Revista Tecnologia Gráfica 108

Page 1

A REVISTA TÉCNICA DO SETOR GRÁFICO BRASILEIRO ANO XXIV Nº 107 • VOL. I 2020 • ISSN 1678-0965

CRIATIVIDADE E SUSTENTABILIDADE

No Prêmio Fernando Pini peças e projetos se destacam pela excelência no design e cuidado com o meio ambiente

GESTÃO

Especialistas apontam como reduzir custos investindo em automação

ENTREVISTA

Felipe Augusto, da FuturaIm, fala das estratégias de sucesso da gráfica online

CULTURA GRÁFICA

O premiado cartazista Elmano é o personagem desta edição

rtg108 CAPA FINAL.indd 1

11/02/2020 13:33


PÓS-GRADUAÇÃO EM: DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE

EMBALAGENS FLEXÍVEIS EAD

GESTÃO EM

INOVAÇÃO

E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO GESTÃO DE GESTÃO DA PRODUÇÃO DE

PROJETOS DE EMBALAGEM

CELULOSE E PAPEL PRODUÇÃO GRÁFICA

PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO DE MÍDIA IMPRESSA PARA MAIS INFORMAÇÕES: (11) 2797-6313 posgrafica114@sp.senai.br


Volume I – 2020 Publicação da ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris, Rua Bresser, 2315 (Mooca), CEP 03162-030 São Paulo SP Brasil ISSN: 1678-0965 ABTG – Telefax (11) 2797.6700 Internet: www.abtg.org.br ESCOLA SENAI – Fone (11) 2797.6333 Fax (11) 2797.6309 http://grafica.sp.senai.br Presidente da ABTG: Carlos Suriani Diretor da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris: Elcio de Sousa Jornalista Responsável: Tânia Galluzzi (MTb 26897) Projeto Gráfico: Cesar Mangiacavalli Conselho Editorial: Bruno Cialone, Bruno Mortara, Carlos Suriani, Claudinei Pereira, Elcio de Sousa, Enéias Nunes da Silva, Leury Giacomeli, Manoel Manteigas de Oliveira, Mara Cristine Aguiar, Oziel Branchini e Tânia Galluzzi Elaboração: Escola Senai Theobaldo De Nigris Diagramação: Escola Senai Theobaldo De Nigris Produção: Escola Senai Theobaldo De Nigris Pré-impressão, Impressão e Pós-impressão: Escola Senai Theobaldo De Nigris Capa: Verniz Soft Touch - Printverniz Hot Stamping - fitas Crown do Brasil Assinaturas: 1 ano (4 edições), R$ 40,00; 2 anos (8 edições), R$ 72,00 Redação: contato@abtg.com.br

C

Conteúdo de valor

omeçamos o ano renovando a crença de que conteúdo de qualidade faz total diferença. Informações sobre novas tecnologias, análises técnicas, discussões sobre o hoje e o que está por vir, tudo isso compõe as bases do conhecimento de qualquer profissional e prepara aqueles que estão prestes a entrar no mercado de trabalho. Por isso, apesar do desafio que representa atualmente manter uma revista impressa circulando, mais uma vez estamos aqui com uma edição da Tecnologia Gráfica carregada de matérias e artigos sobre o universo da impressão. Logo no início você vai conhecer os recursos e soluções dos 10 produtos e cases finalistas na 29ª edição do Prêmio Fernando Pini, nas categorias Design Gráfico e Sustentabilidade. Estão lá, por exemplo, a belíssima obra A técnica do livro segundo São Jerônimo e os detalhes de como a Antilhas conseguiu eliminar o uso do álcool na impressão offset. Seguindo, o leitor poderá se aprofundar na recém publicada norma ISO 32000-1, que trata do gerenciamento de documentos em PDF, formato imprescindível ao setor gráfico, sobretudo visando a construção de melhores e mais seguros fluxos de trabalho. A seção Impressão traz novidades sobre a união do offset com o digital, enquanto as páginas de Two Sides abordam o tão necessário gerenciamento de resíduos. Num respiro para os assuntos técnicos, o designer e professor Norberto Gaudêncio continua a destacar artistas gráficos do início do século XX, que coloriram as principais cidades do País com seus cartazes. Não deixe de conferir também a entrevista com Felipe Augusto, gerente de operações da FuturaIm, que vem se destacando entre as gráficas online com estratégias de logística e de marketing diferenciadas. Esperamos que o material aqui publicado seja útil no seu dia a dia. Boa leitura.

Elcio de Sousa

Diretor da Escolas Senai Theobaldo De Nigris e José Ephim Mindlin Apoio:

Esta publicação se exime de responsabilidade sobre os conceitos ou informações contidos nos artigos assinados, que transmitem o pensamento de seus autores. É expressamente proibida a reprodução de qualquer artigo desta revista sem a devida autorização. A obtenção da autorização se dará através de solicitação por escrito quando da reprodução de nossos artigos, a qual deve ser enviada à Gerência Técnica da ABTG e da revista Tecnologia Gráfica, pelo e-mail: abtg@abtg.org.br ou pelo fax (11) 2797.6700 VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Editorial.indd 3

3

13/02/2020 19:29


Sumário 12

Design e sustentabilidade: cases Prêmio Fernando Pini

32

ONS27 publica versão da ISO 32000-1

ESPECIAL

NORMALIZAÇÃO

32000-1

44

Gerenciamento de resíduos no segmento gráfico TWO SIDES

Produção híbrida:offset + digital

16

Estudo analisa ferramentas para gamut expandido

18

Impressão

Produção Gráfica

O cartazita Elmano Henrique Cultura Gráfica

22

Reduza custos com integração de processos Gestão

Felipe Augusto, o resolvedor de problemas na FuturaIm

TG107 - Sumario vs.final.indd 4

36

Entrevista

Estudo das instalações industriais Academia

4 TECNOLOGIA GRÁFICA

28

40

Produtos Notícias Literatura Cursos

5 6 16 46

Capa:: Mara Aguiar

VOL. I 2020

14/02/2020 16:44


PRODUTOS

A

Ricoh lança Pro VC70000 com foco em offset e personalização digital

Ricoh lançou em novembro a Ricoh Pro VC70000, impressora jato de tinta contínua. Com foco em offset, o equipamento chega para ser parte integrante do fluxo de trabalho do mercado gráfico e, além de reunir o melhor da produção desse tipo de máquina, oferece velocidade, versatilidade e personalização digital. O grande diferencial é a capacidade de imprimir de maneira confiável e eficaz em papéis com e sem revestimento, o que a torna ideal para empresas e gráficas nas quais um único trabalho migra frequentemente por várias impressoras, cada uma com especificações distintas. Como resultado, é possível ter entregas consistentes, rápidas e com qualidade offset. Além disso, a Pro VC 70000 ajuda os usuários a acelerar a transição dos volumes de impressão para digital. Ela é capaz de oferecer, ainda, aplicações de qualidade, como catálogos e revistas de ponta, com velocidade de 150 m/min, 130.000 folhas A4 por hora

e resolução de até 1.200 x 1.200 dpi, sem perder a acessibilidade e a velocidade do jato de tinta. Essa versatilidade abre novas possibilidades para as impressoras, incluindo trabalho sem interrupção entre offset e digital e anulação da necessidade de camadas de primer ou outros tratamentos de papel. A plataforma traz também um novo conjunto de tintas desenvolvido pela Ricoh, além da tecnologia de secagem patenteada que possibilita que ela seja feita na própria impressora, com o objetivo de contribuir na economia, qualidade e rapidez de conclusão. Recentemente, Ricoh Pro VC70000 conquistou prêmio da Associação Europeia de Publicações de Impressão Digital (EDP) na categoria de máquinas comerciais de impressão contínua. A premiação reconhece os avanços mais relevantes em categorias como equipamentos de impressão, software, mídia, tintas, materiais e sistemas de acabamento.

Fiery Color Profiler Suite em nova versão A nova versão do Fiery Color Profiler Suite, software de gerenciamento de cores integrado da EFI já está disponível. A tecnologia de perfis de cores EFI Fiery Edge de última geração, que foi lançada no conjunto, oferece qualidade de impressão pronta para uso e aprimoramentos de cores nas novas interfaces digitais (DFEs) Fiery. Além disso, uma série de novos controles no Fiery Color Profiler Suite ajusta as cores para atender às preferências do cliente, como recursos para intensificar as cores de forma inteligente e ajustar os níveis de detalhes das sombras. Os perfis Fiery Edge estão disponíveis para novas impressoras digitais de folhas e também para várias impressoras de grande formato que usam DFEs EFI Fiery. Os usuários se beneficiam de uma variedade maior de controles avançados. Por exemplo, um elemento importante da nova tecnologia Fiery Edge é a capacidade de controlar ou selecionar manualmente um ponto preto que melhor corresponda à intenção do item que está sendo impresso. Isso aumenta a faixa dinâmica de uma impressão quando a cor de impressão mais escura não é uma cor preta neutra. Os usuários também podem controlar os níveis de detalhes de sombras para representar melhor as características de um produto ou assunto. A Fiery Edge também oferece aos profissionais de impressão a capacidade de definir transições de colorido para preto para que eles tenham redução nas distorções de imagem, granulação e

RTG 108 - Produtos.indd 5

transições mais suaves, o que é especialmente útil nos segmentos do mercado em que a qualidade das cores é essencial, como impressão de álbuns de fotos. Os usuários podem produzir impressões mais coloridas, vivas e com aparência dinâmica em sinalização, ponto de venda, display e outras aplicações, porque a tecnologia Fiery Edge oferece a capacidade de aumentar a cor com a Fiery Intensify – um novo avanço de intenção de renderização que pode aumentar a cor e a saturação enquanto mantém os cinzas neutros e os tons de pele realistas. O novo recurso, que faz parte do Fiery Color Profiler Suite versão 5.2, melhora a cor e, ao mesmo tempo, mantém resultados visuais equilibrados – uma meta difícil de alcançar com outras soluções de renderização disponíveis no mercado. Isso não apenas permite o controle preciso dos níveis de cor, luminosidade e contraste, como também possibilita aos usuários selecionar o perfil de origem correto para o melhor uso possível da gama de cores de um dispositivo de saída e da faixa dinâmica. A tecnologia Fiery Edge também suporta até oito canais de cores (4 cores extras CMYK+), aprimorando ainda mais a capacidade de o Color Profiler Suite obter a melhor cor possível de qualquer impressora Fiery Driven compatível, incluindo as que têm corantes de gamut expandido, como toners ou tintas laranja, violeta, azul e verde.

13/02/2020 19:31


NOTÍCIAS

ABTG promove pré-Drupa

A

turnê mundial de divulgação da maior feira do setor gráfico no mundo começou em 10 de setembro, na Cidade do México, e terá percorrido 27 países, nos cinco continentes, até março de 2020. No dia 25, a ABTG e a Theobaldo De Nigris, com suporte da Emme Brasil (representante da Messe Düsseldorf), abriram suas portas para Sabine Geldermann, diretor geral da Drupa 2020, e Markus Heering, diretor da associação alemã de fabricantes de máquinas e equipamentos (VDMA). Para falar sobre o evento, que acontece entre 16 e 26 de junho do próximo ano na cidade de Düsseldorf, na Alemanha, a associação promoveu uma noite de palestras sobre o que será a Drupa 2020. A feira contará com 1.651 expositores de 50 países e espera receber 250 mil visitantes. O Pré-Drupa 2020 aconteceu no auditório da Escola Senai Theobaldo De Nigris, e recebeu 150 pessoas, entre profissionais do setor e estudantes. O encontro reuniu, além dos executivos alemães, Hamilton Terni Costa, consultor de gestão e estratégias de mercado e diretor da AN Consulting. Eles abordaram temas como inovação e novos mercados, tendências na produção de embalagens, impressão funcional, impressão 3D e indústria 4.0. Os trabalhos foram abertos por Carlos Suriani, presidente executivo da ABTG . Ele lembrou que a associação vai à feira para dar suporte e acolher os brasileiros, além de estar programando um evento pós-Drupa com o objetivo de debater as principais tendências com quem esteve e com aqueles que não puderam ir à Alemanha. Hamilton Costa apresentou um roteiro com as principais forças que devem moldar o futuro da indústria gráfica, relacionando-os GI_RevistaAnúncio1.pdf 1 18/06/2019 18:07

com o que possivelmente será exposto na Drupa 2020, como digitalização, sustentabilidade e customização. “As plataformas de produção estão cada vez mais fluidas, flexíveis, como as plataformas de serviços. A verdade é que não sabemos o que imprimiremos daqui a cinco, seis anos, nas máquinas compradas hoje.” Na esteira dessa tendência, o consultor aposta na construção de equipamentos customizados, capazes de se moldar a diferentes aplicações. Em seguida, Sabine Geldermann detalhou a estrutura da próxima Drupa, destacando áreas especialmente voltadas à inovação. No Drupa Cube, o visitante poderá assistir a palestras e sessões interativas, focadas em mostrar o que acontece quando a tecnologia vai ao encontro dos negócios. O Drupa Innovation Park atuará como uma incubadora de novas tecnologias e aplicações, enquanto o Touchpoint Packaging funcionará como uma plataforma de relacionamento para desenvolvedores de produtos e detentores de marcas. A feira abrigará também o Touchpoint 3D fab+print e o Touchpoint Textile, com palestras e demonstrações sobre impressão 3D e têxtil. Assim como há quatro anos, o estande da HP será o maior, ocupando todo o 170 pavilhão. O presidente da VDMA encerrou o Pré-Drupa destacando o que chamou de megatendências, entre elas o uso da inteligência artificial (conexão total com os clientes, virtualização dos equipamentos facilitando a manutenção à distância etc.) e a economia circular. “A sustentabilidade é questão fundamental que só será equacionada se toda a cadeia de produção estiver envolvida. E nós, fabricantes de equipamentos, temos de oferecer soluções que possibilitem não só a reciclagem quanto o reuso.”

TRANSFORME A GESTÃO DA SUA GRÁFICA E GARANTA A MELHOR PRODUTIVIDADE

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

6 TECNOLOGIA GRÁFICA

TG108 - Notícias.indd 6

VOL. I 2020

14/02/2020 09:43:25


Avaliação máxima para EAD

Inova Indústria movimenta a Theobaldo

C

omo faz anualmente, o Senai-SP promoveu entre junho e dezembro atividades para falar sobre inovação. Neste ano, foram promovidas 21 Semanas Inova Indústria em diversas unidades do Senai. Os eventos incluíram cursos, palestras, exposições e eventos técnicos planejados de acordo com o segmento industrial de cada unidade, todos abertos ao público do Senai-SP, empresariado e parceiros. Na Theobaldo De Nigris, o Inova Indústria aconteceu de 28 de outubro a 10 de novembro. Um dos destaques foi o Desafio de Ideias, atividade baseada no conceito de inovação aberta, em que equipes de alunos, durante uma semana, solucionam um problema real de empresas participantes. As soluções são apresentadas e cada empresa escolhe a que melhor atende ao desafio proposto.

E

A

Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris obteve a nota máxima (5) em seu processo de credenciamento junto ao Ministério da Educação, MEC, para a oferta de cursos superiores na modalidade Educação a Distância (EAD). O bom desempenho na avaliação também é decorrente das parcerias com fornecedores de equipamentos e insumos, que proporcionam igualmente contínua atualização em novas tecnologias, beneficiando alunos, docentes, empresas e a comunidade.

Senai transforma ambientes corporativos

m dezembro de 2019, os alunos do último ano da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris apresentaram para empresários e convidados o resultado da assessoria técnica do projeto integrador de Gestão de Processos Produtivos. Cinco empresas, de diferentes segmentos, foram atendidas pelos alunos gratuitamente e que utilizaram ferramentas de gestão visando obter melhoria do desempenho produtivo para minimizar desperdícios na produção. O resultado foi muito positivo tanto para as empresas atendidas como para a vivência profissional dos alunos. O projeto contou com apoio da ABIGRAF-SP e SINDIGRAF-SP. GI_RevistaAnúncio2.pdf

C

M

Y

CM

2

18/06/2019

18:10

Para empresas de todos os portes e segmentos. GI_Gráfica Inteligente, otimiza todos os processos internos em um único software.

MY

CY

CMY

K

FERRAMENTA UTILIZADA COMO BASE DAS AULAS DE ARTES GRÁFICAS NO SENAI THEOBALDO DE NIGRIS

VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

TG108 - Notícias.indd 7

7

14/02/2020 09:43:29


NOTÍCIAS

Simpósio de Informação e Conhecimento O

s alunos da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris apresentaram quatro trabalhos no 2° Simpósio Informação e Conhecimento que aconteceu na Faculdade Senai de Tecnologia Mecatrônica, no dia 30 de novembro. Durante o período houve o painel “O profissional à prova de futuro” e apresentação de 40 pitches (síntese do projeto em 2 minutos) dos trabalhos relacionados aos diversos segmentos atendidos pelas faculdades do Senai. No final houve a cerimônia de premiação e os grupos vencedores receberam bolsas de estudo integrais para cursos de pós-graduação. O evento foi importante para os estudantes, professores e todos que estiveram presentes, mostrando que o Senai-SP, por meio da educação, contribui de forma efetiva para a indústria e para a sociedade. Para a implementação do projeto dos alunos da Theobaldo De Nigris vencedor do simpósio, “A serigrafia como agente de integração e acessibilidade: uma pesquisa experimental com deficientes visuais em São Paulo”, os autores estiveram na Fundação Dorina Nowill fazendo uma simulação de oficina de serigrafia para uma pessoa cega e outra com baixa visão. O objetivo foi verificar se seriam necessárias mais adaptações ao projeto antes da implementação. Os participantes gostaram muito da proposta e ficaram bem animados em participar da oficina. O projeto foi desenvolvido por quatro alunos, Leonardo Batista Rocha, Paulo Ricardo Campos Gouveia, Guilherme Marins de Souza e Leandro Andrade Beluomini, que forma orientados pela professora Catarina Cano. GI_RevistaAnúncio3.pdf

3

18/06/2019

18:12

C

M

VENDA COM

PRODUÇÃO COM

METAS DE TRABALHO

Y

BOA MARGEM

BAIXO CUSTO

BEM DEFINIDAS

FIM DO

INFORMAÇÃO

ENTREGAS

DESPERDÍCIO

COM RAPIDEZ

NO PRAZO

CM

MY

CY

CMY

K

8 TECNOLOGIA GRÁFICA

TG108 - Notícias.indd 8

VOL. I 2020

14/02/2020 09:43:33


Theobaldo De Nigris lança publicação científica

A

Escola Senai Theobaldo De Nigris acaba de lançar a Revista Científica Theobaldo De Nigris. Trata-se de um periódico técnico-científico de publicação semestral em fluxo contínuo, criada com o objetivo de divulgar estudos e pesquisas multidisciplinares em Educação Profissional, Tecnologia Gráfica, Celulose e Papel, Comunicação Visual, Design, Embalagem, Biotecnologia e Sustentabilidade. A revista surge com o propósito de agilizar os processos editoriais e garantir o menor tempo entre a aprovação e a publicação do artigo. O público-alvo são professores, universitários, profissionais e técnicos dos diversos segmentos da indústria e demais pesquisadores interessados nos temas abordados pela publicação. Com duas edições ao ano, a Revista Cientifica Theobaldo De Nigris aceita trabalhos inéditos, com a finalidade de ser um espaço para disseminação dos conhecimentos resultantes da investigação científica, estimular e desenvolver o intercâmbio entre estudantes, pesquisadores, docentes e discentes das referidas áreas. Além, é claro, de contribuir para a produção e socialização do conhecimento junto à sociedade. A avaliação dos artigos submetidos será realizada pelo processo de pares, sendo que quando houver divergência quanto à aceitação do trabalho, este será remetido para um terceiro avaliador. A revista também oferecerá a política de acesso livre imediato ao seu conteúdo, com o princípio de disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público e proporcionar maior democratização do conhecimento. GI_RevistaAnúncio4.pdf

4

18/06/2019

www.revistatheobaldodenigris.org

A revista científica utiliza o Open Journal Systems (OJS), uma ferramenta de gestão e publicação de revistas eletrônicas. O OJS utilizado pelo portal foi traduzido e customizado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), baseado no software Open Journal Systems (OJS), desenvolvido pelo Public Knowledge Project (PKP). Acesse a revista e boa leitura!

www.revistatheobaldodenigris.org

18:22

C

M

Y

CM

INVISTA EM TECNOLOGIA INTEGRADA E ALCANCE OS MELHORES RESULTADOS

MY

CY

011 2936-6001 | nucleologuin.com.br

CMY

K

VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

TG108 - Notícias.indd 9

9

14/02/2020 09:43:34


ESPECIAL

Excelência em criatividade e respeito ao ambiente

Conheça os produtos e soluções que se destacaram nas categorias Design e Sustentabilidade no Prêmio Fernando Pini 2019.

T

odos os anos, com a chegada do segundo semestre, o mercado gráfico brasileiro se agita. É quando começam a ser escolhidos os finalistas do Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini. Criado em 1991, consolidou-se como a premiação mais importante do setor. Por isso mesmo, ser indicado como um

dos finalistas já é considerada uma vitória para os envolvidos. Nesta edição, a revista Tecnologia Gráfica destaca os finalistas de duas categorias que passaram a fazer parte do concurso no ano passado: Sustentabilidade e Design Gráfico.

Design Gráfico

Duas palavras definem a categoria design: inovação e criatividade. No mercado gráfico essas características são ainda mais importantes, pois fazem a diferenciação de um produto no meio de centenas de opções no mercado, definindo uma marca ou uma ação. Nessa categoria, o objetivo é valorizar o trabalho dos criativos, dos especificadores, visando aproximá-los de seus fornecedores de produtos impressos.

O DESAFIO DE CONSTRUIR UMA MARCA GLOBAL

Produto: Sinalização Braskem Empresa: CBA B+G Cliente: Braskem Resultado de seu crescimento ao longo dos anos, a Braskem não tinha uma linguagem específica na sinalização de seu ambiente corporativo e o desafio era acompanhar as bases estratégicas de sua transformação numa marca global. A agência CBA B+G criou, a partir de conceitos-chave da marca, aplicações da identidade visual e verbal ao ambiente corporativo, considerando a presença da marca de forma acolhedora, menos óbvia e despojada.

10 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Especial.indd 10

A produção envolveu impressão digital com cura UV LED em placa confeccionada em acrílico cast anti-refletivo AR-FU de 5 mm, recortada a laser; aplicação de vinil adesivo calandrado de alta performance com impressão digital com cura UV LED ; além de pictogramas/ícones em acrílico cristal cast de 2 mm, recortados a laser, com aplicação de pintura à base de água.

VOL. I 2020

12/02/2020 20:50


PLATAFORMA AUXILIA MARCAS A EXPLORAREM O UNIVERSO DA MÚSICA Produto: MTV Music Hack Empresa: CBA B+G

Cliente: Viacom Para reforçar sua autoridade como expert em música, a MTV hackeou o universo musical em um projeto de cocriação que envolveu explorações e pesquisas com a sua audiência e especialistas em música. O resultado foi o MTV Music Hack, uma plataforma que auxilia marcas a explorarem o universo da música para se conectarem com seu público. A agência CBA B+G colaborou com todo o trabalho estratégico no desenvolvimento da plataforma. Criou também o material informativo impresso, um guia de inspiração e apoio para anunciantes que desejam investir em projetos musicais em parceria com a empresa, desenvolvendo conceito, conteúdo e projeto gráfico desse catálogo. Foi usado o formato aberto 95 x 31 cm, lombada 1,4 cm, impressão 4 x 4 cores em offset e laminação BOPP fosca, em papel TP 300 g/m², faca especial, além de corte e vinco. Quando aberta, a peça possui três partes.

PORCO-ESPINHO CONQUISTA A GALERA

Produto: Linha Riccio Empresa: Ótima Gráfica Cliente: Varejistas de papelaria e presentes Na busca de um personagem para atender a um público jovem, mas procurando fugir dos tradicionais unicórnios e lhamas, a Ótima Gráfica lançou em fevereiro deste ano a figura de um porco-espinho. Ele está em mais de 60 itens em três estampas diferentes, permitindo a composição de mesa de trabalho com planners, cadernos, lápis, estojo e risque e rabisque. Tudo isso com produtos com uma vida útil maior e um preço mais acessível que os modelos de ferragem. O desafio foi o design do personagem. Com a intenção de inovar, a Ótima optou por um hot stamping holográfico no cabelo do porquinho, com borda. O recurso é aplicado após a impressão do corpo, e o resultado foi um sucesso. A linha Riccio foi a vencedora na categoria Design. VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Especial.indd 11

11

12/02/2020 20:50


“UM LIVRO QUE, EM SI, É UM OBJETO DE ARTE. ARTE GRÁFICA.”

Produto: A técnica do livro segundo São Jerônimo Empresa: Imprensa Oficial do Estado Cliente: Imprensa Oficial do Estado “Resultou, enfim, em um livro que, em si, é um objeto de arte. Arte gráfica.” Essa é a definição do diretor-presidente da Imprensa Oficial, Nourival Pantano Júnior, para a obra finalista na categoria Design. A técnica do livro segundo São Jerônimo é o resultado da tese de dom Paulo Evaristo Arns, defendida na Sorbonne, quando lá se doutorou nos anos de 1940. Reconhecida como um clássico, a editora da Imprensa Oficial de São Paulo e a Editora Unesp lançaram em 2018 uma nova edição desse trabalho. O livro é constituído de capítulos curtos, mas composto de inúmeras notas, e nesta edição todas as notas foram dispostas ao pé da página em que foram mencionadas (há capítulos com mais de 260 notas). Na impressão, houve cuidado redobrado para a reprodução de todas as imagens, em dois tipos de papéis — offset e couchê fosco —, de maneira a que o resultado correspondesse aos originais. Da encadernação exigiu-se também igual rigor, proporcionando regularidade nas seixas nas duas

FOLHETO INOVADOR PARA PRODUTO DIRIGIDO AO CRIADOR DE GADO

Produto: Folhetos publicitários “Aqui dentro está a solução definitiva” Empresa: Corgraf Cliente: Dow Agrosciences Esse trabalho, feito de forma direta com o cliente, resultou num folheto que seguiu o formato da bombona utilizada no produto empregado no controle de pragas no gado. O produto criou valor e, ao mesmo tempo, ressaltou o foco pretendido pela Dow: atingir e motivar um público específico. Os recursos gráficos utilizados na peça foram impressão offset com retícula estocástica (210 lpi)

12 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Especial.indd 12

capas; a aplicação do papel Color Plus nas guardas, estruturando o livro com precisão; o cabeceado de cor única, dando elegância e sobriedade ao acabamento do livro; lombos refilados com perfeição; e lamina

e tradicional (175 lpi), impressão digital em janela PVC em papel couchê brilhante 250 g/m² e janela em PVC transparente 300 g. No acabamento, laminação fosca com faca especial.

VOL. I 2020

12/02/2020 20:50


Sustentabilidade

A sustentabilidade ganha cada vez mais relevância no mundo e está presente também no segmento gráfico, sobretudo em função das demandas dos clientes. Justamente para incentivar ainda mais a discussão sobre o tema foi criada a categoria para premiar aqueles que, com suas ações, contribuem para um mundo mais sustentável.

REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS

Produto: Gestão de Resíduos Empresa: Plural Cliente: Plural A Plural trabalha há anos visando a boa gestão dos seus processos produtivos, buscando a sustentabilidade em sua cadeia produtiva. Mensalmente, nas reuniões de produção das equipes, são mostradas as quantidades de resíduos gerados, com o objetivo de conscientizar e incentivar a sua redução. Do volume total de resíduos, apenas 17,7% estão sendo destinados para aterro sanitário, todos os outros 82,3% estão sendo encaminhados para algum tipo de processo ou transformação para que possam ser reutilizados.

A PERGUNTA DE UMA ALUNA GEROU O LOGÍSTICA REVERSA POSITIVO

Produto: Logística reversa de livro didático Empresa: Posigraf Cliente: Posigraf A partir da indagação de Helena Giotto, uma aluna do ensino fundamental, “Como nossa escola pode reduzir o impacto ambiental?”, há três anos o Colégio Positivo Internacional, em Curitiba, implantou a solução para o material didático de seus alunos após o uso: o Logística Reversa Positivo, que envolveu a Posigraf, a Editora Positivo e o Colégio Positivo. Atualmente, mais de 800 mil alunos de escolas públicas e particulares, no Brasil e no Japão, utilizam o material didático da marca. O projeto piloto começou com o Colégio Positivo Júnior, Colégio Positivo/ Jardim Ambiental e Colégio Positivo/Ângelo Sampaio, todos em Curitiba. Os alunos dessas unidades podem descartar livros, cadernos e outros materiais de papel usados durante o ano em caixas coletoras específicas para esse fim. Com o projeto, o grupo

2.69%

2.44% 4.66% 1.77%

Gestão de Resíduos 2019 8.47%

2.10%

8.82%

0,000% 17.70%

46.52% 4.83%

Resíduo Sólido Classe I (kg)

Resíduo Líquido Classe I (L)

Pó de aparas de papel (kg)

Resíduo Comum (kg)

Resíduo Ambulatorial (kg)

Resíduo de papel (kg)

Plástico Branco (kg)

Plástico misto (kg)

Chapas de alumínio (kg)

Residuo de Solvente (L)

Panos (kg)

será responsável, também, pelo destino final desses livros, fechando essa cadeia. Em 2019, o colégio pretende estender o projeto a todas as unidades.

VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Especial.indd 13

13

12/02/2020 20:50


DESCARTE DE EMBALAGENS BENEFICIA MAIS DE 900 CATADORES

Produto: Botica Recicla Empresa: Corgraf Cliente: In Vitro O trabalho que levou a Corgraf a ser uma das finalistas é uma caixa criada especialmente para descarte de produtos usados. A embalagem indica o deposite aqui: guias, revistas, catálogos, embalagens de presente, demonstradoras, frascos e bisnagas.

ZERO ÁLCOOL E MILHARES DE LITROS DE ÁGUA POUPADOS DA CONTAMINAÇÃO

Produto: Melhorias em sustentabilidade no setor de impressão offset Empresa: Antilhas Cliente: Antilhas Com o objetivo de eliminar o uso de álcool isopropílico no sistema de impressão offset e reduzir o descarte de água contaminada com solução de fonte, o Grupo Antilhas implantou duas ações: na primeira fase do projeto, que visou eliminar o uso do álcool isopropílico e aconteceu entre janeiro e dezembro de 2018, a empresa realizou o treinamento da equipe de impressão para imprimir sem álcool, substituiu

REUSO REDUZ CONSUMO DE ÁGUA

Produto: Processo de filtragem e reuso de água no processamento de chapas Empresa: FTD Cliente: FTD Comprometida com medidas que garantam a sustentabilidade, a FTD vem implementando projetos que visam anular os eventuais impactos ao meio ambiente. O processo finalista ao prêmio Fernando Pini 2019 é o desenvolvimento de um sistema de reaproveitamento da água utilizada na revelação das chapas offset. Em cada matriz de impressão são 14 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Especial.indd 14

Elaborada para o cliente O Boticário, a embalagem de descarte de produtos contribui com a sustentabilidade ambiental. O Botica Recicla – sua embalagem vazia está cheia de futuro permite o destino adequado às embalagens. O descarte é feito em mais de 3.900 pontos de coleta nas lojas em todo o Brasil e as embalagens vazias são doadas para 21 cooperativas que trabalham com reciclagem, beneficiando 922 catadores.

a solução de fonte por uma solução zero álcool, ajustando e calibrando os equipamentos para a adaptação ao novo processo. A segunda fase, entre janeiro e junho de 2019, reduziu o descarte da água armazenada nas geladeiras das máquinas. Com a implantação do projeto, num comparativo 2018 e 2019, foram eliminados totalmente o uso do álcool isopropílico no processo produtivo offset (o equivalente a 12 mil litros/ano) e o descarte de mais de 3.500 litros de água contaminada. Essa iniciativa, além de ajudar a preservar o meio ambiente, garantiu à empresa ganhos sustentáveis e econômicos reais. O projeto da Antilhas foi o vencedor na categoria Sustentabilidade.

utilizados em média seis litros de água potável. A alta demanda de chapas na FTD (em média 230 mil por ano) exige o consumo médio anual de 1.380.000 litros de água potável. Para reduzir esse consumo, idealizou-se um sistema de captação e reuso da própria água utilizada nas processadoras. Ele permite a reutilização da água consumida em um sistema by pass, e a mesma quantidade é reutilizada por até 21 dias, proporcionando economia média de 1.193.000 litros de água potável por ano. Nos últimos três anos, a FTD deixou de gastar cerca de 3.895.000 litros de água potável.

VOL. I 2020

12/02/2020 20:50


Todos os dias no Brasil são plantadas, em média, o equivalente a cerca de 500 campos de futebol, de florestas para a produção de papel e outros produtos.

2

As florestas plantadas ajudam a reduzir o desmatamento e a recuperar áreas degradadas por mau uso.

3

O uso da madeira de florestas plantadas previne e reduz a utilização de recursos não renováveis.

4

A reciclagem de embalagens em papel reduz a quantidade de resíduos produzidas.

10

9

o ciclo susTEnTAvel do papeL

As indústrias brasileiras de base florestal mantêm 7,8 milhões de hectares de florestas plantadas e preservam outros 5,6 milhões de matas nativas.

8

7 5

As florestas plantadas, manejadas corretamente, contribuem para a recuperação do solo e para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades.

6

O papel é parte de um ciclo que respeita o meio ambiente e a sustentabilidade do nosso planeta.

MKT • MODERNA • 90001402

1

No Brasil, o setor de celulose e papel produz 69% da energia que consome. A maior parte dela é proveniente de biomassa.

O papel tem origem renovável, é reciclável, biodegradável e não possui resíduos perigosos em sua composição.

As certificações, como FSC® e Cerflor, garantem a origem renovável e sustentável do papel.

moderna.com.br/sustentavel


IMPRESSÃO

As novidades do setor gráfico acompanham o conceito híbrido

O

mercado já entendeu que as tecnologias offset e digital são complementares e produzem em perfeita harmonia. Grandes fabricantes de impressoras gráficas como a Koenig & Bauer buscam o aprimoramento híbrido, com as tecnologias de impressão atuando em plataformas abertas, independente do substrato a ser impresso. A constante evolução do offset e do digital proporciona novas oportunidades para as empresas que pensam e atuam de forma híbrida. Sim, o conceito híbrido, palavra oriunda do Latim que significa união de elementos de naturezas diferentes, foi carinhosamente adotado pela indústria gráfica, e os benefícios são conhecidos há anos. De forma rápida e prática, o conceito híbrido de impressão nada mais é do que migrar, ou alternar, a demanda para o melhor método de impressão. Softwares, em parceria com hardwares, definem, conforme a necessidade, o melhor caminho produtivo, levando em consideração custos, prazos e as solicitações dos clientes. Nesse ponto o workflow entra em ação e analisa pragmaticamente as vantagens e desvantagens. Na prática, usar o conceito híbrido é entender a sua empresa por completo e controlar 100% da operação. Com todas as informações em mãos, o empresário sente segurança ao apertar o start. Outra questão referente ao uso seguro do conceito híbrido é a relação de confiança que precisa existir entre impressão e consumíveis. As tintas híbridas, por exemplo, combinam ações de secagem e matérias-primas diversas; cada insumo reage à sua maneira e a cura da tinta é ponto que deve ser analisado com sabedoria. É pelos motivos já citados, dentre outros, que as impressoras híbridas são desenhadas de forma aberta. Não têm grandes preconceitos produtivos, digamos assim. Logo, os fornecedores que entregam equipamentos com acerto veloz e trocas rápidas, em conjunto com baixo desperdício inicial, levam vantagem.

16 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Impressão.indd 16

No Brasil, caso recente é a aquisição da pela FuturaIm. O equipamento agrega o sistema de inspeção em linha chamado Qualitronic Color Control. Essa ferramenta é capaz de checar cada folha a 18.000 fpm aliada à tecnologia de servo motores da Koenig & Bauer, que proporciona operações simultâneas e independentes. QUARTA REVOLUÇÃO

Com tanta tecnologia à disposição, cabe ao gráfico identificar o fornecedor mais bem preparado para transformar o seu parque. E, por falar em transformação, não podemos deixar de associar o tema deste artigo ao famigerado movimento da indústria 4.0. Agora, mais do que nunca, vai ser preciso contar com as inovações digitais existentes. Entramos no xis da questão. As empresas que desejam ganhar competitividade precisam investir em tecnologia. Porém, trilhar esse caminho nem sempre é fácil. Para visualizar melhor o quesito tecnologia é necessário ampliar o foco e analisar a indústria brasileira como um todo. O exemplo vem do relatório do Sebrae que revelou que para o Brasil igualar a capacidade robótica da Alemanha (que está entre os líderes digitais em todo o mundo), seria preciso instalar 165 mil robôs nas indústrias brasileiras. No ritmo atual, cerca de 1,5 mil robôs teriam que ser instalados por ano, o que levaria mais de 100 anos para alcançar o país europeu. Em contrapartida, outra pesquisa recente, feita pela KPMG , mostra que estabelecer padrões de manufatura 4.0 é a prioridade de 42,6% dos executivos. Isso significa que os empresários querem implantar tecnologias de automação que agreguem rapidez, segurança, menores custos e mais produtividade. Retornando ao ambiente gráfico, podemos dizer que a automação é o caminho a médio e longo prazos. O momento de investir é agora, afinal muitas empresas ainda mantêm processo de produção convencional. Há estimativas que serão investidos US$ 15 trilhões nos próximos 15 anos em todo o mundo em automação de processos.

VOL. I 2020

13/02/2020 19:52


Com esses dados, quando decidir consolidar seu próximo investimento, pense de forma híbrida e mantenha o tema automação como fator determinante. Busque para a sua gráfica equipamentos que aumentem a velocidade de operação, ampliem a versatilidade de produtos com flexibilidade e confiabilidade. Há várias ferramentas dentro do pacote de automação que levam ao baixo custo de manutenção dos equipamentos. Enfim, automação é um processo sem volta. Embarcamos na Quarta Revolução Industrial - época

de integração das estruturas físicas e virtuais que leva à inovação. A transformação do planejamento e da execução das operações corporativas, passando pela organização de equipes, desenvolvimento de produtos e análise de mercado, norteiam os novos rumos do mercado.

Assista o vídeo do processo de instalação e produção de uma impressora híbrida

EQUIPE KOENIG & BAUER

LITERATURA Se vira! Você não é quadrado! Sérgio Damião Não importa o porte ou o segmento de uma empresa, todas estão em buscam do melhor para os seus clientes, querem que seus produtos tenham engajamento, sejam desejados e, claro, a primeira escolha na hora de uma compra. Para chegar a esse patamar são necessárias escolhas e atitudes que perpetuarão por toda a vida empresarial de uma corporação. Pensando nisso, Sérgio Damião, especialista em Artes Gráficas e Embalagens pelo Senai Theobaldo de Nigris e administrador de contas do Grupo Box Print, lançou o livro Se vira! Você não é quadrado!, publicado pela Literare Books International. O autor propõe ao leitor um círculo contínuo que envolve três palavras-chave, conhecimento, entendimento e atendimento. Sérgio traz também palavras de especialistas no tema, dados do IBRC (Instituto Ibero americano de atendimento ao cliente) responsável pelo ranking da revista Exame, a citação de cases de sucesso e uma análise com uma metáfora e visão dos esportes para melhorar a fixação da mensagem.

Literare Books International www.literarebooks.com.br

Ermelinda Moutinho Pataca e Fernando José Luna

Frei José Mariano da Conceição Veloso (1742-1811) viveu no Brasil durante quarenta anos, atuando como naturalista, viajante e missionário franciscano, antes de ser transferido para Lisboa, onde exerceu diferentes atividades ligadas às ciências e ao mundo editorial. Como diretor da Tipografia do Arco do Cego, coordenou profissionais das artes visuais, gráficas e literárias para a publicação de livros de divulgação científica em língua portuguesa. No livro, historiadores portugueses e brasileiros apresentam as controvérsias sobre o lugar ocupado pelo Brasil nas ciências naturais, nas artes e na edição no conjunto do império português, mostrando os caminhos da circulação do conhecimento em escalas globais. A obra, organizada por Ermelinda Moutinho Pataca e Fernando José Luna, divide-se em quatro partes, discorrendo sobre o Frei e seu tempo, sua obra, a tipografia e suas técnicas, e sobre mediações e circulação de conhecimento. Ao final, um apêndice documental traz o catálogo das obras produzidas na Tipografia e trazidas para a Biblioteca da Impressão Régia.

Edusp www.edusp.com.br VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Impressão.indd 17

17

13/02/2020 19:53


PRODUÇÃO GRÁFICA

Estudo evidencia excelência em ferramentas para gamut expandido

Bruno Mortara

D

ois importantes eventos recentes trataram de estabelecer com muita precisão o estado da arte das ferramentas de pré-impressão para saídas de gamut expandido: o Fogra Multicolor Forum, ainda em 2018, e o Ryerson University Expanded Gamut Study 2019. Neste artigo, vamos examinar a metodologia e os resultados conseguidos pela importante faculdade canadense, a Ryerson University, em estudo liderado pelo professor Abhay Sharma. O gerenciamento de cores para impressão de gamut expandido é um campo fascinante e em franco desenvolvimento. O gamut expandido se caracteriza pela adição, às tintas primárias CMYK , de outras como laranja, verde e violeta, criando um conjunto de cores denominado CMYKOGV. A impressão com gamut expandido permite que as gráficas parem de utilizar as cores especiais, trabalhando sem modificação nas tintas que ficam nas máquinas, sem estoque de inúmeras cores especiais e com boa precisão de cores. O fluxo de trabalho mostra esquematicamente o estudo, constituído pela impressão de cartas de

cores para caracterizar as impressoras Epson P9000 e HP Indigo 7600, ambas CMYKOGV. Em seguida, todos os participantes (Alwan, Oris, ColorLogic, EFI -Fiery, GMG , Heidelberg, HP, Kodak, Packz e X-Rite) receberam as impressões feitas nas duas máquinas e cada um criou sua caracterização de acordo com sua tecnologia. Observe-se que as cartas de cores (a) foram fornecidas pelos fabricantes com número de amostras (patches) diferentes: a Alwan com 875, Oris com 3072, ColorLogic com 3528, GMG com 2458, Heidelberg com 2520, Kodak com 3536 e Xrite com 2033. Em seguida foi fornecido um arquivo com amostras da biblioteca completa PantonePlus Solid Coated, de 1.846 cores especiais, para cada fabricante (b) e solicitado que cada um fizesse a separação com seu software de cor especial para CMYKOGV, para a Epson P9000 e a HP Indigo 7600 (c). Os fabricantes então enviaram arquivos separados nas sete cores e cada arquivo foi impresso nas impressoras do estudo (d). Depois, a Ryerson fez a leitura das cores impressas em CIELAB e comparou as leituras com os valores de referência da Pantone (e). Por último,

Fluxo de trabalho dos testes realizados na Rayerson University. Epson SureColor P9000

X-Rite i1iO

Carta de cores PANTONE+ Solid Coated Library

Conversão para CMYKOGV

HP Indigo 7900

Verificação em CIELAB salvos em CxF

Fonte: Ryerson University Expanded Gamut Study 2019

18 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Produção Gráfica.indd 18

VOL. I 2020

13/02/2020 19:57


Para se certificar de que as cores primárias estavam saindo “limpas” foi feita a saída e verificada com microscópio.

foram ranqueados os resultados por média de DeltaE2000 das 1.846 amostras da biblioteca Pantone. É importante perceber que na impressão de gamut expandido, todas as cores são feitas com apenas duas ou três tintas. Portanto, embora estejamos usando um conjunto de tintas de sete cores, sempre usamos duas ou três tintas por vez. Na impressora, a impressão CMYKOGV é muito precisa. Na impressão CMYK , os corantes estão

muito distantes em termos de ângulo de cor. Para criar uma cor amarela, por exemplo, em um sistema CMYK temos a nossa disposição apenas ciano, magenta e amarelo. O ciano é uma cor azul - o oposto do amarelo – e uma pequena quantidade no amarelo terá um grande impacto na cor impressa, portanto a cor será predominantemente amarela com algum percentual de magenta e pouco ou nenhum ciano. Em um sistema de gamut expandido, uma cor amarela seria constituída dos três corantes mais próximos, talvez verde, amarelo e laranja. Uma mudança em qualquer um desses corantes não fará grande diferença na cor impressa porque esses três corantes naturalmente produzem um amarelo. O resultado desejado para cada empresa participante é ter uma diferença em DeltaE2000 média menor possível, sabendo-se que a indústria trabalha normalmente com tolerâncias de 2 DeltaE2000 para áreas com cores especiais. Os resultados apontam para: ◆ A Epson P9000 é naturalmente mais precisa que a HP Indigo 7900 ◆ A maioria dos fabricantes de soluções de pré-impressão foi capaz de manter a média abaixo de 2 DeltaE200 ◆ Para a Epson P9000, os melhores resultados foram da Oris, Kodak, ColorLogic, GMG , Alwan e Heidelberg ◆ Para a HP Indigo 7900, os melhores resultados foram da Alwan, GMG , Kodak, Oris, ColorLogic e Heidelberg ◆ O gerenciamento de cores nativo do RIP da HP 7900 teve o pior resultado ◆ A solução da X-Rite, i1Profiler, teve resultados considerados não profissionais, descartáveis, nesse caso.

Fonte: MAG PIA, Volume 11, edição 6, 2019

Cada amostra do guia de gamut expandido da Pantone é feita com, no máximo, três tintas.

O professor Sharma ilustra a melhor precisão na impressão de gamut expandido a partir do Pantone 2371 C. A amostra impressa tinha uma diferença de cor de 0,73 CIEDE2000 em relação ao catálogo Pantone, muito pequena, uma vez que é menor que 1.

Fonte: Ryerson University Expanded Gamut Study 2019

Fonte: MAG PIA, Volume 11, edição 6, 2019

Fonte: MAG PIA, Volume 11, edição 6, 2019

Resultados da impressão dos arquivos separados por cada fabricante.

VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Produção Gráfica.indd 19

19

13/02/2020 19:58


Precisão cores para para aabiblioteca PANTONE+ Solid Coated Library. Library Precisão dede cores biblioteca PANTONE+ Solid Coated 3.00 3.00

6000 6000 EPSON SureColor P9000

#

CIEDE2000 dos 95% 95% melhores melhorespatches) patches) CIED 2000 (média dos

HP Indigo 7900

2.50 2.50

5000 5000

* *

2.00 2.00

4000

4000

3000

1.50

1.50

3000

1.00 1.00

2000 2000

* 0.50 0.50

1000 1000

0.00 0.00

00 Alwan Alwan

CGS ORIS CGS ORIS

ColorLogic ColorLogic

Fiery XF Fiery XF

GMG Color GMC Color

Os testes mostraram que arquivos separados pelas soluções de pré-impressão dos fabricantes ensaiados, quando impressos na Epson P9000, são capazes de reproduzir cerca de 90% da biblioteca Pantone + de cores especiais com uma diferença menor que 2 CIEDE 2000. Para a HP Indigo 7900, os testes mostraram que arquivos separados pelas soluções de pré-impressão dos fabricantes ensaiados, quando impressos nessa máquina de alta produtividade, são capazes de reproduzir cerca de 80% da biblioteca Pantone + de cores especiais com uma diferença menor que 2 CIEDE 2000. Claramente, as cores que estão fora do gamut da impressora não podem ser simuladas por uma

20 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Produção Gráfica.indd 20

Heidelberg HP SmartStream Heidelberg HP SmartStream

Kodak Kodak

X-Rite X-Rite

solução de gamut expandido e, quando desejadas pelos clientes, terão que ser feitas tradicionalmente com cores especiais. O estudo mostra que os sistemas de pré-impressão evoluíram muito e estão prontos para encarar as separações que os sistemas de gamut expandido exigem. Em breve, analisaremos os sistemas de controle de impressão para sistemas de saída com gamut expandido. BRUNO MORTARA é superintendente do ONS27, coordenador do TC130/WG13 Conformance Assessment e professor de pós-graduação na Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris.

VOL. I 2020

13/02/2020 19:58


abtg.org.br

www.

Módulos aos sábados, das 8h30 as 12h30 Primeira turma em março, próxima turma em maio

Cada módulo é dividido em duas partes: TEORIA: em sala de aula. VISITA GUIADA: nas oficinas do parque gráfico da Faculdade SENAI “Theobaldo De Nigris”.

Mais informações

11

2797 6700

local

Faculdade de Tecnologia SENAI "Theobaldo De Nigris" Rua Bresser, 2315 - Mooca - São Paulo. realização

apoio


CULTURA GRÁFICA

1

Norberto Gaudêncio Júnior

Elmano. Profissão: cartazista

Este artigo integra uma série dedicada a artistas gráficos brasileiros da primeira década do século XX que ainda não receberam a devida atenção da historiografia brasileira. Com foco na cronologia biográfica, resultam de pesquisa em acervos e hemerotecas digitais, bem como da consulta ao acervo de familiares dos artistas, sempre que esta for possível.

22 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG 108 - Cultura Gráfica.indd 22

D

istante cerca de 140 km da capital, a cidade e Amparo é uma das seis Estâncias Hidrominerais do Circuito das Águas Paulista, e o terceiro principal destino turístico do Estado de São Paulo. Foi, também, uma das principais cidades a prosperar com a economia cafeeira a partir de meados do século XIX . Na Flor da Montanha, antigo nome da cidade, fomos carinhosamente recebidos pelo escultor Gastão Manoel Henrique. Portando em sua biografia artística passagens por importantes Bienais – no Brasil e no exterior – Gastão abriu seu ateliê não para falar de sua obra, mas sim do legado de seu saudoso pai, o cartazista Elmano Henrique. Elmano Henrique (1) nasceu em Amparo, em 30 de agosto de 1907. Estudou na Escola Profissional de sua cidade natal e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Em tempos em que o surgimento de escolas especializadas em publicidade e design ainda era uma promessa distante (e que só se concretizaria na década de 1950), o percurso formativo de muitos artistas ficava a cargo do aprendizado autodidata, da participação em ateliês ou das escolas profissionalizantes. No caso de Elmano, além da formação no Liceu, os anos em que atuou no ateliê de Henrique Mirgalowski, na Companhia de Annuncios em Bonds, certamente contribuíram para sua especialização no cartaz, como será visto mais adiante. Infelizmente, não dispomos de informações se o jovem Elmano alimentava maiores pretensões artísticas pois, como muitos jovens de sua geração, aparentemente ele teve de ganhar a vida nas chamadas

“artes aplicadas”. Em 1924 Elmano começou a trabalhar em decorações de residências em São Paulo. Entre 1928 e 1933, ingressou na Empresa Serrador como cenógrafo e desenhista, onde realizou decorações para salas de cinema e bailes de carnaval do Cinema Odeon. Esses trabalhos, em parceria com o artista italiano Gigi Zamaro (2), garantiram à dupla menções elogiosas na imprensa do período, tendo em vista o evidente interesse despertado por esses bailes. Talvez não seja exagero afirmar que a parceria forneceu a Elmano um importante capital simbólico para a etapa seguinte de sua carreira profissional. O trabalho de decoração para o carnaval de 1931, segundo reportagem d’A Gazeta foi “um grande palácio de estylo mogol, um vasto e alegre templo que nos lembrará os domínios dos exóticos mandarins”. Já para as festivas de momo de 1932, realizaram para as ornamentações do salão do cinema Odeon painéis pintados que tiveram por tema “Um Palácio Sevilhano”. Elmano comungava, portanto, de um dilema comum a muitos desenhistas de sua geração: a sobrevivência. Por isso, nunca é demais citar a historiadora da arte Maria Cecília França Lourenço que nos lembra que a arte paulista nesse período também reunia artistas que não eram necessariamente “acadêmicos”, mas que tampouco comungavam das mesmas circunstâncias vivenciais e formacionais dos modernistas históricos, de origem notadamente burguesa, que causaram burburinho com a Semana de Arte Moderna de 1922. Muitos desses artistas provinham de estratos mais humildes da sociedade ou de uma pequena burguesia urbana,

VOL. I 2020

13/02/2020 20:10


2

e realizavam uma diversidade de trabalhos artesanais, como o de cenógrafos e decoradores. Em 1934/35 (as datas são conflitantes nas fontes disponíveis) Elmano ingressou na Companhia de Annuncios em Bonds (CAB) de São Paulo, onde trabalhou com Henrique Miralowski (Mirga), Oswaldo Morgantetti, Rubens Albuquerque Vaz, Fritz Lessin, João Cardacci, entre outros (3). O Atelier Mirga, como era informalmente chamado o departamento da CAB , era responsável pela criação e ilustração dos cartazes publicitários expostos nos bondes da Light em São Paulo e no Rio de Janeiro, e é historicamente reconhecido, juntamente com as agências estrangeiras que aqui aportaram, como um dos principais centros formadores de desenhistas especializados na publicidade brasileira. Sob a batuta do mestre Mirga, um polonês carismático e agregador, muitos jovens tiveram seus talentos direcionados para a arte publicitária. Ainda que Elmano já tenha ingressado no ateliê como um artista experiente, ao contrário de outros desenhistas que foram “adotados” por Mirga ainda na infância, é plausível afirmar

que o trabalho na CAB tenha lhe ofertado a especialidade que marcaria sua carreira a partir de então: a de desenhista de cartazes. A história do cartaz brasileiro é, no mínimo, “assimétrica” se comparada a de outros países. Se centros de grande tradição gráfica, sobretudo na Europa, já haviam revestido o cartaz de notoriedade artística desde os últimos decênios do século XIX , no Brasil poucos foram os artistas de renome que, de fato, se engajaram nessa causa de valorização. Eliseu Visconti, importante nome da arte nouveau brasileira, que realizou cartazes para a Companhia Antarctica, é uma das exceções desse período. O fato é que a geração de Elmano, em muito capitaneada por artistas imigrantes que “construíram pontes” entre o moderno design europeu e o empirismo praticado 3

VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG 108 - Cultura Gráfica.indd 23

23

13/02/2020 20:12


4

7

8

por seus anfitriões brasileiros, foi a responsável por dar início à um processo de profissionalização do desenho publicitário brasileiro – e, a reboque, do cartaz. Infelizmente, uma parcela significativa desses cartazes impressos, sobretudo aqueles que tinham fins comerciais, foi perdida como tempo, sobrevivendo, quando muito, em reproduções fotográficas ou em pequenos croquis preparatórios, como atestam as imagens aqui reproduzidas (4 a 10). Mas essa história não se limita aos cartazes que de fato ganharam as ruas em seu tempo. Uma outra categoria, que muitas vezes sequer era impressa, também merece nossa atenção: os cartazes provenientes de concursos.

5

9

6

10

desses, também são associados: Henrique Zwiebelberg, Rubens Albuquerque Vaz, Oswaldo Morgantetti e Amleto Sammarco. Esse é apenas um dos muitos exemplos de esforços pioneiros de profissionalização empreendidos pelo campo publicitário brasileiro na década de 1930. Provém dos Estados Unidos a voga dos concursos de cartazes, quando publicações norte-americanas no final do século XIX consagraram artigos a “mestres do cartaz”, além de contratá-los para ilustrar 11

PIONEIRISMO

Em 1935 Elmano Henrique foi o terceiro colocado no concurso de cartazes promovido pela Comissão Organizadora do Carnaval Paulista, vencido por Oswaldo Morgantetti, seu colega de CAB (11). Também concorreu no certame do carnaval do ano seguinte, quanto obteve menção honrosa (12). Uma reportagem no Correio de São Paulo de dezembro de 1935, dedicada ao concurso de 1936, informa que Elmano é associado da “União dos Desenhistas”, organização liderada por Mirga que reúne desenhistas publicitários especializados no cartaz. Além 24 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG 108 - Cultura Gráfica.indd 24

VOL. I 2020

13/02/2020 20:14


12b

12a

12c

13

algumas de suas capas. O franco-suíço Eugène Grasset, por exemplo, desenhou capas e cartazes para a Harper’s Bazzar no último decênio desse século. Para a historiadora francesa Réjane Bargiel, a moda dos concursos de cartazes não só atraía a atenção da mídia como conferia um estatuto de “mecenas” à marca promovida, algo próximo ao que hoje classifica-se como marketing cultural. No Brasil, o primeiro concurso de cartazes ocorreu em 1909. Promovido

14

pelo laboratório Daudt & Lagunilla, visava promover o xarope Bromil, uma das marcas mais veiculadas pela publicidade brasileira de então. Com o surto industrial em nossas grandes cidades, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, os concursos de cartazes se multiplicaram, promovidos por entidades particulares e organizações governamentais. Os concursos propiciavam aos desenhistas não só visibilidade e um reforço orçamentário, como também a possibilidade de se aventurarem em experimentações gráficas nem sempre possíveis na lida profissional diária. Elmano tornou-se um habitué nesses concursos, a ponto de que o que se tem registrado sobre sua trajetória profissional (e de outros cartazistas do período) praticamente se restringir a eles. VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG 108 - Cultura Gráfica.indd 25

25

13/02/2020 20:15


15

Em 1940 obteve o terceiro lugar no concurso de cartazes para a inauguração do Estádio do Pacaembu, em São Paulo (13 e 14). Apenas os cartazes premiados em primeiro e segundo lugar, ambos do alemão Carlos Klanke, foram impressos e distribuídos, e sobre os quais recai uma acusação de plágio, pela semelhança com cartazes utilizados nas Olimpíadas de 1936. Acusações de plágio, por sinal, foram uma constante nessas décadas de afirmação da publicidade brasileira. Até mesmo o cartaz vencedor do primeiro concurso promovido pela marca Bromil, acima citado, e criado pelo respeitado caricaturista Julião Machado, recebeu tal acusação. O fato é que mais do que “má fé”, os casos de “cópia” talvez possam ser interpretados como uma ingênua tentativa de nossos desenhistas de se alinharem com o que de mais moderno era produzido em países avançados, muitas vezes disponíveis como “referências” nas prestigiosas publicações importadas que circulavam no meio. Por isso não é tão difícil identificar certas “recorrências” temáticas e formais em diferentes cartazes desse período.

16

MATURIDADE

Em 1942/44 (novamente não há consenso nas datas) Elmano transferiu-se para a CAB carioca, onde permaneceria até sua aposentadoria. A mudança 26 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG 108 - Cultura Gráfica.indd 26

em muito deve ter colaborado para sua emancipação da figura de Henrique Mirgalowski, a ponto de seu nome passar a ser mencionado com mais frequência pela imprensa especializada. Outra questão importante a se destacar foi o início da profunda amizade que travou com o cartazista carioca Ary Fagundes (15). Elmano e Ary concorreram em inúmeros concursos de cartazes, não raro alternando-se nas premiações concedidas. Essa concorrência, no entanto, jamais se converteu em rivalidade. A existência deste artigo, inclusive, pode ser creditada a essa amizade, pois uma parte significativa do material disponível sobre Elmano, hoje preservada por seu filho Gastão, foi organizada em uma pasta de clippings presenteada por Ary. Podemos, inclusive, ler uma simpática dedicatória de Ary a Elmano nesse material: “Elmano amigo, este galho é para colares a tua fé de ofício”. Também 1942 Elmano participou da mostra Un Hemisferio unido carteles = Um hemisfério unido cartazes = United hemisphere posters, realizada no MoMA , de Nova Yorque, um exemplo nítido da política de boa vizinhança empreendida pelo presidente estadunidense Franklin Roosevelt com os países da América Latina, intensificadas no período da Segunda Guerra Mundial. A exposição foi dividida em dois grupos: um para os cartazes apresentados por artistas estadunidenses e canadenses e outro para os artistas dos demais países latino-americanos. Elmano foi agraciado com o quarto-lugar do grupo de artistas latino-americanos (e Ary Fagundes com uma menção honrosa) (16). O catálogo da exposição contém uma curiosa comparação que talvez sirva de exemplo para a diferença de estágio profissional entre os dois grupos: “em geral, os cartazes norte-americanos acusaram mais perícia profissional, porém havia mais engenho, maior fecundidade de ideias no trabalho dos artistas latino-americanos”. Novamente na seara futebolística, Elmano participou, sem obter nenhuma premiação, do concurso de cartazes para a Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil. Ao cartaz vencedor, de autoria de Ney Damasceno (outro “concurseiro” de mão cheia), foi concedido o prêmio de Cr$ 20.000,00. Em 2013, por ocasião dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014, novamente realizada no Brasil, um artigo do jornalista esportivo André Fontenelle, intitulado Os pôsteres rejeitados da Copa de 50, noticiou que uma série de cinco postais de época que

VOL. I 2020

13/02/2020 20:15


18 17

reproduzem o cartaz vencedor, e outros quatro rejeitados, havia sido vendida no eBay por 228 dólares. Três dos postais rejeitados reproduziam leiautes propostos por Elmano (17 e 18). Um deles, que retrata um jogador chutando uma bola, tanto o jornalista citado, quanto este escriba, consideram superior à proposta vencedora. As décadas de 1940 e 1950, a julgar pelas premiações e menções na imprensa delas decorrentes, constituem, portanto, o auge da atuação de Elmano como cartazista publicitário. Em 1945 um pequeno perfil biográfico publicado na edição 47 da revista Publicidade informa que Elmano “nunca perdeu oportunidade de concorrer com os colegas do lápis e do pincel aos mais diversos concursos, encontrando sempre um páreo duro em Ary Fagundes”, e que “na folha de serviços prestados” do artista “contam-se vinte cinco prêmios de desenhos e cartazes”. Em 1954, um perfil biográfico acompanhado de reproduções de seu trabalho na edição 200 da revista Publicidade & Negócios informava que o artista já somava 40 cartazes premiados em sua trajetória. Também nessa reportagem, um pequeno trecho descreve Elmano como uma “criatura extremamente modesta, e amigo dos amigos, que não perde a oportunidade de prestar um favor, feliz em ser útil. Reconhece o valor dos outros, gosta da empresa onde trabalha e elogia francamente a sua praia de Icaraí, que lhe dá uma satisfação semanalmente renovada”. Não por acaso o final desse período coincide com o fim da relevância do cartaz de bonde como mídia

publicitária. Com a redução das linhas de bondes, a CAB passou veicular cartazes nos ônibus e trólebus, onde contava com concorrentes de peso, praticamente inexistentes no tempo em que mantinha contrato de exclusividade com a Light. Apesar de não dispormos de uma data precisa, Elmano deve ter se aposentado no final da década de 1960, tendo em vista que a CAB encerrou suas atividades em 1970. O fato é que o próprio cartaz começa a perder seu protagonismo comercial (mas não artístico), mediante o avanço de novas mídias. Por ter sua trajetória atrelada à CAB , e ao contrário de outros desenhistas de sua geração que ingressaram em agências de publicidade de maior porte e puderam diversificar sua atuação profissional, Elmano manteve-se fiel à sua “fé de ofício”. Nas fontes localizadas, reencontramos Elmano apenas em 1972, em crônica no jornal O Fluminense, datada de 14 de junho, em que o cronista Carlos Couto relata uma visita à casa do artista em Amparo, onde o cartazista fez “um jardim sem muro para a rua, jardim em que os namorados sentavam e ninguém estragava!”. Segundo Couto, Elmano, que andava adoecido, falou muito sobre o passado “glorioso” de Amparo, quando a cidade ainda era a “Rainha do Café”. Ao se despedir, o artista presenteou o cronista com quase meio quilo de sementes de cipó, material muito utilizado no artesanato local. Elmano Henrique, que faleceu no ano seguinte, somava então 68 prêmios em concursos de cartazes.

O autor agradece a Gastão Manoel Henrique e Isabel Petri, filho e neta de Elmano Henrique, pelo carinho e atenção dispensados. NORBERTO GAUDÊNCIO JUNIOR é designer gráfico, técnico gráfico pela Escola Senai Theobaldo De Nigris, professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie. VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG 108 - Cultura Gráfica.indd 27

27

13/02/2020 20:16


GESTÃO

Gestão e automação economizam dinheiro!

Pat McGrew

Neste artigo exclusivo para a revista Tecnologia Gráfica, Pat McGrew, diretora sênior da Keypoint Intelligence, que atua há mais de 30 anos nas áreas de produção gráfica e impressão digital, e Ryan McAbee, também diretor da consultoria norte-americana, dão o caminho das pedras para você começar a ganhar com a integração de processos.

Ryan McAbee

T

oda gráfica busca maneiras de manter os custos baixos e preços de venda altos. Ninguém quer desperdiçar dinheiro, mas a maioria das gráficas teve que encontrar uma fórmula própria para chegar ao custo real de cada trabalho. Há sistemas de custos e orçamentos. Há sistemas de faturamento e de gestão de negócios. Mas se você olhar para um único trabalho e rastreá-lo através de todos esses programas, provavelmente irá perceber que os custos estimados, os custos reais e o valor final faturado são diferentes. Para os gestores da empresa isso significa que a receita esperada não corresponderá ao que é depositado na conta bancária. A área de compras pode ter adquirido um novo lote de insumos com um custo maior do que o programa de orçamentação considerou. Se a produção teve problemas, alguns ou todos os trabalhos podem ter sido executados num segundo (e às vezes terceiro) turno, aumentando o custo do bem vendido. Se houve atrasos ou problemas, o vendedor pode ter adicionado um desconto à fatura final. E se todas essas coisas aconteceram, a margem de lucro pode ter sido completamente perdida. O QUE VOCÊ DEVE FAZER PARA EVITAR ESSES DESAFIOS? CONSTRUA O FLUXO DE TRABALHO PERFEITO!

Automatizar a produção de impressão é como o corpo perfeito - todo mundo quer, mas poucos empenham o esforço necessário para obtê-lo. Esse corpo perfeito requer exercício físico e dieta adequada, juntamente com consistência e persistência, que é o obstáculo para a maioria. A automação requer consistência e persistência semelhantes ao longo 28 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Gestão.indd 28

do tempo, aliadas às implementações de software adequadas. A falta de consistência, persistência e software adequado mantém a maioria das gráficas presas no mesmo processo manual dia após dia. E se você pudesse obter 80% dos resultados com 20% do esforço? Isso é o que algumas das rotinas de exercícios prometem. Então é possível a automação do fluxo de trabalho na produção impressa? De acordo com as avaliações das pesquisas da Keypoint Intelligence - InfoTrends, não é apenas possível, mas alcançável. O fato é que fazer a automação da gráfica não requer um esforço monumental de ponta a ponta, um longo tempo de implantação ou orçamento desproporcional. Em vez disso, as gráficas devem se concentrar em três áreas nas quais as soluções de software já consolidadas podem ser implementadas rapidamente: a recepção dos trabalhos, preflight e imposição. A VISÃO DA KEYPOINT INTELLIGENCE DO ESTADO ATUAL DAS OPERAÇÕES DE IMPRESSÃO

As gráficas sabem que devem automatizar suas operações de impressão. Na verdade, 68% dos entrevistados na pesquisa anual Keypoint Intelligence-InfoTrends Perspectivas europeias de investimento em software querem reduzir os custos de produção e melhorar a eficiência como uma iniciativa estratégica. No entanto, 86% dos entrevistados têm processos manuais em todos ou muitos de seus departamentos. Encontramos os mesmos números em nossa pesquisa norte-americana. O que emergiu foi uma tendência entre as gráficas na forma como elas veem os investimentos em hardware versus investimentos em software. Muitos (44%) citaram crescimento devido à adição de equipamentos

VOL. I 2020

13/02/2020 20:07


deixar para os designers, e a programação de dados é mais bem realizada por especialistas em dados versados em lógica e linguagens de programação. Os resultados indicam que muitas das tarefas estão sendo executadas por pessoas erradas. O pessoal de pré-impressão está sendo usado como um faz-tudo, sendo responsável por oito das 12 etapas de fluxo de trabalho avaliados na pesquisa, incluindo todas as três tarefas relacionadas aos dados variáveis. Isso sugere que há oportunidades para delegar tarefas repetitivas e não especializadas para funcionários menos caros, ao mesmo tempo em que se atribui tarefas especializadas aos profissionais apropriados. Não esqueçamos que automatizar tarefas para liberar o trabalho é o melhor caminho, especialmente para tarefas rotineiras e repetitivas. AUTOMATIZE TRÊS COISAS

Agora vamos voltar ao conceito de se obter 80% dos resultados com 20% do esforço. A pesquisa deste ano mostra que a gráfica europeia média pode economizar até 374 mil euros em custos com mão de obra automatizando o trabalho de recepção, preflight e imposição. Soluções de software para resolver esses problemas podem variar de preço de algumas centenas de euros por mês até 20 mil euros e geralmente podem ser implementadas em questão de dias ou semanas. Apesar de o custo parecer alto, a economia com a mão de obra, por si só, produzirá um retorno do investimento no prazo de dois anos ou menos. 1. Trabalho de integração Há muitas maneiras de solicitar trabalhos impressos. Há formulários de solicitação em papel ou on-line, portais on-line anexados a uma solução MIS e soluções web-to-print. Mas, como os clientes enviam seus arquivos, supondo que o trabalho não é um item de catálogo padrão? Um método muito comum é o e-mail! Clientes enviando arquivos por e-mail é uma fonte de problemas. Primeiro, o usuário deve estar familiarizado com a exportação de um arquivo através do aplicativo original e como se manter dentro dos limites de tráfego de dados da gráfica. Em segundo lugar, a equipe da gráfica deve encontrar o anexo no e-mail e movê-lo manualmente para o próximo passo na produção, o que leva tempo e se avoluma rapidamente ao longo de um ano.

Ilustrações: Freepik

mais rápidos e eficientes. Apenas 29% creditaram o crescimento ao investimento em software, que aumentou a automação. Embora os custos e perdas no fluxo de trabalho devido a erros de produção possam parecer insignificantes, eles podem se agravar rapidamente ao longo de um ano. Só a recuperação e integração de arquivos de clientes pode acarretar um custo de mão de obra de 118 mil euros por ano ou cerca de 1,5 funcionários em tempo integral. Isso numa visão conservadora. Dependendo dos processos que sua equipe utiliza para receber arquivos prontos para impressão ou para construí-los internamente, você pode descobrir que encontrar os arquivos que compõe um trabalho específico, verificar se os arquivos são imprimíveis e resolver quaisquer problemas com nomeação de arquivos, fontes e resolução de imagem gráfica toma mais tempo da sua equipe. Das 12 tarefas comuns de fluxo de trabalho avaliadas, todas tinham níveis relativamente baixos de automação na maioria das gráficas. Isso é surpreendente e lamentável, considerando a maturidade, disponibilidade e custos mais baixos para a implementação de soluções de preflight. Com base em avaliações e conversas com gráficos, a InfoTrends atribui níveis baixos de automação aos seguintes fatores: ◆ A liderança não consegue promover uma atitude de gestão de mudanças. Sempre foi feito assim, então por que deveríamos mudar? ◆ Os departamentos desconhecem os impactos máximos e mínimos de suas escolhas e os processos de fluxo de trabalho. Avaliações de fluxo de trabalho e equipes de consultoria multifuncionais podem ajudar a minimizar essa questão e levar a uma maior consciência organizacional, empatia e resolução holística de problemas. ◆ Os gestores da área financeira desconhecem a necessidade da automação ou, mais comumente, não têm informações para elaborar uma justificativa de custo convincente. Os tomadores de decisão devem buscar dados de análise de custos de fontes do setor e de seus fornecedores para construir um modelo financeiro baseado em suas operações. Os custos também são afetados pelo membro da equipe designado para concluir determinada tarefa, em função do seu custo (preço por hora). Determinadas tarefas exigem o conhecimento de peritos no assunto. Por exemplo, o design é melhor

VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Gestão.indd 29

29

13/02/2020 20:07


TRABALHO DE

PREFLIGHT

IMPOSIÇÃO

Ilustração: Freepik

INTEGRAÇÃO

Muitos fornecedores de software oferecem agora portais on-line que podem ser customizados para o cliente, através dos quais os arquivos são enviados, verificados para requisitos básicos e, em seguida, encaminhados para a próxima etapa no fluxo de trabalho. Esses portais on-line também podem ser usados por sua equipe de vendas e representantes de suporte ao cliente. 2 Preflight O preflight é uma necessidade, uma vez que minimiza os erros potenciais e também pode otimizar arquivos para a produção. Descobrimos que os operadores de pré-impressão gastam em média 32 minutos para verificar cada arquivo. Com base na média de trabalhos produzidos em um ano, isso se traduz em 139 dias de trabalho! Há muitas maneiras de fazer o preflighting ou verificar arquivos. Existem duas formas manuais mais usadas para verificar os arquivos. Uma delas é usar uma lista de verificação e inspecionar manualmente o arquivo no aplicativo usado para criá-lo. O outro é usar um plug-in de preflight para o Acrobat, onde o arquivo PDF deve ser aberto e a equipe da gráfica dá alguns cliques para iniciar o preflight. As melhores opções são automatizar o preflight com uma solução autônoma, que usa hotfolders, pode ser programada com scripts e APIs. A melhor opção seria localizar os erros no momento em que o usuário envia o arquivo através de um portal on-line ou de uma solução web-to-print. ◆

3. Imposição A menos que o trabalho esteja sendo impresso no tamanho da folha que está sendo usada, o operador terá que organizar um ou vários trabalhos numa

30 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Gestão.indd 30

mesma folha, que mais tarde será cortada e acabada. Usar o layout criativo ou o software de imposição para criar modelos para cada trabalho é a maneira mais comum de fazer a imposição. Isso muitas vezes toma tempo dos operadores, que deveriam estar concentrados em tarefas mais importantes e que agregassem valor. A abordagem da automação é ter trabalhos impostos por software depois de serem enviados on-line ou de terem imposições criadas dinamicamente com base nas especificações do trabalho e no mix de equipamentos da gráfica – ações que exigem um processo de integração de trabalhos bem definido. Outro benefício do software de imposição avançada é a capacidade de combinar trabalhos semelhantes, às vezes referidos como “ganging”. Isso minimiza a quantidade de insumos (tinta/toner e papel) e reduz o tempo total da impressão. Mais gráficas, 38% das comerciais, estão usando esse tipo de automação e estimam que a economia anual seja de pouco mais de 8 mil euros por ano. Em vez de pensar que a automação do fluxo de trabalho é um projeto grande e muito difícil de implementar, comece com essas três áreas. Automatizá-las pode resultar num crescimento significativo para sua gráfica, reduzindo o número de pontos de contato exigidos pela equipe e minimizando os erros de produção. Uma vez implementado, você colherá os benefícios ano após ano!

PAT MCGREW é diretora sênior de Software e Serviços e RYAN MCABEE é diretor de Produção Workflow, ambos da consultoria norte-americana Keypoint Intelligence / InfoTrends.

VOL. I 2020

13/02/2020 20:07


Núcleo Gráfico SENAI São Paulo:

FORMAÇÃO EM TODOS OS NÍVEIS PARA A INDÚSTRIA GRÁFICA DO BRASIL. MOOCA - Faculdade de Tecnologia SENAI "Theobaldo De Nigris" • Aprendizagem Industrial: - Auxiliar de Produção Gráfica • Cursos Técnicos: - Comunicação Visual - Desenvolvimento de Sistemas - Celulose e Papel - Processos Gráficos • Graduação em Tecnologia Gráfica • Pós-graduação: - Gestão em Engenharia de Produção - Desenvolvimento e Produção de Embalagens Flexíveis - Produção Gráfica - MBA - Gestão da Produção de Celulose e Papel - Gestão de Projetos de Embalagem - Inovação e Competitividade Industrial (EAD) • Cursos Livres em diversas áreas Acesse os sites das escolas e conheça como o Núcleo Gráfico SENAI São Paulo pode ajudar sua carreira ou sua empresa. Barueri: barueri.sp.senai.br Bauru: bauru.sp.senai.br Theobaldo: grafica.sp.senai.br

BARUERI - Escola SENAI “José Ephim Mindlin” • Aprendizagem Industrial: - Auxiliar de Produção Gráfica • Técnico em Processos Gráficos • Técnico em Desenvolvimento de Sistemas • Cursos Livres em diversas áreas BAURU - Escola SENAI “João Martins Coube” • Aprendizagem Industrial: - Auxiliar de Produção Gráfica • Técnico em Processos Gráficos • Cursos Livres em diversas áreas Atendimento às empresas • Treinamentos sob medida • Assessorias e consultorias tecnológicas • Serviços laboratoriais


NORMALIZAÇÃO

ONS27 publica a versão brasileira da ISO 32000-1

Bruno Mortara

N

o final de outubro, a ABTG , por meio do ONS27, publicou a tradução da norma ABNT NBR ISO 32000-1, com quase mil páginas! Foi um esforço hercúleo de alguns voluntários da indústria, que tomou quase oito anos de trabalho. As atividades do Organismo de Normalização Setorial são patrocinadas pelo Sindigraf-SP. Mas qual a importância dessa publicação? Trata-se da primeira versão não inglesa da norma e representou um enorme aprendizado para os participantes da comissão de Segurança em Documentação Eletrônica e uma oportunidade única para desenvolvedores de sistemas web-to-print, para o pessoal de pré-impressão, designers e de suporte avançado da indústria brasileira. O QUE É PDF? O PDF foi desenvolvido pela Adobe inicialmente

como uma forma de substituir a linguagem de descrição de páginas para impressão, o PostScript. O PostScript era a principal linguagem para impressão e apresentava inúmeros problemas por ser um sistema opaco, que não permitia o uso de transparências entre os elementos e camadas de uma página, além de ser uma linguagem procedural que “rodava” na impressora consumindo memória e CPU, muitas vezes escassas nos anos de 1980-1990. Ele era de difícil uso para programadores e, quando ocorriam erros (e aconteciam muitos!), era quase impossível relacionar elementos de uma página de conteúdo (tipicamente feita em Adobe Illustrator ou no Aldus Pagemaker) com as abstratas mensagens de erro como, por exemplo, “%%[Error:OffendingCommand:StackOverflow ]%%. A substituição do PostScript pelo PDF foi um passo muito importante para o mercado brasileiro, conseguida através de dois vetores: a Editora Abril, que passou a exigir arquivos em PDF, e a ABTG , que, por meio do ONS27, publicou a cartilha de fechamento de arquivos de acordo com a ISO 15930-3, ou PD F/X-1a, um sucesso de bilheteria naquele momento. 32 TECNOLOGIA GRÁFICA

32 - Normalização.indd 32

Em 2008, a Adobe entregou o desenvolvimento do PDF 1.7 à comunidade internacional, com a transferência para o TC171 (documentação eletrônica) da ISO que, subsequentemente, adaptou o documento para uma versão de norma internacional e o publicou como ISO 32000-1. Foi pouco depois desse momento que o ONS27 se propôs a traduzir a norma ISO 32000-1 a fim de introduzir no segmento gráfico os conhecimentos e experiência de uso para que as novas versões ficassem mais acessíveis aos especialistas brasileiros. A IMPORTÂNCIA DA ISO 32000

Entre as capacidades que o desenvolvimento da ISO 32000 trouxe, muitas ainda serão implementadas possibilitando a execução de melhores fluxos de trabalho de PDF de embalagens, maior segurança em dados criptografados e maior integração entre os derivados da ISO 32000: o PDF/X (para tecnologia gráfica), o PDF/VT (para o segmento transacional gráfico), o PDF/E (para o setor de construção civil, naval, etc), o PDF/A (que permite a governos, empresas e instituições armazenarem dados com segurança e precisão de leitura, por longos períodos de tempo) e o PDF/UA (para permitir acessibilidade do PDF a pessoas com limitações físicas). UM PDF MAIS SEGURO O PDF agora está em dia em termos de recursos

de segurança “modernos”, com suporte à criptografia AES de 256 bits e certificados baseados em ECC , além do suporte ao uso de Unicode e UTF 8 usado em metadados. Além disso, foi atualizado o suporte a assinaturas digitais como o DSS (Document Security Store), assim como o DTS (Document Time-Stamp). APRIMORAMENTOS PARA FLUXOS DE TRABALHO DE IMPRESSÃO O PDF é, sem dúvida, o formato de arquivo preferido para a impressão, e a ISO 32000 contém várias

melhorias para muitos tipos de fluxo de trabalho

VOL. I 2020

13/02/2020 22:17


PDF/VT PDF/X

PDF/E

PDF/A

PDF/UA

ISO 32000 de impressão. Por exemplo, a maneira de fazer a compensação do ponto de preto nas transformações de espaços de cor se tornou norma técnica, a ISO 18619, incorporada à ISO 32000. Essa compensação garante melhores detalhes nas áreas de sombra durante transformações de espaços de cor para impressão. O termo “compensação de ponto de preto” era apenas uma tecnologia interna da Adobe, não definida ou suportada publicamente em fluxos de trabalho gerais baseados em ICC . Com a publicação da ISO 18619, todos os fornecedores de sistemas RIP e aplicativos de gerenciamento de cores podem fazer as transformações de maneira coerente e previsível. O uso das intenções de saída (OutputIntent) em PDF tem sido um forte recurso desde o início da existência do PDF/X. Isso agora foi aprimorado com o suporte a dados espectrais e CxF (também um padrão ISO, originalmente um formato de arquivo proprietário para comunicação espectral de cores especiais da X-Rite, agora desenvolvido pela comunidade ISO). Portanto, ao usar CxF/X-4 (ISO 17972-4), você pode empregar dados espectrais incorporados em seus arquivos PDF, condição muito importante para a evolução da indústria de embalagens nas tecnologias de impressão digital, offset, flexo e rotogravura. A relação entre o PDF/X e a ISO 32000 é fundamental para a comunidade gráfica, em especial aqueles interessados em uma produção de impressão de alta qualidade. A nova versão do PDF/X, o PDF/X-6, será totalmente baseada na ISO 32000. Apesar de ainda não publicada, deverá estar no mercado embarcada nos melhores produtos de Agfa, Kodak, Adobe, Heidelberg, GlobalGraphics, Hybrid, EFI , Oris, Alwan e tantos outros. Essa versão é totalmente compatível com a ISO 32000, garantindo que os fluxos de trabalho de impressão transmitidos nos PDFs se comportem de maneira estável e previsível. Isso não é tão fácil quanto parece, pois os fluxos de trabalho de impressão atuais podem ser muito complexos, incluindo produção

A estrutura das normas baseadas na ISO 32000, X e VT de artes gráficas, E de engenharia, A para arquivamento de longo prazo e UA para acessibilidade.

de dados variáveis, uma ampla variedade de dispositivos de impressão, processos, tintas e substratos. SEGMENTO DE EMBALAGENS

Os principais players do setor de impressão de etiquetas e embalagens estão unidos por trás do desenvolvimento da norma ISO 19593-1 “etapas de processamento de PDF ”, que padroniza como as marcas técnicas são incluídas nos arquivos PDF, ajudando a aumentar a automação e reduzindo os erros de manuseio. Essa norma foi projetada para fluxos de trabalho de etiquetas e embalagens e especifica uma maneira padrão de codificar as etapas de processamento, como linhas e dimensões de facas e dobras em um arquivo PDF. Ela fornece uma forma inequívoca de marcar o conteúdo técnico necessário para as etapas de um fluxo de trabalho de produção que não sejam de impressão. Anteriormente a essa norma, os designers usavam convenções e métodos de nomeação para descrever os gráficos associados às etapas de processamento. Isso significa que alguém no local de impressão tinha de examinar o arquivo enviado e identificar como cada nome ou camada de ponto precisava ser processado, o que aumentava o tempo de manuseio e o risco de erro e desperdício de material. O benefício para os convertedores é importante, permitindo que façam provas em impressoras digitais com as marcas de não impressão e verificar se estão corretas e, em seguida, fazer a imposição do material. A ISO 32000 possibilitou a inclusão dos elementos descritos e normalizados na norma ISO 19593-1, dentro do PDF. DADOS VARIÁVEIS A ISO 32000 possui uma área muito ampla para aplicativos específicos. O PDF/VT, ou ISO 16612-2, por exemplo, é uma norma baseada na ISO 32000

para impressão digital variável e transacional que já ocupa uma posição muito importante no ecossistema de impressão com dados variáveis, como

32000-1 VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

32 - Normalização.indd 33

33

13/02/2020 22:17


contas de luz, extratos de bancos, impostos e relatórios de escolas, indústrias, hospitais e universidades.

32000-1

ACESSIBILIDADE A norma ISO 14289-1 é a aplicação da ISO 32000 que dá acessibilidade aos arquivos PDF através de inúmeros recursos e é denominada PDF/UA . A aces-

sibilidade de um documento eletrônico depende da inclusão de informações semânticas, como (mas não limitado a) texto recuperável por máquina apresentado em um determinado idioma, estrutura lógica do conteúdo e organização desse conteúdo em páginas, seções e parágrafos. O objetivo principal da ISO é definir um uso específico da estrutura e recursos de PDF marcados no PDF que forneçam mecanismo para reutilizar o conteúdo da página PDF, especialmente no contexto de acessibilidade. Para que os arquivos em conformidade com PDF/UA sejam realmente acessíveis, deve haver leitores de PDF e AT (tecnologia de assistência) que entendam os arquivos PDF marcados. Esses requisitos também são estipulados na norma. OUTRAS INOVAÇÕES

O uso de transparência e renderização foram melhorados na ISO 32000 para tentar garantir que haja clareza e consistência entre as implementações, o que vai muito além do mundo da impressão. A norma ISO 15930-9, ou PDF/X-6, está sendo construída para garantir que a saída do PDF/X seja altamente consistente entre implementações compatíveis para o mercado de artes gráficas. Muito trabalho foi feito no aprimoramento da ISO 32000 para que arquivos de artes gráficas PDF/X fossem facilmente

guardados como PDF/A e outras interações entre as diversas implementações. Importante aspecto dessa interdisciplinaridade foi a obrigatoriedade de registro de metadados no formato XMP, que agora é obrigatório para todos os arquivos PDF, não apenas para o PDF/X e outros subconjuntos ISO. O FUTURO DA ISO 32000 A ISO 32000 agora suporta a tecnologia Open Web Platform (OWP), facilitando a criação de um HTML a partir de um arquivo PDF. Isso significa que um arquivo PDF ainda terá layout fixo, mas poderá ser facilmente convertido em HTML e, portanto,

ter um layout dinâmico, mais adequado para dispositivos móveis. A ISO 32000 também suporta Unicode UTF-8, portanto, está alinhada com o XML e outras importantes linguagens de descrição de página. Ela também pode usar ou apontar para esquemas XML outro alinhamento ao mundo dos fluxos de trabalho de publicação eletrônica e crossmedia. Isso quer dizer que será possível estender o formato PDF para diferentes tipos de aplicativos e plataformas de hardware, o que está começando a ser descrito como “o PDF da próxima geração” ou Next Generation PDF. Isso demonstra que o formato que nasceu para impressão em papel está rompendo fronteiras para outras mídias e talvez apontando o caminho para a indústria que o criou e o acolheu desde seu início! BRUNO MORTARA é superintendente do ONS27, coordenador do TC130/WG13 Conformance Assessment e professor de pós-graduação na Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris.

CLICHÊS PARA HOT STAMPING E RELEVO Fabricando clichês e matrizes por corrosão química e usinagem desde 1997. Infraestrutura moderna e completa.

Rua das Três Meninas, 53 - Serraria - Diadema - SP. Fone: (11) 2969-377 - bronzart@terra.com.br - www.bronzartclicheria.com.br

34 TECNOLOGIA GRÁFICA

32 - Normalização.indd 34

VOL. I 2020

13/02/2020 22:18


SE TIVER COR, IMPRESSÃO E PAPEL, PODE TER CERTEZA QUE TEM ABTG

Cursos e Seminários Técnicos

Treinamentos In Company

Normalização e Pareceres Técnicos

Diagnósticos e Consultorias

Homologação de Fornecedores

Premiações

60 Anos de Vida

Somos uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público)

Somos um Organismo de Normalização Setorial ONS-27


ENTREVISTA Tânia Galluzzi

Em cada problema, uma oportunidade Felipe Augusto

A

carreira de Felipe Augusto, gerente de operações da FuturaIm, evoluiu junto com a empresa que ele abraçou em 2004. Aos 14 anos começou a trabalhar em uma pequena copiadora, aos 16 comprou uma offset monocolor e saiu pintando papel. Aos 18 anos, cansado de ser patrão, foi trabalhar para terceiros, e aos 20, ao enviar um trabalho para produção, conheceu Willington Bekmer e Wellington Luiz, que um ano antes haviam criado a Gráfica Identidade Visual. Felipe começou na pré-impressão e pondo em prática sua vontade de aprender, foi acompanhando os avanços da empresa, passando por diversas áreas à medida que enxergava em cada problema uma oportunidade. Formado em Tecnologia de Produção Industrial e prestes a finalizar a pós-graduação em Engenharia de Produção, Felipe conta nesta entrevista as estratégias da FuturaIm, marca de destaque no universo online, que atualmente processa 4.000 pedidos por dia.

36 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Entrevista.indd 36

Como nasceu a FuturaIm? Tudo começou com Jorge, pai de Willington e Wellington, que era funcionário da CMTC. Desligado da companhia, foi ser motorista e depois vendedor em uma gráfica. Passado algum tempo, os filhos seguiram os passos do pai, até que em 2003 resolveram comprar uma impressora, criando a Gráfica Identidade Visual. Um ano depois, começaram a fazer atendimento online de forma bem primária, recebendo os pedidos por email. A demanda foi subindo, a concorrência também, e em 2005, para oferecerem preços mais competitivos, criaram uma nova marca, a Futura Inovações Gráficas, voltada principalmente para a parte de papelaria e folheteria, criando pontos para captação de pedidos. Em dois anos, foram abertas 15 lojas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, fortalecendo a marca Futura. Em 2010, resolveram apostar no e-commerce em função do desgaste de abrir mais lojas físicas, e num parque gráfico único, hoje em Ferraz de Vasconcelos.

VOL. I 2020

13/02/2020 19:46


Em 2013, a empresa fez um planejamento de longo prazo, pensando em 2020. Em 2017, a marca Futura Imbatível foi reposicionada e em 2018 virou FuturaIm. Um dos pontos que mais chamou a atenção em sua apresentação durante o 3º Congresso de Tecnologia Gráfica foi o fato de a FuturaIm trabalhar com 2.300 pontos de retirada de material. Como se estabeleceu esse modelo? Em 2011, diante da elevação do custo do envio dos produtos pelos Correios e transportadoras e a partir de uma experiência com um cliente no Interior de São Paulo, partimos para os pontos de retirada. Atendíamos vários clientes em Taubaté e pensamos: por que não concentrar tudo num único? Com o sucesso da experiência, passamos a replicar o modelo. Até 2015, a captação e administração dos pontos esteve nas nossas mãos. A partir daí, surgem no Brasil empresas especializadas na gestão desses balcões, ou pick up points. Terceirizando essa etapa logística, chegamos ao número atual de 2,3 mil balcões. E o que são esses pontos de retirada? Comércios em geral, mas isso quem determina não é a Futura. São pontos em locais estratégicos, definidos pelo operador logístico, além de rodoviárias. Não tem um Estado no qual a Futura não faça entregas com custo de frete reduzido. Na prática, como esse modelo funciona? Hoje, para cada região, temos uma transportadora parceira. Ela faz a coleta do material na gráfica ou levamos até ela. É curioso, porque as pessoas se impressionam com o número, 2.300 pontos, mas se você parar para pensar, poderíamos estar falando em 5.000 cidades cobertas via Correios. O que acontece é que esses pontos representam um custo muito menor em relação a um frete tradicional. Se eu tenho cinco clientes comprando num mesmo local, o frete será diluído entre eles. Outra questão que impressiona na Futura é o mix de produtos. A oferta no site da Futura é muito diversa, dos itens tradicionais de papelaria a abridor de garrafa e squeeze, algo em

Investimos continuamente em tecnologia, temos um departamento com oito pessoas dedicadas ao desenvolvimento de sistemas e do site. torno de 150 itens. Desse total, o que não é produzido dentro da Futura? Para garantir agilidade de entrega, todos os itens são produzidos pela FuturaIm em Ferraz de Vasconcelos. Quais tecnologias de impressão estão em operação na unidade? Offset e digital, nas versões jato de tinta UV, sublimação, laser e electroink. Temos quatro impressoras offset planas, quatro digitais e sete plotters. A pós-impressão deve ser estratégica também? É bem mais simples do que as pessoas imaginam, uma vez que o fluxo é definido pelo sistema. É nesse ponto que eu quero chegar. Como é feita a gestão de uma produção tão diversa, envolvendo 4.000 pedidos diários? Nós investimos continuamente em tecnologia, temos um departamento com oito pessoas dedicadas ao desenvolvimento de sistemas e do site, em sintonia fina com a equipe de produção. Os sistemas fazem as rotas de produção para cada trabalho. O sistema de gestão de produção foi desenvolvido por vocês ou trata-se de um workflow de mercado? Foi 100% desenvolvido por nós. O mercado não tem nada que possa gerir o nosso negócio da forma que está configurado hoje. VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Entrevista.indd 37

37

13/02/2020 19:46


Com o tempo acabamos extrapolando o status de gráfica, nos tornando uma empresa de tecnologia. Tanto o sistema de gestão da produção quanto de web-to-print foram desenvolvidos por vocês? Exatamente. Existe algo similar no mercado, principalmente para web-to-print, mas a gestão completa, da precificação à logística, não. Com o tempo, de forma orgânica, acabamos extrapolando o status de gráfica, nos tornando uma empresa de tecnologia. Ainda não nos posicionamos assim, porque até pouco tempo não nos víamos dessa forma, nos considerávamos apenas uma gráfica online. Mas observando o mercado e as startups, percebemos que somos sim uma empresa de tecnologia. Investimos pesado na parte de desenvolvimento. Dentre as tecnologias de impressão que você listou, qual é a mais utilizada? Offset, que representa 70% de nossa produção. Quais são os produtos mais vendidos? Cartão de visita, folhetos, imã de geladeira, banners e envelopes. Envelopes? Por incrível que pareça, ainda existe uma demanda pouco explorada para esse produto. Pensando nos produtos que você listou, qual é a tiragem média? Mil peças. E como você já comentou, a formação de preço é automatizada. A precificação foi o último módulo que desenvolvemos. Mas o preço passa pela análise de um profissional que faz a comparação com os valores praticados pelo mercado. 38 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Entrevista.indd 38

Quais são os planos para 2020? Hoje, a gráfica ocupa uma área construída de 8.000 m². Há planos de expansão? Como vocês enxergam a empresa nos próximos anos? Existe ainda um grande mercado para impressão, principalmente em pequenas tiragens. Queremos sim ampliar a capacidade produtiva, em 2019 investimos em uma impressora LED - UV oito cores. O nosso modelo de negócio está desenhado até 2024. Temos certeza de que as altas tiragens continuarão caindo, acontecendo o inverso com a baixa tiragem personalizada. Além disso, sabemos que em função da crise existe um grande potencial de crescimento que está reprimido. Por isso, apostamos no aquecimento da economia em 2020. Ela já está andando e estamos vendendo bem. Como foi o faturamento em 2018 e 2019? Fechamos 2019 com crescimento de 12%, sendo que em nenhum momento da nossa história deixamos de ter aumento das vendas. A FuturaIm é muito ativa nas redes sociais, com uma forte atuação junto ao empreendedor único. Hoje vocês têm uma equipe dedicada à comunicação, ao marketing digital? Sim, temos o departamento de marketing e tecnologia com 25 pessoas. Esse grupo também cuida do desenvolvimento de novas aplicações? Exato, isso é feito pela equipe de marketing, que é dividida em setores, um deles voltado a criação de novos produtos. Estamos sempre olhando para o que o mercado está fazendo, o que os nossos clientes estão pedindo. Analisamos a viabilidade técnica e comercial e depois implantamos. É preciso também entender o que não vai vender, mas pode ser feito em atendimento a solicitações específicas. Hoje temos até uma fila com mais de 200 produtos para serem lançados. Duzentos? Temos trabalho para os próximos quatro anos. Nem eu acredito. Um exemplo é a mochila. Não fazemos, mas temos um cliente que nos pede mochilas personalizadas, algo que nunca imaginamos. Todo mês procuramos lançar entre três e quatro produtos.

VOL. I 2020

13/02/2020 19:46


# papel não desmata

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

. Papel é feito de árvores plantadas , mais árvores vão existir! Quanto mais papel for produzido As indústrias brasileiras de celulose e papel plantam todas as árvores que utilizam. Hoje, são plantadas, diariamente, mais de 500.000 árvores para diversos usos industriais, inclusive produção de celulose e papel. No total, já são 7,8 milhões de hectares de plantações de árvores. Além disso, as indústrias de base florestal preservam 5,6 milhões de hectares de matas nativas. Fonte: Mitos e Fatos - Two Sides, 2019 Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada em 2008 por membros das indústrias de celulose, papel e comunicação impressa. Two Sides promove a produção e o uso responsável da impressão e do papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desse recurso. O papel, por ser proveniente de florestas certificadas e gerenciadas de forma sustentável, é um meio de comunicação excepcionalmente poderoso, de fonte renovável, reciclável e biodegradável.

Há ótimas razões para você #AmarPapel Descubra mais em twosides.org.br

Acesse www.twosides.org.br e descubra porque imprimir é sustentável!


ACADEMIA

Afinal, qual a real importância do estudo da instalação industrial para uma empresa do segmento gráfico?

Rui Antonio Lanfredi Junior

Com os novos desafios enfrentados pelo segmento gráfico nacional, mudanças estruturais são fundamentais para manter as empresas atualizadas, visando continuarem produtivas e competitivas num cenário de profundas transformações. É nesse ponto crucial de sobrevivência e processos mais produtivos que o estudo das instalações industriais são cada vez mais necessário e requisitado

A

s pesquisas indicam que, em média, 90% das empresas gráficas são consideradas pequenas e médias empresas. Tendo essa informação como base, geralmente nas gráficas de pequeno porte cabe aos gerentes ou até mesmo aos próprios donos a incumbência de distribuir os equipamentos no seu setor fabril. Muitas vezes isso acontecem sem estudo, planejamento, ou até mesmo sem embasamento algum em metodologias específicas de instalações industriais, uma vez que esses profissionais sempre estão imersos no cotidiano do processo produtivo, resolvendo problemas da produção, sem tempo para esse tipo de análise. Por outro lado, com o crescimento das gráficas, os diretores precisam tomar decisões estratégicas, como revisar o leiaute do espaço industrial por conta da ampliação da capacidade produtiva, que exige mais equipamentos e, como consequência, a aquisição de um novo espaço fabril adequado à nova realidade produtiva. Considerando esse cenário, se torna cada vez mais importante que o gestor conheça e aplique uma metodologia de planejamento e projeto de instalações industriais. Ela é relevante para propor um estudo no qual o processo produtivo se torne eficiente em função de um leiaute industrial estruturado, que resulte numa planta industrial moderna e competitiva por um período maior de tempo. Podemos definir leiaute de diversas formas. Segundo o Dicionário Houasis, o termo leiaute significa: “Concepção ou exposição dos traços gerais de

40 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Academia.indd 40

delineamento, esboço, projeto; concepção ou projeto delineado em seus traços gerais para aprovação ou exposição.” Mas afinal, o que devemos considerar em um estudo de leiaute: a praticidade, o baixo custo, a rapidez de execução ou a eficiência exigida para execução dessa tarefa? Somente com o uso efetivo de uma metodologia é que poderemos encontrar uma proposta de solução que contemple boa parte desses pré-requisitos. Podemos considerar que é muito mais fácil arrastar modelos sobre uma folha de papel ou em um desenho eletrônico do que movimentar máquinas ou equipamentos diretamente na fábrica. Planejar é essencial; o importante é permitir-se cometer erros durante o processo de planejamento para evitar erros custosos no momento real da instalação industrial. Mesmo assim, muitas dúvidas surgirão ao planejar o projeto de instalações industriais e é importante que elas sejam esclarecidas logo no início do projeto. A utilização de uma metodologia adequada de projetos com certeza ajudará a não deixar nenhum ponto crucial para trás! Para esse planejamento, não podemos deixar de lado o estudo de alguns tópicos como propõe Perretti (2014): ◆ Definir uma forma gerencial eficiente para analisar a necessidade de recursos para a instalação ◆ A composição da estrutura da produção deverá refletir os aspectos de segurança dos colaboradores da instalação

VOL. I 2020

12/02/2020 17:32


Impressão entrada

CORREDOR

6 entrada

5

Fonte: próprio autor SENAI-SP – Todos os direitos reservados

manutenção

manutenção

saída

11

manutenção

Op. 3

saída

operação

entrada

manutenção

operação

Op. 2

Pré-impressão

Op. 4 saída

nício CORREDOR

CORREDOR

manut

ope 10

M

saída

manutenção

M

12

M

M

oper. operação

9

operação

11

manutenção

operação

13

operação

manut

E

7

operação

operação

entrada

S manutenção

8

oper

manutenção

operação

manutenção

fim

Exemplo básico de leiaute industrial do processo gráfico indicando o percurso do trabalho a ser executado para a verificação da movimentação e dos possíveis cruzamentos no fluxo produtivo.

Pós-impressão

Os aspectos ergonômicos deverão ser estudados e aplicados em relação aos equipamentos e colaboradores ◆ A disposição dos equipamentos na produção será fundamental para o desempenho e produtividade da empresa ◆ O fluxo de produção deve seguir uma lógica operacional Podemos considerar fundamental que o desenvolvimento do projeto de instalação industrial siga ◆

um método ou uma ferramenta que auxilie o planejamento e sua execução de forma organizada e lógica, objetivando um processo industrial eficiente. Para tanto, vamos citar neste artigo o uso da metodologia de sistematização de planejamento de leiaute industrial desenvolvida por Richard Muther e publicado em 1978 no seu livro Planejamento do layout: Sistema SLP. A chave para o início do estudo segundo a metodologia proposta segue como premissa estudar VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Academia.indd 41

41

12/02/2020 17:32


P MUTHER, Richard. Planejamento do layout: sistema SLP. São Paulo: Edgard Blucher, 1978. PERRETTI, Oswaldo D’Angelo. O planejamento de recursos e das instalações industriais. São Paulo: SENAI-SP Editora, 2014.

S

R

Roteiro - Processo Como serão produzidos os itens?

Q Quantidade - Volume Quanto de cada item será fabricado?

Serviços de apoio Em que serviços se apoiará a produção?

T

Tempo Quando serão produzidos os itens?

Fonte: Richard Muther (1978)

Produto - Material O que produzir?

REFERÊNCIAS :

DADOS DE ENTRADA: P, Q, R, S, T e Atividades 1. Fluxo de Materiais

2. Inter-relações de atividades 3. Diagrama de Inter-relações

4. Espaço necessário

5. Espaço disponível

6. Diagrama de Inter-relações de espaços 7. Considerações de mudanças

8. Limitações práticas

Planos

Fonte: Richard Muther (1978)

Avaliação

os dados de entrada: P, Q, R, S, T e Atividades envolvidas no processo produtivo a ser estudado conforme definidos na figura 1. Depois de levantados os dados iniciais de entrada e definido com exatidão quais os produtos a serem produzidos pela indústria em análise, as etapas seguintes podem ser representadas por ações distintas. Elas permitem o planejamento e execução em uma sequência lógica de projetos das instalações industriais. Todas as etapas apresentadas na figura 2 contemplam o ciclo do método SLP para o desenvolvimento de um leiaute industrial. Ele vai desde o estudo do fluxo dos materiais, passando pelos planos ou propostas de leiaute até chegar ao plano de leiaute aprovado e final. 42 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Academia.indd 42

Essa metodologia de estudo de arranjo físico para uma instalação industrial, se bem aplicada, pode garantir resultados satisfatórios para a implantação de leiautes industriais. Esperamos aqui poder contribuir de alguma forma para a importância de um estudo metodológico aplicado às instalações industriais e à uma empresa do segmento gráfico, na qual o estudo ou até mesmo a revisão do leiaute fabril se torna uma ferramenta fundamental para as indústrias continuarem produtivas e competitivas nos dias atuais.

RUI LANFREDI é mestre em Comunicação e professor da graduação e pós-graduação da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo de Nigris.

VOL. I 2020

12/02/2020 17:32


servam outras s de hectares as nativas2. TWO SIDES

ões para arPapel mais em s.org.br

Gerenciamento de resíduos para o segmento gráfico

A

variedade de processos produtivos empregados na indústria gráfica faz desse setor um dos mais diversificados. Os seus resíduos variam de acordo com a tecnologia de impressão, insumos e matérias-primas utilizados. Tal variedade demanda uma análise criteriosa dos processos envolvidos a fim de determinar os procedimentos mais adequados para o gerenciamento dos resíduos de forma a causar o menor impacto ao meio ambiente. Dessa maneira, estratégias competitivas devem incorporam novos valores ambientais que garantam a sustentabilidade de processos e produtos. GERENCIAMENTO AMBIENTAL DE RESÍDUOS

Empresas especializadas em gerenciamento de resíduos desenvolvem e implantam programas de redução com objetivos e metas bem definidos. O foco principal deve estar nas ações preventivas e corretivas, a partir da análise do ciclo de vida dos produtos, visando melhor aproveitamento dos recursos por meio da redução na fonte, eficiência energética e reaproveitamento de materiais, proporcionando assim segurança na destinação final dos resíduos. Este artigo tem a finalidade de referenciar a importância da correta administração dos resíduos oriundos do processo gráfico em geral. É importante ressaltar que o planejamento e as ações assertivas relacionados à gestão dos resíduos estão profundamente ligados à perpetuação dos negócios e das marcas. PNRS

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10) é ferramenta fundamental que regula os passos a serem tomados por todos os setores da indústria. Ela permite o avanço do país e o enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes pelo manejo inadequado dos resíduos sólidos. Principais frentes da PNRS ◆ Prevenção e redução da geração de resíduos: Hábitos de consumo sustentáveis, aumento da 24 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Resíduos.indd 24

reciclagem, reutilização de resíduos e destinação ambientalmente adequada ◆ Responsabilidade compartilhada: Toda cadeia produtiva e de consumo compartilha da responsabilidade referente ao resíduo gerado, sejam fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão comum ou titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos ou, dentro da logística reversa, os resíduos e embalagens pós-consumo ◆ Metas: Criação e acompanhamento de metas para eliminação de lixões, além de compor instrumentos para planejamento nacional, estadual, microrregional, intermunicipal, metropolitano e municipal ◆ Reciclagem e reutilização: A PNRS realizou a inclusão legal de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis na logística reversa, bem como na coleta seletiva. ◆ A indústria gráfica, considerada potencialmente poluidora, tem atualmente sua renovação da Licença de Operação vinculada à apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) e do Relatório Anual de Gerenciamento de Resíduo devidamente protocolados pelos órgãos responsáveis. SISTEMA DE GESTÃO

A classificação dos resíduos se dá a partir da análise do processo que lhe deu origem, sua constituição e características. Por meio desse estudo, é possível concluir qual o impacto do resíduo no meio ambiente e na saúde. A importância de segregar o resíduo corretamente na sua origem faz parte do processo de elaboração do laudo de classificação, no qual a descrição das matérias-primas, insumos e do processo de origem do resíduo devem ser explicitados. As prestadoras de serviço de gerenciamento implementam desde a identificação dos resíduos no gerador até a sua destinação final CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS

No processo gráfico, podemos classificar como não perigosos e passíveis de reutilização resíduos como:

VOL. I 2020

07/02/2020 17:17


pallets de madeira, papéis, papelão e plástico, desde que não estejam contaminados por componentes químicos. Classificamos como perigosos os resíduos provenientes do processo produtivo, subdivididos em inerte e não inerte. Eles também podem ser classificados com letras e por características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade e patogênese. Dentro do processo gráfico, temos resíduos como água de molha, tintas, vernizes, tecidos utilizados nos processos de limpeza e aplicação, equipamentos de proteção individual (EPI), além de sucata eletrônica, pilhas, baterias, lâmpadas, óleos, graxas, silicones, entre outros materiais. Armazenagem e transporte de resíduos perigosos O armazenamento do resíduo requer área tecnicamente apropriada, especificada na NBR 12.2351/1992 que visa proteger a saúde e o meio ambiente. Resíduos sólidos e líquidos são armazenados separadamente. A área deve ser preparada com contenção e piso adequados para que, em caso de vazamento, seja evitada a contaminação do solo e da água. O local a ser utilizado para o armazenamento de resíduos deve garantir que: a) o perigo de contaminação ambiental seja minimizado b) a aceitação da instalação pela população seja maximizada c) seja evitada, ao máximo, a alteração do meio ambiente da região d) esteja de acordo com o zoneamento da região O local de armazenamento de resíduos perigosos deve possuir: a) sistema de isolamento que impeça o acesso de pessoas estranhas b) sinalização de segurança que identifique a instalação com relação aos riscos de acesso ao local c) áreas definidas, isoladas e sinalizadas para armazenamento de resíduos compatíveis LOGÍSTICA REVERSA

Com a crescente preocupação da sociedade com a preservação dos recursos ambientais, devemos buscar ações efetivas que promovam a redução da degradação ambiental e uma maior conservação do meio ambiente. A logística reversa, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é definida como um instrumento de desenvolvimento econômico e social.

Ela se caracteriza por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Aplicada à indústria gráfica, a logística reversa não só aumenta o ciclo de vida útil dos materiais como gera um novo segmento de mercado, incentivando a reutilização dos produtos e sua reciclagem. MOVIMENTAÇÃO DE RESÍDUOS

O Estado de São Paulo determina, por meio de um conjunto de documentos e instrumentos que garantem o trato ambientalmente adequado de resíduos e auxiliam no atendimento à Política Estadual de Resíduos Sólidos, presente na Lei Estadual 12.300/2006, em alinhamento com à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Sendo uma licença exclusiva do Estado de São Paulo, o CADRI , Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental, deve ser emitido entre as partes geradora e receptora. Trata-se da habilitação legal emitida pelo órgão estadual fiscalizador responsável, no caso de São Paulo a CETESB. O MTR , Manifesto de Transporte de Resíduos, é o documento que antecede a nota fiscal da prestação do serviço de coleta. Nesse documento estão detalhados os dados da operação, das partes envolvidas e as características do resíduo em questão. As integrações dos ciclos produtivos com os ciclos naturais são cada vez mais uma exigência para a indústria gráfica. Para tanto, é preciso que sejam feitas ações para quantificar e caracterizar os resíduos, de modo a definir os sistemas de tratamento ou condicionamento mais adequados. Com a logística reversa buscamos a destinação legal dos resíduos oriundos do pós-consumo, minimizando o problema da destinação. A criação de canais de logística pode ser muitas vezes demorada e onerosa, o que faz com que a busca por empresas parceiras para realizar o gerenciamento de resíduos traga a segurança e a certeza de que a destinação final desses materiais não ocasionará problemas legais e ao meio ambiente.

LARISSA ROBERTA BONAZZIO é gerente comercial da Druck Chemie VOL. I 2020 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG108 - Resíduos.indd 25

25

07/02/2020 17:17


CURSOS CURSOS ABTG 2020 Construindo competências profissionais com foco no aumento da produtividade Cristina Simões Data: 09 de Março Vendedor Orçamentista Fernando Carvalho Data: 25 de Março Workshop Jornada de Design Thinking. Como gerar ideias inovadoras e produtos desejáveis na indústria gráfica Ricardo Nogueira Parte 1 - Data: 28 de Março Parte 2 - Data: 04 de Abril

Formação de liderança em vendas para alto desempenho na gráfica do seculo XXI Marcos Biaggio Data: 07 de Abril

Orçamentista vendedor. Como gerar proposta de valor Carlos Suriani Data: 16 de Abril

Formação de inspetores de qualidade Marcia Biaggio Data: 25 de Abril

O PCP que pensa soluções integradas Marcelo Ferreira Data: 09 de Maio

Valores dos cursos: Associados = R$ 360,00 Não associados = R$ 460,00 Estudante = R$ 240,00 Inscrição: www.abtg.org.br/ *Curso com valor diferenciado Para mais informações entre em contato: abtg@abtg.org.br ou (11) 2797-6700 Saiba mais, acesse: abtg.org.br

Pré impressão otimizada. Como melhorar os índices de produtividade Mario Melo Data: 13 de Maio

CURSOS SENAI 2020 Carga Horária

Dias

Horário

Data de início

Data de término

Valor

Colorimetria aplicada a processos gráficos

32 horas

Sábado

8h às 17h

18 de Abril

16 de Maio

3x R$220,00

Composição digital com Adobe After Effects

28 horas

Sábado

8h às 16h

09 de Maio

30 de Maio

3x R$ 140,00

Conservação de livros e documentos

40 horas

Sábado

8h às 17h

25 de Abril

23 de Maio

3x R$ 196,00

Densitometria aplicada a processos gráficos

16 horas

Sábado

8h às 17h

23 de Maio

30 de Maio

2x R$ 130,00

Desenho de faca de corte e vinco

40 horas

Sábado

8h às 17h

23 de Maio

20 de Junho

3x R$ 200.00

Encadernador manual de livros Fotografia aplicada à preservação de acervos em papéis Gerenciamento de Cores

32 horas

Sábado

8h às 17h

18 de Abril

16 de Maio

3x R$ 187,00

40 horas

Sábado

8h às 17h

30 de Maio

27 de Junho

3x R$ 164,00

24 horas

3ª a 5ª

19h às 22h

07 de Abril

23 de Abril

3x R$ 233,00

Impressor de corte e vinco manual

32 horas

3ª a 5ª

19h às 22h

07 de Abril

07 de Maio

3x R$ 207,00

Indesign

40 horas

3ª a 5ª

19h às 22h

07 de Abril

07 de Maio

3x R$ 195,00

Liderança Método de Análise e Solução de Problemas - MASP Montador de faca de Corte e Vinco

24 horas

3ª a 5ª

19h às 22h

28 de Abril

13 de Maio

2x R$ 150,00

20 horas

Sábado

8h às 16h

09 de Maio

23 de Maio

2x R$ 146,00

40 horas

3ª a 5ª

19h às 22h

19 de Maio

18 de Junho

3x R$ 200,00

NR-11 - Operação (RECICLAGEM)

16 horas

3ª a 5ª

19h às 22h

08 de Abril

22 de Abril

2x R$ 175,00

NR-11 - Operação de Empilhadeira

32 horas

Sábado

8h às 17h

16 de Maio

13 de Junho

3x R$ 207,00

Operador de guilhotina linear

28 horas

3ª a 5ª

19h às 22h

07 de Abril

29 de Abril

3x R$ 196,00

Planejamento e Controle da Produção

32 horas

Sábado

8h às 17h

23 de Maio

13 de Abril

3x R$ 170,00

Segurança na operação de ponte rolante

20 horas

Sábado

8h às 16h

18 de Abril

09 de Maio

2x R$ 175,00

Curso

CURSOS SENAI – Para inscrição é necessário apresentar, para simples conferência, cópias ou originais dos seguintes documentos: histórico ou certificado do ensino fundamental ou médio (conforme requisito de acesso), RG, CPF, comprovante de residência e comprovante do pré-requisito. Alunos menores de idade deverão comparecer para matrícula acompanhados por responsável.

46 TECNOLOGIA GRÁFICA

RTG 108 -Cursos .indd 46

O pagamento dos cursos livres pode ser dividido no cartão de crédito ou boleto bancário. O Senai reserva-se o direito de não iniciar os cursos se não houver número mínimo de alunos inscritos. A programação, com as datas e valores, pode ser alterada a qualquer momento pela escola. A Escola atende de 2ª a 6ª-feira, das 8h às 21h, e aos sábados das 8h às 14h.

Escola Senai Theobaldo De Nigris Rua Bresser, 2315 - (Mooca) 03162-030 São Paulo -SP Tel. (11) 2797.6333 - Fax: (11) 2797.6307 Senai-SP: (11) 3528.2000 Para mais informações: senaigrafica@sp.senai.br www.sp.senai.br/grafica

VOL. I 2020

13/02/2020 20:40


S E R V I L S O S CUR ONTINUADA C E L A I C I N I O Ã FORMAÇ

•Pré-Impressão •Offset •Flexografia •Serigrafia •Impressão Digital •Pós-Impressão •Gestão •Tintas •Celulose e Papel •Conservação e Restauro •Informática

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO EM:

grafica.sp.senai.br


A NOSSOS PARCEIROS, PATROCINADORES E PARTICIPANTES DO PINI 2019, QUE SEMPRE NOS APOIAM PARA PROMOVER E RECONHECER A EXCELÊNCIA GRÁFICA,

NOSSOS SINCEROS AGRADECIMENTOS!

W W W. F E R N A N D O P I N I . O R G . B R


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.