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6. Transporte: inovar para nos deslocarmos melhor
Em todos os países ibero-americanos, as emissões dos transportes continuam a aumentar rapidamente, sendo esta uma das regiões do mundo que mais contribui para esse setor.
De entre as emissões por combustíveis fósseis na Ibero-América, 36% têm origem nos transportes (face aos 22% de média mundial). Quase metade destas (45%), devem-se aos transportes rodoviários.
Em termos absolutos, o Brasil é o país que mais contribui para o total das emissões dos transportes na comunidade iberoamericana, com 29% do total, seguindo-se o México com 22% e Espanha com 12,5%. Estes três países, em conjunto com a Argentina e Venezuela, representam 77% das emissões do setor dos transportes da Ibero-América. Em termos de emissões dos transportes per capita, Andorra, Espanha e Portugal ultrapassam 1,5 toneladas de CO2 por pessoa, seguindo-se a Venezuela, Chile, Panamá, Argentina, Equador e Uruguai, com emissões entre 1 e 1,5 toneladas de CO2 per capita (IEA, 2017).
Diferentes elementos condicionam as emissões dos transportes: o crescimento da população, o modelo económico, o aumento das taxas de urbanização, as distâncias até aos centros de trabalho e a eficiência dos veículos. Por outro lado, ao aumentarem os rendimentos, a população passa a optar pela compra de um automóvel privado, tendo a taxa de carros per capita entre 1990 e 2015 subido em dez países (La Rábida, 2018).
Reduzir as emissões produzidas pelos transportes passa por uma mudança da nossa forma de entender a mobilidade, bem como por uma alteração para mercados mais locais e por modos de habitar o planeta mais ligados ao território. Para isso, é fundamental uma planificação urbanística que favoreça a acessibilidade e a mobilidade sustentável, minimizar as necessidades de transporte, e fomentar o transporte ativo (caminhar e andar de bicicleta), o transporte maciço (caminhosde-ferro) e o transporte coletivo (autocarros), sem esquecer a inovação na eficiência da condução.
A transição para sistemas de transporte de baixo teor de carbono também oferece a oportunidade de melhorar os resultados de inclusão, alcançar maiores níveis de equidade social e gerar benefícios em termos de saúde. A OMS calcula que 3 milhões de mortes prematuras no mundo têm origem na poluição atmosférica e, segundo a OCDE, caso não se empreendam medidas urgentes esse valor poderá aumentar para 9 milhões por ano (OCDE, 2016). O tráfego rodoviário é uma das principais fontes de poluição atmosférica, que afeta principalmente a população urbana devido à sua proximidade das fontes de produção de emissões e à composição destas (monóxido de carbono, óxidos de azoto, compostos orgânicos voláteis não metálicos e material particulado).