Cia. dos Atores - 25 anos | janeiro 2014

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Cia dos Atores . 25 anos De 9 de janeiro a 16 de fevereiro de 2014



Maturidade Aos 25 anos, uma companhia de teatro já experimentou modos de criar, produzir, comunicar com o público, e estabeleceu marcas próprias, sedimentou seu lugar no panorama das artes. A Cia dos Atores nasceu para experimentar: desde as primeiras obras, é assim que se move, em contínuo processo de pesquisa, intercâmbio artístico, reinvenção da cena como que a se desafiar constantemente, diante da mobilidade do presente. Recusa a repetição de fórmulas, e ao mesmo tempo reforça suas marcas. Partindo da estrutura de teatro de grupo e tendo como base o processo colaborativo de criação, adotou modos antropofágicos e próprios de criar. Trata-se de uma cena ruidosa e viva, construção operada no desmonte de peças, para novo remonte, e assim quase que sem cessar, se faz o teatro que agora comemora 25 anos, nesse Sesc Belenzinho. Cena criada por artistas que “atuam numa área de risco, em que a decisão funambulesca garante o acordo íntimo e instável entre a pulsão plástica e o desejo do jogo teatral, que envolve atores e espectadores num processo permanentemente aberto”, citando trecho de análise da pesquisadora Sílvia Fernandes - conhecedora desse percurso artístico publicada em Teatralidades Contemporâneas. A maturidade não é, ou não precisa ser, sinônimo de um momento marcado por certezas, no qual se aferrar a conceitos e práticas com comprovado sucesso. Não é assim para o teatro da Cia dos Atores, do qual a cena brasileira é tributária de relevantes contribuições e, sobretudo, de muitas inquietações.

foto: Vicente De Mello

Sesc



A

peça Conselho de Classe compreende uma fase bastante especial. Após 25 anos

de estrada, produzindo espetáculos memoráveis, ganhando prêmios em importantes festivais nacionais e internacionais, pretendemos investir em uma das nossas grandes marcas: o encontro artístico com outros artistas e grupos de teatro, sempre em busca da reinvenção e de outros espaços e pares para atuação. Escrito por Jô Bilac e dirigido por Bel Garcia e Susana Ribeiro, o espetáculo conta com Cesar Augusto, Marcelo Olinto, Leonardo Netto, Paulo Verlings e Thierry Trémouroux no elenco. Trazer discussões para o interior do Teatro é um dos objetivos de Conselho de Classe, que é fruto do encontro de artistas inquietos e desejosos por mudanças. Voltar ao Sesc Belenzinho é afirmar ainda mais uma relação artística vitoriosa. Desde 2002, nos apresentamos na cidade de São Paulo, graças a uma política cultural procedente e consequente que o Sesc desenvolve. Comemorar 25 anos em boa companhia é motivo de orgulho. Muito obrigado!

Cia dos Atores

A Cia & o Sesc SP 2002 – Meu destino é pecar . Sesc Consolação 2004 – ensaio.Hamlet . Sesc Belenzinho 2007 – Melodrama & ensaio.Hamlet . Sesc Pinheiros 2011 – Devassa . Sesc Consolação 2012 – ensaio.Hamlet . Sesc Belenzinho

foto: Dalton Valério

2014 – Conselho de Classe . Sesc Belenzinho



espetáculo

Conselho de Classe Em cena, uma reunião de professores é desestabilizada pela chegada de um novo diretor. Esse encontro faz eclodir dilemas éticos e pessoais em meio a decisões que se confundem nas relações de poder da instituição escolar. Com abordagem realista do ambiente escolar, a peça propõe um diálogo entre cena e plateia a respeito da educação no Brasil, com algumas perguntas: hoje, que tipo de profissional se dispõe a trabalhar em uma escola pública? Se o professor é mal remunerado e trabalha com condições precárias, que tipo de sociedade está sendo construída?

foto: Dalton Valério

Texto: Jô Bilac Direção: Bel Garcia e Susana Ribeiro Assistência de Direção: Raquel André Elenco: Cesar Augusto, Leonardo Netto, Marcelo Olinto, Paulo Verlings e Thierry Trémouroux Stand-in: Sérgio Maciel Voz Off Vivian: Drica Moraes Cenário: Aurora dos Campos Assistência de Cenografia: Vinicius Lugon Direção de Palco: Wallace Lima Figurinos: Rô Nascimento e Ticiana Passos Iluminação: Maneco Quinderé Assistência e Operação de Iluminação: Orlando Schaider Trilha Original: Felipe Storino Operação de Som: Diogo Magalhães Fotografia: Vicente de Mello Identidade Visual Original: Radiográfico Releitura Identidade Visual/ Projeto Gráfico: Sesc Belenzinho Consultoria Pedagógica: Cléa Ferreira Direção de Produção: Tárik Puggina Produção Executiva: Luísa Barros Administração Financeira: Amanda Cezarina

Temporada de 9 de janeiro a 16 de fevereiro.

Quinta a sábado, 21h30. Domingos e feriado (25/01), 18h30.


críticas “Por meio de uma conjugação precisa de humor e melancolia, Jô Bilac descortina, em Conselho de Classe, um painel da decadência do sistema educacional num mundo marcado pela derrocada dos valores básicos de convivência. O autor entrelaça com habilidade a perspectiva panorâmica com a individual, a julgar pela construção das personagens: há a professora desiludida que procura complementar a escassa renda com a comercialização de produtos, a veterana que vive esquecida na biblioteca, a descrente com a chance de reversão de quadro tão terminal e a que conserva certo grau de idealismo a despeito do ambiente degradado. Todas reagem, de forma diferenciada, à chegada de um novo diretor, inicialmente disposto a reconciliar a escola com a ordem perdida.”

(trecho de crítica escrita por Daniel Schenker) “A direção de Bel Garcia e Susana Ribeiro tira o melhor partido ao dispor do elenco masculino para interpretar papéis femininos. A segurança e rigor com que a dupla equilibra humor e tensão são determinantes para que façam da inversão de gêneros vigoroso elemento da cena. A forma como conduzem o elenco, coeso e intenso, demonstra como o fato das diretoras também serem atrizes pode ter contribuído para que os atores, em conjunto, tivessem desempenhos destacáveis. Leonardo Netto, Paulo Verlings e Thierry Trémouroux estabelecem intensa contracena, ao lado de César Augusto, em atuação extremamente bem construída, e Marcelo Olinto, num dramatismo cuidadoso e equilibrado.”

(trecho de crítica escrita por Macksen Luiz)


“Quando falamos em teatro aqui, falamos em Bel Garcia e em Susana Ribeiro, aqui assistidas por Raquel André, que assinam o transporte da literatura de Jô para o palco realizado pelo grupo Cia dos Atores. Com a maestria de quem conhece o idioma teatral, a dupla de diretoras dosa com galhardia cada informação que solta, de forma a virar o jogo, subverter a narrativa pelo seu oposto, reimprimir um ritmo que parecia ter sido perdido, mas nunca o foi. O desenho de movimentação pelo palco é excelentemente usado, as pausas e os clímaxes nos momentos de diálogo, as intervenções externas (a água que falta, o banheiro sujo, o ventilador que pifa, as vozes que vêm da rua, o telefone que toca,...) e os momentos de reflexão dos personagens são usados em favor da narração e de sua fruição cênica com galhardia.”

foto: Dalton Valério

(trecho de crítica escrita por Rodrigo Monteiro)


atividades integradas

Texto Dramático

[Workshop de Dramaturgia]

Com Jô Bilac Dias 18 e 19/01, sábado, das 15h às 18h; domingo, das 14h às 17h. A oficina tem como objetivo investigar o processo criativo na construção de um texto dramático. Dividida em duas etapas (dias) a oficina será assim coordenada: Dia 1: Estrutura dramática: Analise de texto | Exercícios de cena Dia 2: Diálogo e estrutura da cena | Análise dos exercícios de cena Público alvo: estudantes e pesquisadores de teatro e dramaturgos.

Oficina para Atores Coordenação: Cesar Augusto e Marcelo Olinto Dias 31/01; 01, 07, 08/02, sextas e sábados das 16h às 19h. O jogo possibilitando múltiplas narrativas na cena. A investigação como ponto de partida para a criação de uma linguagem teatral. Explorar as ferramentas corporais e verbais na elaboração de uma gramática cênica autoral. Para atores profissionais e estudantes de teatro.

foto: Dalton Valério

*Informações sobre inscrições: www.sescsp.org.br/belenzinho



Sobre a Cia dos Atores Formada em 1988, no Rio de Janeiro, pelos atores Bel Garcia, Drica Moraes, César Augusto, Gustavo Gasparani, Marcelo Olinto, Marcelo Valle e Susana Ribeiro, em torno do diretor e também ator Enrique Diaz, a Cia dos Atores foi criada com o objetivo de suprir uma necessidade de estudar e experimentar novas possibilidades da cena teatral. A partir de 2004, com uma sede de trabalho localizada na Lapa, esse caminho de pesquisa e renovação permanente de linguagem artística se fez possível. São mais de uma dezena de espetáculos montados, diversos prêmios e uma carreira nacional e internacional reconhecida pela imprensa especializada. O processo colaborativo, o encontro com artistas de outros grupos e procedências, a provocação estética e o diálogo com o tempo presente, características tão fortes da Cia dos Atores, perpassam todos os espetáculos, buscando traçar novas possibilidades para “o estar junto”: no teatro e no mundo.


Integrantes Bel Garcia Participou como atriz em dez países e em várias capitais brasileiras com os espetáculos “Melodrama”, “Ensaio. Hamlet” e “A gaivota”, todos dirigidos por Enrique Diaz. Estreou na direção de teatro em 2008, com o espetáculo “Apropriação”. Sua segunda direção foi em 2011, com o espetáculo “INBOX”, com texto de Gregório Duvivier e Clarice Falcão. Em 2012, dirigiu “Matamoros”, peça baseada no conto homônimo de Hilda Hilst, e “Inglaterra – versão brasileira”, com texto de Tim Crouch.

César Augusto Atua como diretor, ator e produtor da Cia e, eventualmente, como cenógrafo. Dirigiu os espetáculos “A babá”, de Denise Crispum, “O enfermeiro”, “Tristão e Isolda”, de Filipe Miguez, e “Talvez”, com texto e atuação de Alamo Facó, “Os inocentes”, com Brecha Improviso, e “Peças de encaixar”.

Marcelo Olinto É um dos fundadores da Cia. Entre os espetáculos de que participou destacam-se “Rua Cordilier”, “Tempo e morte de Jean-Paul Marat”, “A bao qu”, “A Morta”, “Cobaias de satã”, “O rei da vela”. Em 2008 produz e protagoniza “Bait man”, dirigido por Gerald Thomas, e “Devassa”, dirigido por Nehle Franke.

Marcelo Valle Membro da Cia. há 24 anos, integrou o elenco da maioria de seus espetáculos, todos dirigidos por Enrique Diaz. Fora da Cia, trabalhou com Felipe Hirsh, Moacyr Chaves, Christiane Jatahy, João Fonseca e Ernesto Piccolo, entre outros. Foi indicado ao Prêmio Shell de Melhor Ator em 2005.

Susana Ribeiro Integra a Cia dos Atores desde sua fundação e, com ela, atuou sob a direção de Enrique Diaz em vários foto: Vicente De Mello

espetáculos, como “Melodrama”, “A Morta” e “ensaio.Hamlet”. Também dirigiu os espetáculos “Esta propriedade está condenada”, “Peças de encaixar”, “Quartos de Tennessee” e “JT - Um conto de fadas punk”.


Cronologia: principais espetáculos e prêmios 1989

RUA CORDELIER

1990 A BAO A QU

Molière (Direção)

1992 A MORTA

Shell SP (Figurino)

1993 SÓ ELES O SABEM 1995

MELODRAMA

Shell SP, Mambembe SP e APCA (Texto)

Shell SP, Shell RJ, Sharp RJ, Mambembe RJ, Mambembe SP (Direção)

Shell RJ, Shell SP, APCA e Mambembe RJ (Figurino)

Mambembe RJ, APCA e APETESP (Espetáculo)

1996

TRISTÃO E ISOLDA

Mambembe (Pesquisa Musical)

1997

O ENFERMEIRO

1998

COBAIAS DE SATÃ

2000 O REI DA VELA 2002 MEU DESTINO É PECAR 2004 ENSAIO.HAMLET

APCA (Espetáculo)

Grand Prix de La Critique | França (Espetáculo Estrangeiro)

Prêmio Qualidade Brasil (Espetáculo)

Prêmio Qualidade Brasil e Shell RJ (Direção)

Prêmio Qualidade Brasil (Ator)

2004 NOTÍCIAS CARIOCAS

Prêmio Qualidade Brasil (Espetáculo)

Prêmio Qualidade Brasil (Direção)

Prêmio Qualidade Brasil (Atriz)

2008 PROJETO AUTO-PEÇAS 2010 DEVASSA 2013 CONSELHO DE CLASSE 2013 COMO ESTOU HOJE 2013 LABORATORIAL



Sesc Belenzinho Rua Padre Adelino, 1.000

Belém

Tel.: (11) 2076 9700 sescsp.org.br/belenzinho /sescbelenzinho / sesc_belenzinho

patrocínio

produção

coprodução

realização


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