CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
PARQUE REPRESA BILLINGS
NATHALIA DA CRUZ CARMO
Centro Universitário Senac
PARQUE REPRESA BILLINGS
Nathalia da Cruz Carmo
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora: Prof. Ms. Marcella de Moraes Ocke Müssnich
São Paulo 2016
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Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Carmo, Nathalia da Cruz Parque Represa Billings / Nathalia da Cruz Carmo - São Paulo (SP), 2016. 76 f.: il. color. Orientador(a): Marcella de Moraes Ocke Müssnich Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2016. 1.Parque Sustentável 2.Sustentabilidade 3.Infraestrutura Verde 4.Paisagismo 5.Parque I. Müssnich, Marcella de Moraes Ocke (Orient.) II. Título
Agradecimentos Agradeço primeiramente aos meus pais, por todo o apoio ao longo desses cinco anos e a compreensão nesse ano de TCC. Agradeço à Marcella Ocke, por ter sido uma orientadora maravilhosa e me acompanhado e auxiliado no desenvolvimento deste trabalho. Agradeço aos outros professores que colaboraram e auxiliaram esse projeto. Agradeço também aos meus amigos que ajudaram nesse projeto e aos que foram compreensivos ao longo dessa jornada.
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Resumo O assunto sustentabilidade tem se tornado cada vez mais recorrente, demonstrando uma verdadeira preocupação com o meio ambiente e os recursos naturais, que apenas pouco tempo atrás se percebeu ser finito, e principalmente vem fazendo parte dos projetos arquitetônicos, garantindo baixo impacto ambiental e uma melhora na qualidade de vida. Essa abordagem ainda é relativamente nova em se tratando de parques sustentáveis, principalmente no Brasil, por tanto este trabalho pretende discutir a sustentabilidade dentro do parque, através dos conceitos de parque, sustentabilidade e infraestrutura verde e soluções aplicáveis ao projeto. Tendo como proposta final o projeto de um parque sustentável, no qual os conceitos e soluções estudados são aplicados e os visitantes do parque aprendem sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Palavras chave: Parque sustentável, sustentabilidade, infraestrutura verde, paisagismo, parque, espaços livres públicos.
Abstract The subject sustainability has become increasingly recurrent, demonstrating a genuine concern for the environment and natural resources, which only recently was realized to be finite, and mainly has been part of the architectural projects, ensuring low environmental impact and better quality of life. This approach is still relatively new when it comes to sustainable parks, mainly in Brazil, so this work is to discuss sustainability within the park, through the park concepts, sustainability and green infrastructure and solutions applicable to the project. With the final proposal to design a sustainable park, in which the concepts studied and solutions are applied and park visitors learn about sustainability and environmental preservation. Key words: Sustainable park, sustainability, green infrastructure, landscaping, park, public open spaces.
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Sumário 1. Introdução .............................................................................................................................. 9 2. Conceitos .............................................................................................................................. 11 2.1 Parque ............................................................................................................................ 11 2.2 Sustentabilidade ............................................................................................................. 14 2.3 Infraestrutura Verde ....................................................................................................... 16 3. Estudos de Caso .................................................................................................................... 23 3.1 Canal Park ....................................................................................................................... 23 3.2 Praça Victor Civita ........................................................................................................... 26 3.3 Parque da Gleba E ........................................................................................................... 30 3.4 Parque Cândido Portinari ................................................................................................ 32 3.5 Parque Ecológico Xochimilco ........................................................................................... 33 3.6 Parque Luis Latorre ......................................................................................................... 36 3.7 Royal Park Wetland ......................................................................................................... 39 3.8 The Transformed Stormwater Park ................................................................................. 42 3.9 Hinge Park ...................................................................................................................... 44 4. Área de Intervenção ............................................................................................................. 47 4.1 Caracterização ................................................................................................................ 47 5. Parque Represa Billings ......................................................................................................... 51 5.1 Planta de Implantação .................................................................................................... 59 5.2 Planta de Fluxo de Água .................................................................................................. 60 5.3 Planta de Ampliação da Área Esportiva ........................................................................... 61 5.4 Planta de Ampliação do Playground ................................................................................ 62 5.5 Planta de Ampliação da Praça do Leitor........................................................................... 63 5.6 Cortes ............................................................................................................................. 64 6. Conclusão ............................................................................................................................. 65 7. Lista de Imagens ................................................................................................................... 67 8. Bibliografia ........................................................................................................................... 73
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1. Introdução Esse trabalho trata da relação do homem com a natureza e seus recursos, refazendo essa conexão antes oferecida pela busca de um abrigo próximo à água e com recursos para suprir as necessidades do homem. Investiga também a possibilidade de estimular a convivência no espaço livre público, para que haja troca e desenvolvimento e, trazendo à tona a questão da sustentabilidade como forma de preservar esses recursos naturais. São Paulo vem sofrendo com a crise hídrica há algum tempo e é possível contornar
essa
situação
através
de
medidas
sustentáveis,
como
o
reaproveitamento de águas pluviais. Se edifícios já conseguem adotar essas medidas, por que os parques também não? Com isso em mente, decidiu-se por compilar os conceitos de sustentabilidade e aplicar em um projeto de parque urbano às margens da Represa Billings, um meio ainda pouco explorado com essa temática, principalmente no Brasil. Um exemplo de que o meio ambiente pode ser reconstruído, é o trabalho do arquiteto paisagista Fernando Chacel, que conseguiu resultados interessantes na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A reconstrução de áreas de restinga e mangue, importante ecossistema. Essa iniciativa vem para preservar os recursos naturais, recuperando a mata já existente, tornando o parque autossuficiente em seu consumo de água e energia, reaproveitando águas pluviais e utilizando energia solar. Além de conscientizar os usuários e ensiná-los medidas que podem ser tomadas para ajudar o meio ambiente. Para o desenvolvimento do trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas e estudos de caso, as pesquisas bibliográficas se deram através da leitura de autores como Fernando Chacel, Miranda Magnoli, Silvio Macedo, Francine Gramacho necessários
Sakata, para
Richard o
Rogers,
tornando
desenvolvimento
deste
possível trabalho,
definir como
conceitos parque,
sustentabilidade e infraestrutura verde, os estudos de caso foram feitos através de 9
visita in loco e pesquisas, com esses estudos de caso foi possível entender a aplicação desses conceitos no Parque da Gleba E, no Canal Park, entre outros, proporcionando assim o entendimento prático das soluções e ainda como elas funcionam no espaço. O trabalho está dividido em conceitos, onde são apresentadas as definições estudadas de parque, sustentabilidade e infraestrutura verde, seguido pela apresentação dos estudos de caso, onde são apresentadas as principais características de cada local e a relevância para este trabalho, seguido por uma apresentação da área onde o projeto será desenvolvido e a apresentação da proposta de projeto para tal área, finalizando com a conclusão deste trabalho.
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2. Conceitos Para contextualizar esse trabalho, é necessário antes conhecer alguns conceitos que estarão presentes na concepção do projeto.
2.1 Parque O homem precisa da convivência em grupo, para que haja troca e desenvolvimento. Desde os primórdios o homem se desloca até que encontre um lugar que lhe ofereça abrigo e supra suas necessidades do que é oferecido pela natureza, os rios, córregos, cursos d’água, riachos, que integravam esses lugares para curta e longa permanência, esses deslocamentos dão ao homem a oportunidade de explorar novos lugares e são tidos como marcos ou referenciais territoriais. (GORSKI, 2010). Segundo Magnoli (2006) o espaço livre é tido como todo e qualquer espaço livre de edificação, que está ao redor e entre o tecido urbano. Considerar as necessidades e atividades do homem é o mais importante no desenho dos espaços livres e onde estão localizados. “Espaço livre de edificação” fosse visto, considerado, antes de mais nada; percebido em sua existência; deixasse de ser “vazio”, e a expressão era, e ainda é, muito significativa da recusa em vê-lo. A consistência que lhe atribuíamos era de espaço de apropriação pública, democrática; o mais democrático dos espaços urbanos, atuando como elemento integrador - com implicações nada desprezíveis - em relação à urbanização; esta, incorporada, vinculado aos aspectos das bases naturais da paisagem. (Magnoli, 2006 p. 143).
Ainda conforme Magnoli (2006) o espaço livre de edificações e de urbanização deve ser integrado em sua distribuição, acabando assim com a questão de quantidade, pois é a configuração que deve ser levada em conta no enriquecimento das atividades do homem urbano. Para que esses espaços sejam usados pelo homem, é preciso considerar a localização, a frequência de uso, facilidade de acesso e desenhar o espaço de acordo com as atividades a serem realizadas. Antes da implantação de espaços 11
livres públicos seria importante realizar um diagnóstico para avaliar a potencialidade da área e os impactos que seriam causados. Os parques são vistos como forma de escape, nos momentos de descanso do trabalhador. Na sua origem o programa, estimula uma parte da mente responsável pela percepção do espaço, das formas, da racionalização. (MAGNOLI, 2006). Quando se fala em parque, a primeira imagem é bucólica, com caminhos entorno de um lago, cercado por um bosque, mas o parque de hoje tem características muito diferentes e está em constante modificação, cumprindo seu real papel de ser um espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da população urbana. (MACEDO. SAKATA, 2010). Ao longo do século XX surgiram novas atividades dentro dos parques, que antes eram apenas contemplativas, como as esportivas, as de conservação de recursos naturais e as do lazer sinestésico de brinquedos eletrônicos e mecânicos. Dessas novas funções, foram criados novos tipos de parques, por exemplo, parque temático e o parque ecológico. O parque temático vem dos antigos parques de diversões, geralmente são particulares e teve início em 1955, com a Disneylândia. A diversão se da através de brinquedos eletrônicos, que simulam histórias e locais reais ou imaginários. O parque ecológico, que se tornou comum na década de 1980, tem como prioridade conservar recursos naturais, suas atividades são divididas entre o lazer ativo, como jogos e recreação infantil, e lazer passivo, como caminhadas. Uma definição de parque a ser levada em conta é: Consideramos como parque todo espaço de uso público destinado à recreação de massa, qualquer que seja o seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação e cuja estrutura morfológica é auto-suficiente, isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma estrutura construída em seu entorno. (MACEDO; SAKATA, 2010 p.14)
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No final do século XX, a implantação e formação dos parques públicos começa a crescer no Brasil, graças à crescente urbanização do país, levando a maior parte da população para as cidades. Esse crescimento levou a diminuição dos vazios urbanos que eram as áreas de lazer das classes menos privilegiadas, fazendo dos parques às novas áreas de lazer. A evolução dos parques urbanos brasileiros, durante os séculos XIX e XX foi dividida em três linhas de projeto paisagístico: a eclética, a moderna e a contemporânea. A Linha Eclética inclui as obras do final do século XIX e início do século XX. Desde de o primeiro espaço público criado no Brasil, teve como modelo a Europa, principalmente ideais franceses e ingleses, trazendo assim espaços românticos, clássicos, entre outros. Tendo essa linha como uma de suas principais características os espaços de lazer contemplativo, através de caminhos que conduzem a pontos focais e tem a água como elemento contemplativo. A Linha Moderna aconteceu nas décadas de 1930 e 1940, foi nesse período que a população urbana aumentou desenvolveu novos hábitos, transformando assim o programa dos parques públicos, que passaram a incluir os playgrounds, quadras esportivas e áreas de convívio. Tendo como principais características as formas mais geométricas, os caminhos fazem a comunicação entre os equipamentos e a água ainda é contemplativa. A Linha Contemporânea teve início nos anos 1980 e chega com um caráter experimental tendo como importante instrumento a preservação da vegetação nativa, que trás ainda atividades de educação ambiental, volta a valorizar os espaços contemplativos, mas ao mesmo tempo mantém os espaços de lazer, dando grande ênfase a pratica de esportes e o culto ao corpo, a água continua como importante elemento, mas agora considerada elemento a ser preservado e, em muitos casos, funciona como o elemento principal de projeto.
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2.2 Sustentabilidade A população mundial cresce mais a cada dia e consequentemente as cidades, com esse crescimento aumentam também os problemas, por exemplo,o uso desenfreado dos recursos naturais, que pode transformar os renováveis em não renováveis. (ROGERS, 2011). Segundo Richard Rogers (2011), a solução para cidades mais sustentáveis está na participação da população nas decisões das medidas a serem tomadas e no uso da tecnologia para que os recursos sejam preservados para as gerações futuras. Como estudado em aula, a sustentabilidade é essencial para a preservação dos recursos naturais, dando suporte a um ecossistema permitindo sua reprodução e permanência, pretendendo que os indivíduos supram suas necessidades, sem esgotar os recursos. “por desenvolvimento sustentável entende-se o desenvolvimento que satisfaz as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazerem as suas próprias necessidades” (CMMD, 1991, p. 9).
A sustentabilidade se baseia em um triângulo que tem como pilares o ecológico, o social e a economia, como na imagem 1, para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado, é necessário que haja um equilíbrio
entre
eles,
para
que
a
sustentabilidade seja viável. Um dos fatores que influência nesse equilíbrio é o uso eficiente da água, a porcentagem de água disponível para consumo é muito baixa para a demanda, por isso seu uso consciente é extremamente importante, além da reutilização e reciclagem da água consumida. Uma técnica
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Imagem1: Triângulo da sustentabilidade
que vem começando a ser usada é de paisagismo a seco, na qual são utilizadas apenas plantas que dispensam irrigação. O aumento do consumo de energia tem grande impacto também no meio ambiente, a arquitetura sustentável deve prever o uso de equipamentos certificados e o uso de energia renovável, por exemplo, solar. Os materiais também tem um papel importante na arquitetura sustentável, buscando usar o mínimo possível de materiais e também reutilizar materiais, quando necessário comprar, buscar materiais certificados e buscar a procedência, desde seu processo de produção, até o incentivo de produções locais. A arquitetura que considera a qualidade do ambiente é considerada mais cara, o que faz com que projetos sustentáveis sejam deixados de lado, mas já é comprovado que em longo prazo ela muito mais lucrativa, tanto economicamente, quanto na qualidade de vida dos usuários. Esses ambientes visam a mínima agressão ao meio ambiente, desde a sua construção. A sustentabilidade hoje conta com a parceria da tecnologia, que trouxe inovações em diversas áreas para facilitar para os usuários e o meio ambiente, a exemplo deste assunto são as novas formas de irrigação automatizadas, a irrigação acontece sozinha, no tempo e quantidade certos. A seguir, em infraestrutura verde serão apresentados diversos instrumentos de projeto, muitas vezes simples, que compões projetos sustentáveis.
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2.3 Infraestrutura Verde De acordo com o site Cidades Sustentáveis, a infraestrutura verde consiste em opções sustentáveis e econômicas para lidar com a água de chuva, melhorando a captação e infiltração de água no solo, filtrando essa água, diminuindo a ação das ilhas de calor e ainda embelezando a paisagem urbana.
Imagem 2: Exemplo de diversas opções sustentáveis.
A infraestrutura verde é um pilar da sustentabilidade em parques, com ela é possível estabelecer um ciclo de equilíbrio e autossuficiência das áreas. A seguir serão apresentados os principais instrumentos de infraestrutura verde aplicáveis em parques.
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2.3.1 Jardim de Chuva Segundo
o
site
Cidades
Sustentáveis, os jardins de chuva
são
cavidades
que
recebem a água de chuva das ruas e calçadas, acumulando e
infiltrando
essa
água,
devolvendo-a gradativamente ao solo. Localizados junto ao leito carroçável, recebe os poluentes
trazidos
escoamento superficial.
no
Imagem 3: Jardim de chuva em Portland, com o estreitamento da rua contribui também para o Traffic Calming, que faz os carros reduzirem a velocidade.
Eles ajudam na drenagem e a conter parte da água em áreas de alagamento, aumentando a infiltração de água no solo, além de contribuir paisagisticamente para a área implantada.
Imagem 4: Portland, Oregon, USA.
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2.3.2 Biovaleta Ainda de acordo com o site Cidades Sustentáveis, as biovaletas são depressões preenchidas com terra e vegetação, que funcionam como filtro do escoamento superficial, pois decompõe os poluentes retidos nas plantas, através da luz do sol, do ar e de microrganismos. E ainda aumenta o tempo de escoamento da água e geralmente deságuam em jardins de chuva, por isso os dois são comumente associados.
Imagem 5: Street Edge Alternatives ou Sea Street, rua em Seattle que tinha traçado reto e foi transformado em curvilíneo.
Imagem 6: Com a transformação do traçado, a criação de biovaletas foi favorecida.
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2.3.3 Tec Garden Segundo o site vitruvius, é um sistema construtivo no qual se cria um novo piso para o plantio, propício para áreas contaminadas. Sobre o solo original são colocadas camadas de brita e uma manta de borracha, sobre isto são colocados pedestais que elevam placas de ardósia com o meio vazado, por onde passam tubos preenchidos por fibra de coco. A terra é colocada sobre esse novo piso e o plantio acontece.
Imagem 7: Esquema de funcionamento do Tec Garden.
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2.3.4 Teto Verde Segundo o site Cidades Sustentáveis, o teto verde é o plantio de vegetação no telhado
de
edificações,
para
receber
a
vegetação
é
necessária
à
impermeabilização, depois um reservatório de drenagem, uma base com barreira contra as raízes, tudo coberto com solo tratado com composto orgânico e areia.
Imagem 8: Esquema de teto verde.
Esse tipo de teto tem como função a absorver a água das chuvas, diminuir os efeitos das ilhas de calor, contribuir para a eficiência energética da edificação e ainda aumenta a vida útil de impermeabilização do telhado.
Imagem 9: Esquema de teto verde.
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2.3.5 Wetland Os ‘wetlands’ naturais são terras alagadas naturalmente, com vegetação adaptada a esses solos, formando um ecossistema equilibrado melhorando a qualidade da água.
Imagem 10: Wetland natural - Parque Cidade de Toronto
O alagado construídofunciona como filtro de águas residuais, a área é revestida com uma manta de borracha, para que o solo não seja contaminado, depois coberta com cascalhos, que filtram a água junto à vegetação.
Imagem 11: Alagado construído - Praça Victor Civita.
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3. Estudos de Caso 3.1 Canal Park Washington, USA 2012 O Canal Park possui o certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), é um sistema que atesta e orienta ambientalmente edificações visando os princípios da sustentabilidade desde as obras até o funcionamento do edifício. O Parque serve de projeto piloto pelo Sustainable Sites Initiative (SITES), e ainda é candidato ao certificado, sendo este um certificado similar ao LEED, mas voltado para o paisagismo.
Imagem 12: Planta geral do Canal Park
Segundo canalparkdc, 2016, este possui jardim de chuva que envia a água coletada para uma cisterna embaixo do parque, a água armazenada também é recolhida da cobertura dos prédios do entorno. Toda a água armazenada é tratada e reutilizada no próprio parque, suprindo assim 95% de suas necessidades como, por exemplo, na fonte interativa de água, na irrigação, nas descargas e na pista de gelo. Conta ainda com biovaletas, que filtram o escoamento de água das ruas em seu entorno imediato. Mesmo os pavilhões dentro do parque seguem o modelo de sustentabilidade, contando com telhado verde, painéis operáveis para controle da ventilação, sistema geotérmico e sistema de reutilização de água.
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Imagem 13: Foto aérea do Canal Park
A escolha por estudar esse parque se deu pela importância da autossuficiência hídrica e a forma como o projeto lida com essas questões utilizando infraestrutura verde. Soluções essas muito pertinentes a um parque em área protegida, à margem da Represa Billings, que ainda se mantém poluída.
Imagem 14: Pontos de recarga elétrica automotiva.
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Imagem 15: Fonte que utiliza água de reuso do reservatório do parque.
Imagem 16: Pista de patinação no gelo, montada no inverno, utiliza água de reuso do reservatório do parque.
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3.2 Praça Victor Civita São Paulo, SP 2006 Segundo o Achdaily e o Vitruvius, construída em um terreno degradado e contaminado, o projeto da praça teve o desafio de lidar com essa contaminação para tornar possível a ocupação do local. Para tal, a praça tem premissa sustentável, partindo desde sua construção, com a redução de entulho e desperdício utilizando o conceito de obra seca e limpa. Os materiais usados, por exemplo, madeira certificada do deck e ainda com a utilização de sistemas orgânicos para o reuso de água e as placas solares para que aja um racionamento energético. A Praça Victor Civita ao longo do passeio pelo deck de madeira ensina seus usuário sobre sustentabilidade e as soluções dadas à Praça, através de placas explicativas apresentando as áreas, como o Tech Garden (Imagem7), o espelho d’água que funciona como alagado construído para irrigação do bosque, as plantações distribuídas pela Praça, podem ser aplicadas no projeto do parque.
Imagem 17: Planta geral da Praça Victor Civita.
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Imagem 18: Esquema do caminho da água armazenada, tratada e reutilizada na irrigação da praça.
Imagem 19: Esquema de armazenamento de água e irrigação do Tec-Garden.
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Imagem 20: Plantações por toda a praça são feitas com o sistema Tec Garden.
Imagem 21: Utilização de energia solar na iluminação da praça.
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Imagem 22: Espelho d’água que funciona como alagado construído, sua água depois de filtrada irriga o bosque.
Imagens 23: Bosque irrigado pelo alagado construído, através de canaletas com inclinação para que não haja necessidade de uma bomba.
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3.3 Parque da Gleba E Rio de Janeiro, RJ Localiza à margem da Lagoa da Tijuca, o Parque faz parte de um conjunto de parques projetados por Fernando Chacel, com os princípios conservacionistas e preservacionistas de recuperação de ecossistemas. A área de implantação do parque estava completamente degradada e estava
previsto
um
projeto
de
desenvolvimento residencial para a área, o que já tinha alterado a cobertura vegetal primária daquela área. Como base para o projeto paisagístico,
determinou-se
a
preservação e restauração da floresta
Imagem 24: Área do futuro parque antes da recuperação.
e vegetação originais da região.
O estudo dos Parques às margens da Lagoa da Tijuca é
interessante
para
esse
TCC, por estarem em uma faixa marginal de proteção e ter contato terra-água, assim como a área escolhida para o Imagem 25: Início da recuperação da área.
projeto deste trabalho.
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Imagem 26: Parque já consolidado, área de manguezal nativo recuperado.
Imagem 27: Área de passeio do parque, com a vegetação nativa recuperada.
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3.4 Parque Cândido Portinari São Paulo, SP 2013 Localizado ao lado do já existente Parque Villa Lobos, o Parque Cândido Portinari conta com soluções sustentáveis, empregando um sistema de captação de águas pluviais, que são utilizadas em sua irrigação, utilizando também painéis de energia solar, que suprem as necessidades dos dois parques e mais, todas as luminárias são de LED e os bebedouros e bancos são feitos de madeira plástica reciclável. Servindo como referência para este TCC, não o desenho do parque em si, mas algumas das soluções utilizadas como a capitação de águas pluviais, a utilização de energia solar e de luminárias mais econômicas.
Imagem 28: Área de convivência do parque.
Imagem 29: Bebedouro feito de madeira plástica reciclável.
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3.5 Parque Ecológico Xochimilco Cidade do México, México 1993 A reconstrução do Parque teve como foco principal as áreas úmidas, tendo eficiência no tratamento da água, melhorando a hidrologia e trazendo de volta as chinampas, que são pequenas ilhas artificiais, que funcionam como um canteiro flutuante, permitindo o cultivo de plantas e flores, como agricultura sustentável.
Imagem 30: Planta Geral do parque.
Primeiro interrompendo o descarte de esgoto diretamente no lago, segundo construindo uma estação de tratamento de esgoto e terceiro, tornou-se uma área regulatória, evitando os alagamentos. O Parque conta ainda com um berçário de mudas, que depois servem tanto ao parque, como na arborização da cidade. Sua importância para o projeto deste TCC se dá pela recuperação do lago, pelo projeto ser um parque à margem da Represa Billings, que também precisa ser recuperada traz soluções que podem ser uma opção para a represa.
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Imagem 31: Planta do parque.
Imagem 32: Pisos permeรกveis por todo o parque e extensรฃo do lago recuperado.
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Imagem 33: Pisos permeรกveis.
Imagem 34: Lago do parque recuperado e novamente navegรกvel.
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3.6 Parque Luis Latorre Itatiba, SP Segundo o site da prefeitura de Itatiba, o Parque possui além do programa de lazer e esporte, um programa de educação ambiental. Todo subdividido em áreas menores, cada praça trata de um assunto de forma a ensinar os visitantes, sobre a água, a fauna, a flora e a relação dessas com o homem e sobre energia limpa, mas principalmente a importância da preservação das áreas verdes. Com uma área de brejo praticamente intocada, protegendo a nascente do rio e trazendo o visitante para essa área, acabando com os preconceitos com o brejo. O Parque mostra a importância de projetar os espaços verdes com uma função socioambiental, além das funções já conhecidas como lazer e esporte. Fazendo os visitantes conhecerem diversas áreas úmidas e aprender a importância desses ecossistemas. As soluções para energia limpa são aplicáveis ao projeto, assim como o programa de educação ambiental, que expõe as soluções dadas ao parque e ensinam os visitantes tanto sobre o ecossistema como sobre a importância de preservá-los.
Imagem 35: Planta geral do parque.
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Imagem 36: Área de brejo preservada, única interferência é o caminho.
Imagem 37: Umas das áreas de educação ambiental do parque.
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Imagem 38: Alagado construĂdo.
Imagem 39: Placas de energia solar espalhadas pelo parque.
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3.7 Royal Park Wetland Melborn, Austrália 2006 Segundo o site Rush Wright, em 1998 a cidade adotou o Royal Park, que incluía sistema de wetlands, com a função de reciclar a água e também recolher as águas pluviais, sendo essa utilizada na irrigação de todo o parque, sendo finalizado em 2006.
Imagem 40: Planta geral do parque.
O projeto combina engenharia, ecologia e participação da comunidade. O principal foco, durante todo o projeto, era melhorar os resultados ambientais, aumentando a biodiversidade na região através da construção de habitat aquático e reduzindo a utilização de água potável nos parques, garantindo que a água mais limpa atinja a baía. O sistema de zonas úmidas é formado por dois lagos interligados, que tratam a água natural e armazenam as águas pluviais, essas sendo usadas na irrigação do parque, o excesso de água limpa é descarregado em Moonee Ponds Creek e Port
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Phillip Bay. O parque conta ainda com recreação educacional focada na compreensão do meio ambiente. Assim como o parque a ser projetado, este tem grande ênfase no recolhimento e tratamento da água e ainda há recreação educacional.
Imagem 41: Planta de distribuição de água.
Imagem 42: O parque tem a maior parte de sua área permeável.
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Imagem 43: Sistema de wetlands.
Imagem 44: Alagado construĂdo cercado pela vegetação, agora mais densa.
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3.8 The Transformed Stormwater Park Haerbin, Heilongjiang, China 2010 Projetado em uma zona úmida no meio de uma cidade, o parque enfrentou o grande desafio de restabelecer essa área em um local cercado por vias dos quatro lados, onde as fontes de água estavam sendo cortadas, ameaçando a existência do pântano. A solução escolhida foi de transformar essa área em uma esponja verde.
Imagem 45:Implantação do parque.
A parte úmida já existente se mantém no centro do parque, cercada por lagos e montes, formando uma zona tampão responsável por filtrar e limpar as águas pluviais antes de atingirem a zona úmida. Essa água é usada na irrigação do pântano e das outras áreas do parque. Caminhos e áreas de estar foram criados para que haja maior contato com a natureza. O Parque de Águas Pluviais ainda solucionou problemas de alagamentos da região, trazendo mais uma vantagem. A zona tampão tem uma função semelhante aos jardins de chuva e biovaletas, onde a água é retida por mais tempo e filtrada antes de seguir seu curso, sendo
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essa umas das premissas do futuro parque além de manter o contato dos usuários com a natureza.
Imagem 46: Os caminhos do parque permitem circular em meio à zona úmida.
Imagem 47: A passarela suspensa permite andar pelo parque e ter a vista da área alagada.
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3.9 Hinge Park Vancouver, Canadá 2010 Localizado junto à Vila Olímpica dos jogos de inverno, quando acabaram os jogos a área se tornou quase fantasma, o Hinge Park foi muito bem vindo para ajudar a região. O parque se encontra em uma zona úmida, um de seus objetivos é receber o escoamento das águas pluviais. A relação com a água é muito presente, principalmente voltada para as crianças, há esculturas e pontes onde as crianças podem brincar em contato com a água, em uma região onde não há quintais para brincar, o parque se torna o quintal da casa. Para o projeto, esse parque será de grande referência principalmente na relação dos usuários com a água, onde brincadeiras se misturam a função principal de receber o escoamento de água.
Imagem 48: Planta geral do parque.
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Imagem 49: Os caminhos do parque margeiam a รกgua que corre no meio.
Imagem 50: A ponte para cruzar o alagado se torna uma brincadeira para as crianรงas.
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Imagem 51: O parque ainda conta com a vista da lagoa.
Imagem 52: Brincadeiras com água, onde até as esculturas são escaláveis.
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4. Área de Intervenção 4.1 Caracterização Com a temática sustentável para a proposta do parque, buscava-se uma área de proteção ambiental (APA) em que existisse a relação terra-água, para tal, a procura se deu nas margens das represas de São Paulo, a gleba, além das características
descritas
anteriormente,
encontra-se
em
uma
área
predominantemente residencial em seu entorno imediato, garantindo assim, um público alvo para o futuro parque. A área escolhida encontra-se à margem da Represa Billings, em uma área de preservação ambiental e dentro da Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental. Segundo o Plano Regional Estratégico (2014), o terreno está designado a um Parque Linear Proposto que tinha como meta o ano de 2006. Nas duas Represas, Billings e Guarapiranga, existem propostas da prefeitura de recuperação ambiental, criando parques e transferindo famílias que residem em áreas ocupadas irregularmente. Segundo o Plano Diretor, estão previstas medidas de proteção da paisagem, dos recursos naturais e dos mananciais hídricos; a utilização consciente dos recursos naturais, para que sejam preservados para as gerações futuras; produção e consumo dos recursos de maneira a respeitar os limites de sustentabilidade ambiental. A área conta ainda com uma faixa de linhas de transmissão, na qual os possíveis usos são limitados a não permanência. Partindo dessa faixa, todo o terreno tem uma declividade em direção a Represa. Dentro dos limites da gleba encontram-se quatro rios que estão cercados.
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Imagem 53: Localização geral da área.
Imagem 54: Vista aérea geral da área.
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Imagem 55: Vista aĂŠrea aproximada delimitando a ĂĄrea.
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5. Parque Represa Billings A princípio ficaram decididas algumas diretrizes de projeto a serem seguidas, com as intenções das áreas e soluções pretendidas para o parque. Para que seja garantida a sustentabilidade, a preservação dos recursos naturais e recuperação dos mesmos decidiu-se pelo projeto com caráter de um parque ecológico, mas com possibilidade de outros usos, como esportivo e recreativo, que um parque contemporâneo requer. Depois de estudar possíveis soluções e casos onde premissas de infraestrutura verde também foram utilizadas, as soluções mais aplicáveis ao projeto são as soluções de infraestrutura verde, jardim de chuva, biovaleta, teto verde e alagados, que integradas ajudam na captação, filtração e reutilização de águas remanescentes, propõe- se ainda, a recuperação da Represa Billings, que nessa área tem sua água poluída, filtrando a água antes que ela seja despejada na Represa. A recuperação de mata nativa da região garantirá a melhor adaptação e equilíbrio do ecossistema. E ainda, o uso de energia solar em toda a iluminação do parque. Com as medidas apresentadas espera-se alcançar a sustentabilidade e autossuficiência hídrica e energética do parque. Os diagramas a seguir representam um esboço inicial das áreas propostas no futuro parque, sendo essas permeadas pelas soluções de infraestrutura verde já citadas. As entradas localizam-se ao final de duas ruas já existentes, facilitando o acesso. Duas áreas de bosque encontram-se onde já existe uma quantidade expressiva de árvores no terreno, podendo ser explorados por caminhadas ecológicas, contando ainda com mais algumas formas e áreas de lazer, explorando o conceito de parque contemporâneo, que conta com áreas de lazer e contemplação. A proposta contará ainda com uma horta comunitária, que uso e cuidados dos próprios usuários e pretende criar uma forte relação com a água.
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Imagem 56: Diagrama de bolhas das รกreas do futuro parque.
Imagem 57: Diagrama de fluxos no futuro parque.
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Partindo do conceito inicial chega-se a proposta final, onde a principal questão é a água, o projeto partiu da abertura dos quatro rios dentro da gleba e a criação de dois lagos, estes funcionam como wetlands, recolhendo as águas pluviais e filtrando a água. Parte da água é usada na irrigação do próprio parque, visando sua autossuficiência hídrica e a água remanescente é despejada na Represa. Como a água desta é imprópria, o contato dos usuários com a água se dá através dos lagos, abertura dos rios, e do playground aquático.
Imagem 58: Planta de Implantação do Parque Represa Billings
As soluções de infraestrutura verde, como jardim de chuva, biovaleta e alagados, que integradas ajudam na captação, filtração e reutilização de águas remanescentes estão aplicadas por todo o parque, criando uma malha verde que trata a água, filtrando a poluição antes de atingir o manancial, ajudando na recuperação da Represa Billings.
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A faixa localizada embaixo das linhas de transmissão não permite ocupações nem permanência, portanto a solução para essa área foi criar um grande viveiro de mudas, que servem para reposição o parque. Abaixo da rua a faixa de servidão continua, nessa área está um grande jardim de chuva combinado a biovaletas, que recolhem as águas pluviais da via. O parque tem caminhos que cruzam por toda a sua extensão, com ciclofaixas e áreas de passeio, as principais atividades estão setorizadas, a área esportiva conta com quadras poliesportivas, aparelhos de ginástica ao ar livre e um skate park, e ainda uma área de descanso sombreada para os esportistas. Outro setor do parque é a praça do leitor, onde há uma biblioteca e uma grande área de leitura com bancos à sombra de árvores. Uma área as margens do rio está reservada para piqueniques.
Imagem 59: Área esportiva
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Parte dos lagos é cercada por uma praia e áreas de deck, onde eventos podem ser realizados e permite o contato dos usuários com a água. Logo abaixo deles uma grande arquibancada se desenvolve, com parte do piso permeável e formando uma área de estar confortável e com a vista do parque e da represa. Uma área foi destinada a horta comunitária, na qual os próprios moradores da vizinhança cuidam, plantam e usufruem.
Imagem 60: Arquibancada verde
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O playground acontece em duas partes, um deles é aquático, possui fontes de água que saem do chão, brinquedos de soltam água e um espelho d’água corta o espaço como um rio, permitindo que as crianças atravessem por tubos ou saltando nas pedras, cercado por um deck de onde os pais podem acompanhar seus filhos. Ligada por uma ponte está à outra parte, onde os brinquedos tradicionais se misturam a um playground de aventura. Localizados em um piso emborrachado colorido estão os brinquedos tradicionais, junto a eles estão tabuleiros de xadrez humano e uma brinquedoteca. O playground de aventura conta com uma elevação de onde descem dois escorregadores e forma uma parede de escalada e ainda arvorismo e diversas elevações no terreno, onde a criança pode subir e descer e atravessa pequenos túneis.
Imagem 61: Playground comum e de aventura
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Imagem 62: Playground aquático
Espalhados pelo parque há pontos de apoio, onde é possível encontrar lanchonetes, banheiros, áreas de estar cobertas para dias de chuva. Há ainda uma trilha ecológica na parte de mata mais fechada do parque. Seguindo o percurso do parque, também é feito um percurso de educação ambiental, no qual os visitantes aprendem sobre as soluções usadas no parque, podendo ver na prática como elas acontecem e ainda sobre como ajudar o meio ambiente fazendo sua parte. Finalizando o projeto espera-se que com a recuperação da mata nativa da região seja garantida a melhor adaptação e equilíbrio do ecossistema, que o parque tenha autossuficiência hídrica e possa ajudar na recuperação da Represa Billings.
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LEGENDA I RRI GAÇÃO ÁGUALI MPA REPRESABI LLI NGS
DESTI NO FI NAL REPRESABI LLI NGS
6. Conclusão Desde o princípio, a intenção desse projeto foi trabalhar a sustentabilidade em uma área de lazer pública, para que tal objetivo fosse alcançado, foram estudados diversos conceitos, soluções e aplicações destas, que pudessem ser aplicadas no projeto proposto. A busca pelo terreno aconteceu nas principais represas de São Paulo, até que esse foi encontrado e escolhido, por estar em uma área predominantemente residencial, na qual o parque já teria seu público alvo, além de a proximidade com a represa. O Parque Represa Billings é uma possível proposta de projeto, mas não esgota o assunto. Seu objetivo é trazer os indivíduos para o convívio direto com a natureza estimulando o uso do espaço público, além de conscientizar os visitantes sobre preservação e os cuidados necessários, proporcionando ainda a experiência do coletivo em um momento em que todos são tão individualistas. As pesquisas para este trabalho me abriram novas possibilidades antes desconhecidas e espero que em breve os projetos do espaço livre público, principalmente
no
Brasil,
levem
mais
sustentabilidade.
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em
conta
as
possibilidades
de
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7. Lista de Imagens IMAGEM 1: Triângulo da sustentabilidade. FONTE: http://atlantiisholistica.blogspot.com.br/2013/05/conferencia-querpromover.html IMAGEM 2: Exemplo de diversas opções sustentáveis. FONTE: https://inverde.wordpress.com/infraestrutura-verde/ IMAGEM 3: Jardim de chuva em Portland, com o estreitamento da rua contribui também para o TrafficCalming, que faz os carros reduzirem a velocidade. FONTE: http://www.aprenda.bio.br/portal/?p=10027 IMAGEM 4: Portland, Oregon, USA. FONTE: http://solucoesparacidades.com.br/wpcontent/uploads/2013/04/AF_Jardins-de-Chuva-online.pdf IMAGEM 5: Street Edge Alternatives ou Sea Street, rua em Seattle que tinha traçado reto e foi transformado em curvilíneo. FONTE: http://www.solaripedia.com/13/367/4912/seattle_sea_street_graphic_map.html IMAGEM 6: Com a transformação do traçado, a criação de biovaletas foi favorecida. FONTE:http://www.solaripedia.com/13/367/4912/seattle_sea_street_graphic_map. html IMAGEM 7: Esquema de funcionamento do Tec Garden. FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-leviskyarquitetos-e-anna-julia-dietzsch IMAGEM 8: Esquema de teto verde. FONTE: http://marjoriekaroline.blogspot.com.br/2011/12/telhado-verde-tenhamais-verde-com-um.html?m=1 IMAGEM 9: Esquema de teto verde. FONTE: http://marjoriekaroline.blogspot.com.br/2011/12/telhado-verde-tenhamais-verde-com-um.html?m=1 IMAGEM 10: Wetland natural - Parque Cidade de Toronto. FONTE: Marcella de Moraes Ocke Müssnich IMAGEM 11: Alagado construído - Praça Victor Civita. FONTE: Autoral 67
IMAGEM 12: Planta geral do Canal Park. FONTE: http://www.canalparkdc.org/ IMAGEM 13: Foto aérea do Canal Park. FONTE: http://www.sustainablesites.org/washington-canal-park IMAGEM 14: Pontos de recarga elétrica automotiva. FONTE: http://www.canalparkdc.org/ IMAGEM 15: Fonte que utiliza água de reuso do reservatório do parque. FONTE: http://www.canalparkdc.org/ IMAGEM 16: Pista de patinação no gelo, montada no inverno, utiliza água de reuso do reservatório do parque. FONTE: http://www.canalparkdc.org/ IMAGEM 17: Planta geral da Praça Victor Civita. FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-leviskyarquitetos-e-anna-julia-dietzsch IMAGEM 18: Esquema do caminho da água armazenada, tratada e reutilizada na irrigação da praça. FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-leviskyarquitetos-e-anna-julia-dietzsch IMAGEM 19: Esquema de armazenamento de água e irrigação do Tec-Garden. FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-leviskyarquitetos-e-anna-julia-dietzsch IMAGEM 20: Plantações por toda a praça são feitas com o sistema Tec Garden. FONTE: Autoral IMAGEM 21: Utilização de energia solar na iluminação da praça. FONTE: Autoral IMAGEM 22: Espelho d’água que funciona como alagado construído, sua água depois de filtrada irriga o bosque. FONTE: Autoral IMAGEM 23: Bosque irrigado pelo alagado construído, através de canaletas com inclinação para que não haja necessidade de uma bomba. FONTE: Autoral
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IMAGEM 24: Área do futuro parque antes da recuperação. FONTE: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.017/3333?page=1 IMAGEM 25: Início da recuperação da área. FONTE: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.017/3333?page=1 IMAGEM 26: Parque já consolidado, área de manguezal nativo recuperado. FONTE: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.017/3333?page=1 IMAGEM 27: Área de passeio do parque, com a vegetação nativa recuperada. FONTE: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.017/3333?page=1 IMAGEM 28: Área de convivência do parque. FONTE: Autoral IMAGEM 29: Bebedouro feito de madeira plástica reciclável. FONTE: Autoral IMAGEM 30: Planta Geral do parque. FONTE: http://gdu.com.mx/gdu/?portfolio=parque-ecologico-xochimilco IMAGEM 31: Planta do parque. FONTE: http://gdu.com.mx/gdu/?portfolio=parque-ecologico-xochimilco IMAGEM 32: Pisos permeáveis por todo o parque e extensão do lago recuperado. FONTE: http://gdu.com.mx/gdu/?portfolio=parque-ecologico-xochimilco IMAGEM 33: Pisos permeáveis. FONTE: http://gdu.com.mx/gdu/?portfolio=parque-ecologico-xochimilco IMAGEM 34: Lago do parque recuperado e novamente navegável. FONTE: http://gdu.com.mx/gdu/?portfolio=parque-ecologico-xochimilco IMAGEM 35: Planta geral do parque. FONTE: Ramón Bonzi IMAGEM 36: Área de brejo preservada, única interferência é o caminho. FONTE: Ramón Bonzi IMAGEM 37: Umas das áreas de educação ambiental do parque. FONTE: Ramón Bonzi IMAGEM 38: Alagado construído. FONTE: Ramón Bonzi 69
IMAGEM 39: Placas de energia solar espalhadas pelo parque. FONTE: Ramón Bonzi IMAGEM 40: Planta geral do parque. FONTE: http://urbanwater.melbourne.vic.gov.au/projects/wetlands/wetlandssample-project/ IMAGEM 41: Planta de distribuição de água FONTE: http://urbanwater.melbourne.vic.gov.au/projects/wetlands/wetlandssample-project/ IMAGEM 42: O parque tem a maior parte de sua área permeável FONTE: http://www.rushwright.com/parks-wetlands/royal-park-wetland/ IMAGEM 43: Sistema de wetlands. FONTE: http://www.rushwright.com/parks-wetlands/royal-park-wetland/ IMAGEM 44: Alagado construído cercado pela vegetação, agora mais densa. FONTE: http://www.rushwright.com/parks-wetlands/royal-park-wetland/ IMAGEM 45: Implantação do parque. FONTE: http://www.archdaily.com/446025/qunli-stormwater-wetland-parkturenscape IMAGEM 46: Os caminhos do parque permitem circular em meio à zona úmida. FONTE: http://www.archdaily.com/446025/qunli-stormwater-wetland-parkturenscape IMAGEM 47: A passarela suspensa permite andar pelo parque e ter a vista da área alagada. FONTE: http://www.archdaily.com/446025/qunli-stormwater-wetland-parkturenscape IMAGEM 48: Planta geral do parque. FONTE: http://www.pintsizepilot.com/vancouvers-newest-kids-playground-theolympic-millenium-village-false-creek/ IMAGEM 49: Os caminhos do parque margeiam a água que corre no meio. FONTE: http://www.pintsizepilot.com/vancouvers-newest-kids-playground-theolympic-millenium-village-false-creek/
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IMAGEM 50: A ponte para cruzar o alagado se torna uma brincadeira para as crianças. FONTE: http://www.pintsizepilot.com/vancouvers-newest-kids-playground-theolympic-millenium-village-false-creek/ IMAGEM 51: O parque ainda conta com a vista da lagoa. FONTE: http://www.pintsizepilot.com/vancouvers-newest-kids-playground-theolympic-millenium-village-false-creek/ IMAGEM 52: Brincadeiras com água, onde até as esculturas são escaláveis. FONTE: http://www.pintsizepilot.com/vancouvers-newest-kids-playground-theolympic-millenium-village-false-creek/ IMAGEM 53: Localização geral da área. FONTE: https://www.google.com.br/maps/place/Represa+Billings/@-23.7160921,46.6678644,14.5z/data=!4m5!3m4!1s0x94ce15501b564a65:0x9f9f61ae12bb813b! 8m2!3d-23.7852941!4d-46.6174491?hl=pt-BR IMAGEM 54: Vista aérea geral da área. FONTE: Google Earth IMAGEM 55: Vista aérea aproximada delimitando a área. FONTE: Google Earth IMAGEM 56: Diagrama de bolhas das áreas do futuro parque. Escala 1:4000. FONTE: Autoral IMAGEM 57: Diagrama de fluxos no futuro parque. Escala 1:4000. FONTE: Autoral IMAGEM 58: Planta de Implantação do Parque Represa Billings FONTE: Autoral IMAGEM 59: Área esportiva FONTE: Renata Maluf IMAGEM 60: Arquibancada verde FONTE: Renata Maluf IMAGEM 61: Playground comum e de aventura FONTE: Renata Maluf IMAGEM 62: Playground aquático FONTE: Renata Maluf 71
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8. Bibliografia Livros: CHACEL, Fernando. Paisagismo e Ecogênese. São Paulo. Ed. Artliber. 2ªEd. 2004 CMMD (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO). Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991. GEHL, J. Cidades para Pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013. GORSKI, Maria Cecília Barbieri Gorski. Rios e cidade: Ruptura e reconciliação. São Paulo. Editora Senac São Paulo. 2010. MAGNOLI, Miranda. EM BUSCA DE “OUTROS” ESPAÇOS LIVRES DE EDIFICAÇÃO. FUNDAMENTOS, São Paulo, n. 21, p. 141-174, 2006. MAGNOLI, Miranda. ESPAÇO LIVRE – OBJETO FUNDAMENTOS, São Paulo, n. 21, p. 175-198, 2006.
DE
TRABALHO.
MAGNOLI, Miranda. O PARQUE NO DESENHO URBANO. FUNDAMENTOS, São Paulo, n. 21, p. 199-214, 2006. MACEDO, Silvio Macedo & SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil. São Paulo: Edusp. 3 ª Ed. 2010. PREFEITURA DE SÃO PAULO. Plano Diretor Estratégico. 2014 ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona: Gustavo Gili, 2001. Sites: Jardins de chuva. Disponível em: <http://solucoesparacidades.com.br/wpcontent/uploads/2013/04/AF_Jardins-de-Chuva-online.pdf>. Acesso em: 18 de abril de 2016 Canal Park. Dispoível em: <http://www.canalparkdc.org/>. Acesso em: 23 de fevereiro de 2016 Washington Canal Park. Disponível em: <http://www.sustainablesites.org/washington-canal-park>. Acessoem: 10 de abril de 2016
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Mapa Digital da Cidade de São Paulo. Disponível em><http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx>. Acesso em: 26 de maio de 2016 Royal Park Wetland. Disponível em: <http://www.rushwright.com/parkswetlands/royal-park-wetland/>. Acesso em 27 de julho de 2016 Royal Park Stormwater Harvesting Project. Disponível em: <https://www.clearwater.asn.au/resource-library/case-studies/royal-parkstormwater-harvesting-project.php>. Acesso em 27 de julho de 2016 Trin Warren Tam-boore wetland. Disponível em: <http://urbanwater.melbourne.vic.gov.au/projects/wetlands/wetlands-sampleproject/>. Acesso em: 27 de julho de 2016 Qunli Stormwater Park. Disponível em: <https://urbannext.net/qunli-stormwaterpark/>. Acesso em: 28 de julho de 2016 Qunli Stormwater Wetland Park / Turenscape. Disponível em: <http://www.archdaily.com/446025/qunli-stormwater-wetland-park-turenscape>. Acesso em 28 de julho de 2016 Hinge Park at Southeast False Creek. Disponível em: <http://www.pwlpartnership.com/our-portfolio/sustainable-places/hinge-parksoutheast-false-creek>. Acesso em 28 de julho de 2016 Vancouver’s newest kids playground – the village on false creek. Disponível em: <http://www.pintsizepilot.com/vancouvers-newest-kids-playground-the-olympicmillenium-village-false-creek/>. Como aplicar arquitetura sustentável? Disponível em: <ugreen.com.br>. Acesso em: 16 de setembro de 2016
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