(Luiz de Campos - Rios e Ruas e Estúdio Laborg)
Encontro do rio Pinheiros com o rio Tietê
A grande confusão da reversão As consequências do processo de reversão do rio Pinheiros dificultam a compreensão sobre as relações sistêmicas de sua bacia hidrográfica. Dessa forma, muitos conceitos de hidrografia se embaralham. Algumas perguntas que surgem:
(Luiz de Campos - Rios e Ruas)
A bacia hidrográfica do ribeirão Tanquinho
O que é uma bacia hidrográfica? Bacia hidrográfica é a área ou região de drenagem de um rio principal e seus afluentes. É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, do lençol freático ou de outros rios escoam em direção a determinado curso d’água. Os principais elementos de uma bacia hidrográfica são: o curso d’água principal, seus afluentes e o divisor.
(FREITAS, 2015 - modificado)
A raia da USP “A raia surgiu da várzea do rio Pinheiros”, conta José Carlos Farah. Segundo o professor, o terreno onde hoje está instalado o complexo da raia olímpica ficava na várzea do rio Pinheiros. Quando o rio transbordava e depois voltava ao normal, formavam-se pequenos lagos. Nessa mesma época, próximo ao local, havia também um porto de areia, de onde se retirava material para a construção dos prédios da universidade. (...)”
“O mesmo lençol freático que alimenta a raia alimenta o rio Pinheiros, porém o fluxo da água é sempre em direção ao rio. A raia olímpica é cercada nas cabeceiras pelos córregos Pirajuçara e Politécnica, e margeada pelo rio Pinheiros, que, infelizmente, são altamente poluídos. Mas, felizmente, nenhuma dessas águas tem contato com a raia, mesmo em períodos de chuvas intensas e transbordamentos.” Trechos extraídos do Jornal da USP - Ivanir Ferreira
Sara, 1930 (PMSP)
Vasp-Cruzeiro, 1954 (PMSP)
Google, 2022
(Luiz de Campos - Rios e Ruas)
O rio Embu-Guaçu
Os principais elementos de um rio Cabeceira - terreno alto onde estão as primeiras
Vale encaixado – vale estreito, com encostas
nascentes que contribuem para o rio.
íngremes e, em geral, pouca ou nenhuma área plana
Confluência – ponto onde dois cursos d’água se
nas margens.
encontram e um afluente deságua em um rio maior.
Várzea – terreno plano nas margens do curso
Foz – ponto onde um curso d’água deságua, seja em d’água (planície aluvial) que são inundadas outro rio (confluência), lago ou mar.
periodicamente nos episódios de cheias.
Nascente – ponto onde a água subterrânea aflora
Vertente – encosta que ladeia as margens de um rio
na superfície dando origem a um curso d’água.
e compõe as laterais do vale.
Planície aluvial – terreno plano composto por sedimentos depositados por um rio e acumulados ao longo dos tempos.
VOCÊ SABIA QUE SÃO PAULO JÁ FOI ATINGIDA POR UM METEORITO?
(Estúdio Laborg)
Na zona sul de São Paulo, em Parelheiros, existe um patrimônio geológico pouco conhecido, a cratera de Colônia, formada pela queda de um meteorito milhões de anos atrás. A cratera com 3,6 km de diâmetro foi ocupada por imigrantes alemães, ainda no século 19, e hoje é uma das duas crateras urbanizadas no mundo. A outra, por coincidência, localiza-se na Alemanha.
(Estúdio Laborg)
Cratera de Colônia Em 2007, o governo municipal criou o Parque Natural Municipal (PNM) da Cratera de Colônia, para proteger a área que estava sendo degradada por ocupações irregulares iniciadas no fim da década de 1980 e hoje formam o bairro de Vargem Grande, com cerca de 40 mil habitantes.
3D da bacia com textura de satélite
Modelo tridimensional da bacia hidrográfica do Pinheiros, utilizado para a confecção da maquete de Rios DesCobertos - Dos Jerivás aos Pinheiros. Produzida pela equipe da exposição, com informações do Topodata - Banco de Dados Geomorfométricos do Brasil - Inpe.
O rio de meandros Antes das intervenções humanas, o rio Pinheiros corria em sua planície formando meandros. Um rio de meandro ocupa sua planície aluvial, serpenteando pelo seu vale, produzindo curvas sinuosas que mudam de forma e posição de acordo com as estações do ano.
(PMSP, 1940)
Encontro da retificação com o traçado meândrico do rio Pinheiros. Perceba, nas laterais da área retificada, os antigos meandros do rio. Rio Pinheiros, na altura da Ponte do Jaguaré, durante o processo de retificação.
Ao ser transformado em canal, o rio Pinheiros se torna parte da engenharia da cidade. As várzeas do rio Pinheiros estão sob, em média, 2 metros de aterros, desde o início da década de 1940. A planície do rio se tornou parte da malha urbana da cidade, configurandose atualmente como um espaço de serviços urbanos, comércio e moradia e sendo um importante eixo de circulação de São Paulo, com ferrovias, redes de esgoto, vias expressas e redes elétricas.
Margens do rio Pinheiros, no bairro de Santo Amaro. (Caio Ferraz)
“O rio Pinheiros foi, provavelmente, o rio mais transformado por ação antrópica dentre os rios de ordem superior da cidade de São Paulo e, talvez, de todo o mundo tropical devido aos diversos projetos de aproveitamento hidroenergético que nele ocorreram.” Aziz Ab’Saber, 1978
Com a retificação, o rio ficou espremido em um canal estreito. Parte de sua planície foi aterrada e regiões da cidade foram construídas sobre o que antes eram os terraços das planícies e suas áreas de inundação, acarretando, até hoje, em problemas de enchentes nas épocas de chuvas.
Capa do jornal Folha de S.Paulo mostrando a Marginal Pinheiros alagada. (Folha de S.Paulo, 11 de fevereiro de 2020)
Modelo de ocupação urbana da planície de inundação
Adaptado de Hockin, Whittle e Bailey (1978). LUZ, R. A.; RODRIGUES, C.
O vale do rio Pirajuçara Próximo às cabeceiras (alto).
Próximo à foz (baixo).
As formas do vale na região do Jardim Santo Eduardo, no município de Embu das Artes, são estreitas, com encostas íngremes em ambas as margens e densamente ocupadas, com pouca arborização e áreas livres.
Entre os bairros da Previdência e do Caxingui e próximo à sua foz no Pinheiros, seu vale é mais largo e com uma pequena várzea. As ruas seguem as curvas de nível contendo praças e áreas verdes.
O relevo condiciona os rios; os rios dão novas formas ao relevo.
(Luiz de Campos - Rios e Ruas)
Passeando sobre os divisores da bacia 1. Cerro Corá e Heitor Penteado, avenidas Dr. Arnaldo 5. Estrada do Mambu - divisa de São Paulo com e Paulista, ruas Vergueiro e Domingos de Morais,
Itanhaém.
avenidas Jabaquara e Eng. Armando de Arruda
6. Estradas da Faz. Vitória, José Delfino Pinto e da
Pereira até a avenida Conceição, já em Diadema.
Vargem Grande - divisa de Embu-Guaçu com São
2. Estradas Mogi das Cruzes, Galembeck, da
Lourenço da Serra.
Chibóca e da Emae - São Bernardo do Campo.
7. Estradas da Ressaca e da Barragem - Cotia.
3. Estrada do Capivari, avenidas Yokino Ogawa e
8. Rua Vereda das Tulipas - Embu das Artes.
Brasil - Riacho Grande e Parelheiros.
9. Avenida Sete de Setembro - divisas de Cotia,
4. Estradas da Reserva, Bela Vista e da Ponte Alta -
Osasco, São Paulo e Taboão da Serra.
Marsilac.
Várzea camuflada
(Francisco Anzola)
A bacia hidrográfica do rio Pinheiros possui diferentes formações geomorfológicas, como morros, colinas e várzeas, que condicionam a maneira como a cidade ocupa seu território e hoje se encontram escondidas sob ruas, avenidas, casas, prédios, parques, aterros etc.
Região das várzeas do rio Pinheiros, no bairro do Itaim Bibi.
Butantã Antes da canalização, no bairro do Butantã, o rio Pinheiros corria por um trecho em que afloramentos rochosos ocupavam sua planície.
(Acervo Fundação Energia e Saneamento)
O nome Butantã é de origem tupi e quer dizer “terra duríssima”, com a junção dos termos uvú (terra, chão) e atã-atã (duríssimo).
Obras de retirada das rochas do leito do rio Pinheiros, na altura do Butantã, 1947.
(Acervo Fundação Energia e Saneamento)
Barragem e canal de descarga do reservatório Guarapiranga, 1908
Usina Henry Borden, Cubatão - 1966
(Fundo Correio da Manhã, sob a guarda do Arquivo Nacional)
Topografia da bacia hidrográfica do rio Pinheiros - Topodata - Inpe
Rio Pinheiros - Sara, 1930
E ssemat er i al épar t ei nt egr ant edae xposi çãoRi osDesCober t os-Dos Jer i v ásaosPi nhei r os. Ousodessemat er i al est áper mi t i dosoment enocont e xt oeducaci onal , par afinse x cl usi v ament edi dát i cos, nosest abel eci ment osdeensi no, não hav endoemqual quercasoi nt ui t odel ucr o. Év edadaasuadi st r i bui çãoou publ i cação, i nt egr al oupar ci al , semaut or i z açãopr é vi aee xpr essados r espect i v osdet ent or esdosdi r ei t osaut or ai s. Osdocument os, cont eúdosecr i açõescont i dosnest emat er i al per t encem aosseuscr i ador esecol abor ador es. Aaut or i adoscont eúdos, mat er i ai se i magense xi bi dassãopr ot egi dasporl ei snaci onai sei nt er naci onai s. Não podemsercopi ados, r epr oduz i dos, modi ficados, publ i cados, at ual i z ados, post ados, t r ansmi t i dosoudi st r i buí dosdequal quermanei r asem aut or i z açãopr é vi aeporescr i t odosaut or es. Osdi r ei t osaut or ai ssobr easi magensper t encemaosr espect i v osdonos. Emat ençãoàl ei 9. 61 0/ 1 998, t odososes f or çosf or amf ei t ospar al ocal i z ar osdet ent or esdosdi r ei t osdasobr asaqui e xpost as. Emcasodepossí v ei s omi ssões, porf av orent r eemcont at ocom: cont at o@est udi ol abor g. com. br .