Revista Tecnologia Gráfica 109

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A REVISTA TÉCNICA DO SETOR GRÁFICO BRASILEIRO ANO XXIV Nº 109 • VOL. II 2020 • ISSN 1678-0965

EAD

Ensino a distância ganha espaço

GESTÃO

ENTREVISTA

CULTURA GRÁFICA

Especialista aponta como reduzir custo investindo em RFID

Wilson Paduan, da Antilhas, fala sobre inovação na indústria gráfica

Uma viagem às origens das artes gráficas


PÓS-GRADUAÇÃO EM: GESTÃO EM

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Início das aulas em 06/03/2021

DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE

GESTÃO DE

Início das aulas em 08/05/2021

Início das aulas em 06/03/2021

GESTÃO DA PRODUÇÃO DE

EAD

PROJETOS DE EMBALAGEM

EMBALAGENS FLEXÍVEIS

INOVAÇÃO

E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL Início das aulas em 02/08/2021

CELULOSE E PAPEL Início das aulas em 06/03/2021

PRODUÇÃO GRÁFICA

PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO DE MÍDIA IMPRESSA Clique aqui e saiba mais

PARA MAIS INFORMAÇÕES: (11) 2797-6313 posgraduacaotheobaldo@sp.senai.br


Volume II – 2020 Publicação da ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris, Rua Bresser, 2315 (Mooca), CEP 03162-030 São Paulo SP Brasil ISSN: 1678-0965 ABTG – Telefax (11) 2797.6700 Internet: www.abtg.org.br ESCOLA SENAI – Fone (11) 2797.6333 Fax (11) 2797.6309 http://grafica.sp.senai.br Presidente da ABTG: Carlos Suriani Diretor da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris: Elcio de Sousa Jornalista Responsável: Tânia Galluzzi (MTb 26897) Projeto Gráfico: Cesar Mangiacavalli Conselho Editorial: Bruno Cialone, Bruno Mortara, Carlos Suriani, Claudinei Pereira, Elcio de Sousa, Enéias Nunes da Silva, Manoel Manteigas de Oliveira, Mara Cristine Aguiar, Oziel Branchini e Tânia Galluzzi Elaboração: Escola Senai Theobaldo De Nigris Diagramação: Escola Senai Theobaldo De Nigris Produção: Escola Senai Theobaldo De Nigris Pré-impressão, Impressão e Pós-impressão: Escola Senai Theobaldo De Nigris Capa: Verniz Fosco - Topcoat Hot Stamping - fitas Crown do Brasil Assinaturas: 1 ano (4 edições), R$ 40,00; 2 anos (8 edições), R$ 72,00 Redação: contato@abtg.com.br

Apoio:

Esta publicação se exime de responsabilidade sobre os conceitos ou informações contidos nos artigos assinados, que transmitem o pensamento de seus autores. É expressamente proibida a reprodução de qualquer artigo desta revista sem a devida autorização. A obtenção da autorização se dará através de solicitação por escrito quando da reprodução de nossos artigos, a qual deve ser enviada à Gerência Técnica da ABTG e da revista Tecnologia Gráfica, pelo e-mail: abtg@abtg.org.br ou pelo fax (11) 2797.6700

Aprendizados de 2021

O

que dizer de 2020? Que foi um ano absolutamente atípico é pouco para descrever o que passamos nos últimos oito meses. Que foi um ano terrível, no qual um novo vírus ceifou a vida de mais de um milhão de pessoas e nos trancafiou em nossas casas resume 2020 a sua face mais sombria, excluindo algo que eu, como líder de uma entidade voltada à disseminação do conhecimento, penso ser fundamental em fases como a que estamos vivendo. Para mim, 2020 foi um ano de muito aprendizado. O ano começou cheio de planos para a ABTG. O Prêmio Fernando Pini chegaria a sua 30ª edição e bolávamos meses recheados de ações gravitando em torno dessa celebração. Tudo foi freado pela pandemia. Passado o primeiro impacto, decidimos que tínhamos de fazer algo por nossos associados e pela indústria gráfica como um todo. Sem recursos, mas com muitos apoiadores e vontade de realizar, focamos num de nossos pilares, a disseminação do conhecimento. Estruturamos uma nova modalidade de cursos, webinares e até um programa de enfrentamento a crise em parceria com as Abigrafs do Sul, com custos bastante acessível, no qual o interessado escolhe o valor que acha justo pagar pelo que vai receber. Optamos também por uma plataforma mais simples de inscrição e acesso ao conteúdo. Com isso, o número de participantes triplicou. E não só. Acostumados às inscrições corporativas, vimos crescer consideravelmente os acessos individuais, principalmente do pessoal da produção. Ou seja, a pandemia nos obrigou a corrigir expectativas e acertar nosso rumo, nos aproximando do gráfico, inclusive expandindo nossa cobertura geográfica. Diferente do Prêmio de Excelência Gráfica, decidimos não adiar o CSI, evento realizado há sete anos com a presença do Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo, e a 4ª edição do Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica, que deve estar sendo realizado no momento em que você está lendo esta edição. Favorecido pelas ferramentas digitais, ele acontece no ambiente virtual, promovendo, com a colaboração de especialistas nacionais e internacionais, o debate sobre o uso da tecnologia como estrada para a sustentabilidade. Para 2021, esperamos retomar os eventos presenciais, mas sem abrir mão do virtual, voltar com o Print Safari dentro das oficinas da Escola Senai Theobaldo De Nigris e, é claro, realizar a 30ª edição de nosso querido Prêmio Fernando Pini, que vai contar com muitas novidades. O futuro é excelente!

Carlos Suriani

Presidente executivo da ABTG VOL. II 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Sumário 10

Congresso de Tecnologia Gráfica aborda inovação e sustentabilidade

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Wilson Paduan, da Antilhas, fala sobre inovação

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Uma viagem na história

EVENTO

ENTREVISTA

CULTURA GRÁFICA

Cresce o Ensino a Distância

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Papel é eficaz e necessário

Two Sides

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Cuidados no manuseio para evitar contaminação

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A HP vai à Drupa (só que não)

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Especial

Conservação

Spindrift

Planificação de embalagens

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Aplicações das etiquetas inteligentes

34

Sistema de controle de acionamento

38

Nova norma de gestão de qualidade

44

Pós-Impressão

Gestão

Academia

Normalização

4 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. II 2020

Notícias Cursos

6 48


Faculdade de Tecnologia SENAI Theobaldo De Nigris

Curso Superior de Tecnologia em

Produção Gráfica acesse e inscreva-se:

Clique aqui e saiba mais

grafica.sp.senai.br Faculdade de Tecnologia SENAI Theobaldo De Nigris Rua Bresser, 2.315 - Mooca - São Paulo - SP


NOTÍCIAS

Juntos contra a covid-19

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esde o início da pandemia, a faculdade, juntamente com outras escolas em uma ação social promovida pelo Senai-SP, produziu materiais para auxiliar no combate à covid-19. Foram produzidos rótulos adesivos para as embalagens de álcool gel que foram doados para comunidades carentes e hospitais; caixas em cartão para acondicionar as embalagens de álcool e embalagens terciárias em papelão ondulado para o transporte; máscaras face shield e as embalagens em cartão para acondicioná-las. A Escola Senai agradece a doação de material e liberação de equipamentos feita pelos nossos parceiros: Esko, Papirus, Grafaca, Grupo CCR - Colacril, MLC Rotometrics, Ibema, Klabin, Grupo Penha.

Assista às palestras da Semana de Planejamento e Gestão

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Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris realizou a Semana de Planejamento e Gestão entre os dias 15 e 19 de junho. O objetivo foi levar ao público informações sobre planejamento, gestão e oportunidades durante ou após a pandemia do coronavírus. Os webinares foram transmitidos nas mídias sociais da faculdade como Facebook, LinkedIn e no Youtube e tiveram uma média de duas mil visualizações. Os webinares foram ministrados pelos professores da própria faculdade, abordando os seguintes assuntos: Filosofia

Lean como estratégia na pós-pandemia (Jorge Alexandre de Castro), Como a ferramenta MASP pode ajudar as empresas a encontrar soluções rápidas e eficazes na pós pandemia (Catarina Cano), As oportunidades do e-commerce (Rodrigo Venturini Soares), Indicadores como forma de gerenciamento e redução de custos nas operações - Estudos sobre OEE (Marcelo Sartori) e Planejamento financeiro na pós-pandemia (Sandra Almeida). Os webinares continuam disponíveis para visualização no Facebook da faculdade e no Youtube.

Planejamento e Gestão WEBINARS de15 a 19/06/2020 às 20:00

Filosofia Lean como estratégia na pós pandemia Prof. Jorge Alexandre de Castro

15/06/2020

Como a ferramenta MASP pode ajudar as empresas a encontrar soluções rápidas e eficazes na pós pandemia Prof. Ms. Catarina Cano

As oportunidades do e-commerce

16/06/2020

Prof. Rodrigo Venturini Soares

17/06/2020

Planejamento financeiro na pós pandemia

Prof. Ms. Sandra Almeida

Indicadores como forma de gerenciamento e redução de custos nas operações: Estudos sobre OEE Prof. Marcelo Sartori

18/06/2020

19/06/2020

Apoio

PARTICIPE POR MEIO DE NOSSAS MÍDIAS SOCIAIS facebook.com/senaigrafica Escola SENAI Theobaldo De Nigris

6 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. II  2020

Realização


Plasc contrata alunos do Senai

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Escola Senai Theobaldo De Nigris recebeu na semana de 20 a 24 de julho a visita da coordenadora e gestora do Recursos Humanos da Plasc – Plásticos e Embalagens, Beatriz Santiago. O objetivo principal foi entrevistar os alunos e ex-alunos do curso técnico de Rotogravura/Flexografia e curso Superior de Tecnologia Gráfica para fazerem parte do time de colaboradores da empresa. Foram 37 entrevistados para vagas de operador de máquina flexográfica, técnico de processos, técnico de qualidade, operador de rebobinadeira e supervisor de pré-impressão. Antes disso, dois ex-alunos foram até a empresa, em Biguaçu, Santa Catarina, e foram contratados para ocupar cargos de operadores e técnico.

SEMANA DE TECNOLOGIA GRÁFICA

A

Faculdade de Tecnologia SENAI “Theobaldo De Nigris” realizará no período de 01 a 03/12/20, de forma online, a Semana de Tecnologia Gráfica. O objetivo é promover os princípios da economia circular, a inovação aplicada à embalagem e tecnologias habilitadoras da indústria 4.0 voltadas ao mercado gráfico. A Semana de Tecnologia Gráfica terá painéis com diversos convidados do mercado discutindo sobre os temas de cada dia, entre os profissionais que já confirmaram presença estão: Manoel Manteigas de Oliveira da Two Sides, Leila Malta da empresa L’inno Bureau, Mariana de Cária da empresa Emibra, Juliana Coelho de Almeida da empresa ePac Flexible Packaging Company, Claudinei Weber da empresa Klabin e Wilson Paduan da empresa Antilhas.

Professores em contato direto com o mercado

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s professores da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris, Felipe Wagner Consiglio e Jorge Alexandre de Castro, ministraram no dia 5 de agosto o webinar sobre Tecnologias para Redução de Setup na área de flexografia em papelão ondulado para os funcionários da Klabin. A apresentação visava mostrar aos participantes a importância da redução de setup no processo produtivo de forma a aumentar a produtividade e reduzir problemas durante a produção. Ainda em agosto, outros docentes da faculdade participaram como palestrantes do Programa Enfrentar – Indústria Gráfica, uma parceria entre o Sebrae e a Abigraf. O foco foi auxiliar as gráficas do Brasil a superar o momento de crise causado pela pandemia. No dia 20, Rodrigo Venturini falou sobre as oportunidades do E-Commerce, Marcelo Aparecido Sartori abordou estudos sobre indicadores de gerenciamento e redução de custos, e Jorge Alexandre de Castro discutiu a filosofia Lean como estratégia na pós-pandemia.

VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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ESPECIAL EAD Tânia Galluzzi

Ensino a distância ganha espaço

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efinitivamente, não estávamos preparados para uma pandemia. Nem psicologicamente e muito menos estruturalmente. Fomos obrigados a pisar no freio, forçados a repensar cada ato, cada decisão, a mudar, muitas vezes radicalmente, nosso modus operandi. Todas as atividades foram afetadas e certamente uma das mais impactadas foi a educação. Só que, como todos bem sabem, as aulas não foram propriamente interrompidas. Assim como tudo em nossas vidas, a relação professor/aluno passou a ser intermediada por uma tela, e desde então virou um enorme exercício de adaptação, resiliência e muita força de vontade de ambos os lados. Apesar de todas as dificuldades, esses fatídicos meses de 2020 estão deixando algum aprendizado, implodindo barreiras e acelerando tendências. Uma delas é a Educação a Distância. Não que o ensino não presencial seja algo novo. Longe disso. O Censo EAD. BR 2018, coordenado pela Associação Brasileira de Educação a Distância, Abed, e divulgado no ano passado, dá conta da expansão dessa modalidade, responsável por cerca de 20% das matrículas em graduação no Brasil. Entre 2017 e 2018, o número de matrículas em cursos regulamentados totalmente a distância subiu de 1.320.025 para 2.358.934. Somando os cursos livres não corporativos e corporativos, esse total sobe para 9.374.647. O que mudou, sobretudo, foi a forma como estudantes, docentes e a própria sociedade enxergam a educação a distância. Não se discute mais se EAD é educação de verdade e sim quais recursos tecnológicos proporcionam os melhores resultados. AS EXPERIÊNCIAS DO SENAI-SP E DA ABTG O Senai-SP e a ABTG vêm se preparando para o en-

sino não-presencial. Esse braço no Senai está sob a coordenação do Centro Senai de Tecnologias Educacionais, que oferece mais de 30 cursos, desde cursos livres até pós-graduação. Especificamente para a indústria gráfica, a Escola Senai Theobaldo De Nigris desenvolveu o curso de qualificação profissional básica de Impressor Offset. A primeira turma, 8 TECNOLOGIA GRÁFICA

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com 12 alunos, formou-se em agosto, e a segunda, com 14 inscritos, começou no dia 15 de outubro. Serão 220 horas, das quais 25% ocupadas com aulas presenciais. Muito distante da simples transposição do conteúdo ministrado ao vivo para a versão online, o curso de impressão offset levou um ano e meio para ser montado, como conta Leury Giacomedi, orientador de prática profissional na Theobaldo De Nigris. Além do conhecimento do próprio instrutor da área, o desenvolvimento de cursos online envolve uma equipe multidisciplinar que engloba especialista em EAD, designer educacional, webdesigner, programador, ilustrador, revisor de texto e de qualidade. As estratégias pedagógicas e tecnológicas são planejadas na etapa de concepção, para assegurar o desenvolvimento de competências necessárias ao perfil profissional. Durante a produção, os recursos tecnológicos são criados de acordo com as estratégias definidas na etapa de concepção. Finalizada a produção, o curso entra na fase de execução, quando é implantado, validado e ofertado para os alunos com acompanhamento pedagógico de tutores e monitores. Os cursos acontecem no que é chamado de Ambiente Virtual de Aprendizagem, através do qual o aluno tem acesso a ferramentas como chat, fórum e webconferência. O estudante conta também com recursos didáticos como simuladores, games, realidade aumentada e material impresso. Se antes do surgimento do novo coronavírus a intenção do Senai já era ampliar as soluções em EAD, agora a área ganhou uma relevância ainda maior, como comenta Elcio de Sousa, diretor das Escolas Senai Theobaldo De Nigris e Barueri. “As ações em EAD já estavam crescendo nas unidades Senai, com cursos de curta duração, cursos técnicos na modalidade semipresencial e o curso de pós-graduação Inovação e Competitividade Industrial, que obteve nota máxima na avaliação do MEC . Para o mercado gráfico e papeleiro lançamos o cursos Operador de Processo em Fabricação de Papel, Auxiliar


Cursos EAD Senai-SP Preparação para o Mundo do Trabalho – 14 horas Segurança no Trabalho – 14 horas ◆ Economia Circular – 20 horas ◆ Empreender Senai - 20 horas ◆ Desvendando a Blockchain – 20 horas ◆ Desvendando a indústria 4.0 – 20 horas ◆ Excel Básico – 20 horas ◆ Auxiliar de Produção de Celulose – 160 horas ◆ Qualificação profissional: Impressor Offset – 220 horas ◆ Operador de Processo em Fabricação de Papel – 240 horas ◆ Pós-Graduação – Inovação e Competitividade Industrial – 360 horas ◆ Curso técnico: Desenvolvimento Web Fullstack – 1.000 horas ◆

de Produção de Celulose e o Impressor Offset, mas também ampliamos a forma remota de atendimento para os alunos regulares e nos treinamentos, inclusive com auxílio de simuladores.” Nesse período a instituição disponibilizou dezenas de cursos que irão ampliar os conhecimentos dos profissionais do setor como o Desvendando a Indústria 4.0, Economia Circular e Segurança no Trabalho. “Esse movimento não é apenas em função da pandemia, mas sim uma estratégia corporativa do Senai para facilitar o acesso de todos ao conhecimento no Brasil”, afirma Elcio. Em 2021, o Senai está preparando as unidades móveis para trabalhar em conjunto, com atividades EAD e presenciais nas cidades mais distantes, assim disponibilizar novos cursos à distância. Assim como milhões de pessoas e empresas, a ABTG teve de adiar projetos em função da covid-19. O lançamento de cursos na modalidade EAD foi postergado, o que não impediu a entidade de promover vários treinamentos online. “O aplicativo Zoom foi uma boa surpresa. Passado o susto inicial, os instrutores e consultores foram aprendendo a tornar as aulas mais participativas, transformando-se em facilitadores do conhecimento”, diz Carlos Suriani, presidente da ABTG . Aproveitando a capilaridade das redes sociais para divulgar sua programação, a associação investiu na plataforma Sympla, facilitando o acesso aos treinamentos e webinars, além de lançar cursos mais baratos. Foi criada a versão “pague quanto acha que vale”, com valores a partir de R$ 15,00. “A resposta do mercado foi rápida, com uma adesão que superou as expectativas. Nos meses de julho e agosto, por exemplo, tivemos mais de 500 participantes efetivos, incluindo profissionais de outros Estados como Espírito Santo, Rio de Janeiro e Paraná”, comenta o presidente. Todo o aprendizado adquirido durante a pandemia deve se transformar em ações que aproximem ainda mais a ABTG das necessidades do mercado. A ideia é ampliar a base associativa, reduzir a mensalidade e diversificar a oferta de serviços e de conteúdo.

Senai-SP e o ensino remoto: 79% dos alunos satisfeitos Pesquisa realizada pelo Senai-SP em julho revelou que 79% dos alunos da rede se sentiam totalmente atendidos e 19% parcialmente atendidos pelas atividades de ensino remoto adotadas pela instituição durante a pandemia. A Pesquisa Educacional Impacto Covid-19 foi aplicada em todas as escolas do Senai-SP, localizadas na região metropolitana do estado, interior e litoral. A pesquisa apontou que cerca de 90% dos alunos concordam - totalmente ou parcialmente - que as estratégias adotadas pelas escolas garantiram sua formação. Quanto ao desenvolvimento das capacidades técnicas, 58% se disseram totalmente atendidos e 33% parcialmente atendidos. O levantamento também ouviu professores e gestores. A grande maioria dos docentes, 90%, declarou que os cursos foram modificados para que fossem viabilizados de forma remota. Para que isso fosse possível, 24% dos gestores proporcionaram aos professores os ambientes e a estrutura da escola, e 19% disponibilizaram recursos para a preparação das aulas, como laboratórios, oficinas e equipamentos para gravação e transmissão. Cerca de 14% ainda ofereceram computadores e notebooks aos professores. Outra importante ferramenta de apoio foi a criação de grupos de estudos para que os professores compartilhassem suas experiências, estratégia citada por 34% dos gestores das escolas. O levantamento também quis saber se os alunos estavam totalmente satisfeitos com o curso oferecido no período da pandemia e 60% responderam que sim, 37% parcialmente satisfeitos e somente 3% declararam insatisfação. Responderam à pesquisa 6.279 estudantes, 560 docentes e 139 gestores de 91 escolas do estado de São Paulo. VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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ESPECIAL

Congresso de Tecnologia Gráfica discute tecnologia e inovação para sustentabilidade Evento que em 2019 atraiu 290 profissionais, a 4ª edição Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica será online entre os dias 24 e 26 de novembro.

C

om o tema “Tecnologia e Inovação para Sustentabilidade: a comunicação gráfica rumo aos novos desafios”, a programação do 4 Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica terá em sua abertura o biólogo, fotógrafo e ambientalista brasileiro João Paulo Capobianco, referência quando o assunto é meio ambiente. Ele abrirá a programação de palestras online, sempre no período da manhã, com especialistas em impressão do Brasil e do mundo. Em seguida, Luiz Serafim, diretor de Marketing, Comunicação, eCommerce da 3M, trata do tema “Inovando para superar a pior das crises”. Autor, professor e palestrante com foco em inovação, Serafim sempre oferece insights relevantes para os empresários entenderem como se posicionar frente aos novos desafios globais. O primeiro dia conta também com a palestra “Impressão industrial - panorama e oportunidades”, com Alexandre Keese, diretor da Fespa Digital Printing. Especialista na indústria de impressão, Keese tem grande conhecimento sobre o setor e vai detalhar as capacidades desse novo mercado e como estar preparado para encontrar as oportunidades que certamente vão surgir. Para finalizar o dia, o presidente mundial do Two Sides, Martyn Eustace, aborda “O papel do papel na sustentabilidade da indústria gráfica”. A entidade tem em seu DNA falar de meio ambiente e defender o uso consciente do papel. Será o

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momento de entender conceitos importantes da relação da indústria gráfica com o nosso planeta. DIA 2

No dia 25 de novembro, a primeira palestra será “O que a história das Drupas nos ensina sobre o futuro”. Será um momento de relembrar o que foi tendência nas últimas Drupas e virou realidade nas companhias de impressão pelo mundo e o que a próxima edição reserva em termos de transformações tecnológicas. A palestra será conduzida por Markus Heering (diretor da VDMA Printing and Paper Technology Association). O segundo conteúdo do dia será um painel sobre “Sustentabilidade no futuro da indústria gráfica”. Com décadas de atuação em comunicação gráfica, Tânia Galluzzi, jornalista responsável pela revista de Tecnologia Gráfica e criadora do podcast Ondas Impressas, vai conversar com convidados do setor. Entre eles, Wilson Paduan, diretor de Manufatura, Engenharia e Manutenção da gráfica Antilhas e um conhecedor dos novos conceitos de sustentabilidade, e Jose Alberto Peredo Arenas, Coordenador P&D, Inovação e Desenvolvimento de embalagens para todas as marcas do Grupo Boticário. Para encerrar o segundo dia do congresso mais um nome internacional de peso: o consultor Rainer Prosi fala de “Perspectivas de automação e IA fluxos de trabalho - produção gráfica inteligente” um conteúdo para o empresário que sabe que o novo


mundo conta com processos cada vez mais automatizados. Prosi é um dos responsáveis por moldar o pensamento de pré-impressão como ele é hoje. DIA 3

O terceiro dia terá início com mais insights transformadores com a palestra “Como preparar a empresa para uma cultura de inovação”, que será ministrada por Fábio Carucci Figliolino, diretor da Ekove e um especialista em inovação e sustentabilidade. Em seguida, o alemão Ulrich Wolzenburg vai tratar do tema “Digitalização em pequenas e médias empresas”, mostrando que novos conceitos e tecnologias não estão restritos apenas aos grandes grupos e sim acessíveis a todos os portes de empresas, bastando saber como adaptar cada conceito a diferentes realidades.

Para a última palestra da quarta edição do Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica, o tema será “Impressão funcional e sustentabilidade”, com a cientista, investigadora e professora catedrática portuguesa Elvira Fortunato, e com o também cientista e professor angolano Rodrigo Martins, mestre em Materiais Semicondutores. O casal é mundialmente conhecido por suas descobertas científicas, como o desenvolvimento do primeiro transístor com papel. O Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica é uma parceria ABTG e APS Eventos Corporativos. Pela primeira vez online, conta com patrocínio institucional da Afeigraf, Fedrigoni e Papirus. Informações sobre inscrição e detalhes da programação estão disponíveis no site do Congresso de Tecnologia Gráfica. Clique aqui para saber mais sobre o Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica

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ENTREVISTA Tânia Galluzzi

“É preciso ter a visão exata de onde se quer chegar com a inovação”

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ilson Andrade Paduan é o homem certo no lugar certo. Engenheiro químico e técnico gráfico especializado em rotogravura e flexografia, deu aula sobre as duas áreas nas Faculdades Oswaldo Cruz e na Escola Senai Theobaldo De Nigris. Entusiasta da inovação, Paduan foi gerente industrial na Antilhas de 1995 a 1998, atuou como consultor por quase 10 anos, voltando à empresa em 2015 para assumir a diretoria de Manufatura, Engenharia e Manutenção. Ex-sócio e diretor técnico da Saturno Tintas, mantém atualmente a sociedade na TechnoSolutions, voltada ao desenvolvimento de tecnologias e propriedades intelectuais. Nesta entrevista, Paduan conta como a criatividade pode ser incentivada, riscos que valem à pena ser corridos para que a inovação aconteça e sobre o desenvolvimento, em parceria com a Brasken, da embalagem stand-up pouch monomaterial. Paduan, vamos começar pela trajetória de inovação da Antilhas. A empresa foi criada em 1989 e três anos depois despontou como uma gráfica inovadora ao implantar o just in time no fornecimento de sacolas, principalmente para redes de franquia. Ainda na década de 1990, quando eu entrevistei o Valter Baptista, egresso do setor automotivo e que decidiu empreender na indústria gráfica, a Antilhas já era considerada um case. Eu me lembro o quanto a visão dele me impressionou. Ele conseguia transmitir o desejo de mudar, a possibilidade de fazer diferente.

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Do ponto de vista da inovação, você acha que o exemplo é fundamental? Para que uma empresa inove, a liderança tem de ter esse viés? O Valter sempre teve esse olhar externo, do todo, muito antes de virar moda a expressão “pensar fora da caixa”. Mas eu não diria que é o exemplo e sim a convicção. Para que uma empresa seja inovadora tem de haver um convencimento, um comprometimento muito grande da alta direção. Como você citou, a primeira grande inovação da Antilhas foi na forma de vender, não foi no produto propriamente dito. Depois, inovamos em 1995 ao trazer o UV em linha em flexografia, para oferecer embalagens diferenciadas para o mercado da moda, de cosmético. E por que esse comprometimento tem de vir da alta direção? Por que exige investimento? O investimento é relativo. Quando você para uma máquina para fazer testes, um equipamento na casa de R$ 6 milhões, essa parada não custa menos do que R$ 500 a hora, somando depreciação, mão de obra e outros custos. Parar uma máquina por seis, sete horas, pode significar um investimento de R$ 4 mil, R$ 5 mil só de hora/máquina. Dificilmente uma empresa montada para ser altamente eficiente, na qual estuda-se o fluxo de entrada e saída para se alcançar o melhor OEE [Overall Equipment Effectiveness], trabalhando praticamente sem ociosidade para se pagar rapidinho, terá facilidade para liberar horas incertas para testes e novos desenvolvimentos. Se não há uma convicção muito grande de que o futuro está na inovação, o processo não acontece.


Além disso, inovação é algo muito amplo. Podemos inovar até em atitudes. Nesses últimos cinco anos, mudamos a mentalidade dentro da Antilhas e nossos números melhoraram muito. A inovação cabe em qualquer parte do desenvolvimento industrial. Pode ser de pequeno custo e alto impacto nos resultados, mas de grande dificuldade de implantação. Hoje, temos na Antilhas sete ou oito inovações de grande monta que estão em evolução e que vão colocar produtos totalmente novos no mercado, todos com a pegada da sustentabilidade. A Antilhas se caracteriza por uma crença de que precisamos fazer algo antes que seja tarde demais para o planeta. Um exemplo disso é o lançamento recente de uma máscara de papel que realmente protege as pessoas do coronavírus, com custo acessível, em contraponto ao que estamos vendo com relação ao descarte inadequado das máscaras derivadas de polipropileno, que é o tecido-não-tecido, ou de poliéster. Essa foi uma iniciativa do Bruno Baptista, nosso diretor geral, filho do Valter. Mas é preciso ter a visão exata de onde se quer chegar com a inovação. Se não corremos o risco de ficar só no falatório, sem resultados práticos.

Para que uma empresa seja inovadora tem de haver um convencimento, um comprometimento muito grande da alta direção. Como incentivar a inovação? Existe um trabalho dentro da Antilhas para incentivar as pessoas a pensarem “fora da caixa”? A inovação, no que tange a processos e produtos, deve ser incentivada, mas as etapas têm de ser respeitadas. Inovação sem critério vira bagunça. A Antilhas tem quase mil funcionários. Se os mil quiserem inovar todo o dia não sei o que aconteceria. Voltando a sua pergunta, é possível sim incentivar as pessoas a serem criativas. A Antilhas tem inclusive um prêmio para os que trazem novas soluções. É pequeno, mas é um reconhecimento. E uma vez por ano, entre todos os concedidos, destacamos os mais relevantes, que recebem um prêmio adicional, mostrando o compromisso da empresa com a inovação. É interessante como isso vai crescendo, as pessoas se espelhando umas nas outras.

Um exemplo simples. Precisávamos de um cristal de quartzo para um equipamento, componente que custava uma fortuna. No final de semana, um funcionário foi a uma pequena joalheria perto da casa dele, conseguiu o cristal, que funcionou perfeitamente por um centésimo do valor do original. Hoje contamos a centenas os prêmios Valeu Antilheiro. Se você pudesse dar uma dica para um gestor de uma pequena ou média gráfica que sabe que precisa inovar, o que você diria? Como começar a incentivar a equipe a ser criativa? O grande erro é a direção da empresa colocar a inovação nos ombros dos funcionários, como se isso fosse obrigação deles. Se o empresário não tiver interiorizado a necessidade de inovar, ou se propuser a isso, porém sem controlar o processo, nada vai dar certo, porque essa atividade tem de ser sistematizada. Outro aspecto. Muita gente quer inovar, mas não está disposta a fornecer recursos para que isso aconteça. Nós adaptamos máquinas inteiras dentro da Antilhas. E muitas vezes não sabemos como o equipamento vai se comportar depois de ajustado. É preciso conviver com esse risco. Você está dizendo que não basta o dono da empresa ficar falando sobre inovação aos quatro ventos? Falar ele pode falar, não faz mal. O problema acontece quando ele quer obrigar os funcionários a serem inovadores sem ter a justa medida do que tem de ser acertado na estrutura da empresa para tornar o ambiente inovador. É responsabilidade da direção criar metodologias para que os desenvolvimentos aconteçam de forma regrada, priorizando a alocação de recursos humanos, financeiros e tecnológicos. Estamos caminhando, como falei, com sete ou oito projetos, mas no nosso estacionamento de ideias temos mais de 40. Se eu tentasse fazer tudo ao mesmo tempo nada sairia do papel. Não é preciso ter um colaborador que se dedique exclusivamente a inovação, mas ter alguém que cuide dos fluxos, dos cronogramas dos projetos, já ajuda bastante. O gestor em si não precisa ser inovador, mas ele tem de criar as condições para que o fluxo da inovação aconteça, inclusive estando pronto para lidar com a resistência que sempre acontece quando se propõe algo novo. Você comentou que há cinco anos mudaram a cultura da empresa. O que foi feito? A Antilhas sempre investiu muito em pessoas. Temos caminhado no sentido da meritocracia e dosar VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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isso entre as várias áreas da companhia dá trabalho, uma vez que se trata de avaliações subjetivas. E aí, mais uma vez, entra a direção para servir de fiel da balança, estabelecendo os parâmetros de avaliação. Do contrário, ao se optar pela meritocracia, corre-se o risco de gerar injustiças. Neste ponto entram os valores da empresa. A inovação só acontece quando os valores da companhia são sabidos e praticados por todos. Um colaborador criativo, que apresenta boas ideias e não é reconhecido, ficará desestimulado. Criar cultura de valor, com um norte verdadeiro, que é a base de tudo, é fundamental. Estamos trabalhando há cinco anos no empoderamento dos funcionários, desde o operador-ajudante até o diretor geral, alimentando a cultura da inovação dentro de critérios pré-estabelecidos. Em quais áreas caminham esses projetos inovadores? Tivemos um período de aprendizado acelerado durante a pandemia. Vocês tiraram alguma lição de tudo o que aconteceu nos últimos meses? Quase todos os projetos estão relacionados à sustentabilidade, tanto no sentido de agregar valores já percebidos pelos clientes, quanto apresentando algo novo.

Com relação à covid-19, eu fico até emocionado ao falar. Tivemos total apoio dos funcionários, que entenderam o momento que a empresa passava, assim como a direção abraçou as necessidades dos funcionários. Nós reduzimos em 50% a jornada, mas complementamos toda a diferença salarial que excedesse 25%. A gente percebe a gratidão dos funcionários. Quando a volta foi possível, eles estavam felizes em retornar à empresa, valorizando ainda mais o emprego. Foram três meses em casa e no final do segundo mês muitos já estavam querendo voltar, porém não podiam em função do acordo com o sindicato. Como todas as empresas, a Antilhas sofreu, mas tivemos a grata surpresa de perceber o comprometimento de todos. A visão que a Antilhas tem dos colaboradores e eles da empresa só melhorou durante a pandemia. Temos pouco mais de 970 funcionários e dispensamos apenas aqueles que haviam sido contratados recentemente em função de um aumento de demanda previsto para 2020 que não aconteceu. Agora a empresa está a pleno vapor? Sim. Este segundo semestre está um pouco abaixo do que era previsto, mas em linha com os resultados do mesmo período do ano passado.

INOVAÇÃO QUE VIRA VALOR NA GÔNDOLA DO SUPERMERCADO Como nasceu o projeto da embalagem stand-up pouch1 monomaterial, criada pela Antilhas em parceria com a Braskem, que favorece o processo cíclico de reciclagem, cujo protótipo foi lançado no ano passado? Tudo começou com a nossa patente da tinta para cura Electron Beam, EB2. Depois de o material impresso, a fabricação das embalagens stand-up pouch em si exige um processo de solda muito intenso, demandando um material externo bastante resistente para aguentar não só a tração quanto a alta temperatura. Para gerar essa resistência, uma das combinações possíveis é polietileno + poliéster. Outras camadas podem ser adicionadas, como BOPP e alumínio em folha, de acordo com a necessidade do produto. 1  Embalagem em plástico flexível que se sustenta verticalmente. 2  Sistema de impressão flexográfica com cura por feixes de elétrons (electron beam, EB). Na Antilhas, o sistema utiliza a tinta EasyRad, desenvolvida e patenteada pela TechnoSolutions, empresa do grupo Antilhas.

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Nosso desafio era conseguir usar o polietileno (PE) puro, tornando-o capaz de resistir à solda e à tração longitudinal que acontece na linha de produção, seja numa formadora-seladora (FS), quanto numa formadora-envasadora-seladora (FFS), que forma, envasa e sela a embalagem. Precisávamos de algo que compensasse a característica do poliéster, que deixa passar a temperatura necessária para fundir o polietileno que está embaixo para realizar a solda, ao mesmo tempo que resiste à tração. E é aí que entram as características do processo EB . O resultado desejado foi alcançado com a soma das características da tinta EB mais o que a cura EB provoca no polietileno. De um lado tenho a tinta EB , termofixa. Ela não funde em nenhuma temperatura, carbonizando antes de fundir. Porém, por mais resistente que seja a tinta, com camadas de 1, 2 micra, ela não é capaz de formar um filme que resista à tração, sendo apenas capaz de cumprir o outro papel do poliéster, que é, na interface entre o mordente e o


filme de polietileno, não permitir que haja sujidade no mordente por fusão do polietileno. Aqui entra a outra ação da cura EB . O processo provoca mudanças estruturais no PE , polimerizando-o e aumentando a sua temperatura de fusão, elevando a resistência térmica do material e aumentando a resistência à tração. Assim, não só a tinta e o verniz EB são importantes, o que o Electron Beam provoca na estrutura do PE também é. A Antilhas já vinha pesquisando isso antes do trabalho com a Brasken? Como se deu essa parceria? Como nós temos a patente do EB , procuramos segmentos nos quais as suas propriedades façam sentido. Estudando o mercado de stand-up pouch, percebemos uma oportunidade. Como já conhecíamos as mudanças estruturais que o EB provoca nos diversos materiais, vimos que elas eram compatíveis com a necessidade da estrutura monocamada de stand-up pouch. O encontro com a Brasken se deu numa feira e a companhia entrou com todo o conhecimento em materiais plásticos. Com o apoio dos laboratórios da Brasken pudemos avançar, sobretudo nos testes de reciclabilidade. Nesses testes tivemos uma agradável surpresa. Constatamos, numa comparação entre duas embalagens monomaterial, uma laminada e a nossa co-extrusada, que o nosso produto não gerou nenhum entupimento nos filtros da máquina recicladora, enquanto a laminada obrigava paradas constantes para limpeza dos filtros. Nesse processo, a tinta EB vai trincando, se transformando em minúsculos pedaços. Como o material é termofixo, não degrada na temperatura de fusão do polietileno, ele acaba sendo envolvido pela massa do PE , permanecendo ali como um elemento inerte. Já é uma gigantesca evolução sair de uma embalagem que é poliéster + PE , para uma embalagem PE , ainda que laminada. Ela é totalmente reciclável, apesar do inconveniente do adesivo tornar o processo de reciclagem mais lento. Melhor ainda sendo monocamada, com as camadas de PE grudadas por extrusão e não por laminação. Mas tudo depende das necessidades da aplicação final. O terceiro elemento dessa história é a máquina formadora do pouch. Não dá para imaginar que alguém vai trocar um sistema que usa PE + poliéster por um material só PE sem nenhum ajuste, sobretudo nos equipamentos mais antigos.

Por isso, nos últimos seis meses, o grande esforço foi no sentido de identificar as máquinas que davam os melhores resultados no uso do puro PE , tanto nos sistemas que estão nos nossos clientes, as FFS , quanto nas empresas que podem realizar essa etapa do processo produtivo, entregando as embalagens pré-formadas. Estamos agora caminhando com isso, inclusive enviando material para fora do Brasil para ser testado nos fabricantes dos sistemas FFS , com resultados muito promissores. A embalagem continua em desenvolvimento? Esse é o tipo de embalagem que está sempre em desenvolvimento, porque para cada cliente é uma necessidade diferente. Algum cliente já está utilizando essa embalagem? Estamos nas primeiras entregas para três ou quatro clientes que começam a fazer os ajustes nas máquinas deles. Estruturalmente o produto está pronto. Os clientes que estão participando dessa fase atual são da área alimentícia? Temos do setor alimentício, mas principalmente de higiene e limpeza, com menos requisitos de barreira. Você citou a patente da Antilhas na tecnologia Electron Beam. Essa patente refere-se à tinta? Temos uma patente múltipla, englobando alguns equipamentos de impressão em flexografia com cura EB e a tinta. A mais relevante é a do processo em si, no qual a tinta se torna um gel. Atualmente existem no mercado três processos de impressão flexográfica com secagem EB . Cada um com seus benefícios e desafios e é preciso buscar mercados, pois trata-se de uma tinta mais cara. No nosso caso, fizemos um esforço muito grande para que a tinta compense a diferença de custo com a sua diferença de força, chegando a um equilíbrio entre custo e benefício. Por que pagar mais caro e investir R$ 2 milhões num equipamento? Aqui entra a embalagem stand-up pouch, a impressão externa monocamada, com todos os efeitos especiais possíveis e imagináveis, fosco, brilho, textura, resistência à água, óleo, solventes, atrito. Buscamos nichos nos quais o processo EB faça sentido econômico. VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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TWO SIDES

Papel é eficaz e necessário

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esde 2014, a campanha Two Sides Brasil vem se dedicando a esclarecer os vários enganos sobre os impactos ambientais do papel, cartão e papelão, demonstrando que esses materiais são muito amigáveis ao meio ambiente e podem se adequar facilmente ao conceito de economia circular, que busca conciliar desenvolvimento socioeconômico com preservação ambiental. Mas a campanha também busca divulgar amplamente que os impressos são eficazes e podem continuar ajudando muito as empresas a melhorar seus resultados. PAPEL INSPIRA MAIS CONFIANÇA

As revistas e os jornais impressos vêm sofrendo um grande impacto negativo em suas vendas em consequência da pandemia. Isso representa uma grande perda para a sociedade. É fato que a comunicação via internet é muito rápida e barata e tem potencial para chegar a qualquer lugar. Há ótimos canais informativos online, com bons conteúdos e confiáveis. Infelizmente, junto com essas informações seguras, as mídias sociais descarregam uma avalanche descomunal de fake news e conteúdo de baixíssima qualidade, produzidos por pessoas ignorantes ou mesmo mal intencionadas. Nesse cenário, os veículos de comunicação tradicionais se mostram muito mais confiáveis porque mantêm equipes de profissionais experientes em levantamento e checagem de informações. A mídia impressa, em particular, inspira ainda mais confiança – sua materialidade sugere que a informação é também menos volátil. Esse sentimento, por parte do público em geral, tem sido verificado por diferentes pesquisas, em diversos países. A maior confiança nas informações impressas também se estende à comunicação publicitária. Já aprendemos com a crise anterior, da qual nem chegamos a sair direito, que os atores econômicos tendem a optar pelas mídias eletrônicas para promover seus produtos e serviços, acreditando que o pequeno investimento que essas mídias demandam é uma vantagem concreta. Na crise atual, decorrente da pandemia, essa atitude deve ser novamente esperada. 16 TECNOLOGIA GRÁFICA

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No entanto, quando se trata de comunicação publicitária, caro ou barato depende dos resultados. Aliás, essa lógica se aplica a todo tipo de investimento. O relevante não é o total aplicado, mas o retorno por Real investido. Pesquisas mostram que os impressos promocionais, se bem feitos, bem desenhados, direcionados corretamente ao público desejado, dão muito mais retorno que as mídias eletrônicas. As pesquisas também mostram que o mix de mídia que inclui os impressos sempre dá mais resultado. PAPEL É EFICAZ E NECESSÁRIO NA APRENDIZAGEM

O ensino já vinha aproveitando bastante as mídias eletrônicas como ferramentas muito úteis para melhorar o aprendizado, em todos os níveis. Com a pandemia, todas as atividades online tiveram um impulso explosivo. No entanto, é um engano supor que esses recursos podem substituir plenamente os materiais didáticos impressos. Livros didáticos continuam sendo imprescindíveis. Vários estudos têm confirmado que a leitura a partir da mídia impressa é muito mais eficaz para a compreensão e memorização de conteúdo do que a leitura em telas. Quem lê muito, aproveita todas as plataformas disponíveis - papel, telas (principalmente de smartphones) e audiolivros que, aliás, estão em franco crescimento. No entanto, fatos e números demonstram que, no mundo inteiro, os leitores continuam preferindo o livro impresso ao digital. O mercado reflete essa preferência, uma vez que a participação dos digitais vem diminuindo em relação aos físicos. CELULOSE E PAPÉIS PARA USOS SANITÁRIOS

A pandemia da covid-19 nos lembrou, da maneira mais dramática, a importância dos hábitos de higiene para a saúde individual e coletiva. Uma atitude simples, como lavar as mãos regularmente, tornou-se uma das principais estratégias para salvar vidas. Todos temos aprendido a maneira correta de fazê-lo, de modo a garantir a eliminação quase total dos micróbios.


Mas lavar bem as mãos ainda não é suficiente. O método de secá-las após a lavagem também é muito importante. Pesquisas demonstram que o uso de toalhas de papel descartáveis é a melhor opção em termos de higiene e que os secadores de ar quente não são tão eficazes na remoção dos micróbios que porventura tenham ficado nas mãos após a lavagem. Outras pesquisas mostram que secadores de ar quente dispersam microrganismos no ambiente. Muitos outros produtos de higiene vêm da celulose ou utilizam essa matéria-prima parcialmente: papel higiênico, lenços de papel, absorventes íntimos e fraldas descartáveis, por exemplo. Ela é matéria-prima para a fabricação de máscaras cirúrgicas, roupas e colchões. Alguns desses itens nem são classificados como papel, mas todos têm, em comum, a origem renovável. As fraldas descartáveis são uma questão à parte. Além da celulose, elas são constituídas de vários outros materiais, principalmente plásticos, que não se decompõem com a mesma facilidade. É um problema para o qual se busca uma solução economicamente viável. Na Europa já existem algumas usinas para reciclagem de fraldas. Após um processamento que inclui sua lavagem, elas se tornam matéria-prima para a produção de outros objetos, como telhas, por exemplo. No Brasil, a empresa de reciclagem Boomera desenvolveu uma tecnologia de reciclagem de fraldas que está em operação desde 2017. Enquanto isso, alguns fabricantes vêm investindo no projeto de fraldas totalmente biodegradáveis, com o uso de bioplásticos, que podem se decompor em poucos anos, ao invés de séculos.

fossem adequadamente embalados. Havendo mais bens em boas condições à disposição, mais baratos eles serão e mais acessíveis às populações de baixa renda. Então, não é boa ideia eliminar as embalagens e isso nem seria viável. O que deve ser feito é produzir embalagens que tenham o menor impacto ambiental. A embalagem ideal deve ser produzida a partir de matéria-prima renovável, deve ser biodegradável, reciclável e, se possível, contribuir para mitigar o aquecimento global. As embalagens de papel, cartão e papelão atendem a todos esses critérios. No entanto, os designers e fabricantes devem se preocupar com outros materiais que podem ser acoplados a esses, tais como tintas, vernizes, colas e laminações. Tais agregados podem, eventualmente, reduzir a reciclabilidade das embalagens celulósicas ou dificultar sua compostagem em aterros. Apesar disso, mesmo no estágio atual do design e das tecnologias de fabricação, as embalagens celulósicas já alcançam 77% de reciclagem no Brasil, segundo a Associação Nacional dos Aparistas, Anap. Embora papel, cartão e papelão sejam produtos altamente sustentáveis, nenhum recurso deve ser desperdiçado. Utilize só o que for necessário. Papel usado não é lixo! Recicle!

MANOEL MANTEIGAS DE OLIVEIRA é diretor técnico de Two Sides Brasil.

A EMBALAGEM DE CARTÃO E O MEIO AMBIENTE

O fato de não consumirmos as embalagens, mas sim os produtos nelas contidos, leva muitos a crer que elas são inúteis e que poderiam ser dispensadas. No entanto, a maior parte das embalagens nos ajuda a aproveitar melhor os recursos naturais, evita desperdícios e melhora a distribuição de riquezas. Proteger alimentos e outros produtos reduz as perdas desses itens. Muito mais alimentos e outros bens seriam descartados e desperdiçados se não VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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CONSERVAÇÃO

Cristina Sanches

Cuidados ao manusear bens patrimoniais para evitar a contaminação pela covid-19

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stamos enfrentando uma nova doença, situação que está afetando todos os aspectos de nossas vidas. Aprendemos a cada dia, e não é diferente para quem se dedica a conservação de documentos e objetos. Tudo é novo, porém já contamos com recomendações de instituições nacionais e internacionais que se preocupam com a preservação de acervos em patrimônios culturais. E, pior do que a falta de informação é a desinformação causada pelas notícias falsas, fake news que podem prejudicar o entendimento. Entre as publicações realizadas pela Organização Mundial da Saúde, OMS , sobre a contaminação do novo coronavírus, uma fala especificamente sobre a contaminação das superfícies dos objetos através do toque, espirro ou tosse de um indivíduo doente. Tais objetos, como livros, revistas e outros itens, ficarão contaminados, podendo ser condutores do espalhamento da doença. Devido ao tempo de cinco ou seis meses de existência do vírus, alguns estudos mencionam o manuseio e o transporte de vírus nos materiais. Segundo o estudo relatado pelo Journal Hospital Infection, da UCLA e Princeton University, os pesquisadores fizeram uma relação sobre dois vírus semelhantes, o SARS -CoV (2002) e o MERS -CoV (2003), e o SARS -CoV 2, que causa a covid-19. O estudo afirma que o vírus pode persistir em superfícies por dias. Definiu-se que o vírus é detectável em metais por três horas, o cobre por quatro horas, papelão por 24 horas, plásticos e aço por dois ou três dias.

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O vírus é microscópico e é muito fácil uma pessoa se contaminar ao transportá-lo para os olhos, nariz e boca. Por isso, os equipamentos de proteção individual, EPI, devem ser usados para minimizar os casos. Seu uso deverá seguir as normas regulamentadoras da ABNT do uso de equipamentos de proteção individual NR 6, NR 32 e a NR 3698. Eles impedem que toquemos o rosto a todo o momento. Outro fator de proteção é a adoção das medidas sanitárias de limpeza das mãos com água e sabão ou álcool, a atitude mais eficaz até agora. A estrutura externa do vírus tem uma camada de gordura e o sabão quebra essa “carcaça”, tornando-a mais fina e fraca. Estamos diante desse “novo normal”. As bibliotecas, arquivos e museus estão em processo de reabertura e consultas e empréstimos serão realizados. E sabemos que as recomendações de restringir os espaços e o público é uma ferramenta eficaz para diminuir o avanço da propagação. Aí surge o dilema sobre a consulta em arquivos e bibliotecas, a possibilidade de empréstimos de bens patrimoniais. Seguem as recomendações para a área de preservação, conservação e restauro dos bens culturais: ◆ Não é recomendável passar nada sobre o livro ◆ Não usar produtos químicos como sabão e água, água sanitária, álcool, desinfetante líquido e outros. Eles não podem ser pulverizados nem passados com pano úmido sobre a superfície do livro ◆ Não expor ao sol Tais produtos irão prejudicar os livros e suas capas, podendo provocar manchas e ondulações.


Ilustração: Joel Lobo

O excesso de umidade pode gerar fungos ou ressecar e deixar resíduo. Se o objeto for deixado no Sol, será danificado pela exposição à luz ultravioleta, havendo a degradação das folhas e superfícies, deixando-as mais ressecadas e mais fáceis de apresentarem outros problemas não visíveis, mas acumulativos. Segundo o bioquímico chileno Yerko Quitral, os métodos de cuidado podem ser utilizados por equipes especializadas em preservação e conservação. Se utilizados, serão por processos de pulverização com produtos em concentrações específicas dentro de laboratórios, e os especialistas deverão estar com todos os EPIs para não se contaminarem. A recomendação para o recebimento dos livros e objetos que foram emprestados é deixá-los em quarentena, sem uso, em local distante dos outros, por pelo menos seis dias. Devido ao tempo da propagação do vírus no plástico e metal, o local onde serão depositados os livros deve ser identificado e cada volume armazenado com a data visível. Além disso, o espaço tem de ter delimitações entre espaço sujo e limpo. As medidas de segurança sanitária devem ser implantadas nos espaços para que haja consultas em bibliotecas, arquivos, museus e centros de memória. O trabalho deverá ser redobrado na limpeza e higienização do espaço físico.

Dois pontos interessantes no material pesquisado para este artigo: a quebra na confiança entre a biblioteca e o consulente, pois se nenhuma medida for tomada a pessoa poderá não querer mais visitar a biblioteca; e o impacto na saúde. CRISTINA SANCHES MORAIS é instrutora de preservação, conservação e restauro de acervos sobre papel. Responsável técnica pelo Laboratório de Conservação e restauro da Escola Senai Theobaldo De Nigris.

REFERÊNCIAS

http://apoyonline.org/new-covid-19-updates https://americanlibrariesmagazine.org/blogs/the-scoop/how-to-sanitize-collections-covid-19/ ◆ https://www.nih.gov/news-events/news-releases/new-coronavirus-stable-hours-surfaces ◆ http://www.icom.org.br/wp-content/uploads/2020/04/RECOMENDACOES_CONSERVACAO_15_ABRIL_FINAL-1.pdf ◆ Normas ABNT NR6, NR32 e NR3698 ◆ Quitral, Y. (2020). “Bioseguridad y Conservación de bienes patrimoniales frente a COVID-19, fundamentos y experiencias en Latinoamérica.” from sicp.cl. ◆ ◆

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SPINDRIFT

A HP Indigo vai à Drupa (só que não)

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uando a Indigo estava quase fora do jogo, a HP assumiu a empresa, talvez não entendendo completamente a extensão do risco daquela compra. Mas, ao longo dos anos, a aposta se mostrou mais do que válida e, hoje, as impressoras digitais HP Indigo produzem a maior parte das páginas coloridas impressas digitalmente em todo o mundo. Desde a introdução de impressoras no formato B2, na última Drupa, a HP Indigo instalou mais de 1000 máquinas em 66 países e, juntas, são responsáveis por 95% das folhas digitais B2 impressas. Embora a impressão esteja em declínio há muito tempo, observando os dados de impressão no mercado gráfico, o retorno do investimento da impressão pode ser substancial. Portanto, o jogo ainda não acabou. IMPRESSORAS PARA TRABALHOS PROMOCIONAIS O nicho da HP Indigo é, há muitos anos, o setor de

novidades deveriam ser apresentados na Drupa 2020 antes que ela fosse cancelada. A HP Indigo desenvolveu duas impressoras B2 Series V: uma para trabalhos especiais e outra para trabalhos intensos e ininterruptos; os clientes podem encomendar com confiança desde já qualquer um dos dois modelos, pois estão em testes beta desde o segundo semestre do ano passado. A HP Indigo quer ajudar os clientes a lidar com a escassez de habilidades que o setor enfrenta. Os clientes desejam mais ferramentas de automação e gerenciamento de qualidade em todos os pontos da cadeia de suprimentos; assim sendo, a HP Indigo está posicionando sua tecnologia Série V mais como uma plataforma de produção de mídia do que apenas uma impressora. As impressoras da série V são 30% mais rápidas que as da série IV, funcionando a 180 metros por minuto (6.000 folhas por hora) e apresentam outras melhorias.

impressão comercial. A fim de incrementar sua presença nesse setor estão sendo introduzidas novas adições ao portfólio, baseadas na nova plataforma da Série V. Os novos modelos de máquinas e outras

BRILHANTES A HP Indigo 15K é uma impressora de 1600 dpi, formato B2, baseada na HP Indigo 12.000, da série IV. As

A Indigo 15K adiciona à plataforma HP 12.000 mais produtividade e certificação G7.

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Essa fera foi projetada para funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana e é o mais próximo que o HP Indigo chegou a um dispositivo que soa como uma impressora offset.

melhorias incluem maior variedade de aplicativos, melhor qualidade de impressão e maior automação, tanto na própria impressora quanto nos softwares de gerenciamento e controle de fluxo de trabalho. A 180 metros por minuto (m/m), a HP 15K trabalha até 30% mais rápida que a Indigo 12.000, imprimindo 6.000 folhas por hora. A gama de aplicativos agora é mais ampla, com o aumento das opções de mídia (até 600 mícron) e maior variedade de tintas disponíveis. O dispositivo vem com certificação G7, inclui software de reticulação HDFM e imprime cores funcionais como branco premium, amarelo invisível e cores fluorescentes. Os usuários de máquinas HP Indigo 12.000 podem atualizar para a 15K “para atender às demandas de alta qualidade”, de acordo com o ex-gerente geral da HP Indigo, Alon Bar-Shany. NASCIDA PARA VOAR A HP Indigo 100K é uma impressora B2 de quatro

cores que “nasceu para voar” e até tem o som de uma impressora offset, graças à nova tecnologia de pinças. É baseada na plataforma da Série V e, como a 15K, imprime até 6.000 folhas por hora, usa cinco gavetas de entrada e é até 50% mais produtiva que a tecnologia da geração anterior. A 100K foi projetada para impressão ininterrupta, 24 horas por dia, 7 dias por semana, como o coração de um sistema totalmente de trocas automáticas de substrato automatizado, com várias unidades de alimentação, calibração de cores usando o X-Rite ILS18 para medições M1 durante a execução, um conjunto de ferramentas de automação e suporte completo ao processo via nuvem. A HP Indigo mudou a arquitetura das impressoras para operação 24 horas por dia, 7 dias por semana, com controle da entrada à saída, permitindo que um único operador comande duas impressoras em vez de somente uma. A tecnologia foi projetada para clientes de alto volume e

dependentes da velocidade de impressoras offset, mas com necessidade de qualidade e outros benefícios da impressão digital em cores, que eles podem integrar num um sistema de fluxo de trabalho já estabelecido “para penetrar no mundo offset”. NO TERRITÓRIO DAS COPIADORAS A HP Indigo também está indo atrás do espaço A3,

imaginando que máquinas como a Xerox Iridesse, a imagePRESS C10000VP, da Canon, a Pro C9200, da Ricoh, e a AccurioPress C14000, da Konica Minolta, não são suficientemente robustas e produtivas para as aplicações dos seus clientes atuais. Existem duas novas impressoras A3 baseadas na tecnologia 7900 da Series III . Como a HP 7900, a nova 7K formato SRA 3 poderá imprimir prata e branco, embora não ao mesmo tempo. A 7K é voltada para trabalhos de alto volume e alta qualidade com uma gama mais ampla de tintas e suporte de mídia do que a 7900. E possui uma opção para impressão por transferência de calor para têxteis. A HP Indigo 7eco é um modelo básico que imprime quatro cores com uma quinta estação opcional para prata ou branco e é vendida com o slogan “Minha primeira Indigo”. A 7r é uma versão recondicionada, de nível de entrada. O PRINT OS

Desde sua introdução, na Drupa de 2016, o Print OS cresceu para oferecer suporte a cerca de 12.000 clientes em todo o mundo, incluindo usuários do HP Indigo, Latex e impressoras 3D. Eles usam diariamente ferramentas de impressão do Print OS baseadas na nuvem, uma das quais é o SiteFlow. Esse software de gerenciamento de fluxo de trabalho é baseado no OneFlow, desenvolvido pela Precision Printing no Reino Unido, e agora existem 82 clientes de impressoras operando em 30 países. Mais de 500 aplicativos são executados VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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na rede de suporte do Print OS , e a HP Indigo está lançando o Print OS Marketplace, um sistema de suporte baseado em IA para ajudar os clientes a imprimir mais páginas por meio de tutoriais, ferramentas e informações semelhantes. RÓTULOS& EMBALAGENS

Segundo o ex-homem forte da HP Indigo, o mercado de etiquetas e embalagens é “maior que o setor de impressão comercial”. Atualmente, a HP está abordando esse nicho de impressão com duas alternativas diversificadas: uma é o jato de tinta térmico, usado nas impressoras PageWide para aplicativos de papelão ondulado, e a outra é a tecnologia HP Indigo, para todo o resto. Bar-Shany disse que 5 a 6% das etiquetas principais do mundo são impressas em impressoras HP Indigo. Os convertedores estão tendo que se adaptar a um mercado mais fragmentado, em que os prazos de execução e os cronogramas de produção são mais curtos, as preocupações com a segurança aumentam e os consumidores querem mais diversidade em produtos e opções de embalagem, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade. Ele afirma que na última Drupa o vilão ambiental era o papel e agora o reinado maligno está com o plástico, por isso é compreensível que convertedores e marcas enfrentem uma incerteza considerável. A ambição de campanhas como a do chocolate Hershey, que usou designs variáveis disponíveis ​​ para “ela” no Dia Internacional da Mulher, traz dados variáveis ​​e design variável para o mix, proporcionando

ainda mais complexidade no manuseio de dados e no planejamento da produção. A HP Indigo quer escalar sua tecnologia para aumentar a automação do fluxo de trabalho, bem como a sustentabilidade e o controle de cores. Essa é uma abordagem holística para obter dados para a página, principalmente dados de cores. SPOTMASTER

SpotMaster é uma nova ferramenta de dados para combinar cores especiais numa margem de 1 ΔE (diferença de cor) em três minutos, economizando três metros de material de acerto. Ele usa os valores de LAB no arquivo de dados derivados do software Color Engine, da Esko. A tecnologia inclui o rastreamento da precisão das cores usando um espectrofotômetro em linha e relatórios. Essa tecnologia será incorporada a todas as novas impressoras de rótulos e etiquetas. Faz parte do conjunto de ferramentas da HP Indigo para os mercados asiáticos e a indústria farmacêutica para combater falsificações, especialmente em embalagens. A Indigo 6K é uma impressora baseada na 6900, da Série III , com a tecnologia SpotMaster adicionada. A HP Indigo está trabalhando com a Agfa em medidas adicionais de combate ao crime no sistema HP Indigo Secure. Isso inclui proteção em várias camadas usando design, microimpressão, tintas, dados variáveis e substratos. A tecnologia é retro compatível com a Indigo 6900. A nova impressora de etiquetas 8K substitui a HP Indigo 8000 e traz 25% mais produtividade. Está posicionada para usuários atuais de tecnologia flexográfica banda estreita. IMPRESSÃO EM SUBSTRATOS FLEXÍVEIS A HP Indigo instalou mais de 200 impressoras HP Indigo 20.000 para embalagens flexíveis. A nova HP

Indigo 25K, com SpotMaster, reduz o desperdício em 95% e pode ser integrada a outras tecnologias, como a laminadora Nordmeccanica e o fabricante de stand-up pouch Karlville. A impressora é o coração de uma “fábrica digital de stand-up pouchs”, produzindo pouchs recicláveis e compostáveis e está já disponível. IMPRESSÃO EM CARTÃO Aqui também a HP Indigo vê boas possibilidades.

A HP Indigo está apostando no mercado de rótulos e embalagens. Isso faz sentido, pois o setor continua sendo o único segmento da impressão que as comunicações on-line não podem substituir.

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A offset ainda domina o setor, mas nos últimos cinco anos mais de 100 impressoras HP Indigo B2 foram implantadas para essa aplicação.A impressora HP Indigo 35K possui um caminho de papel reprojetado, gerenciamento automatizado de cores


Esta é a primeira da plataforma HP Indigo Series VI. A V12 será introduzida primeiro para impressão de etiquetas e posteriormente para aplicações comerciais.

e outras tecnologias extraídas da HP Indigo 100K, como HD, SpotMaster e capacidade de imprimir em mais substratos. A HP Indigo 90K é alimentada por um rolo de cartão, e saem folhas no formato B1, alavancando o sistema da Indigo 20.000 com um revestidor e cortador em linha. Essa impressora também foi usada para aplicações de pôster e papel de parede e pode lidar com mídias com espessura de 40 a 550 mícrons. NO ASSENTO DO MOTORISTA

No total, existem oito máquinas para aplicações em embalagem. A HP Indigo pretendia mostrar pela primeira vez a sua linha na Drupa 2020, como a série V12. Essa plataforma, da Série VI , usa o que a HP Indigo está chamando de tecnologia LEP x . O primeiro modelo foi desenvolvido para o setor de impressão de etiquetas. A V12 imprime seis cores em 1600 dpi a 120 metros por minuto e pode imprimir até 12 cores. Ela usa o formato de etiqueta Indigo existente (largura de 340 mm com comprimento de repetição de 5,3 m) e, embora ainda use a ElectroInk como tinta e o sistema de imagem das plataformas existentes, a V12 tem uma arquitetura diferente. Possui seis cilindros fotossensíveis de transferência de imagens (em vez de um único cilindro de impressão central), configurada em um layout em V, com um scanner a laser, uma nova cabeça de gravação e uma nova cinta de blanqueta. Utilizando um revestidor em linha, ela imprime de filmes (até então não suportados) de 12 mícrons até placas de 450 mícrons.

Duas dessas novas máquinas deveriam estar em exibição na Drupa 2020 com acabamento e gerenciamento de cores integrados. Estima-se que a V12 seja cinco a seis vezes mais rápida que as tecnologias atuais da HP Indigo e ainda está sendo testada. Espera-se que esteja disponível comercialmente em 2022, primeiro para os rótulos. SUSTENTABILIDADE

A sustentabilidade é cada vez mais importante na agenda da HP Indigo. É uma pergunta respondida principalmente por reduções de resíduos e eficiência da produção. Melhorar o gerenciamento e a automação de cores estão no centro dessas novas impressoras, que em termos de arquitetura se parecem muito com as antigas. A exceção é a V12 e o LEP x, que marcarão a primeira mudança na tecnologia LEP por muitos anos. A infraestrutura de suporte que o Print OS Marketplace oferece será um fator decisivo para os provedores de serviços de impressão que entenderem que a indústria gráfica está agora no ramo de dados. Podemos esperar mais avanços desse tipo de todos os participantes do mercado, à medida que a mecânica e a física da impressão e o sucesso nesse mercado sejam percebidos como tendo no centro os dados e seu gerenciamento.

Tradução autorizada de texto publicado no site Spindrift em 2 de abril de 2020, publicação produzida pela Digital Dots, empresa de consultoria na área gráfica. VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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CULTURA GRÁFICA

Carlos Amorin

Uma viagem à história das Artes Gráficas Em frente à Catedral de Mainz fica um museu dedicado ao pai da impressão com tipos móveis, Johannes Gutenberg. Como trabalhava Gutenberg, como era a impressão naquela época? Esta invenção mudou o mundo e por isso o “Museu Mundial de Arte Gráfica” também fala sobre o desenvolvimento da escrita desde o cuneiforme até os dias atuais e sobre a história da mídia.

E

m julho de 2019, quando finalizei um curso de formação de professores em parceria com a Print Promotion, tive a chance de realizar um grande sonho. Visitar o Museu Gutenberg. Após uma rápida viagem de trem de Frankfurt para Mainz, pude avistar o majestoso prédio do museu. Bem no coração de Mainz, na Liebfrauenplatz, em frente à catedral, está o Gutenberg Museum, um dos mais antigos museus de história do livro, da impressão e da escrita no mundo. Fundado pelos cidadãos de Mainz em 1900, o Museu Mundial da Impressão convida a todos a explorarem, maravilharem-se e vivenciarem a cultura da escrita. Ele está a apenas algumas centenas de metros do local de origem da impressão de livros europeia, onde Johannes Gutenberg amadureceu a impressão de livros com letras móveis. Além das impressoras de séculos diferentes, os maiores tesouros do museu são as duas Bíblias de Gutenberg originais de meados do século XV. A oficina reconstruída de Gutenberg,

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à sensibilidade à luz - imersas em luz suave, as duas valiosas exposições são apresentadas com outros tesouros em um cofre. Dos testemunhos à cultura do livro antes de Gutenberg às impressoras dos séculos passados, passando pela arte da impressão na área cultural islâmica, pelo desenvolvimento da caligrafia e pela coleção de livros infantis exemplares: os tópicos relacionados com a escrita, impressão e livros apresentados são excepcionalmente diversos. O departamento de história da imprensa traça a trajetória do jornal e destaca as técnicas de impressão, bem como a transmissão de notícias. O Departamento do Leste Asiático demonstra as primeiras realizações da

que aproxima os visitantes da arte da impressão do século XV, também bastante é popular. Para os visitantes que desejam participar de uma visita guiada, o museu oferece um passeio de uma hora, no qual, além da demonstração na gráfica histórica, os visitantes recebem informações abrangentes sobre Johannes Gutenberg e veem a bíblia original no cofre do museu. Ao imergir nos ambientes, não pude deixar de me arrepiar ao sentir que estava tão próximo. Ver tudo aquilo foi o mesmo que viajar no tempo. Não sei vocês, mas eu entrei nesse mundo das artes gráficas por amor. Então, estar ali era como se eu visse e sentisse de onde veio tanto amor. Ao avistar a máquina, a primeira impressora, não pude conter, uma lágrima rolou. E ainda eu precisava registrar aquilo tudo. Rapidamente cliquei algumas fotos, com o celular, e pude guardar pra mim a imagem imponente do ícone que revolucionou o mundo.


Ilustração sobre o processo de impressão, mostrando Gutemberg e seus aprendizes Imperdível também é a oficina de impressão e laboratório de experimentação, a Print Shop, um local de facilitação educacional do Museu de Gutenberg. Como um jovem aprendiz, me vi inserido num espaço único para vivenciar projetos. Também tive a chance de vivenciar a história e as histórias sobre a impressão de perto e de forma pessoal, experimentando meu próprio roteiro e materiais de impressão que remontam o século XV. Turistas, designers, artistas, bem como impressores como eu, mergulhamos na “arte negra” da gráfica. Assim é chamada a preparação das matrizes tipográficas pela guia do museu. Várias letras de chumbo e madeira, prensas de alavanca seletora, impressoras de rotogravura e prensas de prova permitiram que eu e os demais visitantes pudéssemos experimentar e explorar criativamente. Incrivelmente, a Gráfica Histórica também está aberta para pedidos de impressão (cartões de visita, documentos, cartões de presente etc.), tudo feito a moda antiga.

A ideia do museu é ser um lugar que suporta vários formatos de eventos. Pasmem. De aniversários de crianças a programas de férias, permitem que crianças e adolescentes explorem o mundo da impressão, mantendo viva a arte gráfica. Não mais copiando textos, mas imprimindo-os, com letras de metal móveis e reutilizáveis: a invenção de Gutenberg tornou os livros acessíveis pela primeira vez e deu a uma parte mais ampla da população acesso à palavra escrita. Uma revolução que se repete hoje, cerca de 550 anos depois, quando nossa sociedade globalizada, da informação e da mídia, torna toda a informação, todo o conhecimento da humanidade disponível de forma irrestrita por meio da digitalização. Mais de 130.000 visitantes de todo o mundo vêm ao museu todos os anos para conhecer o legado de Gutenberg, eleito o “Homem do Milênio”. O maior ímã de visitantes: duas Bíblias de Gutenberg originais de 42 linhas de meados do século XV. Altamente protegidas e - devido VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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cultura local de escrita e impressão. A coleção globalmente significativa abriga obras exemplares que foram impressas até 1500, e o importante Museu Alemão de Encadernação exibe ferramentas e equipamentos, livros e periódicos especializados, fotos, certificados, cartas, sinais de empresas e técnicas de encadernação. Um curta-metragem, que é exibido regularmente, apresenta a vida e obra de Gutenberg e “seu museu”, e um guia de áudio em alemão, inglês ou francês pode acompanhá-lo. Nos fins de semana e feriados, há visitas guiadas adicionais especialmente para famílias ou crianças. As exposições sobre temas especiais abrem novas perspectivas com conceitos inovadores, como a mostra sobre o catálogo multipremiado “Futura. A fonte”. Todas as exposições especiais atuais podem ser vistas no site www.gutenberg-museum.de Na oficina reconstruída de Gutenberg, a cada hora uma demonstração de impressão apresenta

como era feita a impressão há 550 anos. No museu pude ver como eram impressas as cartas de indulgência, que prometiam aos crentes da Idade Média o “legado de grandes e pequenos pecados”. O museu também abriga coleções especiais exclusivas, como valiosos incunábulos, bookplates e livros em miniatura. Um restaurador de livros na oficina interna garante que cerca de 90.000 livros e mídias na Biblioteca de Gutenberg permaneçam em boas condições. Além disso, você pode enviar a sua própria mensagem SMS e vê-la na fachada projetada, entre os edifícios do museu. Uma história, uma realização incrível, destino certo para todos que amam as artes gráficas.

CARLOS AMORIM é especialista em Tecnologia e Produção de Mídias Impressas e digitais, publicitário, pedagogo e fotógrafo, proprietário e consultor senior pela InovaMidia Desenvolvimento e Tecnologia.

Livros impressos que vão do início da imprensa até final no século 19

Sala de impressão modelo conforme descrita nos primórdios da indústria gráfica 26 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Sala de impressão em detalhe a mesa de composição manual


Sala de demonstração de funcionamento da prensa desenvolvida por Gutember em 1448.

Casa “Zum Römischen Kaiser”, hoje: Museu de Gutenberg

Exposição sobre a evolução da fonte Futura VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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PÓS-IMPRESSÃO

Soluções facilitadoras para o desenvolvimento de embalagens

Jairo Alves

S Desenho técnico com representação da embalagem em 2D

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abemos da importância da embalagem no momento do seu desenvolvimento. Uma embalagem bem elaborada forma um elo de comunicação entre o consumidor, o produto e a marca. Sem contar o impulsionamento na venda desse produto. Se a embalagem não estiver em harmonia com o produto, este por sua vez não chamará a atenção e a chance de não ser percebido será maior. Apresentar um roteiro de inovação aplicado ao desenvolvimento de embalagens sob o ponto de vista estrutural é primordial para a competitividade entre as organizações. O desenvolvimento das embalagens conta com programas dedicados à criação com estimador de custos, leiaute, módulo facaria, 3D, CAD/ CAM , entre outros. Na finalização é utilizado o plotter para confecção de protótipos. O objetivo

fundamental desses programas é transformar as ideias criativas em um produto final. Rapidez, eficiência e precisão são essenciais para oferecer o melhor atendimento aos clientes. O programa utilizado para desenho de embalagem é o CAD, sigla em inglês para computer aided design. Hoje estações CAD possibilitam o projeto de embalagens bastante complexas, observando suas características geométricas. Modelos básicos, complexos, displays, caixas de embarque, tags e rótulos são armazenados no banco de dados. O sistema CAD é ligado em um plotter, que pode desenhar e também cortar. O desenho técnico pode ser representado em 2D para criação e planificação ou 3D para visualização tridimensional. A seguir abordaremos alguns sistemas que facilitam na hora de criar uma embalagem.


Visualização em 3D do desenho técnico da embalagem

CAD O CAD é uma tecnologia voltada ao uso de sis-

temas informáticos para auxiliar na criação, modificação, análise e otimização de um projeto. Qualquer programa que incorpora gráficos de computador e um programa de aplicação que facilite funções de engenharia no processo de design pode ser classificado como software CAD. O papel mais básico do CAD é definir a geometria do design – uma parte mecânica, uma montagem de produto, uma estrutura arquitetônica, um circuito eletrônico, um layout de construção etc. Os maiores benefícios dos sistemas de CAD são economia considerável de tempo e redução de erros causados por ter que redefinir a geometria do desenho a partir do zero.

é baseado em ícones (ferramentas), integrando e facilitando a criação do desenho e simplificando o fluxo de trabalho entre todos os departamentos, desde a pré-impressão até a logística, provendo uma base de dados que pode ser compartilhada com todas as áreas envolvidas, contribuindo assim para o controle e a determinação do custo. Esses programas se dividem em categorias como bibliotecas, que possuem uma fórmula padrão previamente parametrizadas que necessita apenas das dimensões principais conhecidas como CxLxA da embalagem (comprimento, largura e altura). Dessa forma pode-se executar um projeto em segundos, personalizando e estruturando infinitas possibilidades de design gráfico e efeitos de acabamento, com as especificações solicitadas.

CAM

LEIAUTE

CAM, Computer Aided Manufacturing (Fabricação assistida por computador). A tecnologia CAM envolve sistemas informáticos que planejam, gerenciam e controlam as operações de fabricação através da interface do computador com os recursos de produção da planta. Uma das áreas mais importantes da CAM é o controle numérico (NC). Essa técnica usa instruções programadas para controlar uma máquina-ferramenta, que corta, fabrica, moela, perfura ou transforma estoque bruto em uma peça acabada. Outra função significativa é a programação de robôs. O planejamento do processo também é alvo de automação de computadores. Existem diferentes programas para confeccionar os desenhos. De modo geral é importante conhecer noções básicas de desenho e geometria para facilitar a forma de desenvolvimento e as ferramentas utilizadas. O sistema de desenho

No processo de confecção de embalagens, o aproveitamento de papel, também conhecido como leiaute, é a montagem de várias embalagens na folha de impressão buscando a utilização máxima da superfície do suporte. Para fazer a imposição deve-se conhecer o formato da impressora, sentido de fabricação do suporte (fibra), utilização de corte seco, duplo e posicionamento da embalagem. Pode-se fazer comparações de acordo com o posicionamento e tamanho da folha, visando o aproveitamento máximo do substrato (cartão). Nesse momento, o software fornecerá em porcentagem a quantidade de aparas para cada tipo de leiaute criado. Para um melhor aproveitamento do papel, muitas vezes são necessários ajustes no leiaute da embalagem, o que vai contribuir em muito para um menor custo de seu produto. VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Processo de escolha de leiaute automático que permite o melhor aproveitamento de papel

MÓDULO DE FACARIA

O módulo de facaria é um recurso do software, sendo um dos itens facilitadores para o desenvolvimento da embalagem, onde um grupo de ferramentas irão verificar o desenho da faca em busca de pequenos defeitos e não conformidades, oferecendo ao usuário a opção de consertá-las. Tal recurso já é pré-configurado, porém o operador tem a possibilidade de personalizar as operações, utilizando o modo manual. MÓDULO 3D

Para realização do 3D, primeiramente é necessário o desenho planificado em 2D, pois nesse momento eventuais problemas poderão ser visualizados, como linhas desconectadas e descontos incorretos, agregando também o design estrutural da embalagem. Seja para criação de protótipos ou peças finais, essa tecnologia já é uma realidade para diversos segmentos. Essa poderosa ferramenta de design 3D possibilita também a montagem e dobra rápida das embalagens, mesmo em trabalhos complexos com vincos curvos. PLOTTER Apresentação do leiaute automático escolhido como tendo sido o que demonstrou possuir melhor aproveitamento de papel

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O plotter é um equipamento utilizado para confecção de protótipos, utilizando ferramentas de


Módulo Facaria

dobra, caneta para desenho e lâminas específicas para efetuar o corte ou meio corte em materiais específicos. O plotter trabalha sobre uma mesa plana, com uma cabeça que, de acordo com a configuração do equipamento, pode recortar, vincar, fresar, furar, chanfrar, desbastar e abrir canais. Também existe a possibilidade em alguns equipamentos de substituir a lâmina por canetas especificas, que ao invés de recortar ou vincar, irão desenhar sobre a superfície do material. Tais desenhos podem ser utilizados para:

Verificar se o desenho da faca está de acordo com impresso ◆ Fazer desenho para cortar na serra tico-tico, indicando lâmina de corte, vinco e meio corte ◆ Posicionar matriz de relevo no posicionamento correto ◆ Folha de mapeamento para ajustar o corte ou vinco nos pontos falhos ◆

Módulo 3D

JAIRO OLIVEIRA ALVES É instrutor de pós-impressão da Escola Senai Theobaldo De Nigris. VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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PRODUÇÃO GRÁFICA

Como garantir a correlação da medição de cores entre diferentes instrumentos

Herta Lenhardt

A concordância entre instrumentos é uma consideração muito importante ao selecionar dispositivos de medição de cores para o seu fluxo de trabalho. Infelizmente, é um tema tão técnico que leva a uma grande confusão sobre o que significa e por que é importante.

N

o universo da impressão, os processos estão se tornando cada vez mais simples e a concordância entre instrumentos usados num processo de captura de referências de cores é essencial para garantir a repetibilidade de cor entre as etapas de produção e entre diferentes lotes de um mesmo produto. A concordância informa a precisão com que dois dispositivos da mesma marca e modelo podem repetir uma medição de cores. A chave aqui é “marca e modelo”, o que significa que você está comparando medidas de dois dispositivos portáteis de esfera Ci64 ou dois espectrofotômetros multiangulares MA-T12, por exemplo. Por sua vez, comparar a precisão com que dois instrumentos diferentes, como o Ci64 e o MA-T12, podem repetir uma medição é chamado de concordância intermodal (entre modelos). Por fim, há repetibilidade individual de um equipamento, ou seja, com que precisão um único dispositivo pode repetir uma medição. Se você usar o mesmo dispositivo para medir a mesma amostra três vezes, qual a correlação entre essas três medidas?

Possui uma concordância entre instrumentos média de 0,06 ΔE*. Isso significa que, se você fizer uma medição com um Ci7860, o resultado estará dentro da tolerância de +/- 0,06 ΔE* do centroide, que é o centro geométrico do plano L * a * b * no espaço de cores. Para obter a medida do centroide, criamos um padrão-mestre e o enviamos ao instituto norte-americano de padrões (National Institute of Standards and Technology, NIST) para certificação de rastreabilidade e, em seguida, construímos o dispositivo em torno desses dados exatos. Esse é ponto que gera controvérsias. Você faz uma medição com um Ci7860 e a diferença é +0,05 ΔE* no lado +b* do centroide. Isso é aceitável. Você faz outra medição da mesma amostra com um Ci7860 diferente e a diferença é -0,05 ΔE* no lado -b* do centroide. Isso também é aceitável. No entanto, ao comparar as duas medições, percebe-se que são na verdade distantes em 0,1 ΔE*. Isso não significa que nenhum dos dispositivos esteja fora da tolerância. Ambos estão medindo dentro do padrão de concordância especificada entre instrumentos. E ENTRE MODELOS DIFERENTES?

PRINCIPAIS CAUSAS DA VARIAÇÃO DE CORES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Na medição de cores, existem certos fatores que contribuem para a variação de cores em uma cadeia de suprimentos. Por exemplo, o espectrofotômetro Ci7860 foi projetado especificamente para minimizar as variações entre instrumentos no que tange ao erro de cores, garantindo o controle mais preciso e consistente para criar os padrões de cores. 32 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Trata-se de uma dúvida muito comum! Pense nos dados que saem do dispositivo portátil Ci64 versus o Ci7860. Como eles trabalham usando diferentes diâmetros de esfera, tamanhos de porta de amostragem, conjuntos de detectores e fontes de luz, é quase impossível que eles leiam exatamente da mesma forma. Dito isso, fizemos muito esforço para chegar a uma concordância intermodal mais próxima possível entre ambos. Nossos instrumentos


das séries Ci6x e SP são bons exemplos. Embora sejam instrumentos diferentes, eles têm uma concordância intermodal bastante próxima. POR QUE ISSO É IMPORTANTE?

Se você trabalha em uma cadeia de suprimentos complexa, com vários departamentos ou sites diferentes, está familiarizado com o problema da inconsistência de cores. Muitas vezes, essa inconsistência é causada pelo uso de diferentes dispositivos para especificar, produzir e controlar cores. Por exemplo, se o proprietário da marca usa o Ci7860 para especificar uma cor padrão e a loja usa o Ci64 para verificar a precisão da produção, você não está comparando maçãs com maçãs. Multiplique isso pelo número de instrumentos diferentes usados na cadeia de suprimentos para produzir cada cor e você continuará a se afastar cada vez mais da tolerância. Se você tiver uma concordância intermodal (ou seja, entre modelos), poderá ter várias localidades usando um único padrão digital. Como é possível imaginar, é mais provável que você obtenha os resultados de ΔE mais próximos usando um instrumento com boa repetibilidade, mas a maioria das cadeias de suprimentos precisa de mais de um dispositivo para trabalhar com eficácia. Aqui estão algumas dicas para estabelecer o fluxo de trabalho em cores mais preciso em um ambiente com vários instrumentos.

1. Na medida do possível, use os mesmos instrumentos em toda a cadeia de suprimentos e fornecedores. 2. Garanta a repetibilidade do instrumento. Para fazer isso, você precisa calibrá-lo com frequência. Recomendamos diariamente, mas às vezes a cada oito horas é ideal. Você também deve enviar seus dispositivos para manutenção/certificação programada. 3. Encontre um ambiente com padrões físicos compartilhados. Mesmo se você estiver usando dois instrumentos diferentes, a comparação com o mesmo padrão ambiental ao fazer medições fornecerá um ΔE mensurável e comparável. 4. Se você está trabalhando com linhas de produção que contenham itens de formatos diferentes, é ideal que solicite uma amostra do produto final. Dessa forma, não importa qual instrumento você use, o ΔE será preciso. 5. Adicione uma solução como o NetProfiler para otimizar o desempenho do dispositivo e reduzir a variação entre os instrumentos. Essa solução fácil de usar ajuda a reduzir erros dispendiosos devido ao desvio da medição, identifica instrumentos que precisam de manutenção e ajuda a evitar cores imprecisas na produção.

HERTA LENHARDT é especialista de aplicações da X-Rite Brasil.

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GESTÃO

Aplicações das etiquetas inteligentes

Sandra Almeida

E

m 2017, a revista Forbes publicava Is the RFID Retail Revolution finally Here? (A Revolução no Varejo com as etiquetas RFID finalmente chegou?) A união entre o e-commerce e as smart labels formaram uma dupla que prometia transformar o mercado de varejo nos anos seguintes, e é o que tem feito. Não é difícil imaginar como reagiria o mercado de etiquetas se cada produto vendido chegasse ao consumidor com uma tag inteligente que, além de facilitar a venda, forneceria também um serviço integrado de gestão de estoques, afora um pacote de benefícios ao varejista. Pelo menos no Brasil, de acordo com as pesquisas realizadas, o e-commerce brasileiro faturou cerca de R$ 53,2 bilhões em 2018. Com a pandemia da covid-19, as compras online explodiram e isso nos faz acreditar que, conforme a Forbes previu, a revolução finalmente chegou. O artigo na revista descrevia o processo realizado pela Macy´s, famosa loja americana de departamentos fundada em 1858, marca icônica no varejo com mais de 740 lojas operando nos Estados Unidos, e relatava sobre a decisão da empresa de investir na tecnologia de identificação por rádio frequência, RFID (Radio Frequency Identification, ou seja, nas etiquetas inteligentes (smart labels). O “case RFID” de 2017 demonstrava que aproximadamente US$ 427 bilhões em vendas foram obtidos por meio da plataforma e-commerce e fluíam dos fornecedores para as lojas e, consequentemente, direto ao consumidor final. Afirmavam que tal manobra iria complicar a vida dos fornecedores do mercado de varejo e que o RFID poderia ter vindo para contribuir para aumentar esses números. O custo das etiquetas com a tecnologia em RFID em 2003 era aproximadamente de US$ 1, valor que inviabilizava o projeto de etiquetar todo o estoque, mesmo para a Macy´s. Entretanto, em 2017 o valor unitário das etiquetas caiu para U$ 0,10 e a tendência seria reduzir ainda

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mais em virtude da adoção por parte do mercado varejista. A ideia subliminar era que os varejistas começassem a atualizar seus estoques e disseminar o uso para toda a cadeia, o que impulsionaria o uso da “inteligência” nas smart labels em todo o modelo de negócio, recurso de gestão integrada em um simples pedaço de papel autocolante. As etiquetas inteligentes com a tecnologia RFID são o que os especialistas chamam de produto em forma de serviço, oferecendo também um pacote de benefícios para a empresa. Sim, as smart labels são inteligentes o bastante para simplificar e gerenciar parte do processo: produzir, vender e entregar. Sabemos, por exemplo, que o mercado de consumo demanda novidades em alta velocidade e é instável, aleatório e altamente influenciável. E o mais importante, ao mesmo tempo que o promove o consumo, promove também mudanças no comportamento dos indivíduos. E as pessoas só aceitam mudar seus hábitos e costumes se tiverem benefícios evidentes e claros na troca, por exemplo, preço baixo, facilidade e qualidade. Com tantos novos atributos, as etiquetas inteligentes possibilitam novos modelos de negócios, via plataforma ou de prateleira, um vez que a cada simplificação do processo produtivo, a empresa entende que pode planejar melhor seus custos, repassar ao preços dos seus produtos, sem baixar a qualidade, realizando a gestão de dentro para fora da empresa. A grande expectativa é a de que a inteligência aplicada a essas etiquetas possa ser revertida em aumento de vendas, consequência da redução na estrutura de custos de produção e mão de obra. As etiquetas com RFID proporcionam o gerenciamento individual de cada item de uma prateleira de lojas ou supermercados sem a classificação manual e tediosa das mercadorias ou a digitalização de código de barras, o que consume tempo, custo de mão de obra e desperdício de gerenciamento de produção. Assim, é evidente que o serviço embutido em uma etiqueta vai além da indicação de


preço. Também oferece qualidade no atendimento, evitando as longas e aborrecidas filas nos caixas. E, a depender do mercado americano, a otimização desse processo já está à pleno vapor há tempos. O QUE ESTÁ POR TRÁS DA RFID?

Além da possibilidade de gestão integrada aos processos administrativos da empresa, a etiqueta inteligente fornece um único e valioso banco de dados. Cada produto etiquetado é gerenciado por rádio frequência, acoplado nas próprias etiquetas com o objetivo de gerenciar o estoque para que nunca faltem produtos e que estejam sempre disponíveis nas prateleiras das lojas e supermercados por tamanho, cor e quantidade adequados, evitando assim, o risco de “acabou de acabar”, ou não ter cor ou tamanho. É isso o que queria a rede Walmart, outra loja americana de departamentos famosa pela sua área de varejo, pioneira ao atualizar sua área de gestão, produção e integrar tecnologia ao processo produtivo, além de melhorar sua competitividade em relação aos preços praticados, em que cada centavo conta muito. É o que eles almejavam, buscar uma especificidade em seus estoques, tanto em lojas físicas quanto online, operacionalizando seus estoques em nível de unidade, sendo considerada percussora no uso das smart labels quando todo o mercado dizia que era “caro demais” por se tratar de uma etiqueta. A Walmart chegou a uma conclusão inesperada durante o processo de integração de seus produtos com o uso da tecnologia em RFID como ferramenta de gestão na cadeia de suprimento. A empresa entendeu que durante o processo de implantação das etiquetas (tags) com RFID, elas poderiam ser melhor utilizadas dentro das lojas, onde a manutenção e gerenciamento correto de estoque poderia significar o aumento de vendas em suas lojas, e não somente gerenciar sua produção e estoque. Por exemplo: uma prateleira pode parecer cheia de camisas e sugestionar um sentimento ou um determinado comportamento do consumidor na hora da compra e fazê-lo acreditar que o produto está encalhado ou que, por um erro do funcionário/estoquista, só tenha tamanho “p” ou a cor azul de uma determinada blusa nas prateleiras Pode parecer exagero pensar que um cliente desistiria da compra só porque não quisesse esperar o

vendedor pesquisar no sistema o número ou cor? Não é tão absurdo assim, haja vista o que dizem da geração Z. De acordo com pesquisadores, as principais características no perfil desses consumidores é o pragmatismo, a funcionalidade e a praticidade acima de tudo. São autodidatas e responsáveis, ou seja, um novo desafio para o varejo entendê-los. Outro aspecto na hora da compra é o risco de aborrecer o consumidor e fazê-lo deixar de comprar o produto acreditando que o item “está sobrando na prateleira”. Apenas os tamanhos que possuem pouca saída, ou pior, fazê-lo se questionar sobre seu peso na hora da compra e, em consequência, perder a venda. É difícil acreditar que uma simples tag possa facilitar o processo de venda, mas é isso mesmo que as grandes lojas de departamentos parecem acreditar. Para Walmart e Macy´s seria necessário facilitar o processo de vendas no varejo porque já avistavam uma competitividade acirrada no mercado oferecido pelo o agigantamento da Amazon no e-commerce. Já para a Walmart, ao etiquetar seu estoque com as etiquetas inteligentes foi possível oferecer aos seus clientes a possibilidade de ler o manual de uso dos produtos de vestuários. Tal facilidade foi amplamente adotada por seus fornecedores e tornou-se prática padrão por toda a sua cadeia de negócios. A empresa pretendia galgar o topo do mundo do varejo pela redução constante de custos de suas operações, preços melhores e qualidade dos serviços oferecidos aos seus consumidores, um novo modelo de negócios aplicado a gestão interna da empresa. Porém há aqueles que dizem: preço não é tudo. Mudar o comportamento não é uma tarefa fácil. Os pesquisadores confirmam e para Walmart tem sido um constante desafio entender o comportamento dos consumidores, principalmente aqueles que são os defensores da privacidade. Inédito no Brasil, ainda sem tradução é o livro: Spychips. How Majors Corporations and Government Plan to Track Your Every Purchase and Watch Your Every Move (Plume Book, 2006), ou ainda em português “Chips-espiões – Como Grandes Companhias e Governos Planejam Controlar Todas as suas Compras e Cada Movimento”. As autoras Katherine Albrecht e Liz McIntyre relatam de maneira bem convincente como, em um mundo repleto de tecnologia, chips, RFIDs, cartões de crédito, redes, VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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algoritmos, mídia e dados podem indicar e deixá-lo exposto na sociedade atual e principalmente expor seu comportamento de consumo. A Walmart está exigindo de seus fornecedores que as etiquetas com o RFID nas embalagens devem ser colocadas para serem removidas e não encaixadas nas roupas ou produtos. A rede está intensivamente informando seus clientes sobre as etiquetas através de cartazes em toda a sua rede. Desse modo, acredita poder minimizar o medo que os clientes possam ter de serem seguidos em suas rotinas diárias. Porém, alguns grupos que defendem a privacidade, dizem que isso não é suficiente, porque as pessoas vão sair da loja com sensores ativos que podem, ao menos em princípio, revelar informações sobre o que elas compraram, já que não existe uma forma de desligar o sensor RFID no caixa, pelo menos até agora. Contudo, os grandes varejistas afirmam que não haverá um caminho de volta. Agora é adaptar-se porque o tamanho global do mercado de etiquetas inteligentes foi avaliado em US $ 4,21 bilhões em 2015 e espera-se um crescimento de aproximadamente 14% de 2016 a 2025.1 SANDRA ALMEIDA SIVA, mestre em Finanças estratégicas pelo Mackenzie, pós-graduada em Mercados e Finanças, com especialização em Negócios Internacionais, é docente da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris.

1

Ver: https://www.grandviewresearch.com/industry-analysis/smart-label-market

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REFERENCIAS: ◆ BARBIERI . Jose Carlos. Organizações Inovadoras estudos e casos brasileiros. Ed. FGV. 2003 ◆ BUSTILLO. Miguel. Wal-Mart Radio Tags to Track Clothing. Jul.23. 2010. THE WALL STREET JOURNAL. Disponível em< http://mrgriffin.org/FHSWEB/ENT/14-Theft/Wal-MartRadioTagstoTrackClothing.

pdf> Acesso em. 19. Ago. 2019. E.COMMERCE BRASIL. Excelencia em e-commerce. E-commerce cresce 12% e fatura R$ 53,2 bilhões em 2018, diz Ebit/Nielsen. Disponível em< https://www. ecommercebrasil.com.br/noticias/e-commerce-fatura-2018-ebit-nielsen/>. Acesso em 19.Ago. 2019. ◆ FORBES . Is-the- RFID -retail-revolution-finally-herea-macys-case-study. Disponível em: < https://www. forbes.com/sites/barbarathau/2017/05/15/is-the-RFID-retail-revolution-finally-here-a-macys-case-study/#5e0bf8e32944>. Acesso em Jun.07.2019 ◆ GRAND VIEW RESEARCH . Smart Label Market Size, Share & Analysis, Industry Report, 2018-2025. Disponível em < https://www.grandviewresearch. com/industry-analysis/smart-label-market> Acesso em Jul, 18.2019. ◆ MALONE . Matthew. Did Wal-Mart love RFID to death? Disponível em: < https://www.zdnet.com/ article/did-wal-mart-love-rfid-to-death/> Acesso em: Jun.19.2019 ◆ MARKET AND RESEARCH . Mercado global de etiquetas impressas vai ter um crescimento moderado. Acesso em Mar.2018 < https://publish.com. br/mercado/mercado-global-de-etiquetas-impressas-vai-ver-um-crescimento-moderado> ◆ MACKINSEY & COMPANY. The influence of Gen Z—the first generation of true digital natives—is expanding. 2018 ◆ MEADOWS . C. Spychips: How Major Corporations and Government Plan to Track Your Every Purchase and Watch Your Every Move. Plume Book. 2006 ◆ RESEARCH AND MARKETS . O Mercado Global. 2 2018. Disponível em :< https://www.researchandmarkets.com/reports/4388849/global-print-label-market-by-print-technology#rela0-3617959>. Acesso em 07. JUn.2019. ◆ THOMAS . Cathy Booth. The See-It-All Chip, TIME . COM , Sept. 22, 20 03, Disponível em: <http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,1005756-1,00.html.> Acesso em Jul.07.2019. ◆


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+ PAPEL + ÁRVORES Fonte: IBÁ, 2019.

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No Brasil, o papel é feito exclusivamente de árvores cultivadas que removem o CO2 da atmosfera e reduzem as mudanças climáticas. Papel não é lixo! Recicle!

A campanha LOVE PAPER é uma criação original de Two Sides. Acesse lovepaper.org.br e saiba mais. Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Two Sides, a mais importante iniciativa do setor, promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desses recursos. Papel, papelcartão e papelão são provenientes de florestas cultivadas e gerenciadas de forma sustentável. Além disso, são recicláveis e biodegradáveis.

LOVE

PAPER www.lovepaper.org.br

www.twosides.org.br


ACADEMIA

Antonio Paulo Rodrigues Fernandez

Como criar um sistema de controle de acionamento em impressora offset

O

presente artigo relata o planejamento e implantação, por parte dos alunos do curso técnico, de um sistema de controle de acionamento em uma impressora offset monocolor Catuset 660, utilizada nas aulas práticas de impressão da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris e das Escolas Senai Theobaldo De Nigris e Felício Lanzara. Partindo do pressuposto que existem riscos inerentes à operação de equipamentos impressores offset, principalmente quando os operadores são alunos em fase de desenvolvimento de habilidades necessárias à profissão, é necessário que os estudantes sejam supervisionados por um instrutor. Sendo assim, a fim de evitar que os alunos operem o equipamento impressor sem a supervisão nos intervalos de aula, horários de café etc., apesar da insistente comunicação por parte do corpo docente de que é terminantemente proibida a operação

Franco Emerson de Carvalho

Jefferson Zompero

de equipamentos sem a supervisão de um instrutor, foi instalado como medida redundante de segurança, além da desenergização elétrica das impressoras, o protótipo de um sistema de controle de acionamento por RFID foi desenvolvido. O dispositivo é ligado e desligado por meio de um cartão ou chaveiro, que possui uma etiqueta RFID, a qual fica em posse do instrutor responsável pelo equipamento impressor. O projeto de implementação do sistema de controle de acionamento teve início a partir da definição da base eletrônica a ser utilizada (plataforma Arduino) e da aplicação das ferramentas gerenciais 5W2H e diagrama de causa e efeito. A ferramenta gerencial 5W2H foi empregada visando responder as seguintes perguntas: o quê? (implementar um sistema de controle de acionamento em uma impressora offset); por quê? (impossibilitar que os alunos iniciantes manuseiem o

Diagrama de causa e efeito criado pelos alunos para o projeto

38 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. II  2020


equipamento sem a presença de um instrutor; onde? (impressora offset monocolor Catuset 660); como? (por meio da implementação de um sistema eletrônico baseado na plataforma Arduino acionado por cartão de presença RFID); quando? (até o final do semestre letivo). O diagrama de causa e efeito, também conhecido por diagrama espinha de peixe, foi utilizado objetivando elencar as causas raízes do problema: o possível acionamento do equipamento impressor offset por parte de alunos “mais afoitos” sem a presença de um instrutor. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO

Para agilizar o processo de desenvolvimento e implementação do controle de acionamento na impressora offset Catuset 660, os alunos fizeram uso da ferramenta Canvas, a qual ajudou a apontar vários aspectos relevantes do projeto, os quais poderiam comprometer prazos e até mesmo sua finalização.

Ainda considerando os aspectos de gerenciamento de projetos, capacidade tratada com grande ênfase durante as aulas do curso técnico, os alunos Efrain, Gustavo, Luiz e Richard fizeram uso de mapeamento cronológico objetivando apontar as principais etapas do projeto e extensão das fases. IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA

A identificação por radiofrequência (do inglês Radio Frequency Identification - RFID) é um sistema que possibilita a leitura e escrita de dados em etiquetas eletrônicas por meio de sinais de rádio frequência. O sistema RFID , portanto, é composto por gravadores/leitores de dados e por etiquetas (tags) que recebem eletromagneticamente dados por meio dos mecanismos de gravação e, quando excitadas por tal meio, passam a fornecer informações que são captadas pelos mecanismos leitores. As etiquetas RFID são compostas por pequenas bobinas concêntricas e coplanares interligadas a um

Project Model Canvas criado pelos alunos para o projeto VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Mapeamento cronológico das etapas do projeto

microprocessador, sendo todo o conjunto montado em uma lâmina de poliéster adesivado (daí o nome etiqueta). As etiquetas de RFID são fixadas (adesivadas) aos objetos que se deseja catalogar e controlar (rastrear), ou então podem ser inseridas em invólucros plásticos que as protegem de impactos e manuseio constante. Os leitores RFID transmitem sinais de rádio codificados de modo a interrogar os microprocessadores contidos nas etiquetas, as quais respondem por meio da transmissão das informações solicitadas, como valor, tempo em estoque e validade do produto. A tecnologia RFID apresenta várias vantagens em relação a outras tecnologias de controle, pois utiliza comunicação sem fios, não necessitando de contato físico nem de campo visual direto para obtenção das informações armazenadas: ninguém precisa subir em um andaime com um leitor de código de barras para fazer o controle de muitos produtos dentro de uma caixa que está no armazém de um supermercado, ou algo do gênero. A tecnologia RFID possibilita a leitura e escrita de dados com grande velocidade, assim como um grande armazenamento de informação. Outro ponto positivo da tecnologia RFID consiste no fato de as etiquetas serem comparativamente baratas quando se leva em consideração o custo e o benefício da agilização do armazenamento e obtenção da informação (as etiquetas RFID têm o preço reduzido à medida que a quantia adquirida aumenta). As etiquetas, quando inseridas em invólucros apropriados, podem ser utilizadas em ambientes que possuem, por exemplo, alta humidade, gases corrosivos, grande variação de temperatura, alto índice de luminosidade e radiações ionizantes. 40 TECNOLOGIA GRÁFICA

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A tecnologia RFID também pode ser utilizada para diminuir as consequências decorrentes de situações emergenciais, permitindo, por exemplo, a evacuação de edifícios de forma mais rápida, pois não depende de qualquer fonte de alimentação física (fios, baterias etc.). Dessa forma, numa situação emergencial, como em um incêndio, em que a energia elétrica é tipicamente cortada, todas as redes de comunicação e luzes deixarão de funcionar. No entanto, um sistema de localização baseado em etiquetas RFID torna possível manter em funcionamento indicadores de saída de emergência e indicadores de rotas de fuga, bem como luzes de sinalização de mangueiras de incêndio e de extintores. A tecnologia RFID, quando conectada à sistemas de análise de dados, resulta em ganhos expressivos na gestão de processos, possibilitando a integração de processos de controle e aquisição de dados como: inventário, movimentação de estoque, localização de produtos, recebimento, expedição e compra de insumos (considerando baixa de estoque) de forma automática, em tempo real e praticamente sem erros. ARDUINO

O Arduino é uma plataforma eletrônica open source, constituída por microprocessador e periféricos eletrônicos (portas de entrada e saída, capacitores, indutores, resistores, transformadores, diodos, triacs, diacs, TBJ etc.). A plataforma Arduino pode ser programada por meio da linguagem C++, ou então por lotes de programação que são encontrados com grande facilidade em comunidade de programação. Por exemplo, se for desejável utilizar a plataforma Arduino para controlar a entrada e saída de pessoas


em um prédio usando tecnologia RFID, será constatado que grande parte da programação já está disponível para download, restando apenas pequenos ajustes (novas linhas de programação). Dentro de uma forma simplista é possível afirmar que a plataforma Arduino é baseada em pequenas placas eletrônicas. A plataforma Arduino é empregada em muitos projetos devido a rapidez com que se consegue finalizar um projeto, seja este um simples pisca-pisca ou um sistema de controle de estoque altamente sofisticado, pois os componentes (placas e acessórios) são relativamente baratos, bem como há, como já mencionado, grande facilidade na obtenção de bibliotecas de programação.

macho/macho, jumper fêmea/ fêmea, kit RFID RC522, kit Protoboard e fonte de 9V/1a, com custo total de aproximadamente R$ 200,00. Obviamente, o lado gráfico dos alunos não poderia faltar neste projeto. Esse espírito eclodiu na forma da personalização do crachá e do chaveiro empregados no sistema de controle de acionamento.

Relê de acionamento (um estado).

Placa Arduino modelo UNO

Circuito emissor/receptor do sistema RFID (linha Arduino).

COMPONENTES ELETRÔNICOS AUXILIARES

No sistema de controle de acionamento foi empregado um relé a fim de acionar o sistema de potência do equipamento impressor. Grosseiramente dizendo, o relé para o projeto em questão atua como uma chave interruptora que visa acionar ou não o motor elétrico da máquina impressora, quer seja para realizar movimentos intermitentes (pulsos/picotes) ou para realizar movimento contínuo (impressora em operação). O relé basicamente é um componente eletrônico responsável por energizar e desenergizar de forma remota circuitos elétricos e eletrônicos, funcionando de forma simples por meio de uma corrente elétrica de baixa intensidade que induz um campo magnético no interior de um microeletroímã, o qual, por sua vez, comuta os contatos permitindo ou não a passagem de uma corrente elétrica de alta intensidade (microampères controlando dezenas de ampères). No projeto do sistema de controle de acionamento da máquina impressora, além do Arduino UNO e do relê de acionamento, foram empregados outros componentes eletrônicos como jumper

Personalização de crachá e chaveiro (invólucro), contendo etiqueta RFID realizada com o auxílio do instrutor de comunicação visual André Lam. VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

41


RESUMO DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE DE ACIONAMENTO

Estando a máquina impressora energizada, o equipamento permanecerá travado, como se o botão de emergência estivesse acionado, até o momento em que o crachá ou chaveiro contendo a etiqueta RFID seja posicionado nas proximidades do emissor/receptor do sistema de controle de acionamento, o qual está inserido em uma caixa de proteção contra impactos na parte frontal do equipamento impressor. Assim que o equipamento impressor é energizado, a placa RFID também o é, fazendo uma rápida checagem do circuito de acionamento da impressora desabilitando as ações de movimento intermitente e contínuo por meio do acionamento do relê que passa para a condição “em aberto” ou desabilitado. Há de se ressaltar que a implantação do sistema de controle de acionamento não altera o mecanismo eletroeletrônico de parada de emergência do equipamento impressor. Assim que o crachá ou o chaveiro contendo a etiqueta RFID é aproximado do emissor/receptor do sistema de controle de acionamento, o emissor envia um pulso eletromagnético para a etiqueta RFID, sendo a etiqueta energizada por efeito de indução eletromagnética, acionando o microprocessador, o qual, por sua vez, gera um pulso eletromagnético codificado que é enviando para o receptor. Ele emite um pulso elétrico para a placa Arduino, interpretado pela placa como “o relê pode ser acionado”, passando o dispositivo para a condição “fechado” ou habilitado, possibilitando que o equipamento sob a supervisão do instrutor possa ser operado pelos alunos.

Caixa de proteção contendo o emissor/ receptor do sistema RFID.

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Poucas intervenções foram realizadas na impressora monocolor Catuset 660 em virtude do planejamento assertivo e da realização das etapas programadas, bem como devido à grande flexibilidade do sistema Arduino. As intervenções realizadas no equipamento foram o seccionamento de alguns poucos fios para a alimentação do relê e inserção de cabos no painel de comando para a entrada do sinal de acionamento, assim como a fixação da caixa de proteção do emissor/receptor do sistema RFID. Caso ocorra alguma falha no funcionamento do sistema de controle de acionamento, a impressora não deixará de funcionar, bastando jampear o sistema de controle. Os alunos Efrain, Gustavo, Luiz e Richard verificaram que o sistema de controle de acionamento pode ser aplicado na segurança da escola de forma geral, possibilitando o acesso restrito a certos ambientes, tais como salas de aula, biblioteca, secretaria, coordenação etc., sendo um sistema de baixo custo e de fácil implementação. APLICABILIDADE DO SISTEMA

A plataforma Arduino pode ser utilizada em diversas aplicações de controle e automação de equipamentos e sistemas, bastando interligá-la a sensores de entrada e atuadores. Como exemplo de sensores de entrada – que são de forma geral os componentes eletrônicos responsáveis por enviar à plataforma Arduino um pulso elétrico informando uma ocorrência –, tem-se o acionamento de um motor (elevação de corrente elétrica), uma lâmpada que ascende (foto-sensor), um termopar (sensor de temperatura) que é acionado devido a uma temperatura crítica que é atingida ou, tal como ocorreu no projeto dos alunos, um sensor RFID. Como exemplo de atuadores – componentes responsáveis pela realização de uma ação, que acionam direta ou indiretamente alguma coisa – tem-se contadoras, relês eletromecânicos ou eletrônicos (de estado sólido), solenoides (indutores com núcleo móvel), servo motores e eletroímãs. As possibilidades de controle a automação são infinitas, o que depende da imaginação de cada um. Texto adaptado do trabalho de conclusão de curso dos alunos Efrain Eliezer Guiotti dos Santos, Gustavo Freire, Luiz Henrique Souza Silva e Richard Gallan Pereira por Antonio Paulo Rodrigues Fernandez, Franco Emerson de Carvalho Domingues e Jefferson Zompero.


Todos os dias no Brasil são plantadas, em média, o equivalente a cerca de 500 campos de futebol, de florestas para a produção de papel e outros produtos.

2

As florestas plantadas ajudam a reduzir o desmatamento e a recuperar áreas degradadas por mau uso.

3

O uso da madeira de florestas plantadas previne e reduz a utilização de recursos não renováveis.

4

A reciclagem de embalagens em papel reduz a quantidade de resíduos produzidas.

10

9

o ciclo susTEnTAvel do papeL

As indústrias brasileiras de base florestal mantêm 7,8 milhões de hectares de florestas plantadas e preservam outros 5,6 milhões de matas nativas.

8

7 5

As florestas plantadas, manejadas corretamente, contribuem para a recuperação do solo e para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades.

6

O papel é parte de um ciclo que respeita o meio ambiente e a sustentabilidade do nosso planeta.

MKT • MODERNA • 90001402

1

No Brasil, o setor de celulose e papel produz 69% da energia que consome. A maior parte dela é proveniente de biomassa.

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As certificações, como FSC® e Cerflor, garantem a origem renovável e sustentável do papel.

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NORMALIZAÇÃO

Certificação globalizada de gráficas?

Bruno Mortara

A

nova norma de gestão de qualidade gráfica, denominada ISO 19301 Graphic technology — Guidelines for schema writers — Template for colour quality management, que seria em português ISO 19301 Tecnologia Gráfica – Guia para desenvolvedores de esquemas – Modelo para gestão da qualidade de cores, foi publicada em março de 2020. Ela é uma hibridação de metodologias da ISO 9001 com requisitos de normas técnicas ISO de Tecnologia Gráfica. O esquema básico presente na norma tem como base os requisitos da ISO 9001, porém esse documento não pretende avaliar ou auditar a conformidade de uma organização com uma implementação completa da ISO 9001. Ela procura capacitar a indústria gráfica a produzir com desempenho sustentado. PILAR

A norma ISO 9001 tem sido o carro chefe ou o pilar da gestão da qualidade na indústria, comércio e serviços. Ela garante que, uma vez estabelecidos os critérios através de indicadores com alvos e tolerâncias e amostragem no fluxo produtivo e de uma avaliação e correção sistemáticas das não conformidades, o resultado da produção poderá estar continuamente dentro de determinados valores pré-estabelecidos. No mundo gráfico, a família da norma ISO 12647 tem sido a principal referência no controle de processos para offset, flexografia, serigrafia e rotogravura. Essas normas, através do controle de processo,

Diferentes certificações da indústria gráfica pelo mundo, cada uma com requisitos próprios. Fonte: autor

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estabelecem parâmetros de controle tonal e controle de cores que são utilizados para o acordo comercial e a preparação de arquivos. No entanto, os substratos devem ser controlados, o ganho tonal deve ser controlado, a gestão da tinta tem que ser feita de forma precisa e variáveis como temperatura, umidade, densidade, reologia, transparência, opacidade e viscosidade têm que estar dentro de certos limites. MUNDIALIZAÇÃO DAS CERTIFICAÇÕES Uma das principais intenções do WG 13, grupo de trabalho do TC 130 – Tecnologia Gráfica, da ISO, ao

publicar a 19301 foi a possibilidade de poder fazer comparações entre diferentes esquemas de certificação presentes no planeta. No início dos trabalhos de elaboração da norma, em 2011, foram reportados os seguintes esquemas de certificação de impressão: Brasil - NBR 15936-1, Alemanha - PSO, Itália - cmyQ e CertiPrint, Japão - JapanColor, Holanda - SCGM , Espanha - Guía Buenas Practicas, Suécia - CGP, Suíça - Ugra PSO, Reino Unido - BPiF e EUA - PSA . Os seis países (China, Indonésia, França, Noruega, Portugal e Coréia do Sul) que não tiveram seus próprios esquemas de certificação realizam certificações de outros países, como UGRA , FOGRA , Idealliance e outros. CONTROLE TONAL E DE CORES

O valor da conformidade da reprodução de tons e cores com os padrões é bem reconhecido em todo


Tabela de número 7 na versão de 2013 da norma ISO 12647-2, que define desvio e variância dos sólidos na impressão offset plana. Fonte: autor.

o mundo. Por exemplo, existem mais de 500 gráficas certificadas PSO e mais de 800 gráficas qualificadas G7. Os compradores de impressão dão preferência a essas gráficas certificadas. Embora existam programas de certificação de impressão como PSO e G7, esses programas não são harmonizados em seus escopos e requisitos e não fazem nenhuma provisão para conformidade sustentada. A conformidade sustentada na impressão é uma questão técnica que inclui metrologia, amostragem, calibração e controle de processo que geralmente são omitidos nas normas técnicas gráficas.

O controle tonal é fundamental para a aparência do produto impresso, seja nas imagens fotográficas ou nos demais grafismos. (Fonte: Techkon)

Sabe-se que é impossível comparar uma empresa certificada pelo esquema “A” com outra certificada pelo esquema “B”. Com a ajuda da 19301 isso poderá ser possível, facilitando os processos de comparação, procurement e comércio internacional. A LIMITAÇÃO NA IMPLEMENTAÇÃO ISOLADA DA ISO 12647

Muitas gráficas podem, e isso acontece muito, criar boas práticas para ter seus processos de impressão em conformidade com alguma parte da

ISO 12647, seja offset, roto, flexo, serigrafia ou digital. No entanto, isso não significa que essa empresa seja capaz de produzir continuamente em conformidade com a norma. A família ISO 12647 não garante que 100% da produção esteja em conformidade com seus requisitos, mesmo tendo-se uma produção totalmente em conformidade com a norma! Observe-se esta cláusula da norma de ISO 12647-2, de 2013:

“4.3.2.3 Coloração do conjunto das tintas (descrição das cores) A variabilidade dos sólidos da cor do processo na produção é restrita pela seguinte condição. Para pelo menos 68% das impressões, as diferenças de cores entre uma cópia de produção e a impressão OK não devem exceder as tolerâncias de variação pertinentes especificadas na Tabela 7. Na tabela 7 podemos observar que os sólidos têm um alvo e tolerância, portanto uma métrica definida corretamente e possível de ser controlada. Porém, os normalizadores, em função da instabilidade dos processos gráficos, da variabilidade de tintas e dos substratos, determinaram que a possibilidade real é que apenas 68% de qualquer tiragem conforme esteja realmente em conformidade com os requisitos de cores sólidas. Ora, em offset e outros processos, uma variação na cor dos sólidos impacta imediatamente as áreas de retícula, causando variabilidade na reprodução como um todo e na aparência do produto final. CONTROLE DE PROCESSO + GESTÃO DA QUALIDADE

A qualidade conseguida com o controle de processo abre um flanco bastante grande para uma indústria, que deve entregar produtos em conformidade com uma determinada especificação. Como dissemos acima, a ISO 12647 cria condições de se especificar cores de processo através da determinação de substratos, tintas e controle tonal. Uma vez feito isso, as associações VOL. II  2020  TECNOLOGIA GRÁFICA

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da indústria publicam e disseminam perfis de cor ICC baseados em leituras de cartas de cor feitas em sistemas de impressão em conformidade com a norma, um para cada combinação de processo/substrato e às vezes tipo de retícula ou laminação ou outros tipos de acabamentos de superfície. Então, se o fornecedor gráfico estiver em conformidade com a ISO 12647, a única certeza que o comprador terá é de que pelo menos 68% da tiragem comprada estará em conformidade. Bem, como resolver essa questão quando uma norma colocou (finalmente) uma estabilidade no mercado, porém não garante que 100% dos produtos fabricados estarão em conformidade? A resposta está na norma de controle de qualidade ISO 19301, que é uma aplicação setorial da ISO 9001, feita pelo WG 13, Grupo de Avaliação de conformidade que tenho a satisfação de coordenar. A ESTRUTURA DA 19301

A norma especifica os requisitos para os esquemas de certificação para avaliação da produção de produtos impressos. A qualidade e a repetibilidade são garantidas pela aplicação do controle de qualidade total de acordo com a ISO 9001 como método abrangente, juntamente com normas ISO específicas de impressão. Um esquema de certificação de empresa gráfica pode incluir uma ou mais normas técnicas gráficas, e no modelo presente no corpo da ISO 19301 são previstas certificações às normas de medição, controle de processo e materiais de tecnologia gráfica. Portanto, não é um modelo (template) fechado com um determinado número de normas e requisitos limitados, mas sim um

esquema aberto que dá instruções de como incluir as normas relevantes para aquela certificação e como especificar requisitos e critérios de amostragem, manutenção, registros, equipamentos de medição, auditorias internas, reclamações de clientes, competência e treinamento de colaboradores, auditoria de conformidade, competência dos Organismos de Certificação, sua acreditação, frequência de auditorias e relatórios. RELEVÂNCIA

A 19301 é relevante para gráficas de vários segmentos (comerciais, publicações, editoriais, embalagens), e para indústrias de diferentes tamanhos, desde que capazes de imprimir quatro cores simultaneamente com controles de qualidade em pré-impressão, impressão e materiais (tinta, papel, iluminação etc.). Essa norma também é relevante para compradores de impressão que, além de preço, procuram qualidade de impressão local e internacionalmente. Embora os compradores de impressão deem preferência às gráficas que demonstram conformidade técnica, estão cada vez mais exigindo desempenho sustentado dos padrões de impressão para reprodução de toneladas. Além disso, consultores e fornecedores, trabalhando com gráficas para implementar os padrões propostos, são usuários naturais dessa norma.

BRUNO MORTARA é superintendente do ONS27, coordenador do TC130/WG13 Conformance Assessment e professor de pós-graduação na Faculdade SENAI de Tecnologia Theobaldo De Nigris.

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O pagamento dos cursos livres pode ser dividido no cartão de crédito ou boleto bancário. O Senai reserva‑se o direito de não iniciar os cursos se não houver nú‑ mero mínimo de alunos inscritos. A programação, com as datas e valores, pode ser alterada a qual‑ quer momento pela escola.

Alunos menores de idade deve‑ rão comparecer para matrícula acompanhados por responsável.

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