O Clube de Leitura
Escola Sesc
Ananindeua
Foto: Acervo do Sesc Pará
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sua biblioteca em todo brasil
SIDNEY AUGUSTO GAMA AMAZONAS
Registros do Clube de Leitura da Biblioteca da Escola Sesc Ananindeua.
Ananindeua 2019
s Turma 9 201 2018 e
Amarelinho Azulão
Cisne Branco Estrelinha
Diamante Gould
Canarinho
Curió
Arara Vermelha
Faisão
Colibri
Irerê
Garibaldi
Cardeal Vermelho
Patativa
Gaivota Prateada
Lóris Arco-Iris
Jandaia
Martin Pescador
Pavão
Anambé Azul
Mandarim
Sete Cores
Tiê Sangue Japiim
Pavãozinho-do-Pará
Tarin
SUMÁRIO
Apresentação ..........................................................6 Clube de Leitura ......................................................7 Aventura e Leitura ................................................10 Dinossauros ..............................................................11 Arthur Bispo do Rosário ....................................15 Portinari ....................................................................19 Caixa de Histórias ................................................26 Lendas .....................................................................33 Respeito e Diversidade .....................................40 Oficina de HQ .......................................................46 Oficina de Pop-up ...............................................48 Considerações ......................................................50 Referências .............................................................52
Apresentação Os clubes de leitura foram durante muito tempo um ponto de encontro e difusão da literatura. Depois de um período adormecidos, percebe-se em plena era da tecnologia digital, um renascer dessa saudável prática, com ações notáveis de incentivo à leitura, aproximando os leitores de espaços como as bibliotecas e centros culturais. Nesses espaços, os leitores de diferentes faixas etárias são instigados ao gosto pela leitura, e partilham histórias de livros lidos, aguçam a atenção através das narrativas, estimulam a criatividade nas oficinas realizadas e exercitam a leitura como prática democrática. A leitura é uma tarefa essencial para a construção do conhecimento e um deflagrador do sentimento e opinião crítica do indivíduo. Esse livreto apresenta relatos do Clube de Leitura que é realizado desde 2018 na Biblioteca da Escola Sesc em Ananindeua, com os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Essa publicação documenta a salutar prática de incentivo à leitura, através do registro de imagens, impressões e relatos dos participantes nas várias ações realizadas pelo Clube. Boa Leitura!
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Clube de Leitura A ideia do Clube de Leitura surgiu de uma pesquisa realizada em 2016, com os alunos e professores da Escola Sesc Ananindeua, que tinha como objetivo melhorar os serviços oferecidos pela Biblioteca. A criação de clubes de leitura foi a sugestão mais citada na pesquisa. O resultado da pesquisa demonstrando o interesse dos alunos por clubes de leitura foi uma surpresa para a equipe da biblioteca. A partir da análise das respostas, organizou-se o projeto que foi colocado dentro do Plano de Ação da Escola no ano de 2018. Quando falamos de Clube de leitura, uma palavra deve ser colocada em destaque: LEITURA. A leitura é uma experiência individual por excelência. Abrange muitos significados. Ao ouvir uma música, ao admirar uma pintura, quando sentimos o sabor de uma deliciosa comida, o cheiro da terra molhada, o cheiro de um bebê, a força e a massagem em nossos pés quando andamos na areia de belas praias, o vento frio a bater no rosto, enfim, tudo o que sentimos, vemos e ouvimos, está relacionado ao processo de leitura. A leitura possibilita prazeres, saberes, reflexões e ações. (CÔRTE, 2011, p.1)
A Proposta Pedagógica do Sesc apresenta uma visão bem interessante quando fala do ato de ler, pois entende o livro como experiência, como via dupla: A etimologia de ler nos remete a recolher, colher, colecionar, coletar. Sendo assim, pode-se dizer que leitura é também e-leição, se-leção, co-leção, co-lheita. (...)
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Considerando a leitura como experiência, pode-se dizer que o livro também nos lê; porque passamos a ver em nós o que não víamos, ou mesmo o que não havia antes para ser visto. Essa relação de mão dupla, do leitor que lê o livro e do livro que lê o leitor, é mesmo um diálogo incessante. (SESC, 2015, p.75-76)
No Clube de Leitura da Biblioteca da Escola Sesc Ananindeua optou-se por trabalhar com temas. Os encontros realizam-se durante uma semana por mês, com duração de 01 hora, para atender todas as turmas da escola. O ato de ler nos clubes de leitura é de uma importância ímpar, além do incentivo, se faz necessário o exemplo, ou seja, para que haja leitores tem que ter quem leia. Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. (ABRAMOVICH, 2002, p. 16)
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Dois títulos foram muito apreciados pelos alunos, “Maria vai com as outras” da escritora Sylvia Orthof e “Pedro vira porcoespinho” da escritora Janaina Tokitaka. Alguns alunos chegaram a comentar que já tinham ouvido as histórias na sala de aula; porém, quando foram feitas as leituras trocando os nomes dos personagens pelo dos alunos, as reações foram diversas, desde surpresa, espanto, desconfiança até largos sorrisos. Como enfatiza a escritora Betty Coelho, “narrar com o livro não é, propriamente, ler a história. O narrador a conhece, já a estudou e a vai contando com suas próprias palavras” (COELHO, 2006, p.33). A experiência de conhecer a história e ir contando, adaptando conforme o momento favoreceu bastante a participação descontraída de todos. Com os alunos da Educação Infantil, foi feita leitura do livro “Elefante caiu” do escritor Ivan Zigg. Durante a narração cada aluno tirava um objeto de uma caixa colorida e esse elemento era incorporado na história, foi uma dinâmica que conseguiu segurar bastante à atenção das crianças. Utilizar esse recurso não significa que a história foi totalmente modificada ou ficou sem sentido, pelo contrário, os elementos tipo carros, animais e flores, foram sendo incorporados no cenário que estava descrito no texto e imagens do livro. Afinal, “adaptar não significa modificar o texto aleatoriamente. As adaptações devem tornar mais espontâneas a linguagem escrita e dar um tom harmônico à narrativa como um todo” (COELHO, 2006, p.26).
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Aventura e Leitura A primeira temática trabalhada no clube foi: aventura e leitura. Criou-se um ambiente em que foram organizados livros de aventura sobre uma mesa, além de um pequeno barco e um globo iluminado para lembrar que o livro transforma seus leitores em aventureiros e viajantes por terras distantes e desconhecidas. Nesse encontro foi feita a leitura do livro “Para que serve um livro”, de autoria de Chloé Legeay. Na obra, a autora faz uma homenagem aos livros e destaca a importância da leitura. Nas turmas do 5º ano, foi realizada a leitura compartilhada, com cada aluno lendo um trecho e, ao final, espontaneamente, os alunos comentaram o que tinham entendido da leitura. Afinal, “ouvir histórias não só nos dá prazer, nos ensina a escutar estimula nossa imaginação e nossa criatividade, assim como nos leva a um nível de prontidão que facilita a absorção do que é dito” (SILVA, 2018, p. 69).
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Dinossauros Nessa etapa utilizou-se a proposta de Rotação por Estações, estratégia didática, que “consiste em criar uma espécie de circuito dento da sala de aula. Cada uma das estações deve propor uma atividade diferente sobre o mesmo tema central” (ASSAKI, 2016). Adaptou-se esse modelo para a biblioteca e todas as estações foram devidamente sinalizadas com os comandos da atividade. Exibiu-se na primeira estação, os seguintes vídeos: “Dinossauros: os gigantes da terra”, da editora BrasiLeitura e “13 curiosidades incríveis sobre dinossauros”. Os vídeos traziam várias curiosidades sobre os dinossauros e após a exibição, foi feito um momento de conversa para apreender o que mais marcou os alunos. Na segunda estação, os alunos tinham como tarefa montar, em duplas, quebra-cabeça sobre dinossauros, com nível de dificuldade médio. Com os alunos da Educação Infantil, o número de membros montando o quebra-cabeça era maior. Depois de um determinado tempo, era feita a rotação. Na terceira estação, os alunos faziam leitura de livros sobre dinossauros, buscando inspiração para depois criarem desenhos. A quarta estação, denominada “mãos à obra”, consistia em fazer miniaturas de dinossauros com massa de modelar. Ao final, cada aluno levou sua miniatura para casa.
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Na quinta estação, montou-se um espaço onde foram trocadas ideias sobre o que são fósseis, como se dá o processo de fossilização, o que faz um paleontólogo e como se dá o trabalho de escavação e busca pelos fósseis. Foram confeccionados alguns blocos de gesso para que os alunos pudessem experimentar o ato de escavar seus fósseis. Os alunos ficaram muito empolgados com a temática trabalhada, todos participaram ativamente, colocando suas opiniões, seus questionamentos e suas ponderações em relação aos dinossauros. Percebe-se que o tema desperta o imaginário e a criatividade das crianças.
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Arthur Bispo do Rosário A proposta de Rotação por Estações, que consiste em criar uma espécie de circuito dentro da sala de aula, ou no nosso caso, dentro da biblioteca, foi mais uma vez utilizada no Clube de Leitura, sendo trabalhada a vida e obra de Arthur Bispo do Rosário (1909 – 1989). Nessa etapa foi utilizada a Caixa dos Escolhidos, um conjunto de jogos pedagógicos que, de forma lúdica difunde a cultura e a história da arte brasileira através do universo poético de Arthur Bispo do Rosário. Na primeira Estação foi exibido um vídeo sobre a vida de Bispo do Rosário, narrado por Vivian Villanova, no seu canal no YouTube “Vivieuvi”, que é um espaço para discutir arte e exposições.
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Na segunda estação, foram disponibilizadas pranchetas com obras e textos sobre Bispo do Rosário, material que faz parte da caixa dos escolhidos. Nessa estação os alunos tinham que fazer leitura e copiar palavras chaves ou pequenas frases sobre o Bispo, para serem utilizadas na quinta estação. A terceira estação consistia em montar um quebra-cabeça da obra “Veleiro” de Bispo do Rosário. O entusiasmo dos alunos e o espírito de equipe que reinava entre eles eram perceptíveis. Na quarta estação denominada ‘mãos à obra’, os alunos eram convidados a fazer releituras das produções de Bispo do Rosário e criar obras utilizando materiais de largo alcance (papelão, papel, CDs, jornal, sobras de tecidos e Eva...). Na quinta estação os alunos experimentaram a criação de memes, que são parte de mais uma revolução da era digital, essa nova forma de linguagem é comparável a uma versão moderna da caricatura. Caracteriza-se como uma imagem que ganha outro significado, geralmente cômico, e é compartilhada na internet de forma viral. Nessa estação, foi comentado sobre a importância dos memes serem engraçados, porém, sem ofensas ou mentiras. Foi um momento muito proveitoso e os alunos ficaram muito empolgados com a possibilidade de criação dos seus memes.
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Alguns memes criados pelos alunos durante o Clube de Leitura.
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Portinari “Sabem por que é que eu pinto tanto
menino em
gangorra e balanço? Para botá-los no ar, feito anjos” (Portinari)
Nessa etapa trabalhou-se o tema Portinari. Foi colocado no centro da Biblioteca, o “Bauzinho do Pintor”, uma ferramenta pedagógica que contém pranchetas, manuais e Cd-room para trabalhar a vida e obra de Cândido Portinari (1903 – 1962).
Um baú sempre acolhe ideias, mistérios e muita imaginação. E nosso bauzinho do Portinari guarda um legado de nossa gente, de nosso povo sofrido, do Brasil dos excluídos. Vamos viajar pelo Brasil através da obra de Portinari sensibilizando crianças, jovens e professores na descoberta do mundo pelos caminhos da arte. (MIGUEZ, 2012, p.3)
Na primeira estação foram exibidos vídeos, conforme a faixa etária dos alunos, sobre a Vida e obra de Portinari. Após cada exibição era feito um breve momento de conversa para relembrar fatos mostrados nos vídeos; vale registrar que as crianças se apropriaram de muitas informações e expressaram para todos. Na segunda estação foi montada uma exposição das pranchetas de Portinari e disponibilizados livros sobre a vida e obra do artista para leitura e aprofundamento dos alunos.
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A percepção dos alunos estava aguçada. Na tela “Café”, eles perceberam o detalhe do tamanho avantajado dos braços, mãos, pernas e pés de alguns trabalhadores retratados. Esses detalhes são evidenciados por Fátima Miguez, quando diz que “a deformação do corpo da figura humana - como os pés e as mãos - associa-se ao esforço do trabalho diário dos lavradores brasileiros, na dureza do trabalho”. (MIGUEZ, 2012, p.16) Observando a tela “Retirantes” os alunos foram incentivados a falar o que viam. Alguns viram mortos vivos, outros viam zumbis e caveiras; um dos alunos relatou que o quadro falava da fome. Enquanto era explicado que Portinari quis retratar a situação do povo fugindo da seca, magros de fome, um aluno pediu a palavra e disse que nem todos, pois uma das crianças do quadro estava bem gordinha. Infelizmente aquela barriga era de doença, como bem chama atenção Marília Balbi.
Em Retirantes, a família caminha descalça pela terra seca, cheia de ossos pelo chão, lembrança de mortos que ficaram pela estrada. Olhos desesperados, perplexos, seguem o caminho, todos juntos. Uma mulher apreensiva segura um bebê em um braço, enquanto a outra mão equilibra a trouxa de roupas sobre a cabeça. O pai, de olhos assustados de sofrimento, dá a mão a um menino e, com a outra, carrega também seu fardo. Uma terceira criança tem uma enorme barriga de doenças e vermes (BALBI, 2003, p. 49).
Os alunos ficaram bem sensibilizados pela temática, percebese que são crianças que estão abertas aos diferentes temas propostos.
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Na terceira estação, foram disponibilizados 03 quebra-cabeças, feitos com cópias das telas “Espantalhos”, “Menino do tabuleiro” e “Meninos com carneiro”. Cada prancheta foi apresentada aos alunos antes que começassem a montagem. Alguns alunos conseguiam montar sozinhos, outros, sentiam dificuldade e pediram ajuda montando coletivamente. Na quarta estação foram disponibilizadas folhas em branco, lápis e lápis de cor. Os alunos foram convidados a fazer uma releitura das obras do pintor. Todos procuraram expressar da melhor forma o que foi apreendido e alguns colocaram nos seus desenhos suas preferências, seus interesses e até seus conflitos, como enfatiza a pedagoga Célia Silva G. Barros, “pelo desenho a criança revela coisas que se passam no seu íntimo e que ainda não é capaz de revelar pela linguagem falada” (BARROS, 2007, p. 187). Os trabalhos realizados pelos alunos foram separados por turma e organizados em forma de livreto, fazendo parte do acervo da biblioteca, ficando em uma estante destacada como atividades dos alunos. Os professores e as crianças gostam muito de folhear esses livretos e observar suas obras e as dos colegas. Na quinta estação, foram disponibilizados os computadores da Biblioteca para os alunos criarem seus memes. A Culminância dessa etapa ocorreu durante a festa da família. No espaço da Biblioteca foi montada uma exposição sobre Portinari para que os responsáveis pelos alunos pudessem experimentar e realizar as atividades feitas pelos filhos durante o clube.
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Os visitantes puderam apreciar as telas do pintor e fazer uma releitura das mesmas. Muitas crianças queriam fazer os desenhos, porém, foram orientadas que até podiam ajudar, mas, a atividade devia ser feita pelos pais. Foi bem interessante que muitas atividades foram feitas a “quatro mãos”: pais e filhos. Os responsáveis tiveram oportunidade de montar os quebracabeças das obras de Candinho e assistir um vídeo exibido nos computadores da biblioteca, com fotos dos trabalhos de seus filhos durante o clube. Os pais agradeceram pela oportunidade. Uma mãe relatou que ficou muito emocionada, pois na infância ela tinha cópia de uma das obras do Portinari e que esse momento a fez relembrar de sua infância. Na sequência alguns dos trabalhos feitos pelos pais e alunos.
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Caixa de Histórias Nessa etapa foi realizada uma atividade de história compartilhada, utilizando o livro “Nicolau tinha uma ideia”, da escritora Ruth Rocha como inspiração. Após a leitura da história foi entregue aos alunos uma caixa que continha vários objetos. Cada aluno tirou um item de dentro dela e iniciou uma história, do seu jeito, utilizando esse elemento. Os alunos seguintes tiraram outros objetos e foram acrescentando na história. Esse momento foi muito interessante, algumas crianças ficavam sem palavras, mas incentivadas pela empolgação dos colegas, participaram ativamente. Para Seber (1997) “a criança se interessa por aquilo que tem chance de compreender, por estar de acordo com seu nível de desenvolvimento”. Percebe-se que essas crianças não realizavam a proposta por não a terem compreendido, tanto que depois voltavam a participar. Enquanto os estudantes iam contando sua história, as suas falas eram registradas e foram digitadas em um opúsculo que os próprios alunos da turma ilustraram. Esses livretos fazem parte agora do acervo da nossa biblioteca, os mesmos ficam expostos em um nicho fixado em uma coluna na biblioteca, percebe-se o entusiasmo dos alunos ao folhearem
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os livros de sua turma e das outras turmas da escola. Alguns mostram para os colegas e professores apontando os desenhos que fizeram. Nessa etapa percebeu-se que os alunos realmente abraçaram a proposta feita. As turmas conseguiram acompanhar o raciocínio dos colegas, e várias histórias apesar de terem sido contadas oralmente utilizando objetos diferentes, possuem um texto com início, meio e fim. Em outras turmas a oralidade foi tão grande que foi possível fazer dois textos diferentes.
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A seguir alguns textos que nasceram da Caixa de Histórias. Turma Cisne Branco (1º ano) Eu vi um jacaré, ele era verde-água. Era um bebê jacaré. O bebê jacaré brincava com o peão. O leãozinho parou para ver o jacaré nadar. Naquele ambiente existiam outros leões que queriam saber se tinham outros jacarés no lago. O gato veio para o parque como um leão, procurar peixe. O índio foi conversar com o jacaré, com o leãozinho e com o gato. Esse índio ensinou Karatê para os três que ficaram fortes. Apareceu o esquilo e convidou todos para jogar futebol. O esquilo jogou futebol com o gato, o leão e o jacaré. O Taz, chegou e atrapalhou a brincadeira, chutou a bola para a árvore. Ainda bem que apareceu caminhando um índio, que pegou um cipó e usou para subir na árvore e pegar a bola. O esquilo correu para árvore para pegar comida. O jacaré convidou todos para jogar bola. Turma: Loris Arco-iris (4 anos) O elefantinho estava com muita fome. Existiam outros elefantes, que eram maus com ele. Um urso que não gostava de tomar banho saiu da casa dos pais e foi passear na floresta. O elefantinho também fugiu. Os passarinhos não voavam por que não tinham árvores para pousar. Todas as árvores tinham sido usadas para fazer casas de madeira. O jacaré não queria comer, nadou, nadou, nadou e ficou com fome. Viu um peixe e comeu. O índio entrou na água para nadar, o jacaré avançou para morder, mas o índio lutou com o jacaré e conseguiu fazer o bicho fugir. O índio queria comer, fez uma farinha na peneira e comeu.
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Turma: Anambé Azul (5 anos) As pessoas fazem farinha no interior, o jacaré queria comê-la. O urso brigou com jacaré e ganhou a briga. O índio matou o urso, venceu a luta. O índio brigou com outro índio. A menina estava fazendo uma comida, ai apareceu uma boneca e comeu junto com a outra menina. O taz estava querendo comer, saiu de casa pra procurar ratos para comer, achou 4 ratos e colocou na boca, e depois ele engoliu quando estava dormindo. Apareceu outro índio e viu que o urso ainda estava vivo, matou o urso e o índio. O gato comeu o urso e o jacaré, e os engoliu depois vomitou. Jacaré comeu o gato e o índio.
Turma: Canarinhos ( 5 anos) Era uma vez um soldado que se transformou em um guerreiro e começou a atirar, pois caçava passarinhos. O guerreiro achou uma garrafa e tirou de dentro dela um papel misterioso. Nisso viu um vulto passando rápido em sua frente, e ouviu um vruuuuuummmmm!!! Percebeu que uma criatura mergulhou no mar que estava em frente. O guerreiro foi verificar nas margens que criatura era aquela, pronto para caçá-la. Enquanto olhava para o mar, a criatura nadou em sua direção, saiu do mar, derrubando o caçador e voou para o alto de um vulcão.
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Turma: Amarelinho ( 4º ano) Estava vindo de minha casa para o Sesc e encontrei um tesouro, uma cabeça de dragão e uma garrafa. Dentro da garrafa tinha uma flecha, eu a usei. A flecha acertou na janela de uma casa e a dona da casa brigou comigo. Pedi desculpas e falei que vou comprar outra janela. Ai a mulher agradeceu e me deu uma bola. Enquanto brincava com a bola acertei uma estátua e a estátua caiu. Dentro da estátua tinha uma máscara que usei para ir a uma festa a fantasia. Mas a festa era longe e peguei um barco parecido com um cisne. Lá na festa encontrei uma folha, que era de uma planta mágica que fez todos sumirem.
Turma: Pavãozinho ( 3º ano) Havia no interior de Belém, uma casa, que vendia vasos de cerâmica. Dentro da casa vivia um macaco. Do lado da casa tinha um museu que tinha uma estátua de robô, na mão da estátua tinha um copo enfeitado com máscara. No museu também tinha um palhaço que fazia palhaçadas para nos alegrar. No lado do museu havia uma fazenda que tinha pintinhos. No museu tinham índios, máscaras e vasos de cerâmica. Os índios resolveram fazer sorteio de um vaso. Após o sorteio apareceu uma nave, que levou todo o museu e foi embora.
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Turma: Garibaldi ( 4 anos) A borboleta voa. O jacaré pesca. O jacaré nada. A girafa estava na flor quando apareceu o jacaré. O esquilo subiu na árvore para comer. O cavalo dorme. O gatinho mia. O índio corre.
Turma: Martim Pescador (5º ano) Certa vez uns índios estavam fazendo vasos de barro para vender. Quando terminaram de trabalhar foram ler livros. Os índios escutaram um barulho na floresta e foram ver o que era, pensando ser um monstro. Enquanto procuravam, acharam algo meio estranho que deram o nome de coração. Pegaram e guardaram o coração dentro de um vaso. O índio que levava o coração dentro do vaso deixou o vaso cair. Apareceu uma fada no caminho e concedeu 3 desejos para os índios. O primeiro desejo que pediram foi mais livros. O segundo desejo foram cornetas, para se comunicarem quando tiver perigo de animais selvagens. O último desejo é que um velho amigo voltasse para casa. Então, o coração encontrado se transformou no velho amigo que estava sumido, todos se alegraram com sua volta e ficaram muito felizes.
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Turma: Faisão (5º ano) Estava no Sesc e jogaram uma coisa na minha cabeça. Fiquei desnorteado e caí numa armadilha, um grande buraco. Quando estava preso caiu um dinossauro dentro do buraco. Encontrei uma bola dentro do buraco e joguei na cabeça do dinossauro que desmaiou. Saí do buraco e quando vi era um pajé jogando bola. Olhei para uma árvore e vi uma coruja que saiu voando quando olhei para ela. A coruja era amiga do jacaré. Quando vi ela vinha no ombro dele e eu sai correndo. Então o esquilo atacou a coruja. E aí o jacaré foi atrás de mim e fui correndo para o salão cinza. Saindo do salão cinza escorreguei numa bola e morri.
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Lendas As lendas de um povo são o reflexo do seu caráter e, quase sempre, a recordação de um estágio da sua evolução histórica (OLIVEIRA, 2007, p.10)
Por sugestão de algumas professoras foi trabalhado nesse encontro do Clube de Leitura o tema Lendas. Em cada turma durante as boas vindas era explicado um pouco sobre o que são lendas, como surgiram e sobre a liberdade de acreditar ou não nelas. Interessante que nesse momento em praticamente todas as turmas, os alunos ficavam afoitos para falar e colocar suas experiências, afinal, “usar a linguagem para narrar, relatar, argumentar, expor e descrever são capacidades próprias de cada um de nós” (SESC, 2015, p. 208). Dois relatos feitos pelos alunos, para ilustrar: - A noite quando vou dormir eu vejo minha irmã que já faleceu; - Quando a minha mãe apaga a luz do meu quarto à noite eu vejo uma mulher de branco com cabelos longos. Na primeira estação, que foi denominada espaço do Saci, exibimos os seguintes vídeos: Lendas indígenas: cobra grande e Uirapuru; Folclore Brasileiro em Animação; Programa Catalendas: Matinta Perêra; Coletânea da Turma do Folclore (Lendas) e 09 lendas indígenas que vão habitar seus pesadelos. Os vídeos eram exibidos conforme as faixas etárias.
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Para sinalizar a segunda estação, foi montado um ninho com um uirapuru de origami dentro. Os alunos foram convidados a apreciar uma pequena exposição sobre diversas lendas brasileiras e desenhar as suas versões das lendas. Nessa estação, procurou-se rever o que foi visto nos vídeos e o que significa a palavra Uirapuru, a maioria dos alunos respondiam certo: pássaro que não é pássaro. Alguns reproduziram as lendas apresentadas, outros preferiram reproduzir lendas que conheciam. Duas alunas da turma Arara Azul (5º ano), fizeram os seguintes relatos e desenhos: “um dia estava no interior com as primas, e enquanto passeava por um campo senti como se algo nos empurrasse. Quando olhamos tinha um monstro no caminho. Ficamos com medo e começamos a rezar de olhos fechados e o monstro sumiu” (Yara).
“estava brincando no condomínio e apareceu na rua uma mulher vestida de vermelho, com uma boina, parecendo uma francesa. A rua era longa e não tinha como a mulher dobrar, eu fiquei olhando para onde a mulher iria, mas do nada ela sumiu” (Luciana).
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A lenda da Mulher do Táxi foi o tema da terceira estação, espaço destinado para resolução de caça-palavras e palavras cruzadas. Utilizando umas imagens feitas de origami, pela ilustradora Simone Jares, foi contada a história de Josefina, uma moça, que uma vez por ano no dia de sua morte aparece na frente do cemitério Santa Izabel em Belém, e de madrugada pega um táxi. Ao chegar no seu destino diz que não tem dinheiro e pede para o motorista vir cobrar a corrida na manhã seguinte. No outro dia, quem atende na casa é uma senhora. Ela informa que mora sozinha, o motorista olha pela janela uma foto pendurada na parede e diz que aquela é a moça que deve a corrida. Aquela é minha filha que na noite anterior completou 10 anos de falecida, não é possível que ela tenha feito a corrida, comenta a senhora. O Curupira e a Iara sinalizavam a quarta estação, espaço de leitura sobre lendas. As crianças, em especial, as da Educação Infantil, compartilhavam entre si as descobertas. “Nessa interação tem papel fundamental o contato das crianças umas com as outras, algo essencial para o desenvolvimento e a aprendizagem” (SESC, 2015, p. 17). A lenda da Matinta Perera nomeou a quinta estação. Foi montada uma gruta e uma representação da Matinta, vestida de mortalha, com um lampião e um cajado. Na gruta tinham penas e alguns desenhos de gralhas em que estavam escritos Quem quer? Quem quer? A biblioteca estava em meia luz e tocava no computador um canto de pássaro da noite que quase no final dava um assovio de Matinta, foi bem legal, o assovio tocava bem na hora que era contada a lenda.
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Segundo esta lenda a Matinta é uma senhora que durante a noite transforma-se em pássaro e quando assovia em cima de uma casa, a pessoa da casa deve oferecer café. Na manhã seguinte, aparece uma senhora para buscar o café. Quando ela está para morrer, pergunta: Quem quer? Quem quer? Se alguma pessoa responde eu quero, a maldição passa para quem respondeu e a antiga Matinta morre. Os alunos faziam várias perguntas para saciar a curiosidade, por exemplo se uma criança pode virar matinta? Alguns comentários feitos pelos alunos referentes a Matinta: - A minha mãe quando criança viu a Matinta Perera deitada em uma rede na sala. - Minha mãe quando criança, antes de ser batizada, viu a Matinta Perera. - Na minha família contam que a Matinta quando assovia e não dão fumo para ela, no outro dia ela aparece arranca o olho ou a perna do dono da casa e joga no rio dentro de um vidro. - Meu tio no interior foi para a mata, viu a Matinta e ficou com febre. Nessa estação funcionou um espaço de jogos diversos (quebracabeça, jogo da memória e trilha), todos relacionados ao tema. Os desenhos feitos pelos alunos foram organizados por turma e colados formando um livro de imagens para cada turma, que agora fazem parte do acervo da Biblioteca.
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Respeito e Diversidade “Diga-me e eu esquecerei, ensina-me e eu lembrarei, envolva-me e eu aprenderei” (BENJAMIN FRANKLIN)
Nesse encontro do Clube de Leitura foi trabalhado o tema: “Não faz mal ser diferente”, com o objetivo de incentivar nos alunos o respeito pela diversidade. Utilizou-se a Metodologia Ativa: Rotação por Estações que é um modo dinâmico de participação muito apreciado pelos alunos. Na primeira estação foi exibido um vídeo da Turma da Mônica em que são apresentados cinco personagens com deficiências: Dorinha (cega), Luca (cadeirante), Humberto (surdo), Tati (Down) e André (autista). Após a exibição do vídeo os alunos socializavam o que tinham entendido. Foram apresentados também, os alfabetos Braille; a Língua de Sinais (LIBRAS) e livros em Braille e áudio livros. Os alunos gostaram bastante de conhecer os vários materiais que são utilizados pelos cegos e surdos. Entre as várias manifestações dos alunos destacam-se: “Eu gostei muito do vídeo e mais do André autista, porque eu tenho um amigo assim, agora já sei como falar com ele” (Maria Eduarda - turma Canarinho, 05 anos). “Gostei da parte de sentir a palavra com os dedos [tocar textos em Braille]” (Maria Vitória, turma Irerê, 3º ano). “Eu gostei do livro que o cego lê, ele é cheio de bolinhas” (Vivian Maria, turma Lóris, 04 anos).
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“Professora, o que eu mais gostei foi a Mônica orientando o Cebolinha. Gostei do livro do alfabeto em braille, ainda não tinha visto” (Manuelle Malato - turma Canarinhos, 5 anos). Na segunda estação, foi montado um espaço que tinha ao fundo uma projeção de sombra com três crianças brincando, sendo uma delas cadeirante. Nessa estação os alunos conheceram um pouco sobre o Alfabeto Braille e suas características. Os estudantes com os olhos tapados participaram de um jogo de memória sensitivo e tinham que identificar as peças idênticas somente tocando nas mesmas.
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Na terceira estação estavam disponibilizados livros sobre inclusão e respeito pela diversidade. A leitura ajudou como inspiração na produção de desenhos que deviam conter uma paisagem com pelo menos um personagem com deficiência. Após fazer o desenho, os alunos iam para a quarta estação, onde colocavam ‘as mãos na massa’ fazendo intervenção com vários materiais disponíveis: cola, tesoura, papel camurça, tecido, algodão, lantejoula, gazes, colocando elementos sensoriais nos desenhos. Algumas impressões desse momento: “Gostei bastante por que fizemos a oficina de criar um livro para cegos e aprendi que os cegos podem fazer o que nós fazemos, eles são capazes de fazer até melhor que nós” (Ryan, turma Tiê Sangue, 5º ano). “O clube oportunizou um momento de construção de desenhos em alto relevo, onde cada aluno produziu um desenho com recurso do alto relevo em alguma parte da obra, como forma de adaptar a produção e as crianças com deficiências visuais possam compreender o desenho através do tato. Este momento foi o que os alunos mais gostaram” (Professora Tainá, turma Tiê Sangue, 5º ano). “Eu gostei da atividade do preconceito, porque a gente pode aprender a respeitar as pessoas e compreender que nós somos todos iguais, uns aos outros e não importa se uma pessoa é deficiente, ela pode fazer várias coisas” (Ana Alice, 4º ano). Na quinta estação foi utilizada a Metodologia da Gamificação. Essa metodologia aplica as mecânicas dos jogos a áreas como negócios, vida pessoal e educação.
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A proposta da Gamificação na educação é tornar o aprendizado mais dinâmico, rápido e fácil para o aluno. Isso porque os conteúdos apenas teóricos não captam sua atenção e, muitas vezes, a retenção desse material é baixa. Com os jogos na educação, a ideia é não só despertar maior engajamento, mas também melhorar a qualidade do ensino. (HAPPY CODE, 2018). A equipe da Biblioteca preparou um Quiz (teste de conhecimento) sobre Inclusão e Respeito, utilizando a plataforma Kahoot. O jogo foi um momento atrativo e dinâmico de aprofundar alguns tópicos trabalhados no clube. Para executar o Quiz foram utilizados os três terminais de computadores da Biblioteca, visto que os estudantes não tinham celulares em sala. Os alunos foram divididos em duas equipes. Em um computador ficava o comando das perguntas e nos outros dois as equipes para responder. Nessa etapa o diferencial do Clube foi misturar alunos do Ensino Fundamental e da Educação Infantil, dividindo-os em grupo, para realizarem as atividades junto, o resultado foi muito produtivo. No horário da manhã a atividade foi realizada com as turmas Arara vermelha (5º ano) e Tarin (turma de 05 anos) e no horário da tarde foi com as turmas Pavão (3º ano) e Canarinho (turma de 05 anos). Algumas impressões sobre o fato de trabalhar com turma diferente: - “Ótima experiência - Pavão e Canarinho juntos. As atividades do Clube são sempre criativas e interessantes e com outra turma
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os alunos ficaram mais concentrados e também possibilitou trabalhar o respeito, a união e a conquista de novas amizades” (Professora Rose, turma Pavão – 3º ano). - “A experiência com outra turma foi bem legal, prefiro assim” (Angel, turma Pavão). - “Gostei de participar com a outra turma, eles são legais” (Matheus, turma Pavão).
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Oficina de HQ Dentro da ação do Clube de Leitura foi realizada na Biblioteca da Escola Sesc Ananindeua uma Oficina de HQ (histórias em quadrinhos) ministrada pelo Designer Gráfico e quadrinista Rosinaldo Pinheiro, criador da Turma do Açaí. A Turma do Açaí é composta por personagens infantis inspirados na cultura paraense, personagens amazônicos, com traços físicos e linguagens verbais características. Na oficina foram abordados: os objetivos das HQ’s, estilos, traços, processo de criação, ideias, roteiro, quadrinhos, balões, onomatopéias, arte e finalização. Os alunos apreciaram muito a oficina e produziram seus próprios personagens e histórias. As criações foram encadernadas em formato de livro por turma e fazem parte do acervo da Biblioteca.
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Oficina de Pop-up Outra Ação realizada no Clube de leitura foi uma Oficina de Livros animados e pop-up. Simone Jares realizou oficina com todas as turmas da escola. Conforme a faixa etária ela desenvolvia uma dinâmica diferente. Os alunos aprenderam a fazer livros animados, marcadores de página com rostos de monstros, livros pop-up, livro sorvete, livro peixe. Todos utilizando técnicas de origami. Durante essa oficina os alunos puderam conhecer um pouco sobre o processo de criação de livros artesanais e participaram de momentos de contações de histórias. As técnicas ensinadas foram utilizadas em outros momentos do clube.
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Considerações A experiência do Clube de Leitura dentro da Escola Sesc em Ananindeua tem sido muito proveitosa, com a participação dos alunos e professores em todas as propostas. Após avaliação realizada com os estudantes percebe-se que o objetivo do Clube de contribuir para formação de alunos leitores, vem sendo alcançado, algumas considerações reforçam essa convicção: - “Eu gosto muito do Clube de Leitura porque a gente faz muitas atividades super legais eu vou ficar muito triste quando eu sair do Sesc. E ano que vem pode não ter uma biblioteca que nem a do Sesc e nem um Clube de Leitura tão legal” (Aluno do 5º ano). -“Gostei muito do clube porque nós lemos muitos livros e eu aprendi muito. Eu nunca vou esquecer o nosso aprendizado” (Weverton, 5º ano). - “Eu gostei do clube porque ele me motivou a ler mais”. (Thalyta, 5º ano). - “O clube foi muito legal, a gente leu livros, fizemos desenho, fizemos um livro chamado fanzine, é muito legal fazer isso, eu amei muito. Como vou sair da escola vou sentir muita saudade” (Hervely, 5º ano). - “O Clube é importante para criar momentos descontraídos e de conhecer e valorizar o outro, pois eu digo por meio de relato
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pessoal que eu pude conhecer algumas características dos alunos e do bibliotecário que eu não conhecia, bem como ajudou na questão da superação de alguns alunos em sala tímidos para leitura e para expressar suas opiniões e interpretações literárias” (Professora Cristiane Belo). Em contato com os professores foi verificado que os alunos estavam muito preocupados em produzir resumos dos livros lidos e não estavam sendo produtivos nas aulas. Assim, optou-se por fazer, em cada encontro, rodas de conversa para socialização do que foi lido em casa. Avaliações e mudanças são feitas para um melhor desempenho da ação. A disposição de escutar, de estar aberto a mudanças e experimentar novas ideias têm sido uma constante nos encontros do clube. O Clube de Leitura tem contribuído para tornar a Biblioteca um lugar mais próximo e integrado à Escola, e as Metodologias Ativas, em especial a Rotação por Estações, vem demonstrado ser um instrumento eficaz, dinâmico e agregador. Percebe-se através de conversas com os alunos e professores, que cada tema deixa algo de positivo nos mesmos. Normalmente na semana após o encontro do Clube, a busca pelos livros da temática trabalhada aumenta bastante. Os resultados dos encontros, que são organizados em forma de livros e ficam expostos no Acervo da Biblioteca, causa grande alegria nos alunos, que sentem que seus trabalhos são valorizados.
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A Biblioteca organizou um Passaporte de Leitura, um pequeno livro, que foi entregue para os alunos do Ensino Fundamental. No Passaporte os estudantes podem registrar os livros que já leram e os que pretendem ler. O presente foi muito bem acolhido e as crianças ficam empolgadas e estão fazendo os registros dos livros lidos. Os alunos em cada encontro aprofundam o contato com os livros e materiais impressos em momentos de leitura individual e coletiva.
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