Maria Antônia - Reabilitação de Movimentos

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R E A B I L I TA Ç Ã O D E M O V I M E N T O S


MARIA ANTÔNIA

REABILITAÇÃO DE MOVIMENTOS

DIOGO SILVA LIMA Centro Universitário Senac Orientador: Maurício Petrosino São Paulo, 2019


Agradeço primeiramente à Deus e a Nossa Senhora por sempre me capacitar e prepa-

rar os caminhos sobre novos trabalhos.

Agradeço de uma forma geral ao corpo docente que me ajudou e contribuiu para

esse trabalho e na minha formação profissional e acadêmica, em especial ao meu orientador Maurício Petrosino

Com muito carinho agradecer ao meu grupo de TCC, Amanda, Emelly, Leonardo, Lethí-

cia e Vitória que fizeram com que o processo do trabalho fosse menos desgastante com todos os incentivos.

De uma forma especial ao grupo 3, Sophia Maciel e Yanah Alencar que sempre foram

minhas companheiras de projeto e se tornaram duas irmãs que a Arquitetura trouxe para minha vida. Serei sempre grato a essas eternas parceiras.

À minha família e amigos que me apoiaram nessa jornada acadêmica, sempre me in-

centivaram e me deram apoio, jamais deixando eu desistir de alcançar meus objetivos.

E principalmente à minha mãe Marileide Antonia Silva, à ela dedico todo esse trabalho.

Minha maior fonte de inspiração e força, onde através da necessidade dela vim mergulhei nesse mundo da arquitetura hospitalar para reabilitação de movimentos.


O trabalho de conclusão de curso irá apresentar através de pesquisas a proposta de um

hospital voltado para reabilitação de movimentos, com o nome de MARIA ANTÔNIA. O hospital está localizado em São Paulo, na região de Santo Amaro – zona sul, por ser uma área onde existe a necessidade de equipamentos de reabilitação, além disso os usuários do MariaAntônia, podem ser instruídos e inseridos novamente na sociedade de forma igualitária entre o restante da população.

RESUMO

Palavras-chaves: saúde, reabilitação, requalificação, reintegração, movimento.


The final paper will present through research the proposal of a hospital fo-

cused on movement rehabilitation, with the name of MARIA ANTÔNIA. The hospital is located in São Paulo, in the region of Santo Amaro - south zone, as it is an area where there is a need for rehabilitation equipment, besides the users of Maria Antônia, can be educated and inserted again in society in an equal way. the rest of the population.

ABSTRACT

Keywords: health, rehabilitation, requalification, reintegration, movement.


01

SUMÁRIO

02

Introdução P. 06

Fundamentação P. 11

03

04

Método P. 25

Estudos de caso e referências projetuais | P. 29

05

06

Análise da região e proposta projetual | P. 41

07

Referências bibliográficas P. 65

Conclusão P. 61



01 INTRODUÇÃO



OBJETIVO GERAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Atender toda a demanda de pes-

Este trabalho tem como objetivo cri-

soas com deficiência, de nascença ou

ar um projeto de hospital para reabilitação

adquirida, que precisa de informações,

de movimentos, onde o espaço arquitetôni-

de capacitação, de formas e técnicas de

co consiga atender toda a demanda que

como desenvolver os outros sentidos ou

se encontra na zona sul de São Paulo,

órgãos para superar e compensar ao que

não somente como equipamento hospita-

foi perdido. Reinserir na sociedade o pa-

lar, mas também desenvolvendo atividades

ciente de forma que ele tenha uma vida

de cultura e informação. Inserindo o pa-

normal, respeitando sempre seu limite.

ciente novamente na sociedade e devolvendo sua autoestima, tratando a acessibilidade para poder dar qualidade de vida.

9


JUSTIFICATIVA

Devido ao aumento de casos de AVC

no Brasil, acidentes de trânsito, e até mesmo pessoas que já nascem com alguma deficiência, os locais existentes para tratar da reabilImagem 1 Tipo de deficiências Fonte: Autoral com base em informações do IBGE

itação de movimentos se tornam limitados. Desta forma, é necessário que novos equipamentos atendam pessoas com deficiência, oriente e reinsira na sociedade, auxiliando as pessoas a terem de volta sua rotina.

É por isso, que esta região tem

necessidade

de

um

equipamento

de

maior escala, para suprir as necessidades dos usuários. No último levantamento do IBGE a população total de São Paulo era 12.18 milhões de pessoas, sendo 810.080 mil deficientes em 2017.

10


02 FUNDAMENTAÇÃO



ACIDENTES DE TRÂNSITO

Em

mortes sito

Imagem 2 Acidente de trânsito Fonte: Site A Crítica

em

São

Paulo,

2019

comparado

é ao

o

índice

53%

de

ano

de

de trân-

2018.

Infelizmente os números de aci-

dentes fatais são relativamente altos durante o período do ano todo. Sendo que em média são 762 acidentes de vítimas fatais, contra 12.721 vitimas ferida aproximadamente.

O registro de vítimas feridas mostra

que muitas pessoas ficam com sequelas do acidente e limitadas de seus movimentos, na maior parte das vezes, as vítimas são homens e jovens entre 18 e 34 anos. Com o crescimento no número de deficientes, a demanda para cirurgias, fisioterapias, acompanhamento médico e multidisciplinar os hospitais que atende REABILITAÇÃO

DE 13

MOVIMENTOS.


AVC - ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL O acidente vascular cerebral con-

seria de 60 a 69 anos com 39.045 em ter-

hecido como AVC é um quadro neurológi-

ceiro lugar ultimamente seria na faixa etária

co agudo de origem vascular com grande

de 80 anos. O elevado índice de casos em

importância clínica devido ao comprome-

idosos se justifica pelo processo de envel-

timento de determinadas funções

cere-

hecimento da população e aumento da ex-

brais. Embora a taxa de sobrevivência seja

pectativa de vida. Observa-se uma pequena

alta os pacientes acabam desenvolvendo

diferença entre os sexos, havendo maior

alguma sequela, sendo uma das princi-

acometimento no sexo masculino com

pais causas de incapacidade em adultos.

53,15% dos casos em relação ao feminino.

Os

sponíveis no DATASUS (Sistema de infor-

AVC

demonstram

mações Hospitalares do SUS) no período de

exercer o controle do quadro a fim

cinco anos foi constatado 151.512 casos por

de

conta do AVC em São Paulo, sendo o estado

rar métodos de prevenção da doença.

Imagem 3 Diagrama AVC Fonte: Site Conceitos

O estudo feito pelas informações di-

do Brasil que mais tem caso dessa doença.

A faixa etária mais atingida pela

doença é dos 70 a 79 anos com 39.147 casos registrados, em seguida a faixa etária 14

reduzir

dados

sua

obtidos a

acerca

do

necessidade

de

incidência

e

assegu-


A DOENÇA MAIS PERIGOSA ANTES DOS 45 ANOS

A idade é um dos principais fatores

mas de AVC, mais conhecido como der-

de risco do AVC, a doença é menos comum

rame, sendo uma das doenças que mais

em jovens do que nos idosos, no entanto,

tem vitimas fatais, e que gera sequelas.

pesquisas mostram que o número de pessoas mais novas com a doença tem aumentado não só aqui no Brasil, mas no mundo todo.

Um estudo feito nos EUA e pub-

licado no Journal of American Heart Association, por exemplo, revela que entre os anos de 2000 a 2010 houve aumento de até 44% nos casos de AVC em pessoas com idade entre 25 e 44 anos.

No Brasil uma pesquisa publica-

da no Plos One mostra que o aumento foi pouco significativo nos casos de derrame entre 2008 a 2012 em pessoas na faixa etária de 15 a 49 anos. Desta forma, deve haver uma preocupação com as viti15


HOSPITAIS DE REABILITAÇÃO “Reabilitação é um processo contínuo, coordenado com objetivo de restaurar o indivíduo incapacitado para ter o mais completo possível desempenho físico, mental, econômico e vocacional, permitindo a sua integração social.” Fonte: Organização Mundial da Saúde.

É um processo dinâmico e global

tendo em vista a recuperação física, psicologica e a reintegração social da pessoa com deficiência. É associado a um conceito mais amplo da saúde que incorpora o bem estar físico, psíquico e social que todos os indivíduos têm direito. Uma plena realização para ações de reabilitação que deve abranger em campos complementares, como educação, saúde, a formação, emprego, lazer, segurança social entre outros.

O termo reabilitar ou reabilitação

é muito usado no campo da saúde sendo referência nos processos de cuidados que envolvem medidas de prevenção funcional, incluindo também a redução no avanço da perda funcional ou da melhora na recu16


“Habilitar é ser tornar hábil no sentido da de-

peração das funções, medidas para ajudar

streza, inteligência ou no da autorização legal.

nas funções perdidas e na manutenção e

O “re” constituiu prefixo latino que representa a noção básicas de voltar atrás, tornar ao que era. A questão que se coloca no plano do processo

evolução das funções atuais recuperadas.

saúde e se é possível “voltar atrás” tornar ao que

era. O sujeito é marcado por suas experiências

ser levado em consideração, são as ações

o entorno de fenômenos, relações e condições

de reabilitação, o trabalho deve ser feito

históricas e, neste sentido sempre muda, então

por uma equipe multi e interdisciplinar que

a noção de reabilitar é problemática. Na saúde estaremos sempre desafiados a habilitar um novo sujeito a uma nova realidade biopsicos-

Outro aspecto importante que deve

estuda o impacto que é relacionado a deficiência, ajudando a desenvolver a recuper-

social motivo, perdida e neste casos, o “re” se

ação em cada indivíduo, sempre respeitan-

aplica”.

do seus limites.

Instrutivo Ostomia, 2012

Um Centro de Reabilitação Física,

se dedica exclusivamente na recuperação das funções motoras do paciente, que envolve as funções visuais, tratamento psicológico, sempre querendo priorizar como objetivo final a independência do indivíduo e sua reintegração social. Diferente de Hospital Emergêncial, que têm a função de socorrer, ou de fazer intervenções cirúrgicas.

17


A reabilitação física é necessária em

processos pós-traumáticos ou em casos de indivíduos com deficiências congênitas que foram adquiridas através de patologias. O ambiente de reabilitação deve gerar sempre um bem estar e qualidade de vida ao paciente, pois muitos pacientes vão necessitar de tratamento para o resto da vida ou por uma grande parte dela, assim criar um laço afetivo com o paciente é importante na recuperação do mesmo.

Na área da reabilitação, os hospi-

tais que se destacam em São Paulo, são a Rede Lucy Montoro, mantida pelo instituto de medicina física e reabilitação do Hospital das Clinicas, a Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação e a AACD.

18


REDE DE REABILITAÇÃO LUCY MONTORO

A rede foi criada pelo Governo do Es-

O projeto disponibiliza aos usuári-

tado de São Paulo, a Lucy Montoro tem como

os, serviços como piscina aquecida espe-

objetivo proporcionar o mais avançado e

cial para hidroterapia, sauna laboratórios

melhor tratamento de reabilitação voltado ao

de

paciente com deficiências físicas e motoras.

podobarometria, laboratórios de análise

função

pulmonar,

ergoespirometria,

do movimento, eletroneuromiografia e po

O Instituto de Medicina Física e

tencial evocado, urodinâmica e terapias

Reabilitação do Hospital das Clínicas tem

complementares,

como plano de trabalho a realização de um

que oferece as vantagens e benfeitorias

programa de reabilitação, que seja específ-

da simulação dos movimentos do cava-

ico para cada paciente, de forma a atender

lo nos tratamentos de reabilitação), centro

as necessidades de cada indivíduo. Os trat-

cirúrgico, espaço para condicionamento

amentos são feitos por equipes multidisci-

físico, espaço para atendimento em gru-

plinares, composta por profissionais espe-

po, serviços de telemedicina (possibilita

cialistas em reabilitação, entre estes estão

intercomunicação entre as unidades da

médicos fisiatras, fisioterapeutas, enfer-

rede), centro de implante coclear (tecnolo-

meiros, nutricionistas, terapeutas, psicólo-

gia para pessoas com deficiência auditiva).

gos, terapeutas ocupacionais, assistentes

Centro de aplicações especiais (toxinas de

sociais, fonoaudiólogos e educadores físicos.

reabilitação, p. e.) e quadra poliesportiva.

19

equoteratpia

(terapia


Imagem 4 Instituto de Reabilitação Lucy Montoro Fonte: Jornal de Piracicaba

Imagem 5 Fisioterapia no Lucy Montoro Fonte: Jornal de Piracicaba

20


AACD - ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE

Imagem 6 Fisioterapia no AACD Fonte: Meio e Mensagem

“Vida é Movimento”

ainda com o empenho de assegurar uma ple-

AACD

na integração social aos pacientes para fazerem parte da sua atual gestão da entidade.

AACD - Associação de Assistên-

cia à Criança Deficiente surgiu em 1950, através do trabalho do Doutor Renato da Costa Bomfim, que tinha como inspiração a evolução tecnológica dos centros de reabilitação no exterior, que o estimulou a criar uma estrutura semelhante no Brasil.

No entanto, a AACD não é voltada

exclusivamente para a área da reabilitação física, como a Lucy Montoro. A associação de assistência à criança deficiente tem outras atividades como projeto de capacitação profissional, programa de sustento para a Imagem 7 AACD unidade Abreu Sodré Fonte: AACD

pessoa com deficiência física e seus familiares, a inserção nos esportes paralímpicos,

21


REDE SARAH

Umas das grandes referências na-

pêriencas que estimula a criatividade de

cionais em centros de reabilitação é a

pessoas e grupos), MELHORAR (a quali-

Rede SARAH de hospitais de Reabilitação

dade dos serviços cada vez mais), RESTI-

sendo mantida pela associação das Pio-

TUIR (ao cidadão, com serviços de quali-

neiras Sociais, um órgão instituído pela

dade de saúde e de reabilitação) e VIVER

Lei n°8.246/91, de 22 de outubro de 1991.

(pela a saúde e não sobreviver da doença).

A Rede tem nove princípios que

Na Rede Sarah, a terapia de re-

segue, CRIAR (criar uma rede de neurore-

abilitação não está restrita apenas ao

abilitação, entender o ser humano cmo

ambiente hospitalar. Para uma aborda-

sujeito e não objeto), TRABALHAR (para

gem eficaz, é necessário ter como ob-

que cada pessoas seja tratada no seu po-

jetivo que cada momento do paciente,

tencial), VIVENCIAR (o trabalho multidis-

ao longo do dia, possa ser organiza-

ciplinar em saúde, com um conjunto de

do para estimular seu desenvolvimento.

técnicas destinada no processo de reabilitação), TRANSFORMAR (cada pessoa

agente de sua própria saúde), ATUAR (na

tação é voltado para a avaliação das per-

sociedade para prevenir a incapacidade, e

das funcionais decorrentes de acidente

combater preconceitos quanto às limitações

ou doença. Na Rede SARAH, no entanto,

e diferenças), VALORIZAR (a troca de ex-

atua-se na potencialização das funções

22

O foco dos programas de reabili-


preservadas. Os programas de reabilitação

junto com pais, familiares e outras pessoas

são elaborados, e determinados pelas ca-

envolvidas no cotidiano do paciente, tornan-

pacidades que permaneceram, ou seja, visa

do possível o retorno do paciente à sua casa,

habilitar novamente. Procura permitir o alca-

podendo viver com sua família e amigos, e

nce de um objetivo funcional, independente-

ser inserido novamente na comunidade.

mente da maneira como o indivíduo o faça.

A família, os amigos e pessoas im-

O aprimoramento do conhecimento

portantes na vida do paciente irão cooper-

das funções do cérebro e de seu desen-

ar com a equipe técnica, para o auxilio e

volvimento, os progressos na neuroimagem

a integração do paciente na comunidade

e na ciência da computação, ampliaram

no momento em que ele deixa uma uni-

o diagnostico e os tipos de procedimen-

dade da Rede SARAH. Neste novo contex-

to cirúrgico, porque permite a identificação

to, insere-se a interação da criança com a

com maior precisão de localização de

família, do jovem com seu grupo, do idoso

lesões e as estruturas responsáveis por

com suas áreas de interesse, entre outras.

funções cognitivas, motoras e pela emoção. Esse conjunto de conhecimento integra o

Todas unidades do projeto foram re-

programa de reabilitação de cada sujeito.

alizadas pelo Arquiteto João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé, desde o primeiro

Neuropsicólogos, médicos, enfer-

projeto em Brasília busca por avanços tec-

meiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupa-

nológicos e partidos que possam potencial-

cionais, professores, nutricionistas, fonoau-

izar a qualidade dos projetos que deu a ori-

diólogos, além de outros profissionais, atuam

gem ao Centro de tecnologia da Rede Sarah.

23


CTRS (Centro Tecnológico Sarah

referência bem forte dos projetos da rede

Kubitschek), fundada em 1992 em Salvador,

Sarah seria sua materialidade que é sem-

é uma fábrica dirigida pelo próprio arquite-

pre de elementos pré-fabricados a preocu-

to, de onde saem todas as peças e equipa-

pação com o conforto térmico, sempre vol-

mentos para construção e manutenção dos

tado a iluminação e ventilação natural e a

dez hospitais da Rede Sarah, desde peças

integração do meio externo com o interno.

estruturais como coisas do dia a dia. Uma Imagem 8 Fisioterapia no hospital Sarah Fonte: Site Rede Sarah

Imagem 9 Interação dos pacientes Fonte: Site Rede Sarah

24


03 MÉTODO



Com base na pesquisa de fun-

necessidade de um tratamento especifíco

damentação teórica do livro Arquitetura:

para esse primeiro estágio da recuperação.

uma experiência na área da saúde, do

Assim concluindo essa fase ele poderá

autor João Filgueiras Lima (Lelé), o pro-

utilizar

jeto deste trabalho irá levar aos espaços

cas, conforme a liberação dos médicos,

o máximo de tecnologia e humanização,

onde hoje a rede Lucy Montoro trabalha.

pois se trata de ambientes de convivência e educação, que não somente agem como tratamento hospitalar, mas um espaço de socialização e interação entre os pacientes.

Através dos levantamentos de da-

dos do IBGE e a rede Nacional da saúde, foi identificado a necessidade da implantação de um equipamento de reabilitação na região de Santo Amaro. Propondo um edifício que está implantado em sua maior parte no térreo, e apenas verticalizado o programa de hospedagem de pacientes que estariam em caráter de tratamento intenso.

As análises feitas mostram que para

os pacientes consigam voltar a andar, há a 27

as

outras

funções

programáti-



04 ESTUDOS DE CASO E REFERÊNCIAS PROJETUAIS



CENTRO PSIQUIÁTRICO FRIEDRICHSHAFEN

● Localização: Röntgenstraße, Frie-

drichshafen, Alemanha

O novo centro pisiquiátrico está in-

tegrado ao campus do Hospital de Friedrichshafen e segue a inclinação cênica e

● Arquitetos: Huber Staudt Architek-

ten

natural do morro em direção ao Lago de Constança.

Imagem 10 Centro Psiquiátrico Friedrichshafen. Fonte: Archdaily

31


O edifício se fecha para um pátio verde

de grande dimensão e aproveita o contorno da ladeira explorando-o tipologicamente, e proporcionando entradas em dois níveis diferentes. Um amplo corredor envidraçado emoldura a visão generosa da paisagem ondulada, o que ajuda a ressaltar a inclinação natural, mesmo dentro do pátio coberto.

O centro psiquiátrico pode ser facil-

mente percebido na paisagem ao mesmo tempo em que permite vistas desde o seu interior. O edifício conta com grandes salas de terapia que dão acesso direto ao jardim dos pacientes, podendo aproveitar a iluminação na escosta.

O edifício principal do hospital,

Imagem 11 Planta baixa Fonte: Archdaily

32


construído na década de 1960, domina o

ressalta o espaço com o caráter pedonal. O

terreno extenso do campus. Os edifícios

novo Centro Psiquiátrico organiza-se como

adjacentes, tanto o da creche quanto os

uma figura significativa nesse sistema. A

equipamentos residenciais se relacionam

área de entrada entre a nova construção

com o hospital. A proposta de ampliação do

e o hospital existente proporciona um es-

campus através do Centro Materno-Infantil,

paço ameno e convida os pacientes, visi-

o Centro Médico e o Centro de Radioterapia

tantes e empregados do hospital a relaxar.

Imagem 12 Centro Psiquiátrico Friedrichshafen. Fonte: Archdaily

33


Os dois materiais, concreto aparente

to por perfis de madeira sem tratamento

e madeira sem tratamento, dominam as su-

confere ao edifício, através de sua trans-

perfícies do edifício interna e externamente.

parência, uma aparência aberta e arejada.

O concreto é trabalhado de maneira sofisticada: grandes superfícies horizontais marcadas pelos painéis e elementos pré- fabricados lineares finos, que correspondem às marcações verticais do revestimento de madeira. O revestimento vertical, compos-

Imagem 13 Centro Psiquiátrico Friedrichshafen. Fonte: Archdaily

34


CENTRO PARA DEFICIENTES PSÍQUICOS DE ALCOLEA

● Localização: Córdoba, Espanha

“A reflexão sobre os que vão habitar

o edifício, sua tipologia e sua relação com o

● Arquitetos: Taller de Arquitectura

entorno podem ser consideradas a origem articuladora do projeto. De fato, entender o

Rico+Roa

Imagem 14 Centro para deficientes Psíquicos de Alcolea Fonte: Archdaily

35


edifício como uma residência permanente, e

onde eram produzidas as melhores relações

não só como um edifício sanitário, foi funda-

com o Vale Alcolea e seus arredores e po-

mental para o desenvolvimento do mesmo”

dendo aproveitar as condicionantes do en-

(Descrição enviada pela equipe de projeto).

torno. A vista ao norte mostrava o fundo da Serra de Córdoba, Leste a paisagem gera-

O projeto deste centro para deficien-

da pela queda acentuada para o vale, oeste

tes foi um concurso de ideias, onde o projeto

edificações do atual centro, como um limite

propõe-se como uma ampliação do edifício.

de acesso comum e proteção de luz solar.

O concurso permitia a escolha do local de implantação, desta forma propôs-se o lugar

Imagem 15 Setorização - Área administrativa Fonte: Archdaily

36

Para os habitantes do centro, com


problemas psíquicosm o centro é como sua

erença de altura para criar desníveis de

própria casa, e é muito importante levar em

uso, plantas de acesso de visitantes e in-

conta a singularidade que os caracteriza e

stalações. O piso superir é como um mi-

as dificuldades que isso implica. A aparência

rante contínuo, que fica na cota de acesso

e inclusão como ferramenta para terapia do

do viário existente. Devido aos pacientes

usuário é um fator determinante neste projeto.

terem necessidade de assistência para se mover, a decisão de habilitar neste

A topografia foi utilizada para dar

pavimento usos e áreas relacionadas a

funcionalidade ao edifício. O grande volume

mobilidade dos moradores foi tomada.

Norte-Sul pousa no solo e aproveita a dif-

Imagem 16 Setorização - Área de convívio e especialidades Fonte: Archdaily

37


HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK

● Localização: Salvador, Bahia, Brasil

Um

único

elemento

forma

ao projeto, o shed metálico curvo, de ● Arquitetos: João Filgueiras Lima

(Lelé)

grandes e diferentes extensões, repetidos em dezenas de linhas paralelas.

Imagem 17 Hospital Sarah Kubitschek Fonte: Archdaily

38


Além do formato padrão, sua variação é

que não há a necessidade de ventilação.

gerada pelo grande vão da estrutura de

As aberturas dos sheds são acrescentadas a

aço que o sustenta, repercutindo na maior

cada distância vertical pintadas de amarelo,

dimensão do shed, e outra criada pelo fe-

que prolongam a cobertura curva, e entre elas

chamento do shed a partir da continui-

são dispostas fileiras paralelas de brises hor-

dade da sua curva, para os momentos

izontais. Desse modo, os ambientes internos

Imagem 18 Fachada - Hospital Sarah Kubitschek Fonte: Archdaily

39


ficam resguardados dos raios diretos do sol. Os

ambientes

internos

estão

intima-

mente conectados aos jardins externos que rodeiam o edifício. Ora abre ao exterior em grandes panos de vidro, outra ora em corredores externos, jardins adentrando e recortando sua volumetria.

Imagem 19 Setorização - Hospital Sarah Kubitschek Fonte: Archdaily

40


05 ANÁLISE DA REGIÃO E PROPOSTA PROJETUAL



TERRENO

● Bairro: Santo Amaro

O local para inserção do equi-

● Subprefeitura: Santo Amaro

pamento se encontra no bairro de San-

● Rua: Avenida das Nações Unidas,

to Amaro - região sul de São Paulo.

● Área do terreno: 30.950

● Zoneamento: ZC - Zona de Cen-

qualidade, sendo uma questão fundamental

26.201 O transporte público na região é de

tralidade

para a escolha do terreno, pessoas com defi-

● C.A: 1

ciência precisam de fácil acesso a transporte.

● T.O: 0,7

● T.P: 0,25

O local escolhido é uma ZC (zona

de centralidade) com a área de 30.950 m² e tem seu CA (coeficiente de aproveitamento) sendo 1, TO (taxa de ocupação) 0,7 e a taxa de permeabilidade de 0,25.

Imagem 20 Mapa - Subprefeituras de São Paulo Fonte: Wikipédia

Mesmo

sendo

demarcada

com

uma área de predominância ZC, o local conta com muitas residências próximas

Imagem 21 Vista aérea - Terreno Fonte: Google Satélite

e comércios, sendo uma área bem ativa.

43


Imagem 22 Tabela RRAS 6 - A partir do levantamento da tabela, foi constatado na regiĂŁo que o terreno em estudo, conseguiria atender melhor a demanda das subprefeituras da Zona Sul Fonte: Prefeitura de SĂŁo Paulo

44


MAPA DE ZONEAMENTO

Imagem 23 Zoneamento Fonte: Geosampa

45


MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Imagem 24 Uso e ocupação do solo Fonte: Autoral

46


MAPA DE MODAIS DE TRANSPORTE

Imagem 25 Modais de transporte - O terreno do projeto se encontra demarcado em vermelho, os outros três equipamentos, Estação do Socorro da CPTM e Estação Santo Amaro do metrô, geram conexão com outras linhas de trem e metrô, e o terminal de ônibus Santo Amaro, que conta com quartorze linhas de ônibus, ajudando o acesso dos usuários. Fonte: Google Satélite

47


TERRENO

Imagem 26 Terreno Fonte: Gogle Earth

Imagens 27 e 28 Terreno Fonte: Gogle Earth

48


TERRENO

Imagem 29 Terreno Fonte: Gogle Earth

Imagens 30 e 31 Terreno Fonte: Gogle Earth

49


SETORIZAÇÃO ● Área do terreno: 30.950 m² ● Área do projeto: 25.000 m² ● Área permeável: 5.950 m² ● Programa de áreas: 41 ambientes

CONVÍVIO 1.435 m²

ADMINISTRAÇÃO / SERVIÇO 4.376 m²

INSTITUCIONAL 700 m²

50

ESPECIALIDADES 4.715 m²


Imagem 32 Implantação Fonte: Autoral

1 - Atendimento / recepção

10 - Banheiro feminino

19 - Armazenamento de alimentos não

26 - Sala do diretor

35 - Acabamento de peças / órtese

2 - Triagem

11 - Auditório

perecíveis

27 - Sala de reunião

/ prótese

3 - Tratamento ocupacional (T.O)

12 - Sala multiuso

20 - Armazenamento de alimentos con-

28 - Almoxarifado

36 - Depósito de órtese / próteses

4 - Fisioterapia

13 - Quarto de internação do paciente

gelados

29 - Vestiário masculino

37 - Oficina

5 - Condicionamento físico

14 - Sala de fisioterapia intensa

21 - Praça de alimentação

30 - Vestiário feminino

38 - Depósitos da oficina

6 - Hidroterapia

15 - Lounge

22 - Lavanderia

31 - Sala de reunião para equipe médica

39 - Sala de reparo

7 - Consultório médico

16 - Pátio

23 - Sala de equipamentos

32 - Sala de estudo para equipe médica

40 - Depósito de lixo comum

8 - Ambulatório / coleta

17- Cozinha

24 - Sala técnica

33 - Macas

41 - Depósito de lixo hospitalar

9 - Banheiro masculino

18 - Preparação / lavagem de alimentos

25 - Administração

34 - Cadeiras de rodas


Imagem 33 Setorização Fonte: Autoral

Convívio Administração / serviço Institucional Especialidades

52


Imagem 34 Cobertura Fonte: Autoral

53


AMPLIAÇÃO QUARTOS - FISIOTERAPIA

AMPLIAÇÃO HIDROGINÁSTICA

Imagens 35 e 36 Ampliação Quartos Fisioterapia e Ampliação Hidroginástica Fonte: Autoral

54


AMPLIAÇÃO TERAPIA OCUPACIONAL

AMPLIAÇÃO CONDICIONAMENTO FÍSICO / FISIOTERAPIA

Imagens 37 e 38 Ampliação Terapia Ocupacional e Ampliação Cond. Físico / Fisioterapia Fonte: Autoral

55


CORTE AA

Imagem 39 Corte AA Fonte: Autoral

56


CORTES BB E CC

Imagens 40 e 41 Cortes BB e CC Fonte: Autoral

57


VISTAS NORTE E LESTE

Images 42 e 43 Vistas Norte e Leste Fonte: Autoral

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CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS PISO DRENANTE DE CONCRETO POROSO

Imagem 44 Piso drenante de concreto em cores Fonte: Catálogo de Arquitetura

Este tipo de piso possui grande ca-

● Não necessita o uso argamassa ou

pacidade de vazão: pode chegar até 82%,

cimento;

drenando com um sistema de escoamento

apropriado para o equipamento ajudando a

de fluxos, tanto pessoas quanto automóveis;

não fazer poças de água nos dias de chuva.

remoções;

Vantagens:

● Dispensa contra piso;

● Baixa condutividade térmica.

● Antiderrapante;

Imagem 45 Piso drenante de concreto Fonte: Tecno Pisos Brasil

59

● Pode ser usado para qualquer tipo ● Pode ser reaproveitado se houver


PISO TÁTIL

O piso tátil garante que em locais

públicos com amplos espaços haja aces-

obstáculo, como é muito visto nas linhas de trem ou metrô.

sibilidade para as pessoas com deficiência

Imagem 46 Piso tátil - Sinalização direcinal Fonte: Laj Lucas

visual, além de ser uma responsabilidade

Segundo a ABNT o piso tátil também

obrigatória por partes das empresas. Assim

deve possuir alguma cor que contraste com

como também garante que o deficiente visu-

a cor do piso atual, pois ele não somente

al tenha autonomia e segurança, identifican-

auxilia o deficiente mas também aqueles

do os fluxos.

que sofrem de baixa visão. Dessa forma, as cores também contribuem para orientar as

Existem dois tipos de piso tátil usa-

dos para duas situações diferentes:

O primeiro é o direcional que sempre

será em formato de linhas em alto relevo, para ajudar o deficiente visual a caminhar em lugares limitados, como filas e calçadas por exemplo. Imagem 47 Piso tátil - Sinalização alerta Fonte: AEC Web

Já o segundo com formato de

bolinhas serve para alertar sobre o possível 60

pessoas no percurso.


06 CONCLUSÃO



O projeto é pensado para o melhor

aproveitamento do programa no terreno, respeitando a acessibilidade e auxiliando na integração dos usuários, para estimular o movimento e a recuperação, gerando o compartilhamento de vida com o outro, companheirismo e a troca de informação. Após estudar as referências e estudos de caso, é chegado à conclusão que os espaços fluidos e humanizados sempre em contato com outro tende a ser a melhor opção para este tipo de projeto. Diante disso, foi feito um programa para o edifício onde as áreas comuns e coletivas fiquem no térreo, criando assim, esta interação dos usuários.

63



07 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



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36653/classicos-da-arquitetura-hospi-

http://www.scielo.br/pdf/ijcs/v31n1/

pt_2359-4802-ijcs-31-01-0056.pdf

tal-sarah-kubitschek-salvador-joao-filguei

ras-lima-lele

http://www.socesp2018.com.br/tra-

balho/resumo/430

https://www.archdaily.com.br/br/01-

113134/centro-para-deficientes-psiqui-

https://www.prefeitura.sp.gov.br/ci-

cos-de-alcolea-slash-taller-de-arquitectu-

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cadastro_inclusao/dados_censoibge/index. php?p=43402

h t t p s : / / w w w. a r c h d a i l y. c o m . b r /

br/601552/centro-psiquiatrico-fried-

https://www.pessoacomdeficiencia.

richshafen-slash-huber-staudt-architekten

gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/ cartilha-censo-2010-pessoas-com-deficien-

https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_

de_Reabilita%C3%A7%C3%A3o_Lucy_ Montoro

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/

noticia/2019/02/19/mortes-no-transito-dacidade-de-sp-aumentam-53-em-janeiro-dizinfosiga.ghtml

67

ciareduzido.pdf




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