Uso da madeira na arquitetura de interiores

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USO DA MADEIRA NA ARQUITETURA DE INTERIORES BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO PILAR MENDONÇA



PILAR MENDONÇA CORRÊA DA SILVA

TCC2 USO DA MADEIRA NA ARQUITETURA DE INTERIORES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Centro Universitário Senac, como exigência para obtenção do título em bacharel de Arquitetura e Urbanismo Orientador: Prof. Dr. Gabriel Pedrosa Pedro

São Paulo 2016



AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Eva e Júlio e a minha irmã, Yasmin, pelo apoio, paciência e compreensão ao longo desses 5 anos e durante toda a minha vida. As minhas amigas de infância, Clara, Manuela e Stephanie, que estão comigo desde a escola até agora e sempre me ajudando, consolando nos momentos ruins e vibrando nos momentos bons e são as irmãs de mães diferentes que a vida me deu. Meus amigos do ensino médio Brenda, Carolina, Lucas e Tiago que acompanharam de perto todo o processo de entrar na faculdade e o carinho que sempre tiveram por mim. Os amigos que fiz na faculdade, mas que sei que vou levar pra vida, Augusto, Gabriela, Gustavo e Luana. Ao meu orientador Gabriel, por toda paciência e aprendizado transmitido ao longo deste 1 ano. E por fim, mas não menos importante, ao meu namorado Felipe, pelo carinho, paciência, apoio que me deu ao longo desses 5 anos.



RESUMO Este trabalho aborda o uso da madeira na arquitetura de interiores no Brasil contemporâneo. Temos uma breve introdução sobre o começo da relação madeira/homem e uma abrangência maior na arquitetura moderna até o período atual. A madeira é um material utilizado desde o início da humanidade para a construção de casas, como combustível e de diversas outras formas. Conforme a evolução do homem, a utilidade da madeira também evoluiu, deixando de ser usada somente na construção, para ser utilizada também nos interiores das casas, como forro, lambri, veneziana, móveis embutidos, mobiliários, portas, janelas, etc. Madeira na arquitetura de interiores é sinônimo de aconchego, uma solução boa para manter a temperatura estável, que possui uma variedade muito grande de possibilidades para cada situação. Apesar de sermos um país com diversas espécies nativas, ainda temos que nos preocupar, pois as árvores podem ser extintas se utilizadas sem pensarmos no agora e no futuro. Palavras-chave: Brasil. Madeira. Arquitetura de interiores ABSTRACT This research discusses the use of wood in Brazilian contemporary interior architecture. We have a brief introduction about the start of the relationship wood/man and a broader scope in modern architecture to the current period. Wood is a material used since the beginning of mankind to build houses, as fuel and in many other ways. As the evolution of man, wood utility to also evolved, no longer used exclusively in the construction, to be used also in the interiors of houses as ceiling, wainscot, shutter, built-in furniture, furniture, doors, windows, etc. Wood in interior architecture is a synonym of warmth, a good solution to keep the temperature stable, which has a wide range of possibilities for each situation. Although we are a country with many native species, we still have to worry because the trees may become extinct if used without considering the present and the future. Key-words: Brazil. Wood. Interior Architecture


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. HISTÓRICO DA MADEIRA 2.1. MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2.2. MADEIRA NA ARQUITETURA DE INTERIORES 2.3. MADEIRA NA ARQUITETURA BRASILEIRA 2.4. MADEIRA NA ARQUITETURA DE INTERIORES BRASILEIRA 3. USOS DA MADEIRA 3.1. PISO 3.2. TETO 3.3. PAREDE

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3.4. MOBILIÁRIO 28 3.5. ESQUADRIAS 29 3.6. COR 29 3.7. TRATAMENTOS 30 3.8. SUSTENTABILIDADE 30 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 31 5. ESTUDOS DE CASO 41 5.1. MARCENARIA SÃO PAULO 41 5.2. FERNANDO JAEGER 42 5.3. VILA TAGUAÍ 42 5.4. APARTAMENTO BOSSA NOVA 43 5.5. CASA RAMPA 44 6. PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º 46 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 111 LISTA DE IMAGENS 112 REFERÊNCIAS 119


1 | INTRODUÇÃO

A premissa deste trabalho é compreender melhor os usos que a madeira tem na arquitetura de interiores brasileira. Para isto, foi preciso voltar no tempo e entender como a madeira sempre esteve presente na vida do homem, sendo utilizada de diversas formas, como combustível, aquecimento, iluminação, abrigos, mobiliário, etc. Foi preciso entender como os primeiros homens usaram este material, iniciando, com ele os conhecimentos de arquitetura e engenharia para a construção de abrigos. A pesquisa buscou conhecer outras arquiteturas que usam a madeira como principal material de construção, como a do Japão, que constrói templos gigantescos em estruturas de madeira, ou a arquitetura nórdica, que utiliza a madeira para fazer o aquecimento das casas por causa do clima frio europeu. Logo depois, foca-se no recorte geográfico do trabalho: o Brasil. Para entender como os designers e arquitetos usufruíram deste material (já que o Brasil é um país que tem abundância de madeira), para a construção de casas e mobiliários. Arquitetos e designers modernistas usaram a madeira em quase todos os seus móveis e como forma de crescimento da carreira, por causa da versatilidade e variedade de tipos e formas que a madeira tem, também pela facilidade de acesso ao material e à mão de obra para trabalhá-lo. Posteriormente o trabalho apresenta brevemente para que serve cada tipo de madeira, suas resistências a insetos e fungos, suas cores, suas propriedades, se ela pode ser feita de compensado, aglomerado, MDF, etc., se pode ser usada no piso, teto, parede, esquadrias, áreas molhadas e identificar as espécies de madeira existentes no Brasil. Nos dois últimos capítulos, temos as referências projetuais e os estudos de caso, para ver como outros arquitetos lidaram com a madeira, seja na construção, reformas de apartamentos ou mobiliários. Na segunda parte do trabalho, foi colocado em prática todos os conhecimentos adquiridos na primeira parte, fazendo experimentações da madeira em cada ambiente, seja nas áreas molhadas ou nas áreas secas e como lidar com cada tipo de madeira e a escolha de mobiliários de designers renomados e reestruturando o programa de um apartamento contemporâneo.

INTRODUÇÃO | 7


2 | HISTÓRICO DA MADEIRA

Durante o período conhecido como Alta Idade Média, que compreendeu as ações do homem no continente europeu entre os séculos V e XI, a madeira exerceu uma importante função na produção material na vida dos homens. (PINTO, 2015) Talvez tenha sido a matéria mais versátil e mais utilizada pelo homem ao longo de sua história. Extraída principalmente dos bosques que circundavam as áreas habitacionais e de cultivo agrícola, a madeira era utilizada para diversas funções. Os bosques incluíamse nas áreas denominadas não cultivadas, sendo espaço de caça e de extração vegetal e mineral. (PINTO, 2015) Segundo Bernardo (1995, p. 320-322) citado por Pinto (2015), podem ser apontados diversos usos para a madeira durante esse período: Como combustível, ela era utilizada nas manufaturas para a produção metalúrgica, de sal, do vidro, da cerâmica, além de cal e gesso; no ambiente doméstico, como na cozinha, para o aquecimento e para a iluminação. As cinzas serviam de matériaprima para a produção de sabão e detergentes, tinturaria, fabricação de vidro e fertilizantes. Na construção de edifícios, ela estava presente em fortificações, paliçadas, pontes, navios e outros meios de transporte. A madeira era também utilizada para a confecção de inúmeros instrumentos de trabalho agrícola, como arados. Mobiliários e utensílios utilizados no cotidiano, como os destinados à alimentação e a diversos outros usos, tinham a madeira como matéria-prima.

A Idade Média viveu sob o signo da madeira, tamanha era a dependência dos homens e mulheres medievais em relação a esse material. Inclusive na estética das edificações, as de madeira eram mais belas que as construídas em pedra. Não podemos imaginar o avanço da humanidade sem o uso da madeira. O ser humano viu neste elemento uma fonte de intermináveis utilizações. A madeira é um material que flutua na água, portanto os primeiros barcos surgiram dela e foram aperfeiçoados com o tempo. É fácil de trabalhar, logo fizeram utensílios domésticos, ou de trabalho, móveis e esculturas. 2.1 Madeira na construção civil As estruturas de madeira existem desde os primeiros tempos de vida do homem. Conhecendo a pedra, e tendo provavelmente já noção das duas possibilidades de suporte ao contemplar o teto da caverna onde habitava, a primeira viga deve ter surgido sob a forma de um tronco de árvore caído de margem a margem de um curso d’água e sobre o qual se pôde passar confiadamente. A madeira, sendo leve, resistente, fácil de trabalhar, existindo em abundância, com comprimentos e diâmetros variáveis, deu ao homem a possibilidade de abandonar a caverna, construindo inicialmente cabanas cuja estrutura seria constituída por ramos e canas, sendo a 8 | HISTÓRICO DA MADEIRA

Imagem 1: ilustração da forma triangular da estrutura


cobertura realizada de folhas aglomeradas com argila ou então com peles. A mais elementar estrutura de madeira surgiu logo em seguida, com a forma de dois paus cravados no solo e ligados nas extremidades superiores, em forma triangular, por elementos vegetais fibrosos, como o vime, por tiras de pele, ou, mais tarde, por elementos de ferro ou bronze. (Imagem 1) (PORTAL DA MADEIRA, 2008)

Imagem 2: ilustração do conjunto de vigas e pilares

A necessidade de cobrir espaços cada vez mais amplos tornou a estrutura mais complexa, ou seja, as peças inclinadas exigiam um apoio intermediário, surgindo assim às escoras e o contra nível, uma peça horizontal. (Imagem 2) (PORTAL DA MADEIRA, 2008) Para um maior aproveitamento do espaço e maior facilidade para realizar aberturas para o exterior, as peças de suporte direto da cobertura deixaram de estar diretamente ligadas ao solo, passando a ser apoiadas em elementos verticais, realizando assim o esqueleto de paredes, isto é, um conjunto de vigas e pilares. (PORTAL DA MADEIRA, 2008) Durante muitos séculos, a carpintaria foi à arte mais importante na construção dos edifícios, cuja arquitetura foi fortemente determinada por este material. Desde as primeiras fortificações, os seus sistemas de defesa (pontes levadiças, catapultas, etc.) aos edifícios religiosos, cujas coberturas e estruturas das torres trouxeram problemas, especialmente relativos aos vãos. Os muitos carpinteiros transmitiam de geração em geração a sua própria experiência somada à experiência anterior. Os seus conhecimentos sobre as características da madeira e sobre o comportamento das estruturas permitiram realizar, na Idade Média e nos séculos XVI, XVII e XVIII, verdadeiras obras-primas, do ponto de vista da concepção e da realização. (PORTAL DA MADEIRA, 2008) Mas não podemos falar do uso da madeira sem especificar cada civilização, cada clima, terreno e cataclismos que determinavam métodos diferentes no uso da madeira. Cada local tem os seus tipos e espécies de árvores, por causa destas variáveis. Desta forma, o homem adaptou suas necessidades ao que lhe era disponível. Em algumas civilizações, o uso da madeira na arquitetura destacou-se de uma forma diferente, como, por exemplo, no Extremo Oriente, com uma arquitetura leve e feita para suportar os terremotos frequentes, em que são utilizados encaixes delicados, porém resistentes. Já a arquitetura nórdica é caracterizada pela largura das paredes capazes de isolar o frio, com um uso de madeira maciça em grandes dimensões na construção, bem diferente do que ocorre na Oriental. (PORTAL DA MADEIRA, 2008) Como toda a cultura, a arquitetura japonesa foi muito influenciada pela China, com o uso da madeira como principal material de construção e da coluna como elemento primordial da estrutura (o Japão dispõe de árvores em abundância e as construções de madeira são muito adequadas para um país sujeito a terremotos). No entanto, a arquitetura japonesa tende a ser menos grandiosa do que a chinesa e dá maior atenção à integração da construção ao ambiente. (BOWRING, KORNICKI, 1993, p. 201-208) HISTÓRICO DA MADEIRA | 9


No essencial, a arquitetura japonesa pouco se alterou através dos séculos e tem sido preservada porque algumas construções religiosas foram periodicamente reconstruídas exatamente da mesma forma, por razões rituais, porém isto foi somente até o século XX e o modernismo, pois a arquitetura japonesa adequou-se as novas formas de construção. Atingiu-se total domínio da carpintaria; muito da beleza das construções japonesas dependem tanto das sutis curvaturas dos telhados, como de outros tratamentos decorativos, inclusive a pintura dos pilares e vigas e o uso de douração. (EMBAIXADA DO JAPÃO NO BRASIL) O ponto alto da arquitetura budista no Japão foi atingido com a construção do mosteiro Todai-ji (imagem 3), em Nara, fundado em 745, que assinala a adoção do budismo como a religião oficial do Estado pela casa imperial. A Sala do Grande Buda, dedicada à divindade pelo

Imagem 3: Todai-ji Temple

Imagem 4: interior de uma residência japonesa. Autor desconhecido

imperador Shomu em 752 (reconstruída em 1709), continua sendo a maior edificação em madeira do mundo. (BOWRING, KORNICKI, 1993, p. 201-208) Por outro lado, a arquitetura doméstica japonesa é notável pela sua simplicidade e refinamento. Painéis corrediços de madeira ou de papel de arroz subdividem as áreas internas em séries de espaços arejados. Algumas vezes um local da casa é separado para a cerimônia do chá, associada à contemplação e ao cultivo das artes, mas as casas de chá são geralmente pavilhões especiais localizados nos jardins. A relação entre a casa e o jardim é tradicionalmente muito importante para os japoneses, sendo a varanda um espaço de transição. Uma arquitetura marcante em madeira é a Norueguesa, onde há muitas florestas e o clima é frio. Os habitantes locais utilizavam a madeira como principal elemento construtivo, devido à sua característica de isolante térmico. O estilo mais utilizado nas casas Norueguesas é o “laft”, onde as paredes são erguidas com troncos de madeira empilhados Imagem 5: residência na Noruega, arquiteto desconhecido horizontalmente. O isolamento total era obtido com ripas coloridas entre os troncos, ou uma pasta elaborada (nas casas mais pobres). A casa permanecia inabitada por um ano aproximadamente para que os troncos se assentassem uns nos outros, o que fazia com que as casas perdessem alguns centímetros de altura. As esquadrias eram colocadas depois. (PORTAL DA MADEIRA, 2008) 10 | HISTÓRICO DA MADEIRA


2.2 Madeira na Arquitetura de interiores “A verdade em arquitetura de interiores e decoração assim como na arte não é absoluta, ela pode ser comparada aos paradigmas que, quando mudam, podem mudar processos por inteiro.” (MANCUSO, 1999, p. 15) Tanto a arquitetura de interiores quanto a decoração, são duas especialidades ainda mal compreendidas. Já não é mais como foi um dia, nos anos 50, por exemplo, em que a construção de casas era maior e era dada maior importância ao externo do que ao interno. Acredito que o estopim da arquitetura de interiores e a decoração tenham sido alavancados por causa da escassez de espaços adequados para novas construções, principalmente nas grandes cidades como São Paulo, e, portanto a procura de apartamentos seja maior. Pelo aumento das construções de edifícios residenciais e construtoras interessadas em lucrar com este fator, as plantas de “carimbo” aumentaram e, portanto, a procura de arquitetos ou designers também. Esses apartamentos são feitos rapidamente, sem pensar nos detalhes de ser uma casa pronta para morar, necessitando que um profissional passe por lá. “(...), com verticalização dos espaços, a partir dos anos 1960, o projeto de interiores passou a ser um canal importante de absorção da mão de obra de arquitetura.” (SANTOS, 2015, p. 87) De acordo com Mancuso (1999, p. 19) A arte de decorar não foi uma arte que nasceu com o homem. O pensamento da estética aliada ao conforto foi muito posterior. A decoração, no Brasil, surgiu por volta da década de 30 com Henrique Liberal; até então as casas eram somente “mobiliadas”, a sala de visita utilizada somente em dias de festa, os dormitórios tinham como função única e exclusiva o “dormir” e a cozinha funcionava de modo diverso.

A modernidade fez com que as necessidades mudassem, e que as áreas dos apartamentos se tornassem mais restritas, devido ao custo. Os apartamentos diminuíram, o número de eletrodomésticos triplicou, a sala de visitas tornou-se sala de estar e até mesmo home theater. Os quartos passaram a ser para dormir, estudar e ler, e o número de banheiros ficaram proporcionais ao número de moradores da casa. Durante anos, artistas, arquitetos e designers têm usado a madeira de diversas formas, combinando a sua criatividade com o excelente desempenho e resultado obtido a partir do seu uso. Madeira na decoração de interiores é sinônimo de aconchego, uma ótima solução para aquecer um ambiente. Com sua grande versatilidade, a madeira pode ser usada em pisos, forros, portas, janelas, revestimentos de parede, móveis e objetos de decoração. O uso da madeira é versátil para os profissionais de interiores, já que combinam com qualquer tipo de decoração, devido a sua neutralidade. Atualmente, designers de interiores e arquitetos contam com uma variedade muito vasta para cada situação. A madeira é um material sem restrições; desde que bem utilizada, não há projetos nos quais seu uso não seja indicado. Utiliza-se madeira em praticamente todos os ambientes, desde salas, quartos e até mesmo cozinhas e banheiros. O mais importante no uso da madeira é saber qual tipo é mais adequado para HISTÓRICO DA MADEIRA | 11


cada projeto. Existem madeiras que podem ser utilizadas em áreas externas. Já algumas madeiras não suportam umidade e, por isso, não são adequadas ao uso externo. Também existem aquelas consideradas muito frágeis, não indicadas para pisos. Por esta diversidade, irei indicar, no capítulo 3, espeficidades sobre cada madeira. Na marcenaria decorativa, o uso de painéis de madeira como revestimento de parede é uma solução prática e sofisticada. Nascendo muitas vezes de ideias como esconder uma porta ou embutir uma prateleira acabam tornando-se o protagonista daquele ambiente. Além de móveis e revestimentos, o uso da madeira pode ser visto em objetos de uso cotidiano. Não existe uma regra que defina quais são os tipos de madeira mais usuais em arquitetura e decoração, tudo depende do projeto, de forma geral, e da proposta do espaço e claro, do gosto do cliente e do arquiteto ou designer. Hoje em dia, os tempos são outros, não temos mais tanta renovação de árvores ou a quantidade de árvores como antigamente. Por isso é necessário, e prioritário, que as madeiras utilizadas sejam de reflorestamento certificado. O órgão responsável pela certificação é o FSC – Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal). Com sua simplicidade e, ao mesmo tempo, sua grande beleza natural, a madeira é capaz de trazer uma infinidade de resultados aos projetos em que está presente.

Imagem 6, mostra um dos diversos usos que a madeira tem no interior. Neste projeto foi feito um painel com porta de correr, para formar uma parede única, sem a percepção da mesma e também para ser a área do Home Theater. MDF revestido em couro natural, para painel e mobiliário em madeira cumaru. Imagem 6: Apartamento, Vila Nova Conceição, São Paulo – SP, Franchini Baliú Arquitetura Design

2.3 Madeira na arquitetura brasileira Antes da chegada dos colonizadores portugueses, as terras brasileiras estavam totalmente cobertas por florestas e matas (praticamente virgens). Os únicos homens que habitavam esta área eram os índios. Estes usufruíam do espaço de uma forma muito diferente da dos europeus. A derrubada de árvores, por exemplo, se dava em escala reduzida, e em áreas pequenas. Apenas o espaço suficiente para montar uma aldeia e cultivar a terra. A madeira extraída era utilizada nas edificações e na fabricação dos meios de transportes. A enorme variedade de espécies arbóreas permitia inúmeros usos: tinta, canoas, vigas, pilares, armas de caça, instrumentos musicais, instrumentos de trabalho. Com a chegada dos portugueses, a extração da madeira se tornou uma atividade econômica altamente rentável, a madeira se tornou o principal produto de exportação. Além do valor econômico da madeira, a nova população utilizava a nossa madeira para elevar suas cidades e construir seus meios de transportes. (ARAUJO, 2014, p. 2) 12 | HISTÓRICO DA MADEIRA


De acordo com Araujo (2014, p. 2)

A arquitetura inicial da colônia era basicamente feita com madeira, utilizando as técnicas indígenas locais. Como a maioria dos índios foram escravizados, pode-se compreender o porquê de tanta miscigenação arquitetônica no período, pois as formas eram praticamente europeias, porém as técnicas construtivas em madeira, e o vasto conhecimento das possibilidades desta era indígena.

A colônia inseriu seus utensílios de trabalho, suas crenças, seus formatos de cidades, mas manteve o material e as técnicas locais. Os carros de boi, carroças, barcos maiores, casas maiores, utensílios domésticos, mobílias, ferramentas e armas eram elaborados de acordo com os modelos europeus. Com o tempo, a extração de madeira além de servir como produto de exportação, servia como matéria prima para produção de energia, o que fez com que a devastação fosse bem mais acentuada. A madeira deixou por um bom tempo de ser utilizada nas construções, para ser queimada nas embarcações que passavam pelo litoral brasileiro. Na arquitetura ficou restrita à estrutura, sendo o adobe e a taipa, usados como revestimento. Como se pode ver, a madeira esteve sempre muito relacionada com a colonização, tanto que o nome do país se deu por causa da madeira que produzia os pigmentos vermelhos exportados para o mundo, o Pau-Brasil. (ARAUJO, 2014, p. 2-3) Devido à necessidade de preservação das florestas, no Brasil, somente de 5% a 10% das construções utilizam a madeira. Mas a floresta pode sim ser usada, desde que a madeira seja extraída com plano de manejo. Obedecido este critério, a madeira, material renovável, apresenta-se como material de excelência na construção de edifícios sustentáveis. Além de não poluir, a construção em madeira causa menos poluição para o meio ambiente se comparada ao concreto, o tijolo ou o aço, que demandam muita energia para sua produção. A madeira de áreas de reflorestamento, em constante crescimento, absorve grande quantidade de carbono da atmosfera e do solo. Além destas vantagens ambientais, a madeira possui alta resistência, durabilidade e qualidades estéticas ímpares. (SANTOS, 2015) Ao longo da história brasileira criou-se o hábito de se pensar em construções em madeira como sub-habitação ou construções de pouca durabilidade, isso se deu principalmente devido ao uso de técnicas construtivas inadequadas; além disso, o país possui forte tradição de construção em alvenaria de tijolos de barro, herdada da colonização portuguesa. De acordo com Fernandes (2011) As regiões brasileiras de maior destaque no uso da madeira são as regiões sul e sudeste, que, por possuírem abundância de matéria prima, utilizaram a madeira na construção habitacional. Entretanto, em 1905, na cidade de Curitiba, o governo proibiu a construção de casas de madeira nas zonas centrais da cidade. Este fato contribuiu para gerar no meio técnico brasileiro, o preconceito contra as estruturas em madeira.

Durante a década de 50, o Paraná era conhecido por ser um dos maiores produtores de madeira do mundo, além de suas madeiras serem consideradas de alta HISTÓRICO DA MADEIRA | 13


qualidade, estando entre as melhores do mundo. Nos anos posteriores, no entanto, poucos exemplos foram projetados considerando todas as possibilidades deste material. (FERNANDES, 2011) Marcos Acayaba utiliza pela primeira vez a madeira como sistema estrutural, no sudeste, no projeto e construção da residência Hélio Olga (a qual Hélio Olga e Marcos Acayaba fizeram juntos no ano de 1987). Esta residência pode ser usada como um bom exemplo do uso da madeira industrializada na construção civil.

Imagem 7: Residência Hélio Olga, São Paulo – SP, Marcos Acayaba Arquitetos e Ita Construtora

A seguir, temos alguns outros exemplos de projetos no Brasil que utilizam a madeira como estrutura e principal acabamento: Na imagem 8, uma residência construída com estrutura de madeira e fechamento em madeira. O uso da madeira se justifica por ela possuir ótimo rendimento estrutural, principalmente quando submetida a esforços de compressão, correspondendo perfeitamente às necessidades de projetos residenciais. “Neste projeto, a estrutura da casa é composta de pilares e vigas de madeira, com seções retangulares, Imagem 8: Casa da Montanha, Nova Lima – MG, David Guerra Arquitetura e Interiores as paredes externas possuem fechamento em venezianas de madeira e a marquise é composta de troncos de bambu.” (SANTOS, 2015)

Imagem 9: Casa São Lourenço da Serra, São Lourenço da Serra – SP, Bianka Mugnatto Design de Interiores

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Imagem 9, uma residência construída em alvenaria, mas com estrutura, caixilhos e telhado em madeira “in natura”, que seria uma madeira sem muito tratamento após sua extração. Por ser uma casa de campo, este acabamento fica perfeito. “Neste projeto de casa de campo toda a estrutura é composta de madeira “in natura”, com pilares de vigas de seções circulares. Para proteger a madeira do ataque de agentes externos, como fungos, existem tratamentos adequados, como a aplicação de resina. Este tratamento garante a sua integridade e durabilidade.” (SANTOS, 2015)


Imagem 10, este projeto, que utiliza a madeira de reflorestamento, este Portable Bar foi pensado com a proposta de ser um ambiente portátil. Projeto de 100m², construído em estrutura metálica, com fechamento em brise de madeira. Imagem 10: Portable Bar – Mostra Campinas Decor 2014, Campinas – SP, Guardini Stancati Arquitetura Design

2.4 Madeira na Arquitetura de interiores brasileira “O apelo das madeiras nobres brasileiras e a restrição ambiental de seu uso atribuem valor quase de fetiche ao consumo de peças vintage.” (SANTOS, 2015, p. 15) “Primeiramente, é fundamental considerar o patrimônio artesanal dos trabalhos em madeira, herança lusitana que marcou a evolução da mobília e interiores da casa brasileira (...)” (SANTOS, 2015, p. 27) Podemos dizer que o mobiliário brasileiro começou a partir da abertura dos portos em 1808, com a vinda da Corte e da Missão Francesa para o país e a assinatura de vários tratados comerciais, que fez decrescer a importação de peças portuguesas. O recebimento de móveis ingleses, franceses e austríacos influenciou a produção local, trazendo maior complexidade e riqueza de estilos. Um dos mobiliários que vieram para o Brasil após a abertura dos portos, juntamente com a importação, foram as cadeiras austríacas Thonet. Foi a primeira do mundo a ser construída em massa e foi feita em 1859, na cidade de Viena, pelas mãos de Michael Thonet. Feita de madeira envergada a fogo e assento em palha. A tecnologia de utilizar folhas de madeira compensadas curvas chegou ao Brasil em 1890, com a inauguração da Companhia de Móveis Curvados, no Rio de Janeiro. Na época a empresa fabricava móveis em escala através de moldes de peças austríacas. A Cama Patente foi um divisor de águas para história do mobiliário brasileiro, seu valor para a história do design nacional é inestimável. Foi projetada em 1909 e comercializada a partir de 1915 por Celso Martinez Carrera, marcou o início da modernização do mobiliário brasileiro. Esta cama foi um grande componente Imagem 11: Cadeira no repertório do móvel brasileiro: o uso da madeira torneada. Thonet, Viena – Áustria, Celso Martinez Carrera trabalhou na marcenaria da Companhia Michael Thonet Estrada de Ferro de Araraquara e esta cama foi feita para atender uma clínica médica de Araraquara para substituir as camas de ferro importadas da Inglaterra. (SANTOS, 2015) Embora a Cama Patente tenha sido um sucesso, ela trouxe grandes mágoas para o seu criador. Celso Martinez Carrera teve que interromper a produção da sua obra prima na Fábrica de Móveis Carrera, pois não havia patenteado sua invenção HISTÓRICO DA MADEIRA | 15


e mesmo sem a menor dúvida de sua autoria, perdeu o direito para o imigrante italiano Luigi Liscio. (ALBERTINI) A Cama Patente de Celso Martinez Carrera era feita de imbuia e pinho e em madeira folheadas de sucupira, amendoim, pau-marfim e jacarandá. Os primeiros artistas e arquitetos que, de fato, lançaram as bases de estilo moderno da mobília Imagem 12: Cama Patente, Araraquara – SP, Celso Martinez Carrera no Brasil foram: John Graz, Cassio M’Boi, Gregori Warchavchik, Lasar Segall e Theodor Heuberger. Os anos 1920 representaram uma época básica na história do móvel moderno brasileiro por causa de Graz e Warchavchik. Warchavchik desenvolveu entre 1928 e 1933 uma linha completa de móveis, abrangendo uma diversificada gama de tipos e modelos. Os principais materiais utilizados eram a madeira, principalmente a imbuia ilustrada ou Imagem 13: Mesa Circular, São Paulo – SP, Gregori Warchavchik esmaltada em cores. (SANTOS, 2015) “Muitos arquitetos acabaram fazendo móveis como extensão de sua própria arquitetura, como parte integrante de seus projetos.” (SANTOS, 2015, p. 81) Lafer, Rudinick, Eucatex e a Florence são grandes empresas criadas no início do século XX. As indústrias de São Paulo se organizaram e fundaram a Sindimov (Sindicato da Indústria do Mobiliário de São Paulo). Em São Paulo também, Mário de Andrade, então funcionário do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, promoveu o 1º Concurso de Mobília Proletariado do Brasil, em 1936. (SERMOV, 2012) A história do móvel moderno no Brasil pode ser considerada dividida em duas fases distintas: antes e depois de 1930. De acordo com Santos (2015, p. 37) (...) durante muitos anos, o móvel foi considerado um gênero menor da produção artística, um tipo de produção em que a inspiração do gênio nunca se manifestou – uma arte menor, a bem dizer, não é uma arte, mas sim uma ocupação técnica e manual. Não é à toa que, na Antiguidade, grande parte das operações técnicas era mantida fora do domínio do pensamento: eram ocupações consideradas servis.

O móvel passa a ser visto como elemento essencial no projeto arquitetônico, tendo a mesma importância. Joaquim Tenreiro nasceu em Portugal em 1906, foi designer, escultor, pintor, gravador e desenhista. Por ser filho e neto de marceneiros, teve muita facilidade quando foi colocar sua habilidade com a madeira em prática. Em 1908, mudou-se para o Brasil com a família. Retornou a Portugal em 1914 para ajudar seu pai a realizar trabalhos em madeira e iniciou aulas de pintura. (ITAÚ CULTURAL) Em 1928, mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro, passando a frequentar o curso de desenho do Liceu Literário Português e fez cursos no Liceu de Artes e Ofícios. Na década de 1940, dedicou-se à pintura de retrato, paisagem e de naturezamorta. Entre 1933 e 1943, trabalhou como designer de móveis nas empresas Laubissh 16 | HISTÓRICO DA MADEIRA


& Hirth, Leandro Martins e Francisco Gomes. Tornou-se conhecido como designer em 1942, quando recebeu a primeira encomenda de móveis, para a residência de Francisco Inácio Peixoto, no interior de Minas Gerais, projetada por Oscar Niemeyer. Esses são os primeiros exemplares concebidos, projetados e realizados por ele, que se distinguem pela sobriedade e beleza das formas e pela sábia utilização de madeiras brasileiras. (ITAÚ CULTURAL) Em 1943, montou sua primeira oficina, a Langenbach & Tenreiro, e alguns anos depois, Imagem 14: Poltrona Leve, Rio de Janeiro – RJ, Joaquim Tenreiro inaugurou duas lojas de móveis; primeiro no Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo. No final da década de 1960, Joaquim Tenreiro encerra as atividades na área da concepção e fabricação de móveis para dedicar-se às artes plásticas. (ITAÚ CULTURAL) Certificando a modernidade dos móveis feitos no Brasil, o design de Tenreiro tem como princípios a adequação à função e o despojamento. Em algumas cadeiras e poltronas, o artista explora os efeitos plásticos da trama em palhinha e outros materiais que evocam o trançado e a cestaria indígenas. O uso de madeira e fibras naturais associa-se à necessidade de adequar os móveis ao clima tropical. O conhecimento profundo da madeira permite a Tenreiro obter a qualidade poética de suas obras. (SANTOS, 2015) Imagem 15: Cadeira de Três Pés, Rio de Janeiro – RJ, Joaquim Tenreiro Além de Warchavchik, também tiveram contribuição para o movimento da modernização do móvel em São Paulo: Oswaldo Arthur Bratke e João Batista Vilanova Artigas, Rino Levi e Henrique Ephim Mindlin. “Para Artigas, o que importava com relação ao móvel era recuperar o afeto especial que o homem brasileiro sempre teve pela madeira, redescobrir a origem nos nomes das essências vegetais e das diversas madeiras (...)” (SANTOS, 2015, p. 101) A Móveis Branco & Preto “(...) foi, portanto um marco na história do mobiliário paulista, comercializando móveis de desenho moderno e usando Imagem 16: Cadeira Preguiça, São Batista Vilanova materiais inusitados, como a madeira laminada, (...)” Paulo – SP, João Artigas (SANTOS, 2015, p. 157) Uma loja de arquitetura e design foi inaugurada no final de 1952, em São Paulo. Existente até 1970 foi um dos precursores da arquitetura de interiores e da mobília de inspiração moderna no Brasil. A loja foi formada pelos arquitetos Miguel Fortes, Jacob HISTÓRICO DA MADEIRA | 17


Rucht, Plínio Croce, Roberto Aflalo, Carlos Millan e pelo arquiteto chinês Chen Y Hwa. O interesse pela arquitetura moderna foi denominador comum dos jovens arquitetos que, ao perceberem a lacuna que havia no mercado de mobília moderna em São Paulo no início dos anos 1950, criaram esta loja que oferecia uma alternativa de gosto moderno à elite paulistana. (ITAÚ CULTURAL) Diante da tarefa de mobiliar uma casa moderna, depararam-se com cópias de desenhos estrangeiros. Eram poltronas e sofás grandes, com Imagem 17: Poltrona MF5, São Paulo espuma e estofados, que destoavam do novo estilo – SP, Móveis Branco & Preto (Miguel das residências. Para a abertura da loja, o grupo Fortes e Carlos Millan) preparou não apenas móveis, como também cortinas, luminárias, tapetes e afins. Seguindo a ideia de Frank Lloyd Wright, que pensava a casa de dentro para fora, a mobília era entendida como “complemento da arquitetura”. (ITAÚ CULTURAL) Os móveis da Branco & Preto eram móveis realmente só Imagem 18: Mesa de Ripas Central, São Paulo – SP, Móveis para a elite paulistana, eram feitos Branco & Preto de forma racional e geométrica, eles apresentavam leveza e simplicidade. Segundo Fortes, citado por Santos (2015, p. 157). “As dificuldades surgem porque arquitetura é uma coisa e mobiliário é outra. Muitas vezes, o mobiliário do arquiteto apresenta falhas, porque, quando se quer ligar uma coisa intimamente à arquitetura, a gente precisa tomar cuidado com os efeitos resultantes dessa integração, que alheios a um certo conforto que o mobiliário deveria apresentar. Então, o móvel, por um exagero de princípios, pode tornar-se incômodo. Não que o desenho seja desagradável, principalmente porque ele está dentro do contexto arquitetônico para o qual foi criado, mas ele pode ser incômodo, por causa dessa preocupação grande com a linha arquitetônica.”

A Unilabor foi uma fábrica de móveis modernos que funcionava na cidade de São Paulo, no bairro operário do Ipiranga, entre 1954 e 1967. A empresa integrava – e viabilizava financeiramente – a Comunidade de Trabalho Unilabor, um projeto socialreligioso conduzido pelo frei dominicano João Batista Pereira dos Santos com o apoio de empresários, intelectuais e artistas. Entre os colaboradores, destaca-se Geraldo de Barros, responsável pelo desenho dos móveis Unilabor. (ITAÚ CULTURAL) No campo da arte, o segundo pós-guerra no Brasil é marcado pela criação de museus de arte e pela inauguração da 1ª Bienal do MAM/SP, em 1951, evento que amplia de maneira definitiva o contato do meio artístico local com produção internacional. A situação transformou as feições da arte moderna brasileira, até então de caráter figurativo e conteúdo predominantemente nacionalista. (SANTOS, 2015) 18 | HISTÓRICO DA MADEIRA


Nessa época, as ideologias construtivas têm acolhidas principalmente em países da América Latina e na Suíça, onde muitos artistas vêem a arte concreta e o desenho industrial como uma forma de intervenção racional e positiva num mundo ainda traumatizado diante das questões éticas e sociais suscitadas pelo conflito mundial. Barros integrou o Grupo Ruptura, movimento de união dos artistas concretos de São Paulo. Em 1952, o grupo lançou um manifesto no qual, entre outras questões, aponta as possibilidades de aplicação prática da arte. Seus integrantes atuavam profissionalmente nas áreas de desenho gráfico e Imagem 19: Cadeira GB01, São industrial, paisagismo, ilustração e publicidade. (ITAÚ Paulo – SP, Geraldo de Barros CULTURAL) A mobília Unilabor é exclusivamente residencial. Barros trabalhava com formas geométricas simples, poucos materiais (madeira, ferro e revestimentos) e um conjunto reduzido de peças modulares. A variedade de modelos é resultado de diferentes arranjos das mesmas peças. Esse sistema se espelha nos métodos da Bauhaus, permite a produção serial e, consequentemente, a expansão industrial da fábrica. No entanto, o projeto social da Unilabor era voltado para a melhoria das condições de vida e de trabalho da classe operária, e não para a produção de móveis de boa qualidade a preços populares. Sua clientela era formada por uma classe média alta interessada em se identificar com um projeto moderno de caráter social progressista, sendo os móveis inacessíveis às camadas sociais de baixa renda. (ITAÚ CULTURAL) Além de contribuir com a Unilabor, o Grupo Ruptura, Geraldo de Barros também foi fundador e membro de outros grandes e importantes movimentos e associações artísticas como o Grupo 15, Galeria Rex, o grupo FormInform e a indústria de móveis Hobjeto. (SANTOS, 2015) Na década de 1950, o tipo de madeira mais utilizado pelos arquitetos e designers era o jacarandáda-bahia. Hoje em dia, não se usa mais, pela falta dessa madeira. Bernardo Figueiredo foi um dos colaboradores para a modernização do móvel brasileiro, ele colaborou com a empresa OCA de Sérgio Rodrigues, de quem recebeu forte influência, e também conviveu Imagem 20: Cadeira dos Arcos em com Joaquim Tenreiro, um dos pioneiros no design jacarandá, com assento e encosto em de mobiliário do país. (SANTOS, 2015) Bernardo couro, Brasília – DF, Bernardo Figueiredo Figueiredo ganhou destaque por ser o responsável pelo desenvolvimento dos móveis para o Palácio dos Arcos, em Brasília. Sérgio Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro em 1927, foi designer de móveis e arquiteto. Rodrigues formou-se em arquitetura em 1951, transferiu-se para Curitiba, onde cria a Móveis Artesanal Paranaense, em sociedade com os irmãos Hauner, que em 1954 contrataram-no para comandar o setor de criação da arquitetura de interiores HISTÓRICO DA MADEIRA | 19


de sua nova empresa, a Forma S.A., em São Paulo. Foi um dos mais importantes designers de móveis do Brasil, teve um papel decisivo na história do mobiliário brasileiro. (ITAÚ CULTURAL) Em 1955, pediu demissão da Forma, e voltou ao Rio de Janeiro. Criou seu próprio espaço de produção e comercialização do design brasileiro, com a abertura da Oca. Criou na década de 1950 as poltronas Mole, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. (ITAÚ CULTURAL) Com uma variação da poltrona Mole, recebeu o primeiro prêmio no Concorso Internazionale Del Mobile, em 1961, escolhido entre mais de 400 convidados de 35 países. (SANTOS, 2015) Com o objetivo de comercializar móveis produzidos em série a preços acessíveis, criou em 1963 a empresa Meia-Pataca, que se mantém no mercado até 1968. Nesse mesmo ano, vendeu a Oca e montou seu ateliê no Rio de Janeiro, onde trabalhou com arquitetura de interiores para residência, escritórios e hotéis. (ITAÚ CULTURAL)

Imagem 23: Cadeira Oscar Niemeyer, Rio de Janeiro – RJ, Sérgio Rodrigues

Imagem 22: Mesa Janete, Rio de Janeiro – RJ, Sérgio Rodrigues

Etel Carmona, fundadora da Etel Interiores “(...) incorpora os requisitos ambientais na pesquisa e no desenvolvimento de seus produtos, apoiando a criação e a certificação da primeira floresta comunitária do país, às margens do rio Xapuri, no Acre. Em 2001, a Etel tornou-se a primeira movelaria brasileira a alcançar a certificação do FSC.” (SANTOS, 2015, p. 226) “Etel Carmona cria e produz peças para serem passadas por gerações. Todos os móveis respiram e inspiram gerações, contando história de outros tempos e dos nossos tempos.” (ETEL INTERIORES)

Imagem 24: Banco Trama, São Paulo – SP, Etel Carmona para Etel Interiores

20 | HISTÓRICO DA MADEIRA

Imagem 21: Poltrona Diz, Rio de Janeiro – RJ, Sérgio Rodrigues

Imagem 25: Cadeira Astania, São Paulo – SP, Etel Carmona para Etel Interiores


De acordo com Santos (2015, p. 231)

“A Marcenaria Baraúna nasceu como uma extensão do escritório Brasil Arquitetura, em 1986 visando à execução de projetos de mobiliário em oficina própria. Produziram várias séries levando em conta aspectos históricos do móvel moderno brasileiro e a experiência vernacular, contando com a benção e a parceria da arquiteta Lina Bo Bardi nas cadeiras Girafa e Frei Egídio, ambas de 1987.”

Imagem 27: Cadeira Frei Egídio, São Paulo – SP, Lina Bo Bardi para Marcenaria Baraúna

Imagem 26: Cadeira Girafa, São Paulo – SP, Lina Bo Bardi para Marcenaria Baraúna

De acordo com Santos (2015, p. 239)

“O foco mudou, novos materiais entraram em cena, do high tech ao reuso, à reciclagem, ou mesmo experiência dissonantes que repropões a lógica dos materiais e trazem implicações e avanços ao processo de design e da construção do móvel, reposicionando-o na sociedade contemporânea.”

A contribuição desses artistas para a mudança do móvel no Brasil foi essencial, para o aprimoramento do conhecimento que os artistas de hoje possuem. Se não tivéssemos passado por esta fase, o mobiliário brasileiro provavelmente seria diferente.

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3 | USOS DA MADEIRA

As propriedades da madeira dividem-se em físicas, mecânicas e químicas. Propriedades físicas: cor, as madeiras apresentam as mais variadas cores; cheiro, as madeiras podem apresentar um cheiro ou perfume característico; grau de umidade, a madeira contém uma percentagem de água que se chama grau ou teor de umidade, conforme diminui o teor de umidade, também diminuem as suas dimensões; densidade, as madeiras classificam-se de acordo com a sua densidade: pesadas, leves e muito leves; durabilidade, resistência que as madeiras apresentam à ação dos organismos destruidores (fungos, bolores, insetos), dependendo também do tratamento a que forem sujeitas, do grau de umidade e da aplicação adequada. (ARAUJO, 2014, p. 3) Propriedades mecânicas: dureza é a resistência que a madeira oferece à penetração de um prego ou de outros materiais; resistência à tração, quando uma peça de madeira sofre forças opostas que tendem a aumentar-lhe o comprimento; resistência à compressão, quando uma peça de madeira está submetida a forças que tendem a diminuir o comprimento; resistência à flexão, quando sobre uma peça de madeira atuam forças que tendem a encurvá-la (a madeira é muito usada em trabalhos de flexão); resistência ao choque, capacidade das madeiras resistirem aos choques sem apresentarem roturas; resistência ao corte, uma peça de madeira está sujeita ao corte quando sobre ela atuam duas forças em sentido contrário, que tendem a separar a peça em duas partes, a madeira resiste muito melhor a um esforço de corte perpendicular às fibras, do que paralelo a estas. (ARAUJO, 2014, p. 3-4) Propriedades químicas: as paredes das células lenhosas são constituídas essencialmente por celulose e lignina. A celulose é quimicamente mais estável que a lignina. Estes dois componentes da madeira formam o esqueleto resistente do tecido lenhoso, cabendo à lignina o papel de um cimento envolvente das cadeias da celulose, aptas para resistirem a esforços mecânicos, mas extremamente sensíveis a flutuações de umidade. (ARAUJO, 2014, p. 4) A madeira possui diversos tipos de acabamentos, temos a madeira maciça/ derivado da madeira, aglomerado, compensado, compensado laminado, compensado moldado, folheado, laminado, madeira laminada e colada, madeira retificada, MDF e nós. A seguir, os acabamentos e suas características: MADEIRA MACIÇA/DERIVADO DA MADEIRA Do ponto de vista industrial, de fato a madeira é um material cujas imperfeições limitam uma exploração intensa. É por isso que no século XIX, por ocasião da mecanização, dos desenvolvimentos na química e da chegada dos materiais plásticos e adesivos de alto desempenho, surgiu uma nova categoria de materiais: os derivados da madeira. Eles permitiram que a madeira se adaptasse aos requisitos industriais, dando origem a um material reproduzível, confiável e uniforme. Esses derivados da madeira minimizam as falhas crônicas da madeira maciça: menos limitações dimensionais, menor retração, melhor uniformidade da superfície, menor suscetibilidade a rupturas. A chegada dos derivados da madeira alterou profundamente o design de móveis. Onde se costumava fabricar estruturas que depois eram finalizadas com painéis, 22 | USOS DA MADEIRA


hoje são utilizadas compartimentos únicos e contíguos. Uma grande variedade de ferragens adaptadas também foi desenvolvida a partir dos derivados: parafusos e buchas específicos para montagem, dobradiças invisíveis e enchimentos. (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 54) AGLOMERADO Painéis de material fragmentado, composto de lascas de madeira coladas sob alta pressão. Os diferentes tipos de painéis se distinguem pelo tamanho e pela forma dos fragmentos, por sua densidade e pelo tipo de adesivo (resinas termofixas) responsável por sua coesão. O aglomerado é essencialmente feito de madeira triturada de sobra de materiais diversos. Existem painéis de aglomerado de camada única e de camadas múltiplas - o segundo tipo é composto por um miolo de fragmentos de madeira rústica e duas camadas de partículas de madeira fina. Podem ser vendidos sem tratamento, cobertos na fábrica com uma superfície de melamina, ou coberto posteriormente com um laminado. Painéis de aglomerado em geral não resistem bem à umidade. No entanto, foi desenvolvido um tipo de aglomerado cuja resistência é bem melhor. Apesar de sua má reputação, esses painéis provavelmente são o produto de madeira que passou pelo desenvolvimento mais significativo. O aglomerado é muito utilizado em construções, pisos, forros, divisórios temporários e mobiliários comuns. (KULA, D; TERNAUX, E., 2011, p. 124) COMPENSADO O compensado é um material compósito sanduíche, feito de madeira e adesivo, que possibilita que algumas desvantagens e limitações dimensionais da madeira sejam resolvidas. É fabricado a partir de folhas abertas de madeira, chamadas de chapas, sempre em números ímpares (de 3 a 15), com a direção do veio alternada para casa chapa. A cada chapa adicionada, deve haver uma de compensação, para manter o número ímpar de chapas e evitar a deformação. O número, a espessura e o tipo de madeira utilizada são variáveis. Os compensados são usados em construções, móveis, componentes de carrocerias de automóveis, pisos, etc. Alguns apresentam um lado liso e escorregadio e um lado áspero antiderrapagem, para ser usado em escadas, por exemplo. Outros podem ter folhas externas de espécies de árvores mais raras. (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 143) COMPENSADO LAMINADO Híbrido entre o compensado e a madeira laminada, o compensado laminado tem um exterior composto de ripas de madeira maciça, flexível e resinoso, em cortes mais ou menos quadrados. Esse centro é posicionado em um sanduíche, entre uma ou duas camadas (chapas grossas) que podem, por sua vez, ser recobertas com uma fina folha de uma madeira nobre. É necessário o cuidado de alternar a orientação das ripas, para anular a tendência de cada uma à deformação. O compensado laminado apresenta grande resistência longitudinal na direção das ripas. No entanto, mesmo quando os painéis são revestidos com uma folha decorativa, a presença das ripas ainda pode ser notada: há uma leve ondulação visível na superfície. Por exemplo, se USOS DA MADEIRA | 23


você quiser um efeito de verniz impecável, não é uma boa ideia usar compensado laminado para fazer um tampo de mesa. Além disso, as bordas revelam as ripas, o que nem sempre é esteticamente adequado. A solução é utilizar peças de madeira maciça para cobrir as bordas. O compensado laminado é utilizado principalmente em móveis e prateleiras. (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 144) COMPENSADO MOLDADO A moldagem nunca tem início com compensado liso padrão. Ela é realizada simultaneamente à colagem das chapas, em um molde. Existem muitos tipos padrão, de diferentes empresas - meios-cilindros, curvados, assentos de cadeira - para serem recortados de acordo com a necessidade. Existem dois métodos diferentes de moldagem: usando um molde e um contramolde (na indústria, os moldes são metálicos e aquecidos; na produção artesanal, os moldes podem ser de madeira) ou por meio da prensagem a vácuo das folhas contra o molde, dentro de um saco plástico termossoldado. No campo da “madeira flexível”, também existem espécies específicas de placas ou de madeira maciça que, com tratamentos térmicos especiais, prestamse prontamente à deformação, a exemplo de Bendyply (compensado de lâminas) ou Bendywood (maciça e flexível). (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 145) FOLHEADO A princípio feitos a partir de madeiras raras e caras, hoje existem três técnicas para cortar folhas de madeira maciça. Serragem manual: a técnica mais antiga. Produz as folhas mais bonitas, que mantêm a cor. Sua espessura vai de um a vários milímetros. Essa produção limitada hoje está reservada à restauração de móveis antigos. Corte com lâmina: a madeira, aquecida a vapor antes do corte, é fixada e cortada com uma lâmina móvel. Frequentemente são provenientes de boas espécies, e são usadas em marcenaria. De acordo com orientação do comprimento do tronco da árvore em relação à máquina, são obtidos veios ou padrões mais ou menos pronunciados. Por corte rotativo: extensões do tronco de árvores aquecidas a vapor são colocadas em um torno mecânico e cortadas por uma lâmina fixa enquanto o tronco gira, como um apontador de lápis. Em seguida, a folha da chapa, longa e continua, é guilhotinada. De qualidade inferior, esse tipo de lâmina é o mais comum e o mais industrializado. (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 172) LAMINADOS Laminados são materiais de alto desempenho produzidos em finas camadas e usados em móveis, pisos e revestimentos de parede. Muitas vezes são usados em produtos de madeira como aglomerados ou compensados. Apresentam resistência mecânica e térmica mais alta que a de painéis de melamina - um polímero termofixo. Laminados são feitos a partir do empilhamento de folhas de papel Kraft cobertas com resina termofixa. Nas duas faces externas, recebem folhas decorativas, como folhas de papel com imagens impressas, folhas de metal ou folhas de madeira. Essa estrutura é então prensada em alta temperatura e pressão, e depois é cortada em placas. Em geral, os laminados são vendidos na forma de painéis. Os produtos podem ser desenvolvidos em três dimensões: tampos de mesa de cantinas escolares, pequenas 24 | USOS DA MADEIRA


peças de mobiliário, objetos decorativos, etc. (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 177) MADEIRA LAMINADA E COLADA A madeira laminada, usada principalmente na arquitetura, consiste em uma junção - no comprimento e na espessura - de peças de madeira maciça, todas com o veio na mesma direção. Essencialmente, são usadas madeiras resinosas. Os planos de colagem são alternados durante a fabricação para evitar a criação de zonas enfraquecidas. A madeira laminada colada permite a obtenção de extensões consideráveis, de até 100m. Também é possível fabricar superfícies curvas muito elegantes. A relação entre resistência mecânica e peso dessas vigas é impressionante: uma extensão de 3m, que suporta 20 toneladas, contém cerca de 60kg de madeira, 80kg no caso do aço e 300kg se for feita de concreto! No entanto, sendo de madeira ela apresentará um maior volume. Essa é uma técnica que permite que todas as qualidades da madeira sólida sejam preservadas, enquanto diminui a quantidade de sobras e aumenta as opções dimensionais. Estruturas de cobertura para grandes áreas como espaços comerciais, piscinas e ginásios esportivos, além de móveis (tampos de mesa, balcões de cozinha), incluindo os de madeira vergada, estão entre os usos comuns para essa madeira. Algumas peças de mobiliário podem ser feitas de madeira laminada colada utilizando sobras de produção. (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 188) MADEIRA RETIFICADA A madeira retificada é obtida por um tratamento especial, semelhante à torrefação. O princípio consiste em elevar a temperatura da madeira, de maneira precisa, em uma autoclave (200ºC a 260ºC), a vácuo. Após a retificação, a madeira pode ser considerada um novo material, uma vez que ela não apodrece, torna-se hidrofóbica, sem que suas propriedades mecânicas sejam visivelmente afetadas. A retração padrão da madeira é reduzida em 50%, ela se torna menos suscetível ao ataque de insetos e muito mais durável. A madeira retificada pode ser manuseada da mesma maneira e com as mesmas ferramentas que a madeira não retificada. Pode ser colada, aplainada, envernizada, pintada, etc. De acordo com a extensão de seu tratamento e com as espécies de madeira utilizadas, ela adquire uma coloração marrom ou marrom-escura, que permanece homogênea. A retificação - com desempenho comparável com o de outros tratamentos de madeira, ou até melhor que eles - permite que a madeira usada em exteriores seja tratada sem o uso de substâncias químicas poluentes. O custo cada vez mais razoável desse material o torna ideal para a arquitetura de exteriores (painéis de revestimento, mobiliário urbano, pisos, terraços, equipamento de jardim, etc.). (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 189) MDF O MDF (Medium-Density Fibreboard) é produzido pela prensagem a quente de uma massa de fibras ou lascas de madeira. A adesão das fibras ou lascas é feita pela reativação da resina natural da madeira, a lignina ou pelo acréscimo de resinas sintéticas. A pressão aplicada e o tipo de aglutinante determinam a densidade do painel. O MDF é um material relativamente homogêneo, apesar de ser mais denso em sua superfície que em seu interior. É considerado isotrópico (suas propriedades são as USOS DA MADEIRA | 25


mesmas em qualquer direção). Muito usado no interior de móveis, em partes ocultas da arquitetura de interiores, como painéis para pintura ou recobertos por folhas de madeira, também é utilizado com frequência em seu estado natural, no fabrico de móveis. É usado em painéis para portas, painéis decorativos (padrões recortados, por exemplo) e em painéis de isolamento acústico. (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 196) NÓS Os nós (ou ondulações no veio da madeira) são partes da árvore normalmente consideradas defeitos a serem eliminados. Para algumas espécies de árvores, eles sãos conservados e até explorados. Apesar de serem difícies de se manusear e caros, suas propriedades estéticas e seus efeitos imprevisíveis sempre foram muito apreciados para a fabricação de armários, uso em marchetaria ou confecção de pequenos objetos. Por serem materiais relativamente raros, a presença de nós é muitas vezes um indício de luxo (no interior de carros, no mobiliários, porta-joias e estojos, por exemplo). Os nós se localizam dentro de crescimentos patológicos no tronco, que podem se tornar muito grandes, ou são extraídos da base das árvores (o seu cepo). Seu crescimento é comumente causado pela presença de lesões (atividade de insetos, crescimentos de fungos, etc.), mas também pode ser parcialmente estimulado de maneira artificial. As protuberâncias nunca são usadas como madeira maciça. O manuseio desses laminados é muito difícil. Com inúmeros defeitos, precisam da aplicação de tapa poros (Wood filler) em um estágio posterior. (KULA, D.; TERNAUX, E., 2011, p. 198) Sabemos que a madeira pode ser usada em qualquer tipo de ambiente e para qualquer fim, a partir de agora, vamos entender quais madeiras se encaixam para cada uso específico. Sabemos também que existem diversos tipos de madeira, mas aqui serão apresentadas apenas as madeiras utilizadas para arquitetura de interiores, plantadas ou nativas do Brasil. 3.1 Piso Os pisos de madeira já são usados há muito tempo, são eles: os tacos, parquet, assoalho e de demolição, mas também temos os mais novos, com mais facilidade de instalação e mais baratos: carpetes de madeira e pisos laminados. Estes pisos citados são para área interna, mas temos também os decks de madeira, utilizados na área externa. Os assoalhos de madeira ou pisos maciços são os ideais para quem quer um piso de madeira, são espessos e duráveis. Existem assoalhos de madeira com acabamento envernizado, ou assoalhos sem acabamento que necessitam de verniz ou cera. Os pisos de madeira podem ser instalados sobre uma estrutura de madeira, pregados ou colados no contrapiso. Geralmente vem com encaixe macho-fêmea. A manutenção do piso de madeira maciço é o lixamento quando estiver muito riscado, também pode ser aplicado o verniz. (KNOPIK, 2015) Alguns dos pisos utilizados para assoalhos são também utilizados para tacos, tábuas (deck) e parquets. Os tacos de madeira são fabricados com madeira maciça e cortados na mesma medida, proporcionando um ótimo acabamento no piso. Não possuem encaixes 26 | USOS DA MADEIRA


laterais e sua aplicação é feita com o uso de cola. Independente do modelo do taco de madeira escolhido, alguns detalhes valem para todos os modelos, como a necessidade de um ambiente totalmente seco e livre de umidade, para um melhor resultado no longo prazo. Os tacos são instalados usando cola PU. Quando instalados em ambientes térreos, recomenda-se a impermeabilização do piso, evitando que exista a migração de umidade para a parte inferior da madeira. Após a instalação, recomenda-se a raspagem e aplicação de verniz de qualidade, que pode ser brilhante, acetinado ou fosco. (PARQUETSP) Tacos de madeira podem ser instalados de diversas formas, a seguir exemplos de instalação:

Imagem 28: Exemplos de instalação de tacos de madeira

Os pisos parquet são pequenos tacos colados que formam uma peça maior. São comercializados somente no formato de dama. Este tipo de piso também necessita de um ambiente totalmente seco e livre de umidade, e é instalado com cola PU. (PARQUETSP) Temos também as tábuas (deck), que possuem comprimentos variados para aplicação em área externa, distanciadas uma das outras para evitar encanoamento. O deck tem origem na indústria naval, e é mais utilizado ao redor de piscinas, mas são usados também em jardins, escadas, varandas, terraços e saunas. São sempre instalados sobre um tipo de piso e recebem tratamento para a questão da umidade. (PARQUETSP) Os pisos laminados de madeira são os mais procurados, são fáceis de serem encontrados, sua instalação é fácil e rápida e já possui acabamento, dispensando aplicação de verniz ou cera. Eles são flutuantes, ou seja, possuem encaixe machofêmea, sobre uma manta termo acústica de polietileno, essa manta protege o piso e evita ruídos. Uma das maiores vantagens do piso laminado é sua capacidade de resistir aos riscos. (KNOPIK, 2015) Temos também os pisos de madeira de demolição que, em geral, são pisos de madeiras nobres que podem durar uma vida inteira, às vezes de madeiras que já não podem ser mais exploradas, por estarem em risco de extinção, mas que são madeiras de alta qualidade como a Peroba-rosa, Ipê, Angelim Pedra, Jacarandá, Jatobá, Carvalho, Castanheira, entre outras. Os ambientes feitos com madeira de demolição podem ter um acabamento rústico. (KNOPIK, 2015) Com o crescente aumento da busca por sustentabilidade, certificações de produtos de origem florestal e materiais ecologicamente corretos, a madeira de demolição ganha cada vez mais espaço nos projetos de engenheiros, arquitetos e designers pelo mundo. (BRISTOL MÓVEIS, 2013)

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3.2 Teto O forro de madeira é utilizado quando se necessita rebaixar um teto, ou fazer o acabamento superior do ambiente, podendo ser horizontal ou inclinado, dependendo da definição do projeto. O que varia, no decorrer do tempo, é o acabamento do forro: selador, verniz e tinta esmalte. Utiliza-se selador pois impermeabiliza a madeira e evita que a madeira fique áspera, podendo usar a madeira na cor origem. O verniz é usado para dar brilho a madeira, normalmente usa-se após o selador. A tinta esmalte é usada quando a pessoa quer utilizar madeira como forro, porém em outra cor, como o branco. O forro é muito útil para disfarçar incorreções em tetos de laje. (MANCUSO, 2006, p. 145) 3.3 Parede O revestimento de madeira usado em paredes, chama-se lambri. Com a necessidade de tornar sempre mais prático o lugar de viver, vários materiais estão substituindo os tradicionais, não só em função das suas qualidades intrínsecas, mas também pelas suas possibilidades como elementos de decoração. Relaciona-se, entre estes, os lambris. Existem diversos tipos, desde a madeira compensada, que é uma placa com diversas espessuras (1mm a 8mm), até a madeira aglomerada. Diante da diversidade de padrões existentes no mercado, o lambri, que antes se restringia quase que exclusivamente aos escritórios, tem agora acesso fácil aos ambientes residenciais. Sendo material de fácil conservação e limpeza, pode ser colocado em quase todos os ambientes da casa, exceção feita à cozinha e banheiro, onde a sua aplicação, devido às condições naturais daqueles ambientes, exige um verniz plástico especial, que não retém umidade nem gorduras. A sua grande vantagem, com relação à colocação, é que pode ser aplicado sobre qualquer tipo de material já existente, sem a necessidade de complicadas reformas. (MANCUSO, 2006, p. 161) 3.4 Mobiliários Hoje em dia, o uso de madeira maciça é quase inexistente, a maioria dos trabalhos de marcenaria lida com compensados, ou aglomerados ou laminados. Em cadeiras, algumas peças ainda são maciças, mas em armários e camas isto é muito raro. Inclusive a conservação é muito boa, quando a laminação for bem feita, pois há menor probabilidade de envergar, rachar ou empenar, o que poderia ocorrer com uma madeira verde ou úmida. Cada vez mais, há uma escassez de madeira, o crescimento das árvores não pode ser acelerado e, ainda que a produção possa ser aumentada por meio de reflorestamento, não é possível abastecer com madeira natural todas as necessidades das indústrias, que são cada vez maiores. Para satisfazer as exigências postas pelos construtores e fabricantes de mobiliário, desenvolveu-se estes novos tipos de madeira, derivados da madeira, que permitem utilizar quase integralmente não só os ramos, as lenhas e os toros de pequeno diâmetro, como os desperdícios de madeira, as aparas e serraduras. As diferentes técnicas de fabricação permitiram, desde 1950, realizar, industrialmente, diversos tipos de painéis que são constituídos, principalmente, por aparas ou partículas aglomeradas por meio de resinas sintéticas 28 | USOS DA MADEIRA


sob pressão e temperatura elevada. Este sistema permite obter placas dotadas de grande estabilidade dimensional em qualquer direção, uma vez que se destruiu a organização natural do material lenhoso, que conferia a este, desiguais retrações, consoante a orientação considerada. Sobre as mesmas, é colada a lâmina de acabamento. Por vezes, optamos pela técnica do tingimento, onde um tipo de madeira menos escassa ou nobre é usado com a característica de outra, pelo processo de tingir. Temos o MDF, um aproveitamento com uso também de resinas sintéticas, com características de dureza e aproveitamento muito boas. (MANCUSO, 2006, p. 151-156) 3.5 Esquadrias Esquadrias são as portas ou portões, janelas, venezianas e aberturas similares. A madeira foi o primeiro tipo de material utilizado como componente para a fabricação das esquadrias, sendo, portanto, frequente nas edificações antigas. Com o decorrer do tempo e o surgimento de materiais alternativos, a madeira perdeu parcela significativa de mercado, o que vem sendo retomado atualmente, devido à evolução no seu processo de produção, possibilitando a disponibilidade de grande variedade de modelos com desempenho compatível com as exigências do mercado. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013) “Normalmente, as esquadrias de madeira são entregues na obra já montadas, com travamentos de proteção entre as folhas e fechos, devendo ser chumbadas às alvenarias por meio de pregos ou grapas, ou ainda fixados em contramarcos previamente colocados na parede. Dentre as vantagens relacionadas com este tipo de esquadria em relação às demais se pode citar o custo mais acessível, facilidade de execução e de montagem, e como desvantagens encontra-se a durabilidade e a segurança.” (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2013) 3.6 Cor Uma árvore é constituída por: • Casca (parte exterior, correspondente ao súber, responsável pela proteção do tronco; • Floema (tecidos superficiais do tronco, responsáveis pelo transporte de seiva); • Lenho (parte do tronco de onde se estrai a madeira, compreendida entre a casca e a medula, e divide-se em duas zonas): o Cerne (parte mais escura da madeira e a que lhe dá mais resistência); o Alburno (zona mais clara que transporta a seiva bruta das raízes para as folhas); (KULA, D.; TERNAUX, E., 2012, p. 45) A cor é um importante aspecto da madeira, principalmente pela possibilidade de exploração de seu caráter decorativo. A cor da madeira está associada à presença de diversos elementos que constituem a parede das células como o tanino e resinas. Em virtude de diversos fatores como a secagem em estufa, exposição aos raios solares, envelhecimento e etc., a cor pode ser alterada. Além do aspecto visual, a cor pode ser um indicativo da resistência da madeira. O brilho expressa a capacidade de reflexão de luz nas células da madeira, o que significa que nem todas as madeiras possuem esta propriedade. (LIMA, 2006, p. 88) USOS DA MADEIRA | 29


3.7 Tratamentos A durabilidade da madeira varia de acordo com a espécie. Ela pode ser usada sem tratamento especial, mas, em geral, para ser usada em ambientes externos, necessita ser tratada. Cada espécie possui um tratamento específico, e os tratamentos podem ser aplicados por imersão, impregnação, pintura, spray ou injeção. Existem quatro tipos principais de tratamento: inseticidas (protegem contra insetos que causam danos profundos nas madeiras, como os cupins); fungicidas (protegem contra fungos, pelo fato de a madeira reter mais de 22% de água, são iniciados processos de apodrecimento, e os tratamentos contra fungos possibilitam uma vida mais duradoura para a madeira); impermeabilizantes (protegem contra a umidade, para garantir a maior estabilidade dimensional possível e evitar a putrefação) e tratamento antifogo (protegem contra o fogo, sabemos que a madeira é um material combustível, mas para o processo de proteção pode ser superficial com a aplicação de revestimentos, tintas ou verniz intumescente). (KULA, D.; TERNAUX, E., 2012, p. 52-54) 3.8 Sustentabilidade “Em 1996, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) lançou o FSC, que garante o consumidor que a madeira provém de florestas manejadas, com proteção da biodiversidade e atenção a certos critérios sociais. Essas florestas cobrem, em geral, mais de 100.00 hectares e estão localizadas principalmente no Canadá, na Rússia e na Ásia. Em 2001, 20% das florestas canadenses haviam recebido a certificação, e 1.400 empresas da indústria mundial da madeira aderiram ao FSC.” (GAUZIN-MÜLLER, 2011, p. 38) “Pelo próprio perfil do mercado brasileiro, as madeiras de reflorestamento parecem ser a saída mais adequada, uma vez que seu ciclo de renovação é relativamente curto e as distâncias entre as áreas reflorestadas e os principais centros consumidores são mais próximas. São também mais homogêneas e, se manuseadas corretamente, têm baixo impacto ambiental e a certeza de não liberação de CO2 na atmosfera.” (GAUZIN-MÜLLER, 2011, p.15) Em 1996, um grupo de cientistas do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP elaborou um projeto de reflorestamento em escala nacional e com evidentes impactos globais. Denominado Projeto Floram, visava desencadear um processo de florestamento e reflorestamento de grandes dimensões. Este projeto teve como objetivo e diretrizes, diminuir a proporção de CO2 na atmosfera e implantar florestas em 14 milhões de hectares no Brasil. (GAUZIN-MÜLLER, 2011, p.15-16) O Brasil consome hoje 1.783,3 mil m³ de madeira por ano na construção civil. Desse total, 33% são utilizados de forma não qualificada, isto é, como andaimes, escoras, formas de concreto, tapumes, barracos e outros usos não nobres, que terminam como descarte, aumentando o índice de desperdício provocado pelas técnicas construtivas tradicionais, pois eles utilizam estas madeiras e jogam fora, quando poderiam utilizar em outro uso. (GAUZIN-MÜLLER, 2011, p. 16) As melhores madeiras têm um tempo de crescimento muito longo até a idade de abate, razão porque as madeiras de reflorestamento praticamente restringuem30 | USOS DA MADEIRA


se ao uso de madeiras de mais rápido crescimento, que são utilizadas na fabricação de madeira reconstituída como o MDF, cujo uso vem crescendo muito nas últimas décadas. Os fatos relacionados com a questão da sustentabilidade não impedem o uso de madeiras mais nobres na construção e no mobiliário, desde que sejam atendidas as exigências das certificadoras.

4 | REFERÊNCIAS

Neste capítulo, irei apontar algumas referências que se identificam com as pretensões do meu projeto, seja pela cor, tratamento ou proposta estética.

Imagem 29/30: Residência Fichman, Toronto – Canadá, regionalArchitects

“Criar uma casa para Niv Fichman, fundador da Rhombus Media foi criar uma expressão de tudo o que ele valoriza. Fichman é exuberante, perspicaz e um generoso apoiador de jovens cineastas de Toronto. Seus créditos mais conhecidos no cinema incluem “The Red Violin”, o recente filme de Denis Villeneuve, “Enemy” e a adaptação para o cinema do romance de José Saramago, “Ensaio sobre a Cegueira”. O projeto de sua cobertura na 375 King Street West, reflete tanto a sua apreciação da arte, assim como seu desejo de criar uma função intransigente de cada elemento dentro de seu espaço.” (SINCLAIR, 2014) “Cada elemento do projeto, desde a banheira personalizada até a prateleira do telefone, evoluiu através de anos de conversa e desenho. O plano subdivide o espaço em zonas: um corredor angular de madeira rica, separando o espaço principal da área de estudos, adega e espaço de trabalho; um espaço afundado do quarto separa o espaço do tatame de dormir do banheiro principal; e uma plataforma de banho levantada é separada da área de estar por uma tela translúcida” (ARCHDAILY BRASIL, 2014) O interessante deste projeto é que a madeira é utilizada para esconder os ambientes privados da casa, como a lavanderia, um segundo dormitório, uma biblioteca e um lavabo. Vemos que a banheira é colocada em cima de um deck, e nos perguntamos como funciona a madeira com umidade. O arquiteto preparou um dreno embaixo deste deck e impermeabilizou a madeira. REFERÊNCIAS | 31


Imagem 31/32/33: House in Toin, Toin – Japão, Kazuki Moroe Architects

“Existe um santuário de Xintoísmo nobre no lado sudeste do local. Eu pensei sobre como uma casa confronta com a floresta do santuário de Xintoísmo. No começo, eu dividi o edifício em quatro caixas, para assumir uma escala menor do que o santuário Xintoísta. As quatro caixas são fechadas por um telhado, e a continuidade do telhado harmoniza com a serra do lado nordeste. O plano de cada caixa é o trapézio. Com o teto inclinado, a parede se amplia ou se estreita para o santuário de Xintoísmo.” (MOROE, 2013) Este projeto (assim como outros projetos japoneses) mostra que eles gostam de homogeneidade em relação a cor das madeiras utilizadas, nota-se que eles preferem que a casa seja feita com poucos nuances de cores, o que é muito interessante, pois o projeto fica com aspecto mais limpo e suave.

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Imagem 34/35: Residência K, Toyonaka, Osaka – Japão, Tadashi Suga Architects Office

“O lote está localizado no topo de um pequeno planalto nos subúrbios da cidade. O cliente exigiu um “ateliê”, um pequeno espaço de trabalho que possa funcionar independentemente do espaço da residência. Colocamos o primeiro pavimento ao lado da rodovia e logo colocamos o segundo pavimento no lado mais profundo do terreno. Trata-se de uma planta em forma de pátio, com esta forma consegue-se iluminar efetivamente o espaço exterior no centro do edifício além de beneficiar a ventilação. A sensação opressiva e fechada ao exterior, que percebemos que passam pelo edifício, foi suavizada por uma parede de madeira estendida de cedro vermelho sobre o lado da rodovia. O tramo externo de circulação e as grades na escada exterior também foram feitos de madeira e continuam e continuam com a uniformidade da fachada.” (SUGA, 2016) Este projeto entrou aqui pelo acabamento da madeira utilizada, a cor é homogênea e traz aconchego para quem entra nesta residência. O arquiteto utiliza a mesma madeira para todos os ambientes, o que os deixa com um toque de harmonia e uniformidade. A solução teto para dar amplitude ao ambiente também é fascinante.

Imagem 36/37: Beach Ave, Austrália, Schulberg Demkiw Architects

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Imagem 38/39: Beach Ave, Austrália, Schulberg Demkiw Architects

“Em um lote extremamente pequeno, esta ampla estrutura aparece como um elemento de carpintaria, a integração interna de concreto, pino e madeira Tallowwood¹. Este contraste demonstra uma atmosfera acolhedora porém refinada. O piso translúcido do pátio no térreo cria um espaço de estar e de trabalho flexível repleto de luz no subsolo.” (DEMKIW, 2016) “A limitação espacial do lote e a proximidade em relação às propriedades vizinhas foram condicionantes para o projeto. O desafio foi desenhar uma residência ampla, aconchegante e multifuncional, com um subsolo que funcionasse como área habitável. Esse objetivo foi alcançado pela integração de quatro ideias básicas: materiais, volume, luz e flexibilidade. Aberturas zenitais permitem que a luz penetre através do edifício, proporcionando a cada cômodo grandes níveis de luminosidade e foco externo.” (DEMKIW, 2016) “Os materiais de madeira utilizados são provenientes de plantações sustentáveis ou de reciclagem. Anteriormente, parte de uma ponte no norte de New South Wales, longas peças de madeira Tallowwood, foram selecionadas para construir a escada, o revestimento externo, acabamentos interior e peças das janelas. Painéis de madeira perfurados nas janelas do pavimento superior, respeitam a privacidade dos vizinhos, ao mesmo tempo que servem como um dispositivo de sombreamento para os dormitórios.” (DEMKIW, 2016) Este projeto tem um item diferente de todos os projetos que aparecem aqui: a madeira tem uma cor muito mais clara, praticamente branca. Por ser uma casa de praia, a madeira combinado bastante com este tipo de lugar, por ser um material natural num ambiente mais voltado à natureza. O interessante também é que a madeira é utilizada na banheira, com o mesmo sistema do projeto do Canadá, apresentado acima. O quarto da filha tem um acabamento bacana, pois o revestimento da parede e o forro possuem continuidade. ¹Uma espécie da madeira Eucalyptus, nativa e comum em New South Wales e Queensland, Austrália

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Imagem 40/41/42: Residência CA, Bragança Paulista – SP, Jacobsen Arquitetura

“A implantação desta casa se deu em função das curvas de nível do terreno, da orientação solar e obviamente da bela vista panorâmica, o que resultou numa casa praticamente térrea com a planta baixa em forma de ‘zig zag’.” (JACOBSEN, 2013) O programa foi dividido em três áreas principais: social, íntimo e serviços. Esses volumes se tornaram independentes em função dos ângulos não ortogonais, permitindo não ancorar o serviço na parte mais alta do terreno, orientar salas, varandas e piscina para a vista e alçar o volume dos quartos no declive natural, soltando a construção do terreno a ponto de criar um pavimento inferior com pilotis. A área social é toda transparente e aberta ao exterior. A arquitetura é caracterizada apenas pela cobertura leve e inclinada para a vista, que cria uma varanda em todo seu comprimento. (JACOBSEN, 2013) “Os volumes dos quartos e das áreas de serviços são definidos por painéis metálicos móveis permitindo privacidade, luz e iluminação natural. Seus brises estão dispostos de forma irregular no intuito de conferir leveza, como se fossem feitos de tecido ou algum material maleável.” (JACOBSEN, 2013) O projeto de interiores conta com o mobiliário de Sérgio Rodrigues, Carlos Mota e Mônica Cintra. O revestimento de madeira que o arquiteto fez na cobertura fez com a residência “abraçasse” o nome de casa de campo. Além do revestimento das paredes de acesso aos quartos, ao piso e aos mobiliários.

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Imagem 43/44/45: Capela Joá, Rio de Janeiro – RJ, Bernardes Arquitetura

“O desejo de síntese norteou a concepção do projeto, que nasce da vontade de permitir ao visitante alcançar um espaço antes inacessível. Em meio às copas das árvores, a experiência de contato com a natureza é intensificada. A espacialidade da Capela surge da articulação entre os elementos estruturais da plataforma que se projeta em direção ao mar.” (BERNARDES, 2014) “O deque triangular é estruturado por vigas metálicas apoiadas no nível de acesso e no pilar que nasce no nível mais baixo do terreno. Sobre essa estrutura apoiam-se pórticos de madeira laminada que crescem em altura na medida em que a planta triangular avança. Do interior da Capela, é possível perceber a floresta nos intervalos da sequência ritmada de pórticos. Panos de vidro revestem a estrutura de madeira protegendo-a dos efeitos climáticos ao mesmo tempo em que refletem as árvores. O pilar metálico que sustenta um dos vértices da plataforma transforma-se na cruz que surge emoldurada junto à paisagem.” (BERNARDES, 2014) Esta Capela é um templo cuja simplicidade percebe-se pela sua materialidade e soluções construtivas. A síntese é alcançada na medida em que os elementos estruturais adquirem funções plásticas e simbólicas. Esta área do Rio de Janeiro é uma das mais privilegiadas em relação a paisagem, é uma montanha que dá para o mar, de onde se avista somente o horizonte. Portanto, a decisão do condomínio de fazer uma capela nesta área é muito digna, pois quando se entra numa capela ou igreja, você procura encontrar paz interior, e por esta capela ser neste terreno com vista pro mar, a escolha da localização perfeita. O revestimento escolhido ser a madeira é melhor ainda, pois madeira remete a aconchego. 36 | REFERÊNCIAS


Imagem 46/47/48: Residência Vila Nova, São Paulo – SP, Vasco Lopes Arquitetura

“Residência de estrutura mista de aço e concreto implantada em terreno em lote urbano plano. A estrutura metálica no térreo sustenta uma laje de concreto aparente liberando a integração com o jardim externo com o mínimo de interferência visual.” (LOPES, 2016) “No superior ficam os dormitórios interligados por uma passarela sobre o vazio da sala, a proteção visual se dá por meio de um “muxarabi” de madeira que filtra o visual da rua e mantém a ventilação. A luz incidente no pé direito duplo da sala é suavizada e transformada por um grande vitral geométrico. O terraço da cobertura abriga o escritório, a sauna e solarium dando para a copa das árvores centenárias do entorno do parque Ibirapuera.” (LOPES, 2016) Apesar de ser um projeto no meio de um dos bairros mais corporativos da cidade de São Paulo, a combinação que a arquitetura dá entre o concreto aparente e a madeira traz uma leveza muito grande para o projeto, o que não ocorreria se a casa toda fosse em concreto aparente. Não há dúvidas, a madeira é utilizada para dar leveza e aconchego a todos os projetos apresentados.

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Imagem 49/50/51: Restaurante Kotobuki, Rio de Janeiro – RJ, Ivan Rezende Arquitetura

“Projeto de reforma do restaurante Kotobuki, bastante tradicional na culinária japonesa no Rio de Janeiro. A necessidade de uma ampliação lateral do restaurante acabou sendo um ótimo motivo para uma reestruturação completa do restaurante. (...) O interesse era a reforma de acabamentos e fachada, ampliação lateral e nova fachada lateral, reestruturação do salão principal, criando espaços mais intimistas, e a intenção de tornar os ambientes mais atraentes e com uma linguagem contemporânea. (...) O ponto de partida para início do projeto foi à utilização de materiais que remetessem aos elementos naturais, relacionados com a cultura japonesa - madeira e pedra. Os materiais naturais utilizados remetem aos elementos da natureza: água, terra, fogo e ar. Uma fonte de água corrente, com uma parede inteira revestida em pedra natural foi localizada na entrada do restaurante. Peças de madeira revestem paredes, entremeadas por luminárias embutidas, que remetem à cor de fogo.” (REZENDE, 2012) O ritmo das peças de madeira colocadas no teto, que descem pelas paredes, cria uma textura interessante e transforma o sushi bar em um ambiente acolhedor e agradável.

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Imagem 52/53: Residência FT, Bragança Paulista - SP, Reinach Mendonça Arquitetos Associados

“Nesta casa de férias e fins de semana no interior de São Paulo, um terreno de forte aclive e uma linda vista foram os principais elementos de definição da implantação e volumetria deste projeto. O lado sudoeste da casa concentra todas as circulações e acessos de carro para vencer o enorme desnível e caracteriza-se por uma volumetria rica, mas de poucas aberturas. Pelo outro lado, para nordeste e noroeste com uma vista linda da paisagem rural, é para onde a casa se abre com grandes panos de vidro e varandas voltadas para o pátio da piscina e áreas de convivência e lazer.” (REINACH, MENDONÇA, 2014) “A estrutura do embasamento e térreo foi resolvida em concreto e muros de arrimos revestidos de pedra. O pavimento superior, que abriga os dormitórios, é todo em estrutura de madeira laminada e coberto por telhas metálicas termo acústicas.” (REINACH, MENDONÇA, 2014) O projeto é composto por grandes painéis de treliça de madeira com estrutura em aço que possuem flexibilidade para abertura ou fechamento total, conforme a insolação necessitar. A proposta de executar todo o pavimento superior em estrutura de madeira, seguiu a ideia que os arquitetos tiveram de leveza para os três pavimentos, ainda sobre um terreno de grande aclive. Desta forma, eles definiram duas lâminas horizontais, identificando as áreas sociais coletivas em concreto e as áreas íntimas em madeira, para dar mais conforto.

Imagem 54: Residência do Flamengo – Ubatuba – SP, Gebara Conde Sinisgalli Arquitetos

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Imagem 55/56: Residência do Flamengo, Ubatuba - SP, Gebara Conde Sinisgalli Arquitetos

“O projeto e a construção desta casa foram planejados de madeira a respeitar o meio ambiente e facilitar o transporte de material, feito por mar, evitando desperdícios. Para tanto, a utilização de materiais pré-moldados como estrutura de madeira e telhas metálicas, foram determinantes. Também as dimensões das alvenarias (largura e altura) foram resultantes das dos blocos, evitando perdas e desperdícios. As pedras utilizadas foram retiradas do próprio terreno.” (GEBARA, CONDE, SINISGALLI, 2012) “O uso de telhas térmicas, leves e resistentes permitiu grandes vãos e poucos apoios, além de velocidade na montagem. A inclinação dos telhados é invertida proporcionando maior amplitude visual e formando grandes calhas de captação de água que pode ser tratada para reuso. A casa térrea é dividida em dois blocos interligados por passarela coberta.” (GEBARA, CONDE, SINISGALLI, 2012) A residência possui janelas de abrir com aberturas generosas e brises reguláveis para controle da luminosidade e ventilação. Os beirais de dimensões generosas protegem a edificação do sol e da chuva. Este é um projeto que usa diversos acabamentos distintos de madeira, mas que fica com um aspecto agradável.

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5 | ESTUDOS DE CASO 5.1 Marcenaria São Paulo

Imagem 57: Cadeira Atibaia;

Imagem 58: Daybed

Charlotte; Imagem 59: Mesa de centro Vilanova, São Paulo – SP, Marcenaria São Paulo e Paulo Alves

A Marcenaria São Paulo é dedicada exclusivamente à produção das peças de Paulo Alves. Paulo Alves é um arquiteto que, antes de montar a Marcenaria São Paulo, trabalhou no escritório de Lina Bo Bardi, e também no Instituto Bardi e na Marcenaria Baraúna. “Sua maestria no trabalho autoral com madeira remete ao legado dos mestres do móvel moderno brasileiro.” (PAULO ALVES). Como parte da pesquisa, entrevistei o arquiteto Luís Suzuki (sócio de Paulo Alves na Marcenaria São Paulo). Paulo Alves trabalha com reformas

de apartamentos, construção de residências e os mobiliários, seus trabalhos possuem muita influência do Brasil Arquitetura e da Marcenaria Baraúna. O jeito deles pensarem faz com que a fabricação e o desenho caminhem juntos para um resultado perfeito. Diferente de outras marcenarias, eles tentam manter a fábrica em São Paulo (a fábrica está localizada no Cambuci). Pontualmente, fazem parcerias com outros escritórios de arquitetura, como por exemplo, todo o mobiliário da Casa Aqua na Casa Cor 2016 de São Paulo, assinada pelos arquitetos Rodrigo Loeb e Caio Dotto. Os mobiliários que mais são vendidos: Cadeira Atibaia, Buffet Cercadinho e Mesa Guaimbê. As madeiras que mais utilizam: Catuaba (utilizada na Cadeira Atibaia), Cumaru, Ipê, Peroba-rosa de demolição, Jequitibá, Teca nacional e Roxinho. Tentam usar madeiras diferentes que outros arquitetos usam, as “da moda”, normalmente usam as madeiras que o madeireiro indica como a Catuaba e a Seringueira.

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5.2 Fernando Jaeger

Imagem 60: Sofá Sampa com divã; Imagem 61: Puff Nino, São Paulo – SP, Fernando Jaeger

Fernando Jaeger sempre se interessou pelo uso da madeira e pela arte das pessoas que passaram horas trabalhando nos detalhes de uma peça. Desde os seus primeiros trabalhos na área, Jaeger percorreu vários estados em busca de matériasprimas e novos tipos de madeira, de fornecedores que pudessem executar seus projetos. Em seus três ateliers e nas três lojas de pronta-entrega, Fernando Jaeger comercializa mais de 200 produtos. Também vende uma linha com 180 tipos de tecidos, muitos deles exclusivos e desenvolvidos com a ajuda do próprio designer. (FERNANDO JAEGER) É inegável que a madeira seja o material que Jaeger use melhor. Cada detalhe de seus móveis é bem trabalhado, percebe-se que ele gosta bastante de utilizar madeiras curvadas para os seus mobiliários. Pelo fato de Jaeger trabalhar com madeira e tecidos, os móveis em que ele utiliza os dois materiais para confecção ficam interessantes, como o Sofá Sampa que foi-se pensado utilizar madeira Cumaru nos pés e o Puff Nino. 5.3 Vila Taguaí Imagem 62: Vila Taguaí, Carapicuíba – SP, Cristina Xavier

Imagem 63: Vila Taguaí, Carapicuíba – SP, Cristina Xavier

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O condomínio de casas Taguaí, projetado por Cristina Xavier (2007) e construído pela Ita, emprega madeira industrializada em todos os elementos arquitetônicos e está localizado em Carapicuíba. O piso e as paredes são fabricados com elementos de madeira compostos, com células ocas de dupla função: isolamento termoacústico e passagem de tubulação elétrica e hidráulica. Todas as paredes, internas e externas, seguem o mesmo princípio e o concreto só é utilizado nas fundações. As 8 casas do condomínio, com plantas variáveis, estão implantadas de modo a acompanhar as curvas da topografia e liberar a maior área possível do terreno, favorecendo a permeabilidade do solo e comprometendo ao mínimo uma área contígua de brejo natural. O tratamento paisagístico utiliza espécies nativas e existentes no terreno, diminuindo a manutenção e a irrigação. Todas as casas têm aquecedores solares e previsão para produção de energia própria por meio de células fotovoltaicas. As 8 casas e 3 plantas-tipo, com áreas entre 129 e 173m² com um ou dois pavimentos, criam espaços multifuncionais em residências compactas. As unidades possuem acesso direto em nível ao pavimento térreo e terraço. (GAUZIN-MÜLLER, 2011, p. 17-18) O interessante deste projeto é que ele é sustentável, pois, além de utilizar a madeira como principal material de construção (a madeira é menos poluente do que construção em alvenaria), a arquiteta também se preocupou em preservar as árvores existentes e o declive de 35% da área do terreno. As edificações utilizam o máximo de iluminação e ventilação natural e possuem aquecimento de água com energia solar. Como a Arquitetura e a Engenharia tiveram uma parceria muito boa, viabilizou-se a pesquisa do sistema construtivo, que se baseia em painéis de madeira para paredes, lajes de piso e lajes de cobertura. 5.4 Apartamento Bossa Nova

Imagem 64/65: Apartamento Bossa Nova, Nova Lima – MG, David Guerra

Localizado em Nova Lima, Minas Gerais, este é um pequeno apartamento de 55m² reformado pelo arquiteto David Guerra. A ideia do layout dá a fluidez tão necessária nos tempos modernos, com espaços que se integram, permitindo flexibilidade, amplitude e circulação por todo o ambiente. Todos os ambientes são integrados, porém foi mantido a privacidade e a comodidade. Os móveis utilizados foram os assinados por brasileiros, como Sérgio Rodrigues, Jorge ESTUDOS DE CASOS | 43


Zalsuspin, Etel Carmona e Alfio Lisi. O painel da cabeceira foi revestido com tressê em couro reaproveitado, da designer Elisa Atheniense. Madeira de reflorestamento foi utilizada no piso e no forro. (GUERRA, 2014) É um projeto em que, mesmo tendo sido trabalhado em uma área tão pequena, Imagem 66: Apartamento Bossa Nova, Nova Lima – MG, David Guerra pôde-se fazer muita coisa interessante. A madeira encontra-se no forro, no piso, nos móveis, na divisória do quarto pro closet/banheiro. O uso de persiana de madeira também foi bem escolhido para compor o projeto. O arquiteto usou uma porta de vidro para “esconder” a cozinha e separar os ambientes. 5.5 Casa Rampa

Imagem 67/68/69: Casa Rampa, São Paulo – SP, Studio mk27 e Renata Furlanetto

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Uma rampa de 25m de comprimento, que conecta o térreo da sala com o primeiro andar dos quartos, onde ficam também os escritórios, e que permite observar espaços de diferentes perspectivas. Essa circulação entre os pisos é feita de forma suave, como uma separação entre a área coletiva e íntima. A arquitetura da Casa Rampa possui uma continuidade espacial entre o interior e o exterior, não apenas pelo grande pano de caixilhos de vidro deslizantes, mas também pelo uso do mesmo material tanto dentro como fora. A madeira da fachada dobra-se em direção ao espaço interior, tornando-se o próprio forro que, por sua vez, se dobra novamente no hall da rampa para constituir uma fachada interna. A madeira do forro contribui para completar a sensação espacial de um ambiente acolhedor na sala. (KOGAN, 2015) Projeto do escritório mk27 (do arquiteto Marcio Kogan), em parceria com a arquiteta Renata Furlanetto, utiliza a madeira e o concreto como principais acabamentos, fazendo com que o projeto seja leve e homogêneo. A decoração e o desenho de mobiliário foram pensados como parte fundamental da arquitetura. O móvel que se avista logo quando se desce a rampa foi pensado com um projeto estrutural específico para viabilizar o vão. As cadeiras, poltronas e mesas misturam peças antigas e novas de designer brasileiros, como Joaquim Tenreiro e Sérgio Rodrigues, com o objetivo de evidenciar a arquitetura da casa. O projeto desta casa privilegiou a integração entre interior e exterior com o uso de materiais naturais e brutos.

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6 | PROJETO DE INTERIORES EDIFÍCIO 360º

A proposta para a segunda parte do trabalho é para colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo da primeira etapa e, por meio da experimentação do uso da madeira na arquitetura de interiores, intervir no layout, revestimentos, esquadrias e mobiliários de um apartamento projetado por um arquiteto brasileiro contemporâneo. O projeto escolhido foi um apartamento de 250m² no Edifício 360º, do arquiteto Isay Weinfeld, localizado no bairro Alto de Pinheiros - SP. A escolha deste apartamento foi pelo seu tamanho, que permite testar soluções diversas e pela distribuição dos ambientes. Outra justificativa para a escolha desta planta é o fato de ela ter uma varanda de quase 50m², possibilitando a experimentação da madeira na área externa. O programa do projeto é elaborado para um casal de arquitetos, que trabalham em casa, e, portanto, precisam de um apartamento funcional para trabalhar e receber clientes, receber amigos e descansar.

Imagem 70: Planta original sem escala, apartamento 250m², Edifício 360º, São Paulo – SP, Isay Weinfeld

46 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º


Imagem

71:

Estudo

construir/

demolir sem escala

Imagem 72: Estudo layout sem escala

PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ | 47


Para um primeiro estudo de layout, foi proposta uma alteração mínima de alvenaria. Outro ponto importante foi a remoção de algumas portas, pois, analisando a planta original, foi observado que não havia necessidade de tantas separações de ambientes. A construção de alvenarias foi quase inexistente: temos a construção na sala para criar um home theater, onde ficava o antigo escritório, e a alvenaria para aumentar a área onde seria o escritório. Uma das suítes foi alterado para ser o ambiente do escritório e ao procurar evitar grandes mudanças na parte hidráulica, e prevendo a possibilidade de um dia o escritório voltar a ser utilizado como quarto, o ponto de chuveiro do banheiro foi mantido. Para a área de serviço, aonde ficava o banheiro, os pontos foram retirados para ser a área de despensa do apartamento. Após estudos e conversas com orientador e colegas, troquei o layout, pois na proposta inicial o ambiente de trabalho ficava integrado ao uso cotidiano do apartamento, o que deveria ser evitado, pois, mesmo sendo home office, ainda precisase de privacidade, o que não haveria no antigo layout. No layout final, houve mais modificações, apresentadas na página 51, no projeto de construir/demolir. A parte de serviço foi mantida, no hall, a porta existente foi excluída e feita uma nova, ampliando sua área. A sala e a cozinha continuaram integradas e o home theater ficou separado para ser uma área mais íntima do apartamento. O escritório foi proposto no local onde era a suíte e o corredor da área íntima, ganhando seu próprio lavabo, resultando em dois lavabos no apartamento, o social e o do escritório, o que possibilita uma separação total entre casa e escritório. A suíte ficou na área onde seria o antigo escritório; o closet e o banheiro ficaram no mesmo lugar. Para os mobiliários, cada ambiente teve sua própria identidade entre os mobiliários escolhidos. Todas as peças escolhidas foram de designers brasileiros, modernistas ou contemporâneos que assumiram o modernismo como referência principal de seus trabalhos. Para a varanda, na área de conversa e estar, a escolha foi pela Cadeira Atibaia (madeira catuaba), mesa de centro Vilanova (cabreúva parda) e daybed Charlotte (eucalipto e cumaru), por serem do mesmo designer, Paulo Alves, as texturas das madeiras possuírem semelhanças, e todas as peças serem feitas atualmente, com características contemporâneas, assim como o banco Bandeirola (tauari) do Ivan Rezende, porém todas estas peças têm uma relação com o mobiliário moderno, pois nenhuma entende o contemporâneo como pós-modernismo. Na mesa de jantar externa a escolha da mesa Pilão (cedro) de Etel Carmona e da cadeira Saquarema (freijó) de Carlos Motta, estas peças são modernistas iguais as peças da sala de estar, porém de gerações distantes. O sofá MR7 (imbuia), poltrona MF5 (imbuia) da Branco & Preto e a cadeira GB01 (jequitibá) de Geraldo de Barros. Etel Carmona e Carlos Motta têm como referência a Branco & Preto e Geraldo de Barros. A mesa lateral Corten (imbuia) de Silvio Romero, é de um designer contemporâneo, ele utiliza a mistura de madeira com aço corten e esta peça dá uma composição o restante das peças modernistas. No Home Theater, as peças escolhidas foram do designer contemporâneo Fernando Jaeger, e elas foram escolhidas para terem a mesma identidade nos mobiliários. No escritório, a área de espera dos clientes recebeu as peças de Sérgio Rodrigues, um clássico do design moderno, e estas peças compõem o ambiente e 48 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º


na área de trabalho, a poltrona Fulô escritório, peça do Fernando Jaeger e a cadeira Astania (freijó), da Etel Carmona, por ter um design simples, compondo com o painel ripado e a mesa de reunião em tauari. (layout com mobiliários, página 53)

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 49



PLANTA DE CONSTRUIR E DEMOLIR

Imagem 73: planta baixa de construir e demolir, escala 1:75

LEGENDA DE CONSTRUIR E DEMOLIR CONSTRUIR

DEMOLIR

PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ | 51



PLANTA DE MOBILIÁRIOS

SALA DE JANTAR ÁREA DE SERVIÇO

4

4

4

4 4

2

COZINHA

3

DESPENSA

LAVABO SOCIAL

4

4

CLOSET

SUÍTE MASTER

4

3

BANHO MASTER

HOME THEATER

SALA DE ESTAR

15

12 11

LAVABO ESCRITÓRIO

ADEGA

6

VARANDA

6

13

ESCRITÓRIO 16 16

16

16

16

HALL

LEGENDA DE MOBILIÁRIOS 6

6

13

15

Imagem 74: planta baixa de layout com mobiliários, escala 1:75

6 5

6

15

14

1

IMAGEM

NOME

DESIGNER

MADEIRA

7

8

10

8

9

1

SOFÁ MR7

BRANCO & PRETO

IMBUIA

9

DAYBED CHARLOTTE

PAULO ALVES

EUCALIPTO E CUMARU

2

MESA LATERAL CORTEN QUADRADA

SILVIO ROMERO

IMBUIA

10

MESA DE CENTRO VILANOVA

PAULO ALVES

CABREÚVA PARDA

3

POLTRONA BRANCO & PRETO MF5

IMBUIA

11

SOFÁ SAMPA

JEQUITIBÁ

12

PUFE NINO FERNANDO JAEGER EUCALIPTO

4

CADEIRA GB01

GERALDO DE BARROS

FERNANDO JAEGER CUMARU

5

MESA PILAO ETEL CARMONA

CEDRO

13

POLTRONA DIZ

SÉRGIO RODRIGUES

TAUARI E CARVALHO

6

CADEIRA SAQUAREMA

CARLOS MOTTA

FREIJÓ

14

MESA LATERAL JANETE

SÉRGIO RODRIGUES

FREIJÓ

7

BANCO BANDEIROLA

IVAN REZENDE

TAUARI

15

8

CADEIRA ATIBAIA

PAULO ALVES

CATUABA

16

POLTRONA FERNANDO JAEGER FULÔ ESCRITÓRIO

CADEIRA ASTANIA

ETEL CARMONA

FREIJÓ

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 53



Na primeira etapa do trabalho, pesquisei sobre madeiras nativas ou plantadas no Brasil e, com base no site do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), encontrei, em seus diversos usos, as madeiras apresentadas a seguir:

Imagem 75: Acaçu Móveis

Imagem 76: Amapá Móveis e esquadrias

Imagem 77: Amesclão Forro, parede e móveis

Imagem 78: Amoreira Piso e móveis

Imagem 79: Andiroba Forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 80: Angelim amargoso - Móveis

Imagem 81: Angelim pedra - Forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 82: Angico preto - Piso e móveis

Imagem 83: Angico vermelho - Piso

Imagem 84: Araracanga Piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 85: Bacuri Piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 86: Bracatinga Piso e móveis

Imagem 87: Cabreúva vermelha - Piso, móveis e esquadrias

Imagem 88: Cajuaçu Forro e móveis

Imagem 89: Castanheira Forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 90: Cedrinho Forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 91: Cedrorana Móveis e esquadrias

Imagem 92: Cerejeira Forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 93: Cinamomo Forro, parede e móveis

Imagem 94: Copaíba Móveis e esquadrias

Imagem 95: Curupixá Forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 96: Eucalipto grandis - piso, forro, parede e móveis

Imagem 97: Fava orelha de negro - piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 99: Garapa Piso, forro, móveis e esquadrias

Imagem 100: Goiabão Piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 101: Grevília Forro, parede e móveis

Imagem 98: Faveira Móveis

Imagem 102: Guarucaia Piso e móveis

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 55


Imagem 103: Itaúba Piso, móveis e esquadrias

Imagem 104: Jacarandá Móveis

Imagem 105: Jacareúba Móveis

Imagem 107: Louro faia Euplassa - forro, parede e móveis

Imagem 108: Louro faia Roupala - forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 109: Louro pardo Imagem 110: Louro Forro, parede e móveis vermelho - forro, parede, móveis e esquedrias

Imagem 111: Macacaúba Piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 112: Maçaranduba Piso e móveis

Imagem 113: Mandioqueira Forro e móveis

Imagem 114: Marupá Forro, parede e móveis

Imagem 115: Melancieira Piso e móveis

Imagem 116: Mogno Forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 117: Muiracatiara Piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 118: Muirapiranga - piso, forro, parede e móveis

Imagem 119: Oiticica amarelo - forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 120: Parapará Forro, parede e móveis

Imagem 121: Pau amarelo - piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 122: Pau ferro Piso, forro, móveis e esquadrias

Imagem 123: Pau marfim - piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 124: Peroba rosa - piso, móveis e esquadrias

Imagem 127: Quaruba Forro, parede e móveis

Imagem 128: Roxinho Piso, forro, parede, móveis e esquadrias

56 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º

Imagem 106: Jarana Piso e móveis

Imagem 125: Pinho do paraná - forro, parede e móveis

Imagem 126: Pinus eliote - forro, parede e móveis

Imagem 129: Sapucaia Piso e móveis

Imagem 130: Sucupira Piso, forro, parede, móveis e esquadrias


Imagem 131: Tamboril Forro, parede e móveis

Imagem 132: Tanibuca Piso e móveis

Imagem 133: Tatajuba Piso, forro, parede, móveis e esquadrias

Imagem 134: Taxi Forro e móveis

E dentre todas as madeiras estudadas, escolhi as opções abaixo:

Imagem 135: Cabreúva parda. Ocorrência natural: Brasil, Argentina e Paraguai, no Brasil é encontrada na BA, ES, MS, PR, RJ e SC. Madeira de cor pardo-claro a pardo-escuro-rosado, resistente ao ataque de cupins e fungos. Pisos, móveis e esqudraias. Utilizada na mesa de centro Vilanova de Paulo Alves

Imagem 136: Cedro. Ocorrência natural: América do Sul e América Central, no Brasil é encontrada na Amazônia, AC, AP, AM, BA, ES, MT, MG, PA, RO, SC E SP. Madeira de cor bege-rosada, moderada resistência ao ataque de fungos e cupins. Forro, parede, móveis e esquadrias. Utilizada na mesa de jantar Pilão de Etel Carmona Imagem 137: Cumaru. Ocorrência natural: América Central e América do Sul, no Brasil é encontrada na Amazônia, AC, AP, AM, MT, PA e RO. Madeira de cor castanho-claro-amarelado, alta resistência a cupins e fungos. Pisos, forro, parede e móveis. Utilizada na daybed Charlotte de Paulo Alves, sofá Sampa de Fernando Jaeger, porta do shaft Hall, porta Varanda, móvel e painel Home Theater, armário bancada Banho, móvel Adega, ripado cuba e teto Lavabo escritório

Imagem 138: Eucalipto citriodora. Ocorrência natural: África e Oceania, no Brasil é madeira de reflorestamento e encontrada na BA, ES, MA, MS, MG, PA, PR, PE, RS, SC e SP. Madeira de cor castanho-amarelado, suscetível à ação de cupins e fungos. Pisos e móveis. Utilizada no pufe Nino de Fernando Jaeger e daybed Charlotte de Paulo Alves Imagem 139: Freijó. Ocorrência natural: Brasil e é encontrada na Amazônia, AC, AP, AM, MT, PA e RO. Madeira de cor castanho claro amarelado, moderada resistência ao ataque de fungos e cupins. Pisos, forro, parede, móveis e esquadrias. Utilizada na cadeira Saquarema de Carlos Motta, mesa lateral Janete de Sérgio Rodrigues, cadeira Astania de Etel Carmona e bancada Lavabo social.

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 57


Imagem 140: Imbuia. Ocorrência natural: Brasil e é encontrada no PR, RS e SC. Madeira de cor pardo-claro-amarelado ao pardo-acastanhado, resistente aos fungos e raramente sofre ataque de cupins. Piso, forro, parede, móveis e esquadrias. Utilizada no sofá MR7, poltrona MF5 da Branco & Preto, mesa lateral Corten quadrada de Silvio Romero, banco e painel TV Suíte, armários Closet, mesa de centro Estar e mesa de Jantar.

Imagem 141: Ipê escuro. Ocorrência natural: América do Sul e América Central, no Brasil é encontrada na Amazônia, Mata Atlântica, AC, AP, AM, BA, ES, MT, MS, MG, PA, PR, RS, RO e SP. Madeira de cor castanho, alta resistência a fungos e cupins. Piso, forro, parede, móveis e esquadrias. Utilizada no buffet e horta vertical Varanda.

Imagem 142: Jatobá. Ocorrência natural: América do Sul e América Central, no Brasil é encontrada na Amazônia, Mata Atlântica, AC, AP, AM, BA, ES, MT, MS, MG, PA, PR, RS, RO e SP. Madeira de cor castanho-amarelado ao castanho-avermelhado, alta resistência a fungos. Piso, forro, parede, móveis e esquadrias. Utilizada no deck Varanda e forro área Social e Serviço.

Imagem 143: Perobinha. Ocorrência natural: Brasil e é encontrada na BA, ES, MG e RJ. Madeira de cor variando de amarelo-acastanhado ou amarelado ao pardo-acastanhado, moderada resistência a fungos e cupins. Pisos, forro, parede e móveis. Utilizada no piso área Social, Serviço e Escritório. Imagem 144: Tauari. Ocorrência natural: Brasil, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, no Brasil é encontrada na Amazônia, AC, AP, AM, MA, MT, PA e RO. Madeira de cor bege-amarelado-claro, baixa resistência ao ataque de fungos e cupins. Forro, parede, móveis e esquadrias. Utilizada no banco Bandeirola de Ivan Rezende, poltrona Diz de Sérgio Rodrigues, painel, porta, mesa de reunião e trabalho Escritório, móvel baixo, painéis, prateleiras, porta Home, porta Lavabo social e porta Suíte

Imagem 145: Teca. Ocorrência natural: Ásia e África, porém é plantada no Brasil no Mato Grosso e Pará. Madeira de cor castanho-amarelado, alta resistência a fungos e insetos. Pisos, forro, parede, móveis e esquadrias. Utilizada no piso Suíte e Home, cabeceira e criado mudo Suíte.

58 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º


PLANTA DE ACABAMENTOS

B2 ÁREA DE SERVIÇO 1 1 4 1 B1 B1

SUÍTE B1

DESPENSA 1 1 4 1

CLOSET 1 3 1

LAVABO SOCIAL 3 2 3 2

BANHO 1 6 5 6 2 2

1 3 1 3

SALA DE JANTAR/SALA DE ESTAR/COZINHA 1 4 1 4 1

B2 HOME THEATER 1 5 3 1 3

LAVABO ESCRITÓRIO 3 2 3 2

ADEGA 1 1 4 1

ESCRITÓRIO 1 4 1 1 1

Imagem 146: planta baixa de acabamentos, escala 1:75 VARANDA 4 4

HALL 1 1 1 1

ACABAMENTOS DAS VEDAÇÕES 1 - PINTURA LÁTEX ACRÍLICA FOSCA COR CETIM SUVINIL 2 - PINTURA LÁTEX ACRÍLICA FOSCA ANTI MOFO COR CETIM SUVINL 3 - PINTURA ÉPOXI COR CETIM SUVINIL 4 - LAMBRI DE MADEIRA TAUARI RIPADO 5 - LAMBRI DE MADEIRA CUMARU RIPADO 6 - PASTILHA DE VIDRO COR MARFIM, 3x3cm

ACABAMENTOS DOS PISOS 1 - ASSOALHO DE MADEIRA PEROBINHA, ACABAMENTO FOSCO, 150x15cm 2 - TACO DE MADEIRA CUMARU, PAGINAÇÃO AMARRAÇÃO, ACABAMENTO FOSCO, 40x10cm 3 - TACO DE MADEIRA TECA, PAGINAÇÃO AMARRAÇÃO, ACABAMENTO ENVERNIZADO, 35x7cm

4 - DECK DE MADEIRA JATOBÁ, ACABAMENTO FOSCO, 400x10cm

ACABAMENTOS DOS FORROS E TETOS 1 - GESSO ACARTONADO COM PINTURA COR CETIM SUVINIL E TABICA EM GESSO DE 3CM 2 - GESSO ACARTONADO COM PINTURA ANTI MOFO COR CETIM SUVINIL E TABICA EM GESSO DE 3CM 3 - GESSO ACARTONADO COM PINTURA ÉPOXI COR CETIM SUVINIL 4 - FORRO DE MADEIRA JATOBÁ, ACABAMENTO FOSCO

ACABAMENTOS DOS RODAPÉS 1 - RODAPÉ DE MADEIRA PEROBINHA, H=10CM 2 - RODAPÉ DE MADEIRA CUMARU, H=10CM 3 - RODAPÉ DE MADEIRA TECA, H=10CM 4 - RODAPÉ DE MADEIRA JATOBÁ, H=10CM

ACABAMENTOS DAS BANCADAS

5 - ASSOALHO DE MADEIRA CUMARU, ACABAMENTO FOSCO, 100x7cm

B1 - MÁRMORE CINZA ABSOLUTO

6 - DECK DE MADEIRA CUMARU, ACABAMENTO FOSCO, 90x7cm

B2 - MÁRMORE MARROM ABSOLUTO

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 59



PLANTA DE MARCENARIAS

M25

SALA DE JANTAR

ÁREA DE SERVIÇO

M14

M27

M33

M22 SUÍTE

M13

M32

M10

M09

M24 CLOSET

LAVABO SOCIAL

M15

M21

M23

M23 BANHO

M11

M29

M23

COZINHA M28 DESPENSA

SALA DE ESTAR M07 M08

M31 M26

LAVABO ESCRITÓRIO HOME THEATER

M12

M23 M18

M20

M34/35 M19

M30

ESCRITÓRIO

ADEGA M05 M05

M05

M02 VARANDA

M17

M06 M16

Imagem 147: planta baixa de marcenarias, escala 1:75 HALL

M01

LEGENDA DE MARCENARIA NÚMERO

M03

M04

DESCRIÇÃO

MADEIRA

M18

MESA DE TRABALHO ESCRITÓRIO

TAUARI

M01

ARMÁRIO SHAFT HALL

CUMARU

M19

MÓVEL ALTO ESCRITÓRIO

TAUARI

M02

PORTA VARANDA

CUMARU

M20

PAINEL COM CRIADO MUDO

TECA

M03

BUFFET VARANDA

IPÊ

M21

BANCO SUÍTE

IMBUIA

M04

HORTA VERTICAL

IPÊ

M22

PAINEL TV SUÍTE

IMBUIA

M05

PAINEL CORREDOR ESCRITÓRIO

TAUARI

M23

ARMÁRIO CLOSET

IMBUIA

M06

PORTA ESCRITÓRIO

TAUARI

M24

ARMÁRIO BANCADA BANHO

CUMARU

M07

MÓVEL BAIXO ESTAR

TAUARI

M25

PORTA SUÍTE

TAUARI

M08

PAINEL ESTAR

TAUARI

M26

MESA DE CENTRO ESTAR

IMBUIA

M09

PRATELEIRAS ESTAR

TAUARI

M27

MESA DE JANTAR

IMBUIA

M10

PAINEL CORREDOR LAVABO SOCIAL

TAUARI

M28

ARMÁRIO ILHA COZINHA

M11

PORTA HOME

TAUARI

M29

ARMÁRIO BANCADA COZINHA

FORMICA TX BRANCO POLAR FORMICA TX BRANCO POLAR

M12

MÓVEL E PAINEL HOME

CUMARU

M30

MÓVEL ADEGA

CUMARU

M13

PORTA LAVABO SOCIAL

TAUARI

M31

M14

PAINEL CORREDOR SUÍTE

TAUARI

M32

M15

BANCADA LAVABO SOCIAL

FREIJÓ

M33

M16

PAINEL ESCRITÓRIO

TAUARI

M34

M17

MESA REUNIÃO ESCRITÓRIO

FORMICA TX PRATELEIRAS DESPENSA BRANCO POLAR FORMICA TX MÓVEL ALTO ÁREA DE SERVIÇO BRANCO POLAR ARMÁRIO BANCADA ÁREA FORMICA TX DE SERVIÇO BRANCO POLAR RIPADO CUBA LAVABO CUMARU ESCRITÓRIO

TAUARI

M35

TETO LAVABO ESCRITÓRIO

CUMARU

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 61



PLANTA DE PAGINAÇÃO DE PISO

ÁREA DE SERVIÇO CLOSET

BANHO

SUÍTE LAVABO SOCIAL

DESPENSA

SALA DE JANTAR/SALA DE ESTAR/COZINHA

HOME THEATER

ADEGA

LAVABO ESCRITÓRIO

ESCRITÓRIO

Imagem 148: planta baixa de paginação de piso, escala 1:75 VARANDA

HALL

LEGENDA DE PAGINAÇÃO DE PISO DECK DE MADEIRA JATOBÁ

ASSOALHO DE MADEIRA PEROBINHA

TACO DE MADEIRA CUMARU

ASSOALHO DE MADEIRA CUMARU

DECK DE MADEIRA CUMARU

TACO DE MADEIRA TECA

BASE ALVENARIA

INDICAÇÃO INÍCIO PAGINAÇÃO

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 63



PLANTA DE FORRO

DETALHE 01

DETALHE 09

DETALHE 08

15

DETALHE 05

20

forro de madeira Jatobá

PD FORRO = 2.50m

cortina PD FORRO = 2.50m

Imagem 150: detalhe 1, cortineiro, escala 1:20

DETALHE 02

led 9

PD FORRO = 2.50m

PD FORRO = 2.80m

driver

5

DETALHE 09

PD FORRO = 2.80m

DETALHE 07

20

15

Imagem 151: detalhe 2, sanca, escala 1:10

DETALHE 01

Imagem 149: planta baixa de forro, escala 1:75

DETALHE 04

PD FORRO = 2.80m

cortina rolô led 9

led

8

forro de madeira Jatobá

20

13

driver

led

5

driver

driver

5

10

PD FORRO = 2.80m

5

20

Imagem 154: detalhe 5, bite iluminação, escala 1:10

Imagem 153: detalhe 4, sanca dupla, escala 1:10

Imagem 152: detalhe 3, cortineiro iluminado, escala 1:10

cortina rolô blackout

5

driver

driver

2

8,5

led

2

led 9

10

39

Imagem 155: detalhe 6, ducha embutida, escala 1:10

8

20

30

cortina

13

15

LEGENDA DE FORROS

Imagem 156: detalhe 7, sanca rebaixada, escala 1:10

Imagem 157: detalhe 8, cortineiro iluminado, escala 1:10

cortina rolô

FORRO DE GESSO ACARTONADO COM PINTURA BRANCO CETIM SUVINIL E TABICA EM GESSO DE 3CM FORRO DE GESSO ACARTONADO COM PINTURA ANTI MOFO BRANCO CETIM SUVINIL E TABICA EM GESSO DE 3CM FORRO DE GESSO ACARTONADO COM PINTURA ÉPOXI BRANCO CETIM SUVINIL

17

DETALHE 03

PD FORRO = 2.80m

PD FORRO = 2.80m

DETALHE 02

PD FORRO REBAIXADO = 2.60m

DETALHE 06

15

FORRO DE MADEIRA JATOBÁ, ACABAMENTO FOSCO, RÉGUAS DE 170x10CM SANCA DE GESSO JATOBÁ, ACABAMENTO FOSCO, RÉGUAS DE 170x10CM FORRO DE GESSO ACARTANADO COM PINTURA ANTI MOFO BRANCO - VER DETALHE

Imagem 158: detalhe 9, cortineiro, escala 1:10

FORRO DE GESSO ACARTANADO COM PINTURA BRANCO - VER DETALHE

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 65


Para a iluminação do apartamento, foi pensada a utilização de LED em todas as luminárias, pela sua ótima eficiência e longa duração. Como houve alterações de forro em todo o apartamento, sendo de gesso ou madeira, as peças escolhidas são embutidas e para decoração, pendentes e abajures escolhidos. As peças variam entre as marcas Lumini e La Lampe.

Imagem 159: luminária Flat - La Lampe. Escritório

Imagem 162: luminária Beat tall - Lumini. Cozinha

Imagem 160: luminária Bossa - Lumini. Escritório

Imagem 163: luminária Beat fat - Lumini. Cozinha

Imagem 161: luminária Twiggy - Lumini. Sala de jantar

Imagem 164: Abajur Baju - Lumini. Suíte

Imagem 165: Embutido Mini frame (Lumini. Área social); Imagem 166: Embutido Arqline (La Lampe. Escritório, varanda, suíte); Imagem 167: Embutido Led Bath (Lumini. Banho e lavabos); Imagem 168: Embutido Focus (Lumini. Home Theater e varanda)

Imagem 169: luminária Linea mini frame - Lumini. Closet 66 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º

Imagem 170: luminária Essence retangular - La Lampe. Área de serviço e despensa


PLANTA DE ILUMINAÇÃO

Imagem 171: planta baixa de iluminação, escala 1:75

LEGENDA DE ILUMINAÇÃO LUMINÁRIA FOCUS - LUMINI LUMINÁRIA ARQLINE - LA LAMPE LUMINÁRIA LED BATH - LUMINI LUMINÁRIA MINI FRAME - LUMINI LUMINÁRIA FLAT - LA LAMPE LUMINÁRIA LINEA MINI FRAME - LUMINI LUMINÁRIA ESSENCE RETANGULAR LA LAMPE PENDENTE BEAT LIGHT TALL - LUMINI PENDENTE BEAT LIGHT FAT - LUMINI PENDENTE BOSSA - LUMINI PENDENTE TWIGGY - LUMINI ABAJUR BAJU - LUMINI SANCA DE GESSO SANCA DE MADEIRA LED LINE - LUMINI ILUMINAÇÃO NA MARCENARIA

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 67


Assim que se entra no apartamento, temos o hall. Nele foi pensado em não alterar a porta de entrada para manter a mesma identidade do restante do edifício (todas as portas possuem batente de 2cm e uma bunha de 1cm, sem guarnição). No hall está localizado um shaft, as portas existentes para acessá-lo foram alteradas para portas em madeira Cumaru que formam um painel de piso a teto. No acesso para a varanda, foi projetada uma porta de correr, também em Cumaru, para criar uniformidade entre as duas paredes. No piso, foi escolhida a madeira Perobinha, com réguas de 150x15cm. Sua cor amarelo-acastanhado combina com as portas da varanda e shaft. Pelo fato de a porta de acesso ao apartamento ter sido removida, foi mantido o mesmo piso na área social do apartamento. O forro escolhido foi de gesso para não ter muita sobreposição de cores de madeira e o ambiente ficar mais limpo, para a iluminação foi feita uma sanca com abertura nos dois lados. A varanda possui grandes portas de correr de separação com a sala. A escolha das madeiras para cada mobiliário, entre as usadas pelos designers nas peças originais foi a relação das cores de todo o ambiente: os tons de quase todas as madeiras são claros, para compor com o deck avermelhado na madeira Jatobá, com réguas de 400x10cm, e a marcenaria escura no buffet e horta vertical, na madeira Ipê. Não houve intervenções no forro e paredes para não alterar a fachada do edifício, e a iluminação é básica, com pontos no centro de cada área do “L”, exceto na área da horta, que possui dois pontos focais. A escolha do buffet foi fazê-lo em marcenaria pois não encontrei modelos de designers que atendiam ao que eu estava pretendendo. Ele é composto por quatro portas de abrir com abertura fecho toque e, internamente, uma prateleira e duas gavetas para talheres. A escolha de fazer uma horta vertical nesta área da varanda, é por ela ser isolada do resto do apartamento, o que tornava esta área um pouco esquecida. O móvel foi projetado com prateleiras com a frente fechada, para esconder os vasos com terra, dando a impressão de que as especiarias estão crescendo na própria madeira. Também foi proposto um armário para armazenar os utensílios de jardinagem. Na área social, em todas as paredes, menos as paredes com caixilharia e a parede da cozinha, foram colocados painéis ripados na madeira Tauari, por ter um tom amarelado parecido com a madeira do piso. Para não ter uma aparência pesada e o ambiente ficar pesado, os painéis tem 250cm de altura, enquanto o pé direito é de 280cm, possibilitando um descanso de 30cm e ainda iluminação indireta no topo do painel. O forro escolhido foi na madeira Jatobá, pelo seu tom avermelhado, que acaba compondo o ambiente com a madeira Tauari na parede, piso Perobinha e a madeira escura de Imbuia dos mobiliários de designers, assim evitando um ambiente monótono, com piso, parede e forro na mesma cor. Na iluminação há peças embutidas com forma quadrada para poder encaixar nas réguas de 170x10cm do forro, com algumas fitas de LED nas marcenarias. As marcenarias, como os gavetões da TV e as prateleiras próximas à porta do home, também foram escolhidas em Tauari, dando continuidade ao desenho dos painéis. Temos também a mesa de centro e a mesa de jantar que são 68 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º


em Imbuia para dialogar com os mobiliários modernos brasileiro. A estrutura destas mesas são ripas de madeiras para recuperar a linha dos ripados usados nas paredes. Como a cozinha é integrada, optei por utilizar Formica para a bancada da cuba e para a ilha, pois a madeira Tauari não é adequada para a área de cozinha, por causa da gordura. E para não ter mais um tipo de madeira no ambiente ou até mesmo trocar a madeira dos painéis, preferi utilizar uma material específico para este tipo de uso e a cor escolhida foi o branco, por ser uma cor neutra. Para os tampos das bancadas, escolhi o granito cinza absoluto, também pela neutralidade da cor. Na adega, a madeira escolhida foi a Cumaru, por apresentar uma cor mais escura, diferente das madeiras utilizadas na sala, para identificar a troca de ambiente. Este ambiente serve tanto para conversar e apreciar as bebidas, como para preparar a bebida e beber em outro lugar, como na sala ou varanda. O home theater é o lugar mais íntimo do apartamento, é a área para assistir filmes ou séries e relaxar. Para entrar neste ambiente, temos uma porta de correr em Tauari e, como não dá para embuti-la na parede, fiz um painel em couro para a porta correr para dentro do vão, e para esconder o trilho da porta, há uma testeira também em Tauari. O painel da TV também é ripado e com gavetões na parte inferior, e estas peças são em madeira Cumaru. O piso escolhido foi de madeira Teca. Para a área de serviço da casa, foi pensado em um espaço de despensa, para guardar compras e comidas que não necessitam ir para geladeira, logo ao lado desta despensa, temos um armário onde serão armazenados os produtos de limpeza, vassouras e rodos. Para lavar roupas, uma bancada com tanque e um armário baixo com a máquina de lava e seca ao lado; acima desta bancada, temos uma prateleira em granito cinza absoluto (igual ao tampo da bancada) e um varal para pendurar roupas para passar. No lavabo social, optei por fazer a bancada em madeira Freijó (pela sua moderada resistência a fungos) e uma cuba de sobrepor da Deca. Por ser uma bancada que não receberá água diretamente e constantemente, não haverá problema em ser de madeira. Anteriormente para piso e rodapé, tinha escolhido a madeira Sapucaia, mas ao conversar com alguns marceneiros, eles me falaram que esta madeira não é mais usada, portanto escolhi a madeira Cumaru, por ter alta resistência a fungos e, com o tratamento correto, poder ter uma durabilidade maior. No lavabo do escritório, fiz um projeto um pouco mais elaborado, pois este será o banheiro para receber os clientes, portanto, precisava ser um ambiente que chamasse mais a atenção. A bancada é toda em granito marrom absoluto, inclusive a cuba, que é esculpida. Há um ripado de madeira Cumaru apoiada no topo da cuba, fazendo com que ela fique escondida. Na mesma largura da cuba, há um painel que vai de piso a teto e e este ripado faz o desenho até o teto. Para piso e rodapé também foi escolhido madeira Cumaru.

No escritório, para piso e marcenaria, foram escolhidas madeiras iguais às da PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 69


sala, Perobinha e Tauari, respectivamente. Elas foram escolhidas para ter o mesmo tratamento da área social, por onde o cliente vai passar quando chegar para uma reunião. Na parede à direita, temos o painel ripado com iluminação indireta no topo e mesa de reunião em Tauari com as cadeiras Astania. Para a área de espera, projetei um móvel alto, com quatro prateleiras, para poder colocar cafeteira e água para os clientes. Este móvel separa o ambiente de trabalho e o ambiente de espera. Na parte debaixo deste móvel, para o lado da área de trabalho, há duas portas com uma prateleira interna para guardar documentos e papéis. No ambiente de trabalho, foi feita uma bancada em “L” para três pessoas. Na parte onde ficam duas pessoas, há uma torre com quatro gavetas e, na frente de cada pessoa, uma gaveta. Onde há só uma pessoa, a bancada tem somente a torre com quatro gavetas. Na suíte, a cama ficou na parede oposta à janela e o layout se formou a partir disto. Projetei uma cabeceira de meia parede com duas prateleiras de apoio de cada lado, fiz uma unhatura para dar acabamento nesta cabeceira e não ficar totalmente liso. O piso e a marcenaria da cabeceira foram feitas em madeira Teca. Ao pé da cama, projetei um banco com assento ripado e pés com estrutura quadrada e, para a TV, um painel divisório com uma prateleira, ambos em Imbuia. O closet foi pensado para ser o mais funcional possível, com prateleiras para sapatos, cabideiros e gavetas, sem portas, e na parte da alvenaria, onde está o pilar, há um espelho. A madeira escolhida também foi Imbuia. No banheiro da suíte, a madeira utilizada foi a Cumaru, pela mesma questão dos outros banheiros do apartamento. Ela foi utilizada tanto no armário da bancada, como no piso da área seca e no piso da área molhada. Na área molhada, foram instaladas réguas de madeira em deck de 7cm com espaçamento de 1cm entre elas. Estas réguas estão instaladas a 5 cm do piso, para a água escoar. No tampo da bancada foi usado granito marrom absoluto, assim como no nicho do box. No revestimento das paredes do box, foi instalado pastilhas de vidro na cor Marfim, para dar contraste na cor escura da madeira e do granito.

70 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º


DETALHAMENTO HALL E VARANDA A B

F

F

G

D

DET01

E

E

C

D

A B

G

C

Imagem 172: planta baixa, escala 1:50

PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ | 71



DETALHAMENTO VARANDA E HALL

DET02

porta de correr em Cumaru

moldura em Tauari

shaft com portas em Cumaru

DET02

banco bandeirola

buffet em Ipê

cadeira Saquarema

mesa Pilao

Imagem 173/174: corte AA e BB, hall e varanda, escala 1:25 rodapé em Perobinha

rodapé em Jatobá

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 73



DETALHAMENTO VARANDA E HALL

corre

Imagem 175: corte CC, escala 1:25

armário para guardar utensílios de jardinagem com abertura fecho toque

Imagem 176: corte DD, escala 1:25

Imagem 177: corte EE, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 75



DETALHAMENTO HALL E VARANDA

portas com abertura fecho toque em Cumaru

Imagem 179: corte GG, escala 1:25

Imagem 178: corte FF, escala 1:25

180

4

13

11

29,5

1 3

bunha

Imagem 181: detalhe 2, trilho embutido, escala 1:5

2

29,5

2

1

batente

80

cava

Imagem 182/183: ampliação buffet, escala 1:20

Imagem 180: detalhe 1, cava porta de correr, escala 1:5

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 77


Imagem 184/185: Perspectivas Varanda

78 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ


DETALHAMENTO COZINHA, ESTAR E JANTAR

C D

E F

A

A

B

B

Imagem 186: planta baixa, escala 1:40

C D

3 1 3

2

ripas de 3cm e espaçamento de 1cm

2

2

fita de led

5

8

E F

1 4

Imagem 187: detalhe 1, iluminação, escala 1:5

Imagem 188: detalhe 2, cava porta, escala 1:5

Imagem 189: detalhe 3, painel ripado, escala 1:5

Imagem 190: detalhe 4, cava gavetões, escala 1:5

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 79



DETALHAMENTO COZINHA, ESTAR E JANTAR

DET03

DET01

DET02

corre

DET04 porta do Home em Tauari

lava louças

painel ripado e prateleiras em Tauari

rodapé em Perobinha

cadeira GB01

gavetões em Tauari

mesa de jantar em Imbuia

base de alvenaria revestida em granito poltrona MF5

mesa de centro em Imbuia

sofá MR7

mesa lateral Corten quadrada

armário em Formica TX branca

Imagem 191: corte AA, escala 1:25

Imagem 192: corte BB, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 81



DETALHAMENTO COZINHA, ESTAR E JANTAR cortineiro forro de madeira Jatobรก

TV 60"

Imagem 193: corte CC, escala 1:25

base de alvenaria revestida em granito cinza absoluto

Imagem 194: corte DD, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ | 83



DETALHAMENTO COZINHA, ESTAR E JANTAR

tampo em granito cinza absoluto

Imagem 195: corte EE, escala 1:25

Imagem 196: corte FF, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ | 85


70

tampo em vidro

48

70

2 2

140

tampo em vidro

110

Imagem 197/198/199: ampliação escala1:20 1:20 Imagem 188/189/190: ampliaçãomesa mesa de de centro, centro, escala

75

22

240

Imagem 200/201/202: ampliação mesa de jantar, escala 1:20

86 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º


Imagem 203/204: Perspectivas cozinha, estar e jantar

PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ | 87



DETALHAMENTO ADEGA

B

A

A

armรกrio com porta basculante em Cumaru

gavetas nicho para garrafas cave de vinhos

B

Imagem 205: planta baixa, escala 1:25 Imagem 206: corte AA, escala 1:25

Imagem 207: corte BB, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ | 89


Imagem 208: Perspectiva Adega

90 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ


DETALHAMENTO HOME THEATER B

8

DET01

4 2

2

testeira em Tauari projeção testeira pufe Nino

DET04

Imagem 212: detalhe 1, cava porta, escala 1:5 painel de couro colado no MDF

A

rebaixo no painel para encaixe TV

A

3 corre

DET02 rebaixo para encaixe TV sofá Sampa

DET03

B

Imagem 210: corte AA, escala 1:25

Imagem 209: planta baixa, escala 1:25

Imagem 213: detalhe 2, rebaixo TV, escala 1:5

3

5

DET06 fita de led

testeira para cobrir trilho

painel ripado em Cumaru 2

DET05

painel de couro

1

Imagem 214: detalhe 3, cava gavetões, escala 1:5

TV 55''

Imagem 215: detalhe 4, iluminação, escala 1:5

Imagem 216: detalhe 5, trilho embutido, escala 1:5

1 3

gavetões em Cumaru

Imagem 211: corte BB, escala 1:25

Imagem 217: detalhe 6, painel ripado, escala 1:5

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 91


Imagem 218: Perspectiva home theater

92 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ


DETALHAMENTO ÁREA DE SERVIÇO E DESPENSA A

B

B

Imagem 219: planta baixa, escala 1:25

A

prateleira em granito cinza absoluto

cabideiro

bancada e frontão em granito cinza absoluto

armário em Formica TX branco polar

Imagem 220: corte AA, escala 1:25

rodapé em Perobinha

armário alto em Formica TX branco polar

prateleiras em Formica TX branco polar

Imagem 221: corte BB, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 93



DETALHAMENTO LAVABOS

C

B

DET01

2

6

5

3 1

3

2 2

2

A

C

B

Imagem 222: planta baixa, escala 1:25

1 3

A

painel ripado

0,5 4

fita de led espelho

fita de led

Imagem 226: detalhe 1, iluminação atrás espelho, escala 1:5

Imagem 227: detalhe 2, iluminação e painel ripado, escala 1:5

DET02

espelho

bancada em Freijó

rodapé em Cumaru

ripado em Cumaru

bancada em granito marrom absoluto

Imagem 223: corte AA, escala 1:25

cuba esculpa em granito marrom absoluto

Imagem 224: corte BB, escala 1:25

Imagem 225: corte CC, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 95


Imagem 228: Perspectiva Lavabo escritรณrio

96 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ


DETALHAMENTO ESCRITÓRIO F

DE

C

A

A

B

B

Imagem 229: planta baixa, escala 1:25

C

F

3 2 2

4

2

4

4

4

fita de led

5

1 3

ripas de 3cm e espaçamento de 1cm

DE

2

Imagem 230: detalhe 1, painel ripado, escala 1:5

Imagem 231: detalhe 2, iluminação, escala 1:5

Imagem 232: detalhe 3, cava dupla, escala 1:5

Imagem 233: detalhe 4, cava simples, escala 1:5

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 97



DETALHAMENTO ESCRITÓRIO

rodapé em Perobinha

poltrona Diz

mesa lateral Janete

móvel em Tauari

poltrona Fulô escritório

escrivaninha em Tauari

pintura lousa Suvinil preta

Imagem 234: corte AA, escala 1:25

DET01

painel ripado em Tauari

cadeira Astania

TV 32"

Imagem 235: corte BB, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 99



DETALHAMENTO ESCRITÓRIO

DET02

DET03

móvel em Tauari

Imagem 236: corte CC, escala 1:25

porta em Tauari

Imagem 237: corte DD, escala 1:25

DET04

gaveta/mesa de trabalho em Tauari

mesa em Tauari

Imagem 238: corte EE, escala 1:25

Imagem 239: corte FF, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 101


Imagem 240/241: Perspectivas escritรณrio

102 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ


DETALHAMENTO SUÍTE

E C D

A

A

B

B

Imagem 242: planta baixa, escala 1:25

C D

E

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 103



DETALHAMENTO SUÍTE

prateleiras

cabideiro espelho

prateleira em Teca

armário em Imbuia

DET02

painel em Teca

DET01

gavetas

1,5

bunha

sapateira

11

criado em Teca

banco em Imbuia

Imagem 245: detalhe 1, bunha painel, escala 1:5

Imagem 243: corte AA, escala 1:25

4

2

2

Imagem 246: detalhe 2, cava gavetas, escala 1:5

painel para TV em Imbuia

prateleira para equipamentos

rodapé em Teca

Imagem 244: corte BB, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 105



DETALHAMENTO SUÍTE

cortineiro iluminado

espelho

rodapé em Teca

Imagem 247: corte CC, escala 1:25

Imagem 248: corte DD, escala 1:25

Imagem 249: corte EE, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 107


Imagem 250: Perspectiva suíte

108 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º


DETALHAMENTO BANHO C D

A

A

B

B

C D

Imagem 251: planta baixa, escala 1:25 pastilhas de vidro

rodapé em Cumaru

Imagem 252: corte AA, escala 1:25

espelho

armário em Cumaru

Imagem 253: corte BB, escala 1:25

bancada, frontão e rodapé em granito marrom absoluto

Imagem 254: corte CC, escala 1:25

Imagem 255: corte DD, escala 1:25

PROJETO DE INTERIORES - EDIFÍCIO 360º | 109


Imagem 256: Perspectiva banho

110 | PROJETO DE INTERIORES - EDIFร CIO 360ยบ


7 | CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo inicial do trabalho foi estudar o uso da madeira na arquitetura de interiores brasileira contemporânea e, para isto, foi preciso voltar no tempo e estudar como a madeira começou a ser utilizada pela humanidade de diversas formas, como combustível, aquecimento e abrigos, e, mais recentemente, como iluminação, mobiliários e revestimentos. Outras culturas usufruíram deste material, como a arquitetura japonesa que constrói templos gigantescos com estrutura de madeira ou a nórdica que utiliza a madeira para aquecer. Entrando no recorte geográfico escolhido, o Brasil, pude compreender que após a colonização focada na extração, o uso da madeira evoluiu para construções, meios de transportes, instrumentos musicais e mobiliários. Após essas pesquisas e levando em consideração as referências estudadas, ficou claro que a identidade da arquitetura brasileira na arquitetura e no design moderno, é intimamente relacionada com a madeira. No projeto, pude colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos em todo o trabalho, as características e fragilidades de cada espécie de madeira que existem no Brasil e a diferença de identidade que cada designer tinha para produzir os mobiliários. Compondo todos esses dados de forma harmoniosa no projeto, trabalhei com vários tons de madeira, mobiliários de arquitetos e designers de escolas diferentes e explorei diversas aplicações da madeira, desde o forro da área social até o deck do box.

CONSIDERAÇÕES FINAIS | 111


LISTA DE IMAGENS

Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

1: Ilustração da forma triangular da estrutura 2: Ilustração do conjunto de vigas e pilares 3: Todai-ji Temple 4: Interior de uma residência japonesa 5: Residência na Noruega 6: Apartamento Interiores 7: Residência Hélio Olga 8: Casa da Montanha 9: Casa São Lourenço da Serra 10: Portable Bar 11: Cadeira Thonet 12: Cama Patente 13: Mesa Circular 14: Poltrona Leve 15: Cadeira de Três Pés 16: Cadeira Preguiça 17: Poltrona MF5 18: Mesa de Ripas central 19: Cadeira GB01 20: Cadeira dos Arcos 21: Poltrona Diz 22: Mesa Janete 23: Cadeira Oscar Niemeyer 24: Banco Trama 25: Cadeira Astania 26: Cadeira Girafa 27: Cadeira Frei Egídio 28: Exemplos de instalação de tacos de madeira 29/30: Residência Fichman 31/32/33: House in Toin 34/35: Residência K 36/37: Beach Ave 38/39: Beach Ave 40/41/42: Residência CA 43/44/45: Capela Joá

112 | LISTA DE IMAGENS

8 9 10 10 10 12 14 14 14 15 15 16 16 17 17 17 18 18 19 19 20 20 20 20 20 21 21 27 31 32 33 33 34 35 36


Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

46/47/48: Residência Vila Nova 49/50/51: Restaurante Kotobuki 52/53: Residência FT 54: Residência do Flamengo 55/56: Residência do Flamengo 57: Cadeira Atibaia 58: Daybed Charlotte 59: Mesa de centro Vilanova 60: Sofá Sampa 61: Pufe Nino 62/63: Vila Taguaí 64/65: Apartamento Bossa Nova

37 38 39 39 40 41 41 41 42 42 42 43

Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

66: Apartamento Bossa Nova 67/68/69: Casa Rampa 70: Planta original 71: Estudo construir/demolir 72: Estudo layout 73: Planta baixa construir/demolir 74: Planta baixa layout com mobiliários 75: Acaçu 76: Amapá 77: Amesclão 78: Amoreira 79: Andiroba 80: Angelim Amargoso 81: Angelim Pedra 82: Angico Preto 83: Angico Vermelho 84: Araracanga 85: Bacuri 86: Bracatinga 87: Cabreúva vermelha 88: Cajuaçu 89: Castanheira 90: Cedrinho 91: Cedrorana 92: Cerejeira

44 44 46 47 47 51 53 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 55

LISTA DE IMAGENS | 113


Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

93: Cinamomo 94: Copaíba 95: Curupixá 96: Eucalipto grandis 97: Fava orelha de negro 98: Faveira 99: Garapa 100: Goiabão 101: Grevília 102: Grarucaia 103: Itaúba 104: Jacarandá

55 55 55 55 55 55 55 55 55 55 56 56

Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

105: 106: 107: 108: 109: 110: 111: 112: 113: 114: 115: 116: 117: 118: 119: 120: 121: 122: 123: 124: 125: 126: 127: 128: 129:

56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56

Jacareúba Jarana Louro Faia Euplassa Louro Faia Roupala Louro Pardo Louro Vermelho Macacaúba Maçaranduba Mandioqueira Marupá Melancieira Mogno Muiracatiara Muirapiranga Oiticica Amarelo Parapará Pau Amarelo Pau Ferro Pau Marfim Peroba Rosa Pinho do Paraná Pinus Eliote Quaruba Roxinho Sapucaia

114 | LISTA DE IMAGENS


Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

130: 131: 132: 133: 134: 135: 136: 137: 138: 139: 140: 141:

Sucupira Tamboril Tanibuca Tatajuba Taxi Cabreúva Parda Cedro Cumaru Eucalipto Citriodora Freijó Imbuia Ipê Escuro

56 57 57 57 57 57 57 57 57 57 58 58

Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

142: 143: 144: 145: 146: 147: 148: 149: 150: 151: 152: 153: 154: 155: 156: 157: 158: 159: 160: 161: 162: 163: 164: 165: 166:

Jatobá Perobinha Tauari Teca Planta baixa acabamentos Planta baixa marcenaria Planta baixa paginação Planta baixa forro Detalhe 1, cortineiro Detalhe 2, sanca Detalhe 3, cortineiro iluminado Detalhe 4, sanca dupla Detalhe 5, bite iluminação Detalhe 6, ducha embutida Detalhe 7, sanca rebaixada Detalhe 8, cortineiro iluminado Detalhe 9, cortineiro Luminária Flat Luminária Bossa Luminária Twiggy Luminária Beat tall Luminária Beat fat Abajur Baju Embutido mini frame Embutido Arqline

58 58 58 58 59 61 63 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 66 66 66 66 66 66 66 66

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167: 168: 169: 170: 171: 172: 173: 174: 175: 176: 177: 178:

Embutido Led bath Embutido Focus Luminária Linea mini frame Luminária Essence Retangular Planta baixa iluminação Planta baixa Varanda e Hall Corte AA Corte BB Corte CC Corte DD Corte EE Corte FF

Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

179: Corte GG 180: Detalhe 1, cava porta 181: Detalhe 2, trilho embutido 182/183: Ampliação buffet 184/185: Perspectivas Varanda 186: Planta baixa Cozinha, Estar e Jantar 187: Detalhe 1, iluminação 188: Detalhe 2, cava porta 189: Detalhe 3, painel ripado 190: Detalhe 4, cava gavetões 191: Corte AA 192: Corte BB 193: Corte CC 194: Corte DD 195: Corte EE 196: Corte FF 197/198/199: Ampliação mesa de centro 200/201/202: Ampliação mesa de jantar 203/204: Perspectivas Cozinha, Jantar e Estar 205: Planta baixa Adega 206: Corte AA 207: Corte BB 208: Perspectiva Adega 209: Planta baixa Home Theater 210: Corte AA

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66 66 66 66 67 71 73 73 75 75 75 77 77 77 77 77 78 79 79 79 79 79 81 81 83 83 85 85 86 86 87 89 89 89 90 91 91


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211: 212: 213: 214: 215: 216: 217: 218: 219: 220: 221: 222:

Corte BB Detalhe 1, cava porta Detalhe 2, rebaixo TV Detalhe 3, cava gavetões Detalhe 4, iluminação Detalhe 5, trilho embutido Detalhe 6, painel ripado Perspectiva Home Theater Planta baixa Área de serviço e Despensa Corte AA Corte BB Planta baixa Lavabos

Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

223: Corte AA 224: Corte BB 225: Corte CC 226: Detalhe 1, iluminação atrás espelho 227: Detalhe 2, iluminação e painel ripado 228: Perspectiva Lavabo escritório 229: Planta baixa Escritório 230: Detalhe 1, painel ripado 231: Detalhe 2, iluminação 232: Detalhe 3, cava dupla 233: Detalhe 4, cava simples 234: Corte AA 235: Corte BB 236: Corte CC 237: Corte DD 238: Corte EE 239: Corte FF 240/241: Perspectivas Escritório 242: Planta baixa Suíte 243: Corte AA 244: Corte BB 245: Detalhe 1, bunha painel 246: Detalhe 2: cava gavetas 247: Corte CC 248: Corte DD

91 91 91 91 91 91 91 92 93 93 93 95 95 95 95 95 95 96 97 97 97 97 97 99 99 101 101 101 101 102 103 105 105 105 105 107 107 LISTA DE IMAGENS | 117


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249: 250: 251: 252: 253: 254: 255: 256:

Corte EE Perspectiva Suite Planta baixa Banho Corte AA Corte BB Corte CC Corte DD Perspectiva Banho

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