Lição 7 A coragem de um profeta levantado por Deus. 14 de maio de 2017 Texto Áureo Jeremias 36.2 “Toma o rolo de um livro, e escreve nele todas as palavras que te tenho falado de Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje”. Verdade Aplicada Poucas pessoas nas Sagradas Escrituras exibiram fé, coragem e resiliência como Jeremias. Objetivos da Lição Citar que precisamos ser valentes em nossa missão; Reconhecer que precisamos ter atitude; Conhecer a liderança de Cristo em nossas vidas. Glossário Entusiasmo: Paixão, dedicação, alegria; Insano: Tolo, insensato; Litígio: Demanda judicial, contenda, conflito de interesses. Leituras complementares Segunda Jr 36.4 Terça Jr 36.5 Quarta Jr 36.6 Quinta Jr 36.7 Sexta Jr 36.8 Sábado Jr 36.9 Textos de Referência. Jeremias 36.1-3 1 Sucedeu, pois, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, que veio esta palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: 2 Toma o rolo de um livro e escreve nele todas as palavras que te tenho falado sobre Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje. 3 Ouvirão, talvez, os da casa de Judá todo o mal que eu intento fazer-lhes, para que cada qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a sua maldade e o seu pecado. Hinos sugeridos. 186, 212, 225 Motivo de Oração Clame por sabedoria, fidelidade e coragem para os nossos amados irmãos. Esboço da Lição Introdução 1. Coragem para decidir qual lado vai ficar. 2. A importância da cooperação. 3. Cumprindo a missão em tempos difíceis. Conclusão Introdução A lição a ser ministrada hoje fala que o profeta Jeremias amava ao Senhor de Israel. Para ele, Deus era a realidade suprema. Jeremias imputa a Deus, a quem servia, as mais altas honrarias (Jr 32.17, 25).
Coragem, obediência e consciência O livro de Jeremias traz informações sobre a natureza, o registro, a composição e a história da Palavra de Deus em seus períodos de formação, mais do que qualquer outro livro da Bíblia. Existem mais de 250 referências à Palavra de Deus em Jeremias em expressões como a palavra do Senhor, minha(s) palavra(s) e veio a palavra do Senhor. O profeta Jeremias foi um instrumento de revelação divina, falando à medida que Deus lhe revelava sua mensagem. No capítulo 36, os primeiros oráculos de Jeremias são registrados em um rolo (Jr 26.1-4); Baruque recebeu ordens para ler o livro no templo (Jr 36.9); o rolo foi lido durante o jejum (Jr 36.9-10); Micaías levou um relatório desse pronunciamento até o palácio (Jr 36.11.13); Baruque tornou a ler o rolo no palácio (Jr 36.14-19); o rolo foi lido perante Jeoaquim, que em seguida o queimou (Jr 36.20-26); o rolo foi escrito novamente (Jr 36.27-28); e o oráculo do julgamento resultante foi pronunciado contra Jeoaquim e família real (Jr 36.29-32). Muita gente fala sobre conhecer a Deus. No entanto, o que isso significa realmente? As Escrituras parecem sugerir duas maneiras pelas quais uma pessoa pode conhecê-lo. A primeira é ter um relacionamento pessoal com Ele. Podemos conhecer o Senhor nesse sentido, por causa do que Cristo fez na cruz para remover a barreira o pecado que nos separava do Pai (Gl 4.3, 9); Hb 8.11-12). Entretanto, conhecer Deus no sentido de ter um relacionamento com Ele, caminha lado a lado com o sentido dessa experiência de conhecê-Lo: o de viver de uma maneira que Lhe agrada. Se afirmarmos conhecer a Deus, então nossas atitudes devem demonstrar isso (1Jo 1.6). Foi com base nisso que Jeremias desafiou o rei Jeoaquim (Jr 22.15-16). Jeoaquim foi coroado pelos egípcios, que depuseram seu irmão Jeoacaz após este ter ocupado o trono por apenas três meses (2Rs 23.31-34). Judá passou a ser controlado pelo Egito, pagando cem talentos de prata e um talento de ouro, provavelmente todos os anos. Para conseguir os recursos necessários, Jeoaquim aumentou os impostos (Jr 23.35), o que aparentemente foi bastante prejudicial para os pobres (Jr 22.16-17). Enquanto isso, realizava extravagantes projetos de construção, sempre oprimindo a classe trabalhadora (Jr 22.13-14). Além desses pecados, Jeoaquim trouxe de volta os ídolos que seu pai Josias, havia destruído (Ez 8.5, 17), e chegou até a caçar um profeta do Senhor e ordenar que ele fosse executado (Jr 26.20-23). No geral, a avaliação de Deus a respeito desse rei era que ele estava comprometido apenas com sua própria cobiça (Jr 22.17). Talvez Jeoaquim pensasse que, por ser israelita e seu pai ter conhecido o Senhor, ele automaticamente também conhecia Deus. Se esse era o caso, estava enganado. Josias havia demonstrado atitudes coerentes com suas palavras, realmente promovendo justiça e juízo, e não apenas falando a respeito disso. Nesse sentido, ele realmente conhecera o Senhor (Jr 22.15-16). O ato de Jeoaquim, ao rasgar e queimar o rolo do livro que Jeremias havia escrito, torna clara toda a falsidade ideológica que esse rei cultivava em seu coração. Ao perceber o juízo de Deus sobre sua vida, sobre a nação de Judá e também sobre todas as nações, Jeoaquim talvez tenha percebido o quanto de engano havia em suas atitudes e em sua soberba. Não poucas vezes, a reação de um ímpio à admoestação do Senhor costuma ser violenta e raivosa. Ninguém gosta de ser confrontado com suas próprias iniquidades. Jeremias, pelo contrário, demonstrou a profundidade de seu relacionamento pessoal com o Senhor, sendo enfático, resiliente e insistente. O fato de ter reescrito o livro com seu amigo Baruque demonstra a firmeza de propósitos de um profeta comprometido tão somente com a verdade. A propósito, vivemos hoje um quadro político, social e espiritual muito parecido com o da época de Jeoaquim. Nossos governantes, não só em nossa pátria, mas em inúmeras nações, estão mais preocupados em satisfazer os desejos de seus próprios corações, concluir os projetos espúrios de uma visão pessoal de poder e domínio, enquanto o povo, sempre o povo, padece das mais diversas formas de miséria. Miséria física, intelectual, moral e espiritual. Não nos é permitido pensar, sonhar ou almejar nada além daquilo que nos seja proposto para nossa necessidade básica e imediata. Grande parte da população mundial está à beira da fome, vivendo na mais absoluta miséria, sem perspectivas de um futuro melhor, sendo oprimida pela força das armas e das mais absurdas leis, tendo restringidos seus mais básicos direitos. Todos os dias, graças aos meios de
comunicação, assistimos boquiabertos a cenas horripilantes e maquiavélicas que colocam a descoberto toda a dimensão catastrófica da corrupção humana. É isso que queremos para os nossos filhos? Lógico que não, somos cristãos e, em tese, conhecemos a forma como Deus se agrada de que procedamos. É necessária e urgente uma atitude profética tal qual Jeremias teve em sua época. Não basta conhecermos a Palavra de Deus, temos que praticá-la, temos que fazer a diferença. Só o exemplo edifica. Para isso é preciso coragem, obediência e consciência.
Devido aos seus lamentos Jeremias se tornou conhecido na história bíblica como o profeta chorão. Mas, dado ao conteúdo, à forma e às circunstâncias pela qual o profeta anunciava suas mensagens, ele também poderia ter sido qualificado e tornado conhecido como o profeta da coragem. Desde a sua chamada ministerial até sua morte, nenhum profeta mostrou tanta coragem e perseverança diante da opressão e do sofrimento, como Jeremias. 1. Coragem para decidir qual lado ficar. Estudando o livro de Jeremias, percebemos que ele tinha convicção do seu chamado (Jr 1.4). Um fogo ardia dentro dele, misturado com entusiasmo e desejo de querer fazer a vontade de Deus até o fim (Jr 20.9).
Coragem era tudo que Jeremias precisava para decidir o seu destino e que tipo de serviço prestaria no reino de Deus, fosse na área sacerdotal, fosse como profeta. Como sacerdote (pois ele era de linhagem sacerdotal), certamente ele teria uma vida mais tranquila, pois a classe sacerdotal, nesta época, era tida como nobreza e desfrutava de altos privilégios; Já como profeta ele precisaria de coragem, de muita coragem, pois sua vida iria ser dura. Deus tinha um chamado e um propósito para a vida de Jeremias, mas ele sabia que esta chamada e propósito viriam com lágrimas e dor (Jr 11.18-21; 20.1-2; 29.1; 23.9; 26.8; 28.1; 29.8; 36.2326; etc). Ele seria rejeitado, odiado e perseguido e precisaria abrir mão de tudo, inclusive da convivência de seus familiares (Jr 12.6). Se ele não tivesse tido coragem, certamente não teria aceitado ou quem sabe teria desistido no meio do caminho, mas com coragem e convicção ele foi até o fim e cumpriu o propósito definido por Deus (Jr 1.4). Essa coragem e ousadia de Jeremias me faz pensar o quanto somos “covardes e tímidos” no desenvolvimento de nossa chamada e ministério. Quantos não se acovardam, quando precisam renunciar alguma coisa, no cumprimento da vontade de Deus? Quantos não se acovardam, e desistem da fé, diante dos primeiros obstáculos e dificuldades? Quantos não se acovardam e abandonam sua chamada e ministério, quando ao invés de reconhecimento ou status social, vem à crítica ou rejeição? Deus espera que cada um de nós sejamos corajosos e destemidos! 1.1. A loucura do rei Jeoaquim. Deus chamou o profeta Jeremias e lhe orientou a escrever um livro sobre todas as palavras que o Senhor havia dito sobre Israel, Judá e todas as nações (Jr 36.2). Como estava proibido de ir ao templo (Jr 36.5), ordenou ao seu escrivão que fosse e lesse os escritos em voz alta, de modo que eles escutassem tudo o que o Senhor Deus havia dito (Jr 36.8). Estas palavras chegaram ao conhecimento do rei Jeoaquim. A Bíblia relata que era tempo de friagem e o rei estava no seu palácio de inverno, sentado perto do fogo. Depois de ouvir a leitura de três ou quatro folhas, o rei ficou muito irritado, pegou um canivete, cortou o rolo em pedaços e jogou no fogo (Jr 36.23). Que triste para um povo ter um rei insano. Nem o rei e nenhum de seus servos que ouviram todas aquelas coisas ficaram com medo ou mostraram qualquer sinal de arrependimento (Jr 36.24). Deus pune Seu povo dando-lhes maus líderes. Entretanto, o meio que Ele usa para compensá-los é dandolhes bons líderes (Jr 30.21-22). O profeta Jeremias, sob orientação divina, escreveu num rolo uma carta combatendo os moradores de Judá. Essa mensagem também os alertava de que sua capital, Jerusalém,
seria devastada, a menos que transformassem suas atitudes. O rei Jeoaquim não foi o único a tentar queimar a Palavra de Deus. No período que Israel ficou sob domínio da dinastia selêucida, o rei Antíoco Epifânio queria difundir a cultura helenística em todo seu domínio. Para isso, ele tentou impor a cultura e religião gregas aos judeus, saqueando o templo do Senhor em Jerusalém, tentando destruir todos os rolos da Lei. Outro governante que tentou apagar as Escrituras foi o imperador Diocleciano. O que Jeoaquim, Antíoco e Diocleciano tinham em comum? O mesmo desejo de eliminar a Palavra de Deus. Apesar disso, a Bíblia sobreviveu a todas as tentativas de destruí-la, por que a Palavra de Deus é eterna!
Jeoaquim era filho do rei Josias, e se tornou conhecido na história Bíblica, como sendo um rei injusto, presunçoso e mau, que abusava do seu próprio povo (Jr 22.13-14), além de perseguir e matar os servos de Deus (Jr 26.20-24). A sua loucura, no entanto, aconteceu quando ele literalmente queimou e destruiu a Palavra de Deus (Jr 36.23). Naquele tempo, Deus instruiu Jeremias a escrever uma profecia contra Jerusalém, dizendo que se eles não se arrependessem, seriam destruídos (Jr 36.1-4). Impedido de entrar em Jerusalém, Jeremias, solicita que Baruque fosse ao templo e lesse os escritos em alta voz (Jr 36.5-7). Quando alguns membros da corte ouviram as palavras proféticas, logo comunicou ao rei Jeoaquim, que ouvindo o relato mandou o oficial trazer-lhe o rolo para que fosse lido em sua presença (Jr 36.11-21). Depois que foram lidos alguns trechos do rolo, o rei cortou a parte que já tinha sido lido e lançou no fogo. Assim ele fez, até que todo o rolo se consumiu no fogo (Jr 36.23). Essa atitude do rei Jeoaquim revelava, não somente sua hostilidade contra as advertências proféticas de Jeremias, como também seu desprezo pela Palavra Escrita de Deus. Devemos cuidar para que nosso amor e respeito à Palavra e revelação de Deus se mantenha sempre viva em nossos corações! Provavelmente, este rei insano, pensou que não tinha de prestar contas a ninguém, certamente esqueceu que é Deus quem tem sempre a última palavra. Nenhum homem, seja ele quem for, pode em sua arrogância ou bel prazer, alterar ou destruir a Palavra de Deus e escapar impune, a não ser que se arrependa (Ap 22.18-19; Mt 5.18-19; Lc 16.17). 1.2. Jeremias se esconde do rei. Em vez de obedecer à voz de Deus, o rei ordenou que prendessem Jeremias e o seu escriba. Mas o Senhor já os tinha escondido (Jr 36.26). Esconderijo é o lugar onde alguém ou algo se esconde. Uma espécie de abrigo, um refúgio. Em algumas situações, a fuga é a melhor decisão a ser tomada. José fugiu da mulher de Potifar (Gn 39.7, 12). O anjo do Senhor aconselhou a José e Maria a fugirem com o menino para o Egito (Mt 2.13). Elias fugiu para o deserto (1Rs 19.3-4). No momento de perseguição, necessitamos ir ao ambiente da intimidade, o esconderijo de Deus. É para lá que o Soberano quer nos conduzir para palestrar conosco. Assim como Adão e Eva, muitos de nós escolhemos nos esconder de Deus (Gn 3.8). O livro de Jonas nos narra em duas ocasiões que Jonas “fugiu de Deus”. E, porque fugiu de Deus, encarou tempestade, desesperança e obscuridade. Ele teve a certeza que fugir de Deus é uma péssima escolha. O pecado penetrou na humanidade e gerou esta separação com o Criador. A partir desta fissura do pecado, os homens começaram a trilhar o caminho da rebeldia. Antes que o rolo com a palavra profética de Jeremias fosse levada até o rei Jeoaquim, alguns príncipes em Judá também ouviram e parecem que temeram, por isso, mandaram que Baruque se juntasse ao profeta Jeremias e se escondessem (Jr 36.15-19). Isto indica que Jeremias, na ocasião, não estava preso, mas apenas impedido de entrar no templo. Depois de queimar o rolo com as palavras proféticas, o rei deu ordem para que seus homens fossem até a Baruque e ao profeta Jeremias a fim de prendê-los. Mas as últimas cinco palavras do versículo 26 do capitulo 36 de Jeremias fazem toda a diferença: “Mas o Senhor tinha-os escondido”. Quem pode achar aquele a quem Deus esconde? Mesmo sendo procurados, Baruque e Jeremias agora estavam em segurança. Queridos! Em tempos de dificuldades devemos crer que Deus é o
nosso refúgio e fortaleza (Sl 46.1-3; 119.114). Não importa o tamanho das ameaças e dos riscos que o dia a dia nos impõe, se estivermos no esconderijo do Altíssimo, teremos paz e descanso (Sl 91.1). 1.3. Resiliência. Resiliência é a capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas vencer obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação. A resiliência demonstra se uma pessoa sabe ou não funcionar bem sob pressão. Depois que o rei queimou o rolo, Jeremias se saiu bem sob pressão. Ele pegou outro rolo e escreveu tudo o que estava escrito naquele que o rei havia queimado e mandou pronunciar o seguinte: “Tu queimaste este rolo, dizendo: Por que escreveste nele anunciando: Certamente virá o rei da Babilônia, e destruirá esta terra, e fará cessar nela homens e animais?” (Jr 36.29). O rei pensava que, queimando o rolo, fosse calar a Palavra de Deus. O que ele não sabia é que o profeta Jeremias não se calaria diante das adversidades. José é outro grande exemplo de resiliência. A partir do momento que foi comercializado como escravo, até virar governador do Egito, José ficou encarcerado aproximadamente por 17 anos. Sendo 15 anos como escravo de Potifar e 2 anos na prisão. Depois de tudo isso ele venceu os obstáculos e se saiu vencedor. Um outro exemplo de resiliência é Rute, que teve três pessoas falecidas na sua família: seu sogro, seu cunhado e seu marido. Residiu com sua sogra, arrecadando sobras de trigo nos campos de Boas. Mas, mesmo assim, não desistiu e nem se lamentou daquela circunstância.
Resiliência é um termo bastante utilizado na física, na psicologia, na ecologia, na sociologia e etc, e, significa a capacidade que um corpo ou objeto tem de voltar ao seu estado original após alguma situação crítica ou mudança fora do comum. Na física, por exemplo, o elástico ou a liga de borracha, depois de sofrer bruscamente uma ação de esticamento volta rapidamente ao seu estado original. Na psicologia, a resiliência demonstra se uma pessoa sabe ou não lidar com a pressão, se sabe superar desafios ou ter flexibilidade e postura otimista diante de situações contrárias. Em suma resiliência é a capacidade de adaptar-se ou superar adversidades. Interessante, que os obstáculos e as pressões foram suficientes para tirar Jeremias do foco de sua missão, pelo contrário, os seus momentos de crises só vieram contribuir com o seu fortalecimento. Precisamos aprender a não só transformar nossas crises em oportunidades, como também, a sairmos delas mais fortalecidos. Jeremias, depois de certo tempo, e por ordem do Senhor, prepara um segundo rolo, com a mesma escritura anterior mais alguns aditamentos, inclusive, uma punição ao rei Jeoaquim, no qual dizia: “Você queimou aquele rolo... porquanto assim diz o Senhor acerca de Jeoaquim, rei de Judá: Ele não terá nenhum descendente para sentar-se no trono de Davi; seu corpo será lançado fora e exposto ao calor de dia e à geada de noite. Eu castigarei a ele, aos seus filhos e aos seus conselheiros por causa dos seus pecados. Trarei sobre eles e sobre os habitantes de Jerusalém e sobre os homens de Judá toda a desgraça que pronunciei contra eles, porquanto não me deram atenção” (Jr 36.29-31 NVI). 2. A importância da cooperação. Deus e o povo eram como noivo e noiva, como marido e esposa (Jr 2.2). Mas a aliança entre os dois havia falhado e eles se separaram (Jr 3.8) A esposa (povo) largou o marido (Deus) e foi atrás de outros amantes (deuses) (Jr 2.25; 4.30) e adulterou (Jr 2.20; 3.20; 5.7). Por isso, Deus, o marido, não queria, mais saber da esposa (Jr 2.22; 5.7).
Toda missão demanda um esforço a ser despendido e um preço a ser pago. Dependendo do tamanho da missão ou da tarefa, pode haver uma sobrecarga muito grande, necessitando-se de cooperadores. Jeremias não trabalhou sozinho, ele contou com a cooperação de Baruque,
um copista hábil na arte de escrever, cheio de vigor e disposto a ser usado com seu talento para apoiar Jeremias na sua missão. Baruque, provavelmente, estava ciente dos perigos envolvidos na execução dessa tarefa, mas ainda assim se dispôs a cooperar. 2.1. O sucesso de Jeremias estava na sua atitude. A atitude é o critério para o sucesso. Quando procuramos nas Escrituras Sagradas alguém que se encaixe neste perfil, nossos olhos sobrevêm sobre a vida do profeta Jeremias. Mesmo com o casamento rompido entre Deus e o povo, Jeremias decide ficar do melhor lado: o lado de Deus. Poderíamos citar muitos outros, no entanto, enxergamos na vida desse homem um exemplo de quem tomou a atitude correta em se tornar um profeta é extremamente mais do que pregar sobre as coisas que sobrevirão. Profetizar é ver o Senhor convocando Seu povo de volta para Si (1Pe 2.9). Alguns exemplos de pessoas que demonstraram atitude diante do Senhor: Paulo, em servir ao Senhor após ouvir Sua doce voz (At 9.18); a mulher do fluxo de sangue (Mc 5.25, 34); Pedro, ao sair do barco para ir ter com o Mestre (Mt 14.29); Jacó, quando disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares”. (Gn 32.26).
Nossa vida leva a dois caminhos um de vida e outro de morte (Jr 21.8). São nossas atitudes e nossas decisões que direcionam o rumo da nossa vida (Dt 30.1; 1 Sm 12.24-25). O Senhor havia dito à Jeremias e pediu que ele repassasse também ao povo: “Diga a este povo: Assim diz o Senhor: Ponho diante de vocês o caminho da vida e o caminho da morte” (Jr 21.8 NVI). As atitudes dos governantes, dos líderes, dos sacerdotes e de todo o povo de Judá, direcionava-os ao caminho de morte, pois eles haviam quebrado a aliança com Deus, praticando idolatrias e correndo atrás de coisas efêmeras, além de rejeitarem a Sua Palavra (Jr 1.15-16; 2.4-13; 7.1-10; 13-17; 22.13-16; 23.1-4; 9-12; 26.7-8; 28.15-17). Jeremias e Baruque, entretanto, tiveram a atitude de andar com Deus e trataram de fortalecer ainda mais sua aliança com Ele. Precisamos de sabedoria para escolher o melhor, e a nossa mais sábia decisão e atitude é optar e seguir pelo caminho da vida (Jo 10.10). Todavia, escolher o caminho do Senhor não significa, necessariamente, dizer que as coisas serão fáceis, ao contrário, exigirá de nós constante vigilância, a fim de que possamos transpor tudo aquilo que surgir no nosso caminho. 2.2. Deus sempre coloca pessoas para nos ajudar. Deus sempre coloca pessoas em nossos caminhos para nos ajudar. Com Jeremias não foi diferente. O Senhor havia dado ordem a Jeremias “para arrancar, despedaçar, arruinar e destruir”, mas também “para edificar e plantar” (Jr 1.10). Mesmo estando encarcerado (Jr 36.5), ele não poderia se calar. Por isso, pede que seu escriba, Baruque, leia a mensagem de deus ao povo, a fim de encorajá-lo a abandonar os seus pecados (Jr 36.6). Baruque sem dúvida, estava a par dos riscos envolvidos nessa missão. Mesmo assim, ele se dispôs a escrever todas as palavras do Senhor pronunciadas por Jeremias e a lê-las na casa do Senhor para todo o povo (Jr 36.5-8). Aprendemos muitas coisas essenciais no comportamento do escriba Baruque. Um importante ensino é o seu ânimo de realizar a obra do Senhor, não importando as implicações. Ele colocou suas habilidades ao serviço do profeta Jeremias. Muitos Cristãos mostram o mesmo espírito voluntário nos dias de hoje, isto é, colocam suas aptidões a serviço do Senhor.
Acredito que quando estamos debaixo da vontade de Deus, seja qual for à situação ou necessidade, Deus sempre arranja um meio de colocar pessoas em nosso caminho para nos ajudar: seja para nos auxiliar, seja para nos encorajar, seja para nos fortalecer, seja para nos fazer enxergar e compreender que nunca estamos sós. Deus colocou Baruque no caminho
de Jeremias para ajudar-lhe a copiar as palavras proféticas em um rolo e depois ler ao povo de Judá (Jr 36.4-6). Não sabemos, ao certo, se ele apoiava e cooperava com o profeta apenas em situações esporádicas, ou se já o acompanhava continuamente em sua missão. Cronologicamente, na narrativa bíblica, ele aparece pela primeira vez, quando Jeremias já servia há 23 anos como profeta, mas especificamente no quarto ano do rei Jeoaquim (Jr 25.13; 36.1-4). Baruque atende inicialmente ao pedido de Jeremias para ajudá-lo a escrever todas as profecias já proferidas desde o início de seu ministério até aquele momento (Jr 36.2-4), e depois, acaba se unindo a ele na missão, para auxiliá-lo e secretariá-lo, acompanhando-o, provavelmente, em todo o restante de sua missão (Jr 32.11-16; 43.2-3; 45.1-5). A cooperação de Baruque foi, não só importante, como também providencial, pois foi a partir daqui, que o ministério de Jeremias, passou a sofrer as mais duras rejeições e perseguições, e a companhia de alguém para dividir a carga e o sofrimento, lhes dar força e disposição para enfrentar os próximos obstáculos com confiança e coragem. Aproveitando a oportunidade, solicito aos pastores, teólogos e professores de escolas dominicais de todo Brasil, ajuda e cooperação no sentido de elaborarem comentários adicionais e nos enviar para que possamos postar e compartilhar com todos os demais. Os interessados em cooperar e ajudar com este trabalho, favor nos envie um e-mail para ebd316samambaiasul@gmail.com comunicando sua intenção e que lição deseja comentar. 2.3. Baruque: um amigo na alegria e na dor. Ainda que seja mencionado em apenas quatro capítulos em toda a Bíblia, Baruque é bem conhecido doa amantes da Escrituras Sagradas como secretário, escriba, porta-voz, companheiro e amigo de Jeremias. Notamos que depois de ter escrito o livro, Baruque teve um conflito e desabafou: “Ai de mim agora, porque me acrescentou o Senhor tristeza à minha dor! Estou cansado do meu gemido e não acho descanso”. (Jr 45.3). No caso de Baruque, este conflito o levou à oração e a oração ao desabafo. O desabafo era o ralo por onde fluíam suas lágrimas. O Senhor Deus estava atento à aflição de Baruque e prometeu preservá-lo (Jr 54.5). Muitos historiadores creem que Baruque pertencia a uma distinta família de escribas, em Judá. Ele era filho de Nerias, irmão de Seraías, amigo e secretários do profeta Jeremias (Jr 36.4). Era homem erudito, de nobre família (Jr 51.59), tendo servido fielmente ao profeta. Foi Baruque também que leu o livro duas vezes, primeiro, para o povo aglomerado no templo em dia de jejum, e, depois, para um distinto grupo de líderes em lugar particular. As Escrituras mencionam também Seraías, seu irmão, era um dignitário na corte do rei Zedequias (Jr 36.32; 51.59).
Temos poucas informações acerca de Baruque. Tudo o que sabemos é que ele foi secretário e amigo fiel do profeta Jeremias (Jr 32.12; 36.4), além de se tornar copista, isto é, o responsável por escrever as profecias daquele profeta (Jr 36.1-4, 18, 32), e em algumas vezes, o seu porta voz (Jr 36.5-10). Era filho de Nerias, filho de Maaseias (Jr 32.12; 51.59), portanto, descendentes de família nobre. Seu avó fora governador em Jerusalém, no tempo do rei Josias (2 Cr 34.8), e, Seraías, seu irmão, fazia parte da corte e comandou o acampamento real na “visita” do rei Zedequias à Babilônia (Jr 36.32; 51.59). Não sabemos ao certo o que motivou esse jovem erudito e nobre a se juntar a Jeremias, já que poderia ter galgado alguma posição na corte real. A única certeza que temos é que, naquele momento, Baruque preferiu colocar os seus serviços corajosamente à disposição de Deus e de seu fiel amigo Jeremias (Jr 36). Alguns estudiosos acham que Baruque, posteriormente, tenha se arrependido de sua decisão e entrado em crise (Jr 45.3), e outros, que ele tenha sentido as mesmas dores de Jeremias ao saber que a nação caminhava para destruição e havia pouca
possibilidade de reversão, e depois, por ver a destruição de Jerusalém e do templo, por isso, foi orar e desabafar com Deus (Jr 45.1-5). 3. Cumprindo a missão em tempos difíceis. Em nenhum momento, Deus deixou o profeta Jeremias iludido. Quando chamou o profeta para anunciar a Sua Palavra, declarou que o mesmo sofreria oposição e perseguição, mas não temesse: “...porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar” (Jr 1.17-19).
Não importa quando Deus chamou, onde chamou ou para quê chamou. No cumprimento de uma missão divina sempre encontraremos “tempos difíceis”. Nunca espere que sua missão seja fácil! A missão profética de Jeremias não foi algo fácil, primeiro, porque Jeremias sabia que o seu chamado não era apenas uma proposta de atividade em alguma área de sua vida, mas um projeto para a sua vida como um todo; segundo, porque ele recebeu instrução de Deus para denunciar a idolatria do povo, a corrupção dos sacerdotes e líderes de Judá, e ainda, anunciar que Deus destruiria a cidade de Jerusalém através do império babilônico. No Reino de Deus, denunciar o pecado e anunciar a destruição do povo é sem dúvida um dos ministérios mais difíceis e árduos que alguém possa receber. Mas, se estamos conscientes e convictos da missão para a qual fomos chamados, assim, como Jeremias, nossa vida será moldada tanto para obedecer como para cumprir a missão. Estamos dedicando nossa vida no cumprimento da missão que Deus nos deu? 3.1. Convicção da chamada de Deus. Um aspecto muito importante no cumprimento da missão dada por Deus é ter convicção quanto ao chamado divino. Muito contribui para resistir diante das oposições, rejeições e aparentes fracassos. Vide o exemplo de Amós: “Eu não era profeta...mas o Senhor me tirou...e me disse...” (Am 7.14-15). O profeta Amós sabia que tinha sido comissionado por Deus. Hoje, todo o discípulo de Jesus Cristo tem um chamado (Mt 28.19-20). É importante compreender que a convicção de que o Eterno Deus nos chamou faz a diferença. Somente devem ser contados como verdadeiros cristãos aqueles que vivem em obediência prática à Palavra e se esforçam por cumprir os mandamentos que Ele ordenou. Vale a pena ressaltar que discípulo não é alguém que já aprendeu, mas, sim, alguém que está aprendendo sempre. Os dias de escola do cristão nunca se acabam.
Cumprir uma missão é o mesmo que moldar a vida para obedecer ao chamado de Deus. Jeremias foi um profeta que teve sua vida modelada para cumprir sua missão e agradar ao Senhor. Ele precisou moldar sua vida para servir a Deus até o fim, ainda que isto viesse a custar a sua própria vida. É por isso, que no cumprimento de uma missão, primeiro, precisamos ter certeza de que fomos chamados, e depois, convicção de que estamos em plena obediência a Deus, pois dificuldade, obstáculos e oposições certamente virão (Jr 1.17-19). 3.2. Crer na Palavra de Deus. A certeza de que a Palavra de Deus é a verdade, sustentou Jeremias, mesmo quando estava preso, ou enfrentando os falsos profetas, ou sendo conduzido ao Egito contra a sua vontade (Jr 43.5, 8). Ele não se calou! O apóstolo Paulo assim escreveu: “Cri, por isso falei” (2Co 4.13). Este aspecto é tão relevante que a primeira tentação procurou semear dúvida quanto ao que o Eterno Deus havia falado (Gn 3.1), e a última exortação bíblica é quanto a nossa relação com a Palavra de Deus (Ap 22.18-19). Em todo o seu livro o profeta Jeremias deixa transparecer que a mensagem profética é produto da comunhão espiritual íntima que ele tem com Deus (Jr 2.1). As palavras divinas saem da boca do profeta e a personalidade do pregador santificado nada faz para invalidar ou depreciar a natureza divina fundamental do pronunciamento.
É difícil imaginar alguém realizando, qualquer tipo de missão no Reino de Deus, sem estar plenamente convencido daquilo que faz ou prega. Nossa missão, seja ela qual for, está intimamente relacionada ao crer na Palavra de Deus. Tanto Jeremias como outros homens de Deus, quer no Velho Testamento, quer no Novo Testamento, são exemplos para quem quer fazer a vontade de Deus, no cumprimento de sua missão de evangelizar. Assim expressou Davi: “Cri, por isso, falei...” (Sl 116.10a). O Apóstolo Paulo e seus cooperadores impulsionados, pelo mesmo espírito de Davi, disse: “...Nós cremos também; por isso, também falamos” (2 Co 4.13b). A confiança pessoal de cada um deles, em Deus e na Sua Palavra, também deve nos impulsionar a fazer o mesmo. 3.3. Perseverança. O profeta Jeremias é um exemplo de perseverança. O povo não atendeu ao chamado de Deus, os líderes o rejeitaram, o rei destruiu o rolo contendo os escritos da Palavra de Deus e, no final, ainda foi levado ao Egito pelos rebeldes judeus. Todavia, ele não se calou. Continuou profetizando. Foi perseverante. No Novo Testamento, os discípulos de Jesus Cristo “foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria”, mas, por onde andaram, mesmo espalhados, “iam por toda a parte anunciando a palavra” (At 8.1, 4). É preciso perseverança no cumprimento da missão. A dispersão dos cristãos levou ao mais significativo avanço na missão da Igreja (At 8.1). Pode-se até dizer que ficou sendo necessária a perseguição para levar cristãos a cumprir o mandamento implícito em Atos 1.8. Na medida em que os cristãos avançavam para novas áreas (At 8.4), descobriram que havia uma resposta imediata ao Evangelho, conforme exemplifica a resposta dada pelo povo de Samaria à pregação de Felipe (At 8.5-13).
Não é fácil manter-se firme no empenho de uma missão, ainda mais quando se prevê que os resultados desejados poderão nem acontecer. Jeremias foi um dos poucos profetas que teve a experiência de quanto custa perseverar com esforços que exigem sacrifícios continuados e, de antemão, saber que ao final os resultados dificilmente seriam alcançados, mas, mesmo assim, perseverou até o fim em sua missão. No Reino de Deus, a verdade é que os frutos de nossa missão só se conseguem com muita luta e paciência, e aquele que quiser conseguir realizá-la com excelência, terá que vencer a sensação de que não adianta continuar e perseverar independente dos resultados, eliminar aquele sentimento de que o preço a pagar é muito alto, e finalmente, triunfar sobre o cansaço. Compreender que nossa missão envolve “almas” e que os resultados poderão vir ou não, é essencial para o cumprimento de nossa missão. Façamos como Jeremias que aprendeu a ser perseverante e a vencer os desânimos exaustos! Conclusão. O profeta Jeremias foi grandemente usado por Deus num momento crucial da história de Israel. Deus ainda hoje quer usar a mim e a você. Precisamos ter a mesma atitude do profeta Jeremias, isto é, escolher ficar ao lado de Deus, abandonando os prazeres do mundo.
Mesmo sob as mais duras condições e provas, Jeremias cumpriu corajosamente e fielmente o seu ministério. Mesmo não alcançado os resultados desejados, não deixou de falar Palavra de Deus, de combater as iniquidades do povo, e, de chamar a nação ao arrependimento. Mesmo sendo rejeitado e perseguido, em nenhum momento recuou, mas mostrou ser um autêntico, fiel e corajoso homem de Deus. Nossa oração é que o Senhor Jesus também possa levantar, em nosso meio, homem como Jeremias, que não se amedronta diante dos obstáculos e dos adversários. Homens e mulheres que não estejam preocupados com os índices de
popularidade, mas sim, em fazer a vontade do Senhor. Que esta lição e o exemplo de Jeremias inspirem a cada um de nós a ter compromisso mais firme com o Senhor e com Sua Palavra. Questionário. 1. O que percebemos ao estudar o livro de Jeremias? R: Que ele tinha convicção do seu chamado (Jr 1.4). 2. O que o rei Jeoaquim fez com o rolo após escutar o que estava escrito? R: Ficou muito irritado, pegou um canivete, cortou o rolo em pedaços e jogou no fogo (Jr 36.23). 3. Cite um personagem da Bíblia que fugiu? R: José (Gn 39.7, 13). 4. O que é profetizar? R: É ver o Senhor convocando Seu povo de volta para Si (1Pe 2.9). 5. O que sustentou Jeremias? R: A certeza de que a Palavra de deus é a verdade (Jr 43.5, 8).