TUPAROQUERA: Reconexão do Largo da Piraporinha I Ana Cláudia Souza

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC CAMPUS SANTO AMARO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ARQUITETURA E URBANISMO

TUPAROQUERA:

RECONEXÃO DO LARGO DA PIRAPORINHA

POR ANA CLÁUDIA SOUZA DO NASCIMENTO ORIENTADOR PROF. DR. FABIO ROBBA

SÃO PAULO, BRASIL DEZEMBRO, 2019



AGRADECIMENTOS: Agradeço a Deus pelo dom da minha vida e pela oportunidade de estar encerrando mais um ciclo. Aos meus pais Simone e Ricardo por todo amor, dedicação, consolo e investimentos até aqui. Ao meu Padrasto Vando que sempre esteve disponível nestes cinco anos para me buscar na universidade nos dias em que chegaria tarde da noite em casa. A minha irmã Juliana por ser meu porto seguro nos momentos de fraqueza e por todo amor. Aos meus familiares que sempre me incentivaram. Aos colegas que se foram, em especial aos que permanceram, e estiveram comigo nesta reta final Emelly e Guilherme. Agradeço aos meus colegas de estágio da Subprefeitura do Butantã por todos os aprendizados e carinho prestados a mim. A todo corpo docente do Senac que esteve em algum momento destes cinco anos, em especial ao meu orientador Fabio Robba por todos os ensinamentos, conselhos, dedicação e cinderela baiana. As minhas colegas do grupo de orientação por toda troca e companheirismo. E por fim dedico este trabalho ao Largo da Piraporinha, local onde cresci, me descobri e permaneço conectada para sempre.


RESUMO:

Este trabalho visa promover a reconexão do Largo da Piraporinha, por meio da requalificação dos espaços livres de edificação, tendo como partido a priorização do pedestre e utilizando métodos para incentivar o crescimento e fortalecimento do seu entorno, com a inserção de habitação de interesse social, comércios e serviços no térreo, e áreas que propiciem o lazer urbano. palavras-chave: espaço livre de edificação, espaço livre público, requalificação, rua compartilhada.


ABSTRACT:

This work aims to promote the reconnection of Largo da Piraporinha, through the requalification of the free spaces of building, having as a starting point the prioritization of the pedestrian and using methods to encourage the growth and strengthening of its surroundings, with the inclusion of housing of social interest, shops and services on the ground floor, and areas that provide urban leisure. keywords: building free space, public free space, requalification, shared street.


SUMÁRIO

I.

APRESENTAÇÃO 01. Introdução 02. Objetivos 03. Justificativa 04. Método

II.

REFERENCIAL TEÓRICO

III.

MÉTODO E ESTUDOS SIMILARES

IV.

O BAIRRO

05. Espaços Livres de Edificação 06. Centro de Bairro 07. Área de Preservação Permanente

08. Mosaico Espaços Livres de Edificação 09. Centro da Cidade de Haia 10. Rua Sete de Abril 11. Espaço Público Porto Darling 12. Residencial Parque Novo Santo Amaro

13. História 14. Transformações Urbanísticas 15. Avenida Luis Gushiken

13 14 14 14

18 20 23

26 28 30 32 34

38 42 48


V.

VI.

LEVANTAMENTO 16. Perímetro 17. Hidrografia 18. Topografia 19. Legislação Urbana 20. Faixa Não Edificável

RECONEXÃO DO LARGO DA PIRAPORINHA 21. Diretrizes 22. Plano de Premissas 23. Proposta Geral 24. Largo da Pira 25. Praça Bairro 26. Parque Linear 27. Considerações Finais

VII.

52 58 59 60 63

66 68 70 74 78 82 88

BIBLIOGRAFIAS E IMAGENS 28. Imagens 29. Livros e Sites

92 94



PARTE I

INTRODUÇÃO


Figura 1 I Vista para Est. do M’ Boi Mirim.

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01 INTRODUÇÃO Porque os espaços livres de edificação são importantes para qualidade de vida dos moradores da cidade? São áreas que não são cobertas por edificação, fazem parte do nosso cotidiano e da nossa vida na cidade. Seja no caminhar na calçada, na rua, ou no estar na praça do bairro, no parque entre tantos outros espaços. Espaços esses que muitas vezes são decorrentes das transformações urbanas da cidade, sejam das sobras do viário ou de lotes, que sem planejamentos resultam em abandono, mal uso e esquecimento por parte do população. Sem contar nas áreas de proteção ambiental que em consequência da falta de moradia para população de baixa renda, acabam sofrendo com invasões e diminuem ainda mais os espaços livres de edificação nos bairros. Buscando achar resposta para todos estes questionamentos, este projeto tem como objetivo requalificar estes espaços livres de edificação, afim de propiciar qualidade de vida para os moradores e para o bairro em geral.

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02 OBJETIVOS Entender as transformações urbanísticas, quais os usos dos espaços livres de edificação e sua relação com o pedestre, as dinâmicas do centro do bairro da Piraporinha, para então propor requalificação dos espaços livres. • • • • • • •

Priorização do pedestre; Reestruturação do comércio de rua; Remoção e reassentamento da favela; Tratamento do córrego e implantação de parque linear; Reconexão dos espaços livres com os equipamentos culturais e entorno; Trazer qualidade de vida para a população; Criar espaços para realização de atividades físicas e de lazer.

03 JUSTIFICATIVA O perímetro escolhido para estudo é o centro do bairro da Piraporinha, onde se concentra a maioria dos comércios, serviços, equipamentos culturais (casa de cultural e igreja), local de permanência, encontros e de eventos da região. Faz frente para Avenida M’ Boi Mirim, importante ligação centro-bairro para os moradores do extremo sul. A região já passou e vem passando por diversas transformações urbanísticas, porém priorizando sempre o automóvel, e para este estudo terei como premissa a priorização dos espaços livres de edificação e do pedestre.

04 MÉTODO Com base na pesquisa de fundamentação teórica dos espaços livres de edificação da autora Miranda Magnoli, foi desenvolvido um mosaico dos espaços livres de edificação, para entender a relação dos espaços edificados x espaços livres de edificação público e privado, levantamento da legislação vigente, que incentiva potencializar e interagir os edifícios com os espaços livres públicos, além de pesquisas de campo para compreender a dinâmica da área e estudos de casos de áreas já requalificadas como referência.

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Figura 2 I Espaço Público Livre de Edificação, Av. Inácio Dias da Silva.

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PARTE II

REFERENCIAL TEÓRICO


05 ESPAÇOS LIVRES DE EDIFICAÇÃO O termo “Espaço livre de edificação” segundo Miranda Magnoli, foi abordado na década de 1970, como todo espaço nas áreas urbanas e em seu entorno que não está coberto por edificação (espaço-solo, espaço-água, espaço-luz) um elemento integrador de convívio. O movimento, diálogo constante da fusão espaçotempo, ilumina vitalidades: tudo é pleno, não há o vazio; o espaço vazio é pleno de vida: neste, o coletivo, em suas muitas diferenças, coopera, convive, conflita, tolera-se. Além, o vazio não é imaterial e desprovido de significação. Prenhe de significado e valor, neste vazio o coletivo humano é posto perante a relação interpessoal na diferença de cada um e de cada um dos grupos, na diferença da variedade de espaços. Experiência histórica múltipla, de rica pluralidade de manifestações: algumas similares, outras contrastantes, ainda algumas outras convergentes e inúmeras, contraditórias. (MAGNOLI, 2006).

Local de permanência, circulação, lazer, recreação, contemplação, preservação e conservação. Dentre estas opções existem os espaços livres públicos que possuem restrições de funcionamento e usos, porém continuam sendo de livre acesso a todos. No plural, o termo “espaços públicos” compreende os lugares urbanos que, em conjunto com infraestruturas e equipamentos coletivos, dão suporte à vida em comum: ruas, avenidas, praças, parques. Nessa acepção, são bens públicos, carregados de significados, palco de disputas e conflitos, mas também de festas e celebrações. (CASTRO, 2013)

Os espaços públicos fazem parte do nosso cotidiano e são essenciais para o nosso viver com a cidade, seja no parque, na praça, ou nas ruas que nos articulam e nos fazem conhecer e observar, tendo como maior característica, conectar lugares e todo o tipo de pessoa, a qualquer momento, é o local mais democrático da cidade e é um direito garantido a todos. Em resultado do crescimento da cidade e de suas transformações muitos espaços públicos existentes tornamse residuos esquecidos ou monofuncionais, são caóticos, barulhentos em certos períodos do dia, mas quando tudo ao seu redor se fecha, voltam a serem solitários perigosos e geram insegurança. A falta de controle e cuidado com estes espaços acumula uma grande quantidade de problemas e quando recebem o tratamento adequado se tornam lugares positivos, que atraem pessoas, recursos e apropriação.

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Figura 3 I Comércio de rua, na Av. Inácio Dias da Silva.

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06 CENTRO DE BAIRRO Bairro unidade territorial, uma escala intermediária entre rua e cidade, com formas e tamanhos definidos, essencial para existência da realidade urbana. BAIRRO – Cada uma das zonas principais em que se divide uma cidade, ou uma porção de território nas proximidades de um núcleo urbano.”CORONA & LEMOS, [...]. Dicionário da arquitetura brasileira. São Paulo:Edart, 1972.

Com identidade própria, o bairro, em especial o centro do bairro é caracterizado por ser um local que se encontra tudo e todos. É a barraca de frutas, o açougue, a farmácia, a padaria, a banca de jornal do mesmo dono a mais de décadas, as procissões e festas da igreja, é local de história e acolhimento. O bairro é a extensão do nosso quintal, é vida cotidiana, não tem como excluir ou apagar, é uma parcela importante da cidade.

O bairro torna-se, pois, um momento, um setor da forma da cidade,intimamente ligado à sua evolução e à sua natureza, constituído por partes e à sua imagem. Para a morfologia social, o bairro é uma unidade morfológica estrutural; é caracterizado por uma certa paisagem urbana, por um certo conteúdo social e por uma função; portanto, uma mudança num desses elementos é suficiente para alterar o limite do bairro. (ROSSI, 1995)

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Figura 4 I Comércio de rua, na Av. Inácio Dias da Silva.

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Figura 5 I Cรณrrego sem tratamento.

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07 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO

PERMANENTE

São áreas protegidas nos termos da lei, cobertas ou não por vegetação nativa, que tem como função preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. São adotadas medidas de proteção para conservar e proteger o solo e a água, nessas áreas com diversas fragilidades ambientais, indicando medidas mínimas a serem seguidas para ocupação no entorno destes locais. Com ausência de possibilidades de moradias para população de baixa renda, muitas áreas de preservação sofrem com invasões e irregularidades, que acabam degradando e desmatando, gerando problemas que se tornaram comuns ao nosso cotidiano. Dessa forma os limites das APP’S as margens do curso d’água variam entre 30m a 500m, dependendo da largura de cada um.

Figura 6 I Croqui parque linear.

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PARTE III

MÉTODO E ESTUDOS SIMILARES


08 MOSAICO ESPAÇOS LIVRES DE

EDIFICAÇÃO

Com base nos estudos de Miranda Magnoli dos espaços livres de edificação, foi escolhido como principal método de trabalho, identificar estes espaços, porém utilizando um perímetro maior que o de intenção, para compreender a relação e a dinâmica do bairro com seu entorno. Através do levantamento foi possível identificar que se trata de uma região muito adensada, e com forte presença de ocupações irregulares em estado de vulnerabilidade social e ambiental alta, resultando assim em poucos espaços livres de edificação público e privado. Os locais que apresentam melhores estruturas de espaços livres de edificação são os condomínios e as áreas institucionais. O Parque Guarapiranga é o único lazer ativo e com vegetação em abundância no entorno do bairro.

Figura 7 I Mosaico espaços livres de edificação.

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09 CENTRO DA CIDADE DE HAIA

Localização: Haia, Holanda Muitas cidades europeias vêm passando por diversas transformações ao longo dos anos, e com o Centro da cidade de Haia não foi diferente, uma área predominantemente industrial, que carece de qualidade de vida.

Projeto: A área do projeto de intervenção abrange todo entorno da histórica estação central de Haia, e o projeto busca reintegrar ela a o novo contexto pretendido. A principal premissa do projeto encontrase no domínio público, com percursos caminháveis e ciclovias que estarão interligado ao novo conceito da política de mobilidade pública da cidade.

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Arquitetos: KCAP O Projeto Urbano da Cidade de Haia tem semelhanças com as problemáticas encontradas no bairro da Piraporinha, carece de qualidade de vida, e possui também o incentivo público para que a área passe por transformações urbanas.

• • • • • • •

Impulsionar o crescimento; Renovar a antiga área industrial; Reintegrar ao novo contexto do bairro; Priorizar o pedestre e ciclista; Edificios de uso misto; Domínio Públio com percusos caminháveis; Reconectar espaços.

Figura 8 I Implantação. Figura 9 I Projeto do Centro da Cidade de Haia.

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10 RUA SETE DE ABRIL

Localização: São Paulo, Brasil A Rua Sete de Abril é uma rua muito movimentada, com irregularidades do piso e infraestrutura, somadas a largura ilimitada da calçada, torna a experiência pouco agradável para o pedestre.

Projeto: Com forte presença do uso comercial nos térreos, as vitrines criam uma sensação de segurança, porém a falta de mobiliário e arborização contribuem para impressão de calçada de passagem. Com toda análise feita, a Rua Sete de Abril, adequasse para a implantação de rua compartilhada, eliminando a divisão entre calçadas e leito carroçável, utilizando elementos de piso, faixas compartilhadas, faixa exclusivas de pedestre, faixa de mobiliário urbano, piso tátil e linha de captação de águas.

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Responsável: Prefeitura de São Paulo O Projeto da Rua Sete de Abril é um exemplo claro do tipo de tratamento que deviamos dar as calçadas da cidade, propiciando assim um andar confortavél ao pedestre. Semelhança clara com o projeto em estudo pois trabalha com as mesmas problemáticas e tem uma proposição clara e acertiva.

• • • • • •

Priorizar o pedestre; Integrar fachadas dos comércios; Equipamentos urbanos; Acessibilidade; Faixas compartilhadas; Arborização.

Figura 10 I Projeto rua Sete de Abril.

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11 ESPAÇO PÚBLICO PORTO DARLING

Localização: Sydney, Austrália A transformação do Porto Darling, foi uma iniciativa de renovação urbana, com objetivo de reconfigurar um bairro central e crítico.

Projeto: O Projeto do Porto Darling, conecta a cidade e oferece novos destinos para as pessoas se reunirem, relaxarem se divertirem, conta com espaços abertos, elementos aquáticos, obras de arte públicas, praça e espaço para eventos. Se tornou o espaço mais atraente tanto para os moradores da região quanto para os turistas, gerando benefícios sociais, econômicos e ambientais.

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Arquitetos: HASSEL O Projeto do Porto de Darling tem uma escala maior, porém trabalha com elementos e formas autênticas e que cativam o público.

• • • • • •

Priorizar o pedestre, ciclista e transporte público; Acessibilidade; Conexão espaços públicos e privados; Áreas de lazer; Equipamentos urbanos; Benefícios sociais, econômicos e ambientais.

Figura 11 I Implantação. Figura 12 I Porto Darling.

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12 RESIDENCIAL PQ. NOVO STO.

AMARO

Localização: São Paulo, Brasil O Parque Novo Santo Amaro está em uma região de fundo de vale com curso d’água central e encostas laterais de grande declividade, ocupado por construções precárias.

Projeto: A premissa do projeto foi criar um eixo central verde ao longo do curso d’água, para resgatar a condição original da área, além do objetivo de buscar soluções para que as nascentes de água limpa do vale, ganhasse importância como elemento paisagístico. Conta também com equipamentos de lazer, e se aproveitou da declividade para criar anfiteatros abertos, playgrounds e pista de skate. Todas as pessoas foram realocadas nas unidades habitacionais do projeto.

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Arquitetos: VIGLIECCA & ASSOC O Residencial Parque Novo Santo Amaro está localizado na mesma região do trabalho em questão, e tem características semelhantes.

• • • •

Remoção e reassentamento da favela; Tratamento do córrego e implantação de parque linear; Qualidade de vida para a população; Espaços para realização de atividades físicas e de lazer.

Figura 13 I Implantação . Figura 14 I Corte.

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PARTE IV O BAIRRO


13 HISTÓRIA O bairro da Piraporinha está localizado na zona sul de São Paulo, pertence ao distrito do Jardim São Luís e a subprefeitura do M’Boi Mirim. Surgiu de uma grande fazenda que era conhecida como Tuparoquera, que pertencia ao Sr. Daniel Klein (membro da Colônia alemã). A região servia como passagem para as pessoas que iam em direção a Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra, e se tornou ponto de parada obrigatória para os viajantes. Em meados do século XX, a Família Klein doou uma parcela pequena de sua área que fazia frente para Avenida M’Boi Mirim e o córrego Ponte Baixa para construção da primeira Capela de Tuparoquera, uma homenagem aos romeiros de Pirapora, daí surgiu a Paróquia Bom Jesus de Piraporinha (no terreno atualmente se encontra um edifício comercial) e devido as transformações do bairro, a igreja mudou-se para um terreno atrás, que através de relatos, local onde foi instalada a primeira capela. Atualmente a igreja tornou-se um Santuário Senhor Bom Jesus de Piraporinha e foi referência na formação do bairro. O processo de ocupação começou na década de 1950, com desmembramento dos antigos sítios em lotes, formando as primeiras vilas por operários migrantes que vinham das regiões Sudeste e Nordeste atraídos pela oferta de trabalho da recém instalação do polo industrial na região de Santo Amaro e Jurubatuba. Em 1960 o processo de ocupação acelerou, e o crescimento desordenado aumentou, levando muitas famílias a ocuparem áreas de mananciais ou irregulares. A partir dos anos 1970, o comércio ganhou força, com várias opções de estabelecimentos de pequeno e médio porte.

Figura 15 I Mapa da região metropolitana de São Paulo.

A região é bem servida com linhas de ônibus para as regiões de Santo Amaro e Centro. Está próxima a Represa do Guarapiranga, Centro Empresarial de São Paulo, linha 5 lilás do metrô, com o trem da linha 9 esmeralda da CPTM e á grandes avenidas.

Figura 16 I Mapa de inserção urbana.

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AV. LUIS GUSHIKEN

EST. M' BOI MIRIM

AV. INÁCIO DIAS DA SILVA



Figura 17 I Vista para Av. Luis Gushiken e Santuรกrio Senhor Bom Jesus de Piraporinha.


14 TRANSFORMAÇÕES URBANÍSTICAS A região do bairro da Piraporinha passou e continua passando por diversas transformações em sua paisagem. O processo de crescimento urbano desta região foi impulsionado por formas de parcelamento do solo não planejadas e descontínuas, agravado pelas características topográficas do sítio (várzeas e colinas). A demanda por novas moradias foi o grande motivador desta ocupação que, na falta de uma política pública voltada para a realidade socioeconômica que qualificava tal demanda, foi resolvida através de ocupações irregulares que utilizavam o processo de autoconstrução, gerando moradias subnormais em ocupações. Lembro, aproveitando que mencionei a Avenida Inácio Dias da Silva, a quão fétida era, com um enorme córrego em seu centro, que parecia um mar agitado nos dias em que chovia. (TARCISIO, 2014)

2003 - Avenida Inácio Dias da Silva, passou por obras de canalização de uma parte do trecho do córrego ponte baixa, tamponando e solucionado os problemas de enchente, porém por outro lado abriu portas para ocupação do perímetro tamponado, como estacionamento de caminhões e carros.

2003 - Foi implantando o corredor de ônibus Jardim Ângela – Santo Amaro, contribuindo para o tráfego da região. Como por exemplo, de 2003 para cá temos o corredor de ônibus Jardim Ângela - Santo Amaro, que aliviou um pouco o tráfego na região. Lembro de que em meados de 1995, 1998..., logo pela manhã, não era nada diferente, ônibus lotadérrimos e trafegando junto aos coletivos. Hoje, mesmo com os corredores, a situação é caótica, pelo pequeno número de coletivos. (TARCISIO, 2014)

Através do corredor M’Boi Mirim, são transportados cerca de 450 mil passageiros por dia e, nos horários de pico, em torno de 25 mil passageiros no sentido de maior demanda. Circulam cerca de 300 ônibus por hora com destino a região central de Santo Amaro, onde acontecem outras conexões com outros modais de transporte para outros destinos da cidade. • 2010Implantação de faixa reversível exclusiva para ônibus nos horários de pico. •

2013 – Devido as obras de canalização do córrego ponte baixa e da implantação da Avenida Luís Gushiken, a Paroquia Bom Jesus de Piraporinha mudou-se para o terreno atrás.

2013 – Comércios, serviços e habitações irregulares foram removidas para implantação da Avenida nova.

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Figura 18 I Meu bastimo em 1999 na frente da Parรณquia Bom Jesus de Piraporinha.

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2004 • •

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Paróquia Bom Jesus de Piraporinha no primeiro terreno; Córrego na Av. Inácio Dias da Silva sem tratamento e destampado.

Figura 19 I Foto área 2004


AV; LUIS GUSHIKEN

2017 • • •

Santuário Senhor Bom Jesus de Piraporinha no terreno atual em virtude da construção da Av. Luis Gushiken; Córrego na Av.. Inácio Dias da Silva canalizado e tamponado; Av. Luis Gushiken em funcionamento.

Figura 20 I Foto área 2017

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Figura 21I Vista para Av. Luis Gushiken, Santuรกrio e terreno onde ficava antiga parรณquia.


15 AVENIDA LUIS GUSHIKEN Ponte Baixa é um córrego que corta a região da M'Boi Mirim Zona Sul de São Paulo, e desemboca no canal Guarapiranga, que liga a represa do Guarapiranga ao rio Pinheiros, com aproximadamente 6,7 km de extensão. Grande parte dessa área foi ocupada irregularmente por famílias que viviam em situações de risco, principalmente nas margens do córrego onde sofriam com problemas de esgoto, poluição, contaminação de doenças, assoreamento e transbordamento nas épocas de chuvas. No intuito de resolver os problemas das famílias que moravam no entorno do córrego e desafogar o tráfego da estrada do M'Boi Mirim, visando melhorar a mobilidade da região, a prefeitura do município de São Paulo lançou o projeto de uma nova avenida nas proximidades, chamada Luiz Gushiken. A avenida foi construída nas margens do córrego Ponte Baixa, no trecho em que segue paralelo à estrada do M'Boi Mirim, totalizando cerca de 3 km de extensão. A obra inclui a canalização do córrego Ponte Baixa, desde o rio Guarapiranga até a estrada do M'Boi Mirim no ponto em que se cruzam. Ele foi ampliado com trechos em canal aberto e outros em galerias retangulares fechadas, isto significa um aumento de vazão de quatro vezes à capacidade anterior, conseguindo resolver o problema de captação das águas da chuva, que antes se transformavam em grandes enchentes. As obras de canalização iniciaram em fevereiro de 2013 e já minimizam o impacto de chuvas na região. As famílias que viviam irregularmente nas margens do córrego estão sendo reassentadas ou tendo suas moradias readequadas. O córrego Jardim Letícia, afluente da margem esquerda do córrego Ponte Baixa, também foi canalizado em uma extensão de 900 metros. Ao longo da canalização foi implantado um parque linear para conservação das margens e recuperação da área de preservação permanente do córrego. A População do Município de São Paulo, especialmente da região do Distrito de Jardim São Luís, vem há tempos reivindicando à Prefeitura soluções aos problemas de inundações no Córrego Ponte Baixa e seus afluentes e congestionamentos intensos e frequentes na região.

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Figura 22 I Vista para Av. Luis Gushiken.

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PARTE V

LEVANTAMENTO


16 PERÍMETRO O perímetro escolhido para desenvolver o estudo, é o centro do bairro da Piraporinha inserido na envoltória da Avenida Inácio Dias da Silva, conta com comércios e serviços, equipamentos culturais e institucionais (Casa de Cultura M’ Boi Mirim e Santuário Senhor Bom Jesus de Piraporinha) e a favela Jardim Universal I. É uma área adensada com construções de até três pavimentos com predominância de uso residencial porém próximo as vias principais, possui uma grande variedade de comércios e servicos. A favela Jardim Universal I está localizada na Avenida Manuel de Siqueira, em área pública desde 1969. Ocupa uma área de 13.731m² com 255 domicílios, segundo levantamento do GeoSampa. Está em área de proteção permanente e em situação de vulnerabilidade ambiental e social altas (IPVS 6 – aglomerados subnormais), devido sua implantação sobre córrego, e classificada no zoneamento como ZEIS-1. A área recebe diariamente um grande número de pessoas por fazer frente com a Estrada do M' Boi Mirim, importante ligação centro-bairro e por ter uma parada de ônibus em frente ao Largo, além de toda a infraestrutura de comércios e serviços, tornando assim um passagem cotidiana aos moradores do bairro. Após levantamentos e pesquisas de campo, algumas questões foram levantadas: 1. Comércio de rua desordenado;. 2. Priorização do automóvel; 3. Favela sobre córrego; 4. Esgoto irregular e córrego sem tratamento; 5. Falta de segurança e acessibilidade nas calçadas; 6. Falta de integração entre equipamentos e entorno; 7. Ausência de espaços livres urbanos e de lazer. Figura 23 I Mosaico espaços livres de edificação ampliado.

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Figura 24 I Vista para o ponto de ônibus central na Est. do M' Boi Mirim.

Figura 25 I Vista para praça na Av. Inácio Dias da Silva.

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Figura 26 I Vista para Casa de Cultural M' Boi Mirim.

Figura 27 I Vista do calรงadรฃo central da Av. Inรกcio Dias da Silva.

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Figura 28 I Vista para o sacolĂŁo da Prefeitura da Piraporinha.

Figura 29 I Vista para a favela Jd, Universal I.

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Figura 30 I Vista para casas invandindo a calรงada na Av. Inรกcio Dias da Silva.

Figura 31 I Vista para cรณrrego na Av. Inรกcio Dias da Silva.

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17 HIDROGRAFIA A hidrografia é uma questão fundamental, pois dois trechos do córrego Ponte Baixa estão inseridos no perímetro em estudo. O córrego Ponte Baixa corta a região do M’Boi Mirim e desemboca no canal Guarapiranga. O primeiro trecho do córrego está inserido na Avenida Inácio Dias da Silva, e em 2003 passou por obras de canalização e foi tamponado. O segundo trecho está inserido na Avenida Manuel de Siqueira, não é canalizado e nem possui tratamento de esgoto.

Figura 32 I Mapa de hidrografia.

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18 TOPOGRAFIA A topografia do entorno da Piraporinha é variável, próxima a Avenida M’ Boi Mirim se mantém plana e conforme vai adentrando nos bairros se torna mais acentuada. No perímetro de estudo a variação de cotas é baixa, facilitando e dando oportunidades de intervenções mais equilibradas.

Figura 33 I Mapa de topografia.

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19 LEGISLAÇÃO URBANA Com base nas diretrizes do Plano Diretor Estratégico de São Paulo e da lei de zoneamento, a área de estudo recebe incentivo do poder público para seu desenvolvimento e crescimento. O bairro da Piraporinha está inserido na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana e na Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana. •A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana mostra grande diversidade de padrões de uso e ocupação do solo, desigualdade socioespacial e diferentes padrões de urbanização e se subdivide em quatro Macroáreas para dirigir as aplicações corretas dos instrumentos urbanísticos. •A Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana, localizada na periferia do território tem como característica índices elevados de vulnerabilidade social, baixos índices de desenvolvimento urbano e é ocupada por população predominantemente de baixa renda em assentamentos precários e irregulares. I – fortalecer as capacidades de proteção social a partir de melhorias nas condições de vida, de convivência e de acesso às políticas públicas; II – incentivar usos não residenciais nos Eixos de Estruturação da Transformação Urbana e centralidades de bairro, para gerar empregos e reduzir a distância entre moradia e trabalho; III – incentivar a consolidação das centralidades de bairro existentes, melhorando a oferta dando prioridade à implantação de serviços, comércios e equipamentos comunitários, mediante participação da população local nas decisões; IV – promover a urbanização e regularização fundiária dos assentamentos urbanos precários, dotando-os de serviços, equipamentos e infraestrutura urbana completa e garantindo a segurança na posse e a recuperação da qualidade urbana e ambiental; V – Promover a construção de Habitação de Interesse Social; Figura 34 I Mapa de zoneamento.

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O Zoneamento do perímetro de estudo está classificado como Zona Eixo de Estruturação e Transformação Urbana e Zona de Interesse Social 1. Zona Eixo de Estruturação e Transformação Urbana:

Zona de Interesse Social 1:

•Potencializar o aproveitamento do solo próximos às estações de trem, metrô e corredores de ônibus. •Diminuir o tempo e distância dos deslocamentos, e permitir que mais pessoas morem e trabalhem nesses locais. •Garantir interação entre os edifícios e os espaços públicos (alto coeficiente de aproveitamento, fachadas ativas, fruição pública e calçadas mais largas). •Incentivo à instalação de estabelecimentos de ensino, hospitais e hotéis na ZEU.

•Áreas caracterizadas pela presença de favelas e loteamentos irregulares, habitadas predominantemente por população de baixa renda. •Estimular a produção de habitação de interesse social (HIS). •Promover regularização fundi-ária dos assentamentos precários. •Promover uma cidade mais diversa, facilitar a vida dos moradores e gerar mais renda na região

Figura 35 I Diretrizes ZEU.

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com implantação das ZC-ZEIS e ZMIS.


20 FAIXA NÃO EDIFICÁVEL

O perímetro de estudo possui duas faixas não edificáveis, que existem para preservação do curso d’água e da natureza do seu entorno. A Faixa não edificável será respeitada e mantida, por entender que ela é de suma importância para a preservação do meio ambiente. Atualmente onde hoje está inserida a Favela Jardim Universal I a faixa não edificável tem suas dimensões totais em 30 metros.

Figura 36 I Faixa não edificável.

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PARTE VI

RECONEXÃO DO LARGO DA PIRAPORINHA


21 DIRETRIZES Após todos os levantamentos, foram possíveis identificar quais as reais necessidades do Bairro da Piraporinha, e quais caminhos seguir para se chegar a um projeto viável que atenda todas as necessidades e contribua no dia a dia dos moradores. Com isso, foram estabelecidos um tripé com as principais demandas que o projeto deverá atender: •

Reconectar o centro do bairro com a Igreja que devido as transformações foi separada pela Avenida Luis Gushiken.

Incorporar o pedestre como escala principal, afim de proporcionar mais segurança no seu caminhar.

Criar espaços livres afim de promover lazer e qualidade, e reinserir a área de A.P.P como elemento importante de preservação.

Para que o projeto consiga atingir essas demandas, foram traçadas diretrizes específicas: 1. Realocar moradores que se encontram em situação de vulnerabilidade social e ambiental;. 2. Realocar comércios e serviços para conectar e criar novos espaços; 3. Criar um parque linear afim de proteger o curso d'água e dar mais qualidade de vida aos moradores; 4. Criar espaços livres urbanos e de lazer.; 5. Criar rua pedestrianizada e compartilhada afim de priorizar o pedestre; 6. Reconectar o centro do bairro com a Igreja.; 7. Utilizar o potencial de ZEU para implantar edifícios de Habitação de Interesse Social com alto coeficiente de aproveitamento. Figura 37 I Foto área do bairro da Piraporinha.

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22 PLANO DE PREMISSAS A partir das demandas traçadas foram feitos alguns estudos para entender qual seria a melhor forma de aplicar as diretrizes específicas na área de intervenção: •

Para reconectar a Igreja com o centro do bairro (Largo da Pira) será removido o edifício comercial que faz frente e a quadra ao lado afim de reconectar os espaços.

Na Estrada do M'Boi Mirim será implantada rua compartilhada exclusiva apenas para carga e descarga, transporte, serviços públicos e pedestre. O trânsito de automovéis não permitidos será desviado para Avenida Luis Gushiken e terá seu acesso retomado após a área de intervenção.

Para ampliar e dar mais qualidade ao Largo da Pira, será removido os edifícios da quadra, que serão realocados no térreo de uma das torres das habitações de interesse social.

Na Avenida Inácio Dias da Silva, principal eixo estruturador de fluxo do bairro, será implatada rua pedestrianizada e compartilhada afim de propiciar um caminhar mais acessível e tranquilo aos moradores do bairro.

Adentrando mais em direção as residências, teremos a Praça de Bairro que terá um caractér mais acolhedor para atender as necessidades de lazer dos moradores.

Com a implantação das ruas compartilhadas e pedestrianizada foram necessárias alterações nos sentidos das ruas do bairro, e para suprir a demanda, foi criado uma nova via.

Na área da Favela Jd. Universal I, as famílias serão removidas e realocadas no edifícios de HIS na quadra em frente ao Largo da Pira. E será implantado o parque linear afim reestruturar o curso d'água do córrego ponte baixa e propiciar áreas de lazer aos moradores.

Figura 38 I Mapa de premissas.

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23 PROPOSTA GERAL O Projeto de Reconexão do Largo da Piraporinha, tem como premissa priorizar o caminhar do pedestre, e como partido de projeto o movimento. O projeto de piso surgiu na ideia de induzir o caminhar do pedestre por toda sua área, levando-o a redescobrir e descobrir novos espaços, com qualidade, acessibilidade e experiências. O projeto paisagístico vem na ideia oposta contrapor a demarcação do piso, e propor um fluxo diferente, com bastante sombra e conforto. O mobiliário foi projetado para que o usuário tenha possibilidades diversas em uma mesma estrutura, sentar, deitar, ficar em pé, usufruir da maneira mais conveniente, além de usar linhas opostas ao piso, linhas essas que estaram presentes também nas passagens do parque linear. Pensando no caminhar seguro e confortavél do pedestre, todo o perímetro é acessível. E para acesso dos automovéis nas áreas compartilhadas serão instaladas faixas com elevação, obrigando a diminuição da velocidade. Áreas de lazer foram criadas em pontos estrátegicos com a intenção, de unir e incentivar o uso dos comércios, serviços, equipamentos culturais e institucionais.

Figura 39 I Mapa da proposta geral.

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Tipo de piso:

Piso intetravado • • • • • •

Piso intetravado de borracha

Rosa Amarelo Vermelho Lilás Azul Cinza

• • • • • •

Rosa Amarelo Vermelho Lilás Azul Cinza

Espécies de árvores:

Pau-Brasil

Jacaranda Paulista

Açoita Cavalo Miúdo

Ipê Rosa Figura 40 I Mapa da proposta geral com vegetação.

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24 LARGO DA PIRA A proposta para o Largo da Pira é que se torne um local de passagem, encontros, permanências e conexão. Atividades que poderam ser desenvolvidas em conjunto com os equipamentos do entorno: • • • • • • •

Shows; Aniversários do bairro; Festas comemorativas do Santuário; Feiras; Protestos; Carnaval de rua; Atividades culturais.

Para suprir a demanda habitacional em virtude da remoção das famílias, foi pensando na criação de 2 prédios de habitação de interesse social utilizando as diretrizes do zoneamento afim de suprir as 255 famílias removidas. Conta com 8 aptos por andar, possuindo 16 andares, sendo um edifício com térreo livre e o outro com lojas para realocar os comércios removidos. As ruas compartilhadas foram pensadas de forma a priorizar o caminhar do pedestre, sendo assim só será permitido o trânsito de carga e descarga, transportes e serviços públicos. Com a grande oferta de comércios e serviços na Avenida Inácio Dias da Silva, 2/3 dela foi reservada somente para o trânsito de pedestres, afim de criar fachadas ativas, caminhar seguro e tranquilo, com pontos de estar fazendo conexão com o Sacolão da Prefeitura e Casa de Cultura M' Boi Mirim.

Figura 41 I Ampliação Largo da Pira.

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Figura 42 I Ampliação Largo da Pira sem vegetação.

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25 PRAÇA BAIRRO A Praça Bairro está localizada no fim da Avenida Inácio Dias da Silva mais proxima das residências e tem um caratér mais acolhedor, afim de atender as demandas dos moradores e conta com: • • •

Área de lazer com quadra poliesportivas e playground; Academia ao ar livre; Espaço de convivência com mesas e bancos.

Figura 43 I Ampliação Praça Bairro com vegetação.

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Figura 44 I Ampliação Praça Bairro sem vegetação.

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26 PARQUE LINEAR O Parque Linear foi projeto afim de reestruturar o curso d'agua, reestabelecendo a área de A.P.P. Optou-se pela canalização do trecho inserido dentro do parque, para aumentar a capacidade de vazão do córrego afim de evitar enchetes e solapamento das margens. No trecho do córrego na Praça de Bairro preferiu-se pelo tamponamento para melhor aproveitamento da área. O Parque Linear conta com um programa de lazer e cultural. • • • •

Playground; Quadra poliesportiva e vôlei; Pista de skate; Espaços de convivência com mesas e bancos.

Com a remoção da favela, as casas existentes do loteamento terão suas fachadas posteriores revitalizadas com murais de grafite, incentivando assim a cultura e o aprendizado no bairro.

Figura 45 I Ampliação Parque Linear com vegetação.

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Figura 46 I Ampliação Parque Linear sem vegetação.

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Figura 47 I CORTE - Largo da Pira.

Figura 48 I CORTE - Praรงa Bairro.

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Figura 49 I CORTE - Parque Linear.

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27 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho de conclusão de curso procurou discutir a importância dos espaços livres de edificação na vida do bairro e dos pedestres. Resultando na criação de novos espaços livres para população que vive na periferia, afim de propiciar qualidade de vida através do programa proposto com ruas pedestrianizadas e compartilhadas priorizando e qualificando o caminhar do pedestre, as áreas de lazer com práticas esportivas e culturais, o parque linear com a recuperação da preservação do curso d’água, além da vegetação em abundância para o bairro e a reconexão do largo com o seu entorno. Com todo referencial teórico, estudos de casos e análise do local, percebeu-se a importância do tratamento destes espaços na vida urbana da cidade e principalmente da população que vive afastada destes espaços qualificados.

Figura 50 I Espaço livre de edificação, Av. Inácio Dias da Silva.

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PARTE VII

BIBLIOGRAFIAS E IMAGENS


28 IMAGENS Figura 1 I Vista para Est. do M’ Boi Mirim I Fonte: Autoral Figura 2 I Espaço público livre de edificação, Av. Inácio Dias da Silva. I Fonte: Autoral Figura 3 I Comércio de rua, na Av. Inácio Dias da Silva. I Fonte: Autoral Figura 4 I Comércio de rua, na Av. Inácio Dias da Silva. I Fonte: Autoral Figura 5 I Córrego sem tratamento. I Fonte: Autoral Figura 6 I Croqui Parque Linear. I Fonte: Gira Mundo Cava Fundo Figura 7 I Mosaico espaços livres de edificação.I Fonte: Produção Autoral Figura 8 I Implantação. I Fonte: © KCAP Figura 9 I Projeto do Centro da Cidade de Haia. I Fonte: © KCAP Figura 10 I Projeto rua Sete de Abril. I Fonte: Gestão Urbana Prefeitura de São Paulo Figura 11 I Implantação. I Fonte: HASSEL Figura 12 I Porto Darling. I Fonte: © Simon Wood Figura 13 I Implantação. I Fonte: VIGLIECCA&ASSOC Figura 14 I Corte. I Fonte: VIGLIECCA&ASSOC Figura 15 I Mapa da região metropolitana de São Paulo I Fonte: Produção Autoral Figura 16 I Mapa de inserção urbana.I Fonte: GeoSampa Figura 17 I Vista para Av. Luis Gushiken e Santuário Senhor Bom Jesus de Piraporinha. I Fonte: Autoral Figura 18 I Meu bastimo em 1999 na frente da Paróquia Bom Jesus de Piraporinha. I Fonte: Acervo Pessoal Figura 19 I Foto área 2004 I Fonte: GeoSampa Figura 20 I Foto área 2017 I Fonte: GeoSampa Figura 21I Vista para Av. Luis Gushiken, Santuário e terreno onde ficava antiga paróquia. I Fonte: Autoral Figura 22 I Vista para Av. Luis Gushiken. I Fonte: Autoral Figura 23 I Mosaico espaços livres de edificação ampliado I Fonte: Produção Autoral Figura 24 I Vista para o ponto de ônibus central na Est. do M' Boi Mirim. I Fonte: Autoral Figura 25 I Vista para praça na Av. Inácio Dias da Silva. I Fonte: Autoral Figura 26 I Vista para Casa de Cultural M' Boi Mirim. I Fonte: Autoral Figura 27 I Vista do calçadão central da Av. Inácio Dias da Silva. I Fonte: Autoral92


Figura 28 I Vista para o sacolão da Prefeitura da Piraporinha. I Fonte: Autoral Figura 29 I Vista para a favela Jd, Universal I. I Fonte: Autoral Figura 30 I Vista para casas invandindo a calçada na Av. Inácio Dias da Silva. I Fonte: Autoral Figura 31 I Vista para córrego na Av. Inácio Dias da Silva. I Fonte: Autoral Figura 32 I Mapa de hidrografia. I Fonte: GeoSampa Figura 33 I Mapa de topografia. I Fonte: GeoSampa Figura 34 I Mapa de zoneamento. I Fonte: GeoSampa Figura 35 I Diretrizes ZEU. I Fonte: SMDU Figura 36 I Faixa não edificável. I Fonte: GeoSampa Figura 37 I Foto área do bairro da Piraporinha. I Fonte: Geosampa Figura 38 I Mapa de premissas. I Fonte: Produção Autoral Figura 39 I Mapa da proposta geral. I Fonte: Produção Autoral Figura 40 I Mapa da proposta geral com vegetação. I Fonte: Produção Autoral Figura 41 I Ampliação Largo da Pira. I Fonte: Produção Autoral Figura 42 I Ampliação Largo da Pira sem vegetação. I Fonte: Produção Autoral Figura 43 I Ampliação Praça Bairro com vegetação. I Fonte: Produção Autoral Figura 44 I Ampliação Praça Bairro sem vegetação. I Fonte: Produção Autoral Figura 45 I Ampliação Parque Linear com vegetação. I Fonte: Produção Autoral Figura 46 I Ampliação Parque Linear sem vegetação. I Fonte: Produção Autoral Figura 47 I CORTE - Largo da Pira. I Fonte: Produção Autoral Figura 48 I CORTE - Praça Bairro.I Fonte: Produção Autoral Figura 49 I CORTE - Parque Linear.I Fonte: Produção Autoral Figura 50 I Espaço livre de edificação, Av. Inácio Dias da Silva. I Fonte: Autoral

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30 REFERÊNCIAS Citações: Magnoli, Miranda. Paisagem e ambiente: Ensaios / Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – n. 21 (2006) – São Paulo. CASTRO, Luís Guilherme, AU, O que é o espaço público? Disponível em: <http://au17.pini.com.br/ arquitetura-urbanismo/232/o-que-e-espaco-publico-292045-1.aspx> TARCISIO, São Paulo Minha Cidade, Piraporinha e M'Boi Mirim, poética, radical e polêmica, Disponível em: <http://www.saopaulominhacidade.com.br/historia/ver/8994/Piraporinha%2Be%2BM%2527Boi%2BMirim%252C%2Bpoetica%252C%2Bradical%2Be%2Bpolemica>

ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995. Livros: Magnoli, Miranda. Paisagem e ambiente: Ensaios / Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – n. 21 (2006) – São Paulo. ROBBA, Fabio e MACEDO, Silvio. Praças Brasileiras. . NACTO. Guia global de desenho de ruas. Senac São Paulo; Edição: 1ª Lei: Lei 16.402/14 – Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Lei 16.050/14 - Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo

Sites: ARCHDAILY, O espaço público, esse protagonista da cidade. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/01-162164/o-espaco-publico-esse-protagonista-da-cidade> AU, O que é o espaço público? Disponível em: <http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/232/o-que-e-espaco-publico-292045-1.aspx> Movimento Convida, O espaço público é de todos Disponível em: <http://movimentoconviva. com.br/o-espaco-publico-e-de-todos/> OECO, O que é uma área de preservação permanente, Disponível em: <https://www.oeco.org.br/ dicionario-ambiental/27468-o-que-e-uma-area-de-preservacao-permanente/> 94


Âmbito Jurídico, As áreas de preservação permanente em área urbana: O aparente conflito entre o Código Florestal e a Lei de Parcelamento do Solo, Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_ id=8703> ARCHDAILY, Projeto urbano da KCAP transformará o centro da cidade holandesa de Haia, Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/913287/projeto-urbano-da-kcap-transformara-o-centro-da-cidade-holandesa-de-haia> Gestão Urbana, Projeto Piloto, Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/projetos-urbanos/calcadoes/projeto-piloto/> ARCHDAILY, Espaço Público do Porto Darling, Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/902577/espaco-publico-do-porto-darling-hassell> ARCHDAILY, Residencial Parque Novo Santo Amaro V, Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/623191/residencial-parque-novo-santo-amaro-v-slash-vigliecca-and-associados> Blog Mario Moura, História da Piraporinha bairro de São Paulo, Disponível em, <http://blogmariomoura.blogspot.com/2011/04/historia-da-piraporinha-bairro-de-sao.html> Prefeitura de São Paulo, Conheça a história da região de M'boi Mirim, Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/m_boi_mirim/historico/> São Paulo Minha Cidade, Piraporinha e M'Boi Mirim, poética, radical e polêmica, Disponível em: <http://www.saopaulominhacidade.com.br/historia/ver/8994/Piraporinha%2Be%2BM%2527Boi%2BMirim%252C%2Bpoetica%252C%2Bradical%2Be%2Bpolemica > Gira Mundo Cava Fundo, Parque Linear, Disponível em: <https://giramundocavafundo.wordpress. com/2012/07/07/parque-linear/> Via Carreira, Regras da ABNT para TCC 2019: as principais normas, Disponível em: <https://viacarreira.com/regras-da-abnt-para-tcc-conheca-principais-normas/> Revista USP, A escala bairro e o conceito de lugar urbano: o caso de apipucos e poço da panela no Recife, Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43372/46994>

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