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4. Provérbios

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3. Salmos

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PROVÉRBIOS

Seu título procede do primeiro versículo que diz: “Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel”. Que em hebraico é “Mislê Shelomoh ben David melek yisrael”. Essa palavra vem do latim “proverbium” – pro, “antes” e verbum, “Palavra”. Na versão grega, LXX, esse Livro se chama “paroimi,ai” (Paroimiai) que significa “provérbios, palavras”.

O Livro de Provérbios é uma coleção de avisos e conselhos com a intenção de inculcar as virtudes que a Bíblia persevera em afirmar do começo ao fim. O propósito primário dos Provérbios é didático, pois suas declarações compactas e práticas fazem com que seu conteúdo se fixe facilmente na memória.

Um provérbio é uma frase curta que expressa um princípio moral, ou uma lição prática em forma precisa e eficaz. Dessa maneira, podemos dizer que o Livro de Provérbios é a principal fonte de ética e moral do Antigo Testamento, principalmente sobre questões da virtude e do dever. Abrangem os mais variados assuntos: a sabedoria, a justiça, o temor a Deus, o conhecimento, a moralidade, a castidade, a diligência, o domínio próprio, a confiança em Deus, o emprego correto do dinheiro, a consideração pelos pobres, o controle da língua, a bondade para com os inimigos, a escolha dos companheiros, o treinamento das crianças, a honestidade, a preguiça, a falta de ocupação, a justiça, a solicitude, a boa disposição de ânimo, o bom sendo e muitos outros.

Como escreveu Donald Turner, neste Livro temos: “o melhor texto para o estadista, o melhor código para o governador, as melhores instruções para o juiz, a melhor receita para o êxito do comerciante, os melhores ensinamentos para o estudante, o melhor guia para o jovem e a melhor meditação para o ancião”.5

5. TURNER, Donald D. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004, p. 224.

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4.1 AUTORES

Muitos dos Provérbios foram escritos por Salomão. Famosos por seu saber e riqueza, as Escrituras dizem que: “Era mais sábio do que todos os homens, mais sábio do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda, filhos de Maol; e correu a sua fama por todas as nações em redor. Compôs três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco” (1 Reis 4.31-32). Tendo recebido sabedoria da parte de Deus, Salomão estava altamente capacitado pata escrever esse Livro como está escrito: “Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar” (1 Reis 4.29).

Alguns Provérbios saíram de sua pena, outros, podem ter sido coletados por ele, e ainda outros, foram adicionados à coleção básica, em várias épocas por diversas pessoas. Vejamos o que diz Salomão sobre isso: “o Pregador, além de sábio, ainda ensinou ao povo o conhecimento; e, atentando e esquadrinhando, compôs muitos provérbios” (Eclesiastes 12.9).

Outros autores mencionados por nome em Provérbios são: Agur (30.1-33) e Lemuel (31.1-9), autores que a Bíblia não menciona em outra parte, e mais, os que não são citados os nomes, como os sábios (22.17) e os homens de Ezequias (25.1).

A tradição judaica no Talmude (Baba Bathra 15a) afirma que “Ezequias e seus companheiros escreveram os Provérbios”. Provavelmente que esta declaração talmúdica refira-se a “Ezequias e seus companheiros” não como autores, mas como compiladores que ajuntaram e editaram o Livro, acrescentando outros Provérbios.

4.2 TEMA

O Livro de Provérbios é farto em expressões concisas que tem a finalidade de ensinar as pessoas a viver em retidão de acordo com o padrão divino. O Deus do Antigo Testamento é um Ser moral, conseqüentemente, supervisiona as escolhas morais humanas. Assim o indivíduo que pratica o que é bom e certo pode esperar ser abençoado, e o indivíduo que pratica o erro e o mal pode esperar desapontamento e infortúnio.

O propósito do Livro é esclarecido em seus versos iniciais: “Para aprender a

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sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência; para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a eqüidade; para dar aos simples prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso” (Provérbios 1.2-4). Dessa forma, é um Livro prático para a vida diária.

4.3 DATA DA COMPILAÇÃO

Não temos como indicar com exatidão a data final da composição ou da compilação. É provável que o Livro tenha adquirido o presente formato no tempo do rei Ezequias (726-698 a.C.), como sugerido em (Provérbios 25.1).

4.4 ESBOÇO DE PROVÉRBIOS

I. Introdução (1.1-7). a) Título, propósito e introdução (1.1-6). b) Tema ou lema (1.7).

II. Avisos de um pai e advertências da Sabedoria (1.8-8.36). a) Avisos de um pai, parte I (1.8-19). b) Advertências da Sabedoria, parte I (1.20-33). c) Avisos de um pai, parte 2 (2.1-7.27). d) Advertências da Sabedoria, parte 2 (8.1-36).

III. O caminho da Sabedoria em oposição ao caminho da Loucura (9.1-18).

IV. Provérbios de Salomão e palavras do sábio (10.1-29.27). a) Provérbios de Salomão— primeira coleção (10.1-22.16). b) Palavras do sábio— primeira coleção (22.17-24.22). c) Palavras do sábio— segunda coleção (pelos homens de Ezequias (25.129.27). V. Provérbios de Agur (30.1-33). a) A vida de moderação temente a Deus (30.1-14).

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b) As maravilhas da vida observadas sobre a Terra (30.15-31). c) A insensatez do orgulho e da ira (30.32,33).

VI. Provérbios do rei Lemuel (31.1-31). a) Conselhos de uma mãe para um filho nobre (31.1-9).

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