Livro 70 anos - Sistema Fecomércio

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NOVOS COMEÇOS

EDITORA SENAC CE · FORTALEZA · 2018

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Fecomércio 70 anos


Presidentes da Fecomércio-CE e dos Conselhos Regionais do Sesc e Senac CE: Maurício Cavalcante Filizola Luiz Gastão Bittencourt da Silva (Licenciado) Diretora Institucional da Fecomércio-CE: Cláudia Maria Meneses Brilhante Maia Diretor Sindical da Fecomércio-CE José Araujo de Oliveira Presidente do IPDC: Francisco Everton da Silva

Editora: Denise de Castro Coordenação executiva: Sávio Carvalho Consultoria técnica: Ana Carmélia Costa Araujo, Kelly Cintia, Leônidas Fernandes Macêdo Junior, Luís Antonio Rabelo Cunha, Michelly Ribeiro, Nicolau Mota, Patricia Rinaldi, Raquel Barros, Rozi Castelar, Sidarta Nogueira Cabral Textos: Hébely Rebouças, Sérgio de Sousa, Wania Caldas

Diretor do Departamento Regional Sesc e Senac: Rodrigo Leite Rebouças

Projeto gráfico: Abracadabra

Diretora do Departamento Regional Sesc: Regina Pinho (Licenciada)

Fotos: Jr. Panela, Eugênio Moreira, Cláudio Pedroso, Davi Pinheiro, Paulo Negreiros, Christina Bocayuva, Acervo Nirez, Acervo Imagem Brasil, Acervos Sesc, Senac e Fecomércio

Diretora do Departamento Regional Senac: Ana Cláudia Martins Maia Alencar (Licenciada) Diretora de Educação Profissional do Senac: Geórgia Philomeno Gomes Carneiro Diretora de Programação Social do Sesc: Patricia Rinaldi

Pesquisa iconográfica: Elizabeth Bas, Rosangela Viana Primo

Consultora Pedagógica: Josefa Braga Cavalcante Sales Designer Editora: Kelson Moreira Revisão: Manoella Monteiro

Diretor Financeiro Sesc e Senac: Gilberto Barroso da Frota Diretora Administrativa Sesc e Senac: Débora Sombra Costa Lima Conselho Editorial: Rodrigo Leite Rebouças, Geórgia Philomeno Gomes Carneiro, Gilberto Barroso da Frota, Sidarta Nogueira Cabral, Denise de Castro, Lyvia Kirov Goes Ferreira

© Senac Ceará, 2018 Editora Senac Ceará Rua Pereira Filgueiras, 1070 Fortaleza - CE - CEP 60160-150 editora@ce.senac.br www.ce.senac.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de forma alguma ou por meio algum, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópias, gravações ou por qualquer sistema de armazenagem e consulta de informações, sem a permissão, por escrito, da Editora.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Katiúscia de Sousa Dias - CRB 3/993) Fecomércio Ceará. Sesc. Senac 70 anos: novos começos. / Sistema Fecomércio. – Fortaleza: Senac Ceará, 2018. 260 p. il. color. ISBN: 978-85-99723-38-8 1. Sistema Fecomércio. 2. Federação do Comércio do Estado do Ceará. 3. Senac Ceará. 4. Sesc Ceará. I. Título. CDD 381.1


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FecomĂŠrcio 70 anos



Sumário Sentimento de gratidão

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Luiz Gastão Bittencourt da Silva

Novos começos, servir sempre Maurício Cavalcante Filizola

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Somando forças Entendendo o Sistema

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Linha do tempo Os primeiros 50 anos

A formação de um sistema Sesc: referência na prestação de serviços à sociedade

Senac: a maior e mais valorizada escola de qualificação profissional do Brasil Um olhar à frente: projeções e desafios Referências bibliográficas

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Sentimento de gratidão Dos 70 anos de história do Sistema Fecomércio do Ceará, sinto-me orgulhoso em ter estado à frente dessa valorosa organização por 20 anos. Não raro, perguntam-me sobre a sensação de missão cumprida. Sobre a certeza de ter concluído um trabalho que começou a ser vislumbrado, coletivamente, ainda no início dos anos 2000. A missão estaria integralmente concluída se, hoje, tivéssemos níveis socioeconômicos mais equilibrados, se não mais tivéssemos tanta desigualdade, desemprego e fome, não apenas do alimento, mas de oportunidades. Apesar disso, posso concluir que sinto, sim, orgulho e alegria de ver que muito do que desejamos duas décadas atrás foi realizado. Ter podido liderar equipes que se inspiraram por um mesmo prisma, um mesmo sentimento de amor e dedicação à causa, é uma realização pessoal e profissional inestimável. Temos, no Sistema Fecomércio do Ceará, pessoas que abraçam a missão, gente comprometida com a causa maior de transformar vidas. Tenho a convicção de que busquei o que há de melhor. Sempre tive a visão de que não poderia administrar a Instituição como se esta fosse uma empresa privada, no sentido do lucro. Mas procurei empreender os princípios da economicidade e da eficiência para fazer mais e melhor com os recursos disponíveis.

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Chegamos a um nível de maturidade que inspira federações Brasil afora, tornando-nos cada vez mais integrados, com ações complementares que interligam e fortalecem as casas que compõem o Sistema. Podemos dizer que conseguimos cumprir as metas e os objetivos traçados quais sejam a universalização da atuação, fazendo-nos chegar a todos os municípios do Estado do Ceará, conquista que ampliou sobremaneira a representatividade da Federação junto às empresas do comércio de bens, serviços e turismo, a unificação do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, a modernização, a profissionalização e a consequente ampliação da quantidade de cearenses atendidos pelos nossos serviços e, como resultado de todo esse esforço, dotar o Sistema de um modelo de gestão sustentável. Na linha de frente da entidade, agora, temos o empresário Maurício Filizola, homem que adquiriu indiscutível respeitabilidade entre a classe empresarial, liderança agregadora e que se mostra plenamente capaz de aperfeiçoar o que já pôde ser construído ao longo dos últimos 20 anos e de implantar novos alicerces para a Instituição. Ao olhar para trás e ao mirar o futuro percebo que há um terreno bem sedimentado para ainda mais conquistas. E, assim, minha mensagem deve ser apenas uma: a de agradecimento. Agradeço aos presidentes de sindicatos, diretores, conselheiros, técnicos, assessores que mesmo nos momentos de maior dificuldade me deram o sustentáculo necessário para seguir abraçando nosso projeto e buscando soluções para concretizar o que sonhamos.

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Ademais, agradeço também à sociedade cearense que me presenteou com títulos de cidadão do Estado e de diversos municípios. Cada honraria recebida trouxe um sentimento predominante – não o do orgulho pelo que fiz, mas o da obrigação do que ainda deveria fazer. Hoje, em missão me confiada pelo presidente Antônio Oliveira Santos, tenho a satisfação de contribuir com a terra onde nasci, o Rio de Janeiro, desde que assumi a intervenção do Sesc e Senac fluminense, mas continuo a orgulhar-me do Ceará e a repetir que sou cearense. Onde quer que eu esteja meu coração continuará no Ceará, minha terra. Amigos e irmãos cearenses, viver, trabalhar e aprender junto a vocês todo esse tempo foi a maior honra de minha vida. Continuaremos unidos pelo mesmo propósito: o de trabalhar por um país que respeite todo cidadão, que valorize quem trabalha e gera emprego e renda com desenvolvimento econômico e justiça social. Luiz Gastão Bittencourt da Silva Vice-Presidente Administrativo da CNC

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Novos começos, servir sempre

Servir para transformar vidas. Hoje, mais do que nunca, estamos compreendendo porque ajudar o outro tornou-se uma das melhores maneiras de ajudar a si próprio. Tenho a honra e a gratidão de estar sucedendo Luiz Gastão Bittencourt e estar presidindo um Sistema que foi criado por empresários há mais de sete décadas para transformar vidas, colocando-se a serviço do outro e ajudando-o a se autodesenvolver para que ele também se torne apto a servir. E assim o ciclo da vida se completa e assim tudo acontece. O comércio traduz muito bem esse conceito, pois, em sua essência, é serviço, e para isso precisa de pessoas qualificadas e preparadas para desempenhar suas tarefas e cumprir sua missão. A história tem demonstrado a importância do comércio para a evolução da humanidade. Ele foi o grande incentivador dos desbravadores que enfrentaram desafios em busca de novos destinos e de novas descobertas. O comércio de bens, serviços e turismo representa a maior força econômica deste Estado e do país. É o que mais arrecada impostos, o que mais gera empregos e é também o setor mais presente na vida das pessoas. Daí a sua importância também social.

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Em um Estado formado por gente tão trabalhadora e vocacionada para o sucesso, o comércio vem reafirmando a cada dia sua missão, chegando a todos os lugares para levar cidadania, qualidade de vida e desenvolvimento social. No Ceará, o Sistema Fecomércio/Sesc/Senac/Ipdc cumpre um papel de alta relevância. Criado e mantido por empresários do comércio de bens, serviços e turismo, o Sistema tornou-se um ser vivo, atuante e participativo, integrado à comunidade, próximo dos comerciários e de seus familiares e parceiro dos 33 sindicatos filiados à entidade, que representam mais de 150 mil empresas da nossa região. Quero agradecer a todos os colaboradores, diretores, conselheiros e parceiros pelo seu trabalho diário e permanente. Muitas vezes nós não conseguimos calcular a dimensão e a repercussão de cada atitude, de cada tarefa realizada com empenho e esmero na vida de milhares de pessoas que têm suas vidas

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transformadas pela nossa ação. Meu reconhecimento e minha gratidão pela escolha diária de colaborar de forma incansável por um mundo mais justo e humano, com oportunidade para todos e com justiça social. Que possamos celebrar 70 anos com muito orgulho do que fizemos até agora e com a consciência de que precisamos fazer ainda mais. Novos começos, servir sempre.

Maurício Cavalcante Filizola Presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac/IPDC Ceará

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Somando forças Há um célebre provérbio que orienta: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo”. A frase traduz a essência do sindicalismo e da congregação de classes no Brasil e no mundo ao enfatizar a importância da união para a conquista de resultados sólidos. Foi com base nessa premissa, de que é preciso agir coletivamente para ir mais longe, que a Fecomércio-CE alcançou seu atual patamar de relevância e distinção nacional. E é com esse espírito que comemora 70 anos de existência, convidando toda a sociedade para somar forças em prol do desenvolvimento do Ceará. Em nível estadual, a Fecomércio-CE é a representante máxima das causas do comércio de bens, serviços e turismo – setor responsável por 64,7% do PIB cearense. Congrega, em 2018, um total de 33 sindicatos patronais do comércio, incluindo varejistas e atacadistas, e representa cerca de 150 mil empresas na Capital e no Interior.

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Sua atuação é, portanto, de caráter político e representativo das empresas do comércio, mas não se restringe a isso. É a Fecomércio que administra, também em âmbito estadual, duas conhecidas instituições: o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), entidades cruciais para o desenvolvimento do setor e que se destacam, ano após ano, como referência em qualificação profissional, bem-estar e promoção da cidadania. O Sistema Fecomércio/Sesc/Senac atende a múltiplas demandas dos comerciários e de outros segmentos da sociedade. Cursos básicos e profissionalizantes, educação de jovens e adultos, equipamentos culturais e de lazer, serviços de saúde, consultorias e centenas de outros projetos realizados pelas duas instituições configuram as interfaces da Federação com a população, contribuindo para a qualidade de vida e para a autonomia dos cearenses. É também a Fecomércio-CE a responsável pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), órgão criado em 1998 que fornece estudos e dados estatísticos de viés econômico a empresários de diversos ramos. A Federação cearense foi uma das primeiras do país a criar seu próprio instituto de pesquisa para tratar e disponibilizar informações exclusivas sobre tendências de mercado, consumo e outros temas que ajudam nas tomadas de decisões no setor empresarial.

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É por congregar e representar dezenas de sindicatos e, ainda, por abranger Sesc, Senac e IPDC que a Fecomércio tem se configurado, nos últimos anos, como Sistema. O termo faz referência à forma integrada com a qual essas instituições têm trabalhado, com base em diretrizes comuns e ações complementares. O projeto de integração, que foi vislumbrado há cerca de duas décadas, culminou, em 2017, com a inauguração da sede administrativa unificada do Sistema Fecomércio, em Fortaleza, onde estão sediadas as diretorias das quatro entidades, facilitando o diálogo e a comunicação entre as unidades. As recentes criações do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) unificado e do Cartão do Empresário também são pontos altos do processo de integração da Instituição, que chega ao seu 70º aniversário animada por uma corrente de renovação e modernidade.

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Entendendo o Sistema

As entidades que compõem o Sistema Fecomércio não possuem fins lucrativos, e são financiadas com recursos de natureza privada. A Federação, por exemplo, enquanto Instituição representativa, é mantida pela contribuição sindical e pelos produtos e serviços que passou a ofertar a partir do ano 2000, como forma de garantir sua sustentabilidade. Já Sesc e Senac são financiados pela contribuição compulsória das empresas, que destinam, mensalmente, um recurso específico para a manutenção das casas. O valor do repasse corresponde a um percentual da folha de pagamento do empresário: para o Senac, a contribuição equivale a 1% da folha; para o Sesc a alíquota é de 1,5%. O montante é integralmente pago pelas empresas, sem descontos na remuneração de funcionários – portanto, o valor da folha serve apenas como base de cálculo do recurso a ser destinado.

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O serviço de arrecadação da verba é feito pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que é remunerado para recolhê-la e repassá-la para o Sesc e o Senac. A execução dos valores passa por auditorias internas e externas, e toda a destinação deve atender às demandas sociais de qualificação profissional e de promoção social. Esse modelo de financiamento existe desde o início da década de 1940, quando foi instituído o Sistema S. O objetivo era criar entidades, mantidas pelo setor produtivo, que proporcionassem aos trabalhadores mais bem-estar e igualdade de oportunidades. Com o Sistema S, empresários do comércio, da indústria, dentre outros segmentos, passaram a financiar estruturas voltadas para a qualificação profissional e para a promoção da cidadania. Sesc e Senac são exemplos dessas instituições, ambas ligadas ao comércio. Conforme o leitor poderá ver nas próximas páginas, o Sistema Fecomércio-CE tem investido no aperfeiçoamento de seu corpo técnico, ampliado a abrangência de suas atividades e implementado mecanismos modernos de gestão e de transparência.

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Não à toa, portanto, a Fecomércio do Ceará celebra 70 anos como uma das mais representativas e arrojadas federações do País no setor comercial. Imersa em um cenário de constantes desafios, chega à maturidade institucional conquistada pelo trabalho não apenas de uma liderança, mas de uma equipe que, em grande medida, cresceu e se aperfeiçoou dentro do Sistema. A ideia de “ir junto para ir mais longe” permeia diretrizes, planejamentos e metas. A união e o espírito coletivo seguem guiando a Instituição rumo a seu objetivo maior: o de contribuir para o desenvolvimento e para a autonomia da sociedade cearense.

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Pela legislação brasileira, as empresas destinam um valor proporcional a sua folha de pagamento para financiar as entidades Sesc e Senac.

por que sistema? Nos últimos 20 anos, o Sistema Fecomércio-CE tem dedicado esforços à integração de suas entidades: Federação, Sesc, Senac e IPDC. Assim, vem atuando cada vez mais como Sistema, baseado em diretrizes e políticas de gestão comuns.

de onde vêm os recursos financeiros? O Sistema Fecomércio do Ceará tem personalidade jurídica de direito privado e é mantido com recursos dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Sesc e Senac têm um modelo próprio de financiamento, também de natureza privada.

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empresas

bem-estar e promoção social (Sesc); representação, apoio e defesa das empresas do comércio de bens, serviços e turismo, filiadas da Fecomércio; formação profissional (Senac).


contribuição compulsória

O valor é integralmente pago pelas empresas, sem descontos na remuneração de funcionários.

O INSS é remunerado para prestar o serviço de recolher e repassar os recursos ao Sesc e Senac. A execução da verba é fiscalizada por auditorias internas e externas.

Sesc e Senac disponibilizam ao público, por meio de portais da transparência, informações sobre sua gestão orçamentária, financeira e finalística.

contribuição sindical; aquisição de produtos e serviços oferecidos pela Federação.

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+ de 150 mil

federações estaduais e nacionais do comércio associadas

sindicatos do comércio de bens, serviços e turismo filiados

empresas do comércio de bens, serviços e turismo representadas

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CNC

Fecomércio-CE

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará

Representa institucionalmente, no plano nacional, as entidades representantes de empresas do comércio. Agrupa 34 federações patronais e 1.032 sindicatos, incluindo varejistas e atacadistas, abrangendo cerca de 5 milhões de empresas do comércio brasileiro. Administra o Sesc e o Senac nacionalmente.

Representa, em âmbito estadual, os sindicatos patronais do comércio de bens, serviços e turismo. Está vinculada à CNC, ao lado de outras federações do Brasil.

Sindicatos do Ceará

Administra o Sesc e o Senac no Estado do Ceará.

Representam as empresas de diversas categorias comerciais do Ceará. Vinculam-se ao Sistema Fecomércio-CE, responsável por atuar na defesa de questões pertinentes ao conjunto das empresas e a segmentos específicos.

Administra o IPDC (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará).

Abrangem empresas do atacado e varejo, do Interior e da Capital.

Supervisiona e coordena o Sicomércio (Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio). Sedes em Brasília e Rio de Janeiro.

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Clóvis Arrais entrega certificados a concludentes de cursos ministrados pelo Senac, juntamente com Abílio de Melo, em 1958.

1ª Conferência das Classes Produtoras do Brasil, dando origem à Carta da Paz Social.

Fundação da Fecomércio, do Sesc e do Senac no Ceará, por Clóvis Arrais Maia, em 16 de março. A primeira sede foi na Associação dos Merceeiros, no Centro de Fortaleza.

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Inauguração da Colônia de Férias de Iparana (atual Sesc Iparana Hotel Ecológico).

Inauguração da sede Sesc/Senac em Fortaleza, na Rua Clarindo de Queiroz, 1740.


Inauguração do Centro de Atividades de Iguatu do Sesc.

Jessé Pinto Freire, Presidente da CNC e Plácido Aderaldo Castelo, Governador do Estado na inauguração do Senac Ceará.

Inauguração do Restaurante do Comerciário, na Rua 24 de Maio, em Fortaleza;

Inauguração da sede do Senac Ceará na Av. Tristão Gonçalves. João Luiz Ramalho de Oliveira assume a presidência da Federação do Comércio Atacadista do Estado do Ceará.

Início da implantação de unidades, equipamentos e ações do Sesc e do Senac no interior do Ceará (Juazeiro do Norte). Expansão da sede Sesc/Senac para a Av. Duque de Caxias.

18 municípios passam a ser atendidos pelo Senac no Ceará.

Transformação do Setor de Pesquisa e Colocação em Agência de Colocação, dando origem ao Banco de Oportunidades do Senac.

Inauguração da Unidade Senac Juazeiro do Norte, em 26 de maio; e início das atividades no Crato.

Inauguração do Centro Odontológico no Sesc Fortaleza.

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Sesc inaugura a Clínica de Fisioterapia; Com o falecimento de Clóvis Arrais Maia, José Leite Martins assume a presidência da Federação Varejista e do Senac Ceará.

Presidente José Leite Martins, Felipe Franklin, Valter e Rozimeire Castelar em reunião.

Ampliação da oferta dos cursos de turismo do Senac, atendendo a demanda dos empresários do setor. Luiz Gastão Bittencourt assume a presidência do Sistema Fecomércio; Reisado de Mestre Aldenir na Mostra Sesc Cariri de Culturas

Unificação das Federações Varejista e Atacadista do Comércio do Ceará; Fundação do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará – IPDC.

Realizada no Crato a 1ª Mostra Sesc Cariri de Teatro (atual Mostra Sesc Cariri de Culturas);

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Início das atividades do Senac Móvel.


Luiz Gastão Bittencourt promove a unificação da gestão do Sistema Fecomércio (Fecomércio/Sesc/Senac/IPDC); Inauguração do Teatro Sesc Emiliano Queiroz. Entrega de alimentos do projeto Amigos do Prato

Implantação do projeto Amigos do Prato, pioneiro no país, dando origem ao Mesa Brasil, o maior banco de alimentos, responsável pela doação de milhões de quilos por ano; Implantação das 5 unidades Sesc Ler: Crateús, Quixeramobim, Ibiapina, São Gonçalo e Aracati.

Lançamento do livro Memória do Comércio Cearense.

Implantação do Senac Guaramiranga Hotel-Escola; Criação do Senac Unidade Idiomas, na Av. Rui Barbosa.

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Criação da Editora Senac Ceará; Antonia Regina Pinho da Costa assume a Diretoria Regional do Sesc Ceará. Alunos da Escola Sesc Educar

Sesc recebe Chancela “Selo de Responsabilidade Cultural” (2005/2007/2009/2010) da Secretaria de Cultura do Estado.

Sesc Ler recebe a chancela da Unesco; Ana Cláudia Martins Maia Alencar assume a Diretoria Regional do Senac Ceará.

Regina Pinho

Inauguração do Sesc Senac Iracema – Centro de Comunicação, Artes, Design e Cultura; Construção do Hotel Colônia de Férias Sesc Iparana; Inauguração da Escola Educar Sesc em Fortaleza; Desenvolvimento dos Itinerários Formativos no Senac.

Ana Cláudia Martins

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Aluna do Senac recebe medalha de Ouro na Olimpíada Nacional do Conhecimento; Lançamento do livro Sistema Fecomércio Ceará – 60 Anos: uma história de várias realizações; Inauguração do Teatro Patativa do Assaré, no Sesc Juazeiro, com capacidade para 350 pessoas; Implantação do Projeto Futsal Sesc em Fortaleza, que em 2017 chegou a 11 municípios cearenses; Troféu Eusélio Oliveira, outorgado pela UFC, em homenagem às entidades do Sistema Fecomércio pelo desenvolvimento de ações de apoio à arte e cultura, em especial pela recuperação do Centro Cultural Sesc Luiz Severiano Ribeiro (Cine São Luiz).

Início do Programa Senac de Gratuidade (PSG) e do Programa de Comprometimento e Gratuidade (PCG) no Sesc; Participação de aluna do Senac, Lia Rebeca Mendonça, na World Skills Canadá, Torneio Internacional de Educação Profissional – Categoria Cabeleireiro; Parceria do Senac com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Ministério do Turismo de Moçambique e o Senac Bahia; Sesc Ler Quixeramobim é agraciado com a Medalha Paulo Freire, concedida pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC); Mesa Brasil Sesc Ceará ocupa o 1º lugar no ranking nacional Sesc.

Prato entregue para doadores em campanha de doação do Sesc Mesa Brasil

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Inauguração do Senac Unidade Turismo, em Fortaleza, na Rua Tibúrcio Cavalcante; Encontro de pescadores, marisqueiras e artesãos de mais de 100 comunidades litorâneas do Ceará, evento que deu origem ao projeto Encontro Sesc Povos do Mar; Formalização de convênio com a Universidade de Coimbra e o Sesc no campo de pesquisa das temáticas Turismo, Patrimônio e Cultura; Parceria do Senac com o BNDES possibilitando novas formas de pagamento dos cursos de qualificação profissional para os funcionários de micros, pequenas e médias empresas (público-alvo do cartão BNDES); Início do curso de Pós-Graduação de Negócios de Moda: da concepção da marca ao desenvolvimento de produto, em parceria com o Senac-SP; Início dos cursos do Prodetur/CE II (SETUR/MTUR/BID/BND).

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Pescadores assistem à apresentação de Dança dos Cocos

Certificação do Restaurante Sesc Centro pela ABNT; Realização da Mostra Sesc Luso-Brasileira de Culturas (Coimbra-Portugal); Início de cursos do Pronatec pelo Senac; Senac recebe o “Prêmio SRTE Inclusão pelo Trabalho”.


Instalação da Unidade Senac Maraponga, na expansão do Maraponga Mart Moda; Projeto Cidadania Ativa do Sesc conquista a primeira colocação na 5ª edição do concurso Experiências Gerontológicas “Una Sociedad para todas las edades”, na categoria Organizações, da Red Latinoamericana de Gerontologia.

Sesc torna-se a 1ª instituição social do Brasil a ser aceita como parceira do projeto internacional “Save Food” da ONU/FAO;

A aluna do Senac Sara Ariane Aguiar Lima recebe Medalha de Ouro na Olimpíada do Conhecimento, na categoria Estética e Bem-Estar e vai para o torneio mundial;

Senac passa a integrar a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa;

Certificação de Instrutores de Gastronomia do Senac, Pro Chef I;

Patrícia de Sousa recebe Medalha de Excelência na Ocupação Cabeleireiro, no WorldSkills Alemanha.

Inauguração do Restaurante do Sesc no Shopping Rio Mar Fortaleza, ampliando o atendimento aos trabalhadores do comércio.

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Chef Ivan Prado e instrutor Wagner Sena, em oficina durante o Saberes e Sabores, em Juazeiro do Norte, CE

1º Saberes & Sabores – edição Cariri 2015: na Rota da Inovação, projeto desenvolvido pelo Senac que valoriza os ingredientes e a culinária regional; Implantação do novo Modelo Pedagógico do Senac.

Senac Ceará sedia a etapa final da Competição Senac de Educação Profissional – segmento Cabeleireiro, no qual a aluna Bruna de Sousa recebe Medalha de Prata; Adesão do Sesc à Rede Brasileira de Banco de Alimentos em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) e com a Secretaria de Segurança Alimentar – SESAN. Bruna de Sousa comemorando a conquista da medalha

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70 anos da Fecomércio no Ceará; Inauguração do Restaurante do Sesc na Aldeota; Inauguração da Unidade Senac Rio Mar; Realização do Colóquio Internacional Sesc sobre Inclusão Social e Diversidade em parceria com a UFC, com palestrantes e pesquisadores de universidades do Brasil, da França, do Canadá, da Suíça e da Itália; Inauguração da nova sede integrada da Fecomércio/Sesc/Senac/IPDC;

Início das atividades da Escola de Vigilantes do Senac;

Início do SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente unificado Sesc e Senac;

Rodrigo Leite assume a Diretoria Regional do Sesc e do Senac integrando a gestão das duas instituições;

Criação do Cartão do Empresário Contribuinte; Lançamento do Observatório do Comércio; Projeto Sesc Aflorar recebe o reconhecimento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) tendo sido escolhido como uma das 10 melhores boas práticas em todo o país;

Maurício Cavalcante Filizola assume a presidência do Sistema Fecomercio no Ceará. Presidente Maurício Filizola discursa na posse da diretoria da Fecomércio

Inauguração da Unidade Móvel Sesc Saúde Mulher, iniciando suas atividades em bairros de Fortaleza com ações de educação em saúde e com realização de exames citopatológicos (Papanicolau) e mamografia.

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OS PRIMEIROS 50 ANOS

Praça do Ferreira, em 1934, ano em que foi construída a Coluna da Hora. Ao fundo, o Cine Teatro Majestic Palace. (Arquivo Nirez)


quarenta e dois

ANOS 1940 E 1950: O PÓS-GUERRA E A CRIAÇÃO DAS ENTIDADES DO COMÉRCIO

P

rimeira metade do Século XX. Na paisagem da capital cearense veem-se casas, pequenos comércios, bodegas que fecham na hora do almoço. Apesar de esbanjar espaços inspirados na arquitetura francesa e de ter recebido milhares de pessoas que migraram do Interior nas grandes secas do Estado, sobretudo as de 1915 e 1932, Fortaleza ainda é uma cidade pequena, com poucos carros, ruas estreitas, girando em torno do quadrilátero entre o Centro e o porto. É justamente ali que o comércio floresce na cidade. Ao redor dos cafés, da badalada Praça do Ferreira e da Praça da Carolina, onde estão os prédios dos Correios e o Palácio do Comércio, os principais comerciantes do período instalavam-se. Casa Parente, fundada em 1914; A Cearense, de 1918; Casa Pio, de 1928; Aba Film e farmácia Oswaldo Cruz, de 1934; Sapataria Belém, de 1939; Romcy, de 1948, são alguns dos mais famosos. Naquele entorno, imigrantes e cearenses, empresários, ambulantes e caixeiros viajantes começavam a construir o que seria uma das vocações econômicas do Estado.


Cartão-postal colorizado Aba-film 1950 (Arquivo Particular)

Ao redor dos cafés, da badalada Praça do Ferreira e da Praça da Carolina, onde estão os prédios dos Correios e o Palácio do Comércio, os principais comerciantes do período instalavam-se.


Rua Floriano Peixoto, esquina com São Paulo, 1935. (Arquivo Nirez)

Sapataria Belém, na Rua Floriano Peixoto, início da década de 1930. (Arquivo Cipriano Capelo)

Interior da mercearia A Brasileira, na Rua Floriano Peixoto, 1936. (Arquivo Nirez)

Loja A Pernanbucana, da firma Lundgren & Cia, 1942. (Arquivo de Thomaz Pompeu Gomes de Matos)

Farmácia e Drogaria Oswaldo Cruz, na Praça do Ferreira, Aba Film, 1950. (Arquivo Nirez)


Os primeiros 50 anos

Rua Conde D´Eu, década de 1950. (Arquivo Nirez)

quarenta e cinco

Rua Guilherme Rocha, primeira rua da cidade com trânsito destinado apenas a pedestres, 1956. (Arquivo Nirez)

(SEM LEGENDA) 1956

Loja Copacabana na Rua Liberato Barroso. Aba Film, 1954. (Arquivo Nirez)

Abrigo central na Praça do Ferreira, onde tinham cafés, livrarias e lojas. Ao fundo as Lojas Brasileiras, 1958. (Arquivo Nirez)

Fecomércio 70 anos


quarenta e seis

Até o fim dos anos 1940, o Ceará é predominantemente rural, assim como o resto do País. Porém, isso começaria a mudar na década seguinte. Com a industrialização nascente, principalmente nas regiões que vivenciaram a pujança do café, no Sudeste, a população migrava cada vez mais para as cidades. É um período em que o país desenvolve um mercado interno, a indústria, o comércio, e torna-se um grande produtor de alimentos. Na política nacional, o fim de um ciclo: Getúlio Vargas deixa a Presidência da República em 1945, após 15 anos no poder. Em seu legado, tem-se a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que também regulava a organização sindical no País. No mundo, o alvorecer da década de 1940 chega sob a sombra da Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939 na Europa. Naqueles anos, decisões políticas e econômicas são pautadas pelo conflito. E em 1944, com a iminência do fim da guerra, os países iniciam discussões sobre a economia e a construção de uma nova ordem mundial, em um ambiente polarizado entre Estados Unidos e União Soviética. É a histórica Conferência de Bretton Woods, nos Estados Unidos, que reuniu 44 países aliados. Dali, sairia a criação de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial), além de regras financeiras e comerciais. Dentre os representantes do Brasil na Conferência, estava o futuro presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), João Daudt d’Oliveira, que participara com outras lideranças da época.


Os primeiros 50 anos

quarenta e sete

Traçar estratégias para evitar crises econômicas como as ocorridas após a Primeira Guerra Mundial, a exemplo da Grande Depressão dos anos 1930, era um dos objetivos da Conferência de Bretton Woods, que teve como integrante da delegação brasileira aquele que seria o futuro presidente da CNC, João Daudt d´Oliveira.

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quarenta e oito

A CARTA DA PAZ SOCIAL

E

m meio a esse contexto, é realizada, em Teresópolis, no Rio de Janeiro, a I Conferência de Classes Produtoras do Brasil (Conclap), em maio de 1945.Nesse encontro, foi produzida e divulgada meses depois, em janeiro de 1946, a Carta da Paz Social, assinada por 183 delegações do setor produtivo do País, líderes sindicais e associações de classe do comércio, da indústria e da agricultura. No documento constam não apenas as relações entre empregadores e empregados, mas também políticas de bem-estar social e o papel social das empresas. Meses após a realização da Conclap, em setembro de 1945, seria criada a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e, no ano seguinte, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Social do Comércio (Sesc).


Os primeiros 50 anos

•

quarenta e nove


Fachada da Associação dos Merceeiros, esquina da Clarindo de Queiroz com Floriano Peixoto

50

a formação de um sistema


Os primeiros 50 anos

cinquenta e um

A FEDERAÇÃO DO CEARÁ

Nos anos 1940, o Ceará contava com entidades como a Associação Comercial do Ceará (ACC), a Associação dos Retalhistas, a Associação dos Merceeiros e a Federação das Associações Comerciais e Industriais do Ceará (Facic). E, em 1948, seria a vez da fundação da Federação do Comércio Varejista do Estado do Ceará, alinhada com a também recém-criada CNC. Fundada em 16 de março de 1948, a nova entidade contava com 11 sindicatos, alguns do setor atacadista. A sede ficava na Associação dos Merceeiros, no Centro da Capital.


cinquenta e dois

Reunião da Federação do Comércio


Os primeiros 50 anos

cinquenta e três

1948 Sindicato do Comércio de Gêneros Alimentícios de Fortaleza (Clóvis Arrais Maia e Abílio Vieira de Melo); Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos do Ceará (Lauro Pessoa Martins e Jorge de Albuquerque Teófilo); Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios de Fortaleza (Luiz Costa Melo e Josué Paiva Wanderley); Sindicato do Comércio Atacadista de Carnes Frescas e Congeladas de Fortaleza (Edgard Pereira de Melo e José Vieira da Silva); Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Maranguape (Renato Mota e José Bessa); Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Caucaia (Benedito Ferreira da Silva e Manoel Ferreira Lima); Sindicato dos Representantes Comerciais e Consignatários de Fortaleza (Aprígio Prado Vasconcelos e Eugênio Francisco de Souza); Sindicato dos Hotéis e Similares de Fortaleza (Oswaldo Azin e Manuel Uchoa Filho); Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Crato (José Eurico Ribeiro da Silva e Expedito Gomes da Silva); Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção, Carvão Vegetal e Lenha de Fortaleza (José Martins Timbó e Francisco Antonio de Oliveira); Sindicato dos Lojistas do Comércio de Fortaleza (José Ramos Torres de Melo e Carlos Garcia Juaçaba).


cinquenta e quatro

A primeira diretoria da Federação do Comércio do Estado do Ceará era composta por Clóvis Arrais Maia (presidente), Renato Mota (1° vice-presidente), José Eurico Ribeiro da Silva (2° vice-presidente), Benedito Ferreira da Silva (secretário) e Abílio Vieira de Melo (tesoureiro). Nos primeiros anos, a entidade era basicamente centrada na Capital e nos municípios vizinhos, dada a falta de tradição de organização sindical no interior do Estado. Esse, aliás, foi um dos primeiros desafios da Federação. A questão do escoamento dos produtos cearenses por meio do porto, que enfrentava dificuldade de todo tipo, passando por roubo de carga a aumento dos impostos, também foi rapidamente encampada pela entidade. Um outro entrave era a precária rede de energia elétrica. A luta da Federação era para trazer a energia de Paulo Afonso, que se tornaria realidade apenas no primeiro governo Virgílio Távora, na primeira metade da década de 1960. Ou seja, os problemas estruturais ainda eram grandes impeditivos para a atividade comercial. Fortaleza, no entanto, crescia do ponto de vista populacional, acompanhando o boom de migração para as grandes cidades e desenvolvia cada vez mais o comércio.


Os primeiros 50 anos

cinquenta e cinco

Ao longo dos anos, novos filiados passaram a compor a Federação:

Clóvis Arrais Maia e comitiva cearense participando da 1º Conferência das Classes Produtoras, julho 1949


cinquenta e seis

Cartão-postal com o prédio da Phenix Caixeiral, 1905 (Arquivo Nirez)

No Centro de Fortaleza, entre as ruas General Sampaio e Guilherme Rocha, um imponente prédio inaugurado em 1905 abrigou a sede da associação Phenix Caixeiral, primeira Instituição de ensino comercial do Ceará. Seu nome fazia referência à profissão de vendedores que atuavam em casas comerciais, os caixeiros. A Instituição permaneceu ali até 1915, ano da inauguração de um edifício maior, também no Centro.


Os primeiros 50 anos

Assim como nos outros estados, a Federação do Ceará ficou responsável pela administração do Sesc e do Senac. Nesse início, a entidade enfrentava problemas referentes à cobrança do imposto sindical. Na época, o recolhimento era feito pelo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC). Mas, com as dificuldades do comércio local, sobretudo em relação à carga tributária do município, o pagamento era feito com atraso. Os anos 1950 trouxeram uma enorme mudança cultural no País, impulsionada pela urbanização e pela influência dos meios de comunicação, sobretudo o rádio e a recém-chegada televisão, que deixaria marcas permanentes na publicidade e nos padrões de consumo, impactando diretamente no comércio. No início da década, Fortaleza tinha cerca de 270 mil habitantes e, apesar da alta taxa de informalidade, o comércio era responsável, nessa época, por 80% do Produto Interno Bruto (PIB) da Capital.

cinquenta e sete

Os anos 1950 trazem uma enorme mudança cultural no País, impulsionada pela urbanização e pela influência dos meios de comunicação, sobretudo o rádio e a recém-chegada televisão

Rádio Uirapuru, na Rua General Sampaio, esquina com Clarindo de Queiroz, 1957 (Arquivo Nirez)


cinquenta e oito

DUAS FEDERAÇÕES

A

s federações do comércio varejista e atacadista permaneceram juntas por uma década, até 1959. Esse período foi fundamental para o fortalecimento do setor e do Sesc e do Senac, além de ter sido frutífero no que diz respeito ao avanço de pautas comuns dos setores comerciais do varejo e atacado. Abusos na cobrança de impostos, escassez de crédito bancário, problemas na oferta de energia elétrica e negociações salariais estavam no rol de temas que, tratados conjuntamente, tinham maiores chances de prosperar. Ao longo do período de unificação alguns avanços são registrados: a Federação foi capaz de organizar a classe comercial no Interior e na Capital, prover o Estado de núcleos de formação profissional avançados, oferecer ao comerciário uma série de serviços e de assistência.


Antiga fachada do prédio da Administração regional do Sesc, na Rua Clarindo de Queiroz, 1970

Em 1959, no entanto, houve novo desmembramento. Atacadistas anunciaram a saída da Federação do Comércio em abril daquele ano, tendo a separação efetivado-se em novembro, passando a categoria à presidência de Moisés Pimentel. Já a Federação Varejista seguia sob a liderança de Clóvis Arrais Maia. Naquele período, as incertezas pairavam, sobretudo, no que dizia respeito à divisão entre Sesc e Senac. Definiu-se que a administração do Sesc, instalado na Avenida Duque de Caxias, ficaria a cargo dos atacadistas. Já o Senac, que também estava situado na Duque de Caxias até que a nova sede fosse erguida entre as ruas Meton de Alencar e Tristão Gonçalves, ficaria sob a responsabilidade dos varejistas.


sessenta

Clóvis Arrais Maia discursa na posse da diretoria da Fecomércio para a gestão de 1962 a 1964


Os primeiros 50 anos

•

sessenta e um


sessenta e dois

ANOS 1960 E 1970: O DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO E O PRIMEIRO SHOPPING DE FORTALEZA

Em 1960, a população da Capital atingia os 507 mil habitantes. As migrações do Interior, seja em busca de emprego na cidade que começava a ganhar ares de industrialização seja fugindo da grande seca de 1958, iam, aos poucos, mudando o perfil de Fortaleza. Naquele ano, 1958, foi inaugurada a sede do Sesc e do Senac na Rua Clarindo de Queiroz. Com a separação das federações varejista e atacadista no ano seguinte, o Sesc, administrado pelos atacadistas, seria instalado na Avenida Duque de Caxias. Já a nova sede do Senac, que ficou com os varejistas, começava a ser construída na Avenida Tristão Gonçalves. A obra terminaria apenas em 1969.


Os primeiros 50 anos

sessenta e três

Comércio Varejista de Maquinismo, Ferragens e Tintas de Fortaleza (Sinditintas) Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma) Sindicato dos Representantes Comerciais do Crato Sindicato do Comércio Varejista de Frutas e Verduras de Fortaleza (Sincofruta) Sindicato do Comércio Varejista de Livros do Estado do Ceará (Sindilivros)

Sede do Senac na Avenida Tristão Gonçalves

A interiorização do Sesc e do Senac começa nos anos 1970 com a abertura do Sesc de Juazeiro do Norte. Nos anos seguintes é a vez do Sesc de Sobral, em 1971, e de Iguatu, em 1972. Para o Senac, esse processo inicia-se em 1973 com as atividades em Sobral, e, posteriormente, em Juazeiro do Norte e no Crato, em 1978.


sessenta e quatro

Na Capital, o Sesc inaugura, em 1975, o Restaurante do Comerciário, e o Senac cria, em 1976, o banco de empregos, serviço gratuito que encaminhou para o mercado de trabalho, até 2016, mais de 40 mil alunos formados pela Instituição. Nessa década, o comércio, seguindo os passos da elite da Capital que já havia iniciado esse movimento de mudança, passa a se deslocar do Centro para a zona leste da cidade. Essa mudança ganha reforço com a inauguração, em 1974, do primeiro shopping da cidade: o Center Um, na Avenida Santos Dumont. É também neste ano que a rede francesa Mesbla abre sua primeira loja na capital cearense, no Centro.

Edifício Jereissati, na Rua Pará (Praça do Ferreira). Aba-Film (Arquivo Nirez)

Era uma época em que, na Capital, o comércio ainda estava fortemente concentrado no Centro. Lá funcionava a primeira escada rolante do Estado, instalada, em 1957, na Lojas Brasileiras (Lobrás), inaugurada no térreo do prédio onde, poucos anos depois, seria aberto o Hotel Savanah . O local virou ponto de visitação para fortalezenses e visitantes.


Os primeiros 50 anos

โ ข

Restaurante do Comerciรกrio, do Sesc

Alunas do Senac, curso de Corte e Costura, no Crato, em 1959

sessenta e cinco


sessenta e seis

Prédio do Senac, no Crato

Festa de São Pedro no Sesc Ceará, 1960


Fachada do Sesc Crato. 2004.

Primeira sede da Unidade Senac Sobral

Comitiva do Senac em visita à unidade de Iguatu, José Araújo, José Ibiapina, José Leite Martins, presidente; e engenheiro Delano.

Fachada do Sesc Iguatu


sessenta e oito

ANOS 1980 E 1990: FORTALECIMENTO E UNIFICAÇÃO

As federações do comércio varejista e atacadista ocuparam papel central na discussão sobre a crise econômica dos anos 1980. No início da década a alta inflação era a principal preocupação do setor. Em 1981, o índice chegou a 120% e rapidamente o mercado sentiu a escassez de crédito e a recessão. Em 1984, ano da posse de José Leite Martins à frente da Federação Varejista e do Senac Ceará, o tema mais discutido pelo Sindicato dos Comissários e Consignatários do Estado do Ceará foi o aumento no número de falência e concordatas.


Os primeiros 50 anos

José Leite Martins, Presidente da Federação do Comércio Varejista e do Senac Ceará, entre 1984 e 1998

sessenta e nove

João Luiz Ramalho, Presidente da Federação do Comércio Atacadista e do Sesc Ceará, de 1969 a 1998

Ainda no início da década de 1990, João Luiz Ramalho e José Leite Martins foram entusiastas da unificação das federações varejista e atacadista. Argumentavam que a reintegração fortaleceria a representatividade da classe comercial.


•

setenta

Centro de Fortaleza, 1983


Os primeiros 50 anos

•

setenta e um


setenta e dois

A

crise chegou ao Sesc e ao Senac com o congelamento do repasse do imposto sindical por parte do governo federal. Os dois, apesar de custeados pelo comércio, tinham a verba recolhida pelo antigo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e repassada à CNC e às federações. O problema, que também agravava-se com atrasos no repasse, quase terminou por fechar o Restaurante do Comerciário em Fortaleza, mas foi contornado pela Federação Atacadista. E, ao contrário das previsões mais pessimistas, Sesc e Senac cresceram ano a ano. O Sesc inaugurou a clínica de fisioterapia em 1984 e o Senac foi superando a cada ano o número de matrículas em seus cursos.


Os primeiros 50 anos

Filas para matrícula no Senac, 1980

Em 1980, as filas para inscrições no Senac Ceará dobravam o quarteirão.

setenta e três


setenta e quatro

Esquina das ruas Liberato Barroso com Major Facundo, Centro de Fortaleza, 1983

Na Capital, a população passava de 1,3 milhão de pessoas – chegaria a quase 2 milhões no fim dos anos 1990 –, e a prioridade do governo passava a ser promover o desenvolvimento no Interior para diminuir a desigualdade dentro do próprio Estado. O turismo começa a ser tratado como negócio, sendo implantadas estradas e vias de acesso para cidades e praias do Interior.


Centro de Fortaleza, 1983

Loja Magen, em 1983


Lojas Romcy, na esquina das ruas Liberato Barroso com BarĂŁo do Rio Branco, 1983


Os primeiros 50 anos

setenta e seis

A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A MUDANÇA NO SINDICALISMO

Após a redemocratização, a nova Constituição de 1988 seria o principal fator de mudanças – e fortalecimento – do sindicalismo brasileiro. Nesse contexto, a Confederação Nacional do Comércio reordena a sua própria estrutura e funda, em 1990, o Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio (Sicomércio). A estrutura passa a ser composta, então, por três níveis: 1° grau, formado pelos sindicatos; 2° grau, formado pelas federações do comércio, e, em última instância, a CNC. É também nessa época que representações sindicais dos serviços de saúde e de turismo e hospitalidade passam a fazer parte da CNC, abrangendo todo o setor de serviços.


setenta e oito

Reunião da Diretoria, com João Luiz Ramalho, Lúcio Alcântara e José Leite Martins

Essas mudanças culminariam no processo de unificação das federações do comércio em todos os estados, que, no Ceará, faria com que as federações varejista e atacadista, separadas desde 1959, voltassem a ser, em 1998, uma única Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), agora responsável pela administração do Sesc e do Senac. Plantava-se, ali, a semente para a criação do que viria a ser, nos anos seguintes, o Sistema Fecomércio do Ceará.


A Constituição de 1988 fortaleceu os sindicatos, que passaram a ser entendidos como forças políticas autônomas. A nova legislação estabeleceu princípios da unicidade sindical, da representatividade e da base territorial das entidades.


oitenta

Fachada do Palácio do Comércio, onde funcionou a Federação do Comércio


A FORMAÇÃO DE UM SISTEMA

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Fecomércio 70 anos


A volta de uma federação única para o comércio

João Ramalho, Luiz Gastão e José Leite Martins

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a formação de um sistema

A estrutura de organização e mobilização dos sindicatos patronais do comércio entra em nova fase a partir de 1998. É nesse ano que um novo capítulo da história da Federação começa a ser escrito, com o reencontro de entidades varejistas e atacadistas. Após 39 anos atuando de forma isolada, vinculados a federações distintas, os dois setores voltam a se unir no seio da mesma instituição, passando a formar, juntos, uma mesma Fecomércio-CE.


A união entre varejistas e atacadistas ocorre na esteira de uma conjuntura nacional: com a presença de 51 sindicatos, a IV Assembleia do Sicomércio, no Rio de Janeiro, ocorrida em outubro de 1997, deliberava pela fusão das federações nos estados em que havia mais de uma entidade. Entendia-se como paradigma ideal a compactação do sistema representativo: nos estados brasileiros com quatro ou mais federações, deveria haver redução a, no máximo, duas; e nos estados com menos de quatro federações, como no Ceará, deveria ocorrer a unificação. A resolução do Sicomércio exigiu um rearranjo nas peças do sistema sindical e na organização das Fecomércios em todo o País. Seria preciso negociar internamente, em cada estado, todos os termos dessa “compactação”. Nesse momento, o Ceará revelou-se preparado, tendo sido o primeiro do Brasil a, em maio de 1998, poucos meses após a Assembleia do Sicomércio, unificar suas federações atacadista e varejista.

O Ceará revelou-se preparado, tendo sido o primeiro do Brasil a, em maio de 1998, unificar suas federações atacadista e varejista 83

Fecomércio 70 anos


José Leite Martins e Luiz Gastão

O pioneirismo da Fecomércio-CE explicase, em parte, pela compreensão, entre lideranças do comércio cearense, de que uma nova visão sobre a organização sindical patronal precisava ser cultivada. Já em 1992, por exemplo, o então presidente da Federação do Comércio Varejista, José Leite Martins, demonstrava disposição para reintegrar as instituições, sob o entendimento de que a cisão mostrava-se contraproducente. Isso porque as demandas tornavam-se cada vez mais interligadas. Os resultados – positivos ou negativos – obtidos em negociações com governantes, trabalhadores e outros agentes sociais tendiam a surtir efeito em cadeia, afetando ambos os setores. Ademais, passou-se a compreender que, juntos, empresários atacadistas e varejistas poderiam ir mais longe, ampliando o peso de sua representação frente às instâncias legislativas, executivas e judiciárias no Ceará.

84

a formação de um sistema


Passou-se a compreender que, juntos, empresários atacadistas e varejistas poderiam ir mais longe, ampliando o peso de sua representação

Presidentes de Sindicatos atacadistas e varejistas: José Américo Carneiro Girão, José Moreira Sobrinho, Francisco Roberto Arrais Maia, Ogenis Alves Brilhante, Luiz Gastão Bittencout da Silva, Francisco Walter Moreira Barbosa, Francisco Everton da Silva, José Leite Martins, Samuel Alves Facó, José Ibiapina Siqueira Junior, Péricles Augusto Bezerra Mulatinho, Francisco Alberto Alves Pereira, Edmilson Frota Lima, Benoni Vieira da Silva, Alfredo Leite de Gois

Esse novo olhar sobre a organização sindical, sobre a necessidade de unificação e fortalecimento da Fecomércio-CE, encontrou na liderança do empresário Luiz Gastão Bittencourt um elemento catalizador. Então 2º vice-presidente da Federação Varejista do Ceará à época da IV Assembleia do Sicomércio, em 1997, Gastão havia sido um dos idealizadores do modelo sistêmico e unificado das federações, e acabou encabeçando, no Ceará, o processo de transição da fusão entre as entidades varejistas e atacadistas. Sob sua iniciativa, promoveu-se o primeiro grupo de trabalho dedicado a estudar a questão, do qual participaram presidentes de outros sete sindicatos do comércio. No fim de outubro de 1997, os presidentes José Leite Martins e João Luiz Ramalho de Oliveira – este da Federação Atacadista – aprovaram o projeto que selava a criação da Fecomércio. Em maio de 1998, a unificação estava consagrada por todos os membros.

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Fecomércio 70 anos


Primeiro grupo de trabalho sobre a unificação das federações

Luiz Gastão Bittencourt

2º Vice-Presidente da Federação do Comércio Varejista

Benoni Vieira da Silva

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Cascavel

Sabrina Maria Parente Veras

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará

Alberto Farias

Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Fortaleza

José Iran Ribeiro Sobrinho e Denis Bento de Sousa

Ambos do Sindicato das empresas de Informática, Telecomunicações e Automação do Estado do Ceará

Francisco Roberto Arraes Maia

Consultor da Federação do Comércio

Samuel Alves Facó

Atuando como Secretário do grupo Fonte: Livro Sistema Fecomércio 60 anos: uma história de realizações

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a formação de um sistema


Somente com sindicatos fortes seria possível construir uma Federação igualmente forte, capaz de responder aos anseios do setor

Por emergir como líder desse processo, Luiz Gastão Bittencourt passou a ser apontado como nome forte para assumir a futura federação unificada, tendo sido escolhido presidente da primeira diretoria da Fecomércio-CE para o mandato 1998-2000. Devido ao estado avançado das discussões no Ceará, a transição e as costuras para o estabelecimento do novo modelo ocorreram sem maiores traumas, ao contrário do que acontecera em outras partes do País. Os dois ex-presidentes das entidades federativas cearenses, João Luiz Ramalho de Oliveira e José Leite Martins, passaram à condição de presidentes para assuntos do Sesc e Senac, respectivamente, e de delegados cearenses junto à CNC. Com novo formato, guiada pela premissa de união e fortalecimento das classes, a FecomércioCE começava, então, a rediscutir seus objetivos, comprometendo-se a atuar de forma integrada e aproximando-se, cada vez mais, de sua razão primeira de existir: os sindicatos e empresas associadas. Naquele momento de reestruturação, a ideia da nova gestão da Fecomércio era, inicialmente, apontar o foco para a base. Somente com sindicatos fortes seria possível construir uma Federação igualmente forte, capaz de responder aos anseios do setor e, consequentemente, de melhorar os serviços prestados à população cearense.

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Fecomércio 70 anos


Os anos que sucederam ao marcante 1998 foram de intenso trabalho rumo à unificação e à integração, de fato, entre as instituições ancoradas na Fecomércio

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a formação de um sistema

Trabalhar pela profissionalização e pela autonomia dos sindicatos, prover as empresas filiadas de serviços e produtos que beneficiassem seus negócios, ampliar a atuação do Sesc e Senac e, sobretudo, incrementar o diálogo entre essas instituições para que pudessem funcionar como SISTEMA passaram a ser diretrizes norteadoras da gestão. A palavra “sistema”, aliás, tornou-se cara à Instituição. Os anos que sucederam ao marcante 1998 foram de intenso trabalho rumo à unificação e integração, de fato, entre as instituições ancoradas na Fecomércio. Nesse sentido, o Ceará também despontou como pioneiro, e tem servido de espelho para outros estados do País. Hoje, 20 anos após a unificação, o Sistema vê suas raízes se espalharem para o Interior do Estado, comemora avanços na prestação de serviços a seus associados e, além disso, vê seus braços sociais (Sesc e Senac) ganharem musculatura e relevância junto à sociedade, com 100% dos municípios cearenses atendidos. Os resultados, porém, advêm de iniciativas que se consolidaram ao longo do tempo – e que remontam a 1998, o ano em que uma nova fase da história da Fecomércio começou.


Ação de atendimento no interior do Estado

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Fecomércio 70 anos


Presidentes da Federação do Comércio do Estado do Ceará

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a formação de um sistema

Clóvis Arrais Maia

Presidente da Federação do Comércio do Estado do Ceará (1948 a 1984)

Orlando José da Silva

Presidente da Federação do Comércio Atacadista do Estado do Ceará (abril 1966 a julho 1966)

Walter Borges Cabral

Presidente da Federação do Comércio Atacadista do Estado do Ceará (julho 1966 a julho 1967)

José Aragão Albuquerque

Presidente da Federação do Comércio Atacadista do Estado do Ceará (julho 1967 a julho 1968)

Tarquílio Pimentel

Presidente da Federação do Comércio Atacadista do Estado do Ceará (julho 1968 a fevereiro 1969)

João Luiz Ramalho de Oliveira

Presidente da Federação do Comércio Atacadista do Estado do Ceará (fevereiro 1969 a dezembro 1998)

José Leite Martins

Presidente da Federação do Comércio Varejista do Estado do Ceará (1984 a 1998)

Luiz Gastão Bittencourt da Silva

Presidente da Fecomércio Ceará (1998 a 2018 e licenciado a partir de 2018)

Maurício Cavalcante Filizola

Presidente da Fecomércio Ceará (2018)


Em vez de atuar apenas para reverter eventuais situações nocivas às classes comerciais, a Federação tornou-se protagonista na construção de matérias relacionadas ao setor, propondo normas e mudanças legislativas beneficiando o Ceará e até mesmo o Brasil 91

Fecomércio 70 anos


O alicerce do Sistema: primeiras iniciativas As primeiras iniciativas do presidente Luiz Gastão anunciavam o que viria a ser a marca da nova gestão da Fecomércio-CE: a aproximação com os sindicatos e a prestação de serviços às entidades e empresas associadas.

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a formação de um sistema


Representantes de entidades varejistas e atacadistas participam de encontro de planejamento estratégico, 1998

Era maio de 1998 quando, recém-empossado, Gastão convidou entidades varejistas e atacadistas para discutir e refletir sobre o modelo existente à época e sobre os objetivos para o futuro. “Quem somos” e “O que queremos ser nas próximas décadas” traçaram o fio condutor de um encontro de planejamento estratégico, com duração de dois dias, realizado em um hotel na serra de Meruoca, em que diretores e presidentes de sindicatos definiram juntos os rumos do setor para os anos seguintes. Na mesma época, Luiz Gastão também ocupava o cargo de secretário da CNC. Na função, promoveu uma articulação em defesa da sincronização dos mandatos de diretores da Confederação, das Fecomércios e dos sindicatos, cujas eleições ocorriam em períodos desencontrados. O modelo vigente gerava dificuldades ao permitir que um presidente de federação recém-saído do cargo permanecesse com assento na CNC – uma vez que, nessa última Instituição, seu mandato não havia se encerrado. A sincronização das eleições defendida por Gastão passou a ocorrer apenas em 2004, após um período de transição entre os modelos. Uma iniciativa imediata na nova FecomércioCE foi construir uma “radiografia” dos sindicatos associados à época. O objetivo era conhecer a fundo as categorias representadas, formando-se um banco de dados relevante sobre os filiados, o número de empresas vinculadas, o volume de empregos gerados – dentre outras informações que serviriam para embasar a atuação da Federação nas ações de defesa e representatividade do comércio de bens e serviços.

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Fecomércio 70 anos


Essa aproximação, em certa medida, foi guiada por uma orientação nacional. Na IV Assembleia da Sicomércio, em 1997, a CNC já chamava a atenção das federações estaduais para a necessidade de estreitar relações e fortalecer suas bases, em nome da sobrevivência do sindicalismo e da representatividade das instituições. As ações da nova Fecomércio-CE tinham, portanto, um norte fundamental: tornar os sindicatos mais preparados, dotados de maior capacidade de negociação e mais aptos a construir relações de confiança com seus interlocutores (governos, empregados etc.). Foi nesse contexto que surgiu, por exemplo, já em 1998, a decisão da Fecomércio-CE de criar o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), outra das primeiras iniciativas da nova gestão da Federação. O IPDC passou a ser responsável por estudos e pesquisas para subsidiar o comércio de bens, serviços e turismo com dados estatísticos sobre tendências de mercado, consumo, economia, dentre outros temas. Só em 2017 foram 187 pesquisas realizadas, auxiliando a tomada de decisões e o crescimento de empresas dos segmentos atendidos. Dentre os 10 tipos de levantamentos sistemáticos/mensais do IPDC está o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) que revela a expectativa do cidadão em relação a sua capacidade de compra, bem como o Perfil do Endividamento do Consumidor e o Índice de Medo de Desemprego, para citar apenas alguns exemplos. Além de pesquisas mensais, o Instituto elabora pesquisas temáticas (Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal etc.) e outras sob encomenda, de acordo com a demanda de empresas.

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a formação de um sistema

Na IV Assembleia da Sicomércio, em 1997, a CNC já chamava a atenção das federações estaduais para a necessidade de estreitar relações e fortalecer suas bases

Vale ressaltar, ainda, que por meio do IPDC a Fecomércio-CE foi pioneira no País a realizar o Censo do Comércio, divulgado pela primeira vez em 2006, com uma compilação de informações sobre cerca de 85 mil estabelecimentos de Fortaleza. O Censo mostrou dados inovadores sobre o surgimento de novos polos comerciais na Capital, fora do Centro e da Aldeota, a ampliação do comércio de conveniência, dentre outros.


Sindvendas e Senac participam de reunião com o IPDC

A partir dessas e de muitas outras estratégias de gestão é possível falar em uma mudança no perfil dos sindicatos cearenses, que passaram a dispor de mais ferramentas e informações úteis para seu crescimento e para sua autonomia. A Fecomércio-CE começou a atuar, de modo mais sistemático, como parceira e indutora da profissionalização dessas entidades, primando pelo diálogo e pelo compartilhamento de experiências. Além disso, passou a oferecer suporte para a construção de convenções coletivas em diversos segmentos do comércio, orientando e articulando ganhos para as partes envolvidas, e auxiliando na organização sindical de categorias inorganizadas, sobretudo no interior do Estado.

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Fecomércio 70 anos


Mais serviços a sindicatos e empresas

Com o desafio de crescer, a Fecomércio-CE entendera que oferecer novidades em serviços serviria para atrair mais empresas

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a formação de um sistema

Outra das táticas empregadas no desafio de fortalecer sindicatos, empresas e a própria Federação foi tornar a Fecomércio-CE mais versátil em suas funções. A instituição cearense foi também uma das primeiras do Brasil a diversificar o leque de serviços prestados, oferecendo mais do que representação institucional e jurídica. Hoje há pelo menos 10 produtos consolidados que beneficiam diretamente os associados.


Trata-se de uma vertente estratégica que passou a ser construída nos primeiros anos da unificação: com o desafio de crescer, a Fecomércio-CE entendera que oferecer novidades em serviços serviria para atrair mais empresas. Por consequência, a Instituição ganharia mais peso e representatividade, tornando-se, assim, ainda mais forte. Além disso, por meio de serviços ofertados pela Fecomércio-CE, as empresas teriam a oportunidade de reduzir custos fixos, ampliando sua margem de lucro e podendo investir em seu crescimento. O comércio de modo geral, portanto, colheria frutos. É com essa visão que a Fecomércio-CE sai em busca de parcerias para viabilizar sua nova frente de atuação. Em 2000, lança seu primeiro produto de grande impacto, na área de telefonia móvel. Apenas dois anos após a fusão das federações, portanto, assina contrato com a empresa Oi e passa a intermediar planos mais baratos e vantajosos de telefonia – e, posteriormente, também de internet – para sindicatos e empresas. Em 2018, convênio com a TIM vem ampliar essa oferta. O Ceará foi um dos primeiros do País a tomar iniciativas desse tipo, tendo sido seguido, posteriormente, por outros estados. Com o serviço, o empresário ainda conta com um atendimento personalizado oferecido pela própria Federação. Ao fazer o plano de telefonia móvel pela Fecomércio-CE, o cliente tem a garantia de atendimento imediato para resolver questões e dúvidas, o que agiliza a resolução de demandas.

Agilidade no atendimento às empresas

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Após essa primeira experiência de sucesso, crescem os esforços para ampliar a carta de serviços para outra área crucial para a classe empresarial: a de planos de saúde. Hoje, a Fecomércio-CE possui convênios com as empresas Unimed, Qualicorp e Affix Benefícios, mais uma vez com o objetivo de proporcionar vantagens para empresas interessadas em oferecer planos de saúde aos funcionários. Em 2010, é lançada mais uma novidade de peso: a Federação torna-se uma Autoridade de Registro de Certificação Digital, credenciada pela União. O Certificado Digital é a identidade digital da pessoa física e jurídica no meio eletrônico. Ele garante autenticidade, confidencialidade e integridade nas operações realizadas em ambiente on-line, atribuindo validade jurídica das informações.

Cartão do empresário

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a formação de um sistema

A Fecomércio-CE, em parceria com a Certisign (autoridade certificadora líder de mercado), é uma das instituições do País autorizadas a conceder o certificado. Em 2011, um ano após o início do serviço em Fortaleza, a Federação começou a beneficiar também empresas do Interior, ao inaugurar um ponto de certificação digital na sede do Sindilojas em Iguatu. O serviço é ofertado não apenas para empresas do comércio, sendo referência também para outros ramos. Em Fortaleza, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), por exemplo, possui um ponto de certificação digital da Fecomércio-CE.


O portfólio de produtos e serviços para os representados inclui, ainda, descontos em universidades particulares, vantagens na compra de veículos e na obtenção de cartões corporativos, dentre outros benefícios. Mais recentemente, em junho de 2017, foi lançado um novo e importante produto: o Cartão do Empresário. Por meio dele, além dos comerciários, também os donos de empresas do comércio passaram a ter acesso aos serviços de todo o Sistema, incluindo os do Sesc e Senac. Assim, os empresários podem desfrutar de descontos em clínica de saúde e restaurantes do Sesc, espetáculos musicais, viagens, atividades esportivas, hospedagem em todas as unidades Sesc do Brasil, além de receberem descontos de até 20% em cursos e consultorias empresariais do Senac. Para além disso, os que adotam o Cartão do Empresário passam a ter acesso a todas as vantagens oferecidas pelas parcerias firmadas pela Fecomércio-CE nas áreas de telefonia móvel, planos de saúde, dentre outras. Em agosto de 2018, mais uma novidade: o processo para a obtenção do Cartão tornou-se ainda mais fácil, podendo ser feito pela Internet (www.fecomercio-ce.org.br), possibilitando maior capilaridade desse produto por todo o Ceará e beneficiando ainda mais associados. O Cartão do Empresário é hoje considerado mais que um produto oferecido pela Federação – é, também, uma experiência de integração dos serviços de todo o Sistema Fecomércio-CE.

Em junho de 2017, foi lançado um novo e importante produto: o Cartão do Empresário. Por meio dele, além dos comerciários, também os donos de empresas do comércio passaram a ter acesso aos serviços de todo o Sistema, incluindo os do Sesc e Senac 99

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Certificação digital: em parceria com a Certisign, a Federação disponibiliza serviço que garante a autenticidade das operações empresariais no meio eletrônico. São oito pontos de certificação digital: 5 em Fortaleza e 3 no Interior (Iguatu, Quixeramobim e Crato). Cartões corporativos: vantagens para empresas que desejam utilizar cartões corporativos para agregar compras, pagamentos e pré-pagamento de transporte urbano, combustível, vale-alimentação e cesta básica. Educação: em convênio com a Fecomércio-CE, a Estácio FIC e a Unichristus têm descontos especiais para quem deseja ingressar no ensino superior.

Principais produtos da Fecomércio:

Telefonia móvel: parceria com Oi e TIM viabiliza planos mais baratos e vantajosos de telefonia e internet para empresas e sindicatos. Planos de Saúde: vantagens exclusivas na obtenção de planos da Amil, Hapvida, Unimed e Sulamérica. Veículos: descontos de até 25% e taxas especiais de financiamento na compra de veículos Chevrolet. Soluções fiscais: parceria com a ConfTax garante preço e condições de pagamento diferenciados para soluções fiscais nas empresas. Soluções financeiras: através de parceria com a BV Financeira, a Fecomércio oferece aos empresários soluções de acordo com as necessidades de cada empresa. Cartão do Empresário: garante acesso a todos os serviços e produtos ofertados pelas entidades do Sistema Fecomércio, incluindo Sesc e Senac.

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Na mesma linha de atuação, desde o ano 2000 também foram muitos os programas e projetos desenvolvidos com foco no fortalecimento de sindicatos e empresas, bem como das categorias inorganizadas, que ainda não possuem um sindicato estruturado. O próprio presidente Luiz Gastão Bittencourt foi idealizador pessoal de algumas iniciativas – como o projeto Fortalecimento do Comércio, iniciativa executada desde 2014, em parceria com o Sebrae, que deverá render frutos para todos os 36 sindicatos filiados nos segmentos do comércio de bens, serviços e turismo. A iniciativa é composta de quatro fases: na primeira, é feita uma ampla pesquisa sobre o segmento, desenvolvida pelo IPDC, com dados sobre empresas e perfil do empresariado; com base nesse diagnóstico, produz-se um planejamento estratégico. A partir daí a Fecomércio-CE define projetos-chaves para que os sindicatos possam executar e/ou orientar a seus associados. No final, a Federação publica guias de orientação empresarial exclusivos, com um panorama geral dos dados obtidos, um roteiro para a preparação de plano de negócios e com a lista de todas as ações e serviços oferecidos pelos sindicatos e pelo próprio Sistema Fecomércio. Nos primeiros anos de vida do “Fortalecimento do Comércio”, 12 dos 36 sindicatos da Capital e do Interior filiados foram beneficiados, sendo que mais seis aderiram à iniciativa em 2018.

Outra ação na qual as empresas e os empresários foram diretamente beneficiados foi desenvolvida a partir de 2007 com o projeto Automação Digital, idealizado em parceria entre CNC e Sebrae Nacional. A Fecomércio-CE recebeu recursos para promover workshops e consultorias cujo objetivo era despertar nas empresas a importância de automatizar suas atividades, tornando menos manuais e mais modernos os processos de estoque, compra e gestão administrativa e financeira. O protagonismo da Fecomércio-CE foi destaque nacional – tanto que ela recebeu recursos extras para ampliar o projeto, advindos de estados que não conseguiram executá-lo. A ação culminou em uma grande feira de automação comercial e beneficiou cearenses de cidades como Fortaleza, Sobral, Iguatu e Itapipoca.

Workshops e consultorias visando o fortalecimento das empresas do comércio

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Uma federação com peso político Se ofertar produtos e serviços foi uma estratégia para tornar a Fecomércio-CE mais robusta e atrativa, era preciso, ainda, encontrar soluções para o desenvolvimento da Instituição em outra esfera: a política. Dotar uma Instituição de prestígio e peso político requer esforços de médio e longo prazo. Exige relacionamento, liderança, e um trabalho cotidiano de diálogo e articulação com atores de diversos campos. Tal entendimento tem permeado a gestão da Fecomércio-CE nos últimos 20 anos, quando o investimento nas relações institucionais passou a ser visto como oportunidade de crescimento.

Evento na Assembleia Legislativa do Ceará

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Após a fusão entre as federações comerciais varejista e atacadista, na década de 1990, o desafio era construir uma nova instituição, que passasse a ter legitimidade e força não somente perante os associados, mas também frente aos poderes Legislativo e Executivo. Afinal, seria na instância política que a nova Fecomércio-CE travaria algumas de suas principais lutas, negociando avanços na legislação tributária e projetos vantajosos para o setor. Montar uma estrutura específica para cuidar dessa atuação era, portanto, essencial. Assim, nos primeiros anos após a fusão, foi criada a Assessoria Legislativa da Federação. A ideia, à época, era estreitar as relações com as casas legislativas estaduais e nacionais, acompanhar a tramitação de projetos de lei que pudessem tocar os interesses do comércio e auxiliar sindicatos na defesa de causas específicas perante o poder público.

Após a fusão o desafio era construir uma instituição com legitimidade junto aos poderes Executivo e Legislativo

Evento na Câmara Municipal de Fortaleza

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Com o passar dos anos, o setor ganhou peso, transformou-se em uma Diretoria Institucional, passando a contar com uma equipe de advogados, jornalistas e outros profissionais, responsáveis por acompanhar mais de 150 mil projetos de lei de interesse do comércio e por realizar um intenso trabalho de articulação com entidades sindicais de trabalhadores, deputados, senadores, vereadores e governantes. A atuação política da Federação segue diretrizes bem estabelecidas e pauta-se na defesa do empreendedorismo, da livre iniciativa e do empresariado. A Instituição preza por sua independência em relação ao Estado e, sobretudo, pela defesa das causas do comércio de bens, serviços e turismo. Espelhada em tais bandeiras desde o princípio, os esforços de legitimação política da Federação contaram com o empenho pessoal do presidente Luiz Gastão Bittencourt, que, de braços dados com a equipe da então Assessoria Legislativa, empreitou verdadeira “peregrinação” a instituições no Ceará e em Brasília, apresentando a FecomércioCE e buscando interlocução e sensibilização da classe política em assuntos pertinentes ao setor. Logo em 1998, a Federação conseguiu estabelecer um convênio de cooperação técnica com a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), criando-se um fórum de discussão permanente de alternativas no campo tributário. No mesmo ano, também foram firmadas parcerias com o Conselho de Reitores das Universidades Cearenses (CRUC) e com o Banco do Brasil, seguidas da abertura de dezenas de outros canais de diálogo com múltiplos setores da sociedade.

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a formação de um sistema

A atuação política da Federação segue diretrizes bem estabelecidas e pauta-se na defesa do empreendedorismo, da livre iniciativa e do empresariado

A importância do turismo como vetor da economia do Ceará levou a uma novidade empreendida, em 2015, na Fecomércio: a criação do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Federação (CETUR), com o objetivo de reunir representantes das empresas do segmento para discutir, planejar ações e fortalecer o setor. O CETUR tem como foco ações de qualificação profissional, gestão empresarial, geração de indicadores econômicos e articulação com as esferas executivas e legislativas em torno de programas e assuntos de interesse do segmento. A entidade integra o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC – que permite a integração e o fortalecimento da representação do Turismo nas Federações Estaduais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.


Solenidade de apresentação e posse da diretoria executiva do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio - CETUR

80 conselhos e comissões municipais, estaduais e nacionais, nas áreas de comércio, cultura, educação, meio ambiente, tributária

Hoje, o Sistema Fecomércio-CE tem voz nos principais fóruns do Estado, com assento em mais de 80 conselhos e comissões municipais, estaduais e nacionais, nas áreas de comércio, cultura, educação, meio ambiente e tributos. Além disso, atua representando o comércio em órgãos como a Sefaz, a Secretaria das Cidades e a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), para citar apenas algumas, além de participar do Conselho de Representantes da CNC, do Conselho Fiscal do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), dentre muitos outros. Tais relações constituíram-se de forma respeitosa e autônoma, independentemente de matizes partidárias. Assim, a Fecomércio tem contribuído para a discussão de soluções junto à sociedade cearense em diversas frentes e ao longo de sucessivas mudanças de governos e mandatos, consolidando seu protagonismo.

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Protagonismo que rende frutos A função de articulação desempenhada pela Fecomércio-CE tem, em seu cerne, a defesa de causas do comércio, setor crucial para a economia cearense. Nesse sentido, a decisão de profissionalizar e fortalecer a área de Relações Institucionais da Federação tem rendido frutos importantes e de repercussão até nacional. Em vez de atuar apenas para reverter eventuais situações nocivas às classes comerciais, a Federação tornou-se protagonista na construção de matérias relacionadas ao setor, propondo normas e mudanças legislativas que têm beneficiado o Ceará e até mesmo o Brasil.

Ministro José Eduardo Cardozo (Ministro da Justiça), Luiz Gastão, Governador Camilo Santana e Prefeito Roberto Cláudio, no lançamento do programa Ceará Pacífico, 2015

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Em vez de atuar apenas para reverter eventuais situações nocivas às classes comerciais, a Federação tornou-se protagonista na construção de matérias relacionadas ao setor, propondo normas e mudanças legislativas que têm beneficiado o Ceará e até mesmo o Brasil

Foi como resultado dessa postura propositiva que nasceu no Estado, por exemplo, sob a assessoria da Fecomércio-CE, a articulação nacional em torno de novos modelos de contrato entre proprietários de salões de beleza e profissionais cabeleireiros, manicures, esteticistas. A Lei nº 13.352, sancionada em 2016, que dispõe sobre a possibilidade de contratos de parceria entre as partes, nasceu de movimentação iniciada pela Fecomércio-CE em 2015, a partir de uma demanda do sindicato patronal da categoria de beleza, que expôs as dificuldades do modelo até então vigente. A Federação construiu a proposta de parcerias, levou a ideia das parcerias para a deputada federal Gorete Pereira, em Brasília, e acompanhou a tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional, até a aprovação.

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Outro exemplo do protagonismo da Fecomércio-CE deu-se na aprovação da lei que regulamenta a profissão dos corretores de moda – profissionais que assessoram pessoas de outros estados na compra de roupas no atacado, em grandes centros fashion. Em 2016, o sindicato da categoria procurou a Fecomércio-CE em busca de apoio na regulamentação da atividade. A partir disso, a Federação levou a demanda ao Congresso, acompanhou a tramitação do projeto após a apresentação formal pelo deputado federal cearense Adahil Carneiro, e garantiu a aprovação em todas as instâncias. A Lei nº 13.695 entrou em vigor em julho de 2018. Mais recentemente, em agosto de 2017, nova conquista: após ação ajuizada pela Fecomércio-CE, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os valores referentes ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não integram a base de cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS, dando, assim, ganho de causa à Federação. A ação havia sido apresentada em 2007 quando foi solicitada a recuperação de valores e a readequação de parcelas por vencer do PIS e COFINS.

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Também não se pode deixar de mencionar a ação da Fecomércio-CE a favor da revisão da lei aprovada pela Prefeitura de Fortaleza, em março de 2018, que trata do reajuste das taxas de alvarás de funcionamento dos estabelecimentos da Capital, cujo pagamento também passou a ser anual. Com a lei, a taxa que custava em média R$ 770 passou para até R$ 5 mil, prejudicando empreendedores, sobretudo os pequenos e médios negócios. Diante da reação do setor aos aumentos considerados abusivos, a Federação encampou as negociações e a luta jurídica para reverter a situação. Em outra frente de atuação política, a Fecomércio-CE vem se consolidando no monitoramento de projetos de lei de interesse do comércio, em tramitação no Legislativo federal. A Instituição acompanha o andamento dessas matérias diariamente, através do Sistema de Informação Parlamentar (SIP). O trabalho é realizado em parceria com a Assessoria Legislativa do CNC, por meio da Rede Nacional de Assessorias Legislativas do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Renalegis).


A Fecomércio-CE vem se consolidando no monitoramento de projetos de lei de interesse do comércio, em tramitação no Legislativo federal. A Instituição acompanha o andamento dessas matérias diariamente, através do Sistema de Informação Parlamentar (SIP)

Nos âmbitos municipais e estadual, há acompanhamento semelhante, mas com um diferencial: a Fecomércio-CE lançou, em setembro de 2017, o Observatório do Comércio, instrumento que oferece a sindicatos e empresas diversos gráficos sobre a postura dos parlamentares cearenses na votação de projetos-chave da categoria, bem como os pronunciamentos mais importantes dos legisladores sobre temas do comércio. Por meio do Observatório, além de produzir dados, a Fecomércio-CE provê seus sindicatos e suas empresas associadas de informações relevantes para suas próprias atividades de articulação políticas. Disponível em formato virtual, o Observatório é aberto para a consulta de todo o público.

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Uma gestão transparente, democrática e mais profissional As conquistas da Fecomércio-CE nas últimas décadas são, em grande medida, resultado também de iniciativas internas de gestão e governança. Não se pode falar em avanços sem destacar a implementação de mecanismos de transparência, as iniciativas de gestão compartilhada e os investimentos no empenho do corpo técnico do Sistema, que acabaram funcionando como propulsores do desenvolvimento das instituições.

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Jornada de integração de Diretoria e Gestores, 2018

Não se pode falar em avanços sem destacar a implementação de mecanismos de transparência, as iniciativas de gestão compartilhada e os investimentos no empenho do corpo técnico do Sistema

Uma política de retenção de talentos e incentivo à qualificação profissional passou a ser executada tanto na Federação quanto no Sesc, Senac e IPDC nos últimos 20 anos. O quadro de profissionais que ingressaram no Sistema como estagiários e, anos depois, assumiram cargos de gerência, e até diretoria, é apenas uma mostra da capacidade dessas instituições de valorizar seus colaboradores.

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Ainda nos anos 2000, o Sistema Fecomércio começou a definir uma verba anual para capacitação corporativa – uma estratégia para que o conhecimento adquirido pelos profissionais retornasse à Instituição e pudesse ser aplicado na prestação de serviços com ainda mais qualidade e criatividade. Para se ter ideia, atualmente, cerca de 60% de todos os colaboradores das casas possuem diploma de graduação e pós-graduação.

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Investimento constante na qualificação profissional dos colaboradores através de cursos técnicos, graduação e pósgraduação


Curso de capacitação para colaboradores, 2017

No Senac, grande parte dessa formação ocorre por meio de sua rede nacional de educação a distância, que possui 200 opções em cursos livres, técnicos, graduações e pós-graduações. Colaboradores com mais de seis meses de atuação na casa já podem pleitear bolsas integrais ou de 50%, concedidas após avaliação da demanda. Outra possibilidade é a participação em cursos presenciais do próprio Senac-CE – ou, ainda, caso a opção de interesse não seja oferecida no portfólio da Instituição, a concessão de bolsas em outras entidades educacionais. Para identificar oportunidades de crescimento profissional, o Senac realiza avaliações de competências periódicas, nas quais os gestores de cada área elaboram planos de desenvolvimento individual com os colaboradores, podendo prever a necessidade de cursos de qualificação e de treinamentos específicos.

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A experiência do Sesc nessa frente, por sua vez, remonta a 2004, ano de criação do Núcleo de Desenvolvimento Técnico (NDT), setor responsável por incentivar, por meio de bolsas de estudos, o aperfeiçoamento dos profissionais de unidades em Fortaleza e no Interior. Em 2009, o Núcleo passou a integrar o setor de planejamento estratégico do Sesc, demonstrando-se o valor desse tipo de ação na direção da entidade. A aposta deu resultados e, atualmente, nada menos que 79% dos funcionários do Sesc possuem grau superior e diploma de pós-graduação.

O Sistema Fecomércio também tem apostado na formação executiva de seus gerentes e diretores, que têm a oportunidade de participar dos melhores treinamentos nacionais e internacionais nas áreas de gestão, estratégia e liderança 114

a formação de um sistema


Na linha de profissionalização do corpo técnico, o Sistema Fecomércio também tem apostado na formação executiva de seus gerentes e diretores, que têm a oportunidade de participar dos melhores treinamentos nacionais e internacionais nas áreas de gestão, estratégia e liderança, de grupos como Amana-Key e Disney Institute. Em paralelo, a atração de profissionais de mercado com senioridade em suas áreas de atuação para cargos estratégicos no Sistema Fecomércio também foi uma alternativa para dotar a Instituição do mais alto nível gerencial e técnico, a fim de destacar a atuação do Ceará entre as federações brasileiras.

Participação de gestores no Amana-Key

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Tal aposta foi acompanhada, por outro lado, da implementação de mecanismos de governança baseados em transparência e compartilhamento de decisões. O fortalecimento e a valorização dos conselhos das casas que compõem o Sistema têm sido um pilar nas últimas décadas. Mensalmente, a diretoria da Fecomércio realiza reuniões de trabalho com os conselhos regionais de Sesc e Senac como forma de acompanhar resultados e discutir estratégias. O modelo de funcionamento desses colegiados merece especial menção. Os conselheiros têm poder deliberativo e, a cada encontro, manifestam-se sobe o balanço mensal das atividades e das contas de cada entidade. Integrantes da sociedade civil (trabalhadores e empregadores) e do governo têm assento nos conselhos, garantindo sua representatividade. Dessa forma, seus membros têm participação ativa na gestão, analisando e acompanhando as atividades e a tomada de decisões, atuando como verdadeiros “acionistas” das casas.

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Cid Alves, Luiz Gastão e Maurício Filizola

Luiz Fernando, Maurício Filizola, Everton Silva, Cláudia Brilhante e Ranieri Leitão em reunião de diretoria da Fecomércio em Quixadá, 2018

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Outros destaques são a transparência e a responsabilidade social. Anualmente, o Sistema Fecomércio presta contas com a sociedade por meio de campanhas de divulgação de seus resultados. Além disso, qualquer cidadão tem acesso a relatórios de ações e resultados do Sesc e Senac, disponíveis em portais da transparência on-line publicados nos sites das respectivas instituições.

Anualmente, o Sistema Fecomércio presta contas com a sociedade por meio de campanhas de divulgação de seus resultados. Além disso, qualquer cidadão tem acesso a relatórios de ações e resultados do Sesc e Senac

Luiz Gastão na apresentação da prestação de contas do exercício 2017 para a imprensa

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No portal do Sesc (www.sesc-ce.com.br) há dados sobre execução orçamentária das casas, prestações de contas anuais – com os devidos pareceres do conselho fiscal –, informações sobre corpo técnico e estrutura remuneratória. Além desses itens, o Senac (www.ce.senac.br/transparencia/) disponibiliza dados sobre licitações, contratos e parcerias, de produção e de controle externo e interno, dentre outras.

12 representantes das atividades de comércio e de bens e de serviços 1 representante do Ministério do Trabalho e Emprego (exclusivo para o conselho do Sesc)

Além da diretoria executiva, Sesc e Senac possuem conselhos regionais em sua estrutura de gestão. Conheça a composição:

1 representante do INSS 1 representante do Ministério da Educação (exclusivo para o conselho do Senac) 3 representantes de centrais sindicais dos trabalhadores do comércio no Ceará 1 representante das federações nacionais vinculadas à CNC

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Fecomércio 70 anos


Mandato 2014 – 2018 Presidência

Luiz Gastão Bittencourt da Silva

Diretoria regional

Antônia Regina Pinho da Costa

Representantes do segmento empresarial do comércio de bens, serviços e turismo no Estado do Ceará: Titulares

Sesc: composição do Conselho Regional e suas Representações

Aníbal Capelo Feijó Atualpa Rodrigues Parente Cláudia Mª Meneses Brilhante Maia Francisco Alberto Bezerra Francisco Everton da Silva Giovan de Oliveira José do Egito Frota Lopes Filho Maurício Cavalcante Filizola Nelson Gomes da Silva Paulo César Baltazar Viana Paulo Henrique Costa Silva Sérgio Braga Barbosa

Suplentes Francisco Naugusto Freire Silva Ricardo Ulysses Loureiro de Medeiros Suelda Maria Martins Silva Roberto Jorge Teixeira Horácio Bezerra de Menezes Filho Raimundo Oliveira Viana Priscila Creusa Martins Cavalcanti Vasconcelos José Moreira Sobrinho Rosa Virgínia Veras Frota José Everton Fernandes João Batista Bernardes Dayse Maria Porto Sales

Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Titular Fábio Zech Sylvestre

Suplente Francisco Wellington da Silva

Representantes do Instituto Nacional do Seguro Social Titular Julio César Araújo Sousa

Suplente Márcia Moreira Gonçalves Peixoto

Representantes das Federações Nacionais vinculadas à CNC Titular César Marques de Carvalho

Suplente Manoel Cardoso Linhares

Representantes dos Trabalhadores no Comércio e Serviços/Centrais Sindicais Titulares Ari Ferreira do Nascimento Luiz Onofre Chaves de Brito José Maurício Mendes Pereira

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a formação de um sistema

Suplentes Glauberto Barbosa de Almeida Marta Brandão da Silva Aguardando Indicação


Mandato 2018 – 2022 Presidência

Maurício Cavalcante Filizola

Diretoria regional

Rodrigo Leite Rebouças

Representantes do segmento empresarial do comércio de bens, serviços e turismo no Estado do Ceará: Titulares Aníbal Capelo Feijó Atualpa Rodrigues Parente Fabiano Barreira da Ponte Francisco Alberto Bezerra Francisco Everton da Silva Francisco Ozair Gomes de Lima Giovan de Oliveira José Gilson Ribeiro de Alencar Parente Paulo Henrique Costa Silva Raimundo Neurivan Vieira Maia Ranieri Palmeira Leitão Sérgio Braga Barbosa

Suplentes Manoel Luciano Fonteles José do Egito Frota Lopes Filho Josué Ubiranilson Alves Nelson Gomes da Silva Laura Andréa Farias Paiva Fábio Gaspar Barreto Cavalcanti Luis Luraci Morais Filho Maria Cecília de Alencar Parente Francisco Jsoé de Oliveira Filgueiras José Afonso Bezerra Júnior José Eliardo Martins Ricardo Ulysses Loureiro de Medeiros

Representantes do Ministério do Trabalho Titular Fábio Zech Sylvestre

Suplente Francisco Wellington da Silva

Representantes do Instituto Nacional do Seguro Social Titular Antônio Francismar Lucena Lopes

Suplente Márcia Moreira Gonçlaves Peixoto

Representantes das Federações Nacionais Vinculadas à CNC Titular Orlando Braga de Almeida

Suplente Gilson Silva de Castro

Representantes dos Trabalhadores – Centrais Sindicais Titular Hagno Dyego Lopes de Souza

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Fecomércio 70 anos


Mandato 2014 – 2018 Presidência

Luiz Gastão Bittencourt da Silva

Diretoria regional

Ana Cláudia Martins Maia Alencar

Representantes do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Estado do Ceará: Suplentes Titulares Ananias Magalhães Neto Benoni Vieira da Silva Carlos Tadeu Rodrigues Rolim Celso Nogueira Sobrinho Circe Jane Teles da Ponte Francisco Alberto Alves Pereira José Afonso Bezerra Junior José Bezerra de Sousa José Cid Sousa Alves do Nascimento José Gilson Ribeiro de Alencar Parente Ranieri Palmeira Leitão Vilmar Linhares Cordeiro

Senac: composição do Conselho Regional e suas Representações

Antonio Félix da Silva Carlos Augusto de Oliveira Eliezer Santos Sobrinho Expedito Edilson Mota Borges Maria Cecília de Alencar Parente Francisco José de Oliveira Filgueiras Raniere Paulino de Medeiros João Airton de Almeida Monteiro João Félix de Majela Filho João Maia Santos Júnior José Wellington Aguiar Ximenes Manoel Messias de Lima

Representantes das Federações Nacionais Vinculadas à CNC Titular Verônica Maria de Paula Gurgel do Amaral

Suplente Waldyr Diogo de Siqueira Neto

Representantes do Ministério da Previdência Social/ Instituto Nacional do Seguro Social - INSS Suplente Titular Julio César Araújo Sousa

Débora Teixeira de Freitas

Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Titular Suplente Fábio Zech Sylvestre

Jacqueline Lima dos Santos Guerra

Representantes do Ministério da Educação Titulares Virgílio Augusto Sales Araripe

Suplente Reuber Saraiva de Santiago

Representantes dos Trabalhadores no Comércio e Serviço/ Centrais Sindicais no Estado do Ceará Conselheiros Titulares Domingos Braga Mota Ana Maria Silva Carneiro Agenor Lopes da Silva

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Conselheiros Suplentes Claudionor Ferreira dos Santos Francisco de Assis da Silva Gaspar Maria da Penha Mesquita de Souza


Mandato 2018 – 2022 Presidência

Maurício Cavalcante Filizola

Diretoria regional

Rodrigo Leite Rebouças

Representantes do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Estado do Ceará: Titulares Suplentes Ananias Magalhães Neto Antonio Félix da Silva Benoni Vieira da Silva Carlos Tadeu Rodrigues Rolim Circe Jane Teles da Ponte Expedito Edilson Mota Borges Francisco Alberto Alves Pereira Francisco Naugusto Freire Maria Aures Muniz Aires dos Santos José Cid Sousa Alves do Nascimento José Everton Fernandes Luiz Fernando Monteiro Bittencourt

Antonio Vianney Campos Belchior Conrado Neto Francisco Ernani Rios Filho João de Sousa Frota Neto João Maia Santos Júnior José Ernesto Parente de Alencar Juceliano Ferreira da Silva Luís José de Menezes e Souza Paulo Bezerra de Sousa Raimundo Oliveira Viana Suelda Maria Martins Silva

Representantes das Federações Nacionais Vinculadas à CNC Titular Manoel Cardoso Linhares

Suplente Paulo Sérgio Vasconcelos Pereira

Representantes do Ministério da Previdência Social/ Instituto Nacional do Seguro Social - INSS Titular Suplente Antônio Francismar Lucena Lopes

Francisco Lennon Silva de Brito

Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Titular Fábio Zech Sylvestre

Suplente Jacqueline Lima dos Santos Guerra

Representantes do Ministério da Educação Titular Virgílio Augusto Sales Araripe

Suplente Virgílio Augusto Sales Araripe

Representantes dos Trabalhadores no Comércio e Serviço/ Centrais Sindicais no Estado do Ceará Conselheiros Titulares

Conselheiros Suplentes

João Róseo Salgado Filho

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Fecomércio 70 anos


A Fecomércio de 2018 e a consolidação de um Sistema Passados 70 anos de evolução, Fecomércio, Sesc, Senac e IPDC chegam à atualidade em plena maturidade institucional e com clareza sobre seus desafios e suas missões. Consolidamse como entidades com objetivos distintos, mas entrelaçadas por princípios e desafios comuns. Se, no fim da década de 1990, aproximar as casas que hoje compõem o Sistema era uma prioridade, os anos mais recentes do século XXI trouxeram uma nova palavra-chave: integração.

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a formação de um sistema


Presidente, conselheiros e convidados brindam na inauguração do prédio da Fecomércio, maio de 2017

A ideia da criação de um Sistema Fecomércio – que passou a ser vislumbrada após a fusão entre as federações varejista e atacadista –, vem sendo desenvolvida por meio de esforços constantes. Fazer com que as instituições dialoguem cada vez mais e atuem de modo complementar é tarefa em progresso, mas que remonta às últimas décadas.

Descerramento da placa na inauguração do prédio da Fecomércio, maio de 2017

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Fecomércio 70 anos


Se, no fim da década de 1990, aproximar as casas que hoje compõem o Sistema era uma prioridade, os anos mais recentes do século XXI trouxeram uma nova palavrachave: integração.

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No início dos anos 2000, uma mudança na cultura administrativa das instituições começou a ser cultivada. Inicialmente, reuniões conjuntas mais frequentes e a tentativa de elaboração de um calendário de eventos internos coincidente foram as sementes desse novo princípio. Comemorações como Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal, dentre outras, passaram a ser feitas nas mesmas datas no Sesc, Senac, Fecomércio e IPDC, com o objetivo de aproximar equipes e dar a partida no diálogo entre as entidades. Ainda no que se pode chamar de “primeira fase” da integração, buscou-se também a realização de ações externas conjuntas. Funcionava desta forma: quando uma das casas planejava um novo programa, as outras eram chamadas para dar suporte a partir de suas áreas de atuação. Foi quando, por exemplo, a Mostra Sesc Cariri começou a contar com apoio do Senac, que atuava no evento com técnicos e alunos de cursos como turismo, fotografia e gastronomia. Em outra frente, o Senac também passou a receber apoio do Sesc, que organizava a programação artístico-cultural em atividades daquela casa.

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Mostra Sesc Cariri começou a contar com participação do Senac, que atuava no evento com técnicos e alunos Roteiro da fé. Senac na XVI Mostra Sesc Cariri

Alunos do Senac apresentam um roteiro geocultural aos participantes da XVI Mostra Sesc Cariri

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Inauguração da Unidade Sesc-Senac Iracema

Em julho de 2007, um marco desse diálogo ocorreu com a inauguração da unidade Sesc-Senac Iracema, em Fortaleza, a primeira a funcionar de forma fisicamente integrada, com ações finalísticas conjuntas nas áreas de artes, design e comunicação das instituições.

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A integração do Sistema amadureceu ao longo dos anos e a necessidade de aproximar geograficamente as administrações das instituições passou a ser vista como essencial. Em maio de 2017, o maior passo nesse sentido foi dado com a inauguração da nova sede administrativa do Sistema Fecomércio, na Rua Pereira Filgueiras, no Centro de Fortaleza. Pela primeira vez as direções do Sesc, Senac, IPDC e da própria Federação passam a trabalhar juntas, diariamente, no mesmo ambiente físico, permitindo o fortalecimento da gestão integrada e facilitando a comunicação entre as entidades em atividades de planejamento e de execução de projetos em comum. O prédio de 13 andares é tido como símbolo da integração do Sistema. Não apenas por abrigar sob o mesmo teto as instituições que o constituem, mas por introduzir novas práticas no dia a dia da gestão. Reuniões entre diretorias, por exemplo – que antes exigiam deslocamentos, coincidência de agendas, disponibilidade entre as partes – tornaram-se parte da rotina diária das equipes, facilitadas pela proximidade.

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A unificação permitiu que o Sistema Fecomércio adentrasse em uma nova fase no que diz respeito a sua integração, com o planejamento e com a execução de ações totalmente conjuntas, e não mais apenas de suporte ou apoio mútuo. Menos de um mês após a inauguração da sede, por exemplo, foi implementado, em junho de 2017, o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) unificado, uma novidade entre as federações brasileiras. A proposta do novo modelo de SAC é facilitar o acesso do público a informações e processos das unidades do Sistema – tornando possível, por exemplo, que, ao chegar a uma unidade do Sesc, o cliente possa realizar matrícula em uma atividade oferecida pelo Senac, e vice-versa.

Foi implementado, em junho de 2017, o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) unificado, uma novidade entre as federações brasileiras 131

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A política de atendimento ao cliente – que, até então, variava de acordo com a instituição – passou a ser uma só, definida em resolução aprovada pelos conselhos das diferentes casas. Tais inovações vieram acompanhadas de outra importante e recente medida: a criação do Cartão do Empresário. Antes, o usuário dispunha de carteiras específicas de cada instituição do Sistema; agora, por meio de um único “passaporte”, tem acesso aos serviços de todas as entidades da Fecomércio-CE. A própria ampliação de serviços por meio do Cartão do Empresário, criado em 2017 com o nome de Empresário Contribuinte, é consequência da evolução da integração entre Federação, Sesc, Senac e IPDC, uma vez que isso facilitou a oferta de benefícios conjuntos não somente para os comerciários, mas também para os proprietários de empresas. Por tudo isso, o ano de 2017 é considerado o apogeu da integração do Sistema Fecomércio-CE – situação que se configura como diretriz a ser seguida nas próximas décadas e que já começou a gerar novos frutos. Em uma das mais recentes iniciativas o processo de integração das diretorias regionais do Sesc e do Senac, que eram autônomas entre si, em junho de 2018, passaram a ser uma só.

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Em uma das mais recentes iniciativas de integração do Sistema Fecomércio tem-se o processo de integração das diretorias regionais do Sesc e do Senac


A união das diretorias acarretou em um imediato mapeamento de processos comuns, de departamentos pares e de serviços que poderiam ser compartilhados. O objetivo era otimizar as atividades-meio das duas entidades, potencializando a aplicação de recursos e resultados. Mesmo recente, a unificação das diretorias do Sesc e Senac – inédita no País e já considerada como possível modelo a ser seguido por outras federações do comércio no Brasil – já trouxe ganhos econômicos e rendeu velocidade e inovação a várias práticas. Em processos de comercialização, por exemplo, o Sistema Fecomércio-CE pôde reduzir custos ao ampliar a escala de compra e, assim, obter melhores preços. Além disso, com a integração das diretorias, foi possível colher o que havia de melhor em cada casa em relação a modelos e práticas de gestão. Assim, a integração que já vinha ocorrendo nas atividades-fim – com projetos do Sesc e Senac dialogando cada vez mais – tem acontecido em novas esferas. As diretorias administrativas e financeiras das casas também já estão integradas e a projeção é que, até o fim de 2018, todas as gerências pertencentes a essas duas diretorias estejam plenamente unificadas.

Diretores da gestão integrada: Débora Costa Lima, Rodrigo Leite, Patricia Rinaldi, Geórgia Philomeno, Gilberto Frota

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SESC

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Referência na prestação de serviços à sociedade Nas vilas costeiras ao longo dos 573 quilômetros de litoral do Ceará, comunidades recuperam tradições que quase caíam no esquecimento e ainda descobrem, nas trocas com outros povos vizinhos, novas formas de expressar a cultura. No interior do Estado, jovens e adultos têm suas vidas transformadas ao conhecer as primeiras letras, que tanto custaram a aprender. Na Capital e em diversos outros municípios cearenses, crianças e adolescentes adotam práticas de vida saudáveis e aprendem a construir uma postura cidadã através do esporte. Todos esses grupos possuem um aspecto em comum: tiveram suas vidas transformadas pelas ações promovidas pelo Sesc.

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Atividade esportiva no Sesc

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Inaugurado em 20 de maio de 1948, o departamento regional Ceará do Sesc surgiu seguindo a diretriz nacional estabelecida na Carta da Paz Social, que mostrava a preocupação em unir esforços na busca do bem-estar da coletividade comerciária. Desta forma, começou a implantar projetos que já ganhavam espaço em outros estados do Brasil, especialmente nas áreas de saúde e educação, na defesa do poder de compra dos salários e na promoção da cultura. Sete décadas depois, o Sesc Ceará não só permanece atual como consolidou-se uma referência na prestação de serviços ao Estado, inovando e desenvolvendo tecnologias sociais que vêm sendo replicadas em todo o País. Em 70 anos, as diretivas estabelecidas desde sua fundação mantêm-se preservadas e, mais que isso, foram ampliadas. Nos últimos 20 anos, boa parte deles sob a direção de Regina Pinho, a instituição experimentou o impulso de suas linhas de atuação, tornando-se cada vez mais presente no cotidiano do cearense. Desde sua criação, o Sesc Ceará teve suas atividades ancoradas em cinco pilares: educação, saúde, cultura, lazer e assistência. Sempre antenado às questões sociais que permeiam o Brasil, acompanhando as transformações vividas na realidade brasileira, o Sesc tem compreendido que as linhas mestras tradicionais de atuação devem ser preservadas, mas também precisam ser expandidas: a promoção social encampada pela instituição, renovada em consonância com as novas demandas da sociedade, encontra nos dias atuais novos campos de atuação.

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Os 5 pilares do Sesc: educação, saúde, cultura, lazer e assistência

Onélia Santana, Regina Pinho, Governador Camilo Santana e Luiz Gastão, em evento do Programa Mais Infância Ceará 2017


A preservação do patrimônio histórico e a criação de uma consciência ecológica são algumas das novas inquietações que transpassam a dinâmica do Sesc. Nos últimos anos, novas preocupações instigaram a criação de projetos também nas áreas de esporte, turismo, desenvolvimento local, segurança alimentar e nutricional e levaram a um olhar mais atento a públicos específicos que requerem um cuidado mais diferenciado, como a população em vulnerabilidade social. Porque atualizar-se é preciso e esse entendimento é uma tônica na gestão da instituição.

Nas últimas duas décadas, o Sesc Ceará expandiu-se sobremaneira e os números permitem comprovar isso. Retomando um ideal de interiorização que foi empreendido na década de 1970, quando da instalação das unidades operacionais de Crato, Sobral, Juazeiro do Norte e Iguatu, o regional construiu cinco novas estruturas no Interior do Estado, nos municípios de Aracati, São Gonçalo do Amarante, Quixeramobim, Ibiapina e Crateús. São as unidades Sesc Ler, que, dentro de um projeto nacional, desenvolvem atividades na área de educação, especialmente voltadas a jovens e adultos fora da faixa escolar.

Unidade Sesc Ler Aracati

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Alunos na Escola Educar Sesc

Dentro dessa mesma área da educação foi criada a Escola Educar Sesc, planejada como modelo para as ações do Sesc em todo o Brasil. Atualmente, são duas na Capital e outras quatro no Interior. Tais medidas permitiram que o número de alunos do Sesc Ceará saltasse incríveis 952% entre os anos de 2000 e 2017, passando de 1.325 para 13.944 estudantes.

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Atendimento na Clínica Sesc Saúde de Fisioterapia

A infraestrutura de atenção à saúde também se alargou no Estado. No início da década passada, foi inaugurada a Clínica Sesc Saúde em Fortaleza, hoje presente também em Juazeiro do Norte. Essa expansão possibilitou que o número de atendimentos em clínicas saltasse de 241 em 2000 para 21.509 em 2017, o que representa um exponencial incremento de 8.825%.


O atendimento odontológico é outra ação na área de saúde que garantiu seu crescimento. Além das três clínicas de saúde odontológicas já existentes, duas em Fortaleza e uma no Crato, o Sesc Ceará inaugurou ao longo dessa temporada o seu sistema móvel. O OdontoSesc conta com três unidades móveis, que atendem a todos os 184 municípios do Estado com tratamentos curativos e preventivos. Com a novidade, as consultas odontológicas subiram 48%, de 77.661 para 114.886 dos anos 2000 a 2017.

Atendimento odontológico

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Incluídos no Programa Saúde do Sesc Ceará, os restaurantes próprios registraram uma expansão significativa, sobretudo nos últimos cinco anos. É nesse intervalo que foi estabelecida importante parceria com o Grupo JCPM, a qual propiciou a criação de dois novos restaurantes, nos shoppings RioMar Papicu e RioMar Kennedy, que praticam os mesmos preços subsidiados de todas as outras unidades do Sesc Ceará, reforçando assim sua função social no atendimento ao comerciário.

A expansão neste segmento, todavia, não ficou por aí: foi instalado um novo restaurante na Rua João Cordeiro, em Fortaleza, agregado à nova sede administrativa do Sistema Fecomércio, e os já existentes, nas unidades de Iparana, Fortaleza e Centro, foram otimizados e ampliados. Esse último, inclusive, foi atestado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como o único com escala industrial entre todas as unidades do Sesc no Brasil. Já o de Iparana, por sua vez, está sendo preparado para buscar a mesma certificação. Com toda essa nova e moderna estrutura, o Sesc Ceará alcançou um acréscimo de 392% no número de refeições anuais servidas de 2001 para 2017, saindo de 757

Restaurante Sesc RioMar Fortaleza

Luiz Gastão, Maurício Filizola, Regina Pinho e Patrícia Rinaldi descerram a placa de inauguração do Restaurante Sesc, na Rua João Cordeiro, em janeiro de 2018

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mil até a impressionante cifra de 3,72 milhões. Com uma infraestrutura mais robusta e capilarizada no Estado, a Instituição, de forma orgânica e sustentável, também se avolumou em recursos humanos. Se, no ano de 2005, possuía 716 colaboradores em seu quadro funcional, essa quantidade mais que duplicou, chegando a 1.539 em 2017. Esse grande crescimento reflete o quanto o Sesc Ceará conseguiu acompanhar as necessidades da sociedade ao longo dos anos. Para isso, foi imprescindível um reconhecido esforço em busca de ainda mais flexibilidade na Instituição, para que esta alcançasse os meios que a permitissem dar conta da emergência multidisciplinar de tantas novas atividades. Além disso, foram fundamentais a sensibilidade para perceber as demandas que surgiam da comunidade e a criatividade para delinear as maneiras de atendê-las. Tal desenvoltura institucional comprova a relevância que é dada pelo Sesc Ceará às boas práticas de gestão. Mais que isso: mostra o valor que é conferido à governança corporativa, princípio este que envolve a política e as diretrizes da Instituição, um maior conhecimento dos próprios propósitos e de seus direcionamentos por parte de todo o corpo diretivo e operacional, e ainda uma dedicação voltada à valorização da própria equipe. Com essas estratégias, o Sesc Ceará tornou-se, nessas duas últimas décadas, referência nacional em termos de governança.

Foi esse pilar que proporcionou ao departamento regional o crescimento equilibrado que vem experimentando. A assertividade no planejamento orçamentário é princípio indispensável no Sesc Ceará, fazendo com que toda a expansão pensada seja realizada com responsabilidade e segurança, preservando a saúde financeira da Instituição.

Com essas estratégias, o Sesc Ceará tornou-se, nessas duas últimas décadas, referência nacional em termos de governança

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A responsabilidade com a qual persegue suas diretrizes e a expertise que já possui como grande prestador de serviços à comunidade têm rendido ao Sesc Ceará credibilidade e reconhecimento suficientes a ponto de garantirem seu assento em 59 conselhos, comitês e fóruns de interesse público, nos âmbitos estadual e municipal, e em Organizações da Sociedade Civil. Em muitos destes é convidado a ocupar cargo de presidência, como no caso do Conselho de Segurança Alimentar. Essa realidade vem ao encontro do trabalho social da Instituição, que é exatamente fomentar políticas públicas.

Reunião do Conselho de Segurança Alimentar

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Sesc

Diante de todo esse significativo crescimento de infraestrutura, de recursos humanos e, acima de tudo, de presença na vida do povo cearense, o Sesc Ceará entende que precisa continuar olhando para a frente. Ser, cada vez mais, referência regional na prestação de serviços sociais de excelência, com desenvolvimento da cidadania, sustentabilidade e transferência de tecnologias sociais é a visão de futuro que a Instituição carrega consigo.


Planejamento estratégico e participativo Institucionalizar uma nova ação não é algo que se sucede de maneira simples, que se concretiza apenas pela identificação de uma demanda e pelo consequente interesse em atendê-la. Todas as atividades realizadas pelo Sesc Ceará são fruto de uma longa e constante reflexão estratégica, que leva em consideração as transformações significativas do mundo globalizado e, em especial, os cenários político, econômico e social. Cada nova atuação é precedida de uma análise de mercado e de viabilidade, observando sempre se ela contribui para o fomento das diretrizes da Instituição.

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Desde 2004, o Sesc Ceará elabora periodicamente o seu Plano Estratégico, que traça as linhas de atuação da instituição em um horizonte de cinco anos. É ele que evidencia os desafios, com base no diagnóstico do contexto local, nacional e internacional, e aponta os direcionamentos a serem seguidos. Esse planejamento é construído de forma horizontal, de modo a fortalecer o trabalho intersetorial e a valorização dos talentos, competências, experiências e conhecimentos de todo o universo de colaboradores, incluindo não só gestores mas os técnicos das diversas áreas em que a instituição atua. Desde a criação do primeiro plano estratégico, foi definido que o processo haveria de ser participativo. Anualmente, portanto, esse plano, que traz as diretrizes definidas pela presidência mediante um comitê gestor formado por diretores e gerentes de programa e de áreas administrativas, é destrinchado coletivamente em um programa de trabalho. Mais operacional, este último define quais ações deverão ser postas em prática em determinado ano para que as diretivas do quinquênio possam ser alcançadas ao final do período. Para que isso ocorra são feitas reuniões de imersão, envolvendo direção e técnicos operacionais, nas quais são realizadas análises de cenário e de dados históricos que darão a base para as ações a serem planejadas. Atualmente, cerca de 300 técnicos participam desse procedimento todos os anos, seguindo uma metodologia que vem sendo constantemente aprimorada, buscando um regime cada vez mais colaborativo.

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Sesc

O sucesso de todo esse processo de expansão do Sesc Ceará nas duas últimas décadas não teria sido possível sem esse cuidado com o planejamento. É ele que tem permitido a sistematização de todos os dados que são usados na hora da tomada de decisões. O empoderamento dos técnicos das informações da Instituição – ou seja, o seu maior conhecimento das estratégias institucionais e a clareza das ações existentes – permite que eles possam tecer as costuras necessárias para o desenvolvimento das atividades e construir as parcerias vitais para a efetivação de novos campos de atuação.

Desde a criação do primeiro plano estratégico foi definido que o processo haveria de ser participativo


Regina Pinho: a inclusão social pelo caminho da educação

A história de vida de Regina Pinho mescla-se com a história de ampliação e modernização do Sesc Ceará, em um relacionamento que já soma 37 anos. De estagiária a diretora do departamento regional, ela enfrentou diversos desafios, os quais superou com a força e a determinação de uma mulher do Sertão Central, como a própria diz, recorrendo sempre as suas raízes no município de Senador Pompeu. Os tantos anos de experiência, junto à bagagem de conhecimento acadêmico que traz, a motivaram a uma decisão: a de que todas as ações de inclusão social do Sesc Ceará sejam perpassadas pelo viés educacional. Regina Pinho iniciou sua carreira no Sesc Ceará em 1979. Estudante de Ciências Sociais, ela foi a primeira estagiária entre todas as unidades do Sesc no Brasil. Sua formação, afirma, teve um componente indispensável na sua atividade dentro da Instituição: a despertou para o problema da exclusão social. Por meio das ações nas quais participava e, posteriormente, naquelas que ela própria passou a idealizar, a promoção social tornou-se um esforço constante. Assumiu como diretora regional em 2006, mas antes disso foi gerente e diretora do Núcleo de Planejamento, no qual pôde acompanhar com profundidade as ações prioritárias do Sesc, e diretora de Programas Sociais, quando mergulhou intensamente nessa que é a razão de ser da Instituição. No trajeto, implementou diversos projetos com foco na educação, tanto pensando na qualificação técnica dos colaboradores, com as Bolsas de Incentivo à Formação Profissional, como priorizando as demandas da sociedade, com a instalação das escolas do Educar Sesc e do Sesc Ler. Também expandiu as fronteiras do Sesc Ceará, firmando protocolos de colaboração com universidades na França, no Canadá e em Portugal, estimulando pesquisas e incentivando a realização de palestras e seminários no Estado. Esse trabalho em prol da internacionalização culminou, neste ano de 2018, com a realização do Colóquio Internacional sobre Inclusão Social e Diversidade, realizado em parceria com a Universidade Federal do Ceará, por meio do Observatório de Políticas Públicas (OPP/UFC) e colaboração de pesquisadores da Université Paris Descartes – Sorbonne Paris Cité – Centre de Recherche Sur Les Liens Sociaux (Centro de Pesquisa sobre os Laços Sociais), além da participação de pesquisadores do Canadá, da França e da Itália. A resiliência sertaneja inspira a não desanimar diante das dificuldades e é exatamente delas, reforça Regina, que são buscados novos horizontes de atuação e transformação.

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Cada vez mais perto do cearense Todos os anos, há pouco mais de duas décadas, milhares de pessoas vão às ruas de Fortaleza e de dezenas de outras cidades do interior cearense realizar um passeio ciclístico, no dia 1º de maio (Dia do Trabalho), numa atividade de lazer que reforça a importância do exercício físico para a qualidade de vida. A iniciativa de levar os trabalhadores e suas famílias para pedalar com liberdade pelas ruas das cidades partiu do Sesc Ceará há 23 anos e foi multiplicada em diversos estados. O Ciclo Sesc, como é chamada a atividade, levou, em 2018, cerca de 4 mil ciclistas às ruas de mais de 50 cidades cearenses.

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O Ciclo Sesc é um símbolo de uma nova forma de atuação que a instituição vem empreendendo no Estado. É, como definiu Luiz Gastão Bittencourt, o esforço institucional no sentido do “rompimento de muros”. Essa expressão tem sido um dos pilares da gestão nos últimos 20 anos: a estratégia de possibilitar que todas as ações possam ser realizadas em todos os espaços, independentemente de haver ou não uma unidade operacional do Sesc na localidade.

Passeio ciclístico Sesc

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Desde a década de 1970, o Sesc Ceará teve a preocupação em interiorizar as suas ações, instalando assim suas novas estruturas em outras cidades do Estado. No entanto, até cerca de 20 anos atrás, todas as ações ocorriam exclusivamente em Fortaleza e nos municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Sobral, Iguatu e Caucaia (Iparana), onde a Instituição possuía suas unidades operacionais. Ou seja, a atuação acontecia exclusivamente no contexto do “intramuros”. A quebra desse paradigma levou o Sesc Ceará a estar mais perto do povo cearense. Hoje, suas atividades já atingem todos os 184 municípios do Estado. Uma das principais medidas que permitiram essa operação no “extramuros” foi a criação das unidades móveis do Sesc. Em 1998, surgiu a primeira: um consultório odontológico sobre rodas. Hoje, são três, que já percorreram todos os municípios do território cearense, levando tratamento dentário e trabalhando a prevenção de doenças bucais. O OdontoSesc móvel percorre o Estado fixando-se por cerca de três meses em cada município. Posteriormente, vieram as duas unidades do BiblioSesc, bibliotecas itinerantes que viajam levando aos mais diversos públicos clássicos da literatura, aventuras, ficções e histórias reais, promovendo o acesso democrático à informação e formando novos leitores. As unidades hoje atuam em Fortaleza e na Região Metropolitana e percorrem suas diversas comunidades, permanecendo por um período de 15 dias em cada uma.

As atividades do Sesc já atingem todos os 184 municípios do Ceará

Alunos do Sesc na BiblioSesc

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Mais recentemente, em 2017, foi implementada a unidade móvel do Sesc Saúde Mulher, que disponibiliza às comerciárias e à comunidade em geral dos bairros carentes de Fortaleza exames de rastreamento de câncer de mama e de colo de útero. Somente em um ano foram realizadas 5.932 consultas (exames papanicolau e clínico das mamas) e 2.988 mamografias. Neste projeto, o Sesc Ceará tem parceria com o Hospital de Barretos, onde são feitos todos os laudos das mamografias. Em 2018, a unidade está se expandindo para a Região Metropolitana de Fortaleza, intensificando esse trabalho de combate à mortalidade feminina.

A criação das unidades móveis e a instalação das cinco novas unidades no Interior do Sesc Ler já deram um considerável impulso no trabalho de interiorização das atividades. Mas ainda não eram o suficiente. A estratégia tomada, portanto, para atingir uma capilaridade que pudesse abranger todo o Estado foi o fortalecimento das parcerias. Atendimento na unidade Móvel do Sesc Saúde Mulher

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Exemplo disso é o trabalho feito para viabilizar as próprias unidades móveis. Neste projeto, o Sesc entra com o serviço técnico, com a sua expertise, e o município cede o espaço, fornecendo segurança e energia. A ampliação da rede de parcerias tornouse um pilar de gestão do Sesc Ceará. Através do contato mais próximo e cooperativo com as prefeituras foi possível expandir as ações para todos os municípios. Na prática, cada unidade do Sesc no interior do Estado começou a atuar como polo irradiador de ações, cada qual criando uma rede de colaboração com as municipalidades circunvizinhas. Desta forma, por exemplo, as unidades de Crato e Juazeiro do Norte atendem aos 28 municípios da região do Cariri, enquanto Iguatu responsabiliza-se pelos 22 do Sertão Central e Sobral, pelos 33 da Região Norte e assim por diante. Com esse modelo, tanto os municípios levam pessoas até as unidades do Sesc, como o Sesc envia seus técnicos para realizarem atividades nas diversas cidades do Estado. Um dos exemplos desse método é o trabalho feito na formação de professores. Bianualmente, o Sesc Ceará realiza em suas unidades operacionais duas atividades: um ciclo de palestras e um seminário de educação, que ocorrem em anos alternados. Para participar dessas ações, os municípios circunvizinhos de cada unidade enviam seus técnicos.

O objetivo expresso na ideia da atuação “extramuros” é que as ações possam ocorrer em todos os espaços, inclusive nos espaços públicos, como em praças ou na beira da praia, que são lugares onde são realizadas, por exemplo, as atividades do Sesc Ativo. O projeto, que incentiva a prática consciente e permanente de exercícios físicos e dos esportes, promove a realização de caminhadas, ciclismo, capoeira, entre diversas outras atividades que, não necessariamente, precisam ser realizadas no contexto do “intramuros”.

Atividade do Ciclo de Palestras

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Um dos indicadores estratégicos do Sesc Ceará é promover, pelo menos, três atividades sistemáticas por ano nos municípios nos quais não conta com uma unidade operacional. Essa meta é essencial para que o laço da Instituição com a comunidade seja robustecido, que a sensação de sua presença no cotidiano das pessoas seja enraizada. A tarefa de cooperação não é estabelecida, contudo, somente com prefeituras municipais. Muitas vezes são empresas e associações comunitárias que solicitam os serviços do Sesc, que envia seu corpo técnico e elas, em contrapartida, disponibilizam seu espaço e mobilizam as pessoas para participar da atividade. O objetivo do Sesc Ceará é incrementar e fortalecer parcerias e convênios com diversas instituições de referência, com foco na conjugação de esforços com responsabilidades delimitadas, visando à ampliação da oferta de serviços nas áreas de atuação institucional. A expansão das atividades empreendidas pelas diversas localidades do território cearense também tem um caráter de fortalecimento da visibilidade do Sesc. Em torno da marca é gerado um reconhecimento, por parte da sociedade, da responsabilidade social assumida pela Instituição, acompanhado do sentimento de credibilidade, que tão caro é a sua gestão. Isso faz parte do cuidado do Sesc Ceará com a sua afirmação institucional, que é um dos pilares de seu planejamento estratégico. A potencialização desse reconhecimento deve vir com a consolidação da abrangência de sua atuação.

O fortalecimento de laços com a comunidade é uma das metas essenciais do Sesc Ceará

Atividade de capoeira na Praça do Ferreira

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O Sesc Ceará conta, atualmente,com 12 unidades fixas: 6 Unidades Operacionais: Crato, Juazeiro do Norte, Iguatu, Sobral, Sesc Fortaleza e Sesc Centro; 5 unidades Sesc Ler: Aracati, São Gonçalo do Amarante, Quixeramobim, Ibiapina e Crateús; 1 Unidade Hoteleira: Hotel Ecológico Sesc Iparana.

Além dessas, possui outras seis unidades móveis: 2 unidades BiblioSesc; 3 unidades OdontoSesc; 1 unidade Sesc Saúde Mulher.

Unidades do Sesc Ceará

Também conta com: 6 escolas Educar Sesc (uma em cada unidade operacional); 14 bibliotecas fixas; 8 equipamentos culturais (teatros, auditórios-teatro e galerias de arte para exposições); 2 Núcleos de Saúde; 3 Clínicas de Odontologia; 8 restaurantes para o comerciário; 7 parques aquáticos.

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Formação de pessoas O Sesc Ceará reconhece que toda a expansão pela qual tem passado nos últimos anos, assim como a maior visibilidade que tem alcançado e o crescimento em credibilidade enquanto instituição prestadora de serviços à sociedade, só foi possível pelo compromisso e pela elevada qualificação técnica de seus colaboradores. A preocupação com a formação contínua e com a valorização de seu capital humano tornou-se uma diretriz do plano estratégico de desenvolvimento. E os resultados dessa atitude são bem visíveis.

Com a ampliação de suas atividades e infraestrutura, foi necessário o incremento no número de colaboradores. Mas, além desta questão quantitativa, também era necessário cuidar do aspecto qualitativo das novas e também das antigas equipes. Dessa maneira, somente de 2006 a 2017, o Sesc Ceará investiu R$ 6 milhões em desenvolvimento profissional, valor este distribuído para ações de qualificação e para o Programa de Bolsas de Incentivo à Formação Profissional.

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O programa contempla a formação nas modalidades de graduação, especialização, mestrado e doutorado, assim como a formação em cursos de educação de jovens e adultos, nas modalidades ensino fundamental e médio, e de pré-vestibular. Através dele, o Sesc tem concedido bolsas de estudos de até 50% do valor das mensalidades para que o funcionário realize cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado. Desde sua criação, em 2005, 883 bolsas já foram concedidas, das quais 53,3% foram para especialização e 41% para graduação. Foi observado ainda que a maioria dos temas de estudos nos cursos de pós-graduação para os quais os colaboradores solicitaram bolsas estão alinhados com as atividades desenvolvidas por eles na Instituição, o que demonstra o interesse na busca por uma melhor qualificação. Como resultado desse programa, o número de colaboradores com nível superior saiu de 310, em 2005, para 784, em 2017, sendo que 32% deles já contam com especialização, mestrado ou doutorado. Tratando-se especificamente do corpo técnico, os dados revelam que 100% das pessoas possuem graduação, das quais, 79% também detêm título de especialista.

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Além do incentivo das bolsas, o Sesc também realiza cursos de qualificação profissional para as equipes de todas as áreas de atuação. Em 2004, o Sesc Ceará implantou, em parceria com o Departamento Nacional, o Núcleo de Desenvolvimento Técnico (NDT), que tem fomentado a interiorização das ações de capacitação e gerado uma maior troca de saberes e experiências entre os técnicos. É o núcleo que promove treinamentos relacionados com os normativos e com as diretrizes institucionais, por meio dos quais os colaboradores conseguem perfilar os conceitos com sua prática diária, o que têm-se traduzido em resultados efetivos junto à clientela. Por intermédio do Departamento Nacional também são oferecidos diversos cursos, palestras e reuniões técnicas direcionados a cada uma das áreas de atuação da Instituição, comandados por estudiosos de referência nacional em seu respectivo tema e executados com a utilização de videoconferências. Tal instrumento, além de permitir aos colaboradores o acesso a conteúdos relacionados a sua vivência profissional, também tem se tornado uma importante ferramenta de troca de informações e experiências entre os regionais de diversas partes do País.


Reunião de técnicos do Sesc em videoconferência

Nesse processo, o NDT é que encaminha ao Departamento Nacional as demandas de capacitação em nível nacional e trabalha localmente as demandas de treinamentos específicos do regional. O plano de capacitações é construído com base em um diálogo participativo entre o núcleo e as gerências de Programa do Regional (Cultura, Assistência, Educação, Saúde, Lazer e Administração). De maneira geral, além de reforçar a qualificação técnica de seus colaboradores, os investimentos realizados em formação profissional têm atuado de maneira a valorizar as pessoas que fazem o Sesc Ceará, permitindo-as alcançar seu pleno potencial. Uma consequência eminente desse incentivo é que a qualidade técnica dos recursos humanos tem feito também com que os clientes da Instituição sintam-se motivados a atualizarem anualmente suas matrículas, permitindo que o Sesc Ceará alcance o elevado índice de 87% de renovação desses registros. Assim, a Instituição retém notáveis talentos, os quais têm contribuído sobremaneira para o seu desenvolvimento cada vez mais equilibrado e sustentável, e ainda consolida sua clientela.

Atividade em curso de aperfeiçoamento de técnicos do Sesc

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Foco na educação De todas as áreas de atuação do Sesc no Ceará, uma é tida como carro-chefe pois permeia todas as ações da Instituição: a educação. Neste campo, vários avanços foram buscados e já estão sendo alcançados, como o incremento da infraestrutura própria voltada para o ensino e para a aprendizagem. Para além disso, o caráter educativo de cada atividade desenvolvida, seja ela de saúde, de cultura, de promoção social ou mesmo de lazer, tem sido reforçado a cada ano.

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A ampliação das unidades operacionais no Ceará ao longo dos últimos 20 anos ocorreu exatamente na área da educação, com a instalação do projeto Sesc Ler. Desenvolvido em centros educacionais com caráter interdisciplinar e participativo, o Sesc Ler atua na educação de jovens e adultos visando a inserção deste público no processo educativo e respeitando as diversidades locais, com o objetivo de contribuir na resolução do problema do analfabetismo e do déficit educacional nas comunidades em que atua. A escolha dos cinco municípios que hoje recebem um centro educacional (Aracati, São Gonçalo do Amarante, Quixeramobim, Ibiapina e Crateús) deu-se pela observação de seus índices de analfabetismo, que eram consideravelmente elevados. Com a atuação do Sesc Ler, já se percebe uma melhora nesses indicadores e, atualmente, outras atividades já são trabalhadas nessas unidades, atendendo a novas demandas que surgiram nessas localidades.

Nesses cinco polos são desenvolvidas ações também para os filhos desses jovens e adultos que já se alfabetizaram. Além disso, nestes espaços são implementadas atividades de formação de professores da rede pública, como seminários e ciclos de palestras, em uma iniciativa de contribuir com a qualidade de ensino das crianças das localidades que possuem uma unidade e de seus municípios circunvizinhos. A contribuição do Sesc Ler na educação de jovens e adultos tem sido reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) em todo o Brasil. Em 2015, o MEC concedeu ao Sesc Ler Quixeramobim a Medalha Paulo Freire, a maior comenda de educação no País, por sua experiência inovadora no projeto Cine Sesc que utiliza filmes como forma de potencializar a aprendizagem dos alunos.

Colaboradores do Sesc Ler em São Gonçalo do Amarante

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Adentrando o âmbito da educação infantil e fundamental, a presença da Instituição também é de destaque e ocorre por meio do projeto Educar Sesc, que são escolas que trazem como base uma proposta pedagógica sócio-interacionista. Esse modelo defende a ideia de que as tomadas de decisões e a forma que o conhecimento é construído no ambiente escolar têm relação com a sociedade e, principalmente, com a comunidade onde estão inseridas as instituições de ensino. Hoje, existem seis unidades no Estado, sendo duas na Capital e outras quatro nos municípios de Crato, Iguatu, Juazeiro do Norte e Sobral. Para estas escolas houve um esforço, nos últimos anos, de elevação no número de turmas. Além disso, há uma atenção da gestão no sentido de que funcionem em prédios educacionais próprios, como já ocorre em Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte. Em Crato e em Iguatu, elas estão instaladas dentro das unidades operacionais do Sesc.

Escola Educar Sesc na Avenida João Pessoa

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Alunos na Escola Educar Sesc


É por meio da educação que se pode transmitir valores essenciais para o indivíduo, estimulando seu desenvolvimento integral, sua autonomia e seu protagonismo

Além dessas medidas diretamente ligadas à área da educação, há todo um trabalho transversal com foco educativo nas demais atividades do Sesc. Nas unidades móveis, por exemplo, além do caráter curativo de sua atuação, seja no OdontoSesc ou no Sesc Saúde Mulher, há também um cuidado em trabalhar o caráter preventivo de doenças com estes públicos, com ações de educação para a saúde bucal e de prevenção do câncer de mama e de colo de útero. Já o BiblioSesc, por si só, já é um equipamento de cunho educativo, focado na formação da cultura leitora da comunidade. É desta maneira que o Sesc busca contribuir para o exercício pleno da cidadania de seus beneficiários, trabalhando para o bem-estar e para a melhoria da qualidade de vida dos comerciários e de suas famílias e para o desenvolvimento social e elevação do sentimento coletividade.

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Fidelização de clientes No ano de 2010, o Departamento Nacional definiu uma meta a ser cumprida por todos os regionais: colocar a fidelização de suas clientelas em um patamar de 80%. Em outras palavras, o que foi determinado é que os estados envidassem esforços para que 8 em cada 10 de seus clientes renovassem sua matrícula anual. Para o Sesc Ceará, o objetivo já surgia modesto. Há muitos anos acompanhando os dados de revalidação, o alvo de 80%, para o contexto estadual, era realidade há bastante tempo.

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Atendimento a clientes

O percentual de renovação de matrículas em 2017 foi de 87%

E isso não era surpresa, afinal, o trabalho de acompanhamento da revalidação dentro do desenvolvimento estratégico da Instituição foi uma ação inovadora do departamento regional local. Não à toa, o Sesc Ceará fez parte do grupo de estudos que sistematizou todo o processo de planejamento a nível nacional. O índice de renovação das matrículas funciona como um indicador de satisfação dos beneficiários com os serviços prestados, portanto, é um dado de extrema relevância e que exige total atenção. No ano de 2017, por exemplo, esse percentual foi de 87%, sendo este um indicador que nunca ficou abaixo do piso de 80%.

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Um trato especial tem sido dedicado à atração de novos clientes e, sobretudo, à manutenção dos já cativos. Um dos diferenciais do Sesc Ceará observados há bastante tempo é o Serviço de Relacionamento com o Cliente, que também está ligado à noção de atuação no “extramuros” pela qual a equipe visita regularmente as empresas, não ficando somente à espera de que estas venham à unidade. Através dessa iniciativa é construída uma comunicação permanente com as pessoas atendidas com o objetivo de conhecê-las melhor e de identificar suas características e expectativas em relação ao trabalho do Sesc. Com posse desses dados são estabelecidos os passos no sentido de oferecer serviços que ultrapassem suas necessidades imediatas, buscando a construção de relacionamento de longo prazo.

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É mediante essa ação propositiva, assim como pela própria qualidade dos serviços ofertados, que o Sesc Ceará está constantemente com índices de fidelização acima da média nacional. Os números reforçam: de 2000 a 2017, a quantidade de matrículas de comerciários, dependentes e usuários registrou um incremento de 542%, avançando de 52.552 para 337.034. Este número representa nada menos que 39% de toda a clientela potencial no Estado. Outro dado significativo é que 90% dessas matrículas são de comerciários com renda de até três salários mínimos. Isso significa dizer que o Sesc Ceará tem cumprido sua missão social: atender preferencialmente aos comerciários de menor renda, oferecendo-lhes serviços de qualidade e que atendam as suas demandas.


542% - Taxa de aumento no número de matrículas do Sesc Ceará de 2000 (52.552) para 2017 (337.034); 1.539 - Colaboradores do Sesc Ceará em 2017, quantidade que representa mais que o dobro da registrada em 2005; R$ 6 milhões - Investimento feito em desenvolvimento profissional dos colaboradores entre os anos de 2006 e 2017; 3,72 milhões - Refeições servidas nos restaurantes Sesc (Interior e Capital) no ano de 2017; 114,8 mil - Consultas odontológicas nas unidades OdontoSesc fixas e móveis em 2017;

Números 21,5 mil - Consultas realizadas nas clínicas de saúde em 2017; 59 - Conselhos, comitês e fóruns de interesse público dos quais o Sesc Ceará participa; 184 - Municípios cearenses beneficiados com as ações do Sesc, o que representa 100% do Estado.

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Sesc Iparana Hotel Ecológico Em 1952, o Sesc Ceará começava a construir sua colônia de férias na praia de Iparana, localizada no município de Caucaia, que viria a ser a segunda do Brasil entre os regionais do Sesc. Ainda distante do movimento da cidade, o local era destino dos comerciários e suas famílias para relaxar e respirar melhor. Mais de 60 anos depois, a unidade continua pulsante, hoje remodelada para as novas demandas que surgiram com o tempo.

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Parque aquático do Sesc Iparana Hotel Ecológico

A antiga colônia agora é denominada de Sesc Iparana Hotel Ecológico, um hotel de ponta, com todos os serviços de hotelaria, e que dispõe de uma capacidade para 650 hóspedes. Em 2017, a unidade inaugurou sua ampliação que consistia em um novo bloco de apartamentos. Além disso, foram revitalizados e modernizados o Centro de Eventos e os dois auditórios (sendo um deles bimodular), capacitando a unidade também para o recebimento diversos tipos de eventos. Mais que um hotel, a unidade de Iparana, que soma uma área de 32 hectares, é também um complexo ecológico, que abriga um importante ecossistema costeiro, sendo um dos últimos fragmentos de floresta de tabuleiro. Essa floresta ocupa 13 hectares, consistindo-se em uma Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN).

Suítes com vista para o mar no Sesc Iparana Hotel Ecológico

Trilha na Reserva do Patrimônio Natural

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Mostra Sesc Cariri de Culturas Maior evento cultural entre todos os departamentos regionais no Brasil, a Mostra Sesc Cariri surgiu, ainda em 1999, como uma mostra de teatro de rua no município de Crato. Imerso no caldeirão cultural que é a região do Cariri, o evento acabou abrindo-se a diversas outras expressões, misturando tradição e experimentações artísticas de forma harmônica em um mesmo espaço. E esse ambiente foi se alargando, ganhando cada vez mais fôlego, até que abarcou todos os 28 municípios da região, atraindo artistas e públicos dos quatro cantos do Brasil. Em 2018, a Mostra Sesc Cariri de Culturas chegou a sua vigésima edição, apresentando-se cada vez mais pujante e plural.

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Mostra Sesc Cariri de Culturas

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Realizada sempre no mês de novembro, a mostra traz uma vasta programação que inclui literatura, música, audiovisual, artes visuais e cênicas, fortalecendo as múltiplas linguagens artísticas e promovendo o intercâmbio entre artistas de diversos lugares do País. Em 2018, a mostra registrou um novo recorde ao receber a inscrição de 3.200 trabalhos, dos quais 82 foram selecionados, contemplando todos os estados do Brasil. O evento envolve quase 2.500 artistas, contando com uma equipe de produção de cerca de 500 pessoas. São números superlativos que, junto à longevidade do evento, comprovam o sucesso da iniciativa. Uma palavra-chave da Mostra Sesc Cariri é o termo “tradição”, uma vez que a região acolhe mais de uma centena de mestres da cultura, que são tesouros vivos que representam e perpetuam a cultura popular de sua terra. Eles têm espaço sempre garantido na programação para transmitir suas tradições, encantando públicos de diversas gerações e procedências.

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Com a consolidação do evento, o Sesc decidiu construir na mostra um espaço também para o debate de temas relacionados à cultura. Assim, foi criado, em 2015, o Seminário Arte e Pensamento, que trabalha a formação de ideias e de políticas públicas para o campo cultural. Com toda a amplitude e pluralidade que traz, a Mostra Sesc Cariri de Culturas tornou-se um campo de estudo para os técnicos de todos os outros regionais do Sesc e, bem mais que isso, firmou-se como uma programação que integra o calendário do circuito artístico-cultural brasileiro.


Apresentações na Mostra Sesc Cariri de Culturas

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Povos do Mar e Herança Nativa Com o objetivo de fomentar a sustentabilidade ambiental no entorno da unidade de Iparana, o Sesc Ceará realizou, em 2010, um processo de mapeamento das comunidades adjacentes. Ao longo desse trabalho notou-se que havia ali diversos povos com tradições similares, mas que não realizavam a troca de experiências entre si. E, mais alarmante: observou-se que algumas dessas práticas estavam se perdendo. Foi então que surgiu a ideia de realizar um encontro que permitisse esse intercâmbio: nascia ali o projeto Povos do Mar. O projeto expandiu-se e esse mapeamento foi estendido para todos os 573 quilômetros do litoral cearense. O encontro tornou-se anual e, em 2018, chegou à oitava edição já com uma dimensão enorme em relação a sua primeira: cerca de 170 comunidades de 23 municípios encontraram-se e apresentaram suas tradições em um evento que atraiu aproximadamente 500 mil pessoas no Hotel Ecológico Sesc Iparana. Atividades do encontro Povos do Mar

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Apresentações durante os encontros Povos do Mar e Herança Nativa

O Povos do Mar é uma ação de desenvolvimento comunitário que tem por objetivo salvaguardar as práticas das comunidades costeiras e difundi-las. São danças, artesanato, culinária, vivências, entre diversas outras tradições que agora ganham mais força e notoriedade.

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No decorrer da atividade de mapeamento também foram identificadas 14 etnias indígenas no entorno de Caucaia, onde se localiza Iparana, e em outros municípios. Na quarta edição do Povos do Mar, então, foi realizado um encontro somente desses povos, que passou a ser chamado de Herança Nativa. Esse levantamento continuou evoluindo e, em seguida, foi ampliado para comunidades quilombolas, sertanejos, serranos e ciganos. O novo encontro cresceu em importância e hoje é realizado de forma independente do Povos do Mar, agregando populações de mais de 20 municípios, já não mais somente as litorâneas, as quais trazem ao evento seus saberes fitoterápicos e culinários, seus ritos e festejos. O Herança Nativa trabalha a questão da territorialidade entre esses povos, reforçando seu sentimento de pertencimento em suas localidades e preservando suas heranças ancestrais. Além disso, estimula o desenvolvimento sustentável, valorizando o turismo de base comunitária.

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Sopa Amiga e Mesa Brasil Há quase duas décadas, o Sesc Ceará iniciou um programa social que integrava empresas, instituições sociais e pessoas voluntárias no esforço conjunto de diminuição das carências alimentares e do desperdício de alimentos. A ação foi chamada de Amigos do Prato, e seu princípio era basicamente retirar alimentos de onde estava sobrando e levá-los para onde faltava. A tecnologia social deu tão certo que o Departamento Nacional decidiu replicá-la para todo o País, e assim surgiu o Mesa Brasil Sesc.

Com custo reduzido e aplicação imediata, o programa arrecada dos parceiros (que são grandes distribuidores, produtores locais, redes de supermercados, indústrias, etc.) produtos que não possuem uma ótima aparência para as prateleiras, mas que ainda concentram o seu poder nutricional. Após isso são feitas a triagem e a distribuição para as instituições cadastradas. Somente em 2017 foram distribuídos 3 milhões de quilos de alimentos, beneficiando 560 instituições, em parceria com 815 empresas doadoras da Capital e do Interior.

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Projeto Mesa Brasil na entrega das aves para ceia natalina


Participantes do Mesa Brasil

O Mesa Brasil também desenvolve ações de combate ao desperdício, bem como educativas sobre questões relacionadas à nutrição e a temas sociais, junto a instituições e empresas doadoras. A atuação é interiorizada, com o envolvimento de todas as unidades do Sesc no Estado. O programa é certificado pela Rede Mundial de Bancos de Alimentos (Global Foodbanking Network - GFN), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), através da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura - FAO). Por meio do Mesa Brasil e em parceria com a Perdigão, o Sesc Ceará garantiu, em 2017, a ceia natalina de 18 mil famílias com a distribuição de 18 mil aves (chesters), beneficiando 72 mil pessoas. Receberam o alimento famílias de baixa renda atendidas em 124 instituições sociais cadastradas nas unidades do programa em Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato, Iguatu e Sobral. Com essas ações, o Mesa Brasil Ceará alcançou expressivos resultados, sendo o primeiro Banco de Alimentos do Nordeste em quantidade de alimentos doados e o segundo no ranking nacional no qual o primeiro é o Sesc SP. Outro projeto que atua na mesma linha é o Sopa Amiga. Por intermédio dele as sobras limpas das produções dos restaurantes próprios que não vão para mesa são aproveitadas para a produção de uma sopa de alto valor nutricional, desenvolvida por profissionais dos próprios Sesc Ceará, e distribuída gratuitamente a instituições e associações cadastradas, notadamente aquelas que direcionam sua atuação a crianças e idosos. Em 2017, o programa distribuiu 1,4 milhão de porções da sopa. Com estas ações, em 2013, o Sesc Ceará tornou-se a primeira instituição social do Brasil a ser parceira da Save Food, iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que contribui ativamente para a redução das perdas e do desperdício de alimentos.

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Cidadania Ativa O Cidadania Ativa é mais uma tecnologia social com o selo do Sesc Ceará que ganhou abrangência nacional, sendo reproduzida nos departamentos regionais de todo o País. O projeto consiste em aproveitar o conhecimento adquirido ao longo da vida de pessoas idosas, já aposentadas, e utilizá-lo em benefício de comunidades em situação de vulnerabilidade. Essas pessoas, muitas delas voluntárias, trabalham o empoderamento e a cidadania da população dessas localidades, facilitando o desenvolvimento de diversas atividades.

Grupo de participantes projeto do Cidadania Ativa

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Participante do Cidadania Ativa

A ação começou nos bairros de Fortaleza e, devido ao êxito que obteve, decidiu-se por interiorizá-la. Hoje, todas as unidades do Sesc Ceará realizam polos do Cidadania Ativa em suas comunidades circunvizinhas. Mais de 10 mil participantes já foram beneficiados com a realização de cursos, consultas sociais, encontros e reuniões através deste trabalho social. O Cidadania Ativa foi premiado em 2007 pelo Concurso Talentos da Maturidade, do Banco Real/Santander, na categoria programas exemplares. Também foi escolhido como experiência exitosa para apresentação no Seminário Internacional “O Trabalho Social França Brasil”, no ano de 2009. Em 2012, o Sesc Ceará foi contemplado com o primeiro lugar na categoria Organizações, da 5ª edição do concurso experiências gerontológicas “Una Sociedad para todas las edades”, promovido pela Red Latinoamericana de Gerontologia. A competição tem o objetivo de estimular e difundir as experiências gerontológicas desenvolvidas em países da América Latina.

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Projeto Aflorar Dentro da seara do meio ambiente, o Sesc desenvolve um projeto que tem por objetivo promover ações de proteção e ampliação da cobertura vegetal, favorecendo a presença das plantas nativas nas áreas verdes de Fortaleza e região metropolitana. Trata-se do Aflorar, que além de contribuir para a preservação da biodiversidade da flora e fauna do Ceará também tem despertado em jovens a consciência ecológica. Criado em 2015, o projeto começou realizando um levantamento florístico do Polo de Lazer da Avenida Sargento Hermínio, na Capital, e foi expandindo suas atividades para algumas unidades de preservação, a exemplo da Floresta do Curió, no bairro de mesmo nome, e do Parque Parreão, no Bairro de Fátima. O trabalho de mapeamento das espécies vegetais é feito em parceria com escolas públicas, incentivando os alunos a se envolverem no trabalho de preservação ambiental. O êxito da iniciativa foi reconhecido, em 2017, como uma das 10 melhores boas práticas em todo o País pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A prática já começa a ser interiorizada para as outras unidades do Sesc no interior do Estado.

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Jovens participam do Projeto Aflorar

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Dia do Desafio, Circuito de Corridas e Futsal Sesc Com foco no estímulo à melhoria da qualidade de vida por meio da prática saudável de recreação e atividades físicas, o Programa Lazer do Sesc Ceará tem desenvolvido uma série de iniciativas que envolvem não somente comerciários e suas famílias, mas a sociedade cearense em geral. Uma delas é o Dia do Desafio, que hoje afirma a abrangência do atendimento da Instituição em todos os municípios do Ceará.

O Dia do Desafio acompanha uma campanha mundial que incentiva a realização de exercícios físico-esportivos e consiste numa competição entre cidades. Atingindo os 184 municípios do Ceará, a ação envolveu 4,3 milhões de participantes em 2017. Nos municípios em que o Sesc Ceará não possui unidades fixas as ações são realizadas em parceria com as prefeituras municipais, empresas privadas e organizações da sociedade civil.

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Atividade do Dia do Desafio

Manoel Tobias coordena o Projeto Futsal Sesc ajudando crianças e jovens a tornarem-se campeões como atletas e cidadãos

Outro projeto é o Circuito Sesc de Corridas e Caminhadas, que envolve mais de 10 mil pessoas nas cinco cidades que possuem unidades do Sesc (Juazeiro do Norte, Sobral, Crato, Iguatu e Fortaleza), entre os meses de agosto e novembro. Promovida há mais de 30 anos, a corrida é realizada nas categorias geral, comerciário e faixa etária, e os primeiros colocados em todas as categorias recebem premiação em dinheiro. Aliando lazer e compromisso social, também destaca-se o Projeto Futsal Sesc, que já soma mais de uma década de atuação. Coordenado pelo ex-atleta Manoel Tobias, o projeto é direcionado a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, de 8 a 17 anos, o projeto funciona como uma escolinha de futsal, trabalhando o resgate dessas pessoas através do esporte e estimulando a postura cidadã e as práticas de vida saudável. O Futsal Sesc funciona em todas as unidades operacionais no Ceará (Fortaleza, Iparana, Crato, Sobral, Iguatu, Juazeiro do Norte) e nas do Sesc Ler (Aracati, São Gonçalo do Amarante, Quixeramobim, Ibiapina e Crateús), somando 20 núcleos e atendendo cerca de 1.700 alunos. Aos poucos a ação começa a ser interiorizada, já tendo sido criados núcleos em Barbalha, Santa Quitéria e São Benedito. Em 12 anos, o projeto, que já recebeu mais de 12,5 mil inscritos, acumula vitórias. Ao todo, foram 34 títulos com as seleções, somando desde a sub-9 a sub-20, em importantes competições, como a Copa Metropolitana, o Campeonato Cearense e o Circuito Nordeste de Futsal. O Futsal Sesc reforça o compromisso do Sesc com a inclusão social e com a promoção da cidadania para a sociedade cearense.

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Museus Orgânicos Em mais uma iniciativa pioneira, o Sesc Ceará, em parceria com a Fundação Casa Grande, inaugurou o seu primeiro Museu Orgânico em setembro de 2018. Integrando os conceitos de cultura popular, turismo social e economia criativa, o projeto escolheu Potengi, na região do Cariri, como o primeiro município beneficiado. Mais especificamente Antônio Luiz de Sousa, o líder do Reisado de Caretas de Couro, que teve sua residência transformada no Museu Orgânico Casa do Mestre Antônio. Até o fim de 2019, serão inaugurados outros 15 espaços do tipo.

Caretas na inauguração do Museu Orgânico Potengi

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Placa do Museu Casa do Mestre Antônio Luiz


Mestre Antônio Luiz de Sousa, líder do Reisado dos Caretas

O novo museu mantém a casa simples de Seu Antônio, com chão de terra batida, fogão à lenha e figuras de santos nas paredes. Lá, o visitante vê de perto os elementos da cultura do reisado praticada pelo anfitrião, além de poder conhecer a culinária e o artesanato com retalhos de Rosa Pereira, sua esposa.

O projeto Museus Orgânicos tem a proposta de valorizar o saber e as tradições dos mestres da cultura popular do Cariri por meio de museus interativos nos quais o público tem a possibilidade de imergir no cotidiano destes cearenses, criando uma experiência única e dialógica a cada nova visita. A iniciativa busca criar uma rede sociocultural composta de lugares de memórias vivas, fomentando a troca de experiências e o fortalecimento de vínculos comunitários, preservando as tradições e ainda criando oportunidades de geração de renda aos mestres, a seus familiares, agregados e à comunidade. Novos museus serão instalados nos municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Nova Olinda e Milagres, todos com a mesma proposta: abrir as portas das casas e dos terreiros de mestres da cultura, permitindo que as pessoas possam entrar e conhecer suas histórias de vida e seus costumes.

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A maior e mais valorizada escola de qualificação profissional do Brasil Acertar o ponto exato da costura, encontrar a solução de uma complexa equação matemática, identificar aquele tempero que transformará um ingrediente simples em um sofisticado prato sobre a mesa. Há poucas sensações tão fabulosas quanto a de descobrir algo novo, aprender, criar. Pôr-se a tentar até conseguir e poder exclamar: “Eureka! – ou “Encontrei”, em tradução do grego. É com esse despertar para novos conhecimentos, habilidades e vocações que o Senac Ceará trabalha há sete décadas colecionando histórias de pessoas que, por meio da educação, tiveram a oportunidade de mudar de vida.

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Senac


Desde 1946, o Senac é o principal agente de formação profissional do País, voltado principalmente para o comércio de bens, serviços e turismo. Sua missão é educar para o trabalho, com a visão de ser a instituição brasileira que oferece as melhores soluções nesse setor, reconhecida pelas empresas e por toda a sociedade. Na coleção de histórias de vida marcadas pela Instituição há exemplos como o de Gerlano Pessoa, de Fortaleza, administrador de empresas que ingressou em 2017 no curso de Beer Sommelier e, com isso, pôde realizar o sonho de montar a própria cervejaria artesanal. Casos, ainda, como o de Wedla Gomes, de Quixadá, que só aos 30 anos, depois de ingressar no curso de costureira do Senac – influenciada pelas memórias de infância ao lado da mãe, também costureira – encontrou sua vocação para a profissão, trabalhando hoje em um ateliê de costura onde consegue gerar renda e ganhar aprendizado. Só nos últimos 10 anos mais de 338 mil pessoas foram qualificadas pelo Senac Ceará em cursos que vão da formação básica à pós-graduação, em turmas de aprendizagem, de qualificação, de técnico e de aperfeiçoamento. A Instituição chega em 2018 com um portfólio de mais de 800 cursos voltados à qualificação de mão de obra e soluções empresariais para os segmentos do comércio, com mais de 30 mil matrículas efetuadas somente neste ano. Alunos em preparação para seletiva da Olimpíada do Conhecimento, na categoria Técnico em Enfermagem

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O Senac oferta mais de 800 cursos, nos seguintes eixos e segmentos:

Eixo Ambiente e Saúde: cursos na área de Beleza, Meio Ambiente e Saúde. Eixo Desenvolvimento Educacional e Social: cursos nas áreas Educacional, Social e Idiomas. Eixo Gestão e Negócios: cursos nas áreas de Comércio e Gestão. Eixo Turismo, Hospitalidade e Lazer: cursos nas áreas de Hospitalidade, Lazer, Turismo, Gastronomia e Segurança Alimentar. Eixo Infraestrutura: cursos nas áreas de Conservação e Zeladoria. Eixo Produção Cultural e Design: cursos nas áreas de Artes, Comunicação, Design e Moda. Eixo Informação e Comunicação: cursos nas áreas de Informática e Telecomunicações. Eixo Produção Alimentícia: cursos nas áreas de Produção de Alimentos. Eixo Segurança: cursos na área de Segurança.

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Senac


A vocação comercial do Ceará em segmentos como moda, beleza e gastronomia encontrou no Senac Ceará um relevante parceiro de desenvolvimento. Dos 184 municípios cearenses, 160 são atendidos por ações de qualificação profissional da Instituição, seja por meio de sedes e escolas próprias, seja por meio das unidades do Senac Móvel ou via parcerias com associações e ONGs. O trabalho coletivo da equipe de gestores, técnicos e instrutores gera frutos e tem qualidade reconhecida pelo público. Basta atentar para a última Pesquisa de Satisfação dos Alunos, realizada em 2017 em todas as turmas ofertadas pelo Senac Ceará, que mostrou índice de satisfação de 95,8% pelos clientes. Outro índice que comprova essa qualidade é a pesquisa de Avaliação da Eficácia dos Cursos de Capacitação, Aperfeiçoamento, Qualificação e Habilitação – Egressos, realizada pelo IPDC. A sondagem de 2017 apontou que 74,5% dos alunos afirmaram que o curso realizado no Senac contribuiu para que arrumassem um emprego; e 83,7% dos entrevistados afirmaram que pretendem fazer outro curso no Senac Ceará.

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Um pouco da história Dos cursos de datilografia das décadas de 1940 e 1950 às opções de graduação e pós-graduação ofertadas nos dias atuais, um caminho de muito trabalho e articulação precisou ser trilhado. Períodos de bonança e de escassez de recursos, altos e baixos na economia, transformações no perfil produtivo do Estado alternaram-se ao longo dos últimos 70 anos, tendo o Senac Ceará como parceiro de superação e desenvolvimento do Estado.

Alunos do curso de datilografia, em 1963

Alunos do curso de Informática, em 2013

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Assim como a Federação do Comércio e o Sesc, também o Senac Ceará nasceu na Associação dos Merceeiros, em 1948. O primeiro conselho regional da casa era formado pelo então presidente da Fecomércio Ceará, Clóvis Arrais Maia, e pelos representantes dos Ministérios do Trabalho e da Educação, Crisanto de Holanda Pimentel e José Eduardo de Almeida e Castro, respectivamente. A direção era de Raimundo Valnir Cavalcante Costa. Seu primeiro núcleo educacional contava, já no primeiro ano de funcionamento, com três escolas e mais de 700 alunos, pois por meio de parcerias foram incorporadas escolas técnicas comerciais já existentes no Estado – estratégia comum a outras unidades do País, a fim de se otimizar recursos humanos e infraestrutura. De maneira geral, os primeiros cursos do Senac cearense distribuíam-se entre as seguintes categorias: “adaptação, para menores que eram candidatos a empregos no comércio; aprendizagem, para menores de 14 a 18 anos; continuação dos práticos de comércio, cujo público-alvo eram os comerciários adultos, com opções de curso fundamental, curso de habilitação e curso intensivo; especialização, para ampliação de conhecimentos adquiridos em outros cursos”.

Já em seus primeiros anos de existência, o Senac ofertava bolsas de estudos para alunos em situação de vulnerabilidade

No centro da foto, Presidente Clóvis Arrais e alunos do Ginásio Comercial do Senac

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Sede do Senac, na Avenida Tristão Gonçalves, em 1969

É válido destacar que, já em seus primeiros anos de existência, o Senac ofertava bolsas de estudos para alunos em situação de vulnerabilidade e para aqueles mais destacados em suas turmas, sobretudo nas escolas técnicas do Interior. Essa política focada no aluno ampliou-se e renovou-se com o passar das décadas, com frequentes reajustes nos valores das bolsas e outros tipos de benefícios estudantis. Os primeiros cursos oferecidos pelo Senac, cuja sede principal situava-se na Rua Visconde do Rio Branco, em Fortaleza, já se alinhavam às demandas do setor comercial da época. A partir de 1949, eram ofertadas turmas como as de datilografia e taquigrafia, técnico de vitrines, línguas estrangeiras, dentre outras que, até então, não figuravam como opção em boa parte das escolas técnicas tradicionais. Aulas práticas e teóricas, vivência comercial por meio de estágios e metodologias dinâmicas sedimentavam o status de excelência que hoje é marca da Instituição.

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A oferta do Senac era de mais de 800 cursos nos seguintes eixos:

correspondente, datilógrafo e taquígrafo (1949); preparação funcional (1951); técnico de vitrines (1954); línguas estrangeiras (1955).

No fim da década de 1950, o Senac Ceará mudaria para uma sede mais ampla, na Avenida Duque de Caxias, juntamente com o Sesc e a Fecomércio. Mas foi em 1969 que o Senac ganhou sua primeira grande sede própria, na Avenida Tristão Gonçalves, no Centro de Fortaleza, unidade moderna e mais adequada à filosofia da Instituição. Lá a oferta de cursos foi ampliada e o portfólio diversificado: turmas profissionalizantes de representante comercial, aperfeiçoamento de balconista, auxiliar de escritório, auxiliar de vendas, comunicação empresarial, dentre inúmeros outros, ajudaram a qualificar a mão de obra no Estado. E, além disso, houve outra importante novidade: para além da atenção ao trabalhador, o Senac começava a atuar também com treinamentos na área gerencial, com foco no aperfeiçoamento de empresários do comércio. Ainda que de forma menos sistemática que atualmente, os esforços para a criação de parcerias com instituições públicas e privadas, com vistas à maior capilaridade do Senac, ampliaram-se de forma mais nítida na década de 1970. Destacam-se os convênios com a Secretaria da Educação do Estado para implantação do ensino profissionalizante em escolas públicas (nas áreas de contabilidade e secretariado), com a Empresa Cearense de Turismo (Emcetur) e com a União de Classes Produtoras, que receberam treinamentos para aperfeiçoamento de colaboradores.

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Parcerias com instituições públicas e privadas, com vistas à maior capilaridade do Senac, ampliaram-se de forma mais nítida na década de 1970

Foi também na década de 1970 que o Senac experimentou seus primeiros avanços na interiorização. Os núcleos tradicionais de Crato, Sobral, Iguatu e Juazeiro do Norte expandiam suas atividades, passando a atender 18 municípios de seus entornos. Na década de 1980, o desafio do Senac era sobreviver à instabilidade econômica que assolava o País e aos efeitos da inflação. Seca em 1983, enchente em 1985. O êxodo rural redirecionava a concentração populacional. O Ceará ainda amargava a escassez de recursos federais. Ainda assim, a Instituição permanecia como esperança de trabalhadores cearenses em busca de qualificação, emprego e renda. As filas para inscrições de cursos profissionalizantes do Senac Ceará dobravam quarteirões.

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Fila para concurso no Romcy, onde os classificados eram treinados pelo Senac

Professor transmite orientações para 70 alunos do Senac encaminhados para trabalhar na Mesbla

Após o ano de 1985, quando a informática ainda engatinhava, tinha início a oferta de cursos nessa área, cuja procura chegava a crescer até 112% ao ano. No período foram firmadas novas parcerias: Coelce, Embratel, Teleceará, supermercado Romcy, entre outros entes que buscavam apoio do Senac para qualificação de recursos humanos. Na década de 1990, o Ceará vivia uma fase transição em seu perfil econômico, com a agropecuária perdendo espaço para setores como comércio e serviços. O turismo começava a ganhar força. Era tempo de também o Senac Ceará evoluir.

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Um passo além expandindo horizontes Até a década de 1980, todos os cursos do Senac Ceará eram ofertados gratuitamente. Podiam matricular-se, sem custos, pessoas em situação de vulnerabilidade econômica, com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, que não tinham condições de pagar por uma formação profissional de qualidade. A partir dos anos 1990, porém, a ampliação da estrutura do Senac Ceará e a multiplicação da demanda passaram a exigir adaptações no modo de funcionamento da Instituição.

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Alunos em curso do Senac

Na época, o turismo começava a ganhar força na economia cearense. Em 1993, o governo federal implantava, em parceria com os executivos estaduais, o Programa de Desenvolvimento do Turismo na Região Nordeste (Prodetur NE), para a ampliação da infraestrutura turística nos estados – programa que, de lá para cá, já passou por várias edições. Em 1995, era criada a primeira Secretaria de Turismo do Estado do Ceará (Setur), outra demonstração do peso que essa atividade adquiria. Assim, o mercado em expansão passava a exigir profissionais qualificados, despertando a atenção do Senac para uma nova frente de atuação. Guiado pela necessidade de suprir novas demandas e de ampliar sua infraestrutura e oferta de cursos, o Senac Ceará passou a cultivar uma nova visão estratégica. Em paralelo à missão da inclusão social por meio de turmas gratuitas à população de baixa renda, passou a vislumbrar a possibilidade de também prestar serviços a outros segmentos da sociedade, que não se enquadravam na faixa de gratuidade, mas que tinham interesse na formação profissional com o selo de qualidade Senac.

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A ideia seria extrapolar muros, buscar novos parceiros e clientes, atingir novos públicos e lançar mão da credibilidade e força da marca Senac para angariar novas fontes de financiamento, de modo a retroalimentar e garantir a manutenção e expansão da infraestrutura de laboratórios, salas de aula e corpo docente da Instituição. O surgimento de uma vertente comercial no Senac Ceará de nenhum modo anularia ou minimizaria seu compromisso social – pelo contrário. Ao trazer novos clientes e outras táticas de sustentação, o Senac estaria criando as condições para continuar cumprindo sua missão maior. A partir dos anos 2000, portanto, tem início a implementação de uma nova linha de serviços do Senac Ceará: a oferta de cursos pagos ofertados a mais estratos da população, com vistas à geração de receitas próprias e de sustentabilidade. A novidade acompanhava uma orientação nacional, crescente em outros estados, mas era fruto também da nova visão gerencial do Sistema Fecomércio Ceará, a partir da unificação das federações varejistas e atacadista sob o comando do empresário Luiz Gastão. Na época, em 2003, a ex-chefe de gabinete da presidência do Sistema e então diretora financeira do Senac, Ana Cláudia Martins, assumia a diretoria regional da Instituição no Ceará, tendo conduzido as mudanças na Instituição na linha de frente até o início de 2018.

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Abrir as portas do Senac Ceará para uma nova era e torná-lo referência em formação profissional para todos os públicos foram desafios abraçados por Ana Cláudia Martins, diretora regional da Instituição de 2003 ao fim de 2017. Ao longo de quase 15 anos, ela liderou o processo de modernização da gestão da casa, estimulando parcerias e inovações que resultaram em crescimento. Sua história no Sistema Fecomércio remonta a 1986, ano em que começou a estagiar na federação varejista, quando esta ainda funcionava de modo independente da entidade atacadista. Com a unificação das federações, em 1998, assumiu a chefia de gabinete da presidência do Sistema e, dali, em 2000, passou a chefiar uma assessoria especial no Senac. Passou a “respirar” a Instituição dando início a uma relação que ela define como sendo de entrega, dedicação e aprendizado. “Faculdade nenhuma ensina o que o Senac me ensinou”, sintetiza. Acreditar no potencial das pessoas, oferecer oportunidades de crescimento e apostar no talento não apenas do corpo técnico do Senac, mas também de alunos – muitos dos quais passaram de discentes a instrutores da Instituição – são consideradas marcas de sua administração. Define-se como uma “gestora do potencial humano”. A ampliação do portfólio de cursos e a criação de uma rede de parcerias do Senac em diversas áreas também foram destaques de sua gestão. No início de 2018, um novo desafio: Ana Cláudia Martins passou a conduzir o leme do Senac do Rio de Janeiro, deixando, no Ceará, um legado de importantes transformações.

Ana Cláudia Martins: gerenciando o potencial humano

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De 2000 a 2004, o segmento da informática passou a ser o campeão de procura no portfólio da entidade, responsável pela oferta de 3.106 turmas

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A demanda por cursos profissionalizantes era expressiva. O Brasil vivia o boom da informática, com as empresas de todos os segmentos dando início à informatização de seus processos e exigindo mão de obra preparada para lidar com o computador. O Senac, que já era referência na área de tecnologia, enxergou no fenômeno uma oportunidade para crescer. De 2000 a 2004, o segmento da informática passou a ser o campeão de procura no portfólio da entidade, responsável pela oferta de 3.106 turmas, à frente dos setores de imagem pessoal e beleza (1.940 turmas no período) e de Comércio e Gestão (1.976 turmas no período), conforme mostram dados do Plano de Ações e Resultados de 2005. Os cursos pagos e os da faixa de gratuidade possuíam – assim como hoje – o mesmo padrão de qualidade, com conteúdos, métodos pedagógicos e materiais didáticos idênticos, beneficiando igualmente todos os públicos. Nessa época, a Instituição investiu na formação de seu corpo técnico para a área de vendas, lançou mão de ações de marketing e de fortalecimento da marca para, assim, impulsionar sua vertente comercial. De modo paralelo, como forma de resguardar e fortalecer a gratuidade, foi criado o Núcleo de Educação para o Trabalho e Inclusão Social (Netis), setor responsável por coordenar toda essa área da oferta de cursos.


Atendimento à população no Interior

É válido lembrar que, até 2008, as diretorias regionais do Senac de cada estado do País tinham autonomia para definir os percentuais de aplicação de recursos na oferta de cursos gratuitos e nos investimentos em outras áreas. Com o Netis, aproximadamente 40% dos recursos do Senac Ceará era destinado às ações do Núcleo. O Netis também foi responsável por ampliar a capilaridade do Senac no Interior, uma vez que tinha, dentre suas tarefas, a de buscar parcerias com ONGs e associações municipais para oferecer cursos à população a preços subsidiados. A atuação do Núcleo permitiu a qualificação profissional de milhares de pessoas de baixa renda Ceará afora, a custo zero ou quase zero, com taxas simbólicas.

O Netis também foi responsável por ampliar a capilaridade do Senac no Interior, uma vez que tinha, dentre suas tarefas, a de buscar parcerias com ONGs e associações municipais para oferecer cursos à população a preços subsidiados

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Em 2008, um acordo nacional com o governo federal institui o Programa Senac de Gratuidade (PSG), que estabeleceu um percentual mínimo obrigatório de vagas a serem ofertadas gratuitamente à população, em todo o Brasil. A taxa obrigatória de gratuidade seria gradual, inicialmente estipulada em 35% até se chegar aos 66,67% atuais. Enquanto alguns estados tiveram problemas para se adaptar, o Senac Ceará não sofreu efeitos colaterais, uma vez que, com o Netis, o percentual aplicado em gratuidade (40%) já era superior à meta inicialmente determinada pelo governo. No Senac, a gratuidade de cursos para populações de baixa renda é vista como uma forma de devolver ao empresário do comércio e à toda a sociedade o investimento feito pelo segmento na Instituição. O retorno ao investidor se dá por meio da qualificação de mão de obra de trabalhadores e da consequente geração de emprego e renda que, por sua vez, aquece a economia e movimenta o comércio. Agora, com uma visão mais moderna e adaptada à realidade de crescimento do Senac Ceará, hoje a Instituição aglutina em suas salas de aula representantes de todas as classes sociais e segmentos da população cearense, formando e capacitando não somente pessoas desempregadas, de baixa renda ou trabalhadores do comércio, mas também empresários, executivos e profissionais liberais que buscam incorporar a marca do Senac em seus currículos. Para atrair a diversidade de público almejada, porém, foi preciso arrojar e mirar em grandes investimentos, construindo os melhores laboratórios, contratando e formando os melhores docentes e desenvolvendo o melhor modelo pedagógico a fim de garantir o diferencial da ação. O modelo de autossustentação do Senac Ceará e de captação de novos recursos permitiu esse passo à frente. Antes da mudança, o Senac possuía unidades físicas nas cidades de Fortaleza, Crato, Juazeiro do Norte, Iguatu, Sobral – unidades de referência, mas com um portfólio de cursos ainda limitado.

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Hotel Escola de Guaramiranga

De 2003 a 2013, o Hotel Escola de Guaramiranga, localizado a 120 quilômetros de Fortaleza, foi administrado pelo Senac Ceará, sendo considerado relevante polo de formação e qualificação profissional na região do Maciço de Baturité. Com 20 suítes, espaço de lazer, salão de eventos e restaurante, o Hotel Escola Senac Guaramiranga intensificou sua vertente comercial e pedagógica, servindo não apenas como alojamento para turistas, mas também como reduto de aprendizagem e formação de alunos do Senac durante 10 anos, nos segmentos relacionados ao turismo e à hospitalidade. Foram 211 turmas em mais de 200 cursos nos seguintes eixos tecnológicos – Ambiente, Saúde e Segurança, Gestão e Negócios, Hospitalidade e Lazer, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção Cultural e Design, qualificando 4.889 pessoas.

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O arrojo da proposta do Senac RioMar é inspirado em um projeto maior: a nova unidade Senac Aldeota, na Avenida Desembargador Moreira, com previsão de inauguração em 2019. A expectativa é que seja a mais moderna e inovadora escola de educação profissional do Estado.

Mais recentemente, em 2018, inaugurou-se uma das mais modernas unidades do Senac Ceará, no shopping RioMar Fortaleza. Com uma nova arquitetura escolar que remete a uma proposta de educação contemporânea e inovadora, utilizando o conceito da “sala de aula sem paredes” onde os alunos podem ter as mais diversas experiências em cursos para além da sala de aula tradicional, interagindo e vivenciando novos aprendizados. Em ambientes flexíveis e integrados o Senac RioMar deve capacitar até 2.500 alunos por mês, em cursos livres de curta duração, nos segmentos de gestão, moda, gastronomia, idiomas e beleza.

Senac RioMar, 2018

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Um grande marco do crescimento e, principalmente, da penetração do Senac no Interior ocorreu, porém, a partir de 2011, com a criação, pelo governo federal, do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O objetivo era expandir e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica de norte a sul do país. E, para isso, nacionalmente, o Senac entrou em jogo para se tornar o principal operador do Programa. Em todo o País, 34,6% da oferta de vagas no período de 2011 a 2015 era do Senac, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). O desempenho do Ceará, nesse cenário, foi destaque: tornou-se o 1º lugar em oferta de vagas da região Nordeste e o 2º do Brasil. O Ceará foi também um dos primeiros estados a darem início à execução do programa, ofertando mais de 16 mil vagas logo no primeiro ano de funcionamento. De 2011 a 2015, foram realizadas 86.762 matrículas pelo Senac Ceará. Nesse período, o Senac Ceará foi estimulado a expandir sua estrutura por todas as regiões do Estado, passando a atender quase todos os 184 municípios cearenses através dos polos regionais. Foram construídos escolas e escritórios próprios em algumas cidades; em outras, foram firmadas parcerias com instituições para colocar dentro da sala de aula toda a demanda de alunos interessados em se qualificar para uma profissão. Em 2015, o Senac deixou de ofertar vagas pelo Pronatec, mas parte dos polos do Senac Ceará construídos para o Programa permanece funcionando como unidades da Instituição – são os casos das cidades de Cedro, Maranguape, Aquiraz, Itapipoca e Quixadá que permanecem oferecendo cursos para as populações de todo o entorno.

Fernando Santana, Ana Cláudia Martins, Luiz Gastão, Consuelo e Ivens Dias Branco, Ubiratan Aguiar, Nilson Diniz e Ana Clécia, na inauguração do Senac Cedro, em 2015

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Sala de aula do Senac

Sala de aula do curso de cabeleireiro

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Itinerários formativos inovação com o DNA do Senac Ceará

Na era de transformações vividas a partir dos anos 2000, mais que ofertar cursos de qualidade o Senac assumiu, em âmbito nacional, um desafio ainda maior: traçar rotas e orientar a carreira de alunos que, por vezes, chegam à sala de aula sem uma ideia clara de que caminhos seguir. São jovens e adultos que veem na Instituição uma janela de oportunidades, mas que não têm a dimensão de que, ali, pode estar a chave para sua autonomia e para seu crescimento profissional.

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Em 2007, o Senac deu início à implantação dos Itinerários Formativos, uma maneira inovadora de lapidar talentos, potencializar competências e transformar pessoas em profissionais com altos níveis de qualificação. O embrião dos Itinerários Formativos surgiu no Departamento Nacional do Senac, em grupos de trabalhos formados para pensar estratégias de inovação da educação. A ideia era desenvolver um modelo que estimulasse a formação continuada, permitindo que os alunos pudessem seguir, degrau por degrau, uma trajetória de cursos que o levassem do nível básico ao mais avançado de conhecimento em determinada área. Ao subirem esta espécie de “escada do saber” teriam mais oportunidades de emprego e renda a partir de uma formação completa. Até então o público deparava-se com um amplo portfólio de cursos, sem, necessariamente, atentar para as inúmeras possibilidades que se abriam a partir da opção inicialmente escolhida. Alguns paravam no meio do caminho, estancando o desenvolvimento de suas aptidões. Nasceu daí, portanto, a proposta de Itinerários, definida como um conjunto de percursos de formação dentro de cada eixo educacional do Senac.

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O Ceará foi um dos estados que construíram o modelo de Itinerários Formativos e, em 2007, destacou-se como o primeiro do Brasil a implantá-lo


Funciona assim: um aluno que entra na sala de aula do Senac no curso de cozinheiro, por exemplo, recebe, ao fim da formação, toda a orientação sobre que cursos afins ele pode frequentar em seguida para aperfeiçoar conhecimentos. Flexíveis e integrados entre si, os Itinerários permitem opções de novos cursos dentro da mesma área, mas também são capaz de identificar possíveis lacunas na formação do estudante em outros segmentos, como o de idiomas ou de gestão. Assim, o aluno vislumbra um leque de opções para expandir horizontes e crescer profissionalmente. O Ceará foi um dos estados que construíram o modelo de Itinerários Formativos e, em 2007, destacou-se como o primeiro do Brasil a implantá-lo. O pioneirismo não se deu à toa. Na época, o Senac Ceará já vivia uma inquietação sobre como avançar e inovar em suas metodologias de ensino para crescer mais e, antes mesmo da sistematização final do modelo pelo Departamento Nacional, já colocava em prática seus princípios. Os Itinerários harmonizaram com essa agudeza de espírito que animava a equipe da regional cearense, causando efeitos internos na própria Instituição. Isso porque a implantação dos Itinerários passou a exigir mais de todo o corpo técnico do Senac Ceará. Ao criar um leque de novas perspectivas para seu público, o modelo exigiu que também a Instituição permanecesse antenada com o mundo do trabalho, com as inovações e mudanças exigidas pelo mercado, com as transformações tecnológicas e sociais no âmbito do comércio de bens, serviços e turismo.

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Curso de Cabeleireiro

Curso de Colorista

Curso de Design de Sobrancelhas

Curso de Maquiador

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O modelo de Itinerários Formativos do Senac inspirou diversas instituições e chegou a ser utilizado na formação de professores da rede pública estadual do Ceará e na qualificação de profissionais de outros setores produtivos. Nesses casos, o corpo técnico do Senac Ceará foi convidado a oferecer formação para multiplicadores do modelo.

Curso de Maquiador Cênico

Uma das mudanças implementadas a partir daí foi a revisão do modelo de contratação de instrutores, que passaram a ser admitidos a partir da carga horária dedicada à Instituição e não por contratos mensais de exclusividade. No cerne da decisão, havia a visão de que os professores do Senac não só poderiam como deveriam compartilhar de outras experiências profissionais, trazer para a sala de aula a bagagem adquirida em outras corporações, ser “profissionais do mundo”. Nessa mesma linha, uma série de novas questões começaram a se interpor: que profissões o Senac Ceará precisaria atender em seu portfólio de cursos? Como incluir em sua metodologia as ações necessárias ao desenvolvimento de competências exigidas pelo mundo do trabalho? Como dar às pessoas formadas pelo Senac Ceará um diferencial em relação aos egressos de outras escolas? Perguntas como essas, estimuladas pela proposta inovadora dos Itinerários Formativos, fomentaram mudanças e puxaram o fio de mais transformações – entre os melhores exemplos disso está o novo modelo pedagógico.

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Modelo pedagógico inovador Há quem utilize a seguinte alegoria para explicar o ritmo da evolução das práticas pedagógicas no mundo: se um indivíduo entrasse em uma máquina do tempo e fosse parar no futuro, encontraria um universo bem diferente do atual, com novas tecnologias, cidades mais modernas, meios de transporte ágeis. Um cenário, no entanto, possivelmente teria permanecido o mesmo: a sala de aula, com o tradicional formato de professores e alunos dispostos em fileiras e métodos baseados na transmissão hierárquica do conhecimento.

O desafio de “reconstruir” a sala de aula e revolucionar o processo de ensino-aprendizagem, no entanto, foi agarrado com força pelo Senac. Em 2013, a Instituição decidiu arregaçar as mangas para pensar uma nova metodologia, focada no protagonismo do aluno, com o objetivo de estimular não somente o conhecimento técnico-científico, mas, também, uma formação ética, criativa, empreendedora. Foi quando, nacionalmente, um grupo de trabalho foi criado exclusivamente para pensar uma estratégia educacional padronizada entre todas as unidades do País. Era tempo de construir a Metodologia Pedagógica Senac (MPS).

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Conheça as principais modalidades de cursos do Senac Ceará

Cursos livres: subdividem-se entre os de formação inicial (qualificação profissional e aprendizagem profissional comercial) e continuada (aperfeiçoamento ou atualização, programa instrumental, programa sociocultural e programa socioprofissional), promovendo desenvolvimento contínuo do aluno. Técnicos: permitem rápida inserção no mercado de trabalho e contam com alta taxa de empregabilidade. Pesquisas estimam que 80% dos alunos dos cursos técnicos do Senac Ceará já concluem o curso com emprego previsto. Graduação e pós-graduação: com metodologia que reforça a importância de unir a teoria à prática, são ofertados nas modalidades ensino presencial e a distância. Extensão universitária: têm duração menor que os de pós-graduação e oferecem uma grande oportunidade de aperfeiçoamento. Idiomas: mais de 4 mil alunos atendidos por ano e uma equipe de instrutores com certificações internacionais. Ensino a distância: cursos on-line para diferentes níveis de escolaridade, em um ambiente virtual de aprendizagem dinâmico e eficiente. In company: cursos que atendem às necessidades educacionais das empresas, com carga horária, locais e horários flexíveis para atender aos objetivos e às estratégias da corporação.

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Uma série de visitas técnicas em países como Inglaterra e Coreia foram feitas a fim de buscar inspiração. Um árduo trabalho, com duração de quase três anos, culminou no atual desenho do MPS, caracterizado como um conjunto de princípios transformadores da sala de aula, da formação até a avaliação de resultados, com foco total no estudante. Durante o processo de construção do Método, todas as regiões do Brasil tinham participação no grupo de trabalho, sendo o Nordeste representado pelos Senac do Ceará e de Pernambuco. O MPS foi aprovado por todos os diretores regionais e, em 2015, todos os estados começaram gradualmente a implantá-lo. Com o MPS, as tradicionais avaliações que mensuram o aprendizado do aluno com notas de 0 a 10 passaram a fazer parte do passado. Os alunos são avaliados por meio de indicadores de competências, que, por sua vez, variam de acordo com o que é exigido do profissional de cada área. O Método parte do conceito de Marcas Formativas, ou seja, diferenciais que o aluno Senac adquire ao longo de sua formação, tais quais: atitude colaborativa, atitude empreendedora, atitude sustentável, domínio técnico-científico e senso crítico.

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Com o Modelo Pedagógico Senac, as tradicionais avaliações que mensuram o aprendizado do aluno com notas de 0 a 10 passaram a fazer parte do passado


Equipe pedagógica participando de atividade na Semana Pedagógica, 2017

Esses conceitos orientam toda a formação e buscam desenvolver, junto aos alunos, características exclusivas pelas quais serão reconhecidos no mercado de trabalho. Dessa forma, técnicas e princípios bem próprios do mundo gerencial, como indicadores e metas, foram adaptados para o campo educacional. Hoje, o MPS é considerado um dos modelos pedagógicos mais avançados do mundo. No processo de implantação do modelo, o Ceará foi destaque. O Departamento Nacional estabelecera metas graduais segundo as quais, em 2019, os estados deveriam estar com 90% de suas turmas funcionando com o novo modelo. O Senac Ceará, no entanto, adiantou-se, e muito, no processo. No ano seguinte à aprovação do MPS já tinha 80% de suas salas de aula com o MPS aplicado.

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Isso ocorreu devido à rápida assimilação da diretoria regional cearense e da força-tarefa empreendida para colocar o Método em prática. Para além dos treinamentos na modalidade a distância foram realizadas no Ceará várias semanas pedagógicas e oficinas presenciais, criando-se uma rede de incentivo para que os instrutores aprendessem a desenvolver planos de avaliação de competência alinhados com o MPS. Além de, rapidamente, ter preparado seu corpo docente para o novo modelo, o Senac Ceará foi convidado para treinar equipes de outros estados do Nordeste tamanha a expertise adquirida. O modelo de implantação do MPS desenvolvido no Ceará virou referência para o País. O Estado chegou a receber 180 técnicos da região, em Fortaleza, para uma qualificação exclusiva sobre o MPS. Foi um verdadeiro marco nacional na implementação do Modelo, visto que estados que se encontravam com cerca de 10% de execução puderam saltar para mais de 60% após os treinamentos. A metodologia de implantação cearense também serviu como referência para que o Departamento Nacional multiplicasse a proposta para outras regiões.

Rodrigo Leite, Diretor Regional do Sesc e Senac, em apresentação para os técnicos do Senac

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Reconhecimento: vitória em competições e protagonismo em grandes eventos O investimento em inovação e em novos métodos de trabalho não poderia ter outra consequência senão resultados positivos. A missão de fazer do Senac Ceará uma instituição reconhecida pelas empresas e por toda a sociedade tem nos prêmios conquistados pela Instituição uma prova disso. Exemplo é a participação vitoriosa dos alunos da entidade nos maiores torneios de educação profissional do País.

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Aluna do Senac, Lia Rebeca conquista medalha de ouro nas Olimpíadas do Conhecimento na categoria Cabeleireiro

Patrícia de Sousa (segunda da primeira fila, da direita para esquerda), aluna do curso de Cabeleireiro do Senac, junto com a delegação brasileira, participando da WordSkills, na Alemanha

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Em 2008, a estudante Lia Rebeca Mendonça deu o start: foi a primeira aluna do Senac Ceará a conquistar uma medalha de ouro nas Olimpíadas do Conhecimento, ocupando o posto mais alto do pódio na categoria Cabeleireiro. Com o feito, Lia garantiu vaga na competição internacional WorldSkills, realizada no ano seguinte, no Canadá. O evento é promovido pela Internacional Vocation Training Organization a cada dois anos desde 1950, sendo considerado o maior do mundo na área, ao reunir mais de mil “atletas do conhecimento”. Até chegar à WorldSkills o candidato é testado em etapas escolares, regionais e nacionais, precisando demonstrar boa formação e talento em oficinas e provas de alto nível. Em 2010, tais características também foram demonstradas pela estudante do Senac Ceará Karoliny Alves, que trouxe a segunda medalha de ouro nas Olimpíadas do Conhecimento, na categoria Maquiagem, também representando o Brasil na World Skills. Naquele mesmo ano, Raysson Denis, aluno do Programa de Gratuidade do Senac Ceará no Crato, foi medalhista de prata na ocupação Cabeleireiro. De alunos, tanto Karoliny quanto Raysson passaram depois a ser instrutores da Instituição – que tem como estratégia reter talentos e absorver os profissionais mais qualificados do mercado para seus quadros. Em 2013, Patrícia de Sousa, aluna do Senac de Fortaleza, também carimbou o passaporte para a World Skills, ocorrida naquele ano em Leipzig (Alemanha), na categoria Cabelereiro. Dois anos depois, mais uma grande conquista: a aluna Sara Ariane Aguiar Lima traz a terceira medalha de ouro do Senac Ceará na Olimpíada do Conhecimento, na categoria Estética e Bem-Estar, seguindo para o torneio mundial.


David Lee, aluno de Desenho de Moda do Senac

Ainda mais recentemente, em 2018, merece destaque a conquista de profissional formado pelo Senac Ceará: o cearense David Lee, formado em Desenho de Moda no Senac Ceará, foi o único brasileiro, entre os 16 melhores designers de moda emergente, selecionado para expor sua coleção na mais tradicional mostra de moda da capital britânica: o International Fashion Showcase (IFS), a ser realizado em fevereiro de 2019. Os prêmios e o reconhecimento de alunos e egressos são apenas um lado da moeda que demonstra o protagonismo do Senac Ceará no cenário da qualificação profissional. Nas duas últimas décadas cresceu a presença da Instituição com ações educacionais em todos os grandes eventos e festivais do Estado, em áreas estratégicas como moda, arquitetura, gastronomia e turismo.

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Transcender a marca Senac Ceará para além de seus muros foi parte do desafio de ampliar horizontes e de conquistar novos públicos para a entidade

Transcender a marca Senac Ceará para além de seus muros foi parte do desafio de ampliar horizontes e de conquistar novos públicos para a entidade. Afinal, como passou a ser referência para profissionais de todas as classes e todos os perfis socioeconômicos, o Senac Ceará viu-se estimulado a partir para novas empreitadas. Um dos melhores exemplos disso é o Dragão Fashion Brasil (DFB), maior festival de moda autoral da América Latina, que tem o Senac Ceará como parceiro desde 2007. A Instituição coordena o maior ciclo de palestras, mesas-redondas e workshops sobre moda do Brasil, o Dragão Pensando Moda, que acontece durante a programação do DFB. Ao longo de 11 anos de parceria, o Senac Ceará tem fomentado reflexões sobre moda e levado seus instrutores e alunos para interagir e trocar experiências com o público do DFB. Além disso, outras novidades foram experimentadas no festival. Em 2018, também com atuação do Senac Ceará, foram realizadas as oficinas criativas em moda e beleza, além de criado o espaço Novo Design, que selecionou e reuniu marcas criativas e autorais de todo o Nordeste.

Alunos dos cursos de Maquiagem, no Dragão Pensando Moda

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Participação do Dragão Pensando Moda (DPM), no DFB, 2009

Mirando a diversificação de públicos, o Senac Ceará também garantiu espaço em outro evento importante do calendário cultural cearense, a Casa Cor Ceará. O trabalho conjunto remonta a 2003, iniciado com a realização de um jantar no Espaço Gourmet. Com o passar das edições, a participação do Senac Ceará expandiuse, através da presença da Editora Senac, das oficinas gastronômicas ministradas pela entidade – com degustação dos pratos que misturavam ingredientes regionais e uso de novas tecnologias – e dos jantares especiais para convidados, com cardápios temáticos que remetiam à diversidade natural, cultural e gastronômica do Estado. Mar, serra e sertão eram homenageados nos menus elaborados por chefs renomados do País e por instrutores do Senac, demonstrando aos mais exigentes públicos o know how da Instituição na área gastronômica.

Ivan Prado, Luiz Gastão, Pedro Emílio, Aldenízia Girão, Alejandro Huerta e Daniel Guimarães, em oficina gastronômica na Casa Cor Ceará, 2005

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No interior do Estado, outros conhecidos festivais cearenses contam com apoio do Senac Ceará em ações educacionais. Destacase o Festival do Escargot, na praia da Taíba, evento que desde o início dos anos 2000 atrai turistas e aquece a economia do entorno do município de São Gonçalo do Amarante. É lá que, semanas antes da festa, o Senac Ceará chega com unidades do Senac Móvel para oferecer cursos para profissionais das diversas áreas envolvidas: garçons, cozinheiros e guias turísticos têm a oportunidade de aperfeiçoar conhecimentos para impressionar a clientela durante e após o evento. Nos dias de realização do Festival, oficinas de gastronomia na praça são ofertadas ao público, com cardápios de frutos do mar abundantes na região, frutas e ingredientes tropicais e outras atividades que movimentam a praça onde os turistas e nativos se divertem. Presença semelhante ocorre ainda em eventos como o Festival de Vinhos de Guaramiranga, MaxiModa, Ceará Summer Fashion e Festival Vida e Arte, dentre dezenas de outros que figuram na lista de parceiros do Senac Ceará na área educacional. Dessa forma, a Instituição não apenas fomenta e contribui para a movimentação turística e econômica do Estado como reafirma seu protagonismo na qualificação profissional, atrai novos clientes e fortalece sua marca perante a sociedade.

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Regina Pinho e Ana Cláudia Martins no MaxiModa, 2017


Proatividade: ações que projetam a Instituição e o Estado Para além de ter levado sua marca e expertise para eventos já existentes, o Senac Ceará também mobilizou esforços em iniciativas próprias que funcionaram como vitrine para a Instituição. Um capítulo importante de sua história começou a ser escrito em novembro de 2013 com a realização da I Mostra Senac de Educação Profissional, com programação gratuita voltada, especialmente, para os jovens cearenses.

Mostra Senac de Educação Profissional, 2015, no Shopping RioMar

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Alunos visitam a II Mostra Senac de Educação Profissional, realizada no RioMar Fortaleza, em 2015

Workshop do segmento de moda durante a Mostra Senac, 2015

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A ideia da Mostra era abrir portas e janelas da casa para que o público pudesse ver de perto a infraestrutura, as ações educativas e os cursos ofertados pelo Senac, além de participar de palestras e atividades práticas para, assim, despertar para a importância da qualificação profissional – ou, ainda, descobrir uma vocação e até conhecer melhor o curso que sempre sonhou em fazer. Na primeira edição do evento, realizada na sede do Centro, o Senac recebeu quase 3 mil participantes em três dias de programação. Aulas sobre motivação, inspiração, mundo do trabalho e empregabilidade, com profissionais de prestígio nacional, além de visitas guiadas aos laboratórios, salas de aula e estandes profissionais foram realizadas na Mostra, marcada também pela entrega dos certificados de conclusão de curso de centenas de alunos de turmas técnicos e de aprendizagem. Na segunda edição, foi o Senac Ceará quem se dirigiu ao público, levando para o shopping Rio Mar Fortaleza toda a estrutura do evento. Desta vez, foram quatro dias de programação, mais de 280 atividades e uma adesão ainda maior. As trilhas formativas foram foco da Mostra, que distribuiu as atividades entre os eixos de formação inicial e continuada, formação executiva e formação de educadores. Às palestras, workshops e oficinas agregaram-se apresentações culturais, serviços de saúde, lançamento de livros, orientação profissional, aulas experimentais, exposições fotográficas e tantas outras.


Ainda na seara de grandes eventos, é preciso destacar que estes foram explorados como estratégia de fomento a um dos segmentos mais estratégicos para o Ceará e para o próprio Senac: a gastronomia. A Instituição foi indutora de ações de peso nesse setor, chamando a atenção do Brasil para o potencial culinário do Estado, rico em ingredientes já valorizados, como os frutos do mar e as frutas tropicais, e também em insumos cujo potencial ainda é pouco explorado em cardápios país afora. Uma das primeiras experiências do Senac Ceará na missão de projetar a instituição e o Estado na rota da gastronomia brasileira surgiu no festival Mesa ao Vivo, “realityshow gastronômico” nacional realizado em parceria com a revista Prazeres da Mesa, uma das mais premiadas e referendadas do segmento. Originado em São Paulo no ano de 2004, o festival foi trazido a Fortaleza pela primeira vez em 2010, inicialmente com oficinas, jantares e outras atividades protagonizadas por chefs renomados do Brasil e do mundo. Na edição do ano seguinte, um redirecionamento feito pelo Senac Ceará trouxe para a linha de frente do evento a cultura culinária local. Era a oportunidade de impulsionar a nossa gastronomia. Um intenso trabalho de pesquisa e mapeamento de ingredientes nativos, sabores e texturas tipicamente cearenses foi realizado para incentivar os chefs convidados do Mesa ao Vivo a explorarem essa matéria-prima em seus cardápios. Nesse momento, houve uma rica troca cultural entre as influências e referências daqueles profissionais com o trade da gastronomia cearense. Alguns dos produtos “apresentados” a chefs de outras regiões do País acabaram sendo adotados, passando a compor cardápios de restaurantes Brasil afora.

Workshop de gastronomia no Mesa ao Vivo, 2014

Bruno Modolo, Ivan Prado e Pedro Emilio recebem certificado ProChef , no Mesa ao Vivo, 2013

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Ao longo das seis edições do Mesa ao Vivo – de 2010 a 2016 –, foi possível, ainda, promover uma reflexão sobre o potencial da gastronomia cearense e da inserção do Estado na rota nacional do turismo gastronômico, beneficiando toda a cadeia produtiva do setor. O trabalho documental de identificação de insumos e de produtores no âmbito do Mesa ao Vivo resultou em um projeto paralelo, de pesquisa, chamado Saberes e Sabores. Iniciado em 2012, tinha o intuito de reconhecer e projetar a identidade gastronômica cearense por meio de uma verdadeira expedição em busca dos “tesouros” culinários do sertão, litoral e serra cearenses. Sua missão era das mais nobres: promover um resgate cultural das regiões do Estado por meio da gastronomia. Boa parte do conhecimento desenvolvido no projeto encontra-se no livro “Em busca dos sabores perdidos”, de autoria da chef de cozinha e instrutora do Senac Ceará Nilza Mendonça, publicado em 2015 pela Editora Senac Ceará. Na obra, o mandacaru, a palma forrageira, o jatobá, a castanhola, o coco babão e tantos outros produtos têm os sabores desvendados pela autora, que demonstra a importância do aproveitamento dessa matéria-prima produzida no Estado.

Ana Cláudia Martins e Nilza Mendonça

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O Senac Ceará cumpre o papel de fomentar a cadeia produtiva da gastronomia, chamando a atenção do Brasil para o potencial culinário do Estado, rico em ingredientes já valorizados e em insumos cujo potencial ainda é pouco explorado em cardápios país afora


A partir da bagagem adquirida ao longo do Mesa ao Vivo, e diante da necessidade de interiorizar ações no setor de gastronomia, o projeto de pesquisa Saberes e Sabores foi transformado em festival: surgia, em 2015, o “Saberes & Sabores: na rota da inovação”, que levou às ruas e praças do município de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, diversas atividades educativas e gastronômicas em três dias de evento. Milhares de pessoas, entre apreciadores, empresários, profissionais e estudantes de gastronomia, participaram de 18 oficinas ministradas por chefs de cozinha brasileiros e estrangeiros, degustações, food park e atrações culturais. No ano seguinte, uma parceria com a plataforma Pitadas, do Sistema Jangadeiro, e com o projeto Descubra Ceará, do governo estadual, levou à mudança do nome do festival e a sua ampliação: o “Pitadas, Saberes e Sabores”, em 2016, reuniu mais de 10 mil pessoas no Cariri. O número de oficinas subiu para 24, tendo atingido a capacidade máxima de alunos. Quase 6 mil refeições foram comercializadas nos três dias do evento. Ainda hoje os produtos desenvolvidos nas atividades educativas ocorridas – como novas receitas, técnicas e processos culinários – podem ser vistos nos cardápios de restaurantes da região. Uma nova edição do evento é planejada para ocorrer em 2019.

22 - FOTO: Saberes e Sabores em Juazeiro do Norte

Oficina de gastronomia no Saberes e Sabores, 2015

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Editora Senac Ceará: qualidade editorial Atuando como parceira de muitos desses eventos e também cumprindo a missão de levar a marca da Instituição para além de seus muros está a Editora Senac Ceará. A regional cearense é uma das quatro do País a dispor de editora, que produz desde apostilas e livros didáticos para os cursos do Senac até obras para o mercado livreiro. Além disso, desenvolve material didático acessível para garantir ao estudante com deficiência o acesso e a permanência em sala de aula e a promoção de sua aprendizagem.

Mestre Espedito Seleiro, com o livro Meu Coração Coroado, do autor Eduardo Mota

Criada em 2006, tem, entre suas publicações, livros que se destacam nacionalmente, a exemplo da obra “Meu coração coroado: Mestre Espedito Seleiro”, sobre o artista e artesão cearense conhecido em todo o País por suas técnicas no trato com o couro. A obra é vendida nas principais livrarias do País, incluindo a loja do Museu de Arte de São Paulo (MASP), após processo de curadoria – o que demonstra a qualidade editorial e o reconhecimento da produção da Editora Senac Ceará. A linha editorial da Editora Senac abrange diversas áreas do conhecimento: Administração e Negócios, Artes, Arquitetura, Comunicação, Desenvolvimento Social, Design, Educação, Gastronomia e Nutrição, Lazer e Eventos, Meio Ambiente, Moda, Saúde e Bem-Estar, Segurança, Tecnologia da Informação, Turismo e Hotelaria.

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Atendimento corporativo: presença do Senac nas empresas Jovens em busca do primeiro emprego, comerciários à procura de um diferencial no currículo, profissionais interessados em aperfeiçoamento. Se todo esse público tem a oportunidade de crescer no mundo do trabalho por meio das ações do Senac Ceará, por que não beneficiar, também, instituições públicas e privadas? O atendimento corporativo é um dos setores estratégicos do Senac, que, nos últimos anos, investiu na criação de soluções educacionais personalizadas para atender os mais diversos tipos de demanda.

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Por meio de consultorias especializadas, cursos in company e cursos EaD, o Senac Ceará dedica seu know how para ajudar empresas a tornarem-se competitivas. Há soluções nas áreas de gestão e negócios; turismo, hospitalidade e lazer; produção cultural e design; ambiente e saúde; e desenvolvimento educacional e social. Por meio do atendimento corporativo, as equipes do Senac analisam as principais necessidades da empresa e desenvolvem planos de ações alinhados com os objetivos estratégicos da corporação. Para isso é realizado um diagnóstico sobre a realidade do cliente e dos resultados esperados, seguido da elaboração de soluções educacionais customizadas de acordo com o perfil da empresa. A implantação do projeto, definido em parceria com o cliente, é acompanhada pelo Senac Ceará, que também faz a avaliação de resultados. Os resultados das consultorias vão desde a proposição de novas metodologias e processos de trabalho até adequação legal, treinamentos, dentre outras ações, dando todo o suporte para a que a empresa aplique as soluções propostas. Já nos cursos in company, o Senac Ceará ministra aulas para equipes de colaboradores no próprio ambiente da empresa ou em outro local proposto, com carga horária e periodicidade flexíveis, que se adequem à realidade da corporação.

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Estande de Atendimento Corporativo na Mostra Senac de Educação Profissional


Alcilane Mota, em atendimento no Banco de Oportunidades

Só em 2017, o Senac Ceará atendeu 296 empresas – um crescimento de 12% em relação ao ano anterior, de acordo com o relatório de gestão da entidade. Outra importante ação do Senac Ceará no setor corporativo é o Banco de Oportunidades, um serviço gratuito por meio do qual a Instituição gerencia currículos e orienta para o mercado de trabalho profissionais formados em suas salas de aula. Trata-se também de uma forma de o Senac Ceará prover os quadros das empresas de talentos com qualificação reconhecida, de maneira personalizada, com as características desejadas para o cargo ofertado. Em 2017, o Banco de Oportunidades atendeu a 1.334 empresas no Ceará, movimentando aproximadamente 3.000 vagas de empregos. Ao longo do ano, quase 7.000 alunos formados pelo Senac Ceará foram encaminhados para processos seletivos de emprego e cerca de 2.600 novos profissionais foram cadastrados na base de dados do Banco. Apenas para ilustrar como esse setor do Senac Ceará tem se desenvolvido, vale lembrar que, no ano 2000, com a então Agência de Empregos e Colocação, o número de pessoas encaminhadas para processos seletivos orbitava os 1.200, com cerca de 530 colocados em postos de trabalho, de acordo com relatórios de gestão da época. As ocupações mais procuradas pelas empresas variam com a conjuntura econômica, mas, em 2017, destacaram-se postos como os de assistente administrativo, técnico em enfermagem, massoterapeuta, recepcionista, auxiliar de produção, vendedor, auxiliar de cozinha, garçom e operador de caixa.

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Grandes projetos Diante de tão ampla atuação educacional, o Senac Ceará concentrou em alguns projetos as demandas de qualificação profissional de acordo com o objetivo e com a natureza propostos. Conheça os principais:

Senac acessibilidade O que é: o projeto visa incluir pessoas com deficiência no mundo do trabalho, contribuindo para eliminação de barreiras atitudinais e arquitetônicas e executando planos de cursos alterados para a inclusão das orientações didático-pedagógicas para a acessibilidade.

Intérprete de Libras, em aula de curso de saúde, para atender aluno surdo

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Senac cidadania O que é: projeto com o objetivo de contribuir para a inserção do trabalhador na sociedade e no mundo do trabalho elevando sua qualidade de vida por meio da educação profissional. O público-alvo é formado por pessoas em situação de vulnerabilidade social, vítimas da violência, pessoas com deficiência, e presidiários e/ou jovens em conflito com a lei.

Apresentação do Projeto Querer

Comunidade empreendedora O que é: projeto de democratização do acesso aos produtos e serviços de educação profissional, com o estímulo à criação e ao desenvolvimento de pequenos negócios e à difusão de ações socioeducativas, culturais e de lazer visando a cultura de paz. Trabalha com empreendedores a partir de 16 anos.

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Corredores comerciais O que é: visa agregar empresários e funcionários do comércio a partir do desenvolvimento de ações para aumento da qualidade dos serviços e dos processos de gestão e sustentabilidade dos negócios. Promove formação e qualificação profissional de recursos humanos para empresas de um corredor comercial.

A Avenida Monsenhor Tabosa é um importante corredor comercial de Fortaleza

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Senac móvel O que é: o projeto tem a proposta de democratizar o acesso à educação profissional em municípios do Interior com foco na geração de ocupação e renda, em segmentos como beleza e gastronomia, beneficiando a população de baixa renda e promovendo o desenvolvimento local.

Aula de gastronomia na Unidade Móvel do Senac

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Negócio de beleza O que é: visa qualificar profissionais do segmento de beleza e grupos organizados do setor, com vistas à geração de emprego e renda e ao desenvolvimento local.

Aula do curso de Cabeleireiro

Mulheres produtivas O que é: promove qualificação profissional para mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, com renda per capita de até dois salários mínimos e com idade a partir dos 17 anos. Possibilita o resgate da autoestima e a qualidade de vida das mulheres, ao mesmo tempo em que fornece informações e mecanismos de enfretamento da violência.

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Negócio de moda O que é: voltado para o desenvolvimento de empreendedores da moda e para o fomento ao comércio varejista do setor, atuando junto a populações de baixa renda, empresários, funcionários do comércio de moda e mulheres em situação de vulnerabilidade.

Consultores do Senac prestam atendimento a lojista

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Regionalização e desenvolvimento do turismo O que é: o projeto executa ações de qualificação profissional para mobilização e organização de produtos e serviços turísticos, visando a competitividade do destino no mercado. O público-alvo são profissionais que trabalham ou tenham interesse em trabalhar com tecnologias relacionadas aos processos de recepção, viagens, eventos, serviços de alimentação, bebida e entretenimento.

Senac varejo O que é: tem como objetivo promover o desenvolvimento do comércio através das ações de qualificação profissional para mobilização e organização do comércio varejista, visando a melhoria de processos e serviços. Atua junto a empresários e funcionários do comércio.

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UM OLHAR À FRENTE: PROJEÇÕES E DESAFIOS

Projetar o futuro em um cenário de rápida evolução tecnológica, no qual o comportamento do consumidor é moldado por constantes inovações no mercado, não é tarefa simples. A realidade é desafiadora: em todo o mundo, as novas formas de se relacionar com o comércio têm exigido adaptações do setor, demandando versatilidade e criatividade das empresas. Para além disso, recentes reformas na legislação trabalhista e sindical brasileira modificaram as relações de trabalho e o papel das entidades de classes. Nesse contexto, refletir sobre os desafios impostos para as próximas décadas e preparar o terreno para novos começos tem sido o foco de atenção no Sistema Fecomércio. As metas e prioridades coadunam-se com “novos tempos” do sindicalismo patronal e dos modelos de prestação de serviços à sociedade.

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A INTEGRAÇÃO DO FAZER

Após a unificação da sede administrativa do Sistema Fecomércio Ceará e de uma série de medidas que visaram a maior conexão entre as casas que o compõem, um dos desafios lançados é avançar, ainda mais, na integração de ações finalísticas. As fronteiras entre Fecomércio, Sesc, Senac e IPDC são cada vez mais permeáveis, mas considera-se que ainda há espaço para estreitar laços. Ao contrário do que ocorria no passado, o público dessas instituições já não é visto de forma isolada, passando a ser encarado como uma clientela única, de todo o Sistema. Assim, buscar iniciativas que ampliem a escala de atendimento integrado ao público, em diversas frentes, é uma das prioridades.

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um olhar à frente

Luiz Gastão, José Roberto Tadros e Leandro Domingos Teixeira Pinto

Luiz Gastão e Antônio Oliveira Santos

Maurício Filizola e Luiz Gastão

Na prática, significaria pensar a sistematização da oferta de atividades conjuntas de lazer, cultura, saúde e educação para usuários do Sistema e seus familiares. Possibilitar, por exemplo, que o mesmo aluno de um curso profissionalizante do Senac tenha acesso à saúde, cultura, assistência e cidadania por meio de ações do Sesc. Nesse sentido, destaca-se a intenção de, nos próximos anos, instalar uma nova unidade conjunta do Sesc e Senac no município de São Benedito, na Serra da Ibiapaba. Significaria, ainda, ampliar parcerias com prefeituras, governos e organizações não governamentais para uma maior integração do ensino básico da rede pública com a educação profissional, tendo Sesc e Senac como aliados, dentro do que poderia ser um programa de desenvolvimento educacional para o Ceará. Tratam-se de iniciativas já existentes, mas cuja ampliação desponta como desafio para os próximos anos. O Sistema Fecomércio Ceará vislumbra estratégias de gestão compartilhada que possam servir como modelo para outras federações do Brasil, com a regional destacando-se com seu já reconhecido pioneirismo, assim como foi em outras situações.

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Alunos da Escola Educar Sesc, a geração do futuro


SESC, SENAC E IPDC: INOVAÇÃO E AMPLIAÇÃO DE SERVIÇOS

um olhar à frente

No Senac Ceará, pensar o futuro é planejar práticas mais adequadas a um público cada vez mais exigente no que tange à educação profissional. O tradicional formato de sala de aula, a disposição clássica de professores e alunos, o modelo expositivo do processo de ensino-aprendizagem já são vistos, na Instituição, como pertencentes ao passado. O próprio Modelo Pedagógico Senac e os itinerários formativos comprovam a afirmativa.

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um olhar à frente

Imagem em 3D da nova unidade Senac, na Aldeota

Em 2019, uma nova unidade modelo do Senac em Fortaleza deverá apresentar outras estratégias de inovação na educação. Localizada no bairro Aldeota, será equiparada em tamanho à sede do Centro da cidade, trazendo diferenciais que poderão torná-la mais uma referência de vanguarda e excelência na Instituição. A proposta é oferecer, principalmente, cursos novos ou cursos que não costumam ser ofertados em outras unidades, com foco em opções de aperfeiçoamento profissional. Trabalhar campos como inteligência artificial, realidade virtual, laboratórios inovadores é uma possibilidade a ser explorada na nova unidade. Parcerias com grandes instituições educacionais do Brasil e do mundo estão sendo feitas para a oferta de turmas de ponta em áreas como gestão, gastronomia, moda, beleza e informática. Pretende-se, por exemplo, implementar uma Escola de Executivos, através de cursos já existentes no Senac Ceará e cursos a serem desenvolvidos com instituições parceiras.

Outra novidade da unidade Aldeota serão os laboratórios de coworking – espaços coletivos de trabalho que contemplarão profissionais de gastronomia, moda e beleza. Diferentemente dos tradicionais escritórios de coworking já existentes no País, a ideia do Senac é disponibilizar espaços como salões de beleza, cozinhas experimentais e ateliês de moda no modelo coworking, para que alunos e profissionais possam reservar horários para desenvolver suas produções e atender seus clientes. Conforme aprovação do Conselho Regional do Senac, a unidade Aldeota levará o nome de Luiz Gastão Bittencourt da Silva. O auditório principal da escola, por sua vez, homenageará Ana Cláudia Martins. Ambos trabalharam juntos ao longo dos últimos 20 anos no Ceará. No fim de 2017 assumiram o comando das instituições no Rio de Janeiro.

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Outra ação em processo no Sistema Fecomércio Ceará é criação de uma Faculdade Senac, vocacionada como polo de desenvolvimento de gestão empresarial e dedicada, dentre outros aspectos, à formação do empresariado para a nova era do comércio virtual. Considerase que é preciso investir em conhecimentos em áreas como o e-commerce, tendo em vista o surgimento de inúmeros aplicativos especializados na oferta on-line de produtos e serviços. Dar a oportunidade para que o empresário cearense possa concorrer nesse filão de mercado, apoiar a entrada de novas empresas no ramo, oferecer conteúdos adaptados à realidade cearense são encarados como desafios de curto prazo. Nesse aspecto, a própria Fecomércio, enquanto entidade representativa de classe, tende a desempenhar papel importante, diante da necessidade de despertar os associados para as ferramentas disponíveis nesse universo, a fim de orientá-los e de fomentar inovações.

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Como indutora do desenvolvimento da classe comercial, é preciso atrair inteligência e capacitar empresários da Capital e do Interior para que estes possam melhorar a forma de relacionamento do consumidor com o mercado. Agir não como personagem coadjuvante, mas como protagonista do processo de adaptação do setor. Já no Sesc Ceará, as projeções de futuro baseiam-se na regra do crescimento equilibrado, na ampliação de projetos de sucesso já existentes e na criação de novas iniciativas. Com foco apontando para sua clientela preferencial, ou seja, comerciários e seus familiares e cidadãos com o perfil do Programa de Comprometimento e Gratuidade, a proposta é ampliar as atividades “extramuros”, levando a Instituição para cada vez mais perto da população.

Ampliar a rede de parcerias, por exemplo, é uma das estratégias para garantir a meta de realização de no mínimo três atividades anuais em cada município do interior atendido pelo Sesc. Aumentar a cobertura do projeto Sesc Saúde Mulher – unidade móvel dedicada à promoção da saúde feminina, que atua nos bairros de Fortaleza e já se expande para a Região Metropolitana – também está entre as metas para os anos vindouros. Destacam-se, ainda, o projeto de criação do Centro Cultural Sesc, que será construído ao lado do Mercado dos Pinhões, e a ampliação do programa Futsal Sesc (que atende a crianças e adolescentes de 8 e 17 anos em diversas categorias).


Saguão da recepção do Sesc Iparana Hotel Ecológico

um olhar à frente

A diretoria ainda planeja aumentar o número de restaurantes do Sesc em Fortaleza, instalando de 3 a 4 novas unidades nos próximos anos. Além disso, pretendese expandir a Escola Educar Sesc de Ensino Fundamental, também na Capital, que deverá aumentar sua capacidade para atender cerca de 3 mil alunos. Elevar a cozinha do Hotel Ecológico Sesc Iparana à categoria de cozinha industrial é outra meta a ser atingida no curto prazo. O complexo com capacidade de hospedar até 650 pessoas, localizado em Caucaia, possibilita aos visitantes um contato direto com a natureza e tem passado por reformas de ampliação e modernização.

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O IPDC, por sua vez, também se prepara para entrar em nova fase. Um projeto de reestruturação está em planejamento com o objetivo de ampliar a sua atuação e de permitir a realização de ainda mais pesquisas que beneficiem o empresariado e a economia cearense. Ao longo dos últimos anos, o Instituto consolidou sua credibilidade ao fornecer dados fiéis sobre o comportamento do consumidor, índices de preço, emprego, dentre outros. A expectativa é que, a partir de 2019, o leque de temas a serem sondados pelo IPDC torne-se ainda mais versátil, a partir da estratégia de atrair parceiros para a realização de novas pesquisas. A proposta é que empresas, organizações não governamentais e instituições públicas possam demandar pesquisas específicas, de acordo com suas necessidades, para além das informações já fornecidas pelo IPDC. O Instituto espera iniciar o ano de 2019 investindo em ações de marketing que possam projetar essa nova linha de atuação da entidade.

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Em sua função de representar os empresários e sindicatos do comércio de bens, serviços e turismo, a Fecomércio Ceará também terá bastante trabalho pela frente. Na esfera política, um grande desafio é a reforma fiscal e tributária, que ainda gera entraves para o avanço do comércio no Brasil. É preciso que, com a força política que desempenham, as federações brasileiras deem as mãos e ampliem a articulação em torno do tema, visto que, com a atual carga tributária sobre a cadeia produtiva do País, vários setores enfrentam dificuldades para evoluir e, consequentemente, gerar empregos. Em relação à atuação junto a sindicatos, o estabelecimento pela Fecomércio de uma câmara paritária de negociações com entidades de trabalhadores também é apontado como desafio para um futuro próximo. Em 2017, a Federação começou a trabalhar as bases para a construção dessa instância, que pretende ser um ambiente de conciliação de conflitos trabalhistas e

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de criação de convenções coletivas em diversas categorias. Ainda na esfera de aproximação com sindicatos e com o empresariado, a Fecomércio pretende criar as delegacias regionais, espécies de “sedes” no interior do Estado. A adaptação ao novo modelo da legislação trabalhista também é vista com atenção e projeta-se como desafio. A reforma aprovada em 2017 pôs fim à obrigatoriedade da contribuição sindical, que era destinada anualmente por empresas a sindicatos, federações e confederações, o que estimula o Sistema Fecomércio Ceará a continuar desenvolvendo produtos e serviços com vistas a sua sustentabilidade e a se reinventar sempre.

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Reinventar-se, adaptar-se, estar pronto a novos começos são desafios para os quais o Sistema Fecomércio Ceará revela-se preparado. Sólido e tradicional, mas sem perder a capacidade de se lançar em novas frentes de atuação, de protagonizar e impulsionar o desenvolvimento do Ceará. São 70 anos de história, com vastas demonstrações de que é possível crescer e evoluir sem perder a essência, valorizando trabalhadores e empresários do comércio de bens, serviços e turismo; promovendo a cidadania e a qualificação profissional da população; contribuindo, enfim, para um Estado cada vez melhor e mais forte.


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DIRETORIA DA FECOMÉRCIO CE MANDATO 2018 - 2022 Maurício Cavalcante Filizola – Presidente Luiz Gastão Bittencourt da Silva – Presidente (licenciado) José Cid Sousa Alves do Nascimento – 2º Vice-Presidente Sérgio Braga Barbosa – 3º Vice-Presidente Ranieri Palmeira Leitão – 4º Vice-Presidente Circe Jane Teles da Ponte – 5º Vice-Presidente Giovan de Oliveira – 6º Vice-Presidente Benoni Vieira da Silva – 7º Vice-Presidente Francisco Alberto Bezerra – 8º Vice-Presidente Expedito Edilson Mota Borges – 9º Vice-Presidente Josué Ubiranilson Alves – 10º Vice-Presidente Luiz Fernando Monteiro Bittencourt – 1º Secretário José Gilson Ribeiro de Alencar Parente – 2º Secretário Fabiano Barreira da Ponte – 3º Secretário Francisco Everton da Silva – 1º Tesoureiro Paulo Henrique Costa Silva – 2º Tesoureiro Cláudia Maria Meneses Brilhante Maia – 3ª Tesoureira Diretores para Assuntos Sindicais Carlos Tadeu Rodrigues Rolim Francisco Naugusto Freire Silva Francisco Ernane Rios Filho Anibal Capelo Feijó Diretores para Assuntos de Desenvolvimento Comercial Ananias Magalhães Neto Maria Aures Muniz Aires dos Santos Diretores para Assuntos de Crédito José Everton Fernandes Horácio Bezerra de Menezes Filho (in memorian) Diretores para Assuntos de Relações do Trabalho Antonio Felix da Silva Francisco Ozair Gomes de Lima Diretores para Assuntos de Consumo José do Egito Frota Lopes Filho Orlando Pontes Magalhães

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Suplentes da Diretoria José Afonso Bezerra Júnior Paulo Bezerra de Souza Nelson Gomes da Silva João de Sousa Frota Neto Fábio Gaspar Barreto Cavalcanti Raniere Paulino de Medeiros José Eliardo Martins Atualpa Rodrigues Parente Luís José de Menezes e Souza Manoel Luciano Fonteles Suelda Maria Martins Silva João Maia Santos Júnior Vicente Borges Neto José Ednardo de Assis José Ailson Nascimento dos Santos Alexandre Gadelha Félix Eliezer Santos Sobrinho Ragner Queiroz Silva Juceliano Ferreira da Silva Francisco José de Oliveira Filgueiras Laura Andreia Farias Paiva José Bezerra de Souza João Airton de Almeida Monteiro José Ernesto Parente de Alencar Roberto Jorge Teixeira Orlando Braga de Almeida Antonio Vianney Campos Manoel Messias de Lima Reginaldo Nogueira Braga

Conselho Fiscal João Felix de Majela Filho Francisco Alberto Alves Pereira Celso Nogueira Sobrinho Suplente do Conselho Fiscal Ricardo Ulysses Loureiro de Medeiros José Moreira Sobrinho Francisco Clayton Sousa Batista Delegados Representantes Junto ao Conselho de Representantes da Confederação Nacional do Comércio - CNC Luiz Gastão Bittencourt da Silva Maurício Cavalcante Filizola Francisco Everton da Silva Suplentes de Delegados Representantes Junto ao Conselho de Representantes da Confederação Nacional do Comércio – CNC José Cid Sousa Alves do Nascimento Luiz Fernando Monteiro Bittencourt Sérgio Braga Barbosa Conselho Consultivo Alberto Farias - Presidente Belchior Conrado Neto - Conselheiro Maurílio Arrais Maia - Conselheiro


33 SINDICATOS FILIADOS À FECOMÉRCIO (2018) Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará (SINDIEVENTOS) Presidente: Circe Jane Teles da Ponte Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Ceará (SEACEC) Presidente: Fabiano Barreira da Ponte Sindicato das Empresas de Informática, Telecomunicação e Automação do Ceará (SEITAC) Presidente: Francisco Ozair Gomes de Lima Sindicato das Locadoras de Veículos Automotores do Estado do Ceará (SINDLOCE) Presidente em exercício: Carlos Augusto da Silva Sindicato do Comércio Atacadista de Medicamentos, Perfumaria, Higiene Pessoal e Correlatos do Estado do Ceará (SINCAMECE) Presidente: Francisco Ernane Rios Filho Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construções, Carvão Vegetal e Lenha de Fortaleza Presidente: Expedito Edilson Mota Borges Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios do Estado do Ceará Presidente: Belchior Conrado Neto Sindicato do Comércio de Peças e Serviços para Veículos do Estado do Ceará (SINCOPEÇAS) Presidente: Ranieri Palmeira Leitão Sindicato do Comércio Varejista de Maquinismo, Ferragens e Tintas de Fortaleza (SINDITINTAS) Presidente: José Cid Sousa Alves do Nascimento Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (SINCOFARMA) Presidente: Antonio Felix da Silva Sindicato do Comércio Atacadista de Carnes Frescas e Congeladas de Fortaleza Presidente: Paulo Henrique Costa Silva Sindicato do Comércio Atacadista de Sobral Presidente: Atualpa Rodrigues Parente Sindicato do Comércio Atacadista de Iguatu Presidente: Giovan de Oliveira Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas de Fortaleza Presidente: Francisco Everton da Silva Sindicato do Comércio Varejista de Cascavel Presidente: Benoni Vieira da Silva Sindicato do Comércio Varejista de Frutas e Verduras de Fortaleza (SINCOFRUTAS) Presidente: Manoel Luciano Fonteles

Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Caucaia Presidente: Francisco Alberto Alves Pereira Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Fortaleza Presidente: Aníbal Capelo Feijó Sindicato do Comércio Varejista de Livros do Estado do Ceará (SINDILIVROS) Presidente: João de Sousa Frota Neto Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Maranguape Presidente: Paulo Bezerra de Sousa Sindicato do Comércio Varejista de Pacajus (SINCOVAP) Presidente: Claudia Maria Menezes Brilhante Maia Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (SINDILOJAS FORTALEZA) Presidente: José Cid Sousa Alves do Nascimento Sindicato dos Centros de Formação dos Condutores de Veículos do Estado do Ceará (SINDCFC’S) Presidente: José Eliardo Martins Sindicato dos Corretores de Moda de Fortaleza e Região Metropolitana (SINCOM) Presidente: Juceliano Ferreira da Silva Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Crato Presidente: José Gilson Ribeiro de Alencar Parente Sindicato dos Lojistas do Comércio de Juazeiro do Norte (SINDILOJAS Juazeiro do NORTE) Presidente: Francisco Alberto Bezerra Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado do Ceará (SIRECOM) Presidente: Luís José de Menezes e Souza Sindicato Regional dos Empregadores Lojistas em Iguatu (SINDILOJAS IGUATU) Presidente: Carlos Tadeu Rodrigues Rolim Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado do Ceará (SINDIVEL) Presidente: José Everton Fernandes Sindicato das Empresas de Lavanderias do Estado do Ceará (SINDELACE) Presidente: Ananias Magalhães Neto Sindicato dos Salões de Barbeiros e de Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares de Fortaleza (SINDIBEL) Presidente: Francisco Naugusto Freire Silva Sindicato do Comércio Varejista de Material Ótico, Fotográfico e Cinematográfico do Estado do Ceará Presidente: Maria Aures Muniz dos Santos Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas no Estado do Ceará (SINDILEQ-CE) Presidente: Fabio Gaspar Barreto Cavalcanti

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Referências BARRETO, Flávio Ataliba; MENEZES, Adriano Sarquis Bezerra de (Org). Desenvolvimento Econômico do Ceará: evidências recentes e reflexões. Fortaleza: Ipece, 2014. CHAVES, Gylmar; VELOSO, Patrícia; CAPELO, Peregrina (Org). Ah, Fortaleza. Fortaleza: Terra da Luz Editorial, 2006. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. CNC 70 anos: do tamanho do futuro. Rio de Janeiro, 2015. LEITÃO, Cláudia Sousa. Memória do comércio cearense. Rio de Janeiro: Editora Senac, 2001. LIMA, Antônio Cláudio Ferreira. A construção do Ceará: temas de história econômica. Fortaleza: Instituto Albanisa Sarasate, 2008. SISTEMA FECOMÉRCIO DO CEARÁ. Sistema Fecomércio do Ceará: Federação, Sesc, Senac, IPDC 60 anos: uma história de várias realizações. Fortaleza: Editora Senac Ceará, 2008. VELOSO, Patrícia. Viva Fortaleza. Fortaleza: Terra da Luz Editorial, 2011. OUTRAS FONTES BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 17 jul. 2018.

SENAC CEARÁ. Conheça o Gerlano e saiba como o Senac mudou a sua vida. 2018. Vídeo. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=dZYFwbd5TgY&t=0s&list=PLEWjQdoFuKowNL0A7PjdtUTGoxkPRCbq1&index=5>. Acesso em: 12 set. 2018. ______. Wedla Gomes: Senac na minha vida. 2018. Vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xaGf_ gUm7e8&t=0s&list=PLEWjQdoFuKowNL0A7PjdtUTGoxkPRCbq1&index=2>. Acesso em: 12 set. 2018. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL. DEPARTAMENTO REGIONAL. Diretrizes do Modelo Pedagógico Senac 2018. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: <http://www.extranet.senac.br/modelopedagogicosenac/ arquivos/Diretrizes_MPS_final_16.05.2018.pdf>. Acesso em: 04 set. 2018. ______. ______. Planejamento Estratégico 2017/2019. Fortaleza: Senac Ceará, 2017. ______. ______. Relatório de Gestão Exercício 2017: Senac Ceará. Disponível em: <http://www.fecomercio-ce.com. br/novoscomecos/wp-content/uploads/2018/07/EBOOK_ SENAC-2.pdf>. Acesso em: 03 set. 2018. SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO. ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DO CEARÁ. Plano Estratégico Sesc Ceará 2016-2020. Fortaleza: Sesc, 2018.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Disponível em: <www.cnc.org.br>. Acesso em: 20 set. 2018. GRADELA, Wanderley. Caminhos do trabalho. 2012. Artigo. Disponível em: <https://www.ce.senac.br/post_artigos/caminhos-do-trabalho/>. Acesso em: 05 set. 2018.

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Este livro foi impresso nos seguintes papéis: Papel Offset 120 g/m², Polén Bold 80 g/m², Couchê Fosco 150g/m² , Color plus Roma 120 g/m² , Color plus Mar Del Plata 250 g/m². Na Gráfica Santa Marta, em novembro de 2018. Em sua composição foram utilizadas as seguintes fontes: AbrilText Regular, Corbel, MinionPro Regular, Orbitron Medium, Sarpanch Medium.


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