2 minute read
Inovação tecnológica
Historicamente, a tecnologia teve um impacto positivo e negativo no ambiente. Alguns dos desafios ambientais mais persistentes dos nossos dias devem-se às tecnologias dos séculos XIX e XX (por exemplo, combustíveis fósseis e agroquímicos) (PNUMA, 2019). Além disso, a pegada ambiental e social gerada pela extração de materiais relacionados com o hardware já está a ter um grande impacto no ambiente e nas comunidades locais.
Simultaneamente, as tecnologias desempenharam um papel importante na melhoria das nossas vidas, e a inovação tecnológica será essencial para alcançar muitos dos objetivos da Agenda 2030, tais como a revolução com baixas emissões de carbono e a gestão integrada de resíduos (BID/GSMA/South Pole, 2018).
As tecnologias digitais são um fator essencial para facilitar a obtenção dos objetivos de sustentabilidade determinados pela comunidade ibero-americana. No entanto, a indústria da região continua a precisar de empreendedorismos e de pessoas pioneiras que desenvolvam as suas aplicações, sendo conscientes de que a tecnologia também pode multiplicar as desigualdades presentes na sociedade. Pessoas que saibam ver na tecnologia uma oportunidade para acelerar impactos positivos, mas dentro do espaço entre os limites dos ecossistemas e as necessidades da sociedade.
A tecnologia pode amplificar os problemas da desigualdade e as lacunas existentes na Ibero-América, o que deve ser tido em conta logo a partir da configuração das soluções.
Em 2011, anos depois da revolução digital, criou-se a expressão “quarta revolução industrial”, referindo-se à atual convergência de grande quantidades de dados acumulados durante as décadas passadas, velocidades de processamento mais rápidas e capacidades de armazenamento sem precedentes para dar vida às novas tecnologias digitais em que se fundem os mundos físicos, digitais e biológicos (World Economic Forum, 2019). Esta revolução está a mudar os modelos de produção, os mercados e a criação de novos produtos, provocando um impacto em todos os setores, desde a agricultura até aos governos (GovTech).
Atualmente os dados são sinónimo de potencial de criação e de captura de valor, sendo, por exemplo, a base da inovação tecnológica e do uso da inteligência artificial. Os dados permitem que as empresas e os governos entendam melhor os seus clientes ou cidadãos, identificando novas oportunidades para a prestação de serviços privados e públicos que, por sua vez, se traduzem em informações estratégicas para a tomada de decisões (BID, 2020).
Graças ao impacto da inteligência artificial, em 2030 a IberoAmérica terá podido aumentar o seu PIB em mais de cinco pontos. A maior parte da América Latina já definiu as bases para aproveitar esta tecnologia, através de planos e estratégias nacionais em 70% dos países da região.