Lição 8 os tesouros do reino de deus

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Lição 8 Os tesouros do Reino de Deus. 21 de agosto de 2016 Texto Áureo Lucas 12.21 “Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.” Verdade Aplicada Há dois tipos de tesouros que podem ser buscados e cultivados pelos homens: os materiais e os espirituais. Objetivos da Lição Conceituar qual é o verdadeiro tesouro do cristão; Mostrar que a ansiedade se opõe à riqueza da fé; Apontar o lugar correto de guardar o verdadeiro tesouro. Glossário Precipitação: Rapidez demasiada em se tomar uma decisão; Temerário: Arriscado, perigoso; juízo desfavorável acerca de alguém, sem provas suficientes; Transitoriedade: Que tem pequena duração ou permanência; breve, passageiro, efêmero. Leituras complementares Segunda Mt 6.22 Terça Mt 6.23 Quarta Mt 6.25 Quinta Mt 6.31 Sexta Mt 6.32 Sábado Mt 6.33 Textos de Referência. Mateus 6.19-21 e 24 19 Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. 20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. 21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. 24 Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. Hinos sugeridos. 61, 77, 198 Motivo de Oração Suplique a Deus para que nossos irmãos continuem a confiar ao Senhor sua necessidades diárias. Esboço da Lição Introdução 1. Os tesouros para com Deus.


2. O tesouro da fé versus ansiedade. 3. Atitudes de valor no Reino dos Céus. Conclusão Introdução Os tesouros materiais podem ser dinheiro, joias, bens, pedras e metais preciosos, etc. Os tesouros espirituais e eternos são a nossa entrada pela fé no Reino dos Céus e as boas obras da fé (Mt 13.45-46; 16.26; 1Tm 6.18). Nesta lição vamos abordar sobre os tesouros que podem ser ganhos, tanto materiais como espirituais, o primeiro é considerado passageiro, portanto não podemos nos apegar e considerar em primeiro lugar em nossa vida, já os tesouros espirituais sem dúvida alguma, são definitivos e mais importantes. Porque o Reino do céu é mais valioso do que qualquer outra coisa que possamos ter, assim devemos estar dispostos a desistir de tudo aquilo que possa atrapalhar a busca da riqueza espiritual. 1. Os tesouros para com Deus. Os cristãos são ensinados a considerar as riquezas materiais do ponto de vista de sua transitoriedade. Elas passam, acabam e podem ser roubadas. Porém, devemos lembrar que Jesus jamais condenou alguém pelo fato de ser rico, mas sim por servir as riquezas, e, assim, tornar-se miserável para com Deus (Lc 12.21). O próprio Senhor Jesus não diz que é proibido possuir bens materiais, Ele não considera a maldição do dinheiro como residindo na quantidade da riqueza acumulada. Existem pessoas que possuem muito e mesmo assim estão livres para servir a Deus e à causa dele a qualquer hora e com generosidade. Por outro lado, alguém pode possuir pouco e, não obstante, estar preso a Mamom. Na verdade, penso que a verdadeira maldição dos bens materiais está no perigo de que o coração seja escravizado pelo amor ao dinheiro, de modo que a alma da pessoa seja sufocada pela poeira do dinheiro e do mundo. Salomão observou que aqueles que gastam sua vida procurando de forma obsessiva ganhar dinheiro nunca encontram a felicidade que vislumbram nele. O dinheiro em si, não é ruim e nem bom, mas amar ao dinheiro leva a pessoa a toda sorte de pecado. Não podemos depender do dinheiro para ser feliz, devemos sim, usar o que temos para a glória do Senhor. “ Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará da renda; também isto é vaidade” (Eclesiastes 5.10). 1.1. O lugar de se ajuntar tesouros. O conceito de verdadeira riqueza para com Deus é ensinado pelo Senhor Jesus na parábola do tesouro e da pérola escondida (Mt 13.45-46). Em ambos os casos, o homem vai e vende tudo quanto tem para adquirir o campo com ricos tesouros escondidos, bem como a pérola de grande valor. Uma vez achado o verdadeiro tesouro para com Deus é lá mesmo que devemos investir toda a nossa vida, ajuntando tesouros no céu. Podemos até sermos ricos nesse mundo, mas a nossa prioridade não está aqui e sim lá, onde não há perigo algum dessa riqueza acabar ou transferir-se para outro. O verdadeiro tesouro está ligado a Deus e ao Seu Reino. Isso não significa que ter bens materiais é pecaminoso, pois pecaminoso é o ato de se priorizar as riquezas deste mundo em detrimento das


riquezas eternas. Isso sim é condenável diante de Deus, porque torna-se idolatria, visto que a pessoa passa a viver e servir às riquezas, pondo nelas o coração (Mt 6.21). Devemos possuir bens e não os servir prioritariamente. As Escrituras Sagrada afirma que Deus deve estar em primeiro lugar também em nossas finanças (Mt 6.19-34). Portanto, devemos evitar a avareza e a busca desesperada pelos recursos deste mundo (1 Tm 6.6-11). É certo que as riquezas que adquirimos nesta vida são perecíveis e passageiras, mas as que ajuntamos no céu são infindáveis (Mt 6.19-20; Lc 12.16-21). Foi pensando assim que Jesus nos alertou: “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21). Os bens materiais e a prosperidade são dádivas divinas (Ec 5.19 cf. 3.13; 1 Tm 6.17). O que a Palavra de Deus condena é o materialismo avaro que cativa suas vítimas a este mundo, fazendo-as desprezar o Reino de Deus (Mt 13.21,22; 2 Tm 4.10). 1.2. Qual tesouro devemos olhar? Sobre os olhos, caso eles sejam bons, são duplas candeias que iluminam o corpo. Mas, se eles forem maus, o corpo jazerá em grandes trevas espirituais. Percebe os contrastes? Luz e trevas, bons e maus? O olhar que é luz refere-se ao olhar banhado no amor de Deus, que ilumina todos os cômodos da alma humana. Esse olhar tem como resultado a bondade e generosidade para com o próximo, pois ele está fixado em ter um tesouro no céu. Enquanto que a s trevas se referem ao olhar voltado à avareza, o amor ao dinheiro, que faz com que a alma jaz em trevas. Para qual tesouro estamos olhando? Nosso Senhor Jesus Cristo nos confronta com dois diferentes lugares para os quais devemos fixar os nossos olhos: nas coisas celestiais, que nos inspiram a que sejamos bondosos e generosos para com o próximo; ou nas coisas materiais, que nos inspiram à sórdida ganância, gerando todo tipo de males nesse mundo. Comente com os alunos que, às vezes, a pessoa não é rica e nem chegará a ser, mas a sua alma jaz em terríveis trevas espirituais por estar possuída pelo materialismo. Quem pensa nas coisas que são de cima aqui na Terra tratará em ser justo e generoso. O poder de fascínio dos bens é tamanho que o ser humano erra o verdadeiro alvo de sua vida. É isso que o Senhor vai esclarecer agora com a parábola da candeia do corpo que são os olhos: bons e maus. É no olho da pessoa que revela como ela se relaciona com a sua riqueza. No olhar se evidencia se ela dá com disposição ou se é avarenta. O olho pode, portanto, revelar a bênção ou a desgraça que a generosidade ou, respectivamente, a ganância trazem ao ser humano. Há ainda outro modo pelo qual a comparação do olho pode ilustrar algo. O olho é “simples” assim, também pode ser compreendido como “bom e saudável”. A visão espiritual é a nossa capacidade de ver claramente o que Deus quer que vejamos, enxergando o mundo sob o ponto de vista D’ele. Mas este discernimento espiritual pode ser facilmente obscurecido. O desejo de servir a propósitos, interesses e objetivos pessoais ofuscam essa visão. Servir a Deus é o melhor caminho para restaurá-la. Um olhar puro é aquele que está fixado em Deus. 1.3. O modo correto de servir a Deus. O coração do homem repousa sobre algum tipo de tesouro. Este tesouro pode ser material ou imaterial e eterno. Acerca disso, não há qualquer neutralidade (Mt 6.21). Talvez alguém pense que seja capaz de servir a Mamom, que são as riquezas, e, simultaneamente, pense que seja


possível servir ao Deus verdadeiro. Tal coisa é impossível, pois, quando nos dirigimos à luz damos as costas às trevas, mas quando dirigimos às trevas damos as costas para a luz. Não há nenhum problema em ser rico neste mundo, desde que não se torne escravo das riquezas. Lembremos de que mulheres serviam a Jesus com seus bens (Lc 8.3). Não há neutralidade: ou servimos a Deus ou ás riquezas. Embora alguns julguem maldosamente que a visão de um cristão sincero seja míope e que se resuma no bem e no mal, isto é, maniqueísta, nos não devemos nos envergonhar das nossas escolhas em Cristo e por Ele, pois sabemos que tudo o mais aqui passará, porém, a nossa fé e obras nos seguirão eternidade adentro, por isso devemos ser firmes em nossa fé. Jesus disse que ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podemos servir a Deus e a Mamom ao mesmo tempo (Mt 6.24). Assim, podemos ter apenas um mestre ou senhor. A sociedade que vivemos é materialista, onde muitas pessoas servem ao dinheiro. Passa toda a vida acumulando riqueza, embora sabendo que, ao morrer, não poderão levar consigo. O desejo de certas pessoas pelo dinheiro e por aquilo que este pode comprar é muito superior a seu comprometimento com Deus e com os assuntos espirituais. Gastam muito tempo e energia, pensando no que tem armazenado (dinheiro e outros bens). Satanás faz de tudo para fisgar o homem nesta armadilha materialista, " porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males" (1 Tm 6.10). Somente Deus pode ser o nosso senhor e não os bens materiais. Jesus contrastou os valores celestiais com os terrenos quando explicou que a nossa vida deve ser direcionada para coisas que não desaparecerão, que não podem ser roubadas ou consumidas e que nunca se desgastam. Não devemos ficar fascinados por nossos bens, a fim de que eles não nos possuam. Isto significa que podemos ter de fazer alguns cortes se os nossos bens se tornarem excessivamente importantes para nós. Para agradar ao Senhor devemos continuar trabalhando normalmente sem nenhuma ansiedade e satisfeitos com o que temos; para tanto, devemos escolher o que é eterno e duradouro. 2. O tesouro da fé versus ansiedade. Oponente à fé em Deus, a ansiedade trata-se de um receio do que virá acontecer. É o medo do amanhã e das necessidades que ainda não aconteceram. Também é chamado de preocupação, que significa ocupação prévia. Muitos acham que se dedicando às riquezas poderão escapar da ansiedade. De acordo com o dicionário Aurélio a palavra ansiedade é entendida como comoção aflitiva do espírito que receia que uma coisa suceda ou não, ou sofrimento de quem espera o que é certo vir e impaciência. A psicologia vai definir a ansiedade como um estado emocional doloroso, marcado por inquietude, medo e acompanhado por certo grau de perturbação do sistema nervoso. O autor da revista sabiamente diz que a ansiedade é um oponente da fé em Deus, pois a pessoa ansiosa vive com muitas preocupações; demonstrando que não confia na providência de Deus. Por causa das preocupações, Jesus recomendou que não devemos ficar ansiosos por causa das necessidades. “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas


vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mt 6. 31-34). 2.1. A proibição da ansiedade. A ansiedade é contrária a fé na providência divina. Dessa maneira, a ansiedade torna-se um sofrimento psicológico, um cuidado desnecessário por coisas que jamais aconteçam. A ansiedade pode atingir níveis que chegam a prejudicar a saúde, mas a ansiedade é uma enfermidade da alma por causa da falta de fé em Deus. Por isso, Jesus nos adverte quanto ao servir as coisas materiais e nelas pormos a nossa confiança (Mt 6.24). Ele nos proíbe definitivamente a que sejamos ansiosos, quando diz: “não andeis cuidadosos quanto à vossa vida”. Ao estarmos dentro dos limites fixados por Cristo temos saúde e liberdade reais. A ansiedade é um sofrimento psicológico por coisas que jamais acontecerão. Por doentia. Dessa maneira, a pessoa pode acabar atraindo para dentro da sua vida coisas ruins (Pv 23.7). Saliente para os alunos que, no entanto, o pior de tudo é que quem é ansioso nunca outro lado, cabe um alerta aqui, pois, ao invés de fé no coração, há medo e o medo é uma convicção sofre sozinho, pois o cônjuge, os filhos, e os colegas de trabalho acabam também sendo prejudicados por esse mal. Todos nós acreditamos que há muitas justificativas para ficarmos ansiosos, mas Deus não admite sequer uma única razão para a nossa ansiedade. Toda ansiedade é sem motivo, por isso Deus nos instrui: "Não andeis ansiosos de coisa alguma." Podemos argumentar que nossa subsistência, nossos problemas familiares e nossas dificuldades pessoais são preocupações legítimas que geram ansiedade; mas a Bíblia diz: " Não andeis ansiosos de coisa alguma." Portanto, nenhuma ansiedade é legítima; nem uma sequer é permitida por Deus. Ele proíbe toda ansiedade. Muitos acham que devem preocupar-se com isto ou aquilo. Porém devemos crer que Deus é suficientemente poderoso para fazê-lo prosperar em todas as coisas (Ef 3.20,21; 2 Co 9.8-11). 2.2. A cura da ansiedade. O fato de a ansiedade ser uma enfermidade da alma significa que está precisa de tratamento e cura. A ansiedade pressupõe que a própria pessoa resolverá todos os problemas dos dias que ainda chegarão. A pessoa se esgota emocionalmente e tende à depressão. O tratamento que o Senhor Jesus oferece quanto a esse problema está em observar como tudo funciona. Não é preciso gastar somas de dinheiro com médicos ou turismo. Basta sair um pouco e olhar para os passarinhos e para as flores e perceber o cuidado divino com cada um deles. Assim, semelhantemente. Deus cuidará de cada um de nós quanto às nossas necessidades. Basta confiarmos nEle e em Sua providência. A ansiedade é uma enfermidade que afeta não só a pessoa, mas aqueles que estão em redor. A necessidade de refletirmos sobre o cuidado de Deus para com todas as coisas e crermos nEle e em Sua providência para nós. A verdadeira fé é aquela que descansa no Senhor acerca do amanhã enquanto fazemos o bem hoje (Sl 37.3-5). Devemos confiar na provisão divina (Mt 6.30-34). Deus não apenas conhece nossas necessidades primárias (Mt 6.11,25), mas nos socorre nas angústias e tribulações (Sl 107.28-30; 2 Co 1.3,4). Ele é poderoso " para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos" (Ef 3.20 - ARA). Creia que o Senhor " é galardoador dos que o


buscam" (Hb 11.6), e "não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis" (Hb 6.10). O Senhor jamais se esquece dos seus filhos (Is 49.15; Hb 13.5). Seus olhos e ouvidos não estão cerrados à nossa oração (Is 59.1; 65.24). Para ficar curado de toda ansiedade de uma forma prática devemos tornar conhecidas diante de Deus as nossas necessidades. "Em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça ". Resumindo, devemos pedir a Deus que nos dê sua paz (Jo 16.33; Fp 4.6,7; 1 Pe 5.7) e nos conceda sabedoria para fazermos o que é certo ao resolvermos os problemas que nos afligem (Tg 1.5,6). 2.3. O que priorizar nesta vida. Devemos controlar a ansiedade através de uma linguagem de fé. Toda a inquietação nada acrescenta. Ao contrário, pode atrair ainda mais dificuldades. Ao invés de a pessoa inquirir sobre o dia que ainda virá, basta viver cada dia por vez. E que a cada dia tenha oração, louvor, bondade. Que seja um dia regado de palavras de fé por aquele que busca o reino de Deus e Sua justiça em primeiro lugar. Dessa maneira as pequenas coisas nos serão acrescentadas e teremos um tesouro no céu (2Co 4.17-18). A ansiedade só pode ser tolerada no que diz respeito à busca do reino de Deus e Sua justiça. Priorizar essas coisas invisíveis e eternas é: dizer não à ansiedade pelas coisas materiais (Mt 6.25); é saber que temos um Pai celestial que nos suprirá, assim como faz com os pássaros (Mt 6.26); é reconhecer que somos incapazes de nos acrescentar alguma coisa (Mt 6.27); é reconhecer quem de fato nos veste (Mt 6.28); é reconhecer quem de fato nos veste (Mr 6.28); e que, como filhos de Deus, nada devemos ter do caráter dos gentios (Mt 6.32a); e descansar no fato de que Deus sabe o que precisamos (Mt 6.32b); é ter fé que se buscarmos as coisas espirituais, nosso Pai nos acrescentará aquilo que precisamos (Mt 6.33); e que, por fim, a ansiedade é inútil (Mt 6.34). Nossa maior prioridade deve ser a presença de Deus e a busca de seu Reino (Sl 42.1; 130.6; Mt 6.33). Não se preocupe com as demais coisas! Descanse no Senhor! Coloque um fim a toda ansiedade que procura tirar sua paz e prejudicar sua comunhão com Deus (Sl 37.7). Permaneça em Cristo pela fé (Sl 55.22; 1 Pe 5.7) e aceite o amoroso convite de Jesus (Mt 11.28-30). Até mesmo entre os crentes em Jesus, há os que se deixam dominar pela ânsia, agitação e medo, anulando a fé em suas vidas. O Senhor Jesus, em seus ensinos, revelou-nos o caminho para vencermos a ansiedade, demonstrando que o Deus que cuida das aves e dos lírios do campo, é o mesmo que cuida de nós com seu imenso amor. Para tanto, basta tão somente confiarmos n’Ele e buscarmos seu reino e justiça em primeiro lugar. 3. Atitudes de valor no Reino dos Céus. Tendo o Senhor Jesus determinado acerca do modo correto de se servir a Deus e como fugir da ansiedade, agora Ele passa a descrever as atitudes corretas de um cidadão do Reino dos Céus. Ele ordena a fugir do juízo temerário, a saber com quem compartilhar as verdades da Palavra, e por fim, a como ser perseverante na oração. Depois que Jesus advertiu contra o erro de fazer das coisas materiais o objeto da nossa confiança ou afeição (Mt 6.19-24) e de nos ensinar que a ansiedade pelas coisas materiais, além de inútil é demonstração de falta de fé (Mt 6.25-34), Jesus, agora, introduz o


padrão correto quanto ao trato pessoal, com ênfase na individualidade de cada um (Mt 7.1-6). Ele nos ensina a evitar os julgamentos temerários e/ou precipitados (Mt 7.1-5); a fazermos distinção entre o que é santo e o que não é, e com quem compartilhá-la (Mt 7.6); e, por fim nos induz a viver uma vida de insistente oração (Mt 7.7-12). Ele ensina a nos comportarmos diante dos homens e de Deus como verdadeiros cidadãos do Reino de Deus. 3.1. Não julgar. Juízo temerário significa o julgamento alheio, precipitado e inconsistente. Noutras palavras, é ser apressado para julgar alguém e dessa maneira colocar-se numa condição superior, mas, por falta de conhecimento dos fatos, o tal “juiz” acaba sendo injusto com os outros (Tg 4.1112). Quantos foram humilhados e desprezados por precipitações? Mas, naquilo em que foram desprezados, revelaram-se de grande valor como pais, filhos, cônjuges, líderes, funcionários, etc. Um grave problema dos últimos dias é a hipocrisia. Alguns estão a julgar indevidamente os outros na tentativa de esconder o seu procedimento vergonhoso. Quando tentamos corrigir uma coisa mínima no próximo, como um cisco de cereal quando se peneira, mas não tiram a viga de madeira que os aflige. Apontar os erros dos outros é uma maneira de se esconder. Fazer julgamentos ou juízo crítico dos fatos e evidências é uma função da mente humana e extremamente necessária para exercermos o poder de escolha entre o bem e o mal (Mt 7.15-23). Todavia, fazer julgamentos morais e expressá-los deve está sujeitos ao nosso controle. O julgar com este sentido pertence a Deus e não a nós (Rm 14.4; 1 Co 4.4-5), pois só Ele tem a capacidade de conhecer o coração do homem (Sl 139.23-24). Somos falíveis, limitados, preconceituosos e sobrecarregados de disposição para o pecado (Rm 2.1; Rm 3.23). Portanto, não possuímos integridade moral suficiente e nem conhecemos a verdade total dos fatos para exercer juízo moral e pessoal sobre os outros. É por esta razão que a primeira advertência de Jesus quanto ao julgar, reside no fato de que quando assumimos o papel de juiz e julgamos os outros, estamos trazendo sobre nós mesmos o juízo de Deus e passaremos a ser julgados pelo próprio ato de julgar (Mt 7.1-2). Há cristãos que se preocupam tanto com os outros que acabam esquecendo que Deus um dia irá chamá-lo para uma prestação de contas, e o que ele terá para apresentar a Deus? A vida do seu próximo? A outra advertência de Jesus, se motiva pelo fato de que, geralmente, condena-se no outro o que toleramos em nós mesmo. Não devemos condenar as falhas dos outros e defender os nossos próprios erros. Esta hipocrisia é estabelecida na analogia que Jesus faz do “cisco” e da “trave”. Ele deliberadamente mostrou o retrato de um homem tentando tirar uma pequena partícula de poeira do olho do outro quando ele mesmo tem uma viga de madeira no próprio olho (Mt 7.3-5). Jesus não está necessariamente dizendo que não podemos ajudar o nosso irmão a remover o cisco do seu olho, mas que só podemos fazer isto depois que a trave que está no nosso olho seja primeiramente removida (Mt 7.5). O que significa dizer que se a pessoa é sincera e o faz por amor, não vai encontrar dificuldade de submeter-se primeiro a juízo, reparando o seu erro. O lamentável, aqui, é que nós não somos ensinados a pensar que a primeira coisa a fazer é tratar de nossos próprios erros. Por isto, o mais comum é concentramos nos defeitos dos outros, antes de tratar das nossas próprias fraquezas.


3.2. Não dar aos cães as coisas santas. Cães e porcos não entendem verdades. Essa terminologia não é uma maneira de desprezar pessoas, porém, assim como a nossa linguagem não faz o menor sentido para cães, porcos e os outros animais, semelhantemente, para algumas pessoas, não faz sentido as verdades do Evangelho e da Palavra de Deus. Tais pessoas não estão amadurecidas para receberem a Palavra de Deus, porque elas vivem no plano do “homem natural” (1Co 2.14). Seus corações estão impenetráveis como terra batida, aqueles por onde passavam pessoas, animais e carroças, aquelas cujas sementes só alimentavam os pássaros (Mt 13.4). Na Lei mosaica havia animais considerados impuros e limpos para a alimentação. Essa é a condição espiritual de muitos homens que são incapazes de receber o evangelho. Alguns estudiosos interpretam como sendo terríveis pecadores, inimigos do Evangelho e hereges. Tais pessoas, quando contatadas e devidamente identificadas, não se deve perder tempo com elas. Pois, mormente, há sempre outros ansiosos de receber as verdades de Deus e de Sua palavra. Na cultura judaica cães e porcos eram animais considerados repulsivos e imundos, e, portanto desprezados. Aqui, Jesus não está necessariamente fazendo alusão aos “homens naturais” que não conhecem a Palavra, mas a qualquer pessoa que seja incapaz de distinguir entre o que é santo e o que não é, bem como diferenciar o valor de uma pérola a de um objeto sem valor. Ele não está arbitrariamente desprezando ou excluindo alguém de ouvir a Palavra de Deus, mas apenas reconhecendo que há situações e pessoas que infelizmente não estão com disposição para ouvir e receber as Boas Novas do Evangelho, e que, portanto, não devemos ficar insistindo (Rm 8.7; 1 Co 2.14). A recomendação de Jesus é que não podemos forçar o Evangelho a pessoas desinteressadas e indiferentes. No envio dos doze à missão, Jesus, dá um conselho parecido aos discípulos e os recomendam também a não perderem tempo com aqueles que não querem ouvir (Mt 10.11-14). Há situações que o melhor é ficar em silêncio (Mt 26.63) e esperar um momento mais oportuno para um compartilhamento futuro. 3.3. Perseverar. Não há firmeza espiritual sem que haja oração perseverante, entre outras coisas que devem existir na vida de um cristão. Vimos na lição anterior que a oração do “Pai Nosso” é um modelo de assuntos de conversas com Deus a serem seguidos por cada um de nós. Esse modelo é constituído em sua maior parte de petição. Todavia, tais orações devem ser atendidas por Deus. Certas coisas, Deus logo nos atenderá. Outras coisas levarão algum tempo até amadurecermos o suficiente para recebê-las. Outras não serão atendidas, porque não é a vontade de Deus. Enquanto isso, devemos perseverar em oração com ações de graças. Quando o Senhor fala em “pedir, buscar e bater”, Ele nos incentiva à perseverança. Devemos ter especial atenção a importância de se ter paciência na oração. Precisamos entender que nem sempre os seus pedidos serão atendidos automaticamente, como quem aciona uma máquina de café expresso e que, depois de colocar as moedas, o recebe prontinho. Essa cultura do leite instantâneo, do café expresso e fast food é humana, portanto, não deve ser aplicada na prática da oração. As sábias palavras do salmista Davi descritas no capítulo 40, versículo 1, do Livro de Salmos: Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor”. Jesus sabia muito bem o que significava perseverar e qual a importância da oração para a vida de seus seguidores e por isso estimulava a insistência na oração (Mt 7. 7-11; Lc 11.5-


13; 18.1-8). No entanto, a percepção de Jesus quanto ao assunto é mais do que uma simples estratégia para se alcançar alguma bênção da parte do Senhor. É uma predisposição para Deus, para sua instrução, orientação ou dádivas. É uma atitude de como viver na dependência de Deus. A recomendação de perseverar não existe porque Deus é relutante em dar, mas porque precisamos ser condicionados a depender de Deus. Este é o caminho para que a ética apregoada em seu discurso não se torne letra morta em nossa vida, mas uma possibilidade real de sabermos que Deus sempre fará o melhor quando dependemos Dele. Assim, desenvolver a vida de perseverança é abrir caminhos para uma atuação maior de Deus em nossas vidas (Fp 4.6). Para demonstrar isto, o Senhor ilustra a nossa relação com o altíssimo, usando a figura do relacionamento paterno com os filhos. Se até os homens maus dão boas dádivas aos seus filhos (Mt 7.11), certamente podemos confiar que nosso Pai Celestial, dará boas coisas aos que lhe pedirem. Nenhum pai, em sã consciência, é capaz de oferecer-lhes coisas inúteis e nocivas em lugar de pão (Mt 7.9-11). O paralelo com o Evangelho de Lucas diz que Deus dá o Espírito Santo (Lc 11.13). Reconhecer, pois, essa paternidade e todas as suas implicâncias é então o sentido principal da perseverança ensinada por Jesus e uma das formas que temos ao nosso dispor de reconciliar a nossa responsabilidade pessoal com a soberania de Deus (Mt 6.9). Conclusão. Devemos buscar o Reino de Deus e Sua justiça em primeiro lugar. O que valorizamos verdadeiramente nesta vida: bens materiais ou espirituais? Procuramos ajuntar algo de valor diante de Deus ou na terra? Andamos ansiosos pelo dia de amanhã? Desenvolvemos atitudes que agradam a Deus? A vida do homem é muito mais valiosa do que os bens materiais, e o corpo tem muito mais valor do que os alimentos e a roupa. Se Deus cuida da natureza animal e vegetal, não cuidará de nós, a coroa da criação, muito mais agora que fomos adotados como seus filhos? Quando descobrirmos o real valor da pessoa humana para Deus, evitaremos julgamentos maldosos e injustos e abriremos os corações para amar a Deus acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmo. Questionário. 1. Uma vez verdadeiro tesouro para com Deus, o que devemos fazer? R: Devemos investir toda a nossa vida nesse tesouro (Mt 13.45-46). 2. O que é servir Mamom? R: É servir às riquezas (Mt 6.24). 3. A quem a ansiedade se opõe? R: A fé em Deus (Mt 6.25). 4. Como podemos controlar a ansiedade? R: Através de uma linguagem de fé (2Co 4.17-18). 5. O que é juízo temerário? R: Julgamento alheio, precipitado e inconsistente (Tg 4.11-12).


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