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Inovação indígena e ancestral
Também pode chegar a ser inovação transformadora a que adapta soluções ancestrais aos novos contextos e desafios. A riqueza da sabedoria humana, acumulada durante séculos na nossa civilização, e que reside nas culturas indígenas, torna-se num potente motor para inspirar as inovações e transformações do presente.
A natureza, os seus territórios e um conhecimento profundo dessa natureza, são os principais recursos do capital dos povos indígenas. Caso a natureza se deteriore ou percamos esses conhecimentos, os povos indígenas ficarão seriamente empobrecidos. Por isso, a Convenção sobre a Diversidade Biológica declarou a importância de respeitar, preservar e manter o conhecimento tradicional dos povos indígenas.
As práticas tradicionais de gestão do conhecimento dos povos indígenas e das comunidades locais da Ibero-América contribuíram durante gerações para a conservação da biodiversidade, gestão dos ecossistemas e uso sustentável dos recursos naturais, servindo assim como importantes fontes de inspiração para os desafios socioecológicos com que nos debatemos.
A desflorestação, mineração e sobrepesca estão a privar as comunidades dependentes da natureza de meios de subsistência fundamentais. Por exemplo, em abril de 2020 a desflorestação na Amazónia para ampliar a fronteira agrícola aumentou 64% em comparação com abril de 2019. Em 2018, metade dos assassinatos de defensores do ambiente registados à escala mundial tiveram lugar na Ibero-América (Global Witness, 2019).
As políticas que protegem os direitos à terra, como por exemplo o Acordo de Escazú, e o uso dos recursos que tradicionalmente são utilizados pelas comunidades indígenas consideram-se fundamentais para conservar e aplicar esses conhecimentos ancestrais (PNUMA, 2020).