2Pe 3.18).
Estamos vivendo dias tristes no que concerne a muitos que se intitulam como verdadeiros líderes cristãos. Todos os dias, templos evangélicos estão sendo abertos, não por gerência divina, mas por mera soberba e ambição de seus líderes. Líderes que se acham no direito de administrar a vida das pessoas a seu bel prazer, corrompendo a pregação legítima do Evangelho. A Bíblia nos adverte que todos nós daremos conta dos nossos atos no dia do juízo (Rm 14.12).
Jeremias reprovou todos os líderes "pastores" de Judá pela forma cruel com que trataram o povo desamparado (Jr 23. 1-4). Esses líderes não estavam preocupados com o bem-estar da nação. Em vez de conduzirem o rebanho com amor, comandaram impiedosamente e exploraram suas ovelhas. Os pastores não se importavam com as ovelhas, mas Deus sendo justo cuidaria para que esses líderes fossem punidos. Por terem desobedecido a lei e se recusado a confiar no Senhor, esses líderes destruíram a nação e dispersaram o rebanho entre os gentios. No entanto, Deus prometeu ajuntar seu povo e transformar o remanescente numa nação. De fato, um remanescente voltou para Judá depois do cativeiro, reconstruiu o templo e restaurou a terra. Esses líderes deveriam conduzir Israel ao caminho de Deus, mas não o fizeram e foram responsabilizados pela situação difícil da nação; por este motivo, Deus decretou um juízo severo contra eles. A começar pelos reis no cap. 22 e outros líderes que falharam na tarefa de assegurar o bem-estar do povo, assim como os sacerdotes e profetas (v.11). Os líderes são responsáveis pelos que estão confiados a seus cuidados. Quem Deus colocou aos seus cuidados? Lembre-se de que você é responsável, diante de Deus, por quem lidera. 1.3. Encher o povo de falsas esperanças. Os sacerdotes e profetas contemporâneos a Jeremias viviam uma situação não muito confortável diante de Deu: “Cometem adultérios, e andam com falsidade, e esforçam as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os moradores dela, como Gomorra.” (Jr 23.14). Esta situação perversa deixava o Senhor indignado: “Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer alosna, e lhes farei beber águas de fel.” (Jr 23.15). Os falsos profetas enchiam o povo de falsas esperanças, prometendo recompensas sem mudança de vida. Deus nos chama sempre ao arrependimento (2Co 5.17, 20). Se voltarmos um pouco no tempo, recordaremos que Jeremias tinha tudo para ter uma vida calma no sacerdócio (Jr 1.1). Só que de repente veio o chamado de deus, que traria uma mudança radical na vida deste homem. Esta foi uma enorme mudança, um grande desafio na vida de Jeremias.
Os verdadeiros profetas sabem como é algo sério ser chamado por Deus para proclamar sua Palavra, essa responsabilidade é aceita com temor e tremor. Certamente foi muito angustiante para Jeremias presenciar pessoas que se diziam profetas, porém não possuíam o temor de Deus, esses falsos profetas viviam como pecadores, estavam cometendo adultério e se reunindo nas casas de prostituição (Jr 5.7). Depois, iam ao templo e fingiam adorar a Jeová (Jr 23.11), transformando a casa de Deus num covil de salteadores (Jr 7.9-11). Vale ressaltar que a palavra “adultério” também inclui a adoração que prestavam a ídolos, abandonando o Deus vivo (com quem Israel era "casada") e sendo infiéis as promessas da aliança. Eles ofereciam ao povo uma falsa esperança (Jr 23.16-20). “O Senhor disse: Paz tereis [...]. Não virá mal sobre vós" (ver 6.13-15; 8.10-12). É lógico que se tratava de uma mensagem que agradava o povo. No entanto, eram mentirosos, pois não haviam recebido essas mensagens da parte de Deus; inventaram-nas em seu próprio coração. Em lugar de paz, o Senhor estava preparando uma tempestade (Jr 23.19). Nesse tempo Jerusalém estava se tornando igual Sodoma e Gomorra - cidades tão perversas que Deus teve de destruí-las (Jr
20.16; Gn 18 - 19). Além de dá ao povo uma falsa esperança, também ministravam sob uma falsa autoridade (Jr 23.21-24). Deus não havia lhes falado e, mesmo assim, profetizavam. Deus não os havia chamado e, mesmo assim, se diziam enviados por ele. Se fossem verdadeiros profetas da parte de Deus, teriam vivido em piedade e encorajado o povo a abandonar sua perversidade. Em vez disso, ensinavam uma “teologia” que agradava o povo e que tornava conveniente aos judeus ser religiosos e continuar a viver em pecado. 2. O Senhor é Justo Juiz. A justiça é um dos valores mais desejados pelas pessoas de bem. O salmista Davi sabia muito bem disso (Sl 28.7). Deus em toda a história sempre deixou provas que devemos confiar nEle incondicionalmente.
Juízo e justiça são atributos do Senhor Jesus. O SENHOR Justiça Nossa: Jeová Tsidkenu – "Jeová é justo". (ver Jr 33.15, 16). O sinônimo de justo é reto, e a Bíblia é inequívoca ao afirmar que Deus é justo: “Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é” (Dt 32.4). Justiça aqui tem duplo significado de “justiça” e “salvação” (cf. Is. 46.13; 51.6, 8; Rm. 1.16, 17). Deus aqui é visto como Salvador ou Libertador. De acordo com (1Co 1.30 e 2Co 5.21), esse nome exaltado aplica-se somente a Jesus Cristo. Quando depositamos nossa fé em Jesus Cristo, a justiça dele nos é imputada e somos declarados justos diante de Deus. O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente (Sl 19.9). 2.1. Chorar era preciso. O profeta Jeremias é um dos profetas de Judá que não se cansava de chorar pelo povo. Isso aconteceu numa época em que o juízo de Deus já havia sido comunicado ao povo através do próprio Jeremias. Diante de tamanha destruição que estava por vir, o desprezo do povo pela verdade fez Jeremias se ver em prantos diversas vezes em decorrência de amar a sua nação. São elas: quando o povo abandona o Senhor (Jr 2.3) e foi enganado com palavras falsas (Jr 7.4); quando os falsos profetas profetizaram palavras fingidas (Jr 28.11); quando as mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos e lhes serviram de alimento na destruição (Lm 4.10); quando viu a aflição por causa dos juízos do Senhor sobre o povo (Lm 3.1). Jeremias deu a resposta de tanto choro: “Por estas coisas, choro eu; os meus olhos, os meus olhos se desfazem em águas; porque se afastou de mim o consolador que devia restaurar a minha alma; os meus filhos estão desolados, porque prevaleceu o inimigo”. (Lm 1.16). Na Babilônia, diante do furor do rei Nabucodonosor, vemos que o Senhor continuamente esteve com o Seu povo. Outro exemplo claro de que o Senhor nos protege aconteceu na fornalha, aquecida sete vezes mais, com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, pois, de uma forma linda e extraordinária, o Senhor os livrou (Dn 3.19). Naqueles dias, não era raro penitenciar os amotinados às leis reais, atirando-os na fornalha ardente. Jeremias fala de Zedequias e Acabe, os quais o rei da Babilônia assou no fogo (Jr 29.22). Nabucodonosor estava habituado a ver corpos sendo disseminados em suas fornalhas na Babilônia. Jeremias ficou conhecido como profeta “chorão”. Segundo a tradição judaica, ele escreveu o livro Lamentações sentado sobre um monte próximo a Jerusalém, olhando do alto a cidade sendo devastada. Ele, diante de tamanha tragédia, lamenta o fato do povo não ter ouvido suas palavras e evitado tamanha dor e desgraça sobre a nação.
A angústia do coração do profeta Jeremias foi profunda. Frequentemente ele é mais conhecido como o “profeta chorão". Porém suas lágrimas nasceram de um coração partido. Como profeta de Deus, ele sabia o que aguardava Judá, seu país, e Jerusalém, a capital e “cidade de Deus”. O juízo do Senhor e a destruição sobreviriam. Assim. Jeremias chorou. As
lágrimas de Jeremias não foram derramadas por motivos egoístas; ele não se lamentou por causa de uma perda ou sofrimento pessoal. Chorou porque o povo tinha rejeitado o seu Senhor, o Deus que os tinha criado, amado e que repetidamente tentava abençoar Judá. Seu coração estava partido, porque ele sabia que o egoísmo e o pecado do povo acarretaria muito sofrimento e um exílio prolongado. As lágrimas de Jeremias foram de empatia e simpatia por seu povo. Na verdade, o coração do profeta estava magoado pelas mesmas atitudes que ferem o coração de Deus. 2.2. O Senhor que nos encoraja. Jeremias não encontrou o Senhor mostrando-se valente. Deus o fez valente. A força verdadeira não vem de quem o Senhor chama e sim do Senhor (Sl 28.7)! Paulo disse: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. (Fp 4.13). Grande parte das nossas vidas passamos por lutas e provações, mas não podemos admitir que o Diabo entre na brecha e nos afaste de Deus (Ef 4,27, 32). Deus encorajou Jeremias, dizendo: “Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da casa do Senhor, e dize a todas as cidades de Judá, que vêm adorar na casa do Senhor, todas as cidades de Judá, que vêm adorar na casa do Senhor, todas as palavras que te mandei que lhes dissesses; não esqueças nem uma palavra”. (Jr 26.2). Nossa vida cristã não pode ser vivida na fraqueza, pois a graça do Nosso Senhor Jesus Cristo nos fortalece dia-a-dia. A salvação que ganhamos nos resgata de qualquer pequenez espiritual.
A nossa força é oriunda do Senhor, é Ele quem nos capacita e nos enche de coragem para realizar sua obra. Os problemas que surgem em nossa vida podem nos desanimar e deixar-nos abatido, por isso devemos sempre recorrer ao Senhor, é Ele quem nos fortalece. Tanto Jeremias como os demais profetas só conseguiram cumprir suas tarefas porque Deus estava com eles. Os problemas que enfrentamos podem não parecer tão terríveis quanto os de Jeremias, mas podem subjugar-nos! A promessa de Deus para Jeremias é também para nós. Ele nos ajudará em meio aos problemas mais difíceis. Enfrente cada dia, com a certeza de que Deus estará presente em sua vida e o ajudará a vencer as dificuldades! Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o Senhor. (Jr 1.8). “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Com certeza este é um dos textos mais conhecidos e citados das Escrituras Sagradas. Todavia, na maioria das vezes é mencionado de forma equivocada, fora do seu contexto. Paulo escreveu à igreja de Filipos quando se encontrava preso em Roma. Ele queria agradecer os irmãos filipenses pela oferta generosa que eles haviam enviado. O apóstolo dos gentios estava atravessando um momento difícil, todavia, ele conforta os irmãos mostrando que durante seu ministério aprendeu tanto a ter fartura como a padecer necessidades. Os adeptos da Teologia da Prosperidade tomam esse texto fora do seu contexto e utilizam-no indevidamente, fazendo com que muitos crentes acreditem que podem possuir o que quiserem, já que é Deus quem lhes garante isso. (Lições CPAD Jovens e Adultos 2012 1º Trimestre)
2.3. O profeta não pode desanimar em meio às adversidades. Jesus disse que um profeta não é honrado na sua própria terra (Jo 4.44). Isso aconteceu com Jeremias (Jr 26.8-9). O profeta Jeremias tinha expectativas que muitos poderiam acordar do sono espiritual que estavam e ainda poder usufruir das bênçãos de Deus em meio àquela conjuntura tão humilhante (Jr 13.9-10). O profeta não desiste da palavra de esperança e aconselha o povo: “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”; “Ó Senhor, Esperança de Israel!” (Jr 17.7, 13ª). O profeta Jeremias sabia que estava se multiplicando a iniquidade em Judá. Era notório que todo o tipo de maldade estava presente. Os habitantes estavam impregnados pelo pecado. Mesmo assim, o profeta Jeremias intercedia pelo povo, pedindo a Deus que tivesse misericórdia do povo por causa do juízo que estava por vir (Jr 7.16).
Jeremias estava enfrentando muitos desafios, ele advertia a nação quanto ao juízo de Deus devido aos diversos pecados praticados. Mas quanto mais falava, mais era desprezado. O povo preferia acreditar em falsas profecias do que acreditar no profeta de verdade. Em meio às adversidades ele não desanimava, além de advertir o povo, ainda intercedia junto a Deus em prol da nação. Ciente do juízo que estava na iminência de acontecer, Jeremias perguntou a Deus, mediante intercessão se o arrependimento de Judá impediria o castigo. Mas Deus se recusou a socorrer a nação (Jr 15.1), porque o povo não era sincero; era mau e obstinado. Todos os judeus sabiam que o Senhor queria abençoá-los e o que precisava ser feito para isso. Eles esperavam que Deus fizesse sua parte, mas não queriam fazer a deles. É fácil expressar tristeza pelos erros, especialmente quando desejamos algo, mas devemos estar dispostos a parar de fazer o que é errado. Deus perdoará os que verdadeiramente se arrependerem, porém os hipócritas serão severamente punidos. Mesmo diante de tanta angústia, Jeremias continuou firme na sua missão, afinal ele confiava em Deus. A promessa é que Deus chamará seu povo de todas as nações do mundo, os reunirá em sua terra, os purificará e, então, enviará o Messias prometido (Jr 30; Is 2.1-5; 4.1-6; 9:1-7; 11.1 – 12.6; Zc 12 - 14). Mesmo que a “árvore” da família de Davi tivesse sido cortada, um “renovo” cresceria de um rebento e se tornaria o Rei dessa nação (Is 11.1; 53.2). A confiança é o alicerce de tudo em nossas vidas. Confiar em Deus é a atitude mais acertada que um ser humano pode ter. Isto porque essa confiança nos dá segurança, alegria e força para enfrentar qualquer desafio. 3. Deus protege os injustiçados. Podemos confiar na justiça de Deus sempre! Ele está atento a todo mal que possa vir sobre nós (Is 41.10). Seu amor não tem fim. Que estejamos seguros quanto ao cuidado do nosso Senhor (Sl 55.22). No momento oportuno, o Senhor nos livrará, pois não se agrada de injustiça praticada contra Seus filhos.
Deus estará sempre do lado da verdade e da justiça. “O SENHOR faz justiça e juízo a todos os oprimidos”(Salmos 103.6). Deus sendo justo, sempre trabalha pela justiça e pela verdade, é Ele quem defende a causa dos pequeninos. Portanto, devemos confiar no Senhor. É o Advogado dos injustiçados, consola todos os que choram e atende o clamor dos necessitados. Tudo isso é promessa Dele, do Deus que não mente e que tudo que fala torna-se verdade. “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.” (Selá. - Salmos 46.1-3). 3.1. Sua missão era maior que sua dor. Jeremias ocupou posição de grande destaque como profeta. Os reis se sucediam no trono, o ambiente era de intrigas e apostasia. Durante quarenta anos, o profeta passou por diversos tormentos em Judá: “Ah! Entranhas minhas, entranhas minhas! Estou ferido no meu coração! O meu coração ruge; não me posso calar, porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra”. (Jr 4.19). Com todo sofrimento, com toda a sua dor, com toda angústia, ele não desistiu. Ele sabia que sua missão era maior do que sua dor. O Eterno Deus salva os que são injustiçados e pune os injustos. O povo do Senhor é sempre alegre (Fp 4.4), pelos benefícios que o Senhor tem feito (Dt 26.11). As marcas que o profeta Jeremias trazia no corpo não foram suficientes para calar o homem escolhido por Deus para entregar a Sua Palavra.
Grande era o sofrimento do profeta Jeremias, ele conhecia como o povo se distanciava do Deus verdadeiro e de sua Lei indo atrás dos ídolos e de falsas profecias, como se isso tivesse algum valor. A nação estava mergulhada na idolatria, na corrupção e ainda assim, vivia com a consciência tranquila. Tanto Deus como os seus profetas são ignorados. O povo queria mesmo era ouvir as falsas esperanças. Por isso não havia outra alternativa, a nação teria mesmo de ser punida por Deus. Apesar de seus sentimentos, a missão de Jeremia em proclamar a Palavra de Deus prevaleceu acima de tudo. A mensagem dos verdadeiros profetas é como um martelo que pode destruir e reconstruir (ver Jr 1.10) bem como quebrar até mesmo as pedras mais duras (Jr 23.29). A Palavra é como fogo que consome e purifica qualquer coisa que toca. Jeremias tinha a Palavra ardendo em seu coração (Jr 20.9) e em seus lábios (Jr 5.14). Era o acrisolador de Deus, usando o fogo da Palavra para testar a vida do povo (Jr 6.27). 3.2. As tentativas de calar Jeremias. A deportação do povo Judeu para a Babilônia estava às portas e Jeremias sentiu muito o peso da responsabilidade de ser o último mensageiro de Deus para chamar este povo ao arrependimento. Pelo fato de sua mensagem ser muito pessimista, ele foi chamado de falso profeta por todos. Um dos fatores que mais agravaram esta situação foi que os falsos profetas anunciavam paz e prosperidade a todos (Jr 14.11-16). Embora acusado por todos, Jeremias não se calou. A Bíblia diz que obedecer é melhor do que sacrificar (1Sm 15.22). O profeta Jeremias sofreu dores físicas e emocionais e emocionais imensas, mas, apesar dessas lutas, ele se sentiu instigado a desempenhar sua missão. Ele disse: “Ah! Entranhas minhas, entranhas minhas! Estou ferido no meu coração! O meu coração ruge; não posso me calar, porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra”. (Jr 4.19). Tentaram calar o profeta Jeremias, mas o amor ao Senhor o fez persistir.
A verdade sempre irá incomodar aqueles que preferem viver na mentira, talvez seja por isso que o profeta Jeremias não era bem visto pelo povo e nem pelas autoridades de sua nação, pois Jeremias sendo profeta verdadeiro tinha compromisso de anunciar a Verdade revelada por Deus ao povo. Na tentativa de calar o profeta Jeremias, o insensato Hananias desafiou-o no templo predizendo a total restauração de Judá dentro de dois anos. (Jr. 27.2). Ele quebrou o jugo simbólico de Jeremias (Jr. 28.10-11). A Septuaginta chama Hananias de falso profeta. E, realmente, era isso o que ele era, sem dúvida um dentre a multidão que vivia enganando o povo de Judá. Aqueles homens continuavam a pregar sua falsa esperança de “paz”, conforme sempre fizeram (ver Jr 6.14 e 8.11). Jeremias falava a verdade, porém era impopular; Hananias falava mentiras, mas produzia falsas esperanças e conforto para o povo. Deus já havia revelado as características de um verdadeiro profeta (Dt 13; 18.20-22). As predições de um verdadeiro profeta sempre se cumprem e suas palavras nunca contradizem uma revelação anterior. As profecias de Jeremias estavam se cumprindo, Hananias morreu naquele mesmo ano (ver Jr 28.16-17) e as invasões babilônicas assolariam Jerusalém. Mas o povo ainda preferia ouvir mentiras confortantes ao invés de verdades dolorosas. 3.3. Jesus Cristo é o preço pago para nossa justiça. É impossível nos apresentarmos diante de Deus sem que seja por intermédio do Senhor Jesus (1Tm 2.5). Apenas pela justiça do Pai em Cristo, o pecador pode ser considerado inocente. No tribunal celestial, Jesus é o Advogado que comparece diante do Juiz (Deus), com o intuito de inocentar o réu de sua merecida culpa (1Jo 2.1). A justiça redentora de Deus é testemunhada na obra do Mestre na cruz do Calvário, mostrando Seu imenso amor pela humanidade.
Nosso advogado é o Filho do próprio Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo se oferece como aquele que nada deixa faltar aos Seus discípulos. Além de advogar nossas culpas junto ao Justo Juiz (Deus), nosso Bom Pastor ainda refrigera nossa alma e nos guia por caminhos tranquilos (Sl 23).
Jesus Cristo é a nossa justiça. “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa. (Jr.23.5-6). A era do Reino de Deus trará justiça e salvação nacional a todo o povo de Israel. Ver Rm. 11.26. Através de Israel, o remanescente de outras nações também será levado à salvação, visto que o conhecimento do Senhor cobrirá a terra como os oceanos enchem o leito dos mares (Is. 11.9). O Messias assumirá o título de O Senhor Justiça Nossa no tocante a todas as nações. (Cf. I Co. 1.30). A vontade de Deus será realizada universalmente no Messias, que cumprirá toda a justiça (ver Mt. 3.15). (Cf. Rm. 4.5 e Isa. 45.17,24-25; 46.13; 51.1,6,8). No tempo do Antigo Testamento, a retidão era buscada através da observância da lei mosaica, pois a lei era o guia de Israel (ver Dt. 6.4 ss.), nos tempos neotestamentário, a retidão vem através de uma Pessoa e Sua provisão por meio do Espírito Santo, que nos transforma em Sua imagem (observe 2 Co. 3.18; 1 João 3.2). Esse tipo de operação continuará na era do Reino e será universal, pois o Messias reinará. Em o Novo Testamento, a justiça (gr. dikaiosyne) divina tem o seu pleno cumprimento em Jesus Cristo (Mt 3.15). Uma vez que Deus é santo e justo, e considerando que a justiça envolve a retribuição implacável pelo delito, o pecado cometido por Adão no Éden deveria receber a adequada punição. Jesus, portanto, se oferece para o cumprimento da pena e satisfação da justiça divina, consumada na cruz do Calvário (Jo 19.30), de forma substitutiva para remissão dos pecados do homem (Rm 3.25). O Juiz Celestial que decretou a sentença de condenação é o mesmo que enviou o seu Filho Unigênito para cumpri-la. Que maravilhosa graça! (Lições CPAD Jovens e Adultos 2015 2º trim).
Conclusão. Nós temos um advogado! Não porque aspiremos pecar sucessivamente, mas porque sabemos que somos fracos e que, por isso, o Senhor colocou um Salvador sobre nós. Jesus Cristo, o advogado fiel, nos livra do peso e das decorrências do pecado.
Jesus Cristo é o melhor advogado de defesa do universo e está pleiteando a nosso favor (1 Jo 2.1). Jesus é a propiciação por nossos pecados (1 Jo 4.10). Ele estar na presença de Deus como nosso Mediador porque sua morte satisfez a ira de Deus contra o pecado e pagou a pena de morte que nos era devida. Deste modo, Cristo satisfaz os requisitos de Deus e também remove os nossos pecados. n'Ele somos perdoados e purificados. Questionário. 1. O que Deus exige dos líderes? R: Que amem e guiem Suas ovelhas na graça e no conhecimento (2Pe 3.18). 2. Quais eram os pecados dos profetas e sacerdotes contemporâneos de Jeremias? R: Cometiam adultérios, andavam em falsidade e fortaleciam os malfeitores (Jr 23.14). 3. Quem disse que um profeta não é honrado em sua terra? R: Jesus (Jo 4.44). 4. O que a Bíblia diz sobre a obediência? R: Que obedecer é melhor do que sacrificar (1Sm 15.22).
5. Onde está escrito que Cristo é o mediador entre Deus e os homens? R: 1 Timóteo 2.5.