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Poluição marinha
Poluição marinha
Estima-se que cerca de 80% da poluição lançada nos mares e oceanos provém de atividades realizadas em terra, incluindo núcleos urbanos e indústria, bem como da descarga de águas residuais e do lixo das praias, composto principalmente por plásticos.
A poluição química e de nutrientes dos mares e oceanos ocorre quando atividades como o uso de fertilizantes nas explorações agrícolas despejam, através de escoamentos, produtos químicos nos cursos de água que finalmente desaguam no oceano. A sobrecarga de nutrientes como o azoto, fósforo e matéria orgânica nas águas marinhas, dão origem a um enriquecimento excessivo de nutrientes na água (eutrofização). Esse excesso de nutrientes, a par do aquecimento do oceano devido à mudança climática, leva à proliferação de algas, tal como acontece na zona do Golfo do México. Estas algas não só provocaram perdas económicas em muitas costas por diminuírem o turismo e os recursos pesqueiros, mas também produziram a destruição do oxigénio no oceano (hipoxia) que resulta no desaparecimento de peixes, bem como de zonas mortas (CEPAL, 2020).
Na Ibero-América há 19 zonas hipóxicas e 31 áreas eutróficas, sendo a do Golfo do México uma das maiores do mundo, com 9.500 km2 de superfície no início da década de 1990 e tendo duplicado em menos de duas décadas (CEPAL, 2020).
Os resíduos plásticos constituem cerca de 80 % de todo o lixo marinho, desde as águas superficiais até aos sedimentos de águas profundas, provocando impactos no meio marinho, alimentação, saúde humana, mudança climática e setores económicos relevantes e dependentes, tais como o turismo (UNEP, 2021).
A Ibero-América não é alheia aos problemas do lixo marinho, e embora a adequada recolha final de resíduos sólidos tenha melhorado nas últimas décadas, cerca de 145.000 toneladas por dia acabam em aterros a céu aberto, incluindo 17.000 toneladas por dia de resíduos plásticos que por vezes se descarregam em ecossistemas costeiros ou marinhos (UNEP, 2021).
Para dar resposta a este problema, os países ibero-americanos estão a abordar o lixo marinho e a poluição dos plásticos através de novos quadros de gestão de resíduos sólidos, proibindo ou restringindo a importação, fabricação, distribuição, venda e uso de artigos de um só uso a nível nacional e sub-regional. No entanto, o aumento da produção de resíduos, a limitada reciclagem de materiais descartados, as desadequadas práticas de gestão de resíduos, e a falta de capacidade para fazer cumprir as políticas e regulamentações, são alguns dos fatores que obstaculizam os progressos (UNEP, 2016).