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Ecossistemas marinhos
Foto Minas Gerais, terreno regenerado; pelo fotógrafo Sebastião Salgado e Lelia Wanick.
Ecossistemas marinhos
Os ecossistemas marinhos encontram-se entre os mais vulneráveis aos impactos da mudança climática, sendo ainda os que sequestram mais carbono e produzem mais oxigénio, pelo que a sua recuperação é imprescindível. Além disso, são importantes as suas consequências económicas e sociais, tais como a redução da atividade turística, os danos nas infraestruturas costeiras e os deslocamentos da população (CEPAL, 2017).
Os ecossistemas de corais do Caribe albergam até 25% da diversidade de espécies marinhas, mas em 2050 e caso não se empreendam poderosas iniciativas de recuperação destes recifes, especialmente no México, Belize e Panamá, poderão chegar a colapsar. Já há iniciativas em curso que usam tecnologias para reproduzir novos corais. No entanto, tendo em conta a dimensão do desafio, estas ainda são escassas.
Os cardumes localizados no sudeste do Pacífico, especialmente no Peru e no Chile, serão afetados pelo aumento das temperaturas e pela acidificação dos mares. Além disso, esperase que antes de 2030 a procura mundial de produtos pesqueiros aumente em 50%, o que está a promover uma enorme sobreexploração em que 90% das populações de peixes já estão totalmente ou excessivamente pescadas.
As populações que vivem perto da costa têm uma enorme dependência da pesca tanto economicamente quanto para a alimentação, pelo que todo o Caribe é especialmente vulnerável a esta situação. Estes são também agentes fundamentais para abordar processos de recuperação dos ecossistemas marinhos, que proporcionam oportunidades de novos empregos e simultaneamente asseguram o sustento das comunidades.
Os mangais são outro dos ecossistemas marinho-costeiros mais vulneráveis ao aquecimento global e ao aumento da salinidade nas zonas costeiras. Na Ibero-América, os mangais representam uma das maiores oportunidades para conservar e recuperar ecossistemas de carbono azul. Os mangais têm capacidade para armazenar entre três e quatro vezes mais carbono que a maioria das florestas do planeta (Banco Mundial, 2019) e representam cerca de 3% do carbono sequestrado pelas florestas tropicais do mundo, tornando-se num dos ecossistemas mais eficientes como sumidouros. Além disso, os mangais oferecem serviços de produção tais como a estabilização das costas, a biodiversidade, a conservação e mitigação de catástrofes, e proporcionam meios de subsistência às comunidades que dependem dos peixes, do lazer e da lenha. Entre 1996 e 2016 perdeu-se uma superfície total de 9.736 km2 de mangais em todo o mundo, dos quais 70% poderão ser recuperados, incluindo os ibero-americanos (CEPAL, 2020).