Livro Psicanálise e Educação

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INTERAÇÃO PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO

NEPP Apostila elaborada por: Profº Drº. Sérgio Costa. Supervisão: Prof. Dr. Sérgio Costa


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“Interagir psicanálise e educação é aplicar ao ser humano o cognitivo, conhecendo o seu lado anímico. Levando essas duas partes, suficientemente próximas, a exercerem forças uma sobre a outra, para que se possa entender e interpretar a alteridade.” Profº Sérgio Costa.


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Sumário 1) Apresentação - Considerações gerais.................04 2) Pensamento.........................................................06 3) Etimologia...........................................................09 4) Psicanálise e Educação.......................................10 5) Conteúdo programático:..................................... 12 – Cérebro - estrutura - função – Personalidade - caráter - temperamento. – As Três Instâncias Psíquicas - Id - Ego - Superego - Fases da organização libidinal - Oral - Anal - Fálica – Sexualidade Infantil – Puberdade 6) Lâminas – minimizadas para uso do aluno........25 7) Bibliografia........................................................33 -1-


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CONSIDERAÇÕES GERAIS

Ao iniciar nosso trabalho termos que mostrar um esforço a mais. Devemos permitirmo-nos acompanhar o grande quebra-cabeça que será montado a respeito da realidade educacional brasileira. Um quebra-cabeça que não tem a positividade dos trabalhos científicos que fazem uma leitura objetiva da realidade a ser estudada através das estatísticas e das tabelas. Ou mesmo dentro das concepções mais subjetivas, obtidas através dos relatos dos professores, dos psicólogos, dos psicanalistas e dos psicopedagogos. O que se busca é uma subjetividade e uma objetividade de outra ordem. Aquela produzida na e através da linguagem e da fala. Aquela que é estabelecida a partir do registro do real.Tentaremos estabelecer operadores que se tecem além do plano da consciência, determinando as ações dos sujeitos, estabelecendo-lhes um rumo prévio. São operadores que revelam a existência de um automatismo da repetição que impede que alguma coisa nova surja na Educação, fazendo com que ela retorne sempre ao mesmo lugar. O inconsciente na educação tem sido muito pouco estudado. Ele tem sido abordado através da clínica psicanalítica.


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O nosso objetivo maior é propiciar uma nova grade conceitual. Ofereceremos uma tentativa de leitura da realidade escolar dentro de uma ótica psicanalítica fazendo a conexão Psicanálise e Educação. Nossa crença é que o aluno, em geral, traz em seu bojo uma forma específica ou particular.


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-2“Não é o saber ou o saber fazer o fulcro da ação educativa; é a criança, o adolescente, que devem ser preparados para viverem com os seus semelhantes. E para formar esse homem, tanto como corpo como espírito, tanto produtor como cidadão, requer-se, antes de mais nada, possuir uma verdadeira psicologia da criança. Não das suas atividades, das suas reações a estímulos, da afetividade unicamente, mas de maneira clara, precisa, dos passos da estruturação do pensamento, o instrumento através do qual, de cuja formação e informação, se vai atuar sobre os restantes aspectos da vida do educando, do adolescente e do homem futuros.” (Alberto L. Merani 1997) O processo de pensamento do aluno está em constante construção. Vygotsky foi um dos autores que mais revelou esta faceta mutante do aluno. Ele desejava construir uma “Pedagogia”, isto é, uma nova ciência para estudar a criança. Uma ciência multifacetada composta por aspectos biológicos, psicológicos e antropológicos. Uma ciência que traria uma imagem mais precisa do processo de funcionamento da criança. Faz-se a crítica a um modelo de desenvolvimento de criança geral, para estabelecer que cada criança-aluno – se constitui de uma determinada forma. É preciso


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que o professor a escute para que ele possa apreendê-la em toda sua complexidade básica. Não basta apenas trabalhar com a criança em geral. É preciso estudar uma a uma. “A fala fundamental, que é então inconsciente, é o elemento dinâmico essencial. Por que será que ela é inconsciente naquele momento? Porque ela ultrapassa infinitamente aquilo que os dois, como indivíduos, podem então apreender conscientemente dela. A descoberta do inconsciente, tal como ele se mostra, no momento do surgimento histórico, com sua dimensão plena, é que o alcance do sentido ultrapassa infinitamente os sinais manipulados pelo indivíduo. Sinais, o homem solta sempre muito mais do que ele pensa. É disto que se trata na descoberta freudiana – de uma nova impressão de homem. O homem, depois de Freud, é isso.” ( Jacques Lacan. O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise) A psicanálise nos orienta que só há uma resposta que é procurar ouvir os alunos, sem nos colocarmos em uma posição de defesa através da escuta prévia. No entanto, este processo não é simples e nem fácil. Muitas vezes, o professor não consegue estabelecê-lo divido ao fato de que ele necessita também ser escutado em toda a sua singularidade. (Leny Magalhães Mrech)


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“Interação: Psicanálise e Educação” interação – inter + ação inter – do latim (inter) posição intermediária, reciprocidade ação – do latim (actione) ato ou efeito de atuar feito, obra ... interação – ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais coisas ou pessoas.

-4Psicanálise e Educação Psicanálise e Educação na era pós-freudiana Uma história de casamentos desfeitos: A aplicação da psicanálise à educação: Foram pelo menos três as direções tomadas pelos teóricos interessados no casamento da Psicanálise com a Educação.


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1 – A primeira tentativa de criar uma nova disciplina, a “Pedagogia Psicanalítica”. OSKAR PFISTER e HANS ZULLIGER, na Suíça no início do século XX. 2 – A segunda constitui no esforço a que se dedicaram alguns analistas para “TRANSMITIR”a pais e professores a teoria psicanalítica, imaginando que estes, de posse desse conhecimento, pudessem evitar que as neuroses se instalassem em seus filhos e alunos. Anna Freud, a filha de Freud, foi a principal representante desse grupo. 3 – A terceira direção, mais recente, não diz respeito ao exatamente casamento da Psicanálise com a Educação. Trata-se de uma tentativa mais difusa de transmitir a Psicanálise a todos os representantes da cultura interessados em ampliar a sua visão de mundo. Iniciou principalmente na França dos anos 60. A psicanálise até hoje nunca se casou com a Educação. Na verdade a Psicanálise tem comparecido aos encontros marcados na condição de mestre, de transmissor de verdades sobre a criança que ela julga ser desconhecida pela Educação.


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-5CÉREBRO – ESTRUTURA – FUNÇÕES

Cérebro – matéria: cinza-rosado. peso: 1360 gramas em média. forma: de um melão. localização: caixa craniana. envólucro: membranas e bolsa de líquido. Origem – de todos os nossos pensamentos. de todos os nossos sentimentos e atos. Conteúdo – 10.000.000 de neurônios, células nervosas microscópicas agrupadas em milhões de circuitos exercendo sua função específica hereditária ou ensinada pelas experiências. Descobertas – divide-se em dois hemisférios - o lado esquerdo do corpo é comandado pelo lado direito e vice-versa - 95% das pessoas – o hemisfério esquerdo controla além da linguagem, os processos lógicos como a matemática. – o hemisfério direito corresponde a atividades não verbais de caráter artístico ou afetivo.


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PERSONALIDADE, CARÁTER E TEMPERAMENTO. A personalidade O campo de estudo da personalidade é visto com uma reinante confusão. Veremos apenas algumas noções básicas, com termos essenciais para esclarecer algumas noções básicas. Indivíduo – in – divisium ou não dividido Designa todo exemplo concreto de qualquer ser vivo. Individualidade – conjunto de características ou diferenças interindividuais mais ou menos estáveis. Distinguimos dois aspectos no funcionamento do indivíduo animal e humano: - o organismo - o psiquismo Organismo – conjunto de forças biológicas integradas e fisiológicas, também chamado constituição. Psiquismo – conjunto de funções comportamentais, também chamado personalidade.


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Pessoa – indivíduo humano concreto. Para o estudo da pessoa humana podemos atingir dois aspectos: o geral – o diferencial. A – Geral – estudo nomotítico – (do grego) nomos = lei busca descobrir as leis gerais, o que há de comum em todas as personalidades - estudo ideográfico – idios = pessoal se interessa pelo que há de único e próprio em cada personalidade. O conceito personalidade faz parte do estudo geral do comportamento humano, como maneira típica e única de funcionamento psíquico. Essa forma de vida psíquica, se caracteriza por um desenvolvimento extraordinário das funções cognitivas, o que permite ao indivíduo, não apenas o perceber o mundo e agir sobre ele, mas também perceber-se e conhecer-se. B – Diferencial – o aspecto diferencial da personalidade é devido a forma especial e específica da vida humana que constitui a personalidade no sentido geral. Essa forma especial é caracterizada por funções cognitivas mais evoluídas, o que dá a essa


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vida interioridade, consciência e um “conteúdo”que abrange o mundo dos objetos e dos outros sujeitos. Personalidade = psiquismo humano. Traços diferenciais da personalidade – grandes categorias de funções nas atividades comportamentais. A – processos cognitivos – compreendendo a percepção, a imaginação e a memória. B – processos de reação motora – aptidões sensoriais, intelectuais e motoras. Desempenho ou atuação “performance”. Rendimento e traços físicos. As funções fisiológicas são englobadas na personalidade por constituírem um aspecto essencial de toda atividade psíquica que, em sua realidade humana completa, é sempre psicofisiológica ... Duas formas pelas quais as funções e estruturas corporais entram na construção do comportamento e da personalidade. 1acomo suporte orgânico global que dá à conduta sua forma expressiva e sua gestalt completa. 2acomo comportamento fisiológico, neurológico e bioquímico, que faz parte integrante de todo o funcionamento humano. C – funções afetivas e dinâmicas, também chamada de caráter.


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Caráter Caráter – é o primeiro grupo de traços. Caráter – conjunto de traços psíquicos individuais, sinais característicos que distingue um objeto ou uma pessoa de outra. Do grego – kharasseim = gravar; kharakter = cunho ou sinal gravado num objeto, que o torna identificável. Assim que Dumas fala do caráter como individualidade psicológica. Wdllon também fala do caráter como maneira habitual e constante de reagir, própria de cada indivíduo. Gradualmente o termo caráter foi empregado para designar o grupo de traços que se referem ao componente afetivo dinâmico da personalidade. Na Europa, por influência da Psicologia Norteamericana o termo caráter foi quase eliminado do vocabulário psicológico, pela razão que caráter implica freqüentemente uma avaliação moral ou social do comportamento. A psicologia norte-americana não usa mais o termo caráter, porque o termo personalidade é empregado, por ele, para designar o aspecto afetivo e dinâmico do comportamento individual. Quanto a nós, podemos colocar, no mesmo plano, tanto as aptidões quanto os aspectos dinâmicos e afetivos, assim como os traços, os aspectos físicos. O


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termo “personalidade” engloba assim o conjunto da organização psíquica do indivíduo. Em psicologia emprega-se o termo caráter a fim de distinguir o domínio do aspecto aptidão e inteligência. Todo indivíduo tem um caráter, como uma personalidade, apesar da linguagem corrente reservar esses atributos a sujeitos que atingiram um grau superior de integração ou de estabilidade. Temperamento Reservamos termo temperamento ao componente fisiológico, em grande parte hereditário e estável, dos traços afetivos dinâmicos, mas as relações precisas entre o funcionamento fisiológico e as reações e experiências afetivas são ainda pouco conhecidas. Temperamento como inteligência e físico, refere-se a “materiais brutos” com os quais forma a personalidade. A dotação temperamental de uma pessoa não é imutável, embora apresente limites para o desenvolvimento da personalidade. A Estrutura da Personalidade A noção de traços constrói uma organização mais ou menos estável e relativamente idêntica a si mesma no funcionamento psíquico do indivíduo. Esta unidade psíquica é apoiada pela unidade e identidade da pessoa “física” como sujeito do comportamento completo.


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Traços da personalidade Uma pessoa humana aparece sob forma de um conjunto de traços: traços físicos e de comportamentos. Traços físicos Sofrem mudanças contínuas estão intimamente ligados aos comportamentos que elas ajudam constituir. Esta sucessão de fenômenos é apreendida como manifestações centradas em torno de uma unidade de onde elas emanam – “Pessoa Concreta”. Pessoa Concreta permanece idêntica a si mesma, ainda que mudando continuamente. A variedade na conduta e a identidade mutante levantam determinados problemas para o estudo psicológico da personalidade, uns relacionados com a sua estrutura e outros, com seu desenvolvimento. As consistências internas das formas de conduta Característica geral – nossa expectativa em relação a maneira de reagir do outro. É “inadmissível”. Esperamos das pessoas e das coisas uma certa “constância”. Colocamo-nos diante delas com certas expectativas que constituem progressivamente os próprios quadros de nossa percepção e de nossa


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exploração do mundo. Mas, em relação ao comportamento de certos indivíduos, especialmente pessoas que conhecemos bem, tenho expectativas bem mais precisas e específicas. Ex.: de alguém que vamos encontrar à noite e sabemos o assunto que vamos conversar, a maneira que esse alguém vai argumentar, gesticular, se irá gargalhar, etc. E outra pessoa, ao contrário, escutará mais e fará comentários inteligentes e pertinentes. Temos essas expectativas pois foi assim que se constituiu progressivamente o esquema de interação que definem nossas relações mútuas e é nesse quadro de comportamental que, para mim, se situa a personalidade deles. Chegamos assim a constatação importante para o nosso estudo sobre personalidade. Temos tendência de caracterizar cada pessoa por um conjunto de propriedades ou traços. A constância de comportamento de um indivíduo, em situações análogas, seria explicada: - não haveria formas gerais de conduta características de uma personalidade. - Cada situação específica desencadeia em qualquer indivíduo uma reação específica que sob certas condições se transformaria num hábito específico. Estrutura Psíquica humana


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Freud descobriu a estrutura psíquica humana. A personalidade divide-se em três instâncias psíquicas: ID – é a reserva libidinosa agressiva que, guiada pelo “princípio do prazer”, procura a satisfação imediata dos instintos. EGO – é a parte do ID que está em contato com a realidade. O ego tenta canalizar o forte impulso do ID e satisfazer as necessidades deste. Tenta harmonizar o impulso anárquico do ID com as regras morais da sociedade. SUPEREGO – é formado pela assimilação dos padrões morais que regem a sociedade e que a criança recebe da família e da escola. A análise sobre a luta das três instâncias psíquicas, diante da influência que a sociedade exerce sobre o indivíduo, era a preocupação de Freud nos últimos anos de sua vida. Foi buscar as origens da cultura. Escreveu o livro “TOTEM e TABU”. Aqui vemos como a psicanálise se aplica também à sociedade. Freud explica fenômenos da evolução cultural (o nascimento da religião, as instituições e a moral) e demonstra o horror ao incesto e o que determina a organização social.


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Segundo Freud, a coerção que a sociedade exerce sobre os indivíduos, deixa neles a marca da infelicidade. A evolução cultural é um processo conflitivo entre o desejo da satisfação individual e as imposições do grupo. É preciso encontrar esse equilíbrio. Este é o mal-estar na cultura. Podendo produzir-se por três vias diferentes: 1 – a fraqueza do próprio corpo 2 – a força destrutiva do mundo exterior 3 – a dificuldade de relacionamento entre os homens E chega a psicanálise. Freud é um dos poucos homens que teve tanta influência na cultura universal, de tal maneira que, depois dele, mudou nossa compreensão da infância, de nós adultos, da humanidade em fim. FASES DA ORGANIZAÇÃO LIBIDINAL A noção de fase da libido designa uma etapa do desenvolvimento sexual da criança, caracterizada por uma certa organização da libido determinada pela predominância de uma zona erógena ou por um modo de relação do objeto. 1a – Fase oral - idade aproximada do nascimento até 1 ano e meio.


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- prazer ligado à ingestão de alimentos. - prazer ligado à excitação da mucosa dos lábios e da cavidade bucal. - predomínio de uma zona do corpo – a incorporação. 2a – Fase anal - idade aproximada 1 ano e meio até 3 anos. - organização da libido sob o primado da zona anal. - e por um modo de relação de objeto que Freud denomina “ativo” e “passivo”. - fase de valor simbólico sobretudo ligada às fezes – atividade de dar e receber ligadas à retenção e expulsão das fezes. 3a – Fase fálica - idade aproximada 3 até 7 anos. - já há um predomínio dos órgãos genitais. - nessa fase a criança conhece apenas um órgão genital: o masculino. Nela a oposição entre os sexos é caracterizada pela castração. A teoria psicanalítica de Freud (Fragmento) Freud compara a mente humana com uma montanha de gelo flutuante, em que a parte que se vê na superfície representa a região da consciência, enquanto


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a porção submersa muito maior representa a região do inconsciente. No vasto domínio do inconsciente encontramos os impulsos, as paixões, as idéias e os sentimentos reprimidos – um imenso subterrâneo de forças vitais e invisíveis que exercem um controle imperioso sobre os pensamentos e ações conscientes do homem. Sob esse ponto de vista, a psicologia que se limita à análise da consciência torna-se totalmente inadequada para a compreensão dos motivos fundamentais do comportamento humano. SEXUALIDADE INFANTIL Devemos nos ocupar também com a vida sexual das crianças, isto porque a análise dos sintomas dos adultos remetiam-se regularmente aos primeiros anos da infância. A criança vem ao mundo provida de genitais que só aparece na época da puberdade mas necessidades sexuais, excitações não podem ser subtraídas de sua constituição. Não podemos confundir sexualidade com reprodução. A criança sofre a influência da educação sendo que uma das mais importantes funções é domar e restringir o instinto sexual quando este surge como impulso à reprodução, e sujeita-lo à uma vontade individual que é idêntica à ordem da sociedade. Adiar o pleno desenvolvimento


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do instinto até que venha um certo grau de maturidade intelectual, sendo que, aí, com o completo surgimento do instinto sexual, a educabilidade, para fins práticos, chega ao fim. Em suma, defronta-se com as eternas e primeiras exigências da vida, que nos assediam até o dia de hoje. Sem dúvida, a experiência deve ter ensinado aos educadores que a tarefa de docilizar a tendência sexual da nova geração, só poderia ser efetuada, se começássemos a exercer sua influência muito cedo, se não esperássemos pela tempestade da puberdade, mas intervíssemos logo na vida sexual das crianças desde seu nascimento. Todas as atividades sexuais foram proibidas às crianças e vistas com maus olhos; erigiu-se o ideal de tornar a vida da criança assexual, e no decorrer do tempo, as coisas chegaram ao ponto de, as pessoas realmente acreditarem que as crianças sejam assexuais e, subseqüentemente, de a ciência proclamar isto como doutrina. As crianças são puras e inocentes. E todo aquele que a descreve de outra forma, pode ser acusado de ser um blasfemador infame dos ternos e sagrados sentimentos da humanidade. “Libido” – exata analogia com a fome. Libido = força do instinto sexual Fome = força do instinto nutricional


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Numa criança de tenra idade, seu principal interesse se volta para ingestão de alimentos. Mostram uma expressão de bem-aventurada satisfação, após haver se saciado ao seio, que se repetirá, posteriormente na vida, depois de uma experiência do orgasmo sexual. Sucção sexual – o bebê repetirá o ato de tomar o alimento sem exigir mais comida; a isto portanto, o bebê não é levado devido a fome. O fato de ao fazêlo o bebê adormece igualmente, com uma expressão beatífica, mostra-nos que o ato de sucção sexual lhe proporcionou por si só uma satisfação. Acreditamos que elas primeiro experimentam esse prazer em conexão com a tomada de alimento, porem logo aprendeu a separar esse prazer da condição que o acompanha. Os lábios e a boca são denominados “zonas erógenas” e o prazer derivado da sucção e “sexual”. Sugar o seio materno é o ponto de partida de toda a vida sexual, protótipo inigualável de toda satisfação sexual ulterior, ao qual a fantasia retorna em épocas de necessidade. Mais tarde o bebê abandona o primeiro objeto do instinto sexual e o substitui por uma parte de seu próprio corpo. Começa a sugar o polegar ou a própria língua. Desse modo torna-se independente


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do consentimento do mundo externo, no tange a obtenção do prazer, acrescentando a excitação de uma segunda parte de seu corpo. Mais tarde, em suas buscas, descobre as regiões especialmente excitáveis representadas por seus genitais e, com isso, passa da sucção para a masturbação. Após a relação com a tomada de alimentos, repete-se, em parte, o prazer sexual com as excreções. Os bebês têm sensações prazerosas no processo de evacuação da urina e das fezes. É aqui, que o bebê, pela primeira vez (conforme percebeu Lou Andréas – Salomé [1916]) se defronta com o mundo exterior como força inibidora, hostil ao seu desejo de prazer, e tem uma cesta antevisão dos futuros conflitos internos e externos. A criança é obrigada a trocar o prazer pela respeitabilidade social. Até então, sua atitude para com as fezes é diferente. Não sente repugnância, valoriza-as como parte de seu próprio corpo. O interesse sexual das crianças começa certamente, quando elas se voltam para a questão de saberem de onde é que vêem os bebês. Normalmente surge pelos temores egoístas da chegada de um novo bebê. Sem dúvida terão ouvido falar, que na psicanálise, o conceito do “sexual” foi devidamente ampliado, a fim de dar suporte às teses das causas sexuais das


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neuroses e do significado sexual dos sintomas. Ampliou-se o conceito de sexualidade o bastante para poder compreender a vida sexual das crianças. PUBERDADE O desenvolvimento mental termina por volta dos onze ou doze anos. A adolescência é simplesmente uma crise passageira, devido à puberdade, que separa a infância da fase adulta. Segundo Freud, a característica essencial da puberdade é o crescimento manifesto dos órgãos sexuais internos, o qual é acompanhado pelo desenvolvimento dos órgãos genitais internos responsáveis pelos produtos sexuais e pela formação de um novo organismo vivo. Evidentemente, a maturação do instinto sexual é marcado por desequilíbrios momentâneos, que dão um colorido afetivo muito característico a todo este último período da evolução psíquica. Não vamos nos prender a algumas perturbações especiais e sim nas estruturas gerais. Um equilíbrio provisório existe, mas não se deve esquecer que todas as passagens de um estágio a outro são suscetíveis de provocar tais oscilações temporárias. As transformações da puberdade


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As pulsões sexuais, até então marcadas por uma forma auto-erótica de obtenção de satisfação encontram finalmente o objeto sexual. Freud coloca como novo objeto sexual, nesta fase, a descarga dos produtos sexuais. A pulsão sexual está agora subordinada à função reprodutora, tornouse por assim dizer altruísta. O caráter altruístico visa, obviamente, a manutenção da espécie.

-6CÉREBRO – ESTRUTURA – FUNÇÕES Cérebro – matéria: cinza-rosado. peso: 1360 gramas em média. forma: de um melão. localização: caixa craniana. envólucro: membranas e bolsa de líquido.

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28 _________________________________ Origem – de todos os nossos pensamentos. de todos os nossos sentimentos e atos.

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Conteúdo – 10.000.000 de neurônios, células nervosas microscópicas agrupadas em milhões de circuitos exercendo sua função específica hereditária ou ensinada pelas experiências.

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Descobertas

– divide-se em dois hemisférios - o lado esquerdo do corpo é comandado pelo lado direito e vice-versa - 95% das pessoas – o hemisfério esquerdo controla além da linguagem, os processos lógicos como a matemática. - o hemisfério direito corresponde a atividades não verbais de caráter artístico ou afetivo.

A PERSONALIDADE Indivíduo – in – divisium ou não dividido. Individualidade – diferenças interindividuais mais ou menos estáveis.

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Aspectos no funcionamento do indivíduo animal e humano. - o organismo - o psiquismo

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Organismo – conjunto de forças biológicas integradas. ________________________________ Psiquismo – conjunto de funções comportamentais. ________________________________ Estrutura de funcionamento dos traços individuais do ser vivo: do organismo chama-se constituição do psiquismo chama-se personalidade

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Pessoa - Personalidade “Eu e si”

-

“self”

-

“si próprio”

Personalidade – caráter – temperamento Psicofisiologia – processo comportamental complexo. A – Processos cognitivos - percepção - imaginação - memória B – Processos de reação motora - sensoriais aptidões - intelectuais - motoras

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“performance” - desempenho


29 - atuação

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rendimento - no trabalho, no esporte, nos estudos

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traços físicos - aspectos expressivos - seu comportamento

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C – Funções afetivo dinâmico também chamado de caráter.

Estrutura da Personalidade Personalidade ≠ reações comportamentais Personalidade do indivíduo humano – propriedade de unidade e identidade que caracterizam o “sistema”. Qualidade essencial – (especificamente humana) A – percepção consciente do mundo, dos outros e de si mesmo. B – desenvolvimento superior das funções cognitivas. Traços de personalidade A – comportamentos – variáveis - ininterruptos B – formas físicas – ininterruptas - ligadas ao comportamento que elas ajudam a constituir Esta sucessão de fenômenos emanam de uma unidade que é a PESSOA CONCRETA. Pessoa concreta – idêntica a si mesma - muda continuamente - expressão - conduta Unidade – variação de conduta - sucessão mutante de manifestação A personalidade poderia ser formada por meio de aprendizagem. Assim adquiria qualidades ou traços – hábitos. Traços – pode ser definido em termo de constância de repetição externa. Não haveria formas gerais de conduta características de uma personalidade. Situação específica → reação específica → hábito específico

E Freud descobriu a estrutura psíquica humana. A personalidade divide-se em três instâncias psíquicas. 1 – ID 2 – EGO 3 – SUPEREGO ID – reserva libidinosa e agressiva EGO – parte do ID que está em contato com a realidade. SUPEREGO – formado pela assimilação dos padrões morais. Superego - controla o ego - dá-lhe ordens - julga-o - ameaça-o com castigos

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30 Análise da luta das três instâncias psíquicas Freud buscou nas origens da cultura Escreveu “TOTEM e TABU”

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Psicanálise aplicada à sociedade - fenômeno da evolução cultural - nascimento da religião - nascimento das instituições - e a moral - demonstra o horror ao incesto. - coerção – sociedade sobre o indivíduo. Marcas. - processo conflitivo entre o desejo e as imposições do grupo.

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Mal – estar na cultura - a fraqueza do próprio homem - a força destrutiva do mundo exterior - a dificuldade de relacionamento entre os homens. Freud homem de grau de influência na cultura universal, mudou a compreensão da infância, de nós adultos, da humanidade. Caráter - Caráter é o conjunto de traços psíquicos - Cunho, sinais característicos. Definições: (Dumas) – “caráter é uma individualidade psicológica”. (Wallon) – “caráter é a maneira habitual e constante, própria de cada indivíduo”. (Alport) – “designa o “grupo de traços” que se refere ao comportamento “afetivo dinâmico” da personalidade. O termo caráter quase foi eliminado do vocabulário psicológico porque implica freqüentemente uma avaliação moral ou social do comportamento. (mau caráter ou sem caráter). Na psicologia norte-americana o termo personalidade é empregado pelo termo caráter.

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Temperamento Comportamento fisiológico-hereditário e estável dos traços afetivos dinâmicos. É o conjunto de traços fenótipos considerados essencialmente dependentes da constituição fisiológica ou hereditária – genótipos. Ex.: - grau de emotividade. - grau de estabilidade ou instabilidade do humor. - ritmo individual. Temperamento – esquema mais ou menos fixo, sobre o qual se apóia o desenvolvimento das formas concretas do caráter.

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Fases de Organização Libidinal Freud distingue dentre as organizações “pré-genitais”. _________________________________ 1a fase oral - prazer pela ingestão de alimentos. - excitação da mucosa dos lábios e da cavidade bucal. Fonte – zona oral Objeto – o seio Objetivo – incorporação do objeto

________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________

2a fase anal - prazer sob o primado da zona anal. - modo de relação de “ativo” e “passivo”. ________________________________ - valor simbólico ligado às fezes.


31 _______________________________ 3a fase fálica - predomínio dos órgãos genitais. - apresentação de um objeto sexual e convergências dos impulsos sexuais sobre esse objeto.

-7BIBLIOGRAFIA - Estrutura da Personalidade

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(Joseph Nuttin) - Freud e o inconsciente (Sigmund Freud) - Freud para inconscientes (Janer Covo Torres) - O EU na teoria de Freud e na Técnica Psicanalítica (Jacques Lacan) - Personalidade – Padrões e Desenvolvimento (Alport, G. W.) - Vocabulário da Psicanálise (Laplanche e Pontalis) - Apostilas e Coletâneas – Neep (Sérgio Costa)


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