Revista Tecnologia Gráfica 107

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CONGRESSO DE TECNOLOGIA GRÁFICA Privilegiando cases, evento provoca o debate sobre o uso da tecnologia digital como alavanca para o crescimento

CULTURA GRÁFICA

Conheça a trajetória de Orthof, artista que marcou a história do cartaz no Brasil

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ENTREVISTA

Paulo Hartung, presidente da Ibá, fala sobre protagonismo ambiental

APARAS

Mercado de aparas registra recorde de reciclagem e papelão é personagem principal

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pós-graduação EM: GESTÃO EM

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

INÍCIO EM 01/02/2020

DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE

EMBALAGENS FLEXÍVEIS

INÍCIO NO 20 SEMESTRE DE 2020

INOVAÇÃO

EAD

E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL INÍCIO EM 09/03/2020

GESTÃO DE

PROJETOS DE EMBALAGEM INÍCIO EM 29/02/2020

MBA GESTÃO DA PRODUÇÃO DE

CELULOSE E PAPEL INÍCIO EM 29/02/2020

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Volume III – 2019 Publicação da ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris, Rua Bresser, 2315 (Mooca), CEP 03162-030 São Paulo SP Brasil ISSN: 1678-0965 ABTG – Telefax (11) 2797.6700 Internet: www.abtg.org.br ESCOLA SENAI – Fone (11) 2797.6333 Fax (11) 2797.6309 http://grafica.sp.senai.br Presidente da ABTG: Carlos Suriani Diretor da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris: Elcio de Sousa Jornalista Responsável: Tânia Galluzzi (MTb 26897) Projeto Gráfico: Cesar Mangiacavalli Conselho Editorial: Bruno Cialone, Bruno Mortara, Carlos Suriani, Claudinei Pereira, Elcio de Sousa, Enéias Nunes da Silva, Leury Giacomeli, Manoel Manteigas de Oliveira, Mara Cristine Aguiar e Tânia Galluzzi Elaboração: Escola Senai Theobaldo De Nigris Diagramação: Mara Cristine Aguiar Produção: Escola Senai Theobaldo De Nigris Pré-impressão, Impressão e Pós-impressão: Escola Senai Theobaldo De Nigris Capa: Verniz Soft Touch - Printverniz Hot Stamping - fitas Crown do Brasil Assinaturas: 1 ano (4 edições), R$ 40,00; 2 anos (8 edições), R$ 72,00 Redação: contato@abtg.com.br

Apoio:

Esta publicação se exime de responsabilidade sobre os conceitos ou informações contidos nos artigos assinados, que transmitem o pensamento de seus autores. É expressamente proibida a reprodução de qualquer artigo desta revista sem a devida autorização. A obtenção da autorização se dará através de solicitação por escrito quando da reprodução de nossos artigos, a qual deve ser enviada à Gerência Técnica da ABTG e da revista Tecnologia Gráfica, pelo e-mail: abtg@abtg.org.br ou pelo fax (11) 2797.6700

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Alto nível

ucesso é pouco para classificar o 3º Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica, que teve como tema central a impressão digital. Foi a primeira vez que tivemos as inscrições encerradas antes do evento e todos os lugares tomados, prova de que o congresso da ABTG entrou definitivamente para a agenda de nosso setor! Porém, mais importante que a quantidade de pessoas, 280 no total, quero ressaltar a qualidade e nível técnico dos profissionais ali reunidos, fator que fez toda a diferença. E isso foi percebido de imediato pelos patrocinadores. Além de muito satisfeitos, alguns até já renovaram seu apoio para o próximo ano! Apesar de internacional, este foi o congresso mais nacional que já promovemos. Diferente de anos anteriores, percebemos também um número crescente de profissionais de outros estados na plateia, como Maranhão, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Brasília e Brasil afora. A principal lição que tiramos de tudo que nos foi apresentado é que tendo ou não impressão digital dentro de nossas plantas, o mais importante é pensar como digital, ter workflows automatizados, lançar mão de softwares que digitalizam os processos e os tornam mais ágeis para que possamos alimentar nossas máquinas de impressão e acabamento cada vez mais velozes. Por fim, ressalto que sem a colaboração de parceiros como Senai, os patrocinadores e a APS, que teve papel fundamental na organização e realização do congresso, o evento não seria possível. Aproveito para anunciar que o 4º Congresso Internacional “Gestão da Tecnologia e da Inovação” já está em pauta. A ideia é sermos provocados a buscar novas alianças, expandir horizontes e tomar de assalto este mundo digital e colocálo a nosso favor, criando assim novas demandas, embarcando soluções em nossos impressos, para que possamos ganhar status de fornecedores estratégicos junto a nossos clientes. Carlos Suriani Presidente executivo da ABTG VOL. III 2019 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Sumário 10

Os números e os desafios do mercado de aparas

14

ABTG comemora seus 60 anos com a posse da nova diretoria

26

Presidente da Ibá fala do potencial do setor de florestas plantadas

ESPECIAL

ESPECIAL

ENTREVISTA

FuturePrint atrai mais de 40 mil profissionais Evento

30 Congresso de Tecnologia Gráfica decifra a impressào digital

16 20 24

Two Sides

Devemos ou não adotar o novo método de calibração, o G7

30

A Época de Orthof

34

Normalização

Cultura Gráfica

4 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Academia

40

Quando vale a pena usar a secagem com LED UV

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FESPA 2019: fórmula vencedora Spindrift

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A alta qualidade da tecnologia quantum-dot

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Impressão

Evento

Multinacionais retiram mensagens enganosas contra o papel

Concertina Australiana, a encadernação com recortes e encaixes

Como Funciona

6 Literatura 25 Cursos 50 Notícias

Capa:: Thiago Justo

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NOTÍCIAS

Prêmio Paulista consagra o trabalho de 24 empresas

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segunda edição do Prêmio Paulista de Excelência Gráfica Luiz Metzler revelou seus vencedores no dia 15 de agosto. 58 empresas estavam concorrendo com 200 produtos e as grandes vencedoras foram a Plural, com quatro troféus no segmento Melhor Impressão, e a agência CBA B+G, vencedora em três categorias no segmento Melhor Design. Realizado pela Abigraf-SP, com coordenação técnica da ABTG , neste ano o concurso procurou destacar o esforço criativo, a começar pelo próprio nome do certame, que passou a chamar-se Prêmio Paulista de Excelência em Impressão & Design Luiz Metzler. Na prática, essa ênfase segmentou os premiados em dois blocos. Diferente do ano passado, quando cada categoria era dividida em três (impressão, acabamento e design e inovação), em 2019 as peças concorreram em Melhor Design, subdivido em oito categorias (promocional, editorial, impressos de segurança, cadernos, embalagens, rótulos e etiquetas e comunicação visual); e Melhor Impressão, fracionada em 25 categorias e nove segmentos (promocional, editorial, impressos de segurança, cadernos, embalagens, embalagens flexíveis, rótulos, comunicação visual e impressão rotativa). No total foram distribuídos 32 troféus, contra 25 no ano passado. Francisco Veloso Filho, coordenador da comissão julgadora, afirmou durante a festa, no espaço Apesp, que o concurso registrou uma evolução quantitativa e qualitativa. “O padrão elevou-se, tornando mais difícil o trabalho dos jurados. A pequena diferença nas notas mostra isso.” A segunda edição do Prêmio Paulista foi oferecida pela Heidelberg, tendo como patrocinadores Afeigraf, Bobst, FuturePrint, Ibema, DigitalPrinting/Fespa, Sun Chemical, Suzano e Oki. GI_RevistaAnúncio1.pdf

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Pós-graduação in company na Plural

omeçou no dia 26 de agosto, na Plural Indústria Gráfica, a turma in company do curso de pós-graduação Gestão em Engenharia de Produção da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris. O curso, que também tem andamento nas instalações da faculdade, foi estruturado para possibilitar aos participantes a análise das técnicas e ferramentas mais modernas de gestão de operações e incentivar a discussão sobre a inovação no segmento industrial. Gestão financeira e análise de investimentos e gestão de pessoas e liderança são os primeiros módulos do curso, cujas aulas acontecem duas vezes por semana no período noturno na planta da empresa. Contando com um corpo docente dedicado e com experiência acadêmica e de mercado, o curso é desenvolvido com

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estratégias diversificadas e situações de aprendizagem, a fim de estabelecer uma dinâmica de criação de novas ideias a respeito de caminhos para inovar os métodos de gestão no processo produtivo. Desta forma, o Senai vem transformando os ambientes corporativos em verdadeiros espaços de transformação e evolução profissional.

Nome novo para a Faculdade Senai

Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica agora chama-se Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris. O nome Senai Theobaldo De Nigris é referência no segmento gráfico há muitos anos, mas atualmente atende também o setor de celulose, papel e oferta outros cursos não ligados ao segmento gráfico, o que já acontece com dois cursos de pós-graduação: Inovação e competitividade industrial e Gestão em engenharia de produção. A alteração foi realizada com o objetivo de ampliar e reforçar a atuação da Theobaldo no curso superior.

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NOTÍCIAS

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Brasil fica em 3ºlugar geral na

Brasil conquistou, no dia 27 de agosto, o terceiro lugar na 45a edição WorldSkills, a olimpíada mundial de educação técnica. Depois de quatro dias de disputas, a competição realizada em Kazan, na Rússia, terminou com a conquista de 13 medalhas e o reconhecimento do Brasil como um dos países com a melhor educação profissional do mundo. Foram duas medalhas de ouro (Desenho Mecânico em CAD e Manutenção de Veículos Pesados), cinco de prata (Computação em Nuvem, Tecnologia da Moda, Tornearia CNC , Engenharia de Moldes para Polímeros e Cuidados de Saúde e Apoio Social) e seis de bronze (Instalações Elétricas Prediais, Segurança Cibernética, Aplicação de Revestimento Cerâmico, Tecnologia de Laboratório Químico, Mecatrônica e Soldagem). A delegação brasileira também ganhou certificados de excelência em 28 ocupações, nas quais os competidores ficaram acima da nota média dos concorrentes. Ao todo, o torneio contou com a participação de 354 jovens de 63 países. A China, que sediará a próxima WorldSkills em 2021, na cidade de Xangai, chegou com força e conquistou o primeiro lugar no ranking de pontos totais. Já a Rússia, que neste ano foi anfitriã do torneio, ficou em segundo lugar no pódio. O terceiro lugar da delegação brasileira reforçou a imagem do país entre as equipes mais vitoriosas da competição. Isso porque o Brasil foi o grande campeão quando o evento ocorreu em São Paulo, em 2015, pela primeira vez na América Latina. Na última edição, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, os brasileiros alcançaram o segundo lugar. “O resultado, para o Brasil, demonstra o alto nível de excelência da educação profissional brasileira. Além do número de medalhas, o padrão de qualidade que nós demonstramos nesta edição, em Kazan, mostra que em 73% das ocupações, o Brasil GI_RevistaAnúncio3.pdf

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estabeleceu um padrão de excelência. Ou seja, a cada quatro competidores brasileiros, três têm referência da WorldSkills, o que é muito bom, o que nos coloca entre os melhores do mundo”, avalia o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, que é o delegado brasileiro na organização internacional. Dos 63 brasileiros na disputa, 56 foram treinados pelo Senai e sete pelo Senac. A WorldSkills é o maior torneio de educação profissional do planeta. A cada dois anos, jovens de até 22 anos disputam medalhas de ouro, prata e bronze em um país diferente. Cada ocupação tem provas específicas, nas quais os competidores precisam demonstrar habilidades individuais e coletivas e realizar provas em padrões internacionais de qualidade. Fontes: Agência de Notícias CNI e Agência do Rádio Mais

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IV Simpósio Senai/ Aber de Inovação

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Certificação G7 para os alunos da faculdade

m julho, durante as férias, foi realizado o primeiro treinamento G7 Expert Profissional Training para os alunos do terceiro ano da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris nas dependências da faculdade. A certificação dos alunos da faculdade faz parte do programa de parceria do Senai com a Idealliance Latin America e ProjetoPack & Associados. Após o curso os alunos realizaram uma avaliação e 14 deles se tornaram G7 Experts.

conteceu em junho o IV Simpósio Senai/Aber de Inovação, Desenvolvimento e Tecnologia na Preservação de Acervos. A programação do simpósio contou com a participação de 32 palestrantes, que debateram a preservação de acervos sob a luz dos temas atuais. Foram apresentados trabalhos e palestras sobre educação patrimonial, as recomendações do Conarq e do Arquivo Nacional, secagem de materiais que sofreram enchentes em São Paulo, processos de restauro e conservação de obras de arte e livros, pesquisas em acervos de coleções sertanejas, conservação de acervos em materiais plásticos e processos de degradações de obras de arte contemporânea entre outros temas. Durante esses dias foram intensas as discussões sobre a preservação de acervos e formas mais eficientes de manter as informações das obras tratadas. Em outubro, a Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo de Nigris disponibilizará a publicação do simpósio.

Novo parceiro na Theobaldo:

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escola agora conta com mais um parceiro: A FujiFilm! Em um novo laboratório, a FujiFilm instalou o equipamento Acuity LED 1600 II , uma impressora de grande formato tecnologia jato de tinta, com cura UV, 1,60 m de largura e para mídias flexíveis e rígidas (até 1 cm de espessura). Com esta parceria, a Theobaldo tem a disposição mais uma solução e tecnologia de ponta para os cursos de Comunicação Visual e Sinalização. O espaço será utilizado pelos colaboradores da FujiFilm, instrutores e alunos. GI_RevistaAnúncio4.pdf

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ESPECIAL Eunice Dornelles

Aparas de papel: mercado apresenta bons números, mas pode melhorar Com alta de 2,4%, setor atingiu volume recorde de reciclagem em 2018. O ponto alto foi o papelão, enquanto o papelcartão depende do avanço da coleta seletiva para evoluir.

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a chamada economia circular, as aparas de papel representam um setor importante na cadeia de reciclagem do País. Segundo a Associação Nacional dos Aparistas, Anap, as principais categorias de aparas utilizadas no ramo gráfico provém de papel para imprimir e escrever, papel de embalagem e papelcartão. Além desses tipos, existem os chamados “pós-consumo”, aqueles descartados pelo usuário final, e podem conter elementos “impuros”, como metais, cordas, vidro e madeira, sem contar os resíduos alimentares. Em números divulgados pela Anap, o mercado de aparas registrou em 2018 um recorde de volume de reciclagem de 5.088 toneladas, um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior. Para Pedro Villas Boas, presidente executivo da associação, o mercado de aparas vai bem. “Fechamos 2018 com um novo recorde no volume de reciclagem, o que indica um setor bem ativo. O papelão para embalagem foi o grande destaque, seguido do papel para imprimir e escrever e, com desempenho um pouco mais fraco, o papelcartão.” O executivo da Anap avalia que o desempenho do papelcartão deve-se, principalmente, a um

Carlos Ribeiro

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Célio Robusti

dos elos ainda considerados fracos na cadeia da reciclagem. “Esse tipo depende mais do material que vem das residências e a coleta continua muito deficiente no Brasil. Em São Paulo, ainda não são todos os bairros que têm coleta domiciliar e muitos municípios brasileiros nem iniciaram o serviço. E, pela nossa experiência, quando a coleta de recicláveis é implantada, a população colabora.” Fernando Sandri, diretor técnico de P&D da Ibema, empresa que produz 140 mil toneladas de papel anualmente em suas fábricas no Paraná e em São Paulo, concorda com a Anap. “A falta de coleta efetiva nas residências é um entrave altíssimo. O sistema de coleta contratado hoje pelas prefeituras não favorece o formato da economia circular. É um modelo que não privilegia o esforço de separação dos materiais, pois não garante que eles voltarão para um processo de recuperação.” Para o executivo, o Brasil já recicla bastante, mas, para melhorar, precisa aumentar a demanda e o uso de produtos com material reciclado. “Esse ciclo só vai fluir melhor se houver quem compre na ponta. Não existe sobra de aparas no mercado. Tudo que é coletado é consumido. O que falta são aparas pós-consumo: embalagens usadas, seja em

Fernando Sandri

Pedro Villas Boas

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papelcartão, papelão ou caixas. Quanto mais aparas pós-consumo colocarmos na fabricação, melhor a eficiência da economia circular”, explica o diretor da Ibema. Pedro Villas Boas aponta outra dificuldade: o excesso de tributação. “O imposto pago pela apara de papel não pode ser recuperado. Segundo alguns analistas, isso significa bitributação, pois o papel original já foi tarifado. Se esse empecilho fosse removido e houvesse o reconhecimento de que esse é um segundo ciclo, haveria um barateamento desse tipo de papel.” Atualmente, a Confederação Nacional da Indústria, CNI , em conjunto com toda a cadeia de reciclagem, tenta reverter tal conjuntura. Pedro diz que “talvez, com a reforma tributária, a situação possa ser revista, acabando com essa anomalia”.

André Duckur Cristofoleti, proprietário da Aparas Primos, de Rio Claro, um dos grandes aparistas paulistas, afirma que não existe falta de aparas no mercado, principalmente com o consumo em baixa. “Caso grandes fabricantes comecem a aumentar a produção, poderemos ter algum caso de pouca oferta, mas, neste momento, isso não acontece. As empresas produtoras de papel não aumentaram a quantidade de pedidos de aparas, o mercado está bastante equilibrado.” Fernando Sandri reafirma que é preciso incentivar a coleta e separação do material pós-consumo. Esse é o grande desafio. “Todos precisam estar motivados para que haja material disponível. Isso inclui desde a relação das pessoas com a compra, o uso e descarte dentro de casa, até a melhoria nos

REDUÇÃO DRÁSTICA

Um grande player do mercado é a CBS Aparas, que tem capacidade para processar cinco mil toneladas de aparas por mês. Carlos Ribeiro, diretor, explica que a CBS não trabalha diretamente com catadores, mas com os ferros-velhos e as cooperativas, empresas profissionais estabelecidas e que têm condição de fornecer o material descartado nas ruas e lares. De acordo com Carlos, a oferta de aparas de papel para imprimir e escrever caiu pela metade nos últimos 10 anos. A crise econômica fez sua parte, mas a internet e a queda de circulação de jornais e revistas impressos foi uma das grandes responsáveis pela redução, na opinião dele. “Antigamente, retirávamos dos condomínios mil toneladas de papel mensalmente, oriundas das revistas e jornais que os moradores descartavam. Hoje esse volume caiu muito. A falência de grandes livrarias, como a Cultura e a Siciliano, representou uma queda de 70% no volume de livros descartados, outro grande baque sofrido pelo papel para imprimir e escrever.” O segmento de papelão também depende da economia, mas é mais estável. Com a crise econômica, o consumo do brasileiro pode ter diminuído, mas, por outro lado, com o aumento do desemprego, há um número recorde de pessoas catando papelão nas ruas, o que compensa e serve para manter a oferta equilibrada. Segundo os aparistas, o grande boom do descarte e consequente oferta de papel de embalagem acontece entre os meses de outubro e janeiro. Black Friday, Natal, Ano Novo, mais dinheiro circulando no país favorecem essa matéria-prima.

A CBS é capaz de processar 5.000 toneladas por mês

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canais de reciclagem para que o material retorne às fábricas, seja via varejo, cooperativas ou serviço público. E mais: a demanda precisa crescer, com a indústria de bens de consumo especificando e solicitando o material reciclado para suas embalagens.” Para o executivo, iniciativas como a campanha Two Sides, que visa informar e conscientizar o público sobre a reciclagem de papel, são fundamentais. “Trabalhar dentro das empresas para ampliar a divulgação, dar mais visibilidade a esse tema junto a todos os públicos proporcionará um belíssimo resultado de longo prazo, irradiando positivamente esse conhecimento para que equívocos sejam corrigidos de forma adequada.” FUTURO

Para Sandri, da Ibema, a tendência é que aumente o consumo do papelcartão em detrimento do plástico. Ele cita como exemplo a Nestlé, que anunciou a troca da embalagem de plástico de sua linha

europeia de barrinhas de cereal Yes pelo papel, após investir em maquinário para manter a mesma velocidade na linha de embalagens que tinha com o uso do plástico. “Percebemos também que vários itens de higiene e limpeza estão retornando para embalagens de papelcartão. Outras empresas estão anunciando a redução no consumo de plástico e acreditamos muito nessa tendência. Aos poucos, estamos nos preparando para que o papelcartão aumente seu espaço nas gôndolas.” No lado dos aparistas, Carlos Ribeiro dá sua visão de longo prazo. “O que vejo é que a oferta de papel de imprimir e escrever diminuiu sem volta. Para o segmento de embalagem a grande esperança é que a economia cresça, aumentando significativamente a oferta e a procura. A indústria papeleira já está preparada, em termos de equipamento e tecnologia, para uma demanda mais acelerada. Cabe a nós, aparistas, estarmos prontos para esse aumento.”

RECUPERAÇÃO DE APARAS PELOS PRINCIPAIS CATEGORIAS GERADORAS

Produto

Evolução 2014 2015 2016 2017 2018 18/17

Imprimir e escrever

Consumo aparente de papel Coleta de aparas - brancas Taxa de recuperação

2.726 2.191 2.096 2.069 2.023 -2,2% 918 870 774 820 877 6,9% 33,7% 39,7% 36,9% 39,6% 43,4

Embalagem Consumo aparente de papel Coleta de aparas - marrons Taxa de recuperação

4.760 4.801 4.747 4.872 4.861 -0,2% 3.762 3.803 3.849 4.025 4.096 1,8% 79,0% 79,2% 81,1% 82,6% 84,3%

588 553 540 571 603 5,6% 152 147 142 124 115 -7,3% 25,9% 26,6% 26,3% 21,7% 19,1% Consumo aparente total Coleta de aparas total

8.074 4.832

7.545 4.820

7.383 4.765

7.512 4.969

7.487 5.088

Taxa de recuperação

59,9% 63,9% 64,5% 66,1% 68,0%

-0,3% 2,4%

Fonte: Ibá / ANAP / Anguti Obs.: Coleta de aparas inclui exportações.

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CONSUMO MENSAL DE APARAS

Mês 2017 2018 2019 408 418 422 395 414 407 401 430 416 395 426 415 403 375 436 405 447 415 454 425 442 416 418 423 435 418 413 415 420

480 460 440 420

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400 380 360 340

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Fonte: Anguti Estatística Fonte: Anguti Estatística

COMO FUNCIONA A RECICLAGEM DE PAPÉIS

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paras são materiais descartados em processos industriais, como explica Célio Robusti, técnico de Ensino da Theobaldo De Nigris. Em se tratando da indústria de papel, as aparas são classificadas em dois grupos: pré-consumo e pós-consumo. As primeiras são, principalmente, refiles e refugos originários de gráficas, editoras, cartonagens, bem como da indústria de papel. Aparas pós-consumo são artefatos de papel, papelcartão e papelão ondulado descartados após sua utilização. A grande maioria dos papéis pode ser reciclada, ou seja, pode voltar ao ciclo produtivo, desde que não possua impurezas em excesso ou que essas possam ser retiradas durante o processo. As aparas de papel que possuem materiais que podem comprometer a qualidade do produto final e que não podem ser retirados durante o processo, não devem ser utilizadas, de acordo com o técnico do Senai. Estão nessa categoria o papel parafinado, papel betumado, papel higiênico, papel termocopiativo, papel carbono (em desuso), papel metalizado e papel fotográfico. Também não devem ser reciclados papéis que, ao entrarem em contato com a água, não se desagregam facilmente, como embalagens utilizadas para alimentos congelados e alguns tipos de papel toalha. Papéis transparentes, como o manteiga, não podem ser reciclados devido ao excesso de refinação das fibras celulósicas durante seu

processamento, que alteram de forma significativa sua estrutura. Para a fabricação de papéis brancos para imprimir e escrever ou de papéis que serão coloridos no processo podem ser utilizadas aparas brancas ou até mesmo impressas de papéis offset, apergaminhado, monolúcido, multiuso, couché, entre outros, desde que a fábrica possua os equipamentos necessários para retirar a tinta de impressão, o chamado desentintamento. Para a fabricação de alguns tipos de papelcartão menos nobres podem ser utilizados os mesmos tipos de aparas citadas anteriormente para compor o verso ou o miolo do produto. Já para a fabricação do papel que será destinado à composição do miolo de uma caixa de papelão é muito comum utilizar aparas (pós-consumo) da própria caixa de papelão, juntamente com algum outro tipo de papel branco ou colorido, impresso ou não. Vale lembrar que antes de reciclar é preciso fabricar o papel com celulose virgem para que se tenha matéria-prima fibrosa adequada. Além disso, Célio ressalta que a fibra celulósica tem um limite de reciclagem, já que seu comprimento diminui e suas paredes são danificadas. Durante o processo, sua estrutura é alterada de forma significativa, comprometendo, assim, a qualidade do produto final, principalmente aquela que diz respeito à resistência mecânica. VOL. III 2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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ESPECIAL

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Festa marca posse da nova diretoria

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clube Juventus foi o local escolhido pela ABTG para a comemoração de seu sexagésimo aniversário. A entidade reuniu 164 pessoas na noite de 4 de julho para festejar a data e empossar a diretoria que conduzirá a associação até 2022. A trajetória da ABTG foi lembrada por Francisco Veloso Filho, que comandou a entidade nos últimos três anos e há mais de 20 coordena a comissão julgadora do Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini. Ressaltando o papel dos fundadores, Veloso afirmou: “Naquele período de plena industrialização de São Paulo, anterior ao surgimento da Escola Técnica de Artes Gráficas do Senai, eles objetivavam trocar informações técnicas, experiências e melhorar o padrão de qualidade dos impressos, através da difusão do conhecimento que possuíam”. Ele grifou também as realizações da associação por meio dos três pilares que sustentam sua evolução: difusão do conhecimento,

ABTG quer ir mais longe

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m dos principais objetivos da nova diretoria é alargar as fronteiras, ampliando o alcance da associação. Nesse sentido, vem estreitando o relacionamento com instituições de outros Estados, como o Senai Dendezeiros, em Salvador, e o Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado da Bahia, Sigeb. “Queremos estar em pontos estratégicos, dos quais possamos atender toda uma região”, afirma Carlos Suriani, novo presidente executivo e um dos diretores da Ogra Oficina Gráfica. Outra meta é aprimorar a comunicação com o mercado, sobretudo na divulgação de seus serviços. As ações nesse sentido vão desde a atualização de mailing e reestruturação do site da entidade, até o aumento da capilaridade da revista Tecnologia Gráfica. “Estamos assumindo uma postura proativa, realocando pessoas antes em atividades internas para que se transformem em multiplicadores dos projetos da ABTG ,

normalização e valorização do impresso, ressaltando ações mais recentes como o Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica e a representação da campanha mundial Two Sides. A nova diretoria foi empossada por Bruno Cialone, até então presidente do conselho diretivo, ao lado de Francisco Veloso e Manoel Manteigas de Oliveira, que continua como diretor técnico. Após seus agradecimentos, Carlos Suriani e Fabio Gabriel, respectivamente presidente executivo e presidente do conselho diretivo, deram a palavra a João Scortecci, que falou em nome dos membros da nova gestão. Salientando o aspecto tecnológico, o novo vice-presidente executivo afirmou que não há inovação sem tecnologia de ofício, não há criatividade sem a proposição do ato de fazer diferente. Houve espaço também para homenagear os ex-presidentes, dos quais estiveram presentes Fabio Mortara, Silvio Isola, Reinaldo Espinosa, além dos próprios Francisco Veloso e Bruno Cialone.

em contato direto com as gráficas”, complementa Caco. “Projetamos uma entidade nacional e digital, próxima do micro e pequeno gráfico, capaz de oferecer cursos online, webinars e o que mais for preciso para responder às necessidades desse público. Queremos disseminar conhecimento e conectar pessoas.” Caco e Fabio Gabriel, novo presidente do conselho diretivo e diretor da Leograf, já faziam parte da gestão anterior como conselheiros. “Estou muito satisfeito com a equipe que conseguimos formar para a nova gestão. Os últimos três anos foram dos mais difíceis para a ABTG e saímos dessa fase fortalecidos. Agora vamos dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito, fortalecendo ainda mais a entidade à medida que intensificamos o relacionamento com as instituições afins, inclusive com a Abigraf e o Sindigraf”, diz Fabio Gabriel.

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Gestão 2019/2022 Diretoria executiva Carlos Suriani, presidente João Scortecci, vice-presidente Manoel Manteigas de Oliveira, diretor técnico Bruno Arruda Mortara, diretor técnico adjunto Oziel Branchini, diretor financeiro José Ricardo Carrijo, diretor financeiro adjunto Conselho diretivo Membros efetivos Fabio Gabriel dos Santos, presidente Wilson Paduan, 1O vice-presidente Bruno Cialone, 2O vice-presidente

Conselheiros Alexandre Frare Piffer Ana Paula Paschoalino B. Freitas Antonio José Simões Vieira Gameiro Cidnei Luiz Barozzi Francisco Veloso Filho James Hermes dos Santos Ludwig Allgoewer Renato Barbieri Richard Möller Sidney Anversa Victor

Membros suplentes Paulo César Bernardino João Elcio Luongo Junior Wilson Pereira da Silva

Membros Suplentes Ricardo Morena Hiraishi Sergio Ricardo Fonseca Pera Franz Clemens H. Furstenberg

Conselho fiscal

Membros Efetivos: José Pires de Araújo Júnior Paulo Addair D. Filho Felipe Salles Ferreira

João Scortecci, Carlos Suriani, Manoel Manteigas de Oliveira e Fabio Gabriel dos Santos.

associados

Da idealização e organização da ExpoPrint - o maior evento do setor gráfico da América Latina - à realização da Conferência Trends of Print, ao trabalho estatístico sobre os dados econômicos do nosso mercado, a Afeigraf há 15 anos apoia a indústria gráfica no Brasil.

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EVENTO Tânia Galluzzi

Fotos: divulgação

FuturePrint recebe mais de 40 mil visitantes

Feira voltada aos mercados de sinalização e comunicação visual aconteceu entre os dias 10 e 13 de julho no Expo Center Norte, em São Paulo.

Saiba mais sobre a Future Print 2019:

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presença de um público qualificado, em busca de novidades e disposto a fazer negócios foi o principal destaque da 29ª edição da FuturePrint. “Este ano registramos um crescimento de 28% no tamanho da feira, gerado pela chegada de 40 novos expositores que acreditaram no potencial e na relevância do evento”, afirmou a diretora da FuturePrint, Liliane Bortolucci. A mostra deste ano lançou a nova marca da feira, que até 2018 era chamada de Serigrafia Sign FutureTextil. O objetivo foi a modernização e, principalmente, adequar a marca à maior abrangência do evento. Além dos 250 expositores, representando 650 marcas, os participantes puderam acompanhar também várias atrações paralelas. Espaços como o Fórum FuturePrint, discutindo temas sobre comunicação visual, sublimação, impressão digital e gestão empresarial, e o Circuito de Impressão Digital Têxtil, ambiente interativo que mostrou o processo por trás da confecção de produtos têxteis,

atraíram muitos visitantes. Em anexo ao Circuito ocorreu o Fórum Future Têxtil, com palestras, debates e cases de sucesso. A programação incluiu igualmente o Serigrafia em Ação, com apresentações práticas; o Sublimação em Ação, com palestras e workshops sobre o processo; o DecorPrint, criado para demonstrar as possibilidades da impressão na decoração de interiores; e o Fórum Acrílico. Numa parceria entre a Fiesp, a Abigraf e o Sindigraf, mais uma vez a feira contou com a Sala de Crédito, reunindo bancos, cooperativas, fintechs e agentes de desenvolvimento para auxiliar os visitantes na construção da melhor estratégia de financiamento. Na mesma linha de apoio ao empreendedor, esteve presente o Sebrae Móvel, prestando consultoria por meio de análises financeiras e de gestão, afora o espaço Confecção 4.0 Virtual, promovido pelo Senai São Paulo, convidando o visitante a um tour, por meio de óculos de realidade virtual, em sua planta piloto no conceito da Indústria 4.0.

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Além de divulgar sua grade de cursos e serviços, a ABTG realizou uma ação exclusiva para os interessados em participar da Missão Sign China. O pacote de viagem incluiu a visita à Sign China 2019, em setembro, e visitas técnicas guiadas dentro e fora da feira. A próxima edição, comemorativa aos 30 anos da feira, está programada para o período entre 22 e 25 de julho de 2020 no mesmo Expo Center Norte, em São Paulo. Conheça a seguir alguns dos principais lançamentos. AMERICA UV

Cerca de 1.500 pessoas interessadas em conhecer as opções em impressão digital com cura LED UV passaram pelo estande, segundo Eliel Schemiko, diretor comercial e de marketing. O retorno dos visitantes com relação à produtividade dos equipamentos, entre eles a impressora compacta Euro Hybrid, e à inovação de soluções como a mídia flexível Soft UV e às tintas digitais HND-Ink conduzirão o plano de negócio e o marketing da companhia. Equipada com cabeças industriais Ricoh, a Euro Hybrid é capaz de injetar três tamanhos diferentes de gotas de tinta, com resolução de sete picolitros na gota mínima, proporcionando melhor qualidade de imagem, mesmo em modo quatro cores, com resultado mais nobre e suave, sem granulação visível. Permite impressão de até 1,60 metro. DUPONT

Em sua primeira vez na Future Print, a DuPont Advanced Printing apresentou o portfólio de produtos de sublimação composto pelas tintas DuPont Artistri Xite S1500, S2500 e S3500, para impressão em substratos têxteis de poliéster e com desempenho superior entre os impressores e fabricantes de equipamentos. Entre os diferenciais da linha estão os pretos profundos, grande saturação de cor, maior desempenho de jateamento durante a impressão e redução da necessidade de limpeza das cabeças e do tempo de parada durante a impressão. EPSON

Em sua oitava participação na FuturePrint, a Epson Brasil promoveu uma ação inédita. “Pela primeira vez na Epson, a empresa trouxe produtos que ainda não foram apresentados ao mundo. Optamos por lançar o equipamento primeiramente no Brasil”, disse Fábio Tolosa, especialista em produtos VOL. III 2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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da Epson. Trata-se da impressora sublimática de grande formato SureColor S60600L, que traz novo sistema de carga de tinta como cartuchos de 1l. IMPRIMAX

Com um dos estandes mais atrativos, a Imprimax, focada na produção de películas autoadesivas, apostou todas as suas fichas no segmento de decoração. Montou seis ambientes, incluindo um restaurante, para mostrar a nova linha de revestimentos adesivos Revest Max. Trata-se de um vinílico resinado, resistente à água e de fácil limpeza, com durabilidade de até três anos, disponível em 17 cores. MIMAKI

A empresa aproveitou a feira para comemorar os 10 anos da Mimaki Brasil oferecendo aos clientes garantias estendidas de suas principais linhas, voltadas às impressoras digitais de grande formato, e para o lançamento da impressora 3D de mesa com tecnologia de filamento, a 3DFF-222. Com área disponível para modelagem de 210 x 200 x 195 mm, a máquina tem velocidade de modelagem entre 10 e 200 mm/s e peso de 16 kg. O equipamento possibilita monitoramento remoto, abastecimento automático de fácil instalação e dispositivo para filtrar os gases de impressão. ROLAND DG

Entre os equipamentos levados para a feira estava a TrueVis VG2–640, impressora com recorte integrado que possui tinta com alta intensidade nas cores padrão CMYK , as especiais light e a cor laranja. Tem ainda três ajustes de altura da cabeça de impressão e iluminação interna com luz de LED para verificação da qualidade de impressão. Um rolete de pressão intermediário, que sobe quando a máquina executa o processo de corte, evita eventuais danos da impressão. Caracteriza-se pela qualidade de corte perfurado e redução no tempo de espera, comando simplificado para comunicação com a máquina e maior interatividade. Com um dos estandes mais atrativos, a Imprimax, focada na produção de películas autoadesivas, apostou todas as suas fichas no segmento de decoração. Montou seis ambientes, incluindo um restaurante, para mostrar a nova linha de revestimentos adesivos Revest Max. Trata-se de um vinílico resinado, resistente à água e de fácil limpeza, com durabilidade de até três anos, disponível em 17 cores. 18 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Todos os dias no Brasil são plantadas, em média, o equivalente a cerca de 500 campos de futebol, de florestas para a produção de papel e outros produtos.

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As florestas plantadas ajudam a reduzir o desmatamento e a recuperar áreas degradadas por mau uso.

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O uso da madeira de florestas plantadas previne e reduz a utilização de recursos não renováveis.

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A reciclagem de embalagens em papel reduz a quantidade de resíduos produzidas.

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o ciclo susTEnTAvel do papeL

As indústrias brasileiras de base florestal mantêm 7,8 milhões de hectares de florestas plantadas e preservam outros 5,6 milhões de matas nativas.

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As florestas plantadas, manejadas corretamente, contribuem para a recuperação do solo e para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades.

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O papel é parte de um ciclo que respeita o meio ambiente e a sustentabilidade do nosso planeta.

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EVENTO Tânia Galluzzi

Decifra-me ou te devoro Assim como no desafio da Esfinge de Tebas na Grécia Antiga, o gráfico tem de decifrar a impressão digital, tema do terceiro Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica, para desfrutar todos os seus benefícios. Entretanto, o enigma não é a tecnologia em si e sim onde se quer chegar com ela.

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ão houve firulas nem delongas. ABTG e APS Eventos Corporativos foram direto ao ponto ao montarem a grade de palestras do Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica, realizado no dia 22 de agosto, em São Paulo. Se o objetivo era discutir impressão digital, nada melhor do que conhecer as estratégias daqueles que estão lucrando e crescendo com a tecnologia. Dos oito palestrantes, a maioria atua diretamente na produção, e o trunfo do encontro foi justamente esse, colocar quem está com a mão na massa para falar dos principais ingredientes de sua receita e como manter o pão fresquinho e a clientela fiel, dia após dia. A primeira palestra, sobre tendências em toner e inkjet, foi conduzida por Pat MacGrew. Se não uma gráfica-raiz, a norte-americana está há mais de 30 anos no setor, sendo hoje diretora sênior da Keypoint Intelligence, empresa de pesquisa e análise de mercado nas áreas de produção gráfica e impressão digital. Foi sobre os números da consultoria que se debruçou Pat para comparar as duas tecnologias e apontar o que as empresas estão fazendo para ampliar seus negócios. De acordo com a consultora, a impressão baseada em toner continua a se expandir. O cardápio de cores especiais e substratos vem crescendo, assim como as opções de acabamento inline,

expandindo a capacidade das impressoras digitais dessa família. Amplamente utilizada e caracterizada pela versatilidade, a tecnologia jato de tinta deve dominar boa parte da próxima Drupa, segundo Pat. “A tecnologia inkjet está sendo usada tanto em substituição ao offset, quanto em serviços antes encaminhados para terceiros, assim como em novos trabalhos, que não seriam produzidos se a gráfica não tivesse sistemas inkjet.” Independente da tecnologia, fundamental é saber vender o que ambos os sistemas são capazes de produzir. “Vivemos os altos e baixos da economia e sabemos que no mundo o número de gráficas está diminuindo, mas há segmentos com boas margens. Recentemente tivemos a notícia de uma grande gráfica no Tennessee que está fechando, enquanto outra, na Califórnia, acaba de comprar

“Enquanto uma gráfica no Tennessee está fechando, outra na Califórnia acaba de comprar cinco impressoras para fazer material promocional para a indústria da cannabis.” Pat MacGrew 20 TECNOLOGIA GRÁFICA

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“As gráficas chegam a ter uma perda geral de 50% em uma linha de produção onde a impressão é digital, mas o acabamento não.” Sandra Rosalen cinco impressoras para fazer material promocional para a indústria da cannabis. A questão é saber o mercado que se busca.” Ao planejar novos investimentos, é importante pensar, sobretudo, em como o mercado vai usar os recursos de sua nova aquisição e se o fluxo de trabalho da gráfica dará conta desse incremento. Pat MacGrew encerrou sua palestra alertando para a necessidade de o empresário olhar para a produção de forma global, identificando gargalos, minimizando erros e aumentando a eficiência. “Criamos no Keypoint Intelligence uma ferramenta para ajudar a empresa a detectar os problemas e alcançar a manufatura inteligente. Em três anos visitando gráficas em várias partes do mundo, não encontrei nenhuma que tenha atingido o estágio mais avançado dessa escala.” E uma das falhas mais comuns, que se sanada já eliminaria vários gargalos de produtividade, é a subutilização dos recursos disponíveis nos softwares de workflow. “Para crescer é imprescindível ser criativo, estar sempre de olho na qualidade e ser eficiente.” Na trilha da criatividade, a apresentação seguinte lançou luz sobre uma das áreas nas quais a impressão digital tem contribuído muito: decoração. Eduardo Oliveira, fundador da Tergoprint, especializada na personalização de materiais e revestimentos para arquitetura, mostrou ambientes e edifícios customizados a partir da impressão digital. De uma sorveteria projetada por Rui Otake a um centro cultural, Eduardo apontou várias aplicações em diversos substratos (de mantas vinílicas a placas de cimento), exemplificando o rol de possibilidades dos sistemas digitais. ACABAMENTO, QUESTÃO DELICADA

O período da manhã encerrou-se com aula de Sandra Rosalen sobre pós-impressão digital. Mestre e doutoranda pela Universidade de Wuppertal, Alemanha, onde desenvolve carreira como pesquisadora científica na cadeira de pós-impressão e embalagens, Sandra mostrou como e por que as gráficas estão perdendo dinheiro ao negligenciarem a pós-impressão. A pesquisadora foi taxativa: as gráficas

chegam a ter uma perda geral de 50% em uma linha de produção onde a impressão é digital, mas o acabamento não. Para chegar a essa conclusão, Sandra, que é técnica gráfica pelo Senai Theobaldo De Nigris, acompanhou a produção de 1 milhão e 500 mil produtos ao longo de oito meses. As peças impressas digitalmente foram divididas em três grupos: impressão sob demanda, baixas tiragens e dados variáveis. Para entender o grau de integração dos sistemas de acabamento com as impressoras digitais, os equipamentos (260 no total) foram classificados a partir de quatro requisitos: interface mecânica, comunicação dos dados de processo, interface de controle e comunicação com sistemas de gestão da informação. A produção dentro da gráfica também foi categorizada: offline, quando não há conexão entre a impressão e o acabamento; nearline, na qual um sistema de gestão, alimentado por códigos impressos nos próprios materiais, é capaz de aproximar as duas pontas e automatizar etapas; e inline, onde o sistema comanda tanto a impressão quanto a pós-impressão. “Avaliando os impactos desses cenários na pós-impressão, levando em consideração aspectos de custo, tempo de produção e complexidade, percebemos que os três cenários têm prós e contras. Por isso é preciso saber onde se quer chegar antes de investir.” Diante do desafio da integração, Sandra defendeu a presença de profissionais de TI nas gráficas, o aumento da capacidade de lidar com grandes volumes de dados (big data), assim como de enfrentar as questões ambientais. “Estudamos as ações das empresas no campo da sustentabilidade e os resultados foram catastróficos. Todos querem fazer algo, mas não se mexem. Há caminhos e as gráficas precisam pressionar os fornecedores nesse sentido.” Na volta do almoço a integração da impressão digital com o mundo digital foi o tema da palestra de Edson Benvenho, sócio-diretor da Midiograf e da Realidade Aumentada Brasil. O empresário é também vice-presidente da Abigraf Paraná e presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Paraná, Sigep. VOL. III  2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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“Prepare bem os arquivos, conheça suas saídas de impressão e use o espaço de cor Fogra39L.” Bruno Mortara

Calcado em exemplos práticos, Edson mostrou como a realidade aumentada pode alavancar a produção de impressos. “Ao trabalhar com realidade aumentada, o cliente passa a olhar a gráfica como uma empresa inovadora, capaz de lidar com conteúdos inteligentes, oferecendo interatividade e métricas precisas. E no pano de fundo sempre está a impressão.” DIVERSIFICAÇÃO

Bruno Mortara, superintendente do ONS27, coordenador do TC130/WG13 e professor de pós-graduação na Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris, subiu ao palco em seguida para abordar o gerenciamento de cores na impressão digital. Partindo da premissa de que não há uma norma técnica para o processo (e talvez nunca haverá), o especialista cuidou de listar boas práticas no gerenciamento de cores para a impressão digital em grandes formatos. Um dos desafios na gestão da cor nessa área é a multiplicidade de materiais passíveis de impressão. No grande formato, a qualidade final também pode virar uma variável, uma vez que muitas das peças são produzidas para serem olhadas à distância. “A resolução tem de ser a melhor para aquilo que o cliente precisa: alta para o que vai ser visto de perto, boa para média distância e básica para o que vai ser visto de longe.” Como cuidados na pré-impressão, Bruno recomendou também o uso dos valores referenciais do Dataset Fogra39L e ter um bom controle de grises (indicando o uso do G7). Outra dica foi a manutenção da calibração do RIP, inclusive com avaliações diárias. “Prepare bem os arquivos, conheça suas saídas de impressão e use o espaço de cor Fogra39L.” Os trabalhos foram encerrados com a apresentação das estratégias para a ampliação de mercado

de três empresas que continuam crescendo apesar da crise. O primeiro a falar foi Felipe Augusto, gerente de operações da FuturaIm Gráfica Online, que conta com 380 colaboradores, responsáveis pela produção de 4.000 pedidos por dia. Para chegar ao estágio atual, a FuturaIm cumpriu algumas etapas, a começar pela definição exata do perfil do cliente que desejava atender. Conhecendo as necessidades, foi preciso investir continuamente em sistemas que garantissem a satisfação do cliente, ao mesmo tempo em que proporcionassem redução de custos, produtividade e eficiência para a gráfica. Como trazer novos clientes foi outra pergunta importante, para a qual a empresa respondeu com a abertura de 15 lojas de atendimento, além do estabelecimento de 2.300 pontos de retirada de pedidos espalhados pelo País. E para fideliza-los, a gráfica online criou, afora as promoções constantes, um programa de vantagens para aqueles que utilizam seus serviços com frequência. A palavra foi passada a Rodrigo Abreu, master franqueado e CEO de franchising da Alphagraphics. O executivo falou sobre o papel da franquia e do franqueado, a primeira pensando o negócio a médio e longo prazos e o franqueado preocupando-se com o dia a dia da gráfica. Ele enfatizou a importância das gráficas se ajudarem, unindo forças por meio de entidades como a ABTG , a Abigraf e a

“O web-to-print já está incorporado. Estamos pensando agora no design-to-publish.” Rodrigo Abreu 22 TECNOLOGIA GRÁFICA

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campanha Two Sides, e sobre os desafios da inovação. “O web-to-print já está incorporado. Estamos pensando agora no design-to-publish, que começa antes da pré-impressão, ou seja, quando a peça está sendo criada, e vai até a saída final do produto, seja qual for o canal.” A Alphagraphics conta atualmente com 3.000 lojas no mundo, que juntas faturam US$ 1 bilhão. Encerrando a terceira edição do congresso, Paulo Estrella Fagundes, coordenador de marketing da Braspor, ressaltou a necessidade de uma equipe de vendas com perfil consultivo. Falou da opção da Braspor por uma linha de produção híbrida, combinando processos para satisfazer as demandas dos clientes, e do investimento em soluções diferenciadas para pontos de venda como impressão metalizada, lenticular e dados variáveis. Com 450 funcionários, a Braspor criou ainda uma unidade de negócio para o segmento de comunicação visual

O debate entre Felipe (FuturaIm), Rodrigo (Alphagraphics) e Paulo (Braspor), mediado por Manoel Manteigas, fechou o programa

e um departamento de logística para tratamento de dados e frota própria. O congresso reuniu 280 profissionais e foi patrocinado pela HP, Ricoh, Agfa, Canon, Chambril, Koenig & Bauer e Papirus, com patrocínio institucional da Afeigraf, Drupa, Fedrigoni e Heidelberg. O tema para a próxima edição, escolhido em pesquisa realizada no evento de 2018, será Gestão da Tecnologia e da Inovação.

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m essasTWO SIDES

ões para arPapel mais em es.org.br

Corporações globais retiram mensagens enganosas contra o papel

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egue crescendo o número de companhias de comunicação, que retornou o contato. No iníque admitem estar usando argumentos equi- cio deste ano, a mensagem no site foi finalmente vocados para estimular seus usuários a troca- editada, passando a justificar a escolha do métorem contas e extratos impressos por docu- do eletrônico para o envio de cobrança em funmentos eletrônicos. Apenas no primeiro semestre ção da praticidade. de 2019, 38 organizações removeram ou alteraram mensagens enviadas aos seus usuários que trazem afirmações infundadas sobre o impacto do papel no meio ambiente após serem notificadas pela ENCONTROU UM CASO DE GREENWASHING? ENTRE EM CONTATO COM A TWO SIDES campanha Two Sides. Nesse período foram rastreadas 102 organizações com práticas inadequadas. Desde que iniciou tal trabalho em 2010, Two Se você encontrar mensagens contra a comuniSides abordou com sucesso 441 organizações em cação impressa ou o consumo de papel, envie nível global que vinham fazendo alegações engauma foto, digitalização ou cópia da mensagem nosas sobre o impacto ambiental do uso do papel para ytas@twosides.org.br ou para a ABTG e da comunicação impressa. – Two Sides Brasil, na Rua Bresser, 2315, MooInstituições financeiras, empresas de serviços ca, São Paulo, CEP 03162-030, aos cuidados de públicos e outros provedores têm reforçado uma Ynara Santos. visão equivocada ao incentivar seus clientes a opA Two Sides Brasil irá analisar e abordar a emtarem por receber suas contas e extratos no forpresa para esclarecer e pedir a mudança ou exclumato eletrônico em lugar do impresso. Os setores são da comunicação. Sua contribuição é muito com o maior número de greenwashers incluem importante para ajudar a combater mensagens provedores de telecomunicações, bancos e instienganosas sobre o papel e a comunicação imtuições financeiras, prestadores de serviços públipressa. cos e organizações governamentais. No Brasil, as ações da Two Sides contra o greenwashing também tem evoluído. Entre 2016 e maio TWO SIDES LANÇA BOOKLET de 2019, foram detectados 153 casos de greenSOBRE EMBALAGEM DE PAPEL washing, dos quais 85 foram notificados e em 24 a situação foi revertida, refletindo uma taxa de sucesso de 28%. Só nos primeiros cinco meses de A Two Sides Brasil lançou no meio do ano seu O2019, papel sustentável, reciclável, No de Brasil recicla 67% do pa a Two é Sides alcançou 90,9% dos casos bem- biodegradável. novo booklet: Embalagem Papel –se A Escolha -sucedidos registrados em todo o ano anterior. Os Natural. Aproveitando que o interesse do consumidor, dos 100% empresários dos políticos no denúmeros depapel 2018 já haviam aumento da Fabricar não revelado prejudica matas nativas. doe papel fabricado no Brasil v bate sobre embalagens está em alta, a publicaefetividade das ações, com 11 casos revertidos con-2 árvores plantadas para este fim . ção apresenta sete razões pelas quais as marcas, tra três em 2017. os varejistas e os consumidores escolherão natuO case de maior relevância para a Two Sides enTodos os Energia dias eno Brasildois são o equivalente cerca de vale500 novos cam consumiu anosplantados de emralmente a embalagem dea papel. O livreto volve a CPFL 2 penho e negociação. Identificado em 2017, a ação -se da oportunidade para comunicar os atribude florestas para a produção de papel e outros produtos . de greenwashing consistia em uma propaganda entos sustentáveis fundamentais das embalagens ganosa exposta no site da empresa, alegando que de papel e papelcartão a todos aqueles cujas viOo envio Brasil tem 7,8 milhões de aohectares deo papel florestas plantadas. As indústrias que u de contas por email era benéfico meio das toca diariamente. ambiente por não utilizar papel. Após tentativas Exemplares do booklet de Papel 2. árvores conservam outras5,6 milhões de hectares de Embalagem matas nativas Há ótim de contato com o presidente da companhia, sem podem ser retirados na sede da ABTG . você sucesso, a Two Sides enviou carta para a diretora De

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LITERATURA Dez Ensaios sobre Mémoria Gráfica Marcos da Costa Braga, Priscila L. Farias, Maria Beatriz Ardinghi, Wilma Ruth Temin, Didier Dias de Moraes, José Roberto D’Elboux, Auresnede Pires Stephan, Larissa Casteliani Marinho Falcão, Sílvia Nastari, Jade Piaia, Raissa Monteiro dos Santos

Origem alemã com um coração brasileiro.

Os estudos sobre memória gráfica buscam elucidar a importância e o valor de artefatos visuais para a criação de um sentido de identidade local e para a história do design. Seu crescimento no Brasil é notável, abrangendo desde pesquisas sobre letreiros em fachadas, impressos efêmeros e técnicas de impressão até mídias digitais. Este livro é indicado para todos os que buscam uma melhor compreensão do design enquanto aspecto da cultura. Traz uma proposta de caracterização dessa linha de estudos e nove trabalhos resultantes de investigações desenvolvidas na disciplina de pós-graduação Memória Gráfica e Cultura Material, oferecida pelos organizadores do volume na Universidade de São Paulo (USP). Blucher www.blucher.com.br

O Império dos Livros: Instituições e Práticas de Leitura na São Paulo Oitocentista Marisa Midori Deaecto

Marisa Midori apresenta um estudo sobre a expansão dos circuitos do livro na capital paulista no século XIX , procurando oferecer um quadro das práticas culturais na cidade no início da República. A autora discute a instalação da primeira biblioteca pública em 1825 e o estabelecimento da Academia de Direito em 1827, importantes marcos para a criação de um círculo de leitores na cidade ainda provinciana. Analisa, em seguida, a formação do intelectual na cidade, a vida acadêmica e a fortuna dos livros, adentrando na esfera privada por meio do estudo de inventários post-mortem, de forma a verificar a presença dos livros nas casas paulistanas e o interesse de seus moradores. Finalmente, dedica-se ao aparecimento das livrarias e seu impacto na sociedade paulistana na segunda metade do século XIX , destacando questões como o consumo de livros franceses e seus principais agentes de difusão.

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Foto: Leonardo Duarte

ENTREVISTA Tânia Galluzzi

Paulo Hartung

“Temos que ajudar os brasileiros no caminho da bioeconomia”

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ormado em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo em 1978, Paulo Hartung comanda a Indústria Brasileira de Árvores, Ibá, desde março de 2019. A entidade reúne 50 empresas e nove entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas, além de produtores independentes e investidores institucionais. Com uma extensa vida pública, Paulo Hartung foi deputado estadual, federal e prefeito de Vitória entre 1993 e 1996. Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, em 1997, assumiu a diretoria de Desenvolvimento Regional e Social do BNDES , sendo eleito senador no ano seguinte, trajetória que o levou a governar o Estado do Espírito Santo por três mandatos (2003 a 2010 e de 2015 a 2018). Hartung é também membro do conselho do movimento RenovaBR , da ONG Todos Pela Educação, e do Conselho Consultivo de Educação do Estado de São Paulo. Na iniciativa privada, participou como conselheiro administrativo da EDP do Brasil e da Veracel Celulose. Nesta entrevista exclusiva, o ex-governador fala do potencial do setor no Brasil, de protagonismo ambiental e do relacionamento comercial com a China.

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O que o motivou a aceitar o convite para assumir a presidência da Ibá? Estamos em um momento em que a janela de oportunidades está aberta. E o setor de árvores cultivadas é um dos mais importantes para o crescimento econômico do País, sendo também modelo ambiental e social. Recebi de muito bom grado esse desafio. O que me motiva como cidadão, como figura pública, é ajudar a construir um Brasil melhor. A indústria brasileira de árvores plantadas é referência mundial. Sustentabilidade já não é mais uma palavra do futuro, é realidade. Poucos da sociedade sabem que, no Brasil, toda a produção de celulose, papel e produtos de madeira vêm de florestas plantadas para fins industriais. Isso significa que são árvores plantadas em áreas antes degradadas por outras atividades e legalmente manejadas de acordo com o clima e as condições locais. Precisamos estar preparados para os novos consumidores ambientalmente corretos. Juntos, vamos trabalhar muito para potencializar ainda mais a informação acerca da indústria de árvores cultivadas. O que me motiva muito, me dá muita energia, é esse olhar para o futuro.

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O senhor teve uma passagem pela indústria gráfica? Pode falar rapidamente sobre ela? Depois que me formei em Economia, passei muito bem colocado em duas provas de seleção no serviço público. E não sendo nomeado, decidi seguir uma carreira na iniciativa privada e empreender. A partir daí, fundamos uma editora e gráfica no Espírito Santo. O senhor foi deputado, prefeito de Vitória, senador e governador do Espírito Santo por três mandatos. Como sua experiência na vida pública pode ajudar na gestão da Ibá? Há muito tempo acompanho o setor de florestas plantadas, e isso se intensificou no período como governador. O Estado é um importante polo desse segmento, que é internacionalmente reconhecido por suas preocupações socioambientais. Além disso, é um dos grandes exportadores nacionais e responsável por 6,9% do PIB industrial. Devido ao meu histórico na vida pública, conheço bem todo o País. Agora, com o olhar mais atento para o setor de árvores cultivadas, percebo claramente a importância da indústria para as regiões onde está localizada. São milhões de pessoas empregadas, gera renda aos municípios e melhora a qualidade de vida. Além disso, fui diretor do BNDES e já tive passagens pelo setor privado, inclusive como parte do Conselho Administrativo da Veracel e do Conselho Administrativo da EDP Brasil, experiências interessantes na minha vida. O País passará por reformas, está se recuperando economicamente e vamos discutir muito sobre mudanças climáticas mundialmente. Tenho a certeza de que minha experiência vai somar nesse momento. Dentro da Ibá, quais projetos devem ser implementados ainda em 2019? Uma de minhas primeiras ações na chegada à Ibá foi trazer o embaixador José Carlos da Fonseca Jr. e, fisicamente, estamos reabrindo nossas operações em Brasília. Estamos dialogando com o governo, inclusive integramos as comitivas da Ministra da Agricultura, Teresa Cristina, e do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ambas na China. Também estamos fortalecendo o relacionamento do setor com o parlamento e com a Justiça.

Estou certo que as árvores plantadas têm um papel fundamental para o futuro do Brasil. Nos três primeiros meses à frente da Ibá, estou conhecendo profundamente o setor de árvores cultivadas, em contato com associações estaduais, dialogando com empresas, visitando indústrias, aprendendo sobre o processo fabril e ouvindo demandas de cada segmento. A indústria vai além dos resultados financeiros e tem um papel para se posicionar como um setor que colocará o País em outro patamar nas discussões ambientais e sociais. O setor de árvore cultivada é muito importante, e, com bastante diálogo e transparência, quero torná-lo mais conhecido do Brasil e dos brasileiros.

O setor de árvore cultivada é muito importante e quero torná-lo mais conhecido do Brasil e dos brasileiros. Com a crescente conscientização da população brasileira com relação às questões ambientais, aumenta a popularidade das embalagens em papel. Como a cadeia produtiva da embalagem pode aproveitar esse momento? Os consumidores estão buscando cada vez mais produtos que respeitem o meio ambiente e a substituição de produtos de base fóssil por produtos de papel é uma estratégia interessante, tanto para consumidores quanto para empresas preocupadas com o meio ambiente. Com essa base renovável e sustentável, o setor de florestas plantadas tem a capacidade de produzir em grande escala mais de 5.000 produtos e subprodutos fundamentais para a vida de todos, inclusive todas as embalagens de papel e de papelcartão. Aliás, as embalagens de papelcartão só têm a ganhar. O papel é sustentável, de origem natural e renovável. É biodegradável em poucos meses e compostável. Temos que ajudar os brasileiros no caminho da bioeconomia, que passa pela conscientização. Vamos aproveitar esse momento dividindo nossos conceitos de sustentabilidade com o consumidor e com as empresas parceiras, os nossos clientes. VOL. III 2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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O senhor acredita que essa é uma tendência que veio para ficar? Sim. O mundo está mudando. Atualmente é perceptível uma mudança de hábito dos consumidores que buscam produtos com menos impacto no meio ambiente. O desafio das mudanças climáticas já não é só uma preocupação entre a academia e especialistas. O tema está sendo decisivo em eleições, como na Austrália e na votação para os representantes para o parlamento Europeu. E os consumidores cada vez mais mudam seus hábitos. Esse é um caminho sem volta e, como representante desse setor, temos que abraçar ainda mais esse conceito e focar nossos esforços em consolidar o modelo econômico que utiliza matéria-prima renovável e de baixa emissão de carbono. E com esse mindset, a embalagem de papelcartão só ganha espaço e usuários.

A possibilidade de valorização das florestas em pé, do ponto de vista econômico, é um caminho que pode colocar o Brasil em vantagem mundial. Em artigo recente, o senhor defende que o Brasil assuma o protagonismo ambiental. Pode explicar resumidamente o que isso significa? Como a indústria gráfica pode colaborar para isso? O Brasil se comprometeu internacionalmente com o Acordo de Paris, a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas e Metas de Aichi. Só com o Acordo de Paris, o Brasil deve reduzir emissões dos gases de efeito estufa em 43% frente a 2005; restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares, que podem ser tanto de áreas naturais, quanto de áreas cultivadas; incentivar a integração de lavoura, pecuária e florestas (ILPF) em 5 milhões de hectares; zerar desmatamento ilegal; atingir 45% de energias renováveis na matriz energética, sendo 18% em bioenergia; e expandir o consumo por biocombustíveis. Temos a maior floresta do mundo, somos uma potência no agronegócio. Inclusive, no quesito sustentabilidade, o setor de florestas plantadas é uma referência para o mundo. Nossas árvores cultivadas para fins industriais (7,8 milhões de hectares) estocam 1,7 bilhão de toneladas de CO 2 eq1 e são 1  Equivalência em dióxido de carbono

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certificadas por entidades internacionais. Isso atesta a origem sustentável de nossos produtos, fortalecendo nosso comércio internacional, e auxilia o País no cumprimento de acordos climáticos internacionais, como o Acordo de Paris. O País precisa enxergar na combinação da produção com conservação ambiental um potencial mercado, tanto na questão do mercado de carbono, quanto nos produtos de base renovável e sustentável. A possibilidade de valorização das florestas em pé, do ponto de vista econômico, é um caminho que pode colocar o Brasil em vantagem mundial. Remoção de carbono, regulação do fluxo hídrico, conservação do solo, entre outros serviços ambientais, são imprescindíveis para produção agrícola e para qualidade de vida. São necessárias políticas públicas que estimulem uma economia de baixa emissão de gases de efeito estufa, de modo a criar mecanismos de mercado de carbono. Com regras claras e bem estabelecidas, o País tem tudo para ser líder no tema e o setor terá mais uma oportunidade. No ecossistema da indústria gráfica também há muito o que fazer, como o reforço da busca pela origem correta na compra do papel, dando preferência para o produto certificado e oriundo de manejo sustentável (FSC ou Cerflor). O Brasil já tem a vantagem de que os papéis produzidos no País são 100% oriundos de florestas plantadas ao contrário dos produtos importados. E ao comprar papéis de fabricante que possuem matriz enérgica limpa, a indústria gráfica reduz a sua pegada de carbono. Como a sustentabilidade também tem um tripé econômico, vale lembrar da contínua sensibilização contra a prática do desvio de finalidade do papel imune. Nesse tema, a Abrigaf trabalha junto com a Ibá para sensibilizar os Estados do RS e PB para regulamentação do Recopi. O atual governo federal tem uma visão diferente da tradicionalmente adotada pelo Brasil com relação às questões ambientais. Como vê essa mudança de foco? Quais podem ser as consequências a curto e médio prazos? O Brasil precisa de reformas e para que isso aconteça é necessário diálogo entre governo, parlamento e sociedade. Acredito que dessa maneira as reformas necessárias caminharão na Câmara e ajudarão o Brasil a retomar o caminho de crescimento. Com relação ao setor, um dos pontos primordiais é a implementação do Código Florestal. A lei é resultado de cinco anos de conversa entre setor privado, academia e ONGs. Talvez das maiores

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conversas em torno de uma lei já conduzida no Congresso Nacional. Mas ainda não houve implementação completa, devido a proposições legislativas que têm por objetivo alterar dispositivos do código, o que traz insegurança jurídica. É fundamental que o governo e o Congresso Nacional estejam cientes dessa urgência. Outro ponto é com relação ao licenciamento ambiental. Queremos dialogar com as esferas federal e estadual para demonstrar que o cultivo de árvores para fins industriais traz benefícios econômicos, sociais e ambientais. O processo ainda é muito burocrático. O nosso setor, por exemplo, está na categoria de atividade de alto impacto poluidor, ao mesmo tempo que plantamos árvores, recuperamos áreas degradadas pela ação humana e fabricamos produtos sustentáveis e renováveis. A conversa em torno do tema e o avanço no licenciamento trará benefícios ao Brasil, inclusive para o cumprimento de suas metas em acordos climáticos.

Queremos demonstrar que o cultivo de árvores para fins industriais traz benefícios econômicos, sociais e ambientais. O processo ainda é muito burocrático. Agora falando sobre o segmento de celulose e papel. Os produtos florestais, papel, celulose e madeira, subiram no ranking das exportações brasileiras em 2018, saindo do quarto lugar e aproximando-se do segundo (carnes), somando US$ 14,2 bilhões, 23% a mais do que em 2017. Esse ritmo se manterá? Por quê? Primeiramente é importante mencionar que o Brasil é o segundo maior produtor de celulose do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Com relação a produção de papel, é o oitavo que mais fabrica o produto no planeta. O ano de 2018 foi de recorde na produção de celulose, com 21,1 milhões de toneladas. Também foi um período de avanço nas exportações, quando o valor negociado de celulose avançou 31,5% (US$ 8,3 bilhões) e para papel a alta foi de 8,3% (US$ 2,1 milhões). Em 2019, o primeiro trimestre foi de ajuste para a indústria. Devido à alta em estoques de celulose,

a indústria controlou a produção. Mesmo assim, o valor exportado da celulose avançou em 3,3% (US$ 2,2 bilhões). Já o segmento de papel atingiu US$ 485 milhões nos primeiros três meses do ano. A expectativa é que as exportações continuem evoluindo. Na questão do papel, com a economia em tímida recuperação, o consumo não aqueceu o suficiente para que a demanda crescesse. O papelcartão, que é utilizado principalmente para embalagens, e o tissue, basicamente destinado para higiene pessoal, têm demonstrado crescimento, mas ainda sem escala para alterar o resultado do setor. O alinhamento do Brasil com os Estados Unidos que vem sendo articulado pelo governo Jair Bolsonaro pode afetar as vendas da celulose brasileira para a China? A China é o maior parceiro comercial para celulose. Os asiáticos passaram a liderar o ranking de países que mais compram a celulose nacional em 2016 e desde então vêm aumentando as aquisições. Em 2018, o Brasil faturou US$ 3,5 bilhões com a exportação do produto para os chineses, aumento de 37,7% em relação ao ano anterior. No primeiro trimestre de 2019 foram US$ 856 milhões comercializados com o país. Em papel, o principal mercado é a América Latina, que avançou 13% no ano de 2018, chegando a negociar US$ 1,4 bilhão. No trimestre, as vendas para países latino-americanos geraram entradas de US$ 292 milhões para o Brasil. A expectativa é que as exportações continuem evoluindo, até porque a demanda continua aquecida, o que abre espaço até mesmo para outras oportunidades. Além dos produtos produzidos pela indústria, a China, por exemplo, aumentou expressivamente a aquisição de toras. Em 2018, elevou em mais de 100% a importação de tora de eucalipto para produzir celulose (de 97 mil toneladas em 2017 para 234 mil toneladas em 2018). Já toras de Pinus, que são utilizadas para fazer chapas e acabamento em móveis, teve um aumento vertiginoso nos primeiros quatro meses de 2019, quando cresceu em quase quatro vezes a comercialização da madeira (de 19.013 toneladas em todo 2018 para 74.184 toneladas no início de 2019). Temos nos aproximado fortemente da China. A Ibá integrou duas missões brasileiras na China, uma com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e outra com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Estamos confiantes no fortalecimento desse relacionamento. VOL. III 2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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NORMALIZAÇÃO

Adotar um novo método de calibração, eis a questão

Bruno Mortara

Está em discussão no TC130 uma nova versão da norma ISO 126472, que adiciona o sistema de calibração conhecido como G7.

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A

ISO, International Organization for Standardization, orgulha-se da sua imparcialidade e de seu compromisso em promover o justo comércio internacional, procurando eliminar barreiras técnicas e facilitando denominadores comuns para produtos e serviços. No campo das artes gráficas, ou tecnologia gráfica como é designado o comitê especializado no nosso campo, o TC130, há um conjunto de mais de 70 normas. Algumas são mais visíveis, como a ISO 2846, que especifica as tintas de impressão CMYK e sua transparência, além da série mais conhecida, a família ISO 12647. A ISO 12647 é constituída de nove documentos e especifica requisitos para controle de processo para a produção de separações de cores de meio-tom, provas e impressões de produção para vários processos voltados para impressão analógica. Na última reunião do TC130, em Hong Kong, foi decidido que a norma de offset, a ISO 12647-2, seria revista com a adoção de mais uma estratégia de calibração. A adoção bem-sucedida da ISO 12647-2 se traduz em qualidade de saída superior, de modo que houve muita resistência à introdução de um novo método de calibração. Uma versão atualizada da ISO 12647-2, se acordada, adicionaria a calibração conhecida como G7, ou simplesmente near neutral, com diversas curvas de ganho de ponto, as chamadas curvas de TVI (Tone Value Increase), atualmente no documento. A definição G7 faria parte do documento e seria um método de calibração alternativo para que as pessoas pudessem escolher sua preferência. O G7 foi desenvolvido nos Estados Unidos pela Idealliance e se alinha com outros padrões de produção e também trabalha com outros métodos de impressão que não o offset. Tanto as abordagens de TVI quanto o G7 são usadas em todo o mundo, portanto, não deveria ser um problema colocar ambas no corpo da ISO 12647-2. Mas é desnecessário dizer que essa ideia causou grande consternação. As preocupações são principalmente duas: ◆◆ O fato de se ter duas abordagens para calibração em um mesmo documento de controle de processo pode confundir o mercado

Os resultados podem não ser necessariamente os mesmos, embora devam ser muito similares Para os puristas isso não parece importar. O debate continuará até que os detalhes de como incorporar as duas abordagens no mesmo documento sejam resolvidos. Isso pode demorar um pouco, mas nesse meio tempo as indústrias gráficas e os compradores de impressão estão bem servidos com o documento existente.

◆◆

ALVOS COMUNS

Para as duas modalidades de calibração, o restante da norma não deveria mudar. A tabela de substratos da norma ISO 12647-2, de 2013, inclui oito substratos, quatro revestidos e quatro não revestidos. A partir da Tabela 1, a indústria seleciona o substrato mais adequado para o seu uso e inicia a calibração. O primeiro passo é descobrir, através de tiragens de teste com o uso de um testform, quais são as densidades de úmido para CMYK , que resultarão em valores colorimétricos de sólidos de CMYK secos, dentro dos alvos e tolerâncias da Tabela 2, para aquele substrato específico. Até esse ponto o percurso é obrigatório. MÉTODOS DE CALIBRAÇÃO TONAL DIFERENTES TVI

É nesse momento que o método de calibração que gerará curvas para o CtP se diferencia. No método tradicional, baseado em TVI , é preciso que a curva eleita na Tabela 3 seja atingida medindo-se sobre o substrato impresso com os sólidos das tintas nas mesmas densidades estabelecidas no passo anterior. As curvas da Tabela 3 são aquelas plotadas na Figura 1 e devem representar os ganhos de ponto em substrato escolhido com a curva característica atingida, denominada de curva de TVI . É por isso que a esse método de calibração se dá o nome de TVI . G7

No método G7, de forma resumida, deve-se ajustar as curvas tonais de preto e de CMY em separado. Esse conceito é denominado tonalidade e é

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TABELA 1 – SUBSTRATOS ATUAIS DA ISO 12647-2:2013 Substrato - Papel PS1

Características Tipo de superfície

PS2

PS3

PS4

Couché Premium

Couché Superior

Couché Padrão

Couché Padrão

g/m2

g/m2

g/m2

g/m2

80-250 (115)

51-80 (70)

48-70 (51)

51-65 (54)

%

%

%

%

105-135

90-105

60-90

75-90

%

%

%

%

out/80

25-65

35-55

jul/35

Coordenadas

Coordenadas

Coordenadas

Coordenadas

Gramatura a

Alvura CIE b

Brilho c

Cor d L*

a*

b*

L*

a*

b*

L*

a*

b*

L*

a*

b*

Branco Backing

95

1

-4

93

0

-1

90

0

1

91

0

1

Black Backing

93

1

-5

90

0

-2

87

0

0

88

0

-1

Tolerância

±3

±2

±2

±3

±2

±2

±3

±2

±2

±3

±2

±2

a, b, c apenas informativo. a. Gramatura: Valores entre parênteses referem-se às coordenadas da respectiva cor (influência de white ou black backing). b. Medido de acordo com a ISO 11475, condições de iluminação ao ar livre. c. Medido de acordo com a ISO 8254-2, método DIN. TABELA1 (CONT.) – SUBSTRATOS ATUAIS DA ISO 12647-2:2013 Substrato - Papel PS5

Características Tipo de superfície

PS6

PS7

PS8

Offset não revestido

Super Calandrado

Offset melhorado

Offset Padrão

g/m2

g/m2

g/m2

g/m2

Gramatura a 75-250 (120)

38-60 (56)

40-56 (49)

40-52 (45)

%

%

%

%

140-175

45-85

40-80

35-60

%

%

%

%

mai/15

30-55

out/15

05/out

Alvura CIE b

Brilho c

Cor d

Coordenadas

Coordenadas

Coordenadas

Coordenadas

L*

a*

b*

L*

a*

b*

L*

a*

b*

L*

a*

b*

Branco Backing

95

1

-4

90

0

3

89

0

3

85

1

5

Black Backing

92

1

-5

87

0

2

86

-1

2

82

0

3

Tolerância

±3

±2

±2

±3

±2

±2

±3

±2

±2

±3

±2

±2

a criação de uma curva de contraste padrão para qualquer método de impressão existente, garantindo uma aparência compartilhada entre diferentes tipos de impressão ou de equipamentos. Ver Figura 2 para as curvas de tonalidade, para os mais variados substratos/métodos de impressão.

Em seguida é feita a calibração do amarelo e do magenta em função da curva do ciano, de forma que os neutros tenham sempre uma participação da cor do substrato, dependendo do percentual de retícula. Por exemplo, um gris CMY de 25% deverá ter 75% da contribuição da cor do substrato, VOL. III 2019 TECNOLOGIA GRÁFICA

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TABELA 2– TABELA DE CORES PRIMÁRIAS (CMYK) E SECUNDÁRIAS (RGB E CMY) DA ISO 12647-2:2013 Descrição do colorante Características

CD1

CD2

CD3

CD4

Couché Premium

Couché Superior

Couché Padrão brilho

Couché Padrão Matte

Coordenadas

Coordenadas

Coordenadas

Coordenadas

Cor

Preto

Ciano

Magenta

Amarelo

Vermelho

Verde

Azul

C+M+Y

L*

a*

b*

L*

a*

b*

L*

a*

b*

L*

a*

b*

WB

18

0

0

20

1

2

20

1

2

24

1

2

BB

18

0

0

20

1

2

19

1

2

23

1

2

WB

56

-36

-51

58

-37

-46

55

-36

-43

56

-33

-42

BB

55

-35

-51

56

-36

-45

53

-35

-42

54

-32

-42

WB

48

75

-4

48

73

-6

46

70

-3

48

68

-1

BB

47

73

-4

47

71

-7

45

68

-4

46

65

-2

WB

89

-4

93

87

-3

90

84

-2

89

85

-2

83

BB

87

-4

91

84

-3

87

81

-2

86

82

-2

80

WB

48

68

47

48

66

45

47

64

45

47

63

41

67

45

47

64

43

45

62

43

46

26

51

-59

27

49

-56

28

50

-53

49

-57

48

-54

49

-51

BB

46

WB

50

-65

BB

49

-63

WB

25

20

-46

28

16

-46

27

15

-42

BB

24

20

-45

27

15

-45

26

14

WB

23

0

-1

28

-4

-1

27

-3

BB

23

0

-1

27

-4

-1

26

-3

25

26

27

61

39 26 24

28

16

-38

-41

27

15

-38

0

27

0

-2

0

26

0

-2

Medição de acordo com a norma ISO 13655 (M0): iluminante D50, observador 2°, geometria 0:45 ou 45:0. Os valores são dados para o apoio branco (WB) e apoio preto (BB). TABELA 2 (CONT.) – TABELA DE CORES PRIMÁRIAS (CMYK) E SECUNDÁRIAS (RGB E CMY) DA ISO 12647-2:2013 Descrição do colorante Características

Ciano

Magenta

Amarelo

Vermelho

Verde

Azul

C+M+Y

CD6

CD7

CD8

Super Calandrado

Não revestido Premium

Não revestido padrão

Coordenadas

Cor

Preto

CD5 Não Revestido

L*

a*

WB

33

BB

32

WB

Coordenadas

1

1

23

1

2

32

1

3

30

1

2

1

1

22

1

2

31

1

3

28

1

2

60

-25

-44

56

-36

-40

59

-29

-35

54

-26

-31

BB

58

-24

-44

54

-35

-40

57

-29

-35

52

-26

-31

WB

55

60

-2

48

67

-4

53

59

-1

51

55

58

-3

-4

51

56

-2

BB

53 89

-3 -3

46

65

76

84

0

73

b*

86

L*

a*

Coordenadas

L*

WB

a*

Coordenadas

b*

b*

L*

a*

b*

1

50

52

83

-1

73

79

0

-1 70

-2

BB

86

81

0

83

80

70

76

0

67

WB

53

56

27

47

63

40

51

57

31

48

53

31

BB

51

55

25

46

61

38

49

54

29

47

51

29

WB

53

-43

14

49

-53

25

53

-43

18

47

-38

20

BB

52

-41

13

48

-52

24

51

-43

17

46

-37

18

WB

39

9

-30

28

13

-41

37

8

-31

36

9

-25

BB

37

9

-30

27

12

-40

36

7

-30

34

9

-26

WB

35

0

-3

27

-1

-3

34

-3

-5

33

-1

0

BB

34

0

-3

26

-1

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-3

-5

31

-2

0

Medição de acordo com a norma ISO 13655 (M0): iluminante D50, observador 2°, geometria 0:45 ou 45:0. Os valores são dados para o apoio branco (WB) e apoio preto (BB). 32 TECNOLOGIA GRÁFICA

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TABELA 3 - CONDIÇÕES DE IMPRESSÃO PADRÃO PARA SUBSTRATOS E CURVAS DE TVI ALVO Descrição das Retículas Condição de impressão

enquanto um gris CMY de 75% deverá ter 25% da contribuição da cor do substrato. Duas equações separadas definem o valor L* absoluto para qualquer tom de cinza composto de CMY ou somente preto. Para fins práticos, a tonalidade neutra é normalmente expressa graficamente como densidade de impressão neutra relativa (NPD) versus valor de tom, onde NPD é a densidade Y colorimétrica relativa do substrato, aproximadamente igual à densidade visual da ISO 5. A função de tonalidade quase neutra tem um declive fixo do substrato para cerca de 30% do intervalo L*, enquanto os tons a partir de 40% até as sombras são progressivamente comprimidos ou expandidos para acomodar diferentes faixas dinâmicas de sistemas de impressão, de acordo com a densidade máxima de C+M+Y e de K. Isso produz um contraste idêntico de luzes (relativo ao substrato) em todas as condições de impressão, permitindo mais detalhes de sombra quando a densidade máxima mais alta está disponível e menos detalhes de sombreamento com densidades máximas mais baixas.

Descrição do Descrição dos substrato colorantes (Tabela 2) (Tabela 3)

Periódicas

Não periódicas

Curva TVI

Frequência

Curva TVI

Tamanho ponto

PC1

PS1

CD1

A

60-80 cm-1

E

20(25) µm

PC2

PS2

CD2

B

48-70 cm-1

E

25 µm

PC3

PS3

CD3

B

48-60 cm-1

E

30 µm

PC4

PS4

CD4

B

48-60 cm-1

E

30 µm

PC5

PS5

CD5

C

52-70 cm-1

E

30(35) µm

PC6

PS6

CD6

B

48-60 cm-1

E

35 µm

PC7

PS7

CD7

C

48-60 cm-1

E

35 µm

PC8

PS8

CD8

C

48-60 cm-1

E

35 µm

A DISCUSSÃO

Esse tema sempre foi alvo de discussões apaixonadas e, graças a uma adoção extraordinária do G7 no mundo, em especial no segmento de embalagens, a ISO se vê forçada a ceder espaço na tradicional norma de impressão offset, baseada inicialmente somente na calibração por TVI . Ainda há muita discussão a ser feita e, entre outras melhorias propostas à norma, estão definição de primárias por CxF (ISO 17972-4), definição de TVI por SCTV (ISO 20654), melhor ajuste de papéis em relação ao mercado mundial e adoção de DeltaE2000 para todas as diferenças de cor. Os europeus reclamam, com razão, que se a norma vier com o G7 embutido, teremos para cada substrato dois perfis ICC publicados, gerando confusão entre designers, produtores e gráficos. Vamos aguardar e ver como irão as discussões no próximo encontro da ISO nos Estados Unidos, em outubro deste ano. BRUNO MORTARA é superintendente do ONS27, coordenador do TC130/WG13 Conformance Assessment, diretor técnico adjunto da ABTG e professor de pósgraduação na Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris.

Curvas de TVI, estabelecidas na Tabela 3, de acordo com as características de cada substrato.

Curvas de tonalidade G7 para diversos tipos de substrato, onde o eixo x é o valor tonal, de papel (0%) a sólido (100%) e o eixo y é a densidade de neutros ou NPD. VOL. III 2019 TECNOLOGIA GRÁFICA

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CULTURA GRÁFICA

Norberto Gaudêncio Júnior

Este é o primeiro de uma série de artigos dedicada a artistas gráficos brasileiros da primeira década do século XX que ainda não receberam a devida atenção da historiografia brasileira. Com foco na cronologia biográfica, resultarão de pesquisa em acervos e hemerotecas digitais, bem como a consulta ao acervo de familiares dos artistas, sempre que essa for possível.

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A

A Época de Orthof

lguns personagens da história da arte gráfica brasileira são recorrentemente lembrados, mas pouco estudados. O vienense Gerhard Orthof certamente é um deles, e sua trajetória, bem como o resgate de sua produção, é tarefa que impõe certa urgência aos nossos pesquisadores. Orthof – assim como Henrique Mirgalowski, Elmano Henrique, Ary Fagundes e Danilo Di Prete – é figura de proa na história do cartaz brasileiro na primeira metade do século XX , história que, convenhamos, ainda está por ser escrita a contento. Nascido em 1903, filho de libretista e teatrólogo (e sobrinho do compositor Arnold Shönberg), Orthof teve uma infância imersa no ambiente artístico e cultural de sua Viena natal. Sua formação artística teve início aos 14 anos, quando tomou aulas de pintura com Franz Windhager. Seu entusiasmo pelo desenho o levou a admirar o pintor expressionista Oskar Kokoschka (que retratou seu tio Arnold), incentivando-o a pintar, já naquela época, quadros que se aproximavam do abstracionismo. Em 1920, ingressou na Grafische Lehr und Versuchsanstalt, onde estudou artes gráficas, xilogravura e litografia. No ano seguinte, frequentou a Academia de Belas-Artes de Viena. Em 1922 nova mudança de rumo: transferiu-se para Berlim, onde frequentou a Academia de Belas Artes local. Lá estudou com Ferdinand Spiegel e Karl Hofer, que lhe causariam forte impressão. O primeiro foi um pintor, artista gráfico e ilustrador, representante de um estilo “folclórico” tradicionalista alemão; e o segundo mais um nome de destaque da pintura expressionista alemã. Com a crise inflacionária alemã, Orthof decidiu retornar à Viena onde aprendeu a técnica publicitária e de cartazes, tornando-se um desenhista bastante procurado. Em 1924 e 1925 foi encarregado de exercer a supervisão artística da Feira Internacional de Amostras de Viena, oportunidade em que realizou cartazes e stands, utilizando os mais diversos materiais. Além da atividade como “artista comercial”, continuou expondo alguns trabalhos na Hagenbund, agremiação artística vienense

de vanguarda que teve entre os seus membros o já citado Oskar Kokoschka. OS PRIMEIROS ANOS BRASILEIROS

Orthof desembarcou no Brasil em maio de 1926 a bordo do paquette alemão “Monte Olivia”, proveniente de Hamburgo. Cobrindo o movimento do porto, uma reportagem de O Jornal destacava a presença do “pintor tchecoslovaco Gerhardt Orthof” (sic) nessa embarcação. Apesar do erro na nacionalidade, e na grafia no nome do artista, essa curiosa nota de imprensa parece confirmar a hipótese levantada por Orlando da Costa Ferreira, em seu clássico Imagem e Letra, de que, na condição de expatriado, Orthof era esperado no Brasil para substituir o barão prussiano Geza von Puttkamer na Companhia de Annuncios em Bonds, ainda que essa colaboração, de fato, só ocorreria dois anos depois. Puttkamer é outro estrangeiro de destaque que conferiu ares de modernidade à arte gráfica brasileira (e que também aguarda a futura atenção de pesquisadores). Com pouco mais de três meses no Brasil, Orthof participou da Exposição Geral de Belas Artes, inaugurada em agosto, ao que consta, com obras trazidas de Viena. Apesar de não ter sido premiado, obteve destaque da imprensa especializada. Fléxa Ribeiro, escrevendo para O Paiz, disse ignorar “as precedências picturaes do Sr. Orthof, mas de suas telas há duas notas bem interessantes, de harmonias originaes e simples, tratadas em plena pasta, com sombras ligeiras que revelam nem só um conhecedor do officio, como technica moderna, onde o modelado dá as superfícies coloridas o volume necessário e suficiente”. Em uma retrospectiva do ano artístico, publicada em 25 de dezembro, Celso Kelly, escrevendo para A Manhã, destacou a ruptura promovida por alguns artistas da exposição alinhados ao movimento moderno, dentre eles, Orthof: “Os modernos se esforçaram por proclamar a liberdade em arte [...]. Quando, um mêz após, se abriram as portas da Escola, com o ‘Salão’ de 1926, manifestou-se, claro, o choque de conservadores e reaccionarios. Cavalleiro, Orthof,

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Rocha Ferreira, Gargarin, Roberto Rodrigues e Petrus Verdier constituiam a vanguarda avançada da pintura synthetica. Mas o jury permanecia, neste salão, a impedir o livre desenvolvimento”. Apenas quatro anos se passaram da ruidosa Semana de Arte Moderna de São Paulo, mas a querela entre acadêmicos e modernos parece persistir. Nesses primeiros anos no Brasil, Orthof iniciaria amizade duradoura com pilares do modernismo brasileiro, como Osvaldo Goeldi, Guignard e Di Cavalcanti, com quem eventualmente exporia em mostras coletivas nos anos seguintes. Ainda em 1926, Orthof venceu o concurso de rótulos artísticos promovido pela Empreza “Cruzeiro” de Águas Mineraes. Promovidos por empresas do setor privado, e também por setores governamentais, os concursos de desenho, sobretudo de cartazes, foram uma verdadeira febre na primeira metade do século XX , pois, além de conferir prestígio às empresas proponentes e aos artistas vencedores, ofertavam vantajosos prêmios em dinheiro. De fato, esses primeiros anos foram tempos difíceis para o talentoso artista vienense recém-instalado em uma pensão em Niterói. Talvez caiba aqui o termo “operários da modernidade”, cunhado pela professora Maria Cecília França Lourenço, ao afirmar que incorporação do imigrante dinamizou a cultura brasileira, pois este se encontrava vivamente empenhado na luta pela sobrevivência, atitude bastante diferente de certo aristocratismo que caracterizou nossa primeira geração de modernistas. Ainda que mantivesse durante boa parte de sua vida laços de amizade com nomes ilustres das artes plásticas brasileira, como os citados no parágrafo acima, Orthof priorizaria a carreira publicitária à artística. Como ironicamente escreveu décadas depois seu amigo Rubem Braga: “o cartazista Orthof ganhou sua vida e perdeu seu tempo fazendo lindos cartazes para nos convencer de que a maior delícia do mundo é fumar Belmont”. Em 1928 Orthof é contratado pela recém-fundada revista O Cruzeiro. Não há consenso sobre o papel que assumiria nessa importante publicação. Algumas fontes o apontam como paginador e outras como responsável pela supervisão artística do departamento publicitário da revista. Uma pesquisa empreendia na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro revelou que Orthof,

1

2

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Anúncios assinados por Orthof veiculados na revista O Cruzeiro nos anos de 1928 e 1929.

de fato, assinou alguns anúncios publicitários, em diversos formatos, nos primeiros anos d’O Cruzeiro (1 a 3). Também se credita a 1928 o ano em que teria sido contratado, por cinco anos, como artista-cartazista pela Companhia de Annuncios em Bonds paulista e carioca. Especula-se, com isso, o provável encontro e colaboração entre dois gigantes da cartazística brasileira, pois o polonês Henrique Mirgalowski (Mirga), que comandaria o ateliê VOL. III  2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Anúncios assinados por Orthof veiculados na revista Careta nos anos de 1929 e 1936.

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da Companhia de Annuncios em Bonds paulistana, também iniciaria sua colaboração com a empresa no mesmo ano. Assim como lendário Mirga, Orthof seria lembrado, portanto, como um dos pioneiros do cartaz brasileiro. Em 1927 teve um pedido de patente de um “aparelho para annuncios luminosos denominado Reela” indeferido pela Directoria Geral da Propriedade Industrial. Em 1929 foi feito um novo pedido de patente, desta vez deferido, para “um novo modo de conseguir um corpo saliente, portador de annuncios e reclames, entre duas páginas subsequentes de um jornal, revista, livro, folheto ou semelhantes”. Essas duas menções ao seu nome, pinçadas dos atos oficiais de propriedade industrial do Jornal do Commercio carioca, demonstram o fértil terreno para inovações que esse e outros artistas, devidamente paramentados com a experiência que trouxeram da Europa, devem ter encontrado no Brasil. A atuação na revista O Cruzeiro e a colaboração com a Companhia de Annuncios em Bonds trariam não só certa estabilidade financeira, mas também reconhecimento em seu meio. Sua assinatura a partir de então é também notada em anúncios de diferentes publicações no decorrer da década de 1930 (4 e 5). Desse período há menções sobre a sua atuação no mercado editorial. Em 1931 Orthof é identificado pelas fontes disponíveis como diretor artístico da revista Estudo. Segundo nota no Diário da Noite, datado de 26 de junho de 1931, “Leonardo Arcoverde, Luiz Palmeira e Gerhard Orthof numa aliança de intelligencia, cultura e arte, elaboraram a revista ‘Estudo’, que é uma summula de instrucção, literatura, pedagogia e humorismo sadio”. Também nesse início de década assina capas de livros, como a do romance O Marido de Melle. Cinema, publicado pela Livraria H. Antunes; Os Pobres Diabos, clássico de Dostoievski e As Primaveras, de Castro Alves, ambos pela Colleção Benjamin Constallat da Civilização Brasileira. Apesar de não localizadas, outras colaborações como capista de livros devem ter ocorrido no período. Em 1933 seu trabalho publicitário foi destacado na edição de número 3 da revista Base (publicação artística também pioneira no Brasil), em número especial consagrado à propaganda. Além de Orthof, que têm quatro de seus trabalhos reproduzidos (6), são destacados os desenhistas Erico

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(Americo Rosenberg), Franz Kohout e Hans Reyersbach. O texto, assinado por A. Xavier da Silva, constitui um nítido – e curioso – esforço em legitimar a arte publicitária frente suas irmãs mais nobres, ao afirmar “que os artistas e os propagandistas se completam; deem-se, pois, as mãos para o engrandecimento da arte e a elevação da vida”.

6 Páginas de edição especial da revista Base (1933) com trabalhos de Orthof.

UMA NOVA ÉPOCA

1937 é um ano especial: é fundada, no Rio de Janeiro, a Empresa de Publicidade Época, assim anunciada no Jornal O Imparcial: “Acaba de ser fundada nesta capital uma nova agência de propaganda. Os seus sócios são os senhores Gehard Orthof & Frederico Graf. O primeiro, artista de toda a reputação na praça carioca, e o segundo, igualmente conhecido no meio, onde exerceu por muitos anos a direção e a procuradoria da Agencia Will, são nomes que, por si sós, recomendam sobremaneira a nova empresa de propaganda”. A Época tornar-se-ia uma das maiores agências publicitárias do Brasil, tendo papel fundamental na consolidação da publicidade de grande formato entre nós. Usualmente credita-se Orthof como pioneiro do anúncio de outdoor no Brasil, apesar de empresas como a Publix, fundada em 1929, em São Paulo, ser considerada a primeira empresa exibidora dessa mídia no País, ao produzir outdoors de pequeno formato, recortados em forma oval e afixados em postes. Tempos heroicos de trabalho artesanal, em que os anúncios eram pintados à mão, não raro, por artistas imigrantes. Um pioneirismo que, de fato, pode ser creditado à Época, é o de ter criado o sistema quinzenal de trocas e de ter trabalhado pela padronização do formato dos cartazes nas décadas seguintes (esse, por sinal, é outro capítulo da história da arte gráfica que merece maior atenção dos pesquisadores, apesar da importante contribuição de Outdoor, uma visão do meio por inteiro, publicado pela Central de Outdoor em 1990). Mas, ainda que o cartaz tenha sido sua principal expertise, a Época também diversificou sua atuação, posicionando-se como uma organização de propaganda completa: jornais e revistas, painéis em estradas de rodagem, painéis pintados e luminosos, rádio e televisão, luminosos em marquises, propaganda aérea etc (7). Além disso, contava com estúdio fotográfico e litografia próprios.

Como é de praxe na cultura brasileira, muitos desses cartazes não sobreviveram ao tempo. Não bastasse o descaso habitual de nosso trato com a história, no caso de Orthof, e de sua empresa Época, dois incêndios contribuíram para o apagamento de parte dessa importante memória gráfica. O primeiro teria sido em 1930, quando o artista mantinha um ateliê no prédio do jornal O Paiz. O segundo, amplamente reportado pela mídia, foi um incêndio de gigantescas proporções em janeiro de 1948 que consumiu as instalações da Época localizadas na zona portuária da cidade. Nos meses seguintes, anúncios veiculados na imprensa, sob o título “Como a Fenix renascida das próprias cinzas...”, já anunciavam os novos escritórios da empresa, na Avenida Rio Branco (8). Parte do legado consumido pelo fogo, ou simplesmente descartado pelo desinteresse, sobrevive em reproduções monocromáticas dos veículos de imprensa que se dedicaram a cobrir a relevante trajetória da Empresa VOL. III  2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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7 Anúncio da Época veiculado na revista PN - Propaganda & Negócios (1952).

de Propaganda Época, como as aqui ilustradas (9 a 13). Cabe ao leitor, ao observar essas precárias reproduções, imaginar como teriam sido os belos cartazes no esplendor de seu formato e cores originais. O RETORNO À PINTURA

8

Anúncio veiculado em diferentes jornais informando as novas instalações da Época após o incêndio que destruiu seu primeiro escritório (1948).

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Em 1957 Orthof é agraciado com medalha comemorativa por ocasião do 20 o aniversário da Associação Brasileira de Propaganda. No mesmo ano, a Época comemora seu 20 0 aniversário de fundação. Apesar do crescente desejo de dedicar-se à pintura, os compromissos publicitários ainda consomem uma boa parte do tempo do artista. Uma reportagem do Correio da Manhã de 1959, por exemplo, nos informa que Orthof partia para a Europa “com o fim de estudar, em diversos países, as possibilidades de propaganda turística do Brasil”. Viagens como essa eram comuns ao artista, que aproveitava o conforto financeiro propiciado pela publicidade para educar sua filha Sylvia na Europa. Em 1960 foi noticiado o retorno de Orthof à pintura artística com exposição de 35 telas. Uma elogiosa reportagem na revista O Cruzeiro saudou sua volta ao cavalete como um “grande lucro para a arte plástica brasileira”, e salientou que as recentes viagens do artista à Europa e aos Estados Unidos teriam inspirado o retorno. Segundo a mesma reportagem, “seus quadros, que variam do naturalista até o abstrato [...], demonstram o pintor amadurecido e vigoroso, num espírito cosmopolita e experimentado”. Outras exposições viriam nos anos seguintes. Em 1973, o Grupo Empresarial Gaúcho adquiriu o controle acionário da Época, formando a maior rede de outdoor no Brasil. Com isso, Orthof e seu sócio retiram-se definitivamente da atividade publicitária. Um dos motivos alentados para o desligamento teria sido a pressão que vinha recebendo das agências norte-americanas instaladas no Rio de Janeiro para que a Época deixasse de criar seus cartazes para apenas confeccioná-los e fixá-los. Quando comemorou seus 50 anos de Brasil, em 1976, Orthof foi homenageado por uma exposição organizada pela Mauro Salles Inter Americana que reuniu, além de suas obras mais recentes, alguns desenhos publicitários. A última menção ao artista encontrada na grande imprensa pelo autor destas linhas data de 1979, e nos informa que ele residia em Petrópolis, onde inaugura um ateliê, pinta e dá aulas a interessados. A curtíssima nota biográfica

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11 Cartazes realizados pela Época para o Teatro Municipal reproduzidos na revista PN Propaganda & Negócios (1953).

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dedicada a ele pela enciclopédia online Itaú Cultural também cita as ilustrações que fez para o livro A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda, de autoria de sua filha Sylvia Orthof, lançado em 1991. Pintura e família parecem ter sido os principais interesses do artista em seus últimos anos de vida. Gerhard Orthof faleceu no Rio de Janeiro em 1993. Sua bem-sucedida trajetória publicitária demonstra o duro dilema profissional que tantos talentosos artistas de formação europeia, muitos obrigados a deixar seus países de origem em um momento histórico de conflitos, devem ter enfrentado ao chegar ao Brasil, e que é perfeitamente ilustrado nestas conhecidas linhas de Rubem Braga, escritas quando o artista vienense se aproximava dos 80 anos de idade:

13

“Em sua pintura de hoje há várias maneiras; ele gosta de variar de técnicas e temas. Isto é raro em um artista maduro. Não será uma forma de reação contra a longa disciplina obrigatória da arte final publicitária? Claro que ele tem o domínio técnico do desenho, da composição, do uso das cores e dos tons. A longa faina de cartazista foi muito útil, mas nem sempre. Ninguém peca em vão e desenhar (ou escrever) anúncios é um pecado do artista ou do escritor; é como fazer amor sem amor, feio pecado, embora também possa ser instrutivo”.

Cartazes comerciais realizados pela Época reproduzidos na revista PN - Propaganda & Negócios (1953).

NORBERTO GAUDÊNCIO JUNIOR é designer gráfico, técnico gráfico pela Escola Senai Theobaldo De Nigris, professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie. VOL. III  2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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ACADEMIA

Fábio Batista Silva Barboza Cauâne Jin Costa Porto Conceição Borges Domingos da Costa

Concertina Australiana, a encadernação sem cola e sem costura amiga do meio ambiente A encadernação é uma das mais antigas práticas de conservação preventiva, sua origem está na razão direta do aparecimento do livro como o compreendemos hoje. Atualmente, existem vários métodos e tipos de encadernação de modo industrial, aplicados sobretudo em livros, revistas e catálogos, com o intuito de facilitar o manuseio e de unir as páginas com a finalidade de proteger e embelezar o editorial.

N

este artigo vamos falar sobre uma encadernação diferenciada, desenvolvida pelos alunos do curso de pré-impressão gráfica do 4NP (40 semestre do período noturno) do primeiro semestre de 2019 da Escola Senai Theobaldo de Nigris, baseada numa encadernação pouquíssimo conhecida chamada de Concertina Australiana. Ela consiste na construção e desenvolvimento de uma técnica de produção de editoriais de forma diferenciada e fora dos padrões, sendo objetivamente feita em recortes e encaixes visando diminuir custos e agregar valor ao produto final. Por se tratar de um processo de encadernação que não utiliza cola, costura, grampos, espirais ou presilhas, a Concertina Australiana também reduz o impacto ambiental do produto. Pensando em um público leitor que ainda valoriza o livro físico, essa encadernação, além de ter um apelo ao movimento vintage e de sustentabilidade, é feita para aqueles que gostam da experiência tátil e visual e que fazem questão de ter e guardar um exemplar na estante. ◆◆

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Características • Sem costura, sem cola • Dobraduras, pequenos cortes e encaixes

• Permite a utilização de papéis de diferentes gramaturas • Abertura 360° A Concertina baseia-se no método de encadernação desenvolvido na Austrália no livro Viva e Aprenda: Revistas da vida real por Gwen Diehn sob o nome flat-style. O processo de encadernação faz uso do mecanismo de uma dobradiça de piano que fica por dentro das páginas de forma invertida. O desenvolvimento estrutural consiste em fazer uma dobradura em formato de sanfona para encaixar no dorso dos cadernos e prendê-los com um recorte de papel. Esse estilo de encadernação pode ser utilizado de muitas maneiras inteligentes. Tradicionalmente empregado em livros pop-up (para que todos os mecanismos subjacentes e elementos colados sejam escondidos), também pode ser aplicado de forma eficiente em trabalhos de arquitetura, álbuns fotográficos, scrapbooks, portfólios etc. DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENCADERNAÇÃO SEM COLA E SEM COSTURA

Para a construção de um livro com a estrutura da Concertina Australiana é fundamental que o número de páginas seja pré-definido sempre em números múltiplos de quatro, e que para cada dobra

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01

04

Primeira e última capa com a sanfona no meio

Cadernos intercalados para encaixe na capa sanfonada

02

05

Recorte no vinco central das páginas

Recorte de papel para travar as páginas

03

06

Cadernos com recorte, múltiplos de 4 intercalados

Encadernação firme e livro com abertura de 360o

Cadernos com corte no meio da dobra encaixados na sanfona da sanfona seja intercalado no máximo quatro cadernos, pensando na compensação das páginas. Desse modo, para que haja mais resistência, preferencialmente a capa deve ter uma gramatura superior a 250 g/m² e o miolo acima de 150 g/m². Também deve-se levar em consideração que esse tipo de encadernação não é indicado para grandes volumes, pois o número de dobras na sanfona determina o número de páginas. O formato do livro estabelece a quantidade de dobras que serão feitas para a sanfona que recebe o recorte de travamento, que pode variar de 1,5cm até 2 cm de acordo com a gramatura estabelecida. A estrutura da capa sanfonada é composta pela primeira e última capa com a sanfona entre elas (1). Cada dobra da sanfona receberá um caderno, seja ele de 4, 8, 12 ou 16 páginas. É recomendado intercalar até quatro cadernos de quatro páginas por dobra da sanfona, dando importância à gramatura do papel utilizado para a capa e miolo.

Após a impressão, o miolo recebe um corte na vertical na parte do vinco central, onde ele é preso no processo de encadernação, deixando um limite de segurança para a fixação das páginas à capa sanfonada (2). Logo após o corte no vinco, as páginas são intercaladas assim como no processo de encadernação para uma lombada grampeada (3). O sistema de travamento das páginas é composto por uma estrutura de papel rígido (que servirá como capa), com a parte central vincada projetando uma sanfona para dentro do livro, onde será a lombada. Os cadernos são encaixados nas dobras da sanfona e presos pelo recorte que fica entre as páginas, passando por dentro da dobra da sanfona que fica aparente entre as páginas na qual estão encaixados os cadernos pela parte central da capa (4 e 5). O resultado é um livro com um dorso diferente de estrutura firme e abertura de quase 60° (6) VOL. III  2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Livro com abertura de 360o

Assista o vídeo para saber mais detalhes da encardenação concertina australiana e o produto gráfico final.

Apesar de ser considerada uma técnica artesanal, pensando em produção de alta tiragem, a metodologia de encadernar sem o uso de cola ou costura pode ser em grande parte automatizada. Assim como em um processo normal da construção de um livro, o miolo e capa sanfonada podem ser impressos no processo offset. E, após a impressão, podem ser cortados e vincados na máquina de corte e vinco por meio de uma faca especial. Os cadernos podem ser alceados, dobrados e refilados numa máquina automática, como um editorial comum de lombada canoa. A última etapa do processo consiste em juntar a capa sanfonada com os cadernos intercalados, fazendo o travamento das páginas com recortes de papel. Essa é a única etapa que não pode ser automatizada.

Uma das características principais desse método, composto em sua maioria de papel, é diminuir o impacto ao meio ambiente através da redução de materiais mais nocivos como cola, grampos, presilhas, espirais e linha. Desse modo, o método de encadernar as páginas inspirado na Concertina Australiana, realizado por meio de dobraduras, recortes e encaixes de papel, torna-se eficiente e proporciona um acabamento diferenciado e visualmente mais bonito e interessante. Além de colaborar para a conservação das folhas que, por meio das características do processo de encadernação, deixa em aberto a possibilidade de retirar ou acrescentar páginas sem danificá-las ou até mesmo a troca da capa. Porém, comparado a outros métodos de encadernação (lombada quadrada, capa dura, colada ou costurada) a sua estrutura/integridade é um pouco inferior às demais encadernações convencionais e necessita de maior cuidado ao ser manuseado.

CAUÂNE JIN COSTA PORTO, CONCEIÇÃO BORGES DOMINGOS DA COSTA E FABIO BATISTA SILVA BARBOZA são ex-alunos do Curso Técnico em PréImpressão pela Escola Senai Theobaldo De Nigris. Este artigo é resultado de estudos para o trabalho de conclusão de curso “Livro com encadernação alternativa: Encadernação sem costura, grampos, espirais ou presilhas e com o mínimo de cola”, orientado pelo instrutor de Pré-Impressão Thiago Justo.

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Philipp Fries

O

tipo de secagem, ou cura, de tintas e vernizes é assunto muito discutido no ramo gráfico. A grande questão pode ser simplificada numa frase: qual sistema de secagem melhor atende as minhas necessidades, do meu negócio e, o mais importante, dos meus clientes? Para responder a essa pergunta precisamos entender melhor como cada tecnologia funciona. No processo tradicional de impressão convencional, a tinta seca de maneira física e química (oxidação). Na primeira fase, a tinta penetra rapidamente na superfície do material de impressão. Na segunda etapa, a reação com o oxigênio seca a tinta definitivamente. O processo completo demora horas e necessita de um material de impressão absorvente, do tipo papel ou cartão. É comum aplicar um verniz de proteção à base d’agua, que seca da mesma forma, mas em segundos, o que protege a tinta ainda úmida. Com as tecnologias de secagem ultravioleta é diferente. Primeiramente a impressora, a tinta e os vernizes precisam ser preparados para a cura utilizada. Com a emissão de luz do espectro UV, os sensibilizadores na tinta e no verniz iniciam o processo de polimerização e cura. Isso acontece instantaneamente em qualquer tipo de material e exige que as formulações químicas do substrato de impressão, tintas e vernizes sejam compatíveis e que a potência de luz UV esteja equilibrada. A cura UV pode acontecer a partir da emissão de luz ultravioleta por lâmpadas ou por diodos. As lâmpadas podem ser UV convencional ou Low Energy UV. Esses dois sistemas, por sua vez, se diferenciam pelos seus espectros de emissão. As lâmpadas UV convencionais emitem o espectro UV na sua totalidade, mas com maior intensidade nas frequências que curam superficialmente. O resultado é uma boa resistência superficial contra atrito e características favoráveis de deslizamento. Em contrapartida, são necessárias várias lâmpadas UV para garantir uma cura de qualidade.

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As lâmpadas do tipo Low Energy UV emitem um espectro reduzido e em frequências que resultam em uma cura profunda, que ultrapassa várias camadas de tinta ou verniz. Por isso, é possível reduzir a quantidade das lâmpadas na impressora, o que permite um baixo consumo de energia. Mais um ponto positivo desse sistema é que, nessas frequências, a produção do gás ozônio (O3) é bem reduzida. SELETIVIDADE A tecnologia LED UV trabalha com um espectro

ainda mais restrito. Significa que podemos curar várias camadas de tinta e verniz com ainda menos luz UV, sem geração de ozônio. Como o sistema utiliza diodos, podemos ajustar a área de emissão da luz UV segundo o formato da folha impressa. Em outras palavras, a luz UV é emitida somente onde é preciso. Isso traz vantagem em relação ao gasto de energia. Além disso, a tecnologia LED UV produz menos calor durante a cura, o que facilita o trabalho com materiais sensíveis à temperatura. As tintas e vernizes precisam reagir a cada frequência de UV aplicada. Isso significa que a redução do espectro de luz UV torna as tintas e vernizes mais reativos e, com isso, mais complexos. O interessante é que podemos utilizar tintas reativas LED UV/Low Energy UV também para UV convencional. Já as tintas para UV convencional servem apenas para esse sistema. Porém, afinal, qual tecnologia é mais indicada? Precisamos analisar primeiro quais aplicações precisam ser feitas. Por exemplo, existem situações em que se necessita imprimir sobre tinta seca, com aplicações como “branco opaco” ou “dripp off”. Com isso, obrigatoriamente as impressoras necessitam de secadores intermediários, que anulam o benefício do espectro com frequências de cura profunda e que possibilitam a cura somente na saída da máquina e, obviamente, eliminam o processo tradicional de impressão convencional. Além disso, precisamos analisar uma característica das tintas

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reativas. Elas têm uma tendência forte de migração, relacionada à química da tinta, que elimina vários segmentos de produtos impressos, como embalagens de alimentos ou tabaco. Esse é o motivo pelo qual no setor de embalagens normalmente se aplica a cura UV convencional. Nos segmentos que pedem curtas tiragens com prazos de entregas apertados, as tecnologias de cura Low Energy UV e LED UV são mais indicadas. As folhas já saem secas da impressora, dispensando o uso de pó, que suja tanto a própria impressora quanto os equipamentos de acabamento e complica aplicações após a impressão. O fundamental é que o tempo de produção é drasticamente reduzido e a impressão frente e verso em máquinas com ou sem reversão é simplificada. A tecnologia viabiliza a produção em materiais como plásticos ou superfícies metalizadas, a qualidade de impressão melhora muito em superfícies não revestidas, afora o fato de facilitar a impressão em substratos de secagem difícil. O processo em si se torna mais seguro porque o impressor vê o resultado final imediatamente e, pelo fato de as folhas já estarem secas, não há o perigo de falhas como decalque ou riscos. Além da sua adequação às diferentes aplicações, é preciso também avaliar as tecnologias quanto à facilidade de utilização, penetração no mercado, disponibilidade e custo dos consumíveis necessários, custo de investimento do equipamento e manutenção, incluindo peças, gastos de energia elétrica, configuração da impressora e necessidade de secagens diferenciadas. Vai ajudar muito na decisão a listagem desses critérios e a criação de

um checklist para chegar à uma conclusão sobre as tecnologias mais apropriadas a cada caso. Mas também precisamos fazer perguntas importantes relacionadas à cura Low Energy UV e LED UV: ◆◆ A tecnologia é interessante para mim e para o meu negócio hoje e no futuro? ◆◆ Tenho perfil de negócio para essas tecnologias (muitos pedidos de pequenas tiragens)? ◆◆ Posso lucrar com os benefícios oferecidos? ◆◆ Sou um empresário pioneiro ou um seguidor de tendências mais conservador? ◆◆ Estou disposto a investir tempo e dinheiro na implementação? ◆◆ Estou ciente de que uma nova tecnologia significa aprendizado e mudanças no ambiente de produção atual? Depois de várias instalações de equipamentos e implementações de projetos da Indústria 4.0 (push to stop) com a filosofia de folha seca (cura UV), posso afirmar que a porcentagem das tecnologias instaladas é equilibrada, o que significa que cada uma tem sua razão de ser no mercado. Somente precisamos escolher o que é melhor para nosso negócio. Enfim, temos de estar cientes de que a cura UV é uma ciência, não é apenas tinta no papel. Nem todos os sistemas são projetados ou criados igualmente. Decida sua compra com base em testes, necessidade de aplicação e segmento de mercado. Conhecimento técnico ajuda a entender os benefícios, bem como as desvantagens. PHILIPP FRIES é gerente de Produto - Sheetfed da Heidelberg do Brasil VOL. III  2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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SPINDRIFT

Fespa 2019:

uma fórmula vencedora Os visitantes locais representaram 25% do total de pessoas que estiveram na Fespa Global Print Expo 2019, em meados de maio, em Munique, na Alemanha. Com um aumento apenas marginal em relação ao evento de 2018 (20.442 visitantes), a presença pode não ter sido tão grande quanto nos anos anteriores, mas o engajamento certamente foi, com muitos profissionais passando pelo menos dois dias na feira.

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riar um espaço relevante para um setor industrial é o cerne de uma feira de negócios. Os melhores expositores investem em ideias criativas que proporcionam um ambiente que ninguém fazia ideia se queria ou precisava, até chegar lá. É aqui que os organizadores da Fespa se destacam, com uma imaginação coletiva e disposição para dar um baile em qualquer outra feira do setor gráfico. O Print Make Wear, Printeriors e Color L*a*b* são exemplos de como

Na Fespa 2019, os números estiveram um pouco acima do evento de 2018, com cerca de 5.000 visitantes por dia, excetuando expositores, assessores de imprensa e relações públicas

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os ambientes interativos agregam valor tanto para os visitantes quanto para os expositores, em todas as áreas da produção de mídia impressa. Participar desses espaços inovadores é claramente um risco que vale a pena correr. SEGMENTO TÊXTIL

A impressão têxtil foi provavelmente a categoria mais excitante em termos de desenvolvimentos, com a HP fazendo sua primeira incursão pública em um setor onde até agora não havia feito lançamentos. Novas máquinas continuam a ser inventadas, mas é justo dizer que a tecnologia está se movendo mais rápido do que o mercado, especialmente quando se trata de usuários finais. Para alimentar a tendência, a Fespa 2019 forneceu apoio considerável para esse mercado. O recurso Print Make Wear (imprimir, fazer e vestir) no salão de exposição foi lançado no ano passado e teve o dobro do espaço em 2019. Interiores impressos colocados no lobby da feira também aumentaram de tamanho e glamour geral. A área Print Make Wear tornou-se um show dentro do show, apresentando uma linha completa de produção de roupas para que os visitantes pudessem fazer tours pré-agendados. E uma equipe correu o tempo todo para atender os interessados que haviam reservado sua visita. A área apresentou vários exemplos de fabricação just-in-time e destacou as contribuições que a tecnologia digital pode dar para melhorar a sustentabilidade no negócio da moda, com foco na educação dos visitantes sobre as cadeias de fornecimento na área. Ainda mais ambiciosa foi a apresentação de ambientes internos impressos e o que pode ser feito com a impressão digital. A área denominada Printeriors compreendeu uma série de espaços decorados,

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dispostos em várias configurações, com diferentes designs. Paredes altas, cadeiras, revestimentos de pisos, mesas e acessórios proporcionavam aos visitantes espaços exclusivos, além de exemplos do que pode ser feito com substratos modernos e sistemas de impressão digital. Localizados perto dos candidatos aos prêmios Fespa, esses espaços elegantes proporcionaram uma dimensão adicional, que foi acolhedora e conveniente, bem como inspiração para os compradores de tecnologia. A ADOBE ESTÁ DE VOLTA?

Um dos destaques da Fespa foi o visível retorno da Adobe à indústria de impressão. Por muitos anos, a impressão foi vista como uma palavra malvista dentro da Adobe, mas na Fespa a empresa teve uma presença significativa. As apresentações no teatro Color L*a*b* foram complementadas pelo espaço no piso de exposição e pelo anúncio e demonstrações do Adobe Textile Designer. Trata-se de um plug-in do PhotoShop para design de tecidos que mantém a capacidade de edição total de todos os componentes, incluindo visualizações de padrões, separações e traçados de cores. Esperamos que isso promova uma renovação das interações entre a empresa e o mundo gráfico! HARDWARE

A Fespa 2019 foi, sem dúvida, um show de hardware, com 41% dos visitantes procurando por equipamentos de impressão e consumíveis e os expositores não enfatizando muito as suas inovações em software. A Esko, por exemplo, é líder de mercado em sistemas de fluxo de trabalho para artes gráficas e ainda não apresentou a edição deste ano de seu Automation Engine, que deve ser anunciada no final de 2019. Na Fespa, a Esko concentrou-se na divulgação de um alimentador motorizado de rolo para melhorar a precisão do corte digital de sinalização.

Todo mundo está entrando em impressão têxtil e desenvolvedores de tecnologia estão respondendo com excelentes materiais e sistemas, que produzem lindos resultados

controle da empresa, com os executivos respondendo perguntas sobre a compra de suas ações por “afiliados da Siris”, anônimos homens de negócio que pretendem controlar a empresa. Eles pagarão US$ 37 por ação, totalizando US$ 1,7 bilhão, por uma empresa cujo faturamento em 2018 foi de US $ 1,02 bilhão, portanto, um valor não muito alto. Enquanto isso, a EFI continua a adquirir empresas menores, mais recentemente a BDR , desenvolvedora de tintas reativas utilizadas para impressão têxtil digital em algodão, linho, rayon e poliésteres selecionados. A nova empresa irá operar como EFI Reggiani BDR . A aquisição e as que ainda estão por vir apoiam as tendências do mercado de tecnologia no sentido de suportar mais aplicativos, automação e custo total de propriedade. Foi lançado um dispositivo de última geração, o Pro 30f, preenchendo uma lacuna no portfólio da EFI . É uma impressora LED de mesa de 2 x 3m com duplo canal CMYK , além de quatro canais brancos, um front end Fiery e capacidade para imprimir espessuras de até 10 cm. Destina-se ao mercado de decoração e estará disponível no terceiro trimestre de 2019. A VISÃO DE LONGO PRAZO

EFI/SIRIS SE RAMIFICANDO

Outro gigante da indústria – quando se trata de fluxo de trabalho – é a EFI , que trouxe algumas interessantes ideias de software, mas a ênfase foi, claramente, o hardware. As novidades foram em grande parte ofuscadas pela iminente mudança de

Duas Vuteks foram introduzidas como renovação total das linhas já existentes: a VUTEK h5, de 3,2m de largura, e a h3. Elas têm oito cores e cabeças de impressão brancas e podem depositar até 7 picolitros em escala de cinza, portanto devem produzir tons incrivelmente suaves. A h5 imprime até 109 VOL. III  2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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A EFI apresentou duas novas gerações de Vuteks

chapas por hora, com a versão h3 imprimindo até 74 chapas por hora. Graças ao novo hardware baseado numa GPU, o mais recente front-end do Fiery XF tem o dobro de desempenho em relação a versão anterior e o software atualizado suporta mais de 70 novas impressoras de outros fabricantes. Na conversão de cores há um novo renderin intent, o Fiery Intensify, que aumenta seletivamente a saturação de áreas definidas de uma escala de cores para melhorar a intensidade visual impressa. A EFI também falou sobre o EFI iQ, uma ferramenta de coleta de dados na nuvem, que examina os sistemas em campo para diagnósticos e outros serviços, ainda em desenvolvimento. A HP finalmente entrou no mercado têxtil com a apresentação de sua linha Stitch. Na Fespa, a empresa mostrou a S1000, anunciada anteriormente. Essa máquina industrial de 3,2 m de largura é o topo da linha das impressoras têxteis da HP, pelo menos por enquanto. Tal como suas irmãs menores e mais lentas, utiliza as cabeças térmicas de jato de

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tinta da HP e destina-se à sinalização flexível e impressão de interiores. A única vantagem da S1000 é seu tamanho e adequação para produção de volume para moda e esportes. Stitch é a marca da HP para suas linhas têxteis e esperamos ver um avanço rápido nessas tecnologias para impressão têxtil. … ENTÃO…

O novo Fiery foi o único novo software realmente interessante que vimos na feira. Ouvimos várias pessoas afirmando que gostariam de ver mais lançamentos e demonstrações de fluxos de trabalho, especialmente sobre como gerenciar cores em um contexto mais amplo. Talvez a ênfase relativamente leve do programa em software e sistemas de fluxo de trabalho crie uma oportunidade para a Fespa expandir seu alcance e escopo. Tradução autorizada de texto publicado no site Spindrift em 13 de junho de 2019, publicação produzida pela Digital Dots, empresa de consultoria na área gráfica.

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COMO FUNCIONA

Bruno Mortara

O que é a tecnologia quantum-dot

A

nova tecnologia de construção de monitores, denominada quantum-dot, está criando uma nova categoria de monitores de alto brilho, maior contraste e gamut de cores reproduzidas. Nos monitores foto-emissivos, essa tecnologia funciona através de uma camada de partículas de ponto quântico QD, emissoras de fótons, usadas para converter a luz de fundo do monitor, em geral LED, em cores puras, RGB. Essa camada melhora o brilho da tela e a gama de cores em relação às tecnologias anteriores. Na quantum-dot há menos perdas de luz e menor contaminação de luz entre os três canais de cores RGB . Nos monitores eletro-emissivos ou eletroluminescentes, diodos emissores tipo quantum-dot são responsáveis por emitir as primárias RGB a partir de cargas elétricas aplicadas à superfície inorgânica de cada diodo. Algumas dessas tecnologias já estão no mercado com nomes como QD - LED, EL- QLED, ELQD e QDEL . A tecnologia QLED pode suportar enormes

A enorme diferença da quantidade de cores entre um monitor sRGB (verde) e de um monitor quantum-dot com espaço Rec 2020 (vermelho). Fonte: autor

monitores, flexíveis e mais duráveis que os OLED, e espera-se que serão usados em televisores, monitores, celulares e câmeras fotográficas. O conceito de quantum-dot nasceu nos anos de 1990 e somente a partir dos anos 2000 a indústria percebeu sua potencialidade em produtos comerciais. Seja o quantum-dot foto-emissivo ou o eletro-emissivo, quando excitado, emite o que se denomina luz monocromática, conseguindo produzir vermelhos, verdes e azuis mais puros, resultando em enormes espaços de cor quando montados em um monitor. Para se ter uma ideia, um monitor quantum-dot REC 2020 consegue mostrar o dobro de cores do que um monitor s RGB , presente na enorme maioria dos computadores, laptops e smartphones. O desempenho dessa nova tecnologia é determinado pelo tamanho e pela composição de suas estruturas. Por exemplo, a emissão de luz quântica de ponto CdSe pode ser ajustada de vermelho (diâmetro de 5 nm) para a região de violeta (ponto de 1,5 nm). A razão física para a coloração QD é o efeito de confinamento quântico e está diretamente relacionado aos seus níveis de energia. A energia determina a cor na proporção inversa ao quadrado do tamanho do quantum-dot. Dessa forma, é possível calibrar as estruturas para emitirem as primárias necessárias para a construção de um painel de monitor que têm uma faixa espectral muito limitada (primárias monocromáticas) de 20-40 nm. O processo de fabricação dos painéis é por impressão de contato, formando um fino filme de quantum-dot com “tinta” à base de água, sem solvente, e o material do diodo em suspensão na tinta. É um processo simples, com baixo custo e alta produtividade. As estruturas eletroluminescentes impressas, com padrões RGB , necessitam de uma resolução de 1000 ppi (pixels por polegada). Esta é mais uma nova tecnologia que se beneficia da impressão! BRUNO MORTARA é superintendente do ONS27, coordenador do TC130/WG13 Conformance Assessment, diretor técnico adjunto da ABTG e professor de pósgraduação na Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris. VOL. III 2019  TECNOLOGIA GRÁFICA

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