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GESTÃO DE TEMPO

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

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GESTÃO DE TEMPO

Uma das desculpas mais usadas para justificar um trabalho que não foi feito como deveria ou mesmo para não se assumir algum compromisso na Igreja, é a falta de tempo. Vivemos num contexto em que o tempo se tornou algo muito valioso. Nunca há tempo suficiente para realizarmos todas as tarefas que precisamos, e nem para aquilo que gostaríamos de fazer. Essa é uma característica da nossa sociedade, e afeta a todas as pessoas de um modo geral. Mas devemos estar atentos para que essa “correria desenfreada” não prejudique o trabalho a serviço do Reino de Deus, e nem mesmo a nossa qualidade de vida! Algumas análises podem nos ajudar a organizar melhor o tempo que temos à disposição.

DEFINA PRIORIDADES

Em gestão de tempo, podemos dizer que toda a discussão gira em torno da falta de foco e objetividade como o principal obstáculo. Trata-se da necessidade de definição de prioridades como a melhor maneira de organizamos nosso tempo. Portanto, vamos concentrar, neste capítulo, nossa discussão em torno da importância de se ter bem definidas as prioridades.

Um dos fatores preponderantes na organização do tempo é o amplo leque de possibilidades que tempos a nosso dispor. A rigor, o tempo é o mesmo de alguns anos atrás, de quando as pessoas mais antigas dizem que “o tempo passava mais devagar”... O que mudou é a grande quantidade de possibilidades que temos hoje. Antigamente, se nossos pais ou avós quisessem ouvir uma música, tinham algumas poucas opções, e podia mesmo escutar toda a música de que dispunham num

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único dia. Hoje, com os avanços da tecnologia, seriam necessários vários dias ou semanas para que pudéssemos ouvir tudo o que temos ao nosso alcance. E isso só para citar um exemplo. Podemos multiplicar os exemplos... A quantidade de opções de área de trabalho é bem maior; os cursos de formação; as opções de estudo; opções de lazer; e até mesmo opções de Igrejas.

Essa grande quantidade de opções muitas vezes nos deixa perdidos, pois temos uma tendência a querer experimentar todas as opções, e sempre acabamos lamentando as oportunidades perdidas. Ora, mas devemos reconhecer que muitas vezes ficamos “perdidos” frente à grande quantidade de opções por que não sabemos direito o que queremos. Se estivermos seguros daquilo que queremos, dificilmente “perderemos tempo” com as nossas escolhas.

Portanto, devemos ter bem definidas quais são as nossas prioridades para o dia, para a semana, para o mês, para o ano, enfim, para toda a nossa vida. Prioridades são aquelas coisas que não podemos deixar de fazer. As outras coisas são secundárias, e não haverá problemas se eu deixar de fazer algumas delas ou deixá-las para depois. Por exemplo: ler a Bíblia é uma prioridade? Se for, eu dedicarei alguns momentos para a leitura diária da Bíblia. Se no meu dia sobrar tempo, eu poderei assistir a um filme, por exemplo, que é algo secundário. Mas nunca eu poderei deixar de fazer algo prioritário para realizar algo secundário. Se prestarmos atenção e fizermos uma lista, podemos descobrir que usamos muito mais o nosso tempo com coisas secundárias.

Há uma estória muito interessante, de autoria anônima, que ilustra a importância de definirmos prioridades. Conta essa estória que um consultor, especialista em gestão do tempo, quis surpreender as pessoas numa conferência. Tirou debaixo da mesa um frasco grande de boca larga. Colocou-o em cima da mesa, junto a uma bandeja com pedras do tamanho de um punho, e perguntou:

“Quantas pedras pensam que cabem neste frasco?”. Depois dos presentes fazerem suas conjecturas, começou a meter pedras até que encheu o frasco. E aí perguntou:

“Está cheio?”. Todos olharam para o frasco e disseram que sim. Então ele tirou debaixo da mesa um saco com pedrinhas pequenas. Colocou parte dessas pedri-

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nhas dentro do frasco e agitou-o. As pedrinhas penetraram pelos espaços deixados pelas pedras grandes. O consultor sorriu com ironia e repetiu:

“Está cheio?”. Desta vez os ouvintes duvidaram:

“Talvez não”, responderam.

“Muito bem!”, disse ele, e pousou na mesa um saco com areia que começou a despejar no frasco. A areia infiltrava-se nos pequenos buracos, deixados pelas pedras grandes e pelas pedrinhas.

“Está cheio?”, perguntou de novo.

“Não!”, exclamaram os presentes. Então o consultor pegou uma jarra com água e começou a derramar para dentro do frasco. O frasco absorvia a água sem transbordar.

“Bom, o que acabamos de demonstrar?”, perguntou. Um ouvinte, mais afoito, arriscou:

“Que não importa o quão cheia está a nossa agenda; se quisermos, sempre conseguimos fazer com que caibam mais compromissos”.

“Não!”, concluiu o especialista, “o que esta lição nos ensina é que se não colocarmos as pedras grandes primeiro, não poderemos colocá-las depois...”

Devemos considerar quais são as pedras grandes, ou seja, quais são nossas prioridades. Como nos orienta Jesus, devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, que as demais coisas nos serão acrescentadas (Mateus 6.33).

Uma análise interessante para o conceito de gestão de tempo é a compreensão grega de tempo. Os gregos têm duas palavras para expressar o tempo: “Chronos” e “Kairos”.

Chronos se refere ao tempo seqüencial, cronológico, sendo de natureza quantitativa, usado para descrever horários, prazos e atrasos, por exemplo.

Já Kairos se refere ao “momento oportuno”, não mensurável, sendo, portanto, de natureza qualitativa, sendo usado para descrever a sensação de aproveitamento do tempo com prazer. Na teologia, “Kairos” é usado para descrever o “tempo de Deus”, enquanto “Chronos” descreve o “tempo dos homens”.

Concluímos facilmente que necessitamos da noção de tempo cronológico para organizarmos nossas tarefas e atividades, definindo prazos e horários para a exe-

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cução dessas tarefas. A noção de “Chronos” nos ajuda a medir e organizar melhor o nosso tempo. Todavia, o tempo “Kairos” é o tempo que deve ser vivido, em que nos dedicamos a usufruir do prazer e da alegria que Deus nos concede, seja ao realizarmos a Sua obra, seja ao gozar as Suas bênçãos.

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