são paulo sp
9–18 junho 2017
31 ações artísticas
O picadeiro
200 artistas
o mundo
C4962
Circos: Festival Internacional Sesc de Circo / Sesc São Paulo, 168 p. – São Paulo: Sesc São Paulo, 2017 – 168 p. 2017 - . il.: 33 fotografias. Bilíngue (português/inglês). ISSN 2318-9940 9 a 18 de junho de 2017 Inclui Glossário Circense 1. Circo. 2. Arte Circense. 3. Festival Internacional Sesc de Circo. 4. Catálogo. I. Subtítulo. II. Serviço Social do Comércio. III. Sesc São Paulo. CDD 792
9–18 junho 2017
Permanente Comprometimento
Abram Szajman
A vida em sociedade solicita que os diversos agentes exerçam papeis condizentes com os valores e contextos que eles representam. O empresariado do comércio de bens, serviços e turismo compreende de modo aprofundado esse panorama e, há setenta anos, organizou-se a fim de dar sua contribuição aos trabalhadores desses setores, seus dependentes e às comunidades de seus entornos.
É com satisfação, portanto, que o Sesc perpetua seu empenho em prol da sociedade, desejando, para além de colaborar com o desenvolvimento de cada localidade e do estado como um todo, servir de exemplo para o envolvimento de outras entidades e agentes sociais.
Essa contribuição ocorre de diversas maneiras. Dentre elas, a atuação do Sesc merece destaque. Trabalhando de modo complementar aos esforços de formação e qualificação profissional desempenhados por outras instâncias, o Sesc compreende os indivíduos de forma integral e oferece uma gama de equipamentos, serviços e atividades voltados para o bem-estar e para a qualidade de vida.
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Tem sido possível promover ações efetivas de melhoria do cotidiano das pessoas quando existe um entendimento das realidades, desejos e anseios que mobilizam os cidadãos. A cultura e a educação ocupam espaço privilegiado nesse quesito disponibilizando suas instalações, expertises e funcionários para o usufruto da coletividade. Isso tudo ocorre de maneira mais articulada quando aquilo que se oferece à população encontra ressonância nos modos de vida dessas pessoas. Assim, o CIRCOS - Festival Internacional Sesc de Circo torna-se uma iniciativa particularmente oportuna. Afinal, é notória a importância do circo na vida brasileira. Grupos circenses circulam há décadas pelas grandes, médias e pequenas cidades do país. Há certa semelhança entre essa circulação e o trabalho do comércio que representamos, já que ambos fazem da aproximação com as pessoas, em variados lugares, sua razão de existir.
Abram Szajman Presidente do Conselho Regional do Sesc São Paulo
Permanent Commitment
Life in society demands that the action of agents reflect the values and contexts they represent. The business community of trade, services and tourism has an indepth understanding of this. The sector came together seventy years ago to give back a contribution to the workers in these sectors, their dependents and the communities around them. This contribution takes place in many ways, and Sesc stands out among them. Working to complement educational and qualification efforts performed by other entities, Sesc sees individuals in a holistic manner, offering a wide range of services, equipment and activities geared at wellbeing and quality of life.
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Abram Szajman
It has been possible to promote actions that effectively improve people’s daily routine, through an understanding of the realities, desires and expectations that move them. Culture and education occupy a privileged position at Sesc, which makes its facilities, expertise and employees available to the community. All this occurs in a more articulated manner when what is offered to the population resonates with their lifestyle. In this sense, CIRCOS - Sesc International Circus Festival is a particularly timely initiative. After all, the importance of the circus to Brazilian life is well known. Circus troupes have circulated for decades around the country’s big and small cities and towns. There are similarities between this activity and the trade work we represent, as they both exist primarily to bring people together, in different places.
It is with great satisfaction that Sesc perpetuates its commitment to society, aiming to collaborate with the development of all communities and the state as a whole, while setting the example for other entities and social agents. Abram Szajman Regional Council Chair of Sesc São Paulo
Circenses Caminhos
Um olhar contextualizado sobre as expressões artísticas revela peculiaridades de suas trajetórias históricas. Cada linguagem experimentou processos específicos de transformações ao longo do tempo, decorrentes de seus respectivos desenvolvimentos, dos múltiplos contágios entre elas e das interfaces que estabeleceram com a sociedade. Atualmente, há um importante e crescente reconhecimento sobre a relevância do circo como linguagem artística, tendo essa arte, também, vivenciado seu legado de criações e reinvenções. Ligadas a ambientes artísticos compostos por elementos como risco, habilidade e encantamento – este último relacionado, diretamente, à memória afetiva – as artes do circo reúnem artistas distintos como o acrobata, o palhaço e o mágico, dentre tantos outros.
Danilo Santos de Miranda
Mas que lugar ocupou o circo ao longo do tempo, e quais suas possibilidades no presente? Trata-se de um percurso mais fugidio e menos conhecido do que a de outras artes, como a música ou o teatro, pois sua história se deu, sobretudo, pela oralidade e sobreposição de linguagens. Ancorados a uma prática de domínio popular, os artistas circenses, mesmo que aptos e engenhosos, foram mantidos, em diversos contextos, sem pleno reconhecimento social. Por essa razão, distinguir e modular a posição estabelecida pelo circo na atualidade, a renovada atenção de públicos e especialistas, sua presença nas mais diversas circunstâncias e programações culturais, apresenta-se como questão nevrálgica das artes.
O CIRCOS - Festival Internacional Sesc de Circo interage de modo multifacetado com esse panorama. Por um lado, a realização de sua quarta edição testemunha, para além de sua densidade histórica, a importância do circo no panorama contemporâneo. Por outro lado, essa iniciativa sugere conexões entre contextos culturais, propõe vivências e diálogos entre artistas e a cidade de São Paulo, alimentando dinâmicas artísticas que exibem notável capacidade para se renovar. A proximidade do Sesc com os universos arquitetados pelo circo ocorre permanentemente. O Festival é um momento privilegiado desse processo, em que grupos estrangeiros e nacionais ocupam, num período concentrado, palcos, praças e outros locais de convivência da capital paulista, reafirmando sua potência como vetor de criatividade. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo
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Circus Paths
A contextualized look at artistic expressions reveals the peculiarities of their historical trajectories. All art forms have experienced specific transformative processes over time, derived from their own development, multiple contaminations among them and the established interfaces with society. Today there is relevant and increasing recognition of the circus as an art form, which has also experienced a legacy of inventing and reinventing itself. Circus arts are associated with creative environments composed by elements of risk, skill and enchantment – the latter linked directly to affective memory – and bring together different artists, such as acrobats, clowns and magicians, among many others.
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Danilo Santos de Miranda
But what place did the circus occupy in the past, and what is its potential in the present? It is a rather fugacious and lesser known path than other art forms such as music and theater, because its history has relied on oral accounts and the juxtaposition of artistic languages. A practice anchored in the public domain, even the most able and inventive circus artists have not received full social recognition, in different contexts. For this reason, it is a neuralgic point for the arts to distinguish and modulate the circus’ place today, with renewed attention to audiences and experts and its presence in diverse circumstances and cultural programs. CIRCOS - Sesc International Circus Festival interacts in a multifaceted way with this panorama. On one hand, the creation of its fourth edition signalizes the importance of the circus today, beyond its historical relevance. On the other hand, this initiative suggests connections among different cultural contexts, proposing shared experiences and dialogues between artists and the city of São Paulo, fostering artistic dynamics that display remarkable ability to renew themselves.
The kinship between Sesc and circus expressions is a permanent occurrence. The Festival is a privileged moment in this process, when national and international groups occupy, for a limited period of time, stages, places and other public spaces in the city, reaffirming its power as a creative vector. Danilo Santos de Miranda Regional Director of Sesc São Paulo
Index
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Pensamentos (s)em Fronteiras Thoughts Without/On Boundaries Carolina Garcez, Lucas Molina, Shirlei Torres, Susana C. de Souza Cerveira Que Circo É Esse? What Circus Is This? Raquel Rache de Andrade O Circo Como Espaço de Alteridade The Circus As A Space for Otherness Marcos Francisco Nery Ferreira
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Um Ensaio sobre A Suspensão An Essay on Suspension Alluana Ribeiro
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Uns Fazem Palhaçadas; Outros, Palhaçarias Some Do Clowning; Others Do Clownery Mario Fernando Bolognesi
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Espetáculos Spectacles
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Intervenções Interventions
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Atividades Formativas Formative Activities
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Giro Crítico Critics
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CIRCOS na Rede CIRCOS on The Web
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Programação Dia a Dia Daily Schedule
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Mapa Map
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Glossário Glossary
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Contatos Contacts
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Sobre o Sesc About Sesc
Pensamentos (s)em Fronteiras
Um festival nasce sempre muito antes de sua realização. Obviamente, conhecer e pensar espetáculos, criar uma linha curatorial e critérios de escolhas, imaginar as atividades que irão compor o evento, planejar estratégias de realização, bem como entender a essencial presença do público, exige tempo e cuidado. No entanto, há um outro tempo, da maturação, em que os conhecimentos acumulados vão agindo sobre a prática, aperfeiçoando o andamento de cada edição. Pensar um festival de circo é um exercício que traz à tona memórias, desejos e conceitos que norteiam a linguagem artística em questão – e suas intangibilidades incorporadas. Sucessivas realizações de um mesmo festival, consequentemente, trazem reflexões contemporâneas que se conectam aos temas visitados anteriormente criando camadas sobrepostas de inquietações. No caso do CIRCOS - Festival Internacional Sesc de Circo, temas como dramaturgia para o circo, as (des)virtuoses da linguagem, bem como os caminhos e as perspectivas das artes circenses no Brasil, compõem esse repertório de pensamentos e dialogam com as novas questões para esta quarta edição, a primeira bienal.
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“O maior espetáculo da terra, sob outro olhar”, frase chave das primeiras edições, pode traduzir a importância de refletir sobre uma linguagem múltipla, apresentar ao público suas diferentes facetas, discutir os caminhos da criação e da realização nas artes circenses, mirando o circo como é hoje em suas evoluções e transformações. A edição de 2017 se debruçou inicialmente sobre dois eixos de investigação: um deles focando os antigos e os atuais locais dos encontros entre artistas e trupes – onde se configuravam os aprendizados e trocas – e o outro investigando as formas contemporâneas de ensino em circo no mundo e as estéticas que vigoram a partir delas. No entanto, ao detalharmos essas temáticas sob uma perspectiva abrangente, notou-se a convergência dos dois eixos em um único, ainda mais rico e complexo, extrapolando os conceitos de centro, bordas e identidade.
As mudanças nos modos de comunicação e nos encontros deslocam o centro das conversas. O lugar de encontro não é apenas um espaço físico – o largo, a praça, o terreno onde se monta a lona - e fica cada vez mais claro que o centro é de onde se olha. A borda pode ser um espaço expandido, e as fronteiras são tênues, uma vez que se constroem hibridismos e formatos que incluem, muitas vezes, elementos dos dois lados de determinada linha divisória. As divisões, então, ficam borradas, e os mapas e identidades se embaralham. A natureza dos deslocamentos, e a relação com o urbano, trazem mudanças irreversíveis e, afinal, é possível falar em permanência, sem considerar a atual permanência da mudança? O cruzamento e sobreposição das influências? É possível falar em uma única centralidade? O que é o centro, o que são as bordas? Nesse mundo de retornos e sobreposições, o picadeiro reúne o movimento das andanças e mudanças, calcado no corpo de muitas memórias. Retrata e apresenta questões humanas e locais, determinando territórios, em seu conceito mais amplo, a cada novo elenco. No picadeiro, cruzam-se as técnicas, as estéticas e as relações pessoais.
Carolina Garcez / Lucas Molina/Shirlei Torres/ Susana C. de Souza Cerveira
Por sua origem itinerante, o circo agrega historicamente famílias, grupos e artistas de passagem em uma rotina de convivência no picadeiro e fora dele. Cada artista que passa traz sua experiência e leva um pouco do fruto dessa convivência consigo, quando parte para outras companhias ou novos trabalhos. Dessa forma, ao longo do tempo se configuraram as influências e diálogos criativos, pela convivência durante a circulação da lona – e todas as outras formas de circulação. Na medida em que se fazem mais dinâmicas, mais fluidas, as atuais ferramentas de comunicação facilitam parcerias antes improváveis, simplificam e objetivam contatos, criando novas redes e novas contaminações. Isso inclui os artistas que saem do Brasil para concluir sua formação nas grandes escolas mundiais – França, Suécia, Bélgica, Canadá e outras – retornando com novas contribuições, ou as produções criadas e financiadas fora de seu país de origem, e as pesquisas híbridas, entre tantas outras possibilidades.
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Esses trânsitos se identificam também nas relações de trabalho, já que as estruturas de circulação, o formato de financiamento e o próprio desenho das cidades modificaram a rotina circense, colocando em questão sua viabilidade nos modelos originais de circulação – a ocupação dos terrenos, a distribuição das lonas, a rotina de viagens pelo país. Novos modelos de negócio e novas relações com o público se estabelecem. Dessa forma, o festival, com sua vocação de encontro, é um lugar privilegiado para olhar o circo que se constrói nesse trânsito, para apresentar os caminhos de uma pesquisa viva, constante e cotidiana, que se traduz no picadeiro: a sala de teatro, a rua, nas oficinas e nas discussões.
O CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo, em 2017, propõe deslocar o foco das ideias preestabelecidas de centro, borda e identidade, e buscar as tramas que vêm sendo desenhadas em um mundo em constante mutação. A partir do propósito de difusão da linguagem, apresenta uma pesquisa que reflete as atuais tendências da produção circense, e coloca em circulação atrações nacionais e internacionais, fomentando o diálogo. Nos espetáculos, a presença de artistas de diferentes países e escolas, o hibridismo de técnicas e a incorporação de outras linguagens, vazam naturalmente para a cena acabada, e escancaram a diversidade nas construções. Como temas, surgem as questões de identidade, de papel social, de lugar e espaço como eixos de relação. Bordas e centros se misturam, e o artista é o grande protagonista; corporifica os encontros e as desconstruções. Afinal, o picadeiro trans-borda o mundo! Carolina Garcez, Lucas Molina, Shirlei Torres, Susana C. de Souza Cerveira Curadores
Thoughts Without/On Boundaries
A festival is born a long time before it begins. Obviously, time and attention are needed to get to know and consider performances, to create a curatorial line and choice criteria, to envision the activities that will compose the event, to plan strategies and to understand the essential presence of the audience. However, there is a different time, a maturing period in which accumulated knowledge influences practice, improving the organization of each edition. To plan a circus festival is an exercise that brings to light the memories, desires and concepts that guide this artistic language – as well as its incorporated intangibilities. Successive editions of the same festival, consequently, allow for updated reflections connected to previously explored themes, creating overlapping layers of disquiet. In the case of CIRCOS - Sesc International Circus Festival, themes such as dramaturgy for the circus, language virtuosities (or lack of), as well as the paths and perspectives for circus arts in Brazil, compose a repertoire of thoughts that dialog with new issues for this fourth edition, the first one to be biennial.
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The motto of our first editions, “The greatest show on earth, from a different perspective”, conveys the importance of reflecting about a diverse practice, presenting to the audience its various facets, discussing routes for the creation and performance of circus arts, targeting the circus as it is today in its evolution and transformations. At first, the 2017 edition tackled two axes of investigation: one of them focusing on old and current gathering places of artists and troupes – where learning and sharing is conducted - and another one investigating how the circus is taught around the world, and the resulting aesthetics of these schools. However, as we studied these themes from a broad perspective, it became clear that the two axes come together in one, a richer and more complex viewpoint that extrapolates the concepts of center, fringes and identity.
The changes in the modes of communication and gatherings displace the center of the conversations. The meeting place is no longer just a physical space - the plaza or lot where the circus tent is set up - and it becomes increasingly clear that the center is where you look. The fringes can be expanded, and the boundaries are tenuous, as hybrid interactions are constructed, along with formats that often include elements of both sides of the dividing line. Boundaries are blurred and identity maps are shuffled. The nature of displacement and the relationship with urban life bring irreversible changes - after all, is it possible to talk about permanence without considering the current permanence of change? The intersection and juxtaposition of the influences? Is it possible to talk about one single centrality? What is the center and what is the fringe? In this world of returns and juxtaposition, the circus arena brings together the concepts of wandering and change, founded on a vast body of memories. It portrays and presents human and local issues, assigning territories, in a broader sense, to each new cast. In the circus arena, techniques, aesthetic and personal relationships overlap.
Carolina Garcez / Lucas Molina/Shirlei Torres/ Susana C. de Souza Cerveira
Because of its itinerant origin, the circus has historically brought together families, groups and artists into a shared routine in and out the arena. Each artist brings his expertise and later takes the experience with him to other companies or projects. Thus the influences and creative dialogs are configured over time through the period spent on tour with the circus tent – and all other types of tour. As current communication tools become more dynamic and fluid, they facilitate partnerships that were previously considered unlikely, simplifying contact and creating new networks and contaminations. This includes artists who leave Brazil to study circus arts in leading international schools – in France, Sweden, Belgium, Canada, among others - returning with new contributions, productions created and financed abroad and hybrid researches, along with so many other possibilities.
These exchanges can also be identified in work relationships, once the touring structures, the mode of financing and characteristics of the cities have affected the circus routine, questioning the feasibility of traditional touring models occupying the lot, setting up the circus tent and the routine on the road across the country. New business models and new relationships with the audience ate established. Thus the festival, with its natural vocation as a gathering place, is the perfect venue to observe the circus that is built in this movement and help outline research that is alive, constant and mundane, translated in the circus arena: the theater, the street, the workshops and the discussions.
In 2017 CIRCOS – Sesc International Circus Festival 2017 aims to disrupt preestablished ideas of center, fringe and identity, while investigating what routes are already being developed in an ever-changing world. With the purpose of promoting the art, the festival presents research that reflects current trends in circus production, introducing national and international arts and fostering dialog. In the performances, the presence of artists from different countries and schools, the hybridity of techniques and incorporation of other languages, leak naturally into the finished scene, emphasizing the diversity of the constructions. The emerging themes deal with identity, social roles, place and space as relationship axes. The fringe and the center blend together, and the artist is the protagonist, embodying the encounters and the deconstructions. After all, the circus arena overflows the world! Carolina Garcez, Lucas Molina, Shirlei Torres, Susana C. de Souza Cerveira Curators
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Que Circo É Esse?
“E a geografia, com certeza, me ajudou muito. À primeira vista, eu conseguia diferenciar a China do Arizona. Isso é muito útil, quando estamos perdidos na noite”. Essa citação de O Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry, nos leva a refletir sobre a questão da fronteira, do limite. Entidade fisica, abstrata ou jurídica, a fronteira define um espaço de espessura variável que separa dois territórios, que constitui uma espécie de horizonte, de limite. Se a noção da fronteira tem, à primeira vista, um significado político, ela também pede à imaginação que olhe mais longe que sua linha de demarcação, o que nos leva imediatamente a pensar em formas de transgressão. Assim, como limite, ela desperta ao mesmo tempo a proibição do que ela criou. Como disse Victor Hugo, “Na arte, nenhuma fronteira.” Na arte precisamos, necessitamos ou queremos questionar barreiras, limites, fronteiras, para poder inventar, criar ou simplesmente investigar o que existe do outro lado do espelho, do outro ponto de vista.
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Essa abertura é simples quando somos crianças, as fronteiras e limites vão sendo dadas e aprendidas com o passar do tempo. Aliás, muitas vezes no momento de criação de um espetaculo de circo, o artista busca esse estado infantil, de abertura ao outro, ao mundo, de liberação de fronteiras, de desconhecimento de limites, pois é justamente na diluição das fronteiras, dos limites, que a mistura e o possível existem. E quem sabe o impossível? Ao mesmo tempo, o artista se depara com uma contradição enorme, pois deve adicionar ao momento interno caótico (liberação de limites), o fato de ter que criar um espetáculo com um tempo preciso e um público preciso (limites). O que leva o artista de circo muitas vezes à experimentação do caos. E essa experiência pode ser fértil. A ordem pode nascer do caos, da confusão, da desordem, e se o caos pode incomodar regras preestabelecidas numa sociedade, é por meio do caos que a dialética da arte pode ser criativa. Essa é uma das bases da criação e da evolução criativa.
Às vezes de forma caótica, o circo inclui tudo que é diferente, tudo que pode criar um interesse visual, auditivo, olfativo. Por isso o circo deu forma a expresssões populares: “que circo é esse ?” “isso aqui ta parecendo um circo !”. Mas o que é interessante no circo é que ele é a antítese dele mesmo, pois mesmo se temos a impressão de que a realização é caótica, tudo acontece com muita precisão e muito ensaio.
Raquel Rache de Andrade
Reais, imaginárias, flutuantes, íntimas e políticas, as fronteiras unem alguns e separam outros. Com a chegada da internet, o mundo ficou mais complexo nas noções de fronteiras. Nossas referências foram mudadas: criaram-se transversalidades que nos obrigam a repensar nossa relação ao outro. E nas artes circenses temos que rever também essa relação intrínseca e interativa entre artistacriador-autor e público.
Podemos observar que é na escrita de um espetáculo de circo que o imaginário do autor-artista pode realmente se desprender e abrir caminhos, e nesse aspecto, o circo contemporâneo vive seus primeiros passos, de forma dinâmica e empírica. Hoje podemos dizer que existem diversas formas de escrever o circo. Podemos afirmar também que existem vários circos diferentes, uma diversidade enorme num panorama que tem como única fronteira o mundo. Ainda não existem espetáculos de circo na Lua, mas quem sabe? Podemos imaginar num futuro próximo um circo flutuante na Lua ou no espaço sideral… Raquel Rache de Andrade é diretora do Polo Nacional de Artes do Circo do Mediterrâneo e da Bienal Internacional de Circo de Marselha
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Bibliografia HUGO, Victor. Obras Completas/ Tas de Pierres. Éditions Rencontre. Volume 34, 1968. SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe. Édition Gallimard Jeunesse, Folio Junior n° 100. MALEVAL, Martine. Archaos. Actes Sud- Papiers/CNAC- 2010. CARRARA, Guy. In Vitro. Éditions L’Entretemps- Montpellier, 2009.
What Circus Is This?
“And geography, that’s right, has served me. I can distinguish the first glance, China from Arizona. This is very useful if one is lost in the night”. This quote from Antoine de SaintExupéry’s The Little Prince makes us reflect on the issue of boundaries and limitations. A physical, abstract or legal entity, the boundary defines a space of variable width that separates two territories, constituting a sort of horizon, a limitation. If the concept of the boundary has, at first, a political meaning, it can also entice imagination to look beyond its outline, which immediately makes us consider possible transgressions. As a limitation it evokes the prohibition of what it has created. “There are no boundaries in art.” Victor Hugo. In art we need or desire to question the barriers, the limitations, the boundaries, in order to invent, create or simply investigate what is behind the mirror, from a different viewpoint.
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This openness is straightforward when we are children - we are given and learn about boundaries and limitations over time. In fact, while creating a circus performance, artists often reach back to this child-like state of openness towards others and the world, of liberation of boundaries, of limitlessness - it is precisely in the blurring of boundaries and limitations that combinations and possibilities exist. And who knows what is impossible? The artist also faces a major contradiction, as he must add to this chaotic inner moment (liberation of limitations), the necessity to create a performance with specific duration, geared at a specific audience (limitations). This leads many circus artists to experiment with chaos. This experience can be fruitful. Order may be generated by chaos, by confusion, by mayhem. Chaos may disturb pre-established social rules, and it is in chaos that the dialect of art becomes creative. This is one of the foundations of creation and creative evolution.
Sometimes, and in chaotic manner, the circus embraces everything that is different or may create visual, auditory, olfactory interest. This originated the popular expressions: “what circus is this?” “it’s like a circus here!”. But the most interesting aspect of the circus is the fact that it is the antithesis of itself, because while the performance may seem chaotic, everything is conducted with precision after a lot of practice.
Raquel Rache de Andrade
Real, imaginary, floating, intimate and political boundaries bring some people together and separate others. The Internet has made the world more complex when it comes to boundaries. Our references have changed: there are crossovers that force us to reevaluate our relationship with others. And also in circus arts we must reassess the intrinsic and interactive relationship between artist-creator-author and the audience.
It is clear that the conception of a circus performance is what allows the imagination of the author-artist to be set free to open new routes. In this sense, today’s circus is taking its first steps in a dynamic and empirical way. Today it is possible to say that there are multiple ways to create circus arts. We can also say there are different circuses, a vast diversity of practices in a context where the only boundary is the world. There are no circus performances in the moon yet, but who knows? We can imagine a future where there will be a floating circus in the moon or outer space… Raquel Rache de Andrade is director of Pôle National Cirque Méditerranée and The Biennale Internacionale des Arts du Cirque
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Bibliography HUGO, Victor. Œuvres Complètes/ Tas de Pierres. Éditions Rencontre.Volume 34, 1968. SAINT-EXUPÉRY, Antoine. Petit Prince / Édition Gallimard Jeunesse, Folio Junior n° 100. MALEVAL, Martine. Archaos. Actes Sud- Papiers/CNAC- 2010. CARRARA, Guy. In Vitro. Éditions L’Entretemps- Montpellier, 2009.
O Circo como Espaço de Alteridade
O circo é uma arte do corpo que coloca em evidência o potencial técnico e poético do artista. São estas duas potencialidades que se articulam no processo de composição cênica de um número ou espetáculo de circo. Elas não podem trabalhar de maneiras independentes, caso contrário o material técnico não tem função poética e não serve à cena. Por estes motivos, as experiências vividas por cada artista durante o processo de formação é relevante para revelar uma poética do próprio circense a partir do seu corpo, capaz de uma reflexão criativa. Andrieu (2012) afirma que a prática corporal é resultado das ações executadas pelo artista e que transformam o seu próprio corpo a partir do fornecimento de uma experiência. A repetição contínua desta última modifica progressivamente a identidade e revela novos schémas corporais1. Desta maneira, “a experiência corporal é uma percepção biosubjetiva” (Ibid., p. 14), e é neste lugar que revela-se a poética do intérprete. A partir da sua cultura de formação e experiências que foram incorporadas por seu corpo, o artista é capaz de criar e recriar outros schémas corporais para torna-se outro(s).
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Este processo acontece hoje em dia em um mundo onde aparecem “sujeitos de desempenho e produção” (HAN, 2015, p. 23) e onde as práticas artísticas tendem cada vez mais a eliminar suas fronteiras. A cena contemporânea “desterritorializa-se” e as formas artísticas perdem suas identidades quando entram em relação com outras linguagens. Por outro lado, o espetáculo circense é híbrido desde sua origem e está em contínua transformação. Atualmente, verifica-se uma disparidade de espetáculos e de processos de criação em circo que revelam novas formas estéticas e poéticas. A geração de artistas de circo dos anos 2000 é marcada por uma heterogeneidade de experiências e práticas pedagógicas. Isto é resultado da mobilidade destes sujeitos em busca de uma formação nas artes circenses que foi facilitada sobretudo pelo surgimento das escolas de circo pelo mundo. De maneira genérica, essas escolas apresentam um programa pedagógico cujo objetivo é a formação de artistas generalistas ou especialistas em diálogo com a pluralidade da cena circense contemporânea.
Cada escola visa a formação de um tipo de artista que ela acredita corresponder às demandas do contexto político, econômico e cultural da atualidade. Tomando como exemplo o modelo de artista circense formado pela École Nationale de Cirque de Montréal, observa-se, de forma geral, a formação de um artista entre 20 e 24 anos, polivalente e com um alto nível técnico; entretanto, são artistas enquadrados em um tipo de norma de produção que visa prioritariamente a inserção em grandes companhias canadenses. Isso produz, portanto, uma formatação de um modelo de artista para um determinado contexto de criação/produção em que o desempenho prevalece sobre a poética.
Marcos Francisco Nery Ferreira
O interessante ocorre quando tais artistas não se inserem somente neste meio e buscam outros tipos de mobilidade: por exemplo, retornando ao seu país de origem com seu conjunto de saberes incorporados a partir da sua formação artística e, ao mesmo tempo, entrando em relação com outros saberes, práticas e linguagens. Neste sentido, estabelecem-se novas redes de processos de criação, contaminações de linguagens e práticas e determinam-se novas relações de trabalho nas artes circenses, portanto, “é o conjunto do sistema socioeconômico do circo que conheceu notáveis mudanças” (FAGOT, 2010, p. 22) No que se refere aos processos criativos que surgem neste contexto, eles se afirmam como lugar de encontros e intercâmbios de experiências, onde tudo se mistura revelando processos de alteridades valiosos. A práxis é o mais importante para o artista e, assim, cada processo de criação expõe o jogo de tensões entre as afinidades e as diferenças que surgem da relação dos elementos de composição. Neste sentido, o corpo do artista pode incorporar o outro, como “condição de passagem de um mondo possível para outro” (VIVEIROS DE CASTRO, 2002, p. 119). Isto permite o surgimento de diversas formas de qualidades expressivas características destes encontros.
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A cena contemporânea revela-se, assim, como o jogo de relações entre diversas perspectivas a partir destes encontros e da relação técnica-poética de cada artista. A noção de centro se esfacela e abre espaço para estas múltiplas perspectivas. Por outro lado, as fronteiras são cada vez mais porosas e, portanto, novas linguagens brotam por meio destes espaços de alteridade. Emerge, então, a noção do estar entre: práticas, culturas, línguas, linguagens, procedimentos, princípios etc que remete tanto às distâncias entre estes elementos quanto às diferenças qualitativas. No circo, o corpo é o lugar que concentra estas tensões em relação. Este corpo que deve ser visto como “sujeito outro, como uma figura de outrem que, antes de ser sujeito ou objeto, é a expressão de um mundo possível” (Ibid., p. 117). Marcos Francisco Nery Ferreira é intérprete e pesquisador brasileiro. Estudou na Escola Nacional de Circo e aperfeiçoou-se em Montreal (Canadá). Formado em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia, é mestre em Artes do Espetáculo pela Inserir Universidade Estadual Paulista (UNESP) e doutorando em Estudos e Práticas das Artes pela UQAM (Université du Québec à Montréal) em cotutela com a Universidade de São Paulo (USP). Além de ter um trabalho artístico consistente e reconhecido internacionalmente, ele já colaborou como pesquisador no Centro de Memória do Circo (SP)
Referências ANDRIEU, Bernard. La Contorsion Comme Immersion Expérientielle: Créer un Nouveau Schéma Corporel. In: Momento, v. 6. Paris: Hors le murs, 2012. FAGOT, Sylvain. Le Cirque: entre Culture du Corps et Culture du Risque. Paris: L’Harmattan, 2010. HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O Nativo Relativo. Mana, Rio de Janeiro, v. 8, n.1, p. 113-148, 2002.
1 Segundo Bernard Andrieu (2012), os schéma corporal é o que engaja a motricidade em um certo modo de ação cuja convenção é a expressão cotidiana. A partir da incorporação de técnicas do corpo, o schéma corporal produz inconscientemente os gestos para agir automaticamente em um saber “encarnado”, imediatamente disponível e adaptado ao exercício habitual do corpo.
The Circus as A Space for Otherness
The circus is a physical art that displays the artist’s technical and poetic potential. These are the two dimensions articulated in the staging of a circus act or show. They cannot exist independently. When the technical material loses its poetic function, it is no longer useful to the scene. For this reason, the artist’s experiences during the formative process are relevant to reveal poetry through the body and creative reflection. Andrieu (2012) states that corporal practice is the result of actions executed by the artist, transforming his own body through experience. Constant repetition gradually modifies his identity and reveals new corporal schémas. Thus “corporal experience is a bio-subjective perception” (Ibid., p. 14), and this is where the performer’s poetry is revealed. Based on his cultural formation and experiences incorporated by his body, the artist is capable to create and recreate new corporal schémas to become other(s).
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Today this process takes place in a world where there are “performing and producing individuals” (HAN, 2015, p. 23) and where artistic practices tend to eliminate the boundaries between them. The contemporary scene is “deterritorialized” and artistic forms lose their identity as they relate to other experiences. At the same time, the circus has been hybrid since its origin, and it is in constant transformation. Nowadays, there is a broad variety of performances and creative processes in circus, revealing new aesthetic and poetic approaches. The generation of circus artists active in the new millennium is characterized by a diversity of experiences and learning practices. This is a consequence of individuals’ mobility while seeking education in circus arts, facilitated by the appearance of circus schools around the world. These schools usually adopt pedagogical programs with the objective of educating generalist or specialized artists capable to interact with the plurality of today’s circus scene.
Each school aims to educate the type of specialized professional who will meet, in its opinion, the expectations of today’s political, economical and culture context. One example is the sort of circus artist who graduates from École Nationale de Cirque de Montréal, generally speaking: multitalented and highly technical young performers from 20 to 24 years of age, educated in production norms geared mainly at mainstream Canadian companies. This produces a new model artist adapted to a specific creation/production context, where performance prevails over the poetic.
Marcos Francisco Nery Ferreira
Things become more interesting when artists who don’t fit into this pattern exclusively seek different types of mobility: they may, for instance, return to their native country, bringing the knowledge obtained in their artistic education while also embracing other types of wisdom, practices and styles. New creative networks are established, along with contaminations accross languages and practices, originating new labor relationships in the circus arts: “the entire socio-economical system of circus has seen remarkable changes” (FAGOT, 2010, p. 22) The creative processes that appear in this context become spaces for encounters and sharing experiences, where it is all mixed together, revealing valuable mechanisms of otherness. Praxis is what matters the most for the artist, thus every creative process exposes the tension in the affinities and differences generated by the relationship between the elements of the composition. In this sense, the artist’s body can incorporate the other, as “a condition to go from one realm to the next” (VIVEIROS DE CASTRO, 2002, p. 119). This facilitates the occurrence of different formats for the expressive characteristic of these encounters.
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The contemporary scene reveals itself as the stage for the relationship between various perspectives in these encounters, in addition to each artist’s technical-poetic practice. The idea of center crumbles, giving room to multiple perspectives. At the same time, the fringe becomes increasingly porous, allowing new languages to bloom through these spaces of otherness. The notion of being between emerges: between practices, cultures, languages, procedures, principles etc conveying both the distance and qualitative distinctions between these elements. In circus, such tensions are concentrated in the body. A body that must be seen as the “other, someone else’s figure, who is not an individual or an object, but the expression of a possible world” (Ibid., p. 117). Marcos Francisco Nery Ferreira He is a Brazilian interpreter and researcher. He studied at the National Circus School and has improved himself in Montreal (Canada). Graduated in Performing Arts from the Universidade Federal da Bahia, he holds a master’s degree in Performing Arts from Universidade Estadual Paulista (UNESP) and conducts his doctoral research in arts studies and practices from Université du Québec à Montréal (UQAM) in cooperation with USP. In addition to have a consistent and internationally recognized artistic work, he has already collaborated as a researcher at the Circus Memory Center
References ANDRIEU, Bernard. La Contorsion Comme Immersion Expérientielle: Créer un Nouveau Schéma Corporel. In: Momento, v. 6. Paris: Hors le murs, 2012. FAGOT, Sylvain. Le Cirque: entre Culture du Corps et Culture du Risque. Paris: L’Harmattan, 2010. HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O Nativo Relativo. Mana, Rio de Janeiro, v. 8, n.1, p. 113-148, 2002.
Um Ensaio Sobre A Suspensão
Mãos calejadas, abdômen tonificado, asas largas, pés fora do chão. Suspenso, o acrobata aéreo treina seu corpo e espírito. Seja em um trapézio, lira ou corda, a sua bacia precisa levantar, girar e aterrissar em segurança. Para isso ele pratica, insiste, resiste à pressão. Treina para desenvolver as potências de seu corpo, “a capacidade de se afetar corpo” ¹ e agir. Em um espaço de contornos ar-riscados, ele realiza figuras que desfiguram seu próprio corpo. Desde a criação do circo moderno no século XVIII, os acrobatas aéreos encenam a suspensão de seus corpos. Mesmo com as mudanças pelas quais o circo passou até hoje, aproximando-se de outras artes, a suspensão permanece sendo sua principal característica.
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A escrita deste ensaio foi movida pelo desejo de refletir sobre este corpo suspenso que resiste às tentativas de conceitualização, mas que hoje está muito longe do puro divertimento, e se apresenta, em seu hibridismo, aberto para uma série de questionamentos. Mesmo que ainda seja difícil de definir e que se preste a interpretações contraditórias, ele é concretamente provado, todos os dias, pelos seus artistas. Ele informa sobre seus gestos e seu estar no mundo. É a sua experiência que, por um instante, o funda. Seria a suspensão uma propriedade do corpo circense que, atravessando o tempo, poderia contribuir para uma definição do que seria um “corpo circense contemporâneo”? O risco no circo pode se referir às situações experimentadas durante o treinamento e apresentações, mas também às que o circense enfrenta no seu dia a dia. O risco estabelece uma relação própria do circense com seu estar no mundo. Ele é: a) físico - proveniente de seu embate com a matéria, b) social - ligado à relação instável que estabelece com a sociedade, c) afetivo consequência subjectiva do contato com experiências arriscadas, c) de linguagem - traço de uma escrita particular. Afinal, é impossível dissociar a prática do circo da própria vida. Não há separação. “A exposição ao risco, se induz ao perigo, engaja os mecanismos consecutivos a um colocar-se em desequilíbrio a si próprio” ².
O artista aéreo dedicase à suspensão com uma determinação absoluta. Articulação por articulação, músculo por músculo, ele prepara seu corpo. Prestalhe homenagem. É frequente vê-lo nas salas de aula, ensaios, camarins, isolado, cumprindo um pequeno ritual. Antes de shows ou treinamentos que oferecem riscos, sussurra uma espécie de prece na qual pede a seu próprio corpo para que fique junto dele. Não há Deus para protegê-lo nem condená-lo. Há apenas espaços divinos à sua volta dos quais ele toma posse. Seu universo metafísico não ultrapassa o corpo. Ele mesmo se experimenta enquanto infinito.
Alluana Ribeiro Barcellos Borges
A figura no circo (também como conhecida como truque ou proeza) é um acontecimento que requer um engajamento total do corpo na experiência. Realizada na redoma sensorial extraordinária² proposta pelo espaço suspenso, ela é infinitamente breve e está ligada a uma superação de si. Esteja suspenso por cordas, por um tecido, um trapézio, ou pela mão de um parceiro, o acrobata aéreo experimenta na pele uma realidade instável na qual as referências são outras e os apoios, restritos; ele então adapta-se a essa realidade através da realização de (des)figuras. É justamente nesse espaço liso que ele se refaz; neste não-lugar que não se esgota e não se conclui. A suspensão, no caso dos circenses, assim como no caso de Artaud, não é um vazio infinito, um descompromisso. Ela é repleta de acontecimentos de ordem corporal e afetiva. Para tanto é preciso engajar- se, liberar o corpo, “os órgãos”, segundo Artaud, de um condicionamento que lhes foi imposto.“Eu me faço suspenso”, dizia, “sem inclinação, neutro, preso em busca do equilíbrio das boas e das más solicitações”. A suspensão abre uma lacuna que não é necessariamente positivada, preenchida. Ela sustenta o não-lugar como possibilidade de existência. Mas este vazio com o qual o circense trabalha não é o nada. É antes uma virtualidade que contém em si possibilidades ilimitadas de se fazer corpo e discurso. 23
De alguma forma a sublimidade do acrobata aéreo, seu caráter de anjo, como define Fabienne Arvers, é fruto de um intenso engajamento físico. Metafísico. Através da física eleva-se sobre o risco de um vazio. Trabalha, na carne, suas possibilidades de suspensão. Trata-se de uma metafísica da carne ou uma física primeira que opera no corpo do circense e que o leva a ir mais longe numa vertigem que nada pode deter. Nesse sentido podemos partilhar da ideia de Philippe Goudard: o corpo do artista circense é sacrificado pelo desejo de elevar-se. Alluana Ribeiro Barcellos Borges é artista de circo. Com graduação em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2007), é Mestre em Estudos de Literatura e Cultura na mesma instituição e suas pesquisas atuais são sobre o corpo e as artes do circo contemporâneas a partir de uma releitura da obra do escritor Antonin Artaud. Alluana é cofundadora e artista na Cie Sôlta (FR/BR) desde 2012. Atualmente trabalha no GOP Variety Theater e está em turnê com os espetáculos Apesar e What If?
Referências ARTAUD, Antonin. Oeuvres. Quarto. Paris: Gallimard, 2004, p. 125. (Tradução livre) GOUDARD, Philippe. Arts du Cirque, Arts du Risque: Instabilité et Déséquilibre dans et Hors la Piste. Montpellier: ANRT, 2005. GUY, Jean-Michel. (dir). AvantGarde, Cirque! Les Arts de la Piste en Révolution. Paris: Éditons Autrement, Collections Mutations, no 209. PIRES, Ericson. Cidade Ocupada. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007. VEIGA, Guilherme. Ritual, Risco e Arte Circense. O Homem em Situações-limite. Brasília: Editora UNB, 2009.
An Essay on Suspension
Callous hands, toned abs, wide wings, the feet afloat. Suspended, the aerialist trains both his body and his spirit. On the trapeze, hoop or rope, he must raise his pelvis, rotate and land safely. For this he practices, he insists, he resists the pressure. He trains to develop the “the ability to express the body”. In a risky space, he performs images that disfigure the shape of his own body. Acrobats have been enacting the suspension of their bodies since the creation of the modern circus in the eighteenth century. In spite of the changes that have brought the circus closer to other performing arts, suspension continues to be its main feature.
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This essay is motivated by a desire to reflect on the suspended body that resists to be conceptualized but reaches beyond mere entertainment, open in its hybridity to different questionings. It is still difficult to outline, allowing conflicting interpretations, but it is experienced everyday by its artists, communicating its gestures and position in the world. It is this experience that establishes it. Is suspension a feature of the circus body and does it contribute for the definition of “the contemporary circus body”? In circus, “risk” may refer to situations experienced during training and performances, as well as those faced in the daily routine. A circus artist’s contact and place in the world is defined by risk. It is: a) physical - stemming from his battle against matter; b) social - associated with his unstable relationship with society; c) emotional - a subjective consequence of risky situations, and; c) a matter of language - a feature of a specific dialect. After all, it is impossible to separate circus practice from life itself. There is no distinction between the two. “Exposure to risk leads to danger, engaging continuous mechanisms of being out of balance with yourself”.
The aerialist is dedicated to suspension with absolute determination. He prepares his body joint by joint, muscle by muscle. He pays homage to it. He can often be found alone in schools, rehearsals and green rooms, performing a small ritual. Before risky performances or training, he whispers a prayer of sorts, asking his body to stay with him. There is no god to protect or condemn him. There are only divine spaces to be conquered. His metaphysical realm does not reach beyond the body, which he experiences as infinite
Alluana Ribeiro Barcellos Borges
The circus figure (also known as trick or feat) is an occurrence that requires the body to be completely engaged in the experience. Conducted in the extraordinary sensorial dome proposed by the suspended space, it is endlessly brief and linked to personal challenges. Whether he is suspended by rope, fabric, trapeze or a partner’s hand, the aerialist experiences on his flesh an unstable reality with distinct references and limited support; he adapts to this reality through (dis)figures. It is precisely in this space that he reinvents himself; in this inexhaustible and everlasting non-place. For circus artists as well as for Artaud suspension is not about infinite emptiness or disengagement. It is filled with bodily and emotional action. According to Artaud, it is necessary to liberate the body and it “organs” from imposed conditioning. “I suspend myself”, he writes, “without inclination, neutral, stuck, in search of balance between good and bad demands”. Suspension opens a gap that isn’t necessarily charged or filled. It proposes the non-place as a possibility for existence. But the empty space where circus artists work is not a void. It is a virtual realm that contains endless possibilities for the body and for discourse.
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The sublimity and angel-like character of the aerialist, as defined by Fabienne Arvers, is the result of intense physical and metaphysical engagement. He is elevated above risky emptiness by physics and performs his suspension within his flesh. The circus artist is affected by the metaphysics of flesh, which takes him farther in unstoppable vertigo. As conceptualized by Philippe Goudard: the body of the circus artist is sacrificed by the desire to rise.
Referências ARTAUD, Antonin. Oeuvres. Quarto. Paris: Gallimard, 2004, p. 125. (Tradução livre)
Alluana Ribeiro Barcellos Borges Circus artist with a bachelor’s degree in Arts (2007) and a Master’s in Literary and Cultural Studies, both from Rio de Janeiro’s Catholic Pontifical University (PUC). Her current research focuses on the body and today’s circus schools and is based on a reassessment of Antonin Artaud’s writings. Alluana is co-founder of Cie Sôlta (FR/BR), where she has performed since 2012. She works at the GOP Variety Theater and is currently touring the shows “Apesar” and “What If?”.
VEIGA, Guilherme. Ritual, Risco e Arte Circense. O Homem em Situações-limite. Brasília: Editora UNB, 2009.
GOUDARD, Philippe. Arts du Cirque, Arts du Risque: Instabilité et Déséquilibre dans et Hors la Piste. Montpellier: ANRT, 2005. GUY, Jean-Michel. (dir). AvantGarde, Cirque! Les Arts de la Piste en Révolution. Paris: Éditons Autrement, Collections Mutations, no 209. PIRES, Ericson. Cidade Ocupada. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007.
Uns Fazem Palhaçadas; Outros, Palhaçarias Julgava que palhaço fizesse palhaçada. Foi o que sempre ouvi e assisti. Mas, de uns tempos para cá, alguns passaram a dizer que faziam palhaçaria. O que teria mudado? Deve haver alguma razão para tal. Coloquei-me a campo para investigar o ocorrido. A primeira pista me levou ao termo “clown”, anglo-saxão de origem, também adotado pelos franceses, ferrenhos defensores do idioma pátrio. Teria ocorrido um descuido por parte dos franceses? Não. Historicamente, os clowns ingleses dominaram os picadeiros e palcos parisienses no XIX, consolidando um modo de comicidade. Com isso, o termo perdurou. Os franceses, por seu turno, dizem que a arte dos clowns chama-se “clownerie”. Tá aí: palhaçaria vem a ser a transposição do francês para o português. Efeitos inconscientes da colonização cultural? Por que não clowneria? Não fica bem escancarar a transposição idiomática à revelia do que predomina no português.
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Por aqui, em ambiente de latinoamérica, palhaço ou payaso, são termos ainda pertinentes e de apelo popular (muito embora alguns rejeitem tal denominação e fazem questão de serem chamados por “clowns”). O mesmo não ocorre com a palavra “palhaçada”, que, no adjetivo, traz carga semântica pejorativa. Por que não substantivar? Se isso ocorresse a arte do palhaço seria chamada de palhaçada, pura e simplesmente. Ocorre que o problema ultrapassa a adaptação terminológica – desconfiei, então. Mudanças também ocorreram na tipologia da personagem (há quem defenda não se tratar de personagem – mas isso é assunto para outro momento!), no repertório adotado e na postura profissional diante daquilo que se faz.
No tocante aos tipos cômicos – assim me parece – houve um retorno à polarização augustobranco, algo que o fazer circense, desde os primeiros anos do século passado, avançou ao incorporar o contraaugusto (e, por decorrência, o tony em campos latinos), síntese que mantém e supera a dicotomia branco e augusto. Nos picadeiros latinoamericanos o contra-augusto predomina. Os fazedores de palhaçarias tendem a buscar um novo repertório. Para bom entendedor, significa dizer que eles rejeitam o repertório herdado da tradição que deve-se enfatizar - está em constante modificação, dado o predomínio da improvisação no trabalho dos palhaços e seu intuito de conquistar e agradar ao público. Contrapondo-se a isso, os clowns optaram por criar enredos e espetáculos com rigorosa marcação de cenas e movimentos, ao sabor das diretrizes do espetáculo teatral enclausurado entre quatro paredes. Assim, o tom comunicativo do cômico de picadeiro, ancorado na triangulação, cede lugar à expressividade da cena teatral. O público, então, é induzido à quietude contemplativa.
Mario Fernando Bolognesi
Resultado imediato dessa postura é o caráter autoral que rebate nos direitos de criação, que passa a ter um proprietário intelectual e particular, enquanto o repertório herdado é coletivo e público. A economia do mercado criativo caminha a passos largos também entre os fazedores de palhaçarias. Coloco os termos em polaridades para enfatizar modelos distintos - e por vezes antagônicos - de se exercer a arte de palhaço. Exemplos nuançados, que navegam por essas duas águas, são muitos. Mas, não se trata aqui de olhar exemplos concretos, mas sim tendências que se manifestam na atualidade. Isto é – e se eu não estiver equivocado - os fazedores e defensores da palhaçaria aproximam-se do caráter estético, naquilo que o termo carrega de mais elitista; os que fazem palhaçadas apoiam-se no fazer profissional atrelado a uma atividade comercial, cujo critério não é a beleza e o belo, mas sim o eficiente, comunicativo, enfim, o que agrada ao público.
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O vasto público popular, do picadeiro, das ruas e das praças da América Latina sabe muito bem o que é a palhaçada. Quanto à palhaçaria, a se insistir no termo e em tudo o que ele implica, há muito trabalho para a sua consolidação. E o principal: ter consciência de que a palhaçaria se direciona a um público educado na recepção do espetáculo. A palhaçada não requer tal iniciação.
Mario Fernando Bolognesi é professor titular aposentado da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), bolsista em Produtividade e Pesquisa, nível 2, do CNPq e doutor em Artes/Teatro pela Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se ao estudo dos palhaços, da comédia e do cômico circense
Some do Clowning; Others do Clownery I used to think that clowns did clowning. That was what I always heard and saw. But lately I’ve been told they do clownery (“palhaçaria” in Portuguese, versus “palhaçada” for clowning). What could have changed? There must be a reason for this. I went to the field to investigate the phenomenon. The first tip took me to the Anglo-Saxon term “clown”, also adopted by the French, otherwise fierce defenders of their native language. Are the French dropping the ball? No. Historically, British clowns dominated French circus arenas and stages in the nineteenth century, consolidating their brand of humor. The word remains to this day. French use the term “clownerie” to describe the craft of clowns. That’s it: palhaçaria is the Portuguese version of clownery. Is this an unconscious effect of cultural colonization? Why not clowneria? It wouldn’t look good to expose the idiomatic transposition ignoring the predominating terms in Portuguese.
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Over here in Latin America, palhaço or payaso are still pertinent and popular terms (although many reject the designation and insist on being called “clowns”). This is not the case with word “palhaçada”, which carries pejorative connotations. Why can’t the adjective generate the noun? If this were the case, a clown’s craft would be called palhaçada, pure and simple. As it turns out, this issue goes beyond language – so I became suspicious. There have been changes in the character’s typology (some say the clown isn’t a character at all - but that’s a subject for another time!), in the repertoire adopted, in the professional stance of the artists.
When it comes to comic types we seem to have returned to the auguste-white polarization, something the circus had left behind in the beginning of last century, when it incorporated the counter-auguste type (and consequently the tony type in Latin countries), a synthesis that overcomes the white clown and august dichotomy. Counterauguste clowns dominate Latin American arenas. Clownery practitioners tend to be seeking a new repertoire. A word to the wise, this means they reject the repertoire inherited from tradition, which - it is important to point out is in constant transformation, affected by widespread improvisation techniques and performers’ desire to win over and please the audience. In opposition to this, some clowns choose to create plots and scenes with rigorous blocking, in the style of brick-and-mortar theatrical productions. With this, the interactive character of the circus arena, anchored on triangulation, is replaced by the expressiveness of theatrical performance. The audience is then driven to contemplative quietness.
Mario Fernando Bolognesi
The immediate result of this approach is the authorial character and creative rights of the work, which becomes the intellectual property of a specific individual, while inherited repertoire is collective and public. The economics of the creative market is taking major strikes among clownery practitioners. I contrast the terms in order to highlight these different and sometimes conflicting - approaches to the clown practice. There are many nuanced examples that touch on both sides. However, the intention here is not to examine concrete examples, but to understand trends that are manifest today. It seems to me - and I may be mistaken - that practitioners and defenders of clownery are more attached to aesthetics, in the most elitist interpretation of the term; while clowning practitioners embrace their craft as a commercial activity, whose criterion is not beauty, but rather effective communication that pleases the audience.
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The vast popular audiences in Latin American arenas, streets and plazas know clowning very well. As for clownery, if the term and its connotations endure, it still requires considerable work to be consolidated. Mainly: be aware that clownery is geared at an audience that needs to be educated on how to take in the performance. Clowning requires no such initiation.
Mario Fernando Bolognesi is head teacher retired of Universidade Estadual Paulista(UNESP). Scholarship holder Productivity and Research, Level 2, of CNPq. Doctor In Arts / Theater by Universidade de São Paulo (USP). Dedicates to the study Clowns, comedy and of the circus comic
18 atrações nacionais
13 atrações internacionais
Spetacles
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All Genius All Idiot / Genial e Idiota Svalbard Company (Suécia)
52
Fritos Refritos Chacovachi e Maku Fanchulini (Argentina)
72
Piccola Memória Piccolo Circo-Teatro de Variedades (São Paulo – SP)
36
Animo Festas La Cascata Cia. Cômica (São José dos Campos – SP)
54
Histórias Contadas de Cima Coletivo Baiano de Circo (Salvador – BA)
74
Rastros Circo Crescer e Viver (Rio de Janeiro – RJ)
A O Lang Pho/O Vilarejo e A Cidade – Nouveau Cirque Du Vietnam (Vietnã)
56
HumAnimaL Circo da Silva (RJ / RS)
76
38
58
Íntimo Cia LaMala (São Paulo – SP)
Santa Madera Cie MPTA – Juan Ignacio Tula & Stefan Kinsman (Argentina / França / Suíça)
78
SobrevoltaS Circo Enxame e Circo Mínimo (São Paulo – SP)
40
42
Apesar Cie Sôlta (Brasil / França) Balbúrdia Cia Artinerant´s (São Paulo – SP)
44
Carta Branca Cia do Relativo (São Paulo – SP)
46
Concerto para Deux Clowns / Concerto para Dois Clowns Cie Les Rois Vagabonds (França / Uruguai)
48
Dois Luís & Pedro Sartori do Vale (Brasil / Finlândia)
50
Figuras Mágicas Rapha Santacruz e Vik & Fabrini / Bruno Tarnecci (Recife – PE / Peru)
60
62
64
66
Knee Deep / Pisando em Ovos Casus Circus (Austrália) Mar sem Beira Cia Nós no Bambu (Brasília – DF) Menu del Giorno / Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Mythe – Jeux de Refus / Mito – Jogos de Recusa Ivanie Aubin-Malo e Marcos Nery (Brasil /Canadá)
68
Noite da Rose Coletivo Noite da Rose (Brasil)
70
O Sapateiro Teatro Lá nos Fundos (Criciúma – SC)
80
Telhado de Ninguém Companhia do Polvo (São Paulo – SP)
82
Tempo e(m) Movimento Rosiris Garrido (Brasil /Alemanha)
84
Tetris ARCH8 (Holanda)
86
Violeta Col-lectiu La Persiana (Espanha)
All Genius All Idiot –
e Idiota
Svalbard Company Suécia Sweden
Inédito na América First Showing in America
34
Afinal, o que nos torna um gênio e o que nos torna um idiota? É a provocação que o grupo lança ao público com a montagem que discute o circo contemporâneo com um espetáculo pop e escrachado. Ousada e nonsense, a narrativa satiriza, com muito humor, o hermetismo de certas montagens do circo atual. O cenário, roto, traz chifres de animais, carrinhos de compra abandonados e uma pilha de sacos de lixo, enquanto uma excêntrica trilha sonora original, tocada ao vivo pelos artistas, dá o tom de irreverência.
“Nossa experiência de vida é a história que estamos contando. Discussões sobre gênero e sexismo, que sempre tiveram eco em nosso trabalho, se juntam às tensões do dia a dia, nossos traumas atuais, dramas e euforias. Compartilhamos nossas próprias culturas sem palavras e, inversamente, vemos e compreendemos melhor o mundo”, diz o grupo. Encenado por quatro acrobatas de diferentes países (Espanha, Inglaterra, Suécia e Alemanha), All Genius All Idiot discute o conflito entre o instinto e o intelecto, ampliando as possibilidades de interpretação dessa questão primordial.
What makes a genius and what makes an idiot? This is the group’s provocation to the audience in a pop aesthetic presentation that proposes a discussion of the circus today.
Jakub Jelen
Daring and nonsensical, the performance satirizes the hermetic sense of many contemporary circus shows. The ratty set includes animal horns, abandoned supermarket carts and a pile of garbage bags, with eccentric original music performed live by the artists adding an irreverent atmosphere.
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“The story we are telling is about our life experience. There are discussions of gender and sexism, which are always present in our work, along with daily routine tensions, traumas, drama and euphoria. We share our culture without words, and this in turn helps us see and understand the world better”, according to the group. Performed by acrobats from different countries (Spain, England, Sweden and Germany), All Genius All Idiot tackles the clash of instinct and intellect, expanding the interpretative possibilities of this primordial issue.
Concepção e elenco (Conceived and performed by) Benjamin Smith, John Simon Wiborn, Santiago Ruiz Albalate, Tom Brand Apoio (Support) Arts Council England, Cirk la Putyka, Cirkör LAB & Jacksons Lane, Glastonbury Arts Commission, Konstnärsnämnden, Kulturrädet, Stockholms Stad, Subtopia Cenografia (Set design) Kasper Svenstrup Hansen Colaboração artística (Artistic collaboration) Peter Jasko Figurino (Costume design) Michiel Tange van Leeuwen
Iluminação (Lightdesign) Zuzana Rezna Olhar externo (Outside look) Methinee Wongtrakoon Olhar externo/ treino acrobático (Outside look / acrobatic training) Bahoz Temaux Olhar externo/ música (Outside look / music) Mae Karthäuser Produção (Production) Josefin Lindberg, Follow the Rabbit & Wolfgang Hoffman, Aurora Nova Técnico de luz e som (Sound and audio technician) Carlos Ferrer Produção no Brasil (Production in Brazil) João Carlos Couto
Gabriel Rachid
Nesta espécie de freak show, o autor, ator e diretor Marcio Douglas, criador da La Cascata Cia Cômica, vive Klaus, o antiherói clown. Em um cenário de decadência, com ambiente esfumaçado, decorado com bexigas e uma caveira, Klaus narra sua saga solitária como animador de festas infantis em um “submundo” de tristeza e miséria. Vítima de suas próprias escolhas, ele se dá conta de que construiu uma vida medíocre, buscando apenas a sobrevivência, e provoca o público com questionamentos sobre a felicidade, o valor do trabalho artístico e as decisões que tomamos para sobreviver.
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Ao som de rock, música francesa e canções infantis dos anos 1980, Animo Festas, segundo trabalho solo de Marcio Douglas, desnuda a máscara do palhaço com humor ácido e sarcasmo, colocando no centro do picadeiro uma pessoa que está à margem da sociedade, em seu embate pessoal entre a fidelidade à arte que se propõe e a necessidade financeira de se ajustar ao mercado. “O palhaço é o humano patético, o tolo, o perdedor. É na sua derrota que ele se conecta com o que há de mais essencial em nós. Nós rimos do nosso espelho. É o riso que diminui a distância entre as pessoas. Não há fronteira quando nos reconhecemos como iguais”, afirma Douglas.
La Cascata Cia. Cômica São José dos Campos (SP)
A performance built as a freakshow featuring an antihero clown called Klaus, played by author, actor and director Marcio Douglas, founder of La Cascata Cia Cômica troupe. Klaus remembers his lonely experiences performing in children’s parties in an “underworld” of sadness and misery, a decaying and smoky setting decorated with party balloons and a skull. A victim of his own choices, Klaus realizes that his struggle for survival has resulted in a mediocre life, and provokes the audience evoking questions about happiness, the value of artistic work and the decisions we make to survive.
Animo
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With a soundtrack that mixes rock, French music and children’s songs from the 1980s, Animo Festas, Marcio Douglas’ second solo piece, takes off the clown mask with biting humor and sarcasm, showcasing on the arena an individual on the fringes of society, fighting a personal battle between loyalty to art and the financial need to adjust to the market. “The clown is a pathetic human being, the fool, the loser. It is in his defeat that he connects to essential parts of ourselves. We laugh at the mirror, and the laughter brings people closer. There are no boundaries when we recognize ourselves as equals”, says Douglas.
Criação e atuação (Created and performed by) Marcio Douglas Iluminação (Lighting design) Renato Jr. Sonoplastia (Sound design) Marcio Douglas, Jessica Zelma Cenografia e figurino (Set and costume design) Marcio Douglas Operador de luz (Lighting design) Renato Jr. Operador de som (Sound technician) Adriano Laureano Fotos (Photos) Gabriel Rachid, Rogener Pavinski, Brenda Marques Design gráfico (Graphic design) Studio 195 Produção (Produced by) La Cascata Cia Cômica Apoio (Supported by) Teatro da Rua Eliza
A O
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Dragon Images
O Vilarejo e A Cidade
A companhia vietnamita embaralha clássico e contemporâneo, num espetáculo que sobrepõe as diversas transições ocorridas nas últimas décadas no Vietnã, contrapondo as tradições do interior ao frenético cotidiano nas cidades. O que se assemelha a uma contraposição é um movimento orgânico de símbolos de um país que se renova, carregando as bases que constituem sua sociedade, representadas por cestos de vime e bambus, usados, ao mesmo tempo, na composição de campos de arroz e barcos de pesca e como alicerce de arranha-céus nas metrópoles. “A mensagem não está totalmente revelada no roteiro, mas o fato é que viramos uma página no Vietnã.
Nouveau Cirque du Vietnam Vietnã Vietnam Inédito na América First Showing in America
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O que parece calmo, de repente, se torna barulhento, agitado”, descreve o diretor Tuan Le. “Diversos momentos de A O Lang Pho mostram exatamente como o país é hoje. Em outros, aparece idealizado, como um sonho.” Isso ocorre também na música ao vivo, em que instrumentos clássicos são usados para interpretar canções tradicionais – todas originais e, muitas vezes, resultado de improvisos – e para criar as batidas de hip-hop que embalam o Vietnã moderno. “A ideia foi a de utilizar sempre os mesmos objetos e instrumentos para criar uma imagem e, então, quebrá-la e recriar uma outra, totalmente nova”, diz Le. “As transições podem ser feitas com os mesmos elementos, imaginados de diversas maneiras.”
The Vietnamese company merges classic and contemporary elements in a performance that overlaps Vietnam’s many transitions in recent decades, juxtaposing countryside traditions and the frantic daily routine of the cities. This apparent opposition is actually an organic composition of symbols of a country that is renewing itself and the structures of its society. The performers use bamboo baskets and sticks to represent rice fields and fishing boats as well as the foundation of skyscrapers in major cities.
Concepção e criação (Conceived and created by) Tuan Le, Nguyen Lan Maurice, Nguyen Nhat Ly, Nguyen Tan Loc Direção (Direction) Tuan Le, Nguyen Nhat Ly (musical), Nguyen Lan Maurice (artístico), Nguyen Duy Chan (técnico) Elenco (Cast) Bui Quoc Huy, Dinh Van Tuan, Dang Tram Anh, Do Manh Hung, Le Ly Xa, Nguyen Khanh Linh, Nguyen Nhat Quang, Nguyen Thi Lien, Nguyen Ton Doan Khanh, Nguyen Van Thanh, Pham Van Son, Quach The Nam, Tran Ban Tin, Tran Duc An, Truong Chinh Phu Coreógrafo (Choreographer) Nguyen Tan Loc
Músicos (Musicians) Do Trong Thai, Luong Thang Long, Nguyen Thi Phuong Thao, Nguyen Truong Tho, Thanh Hai Técnico de luz (Lightning technician) Trinh The Nguyen Técnico de som (Sound technician) Mai Hoai Nam Técnico de palco (Stage technicians) Tran Thien Hieu, Trinh Huy Luong Produção (Production) Lune Production Produção no Brasil (Production in Brazil) Santa Paciência Produções Culturais / Marisa Riccitelli
“The message is not completely revealed in the script, but the fact is that we have turned a page in Vietnam. Seemingly quiet things suddenly become noisy, hectic”, describes director Tuan Le. “Many moments of A O Lang Pho show the country exactly as it is today, while in other moments it appears idealized, like in a dream.” The music performed live at the show also reflects the transition. Classic instruments are used in traditional songs - all original and sometimes improvised - and then to recreate the hiphop beats of modern Vietnam. “The idea was always use the same objects and instruments to create one image that breaks down and becomes something completely new”, says Le. “The transitions can be made with the same elements, reimagined in different ways.”
Cie Sôlta
Brasil/ França Brazil/ France Em 1977, Roland Barthes realizou, na França, o curso “Como Viver Juntos”, no qual defende que cada um deve viver em seu próprio ritmo, com flexibilidade e mobilidade, que permita dois tipos distintos de existência: na solidão e em sociedade. Ele traduz essa questão com a pergunta “A que distância devo me manter dos outros para construir uma sociabilidade sem alienação?”
Sob essa perspectiva, como um casal pode sobreviver ao decidir se isolar do mundo? E se essa dupla está no século XIX? Será que essas seriam as mesmas dificuldades de convivência no século XXI? Inspirados pelo tema “como viver juntos, apesar de tudo”, a brasileira Alluana Ribeiro e o francês Tom Prôneur criaram a narrativa sobre o cotidiano de marido e mulher no início do século passado, vivendo apenas em companhia um do outro. “Em tempos de mutação, nos perguntávamos: ‘E, se ao invés de nos separar, insistíssemos nessa união, fortalecida pelos laços do amor e fragilizada pelo mundo exterior? Como um encontro potente pode se recriar? O que é ainda possível de ser inventado? Apesar fala de nossa história ultrapassando a gente”, diz Alluana.
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Concepção, direção e elenco (Conceived, directed and performed by) Alluana Ribeiro, Tom Prôneur Produção no Brasil (Production in Brazil) Difusa Fronteira/ Felipe Gonzalez
Inédito em São Paulo
First Showing in São Paulo
In 1977, Roland Barthes conducted in France the course “How to live together”, in which he defended living in one’s own rhythm, with flexibility and mobility. This allowed for two distinct types of existence: in solitude and in society. The issue is translated by the question “What distance do we need between the self and society to instil sociability but to avoid alienation?”
From this perspective, how can a couple survive if they decide to isolate themselves from the world? What if this duo is in the nineteenth century? Are the difficulties the same as in the twentieth-first century? Inspired by the idea of “living together in spite of it all”, Alluana Ribeiro and Tom Prôneur (originally from Brazil and France, respectively) create a narrative about husband and wife who live only with each other in the turn of the twentieth century.
Tom Prôneur
“In challenging times we have asked ourselves: ‘what if instead of splitting we insist in this union, strengthened by the bonds of love and weakened only by the outside world? How can we create a powerful partnership? Is there anything that can still be invented? Apesar is about being overcome by our histories”, says Alluana.
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Trilha sonora (Music)Artinerant’s, Lu Lopes Iluminação (Light design) Carlos Eduardo Sporkens Contra-regragem (Countermeasures) Edimar Santos Produção Executiva (Executive Production) Marina Ferreira
Marina Ferreira
Direção (Director) Lu Lopes Elenco (Cast) Daniel Pedro, Maíra Campos Cenografia (Set design) Cris Decot Figurino (Costume design) Artinerant’s Desenho de luz (Lighting design) Paulo Souza
São Paulo (SP)
Cia Artinerant´s
Algazarra, confusão, trapalhada, pandemônio! Com título auto-explicativo, Balbúrdia, espetáculo da companhia Artinerant’s, narra a vida de um casal em meio à desordem, ao barulho e a constantes transformações, em um mundo moderno que dá pouco espaço ao silêncio.
Casados na vida real, os artistas Daniel Pedro e Maíra Campos, protagonistas e fundadores da companhia Artinerant´s, trazem para a montagem suas experiências pessoais e profissionais em itinerâncias dentro e fora do país, e misturam técnicas tradicionais e contemporâneas do circo.
A narrativa dirigida por Lu Lopes explicita as trajetórias de cada integrante e enfatiza diferenças, semelhanças e, principalmente o que os une, flertando com poesia e comicidade o universo do surrealismo fantástico em cenas que se desenvolvem por meio de circuitos curtos e cíclicos.
Os protagonistas de Balbúrdia desconstroem o que se espera de um espetáculo circense, subvertendo qualquer tipo de ordem no palco.
“O espetáculo, além de agregar a nossa busca artística atual, é um recorte de momentos de tentativas da dupla se relacionar, em um jogo em que o objetivo comum é encontrar formas de se manter unidos, aceitando e enfrentando os obstáculos, surpresas e confusões do caminho”, contam eles.
Balbúrdia é o segundo espetáculo (Vizinhos é o primeiro) da trilogia que a companhia Artinerant`s está construindo com a diretora Lu Lopes.
Estreia Nacional
In Portuguese, Balbúrdia means confusion, pastiche, mayhem. With a self-explanatory title, Artinerant’s Balbúrdia (Brouhaha) tells the story of a couple living in today’s chaotic, noisy and ever-changing world, with limited space and silence. The protagonists of Balbúrdia deconstruct what is expected of a circus spectacle subverting any kind of order on the stage.
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National Premiere
A married couple in real life, Daniel Pedro and Maíra Campos are the stars and founders of the Artinerant’s troupe. They bring to the show personal and professional experiences performing in Brazil and abroad, while mixing traditional and present-day circus skills. “The performance is not just an expression of our artistic quest today - it is also a portrait of a couple’s history and attempts to relate to each other in a game whose objective is to stay together, facing challenges, surprises and confusions along the way”, they say.
The narrative, directed by Lu Lopes, showcases the performer’s trajectories, highlighting differences, similarities and what brings them together, and flirts with fantastical surrealism in short and cyclical sketches. Balbúrdia is the second show (Vizinhos is the first) of trilogy that Artinerant´s cia is building with the director Lu Lopes.
Otavio Fantinato
Cia do Relativo
São Paulo (SP)
Quatro artistas brasileiros formados em escolas de diversas partes do mundo voltam ao Brasil com “carta branca” para criarem um espetáculo livre de amarras, sem dramaturgia pré-definida, unindo seus talentos e técnicas em malabarismo, dança e acrobacia que desafiam o “corpo do circo”. Entre o silêncio e o som do acordeão, eles provocam a imaginação do público encenando situações corriqueiras do cotidiano com a manipulação de bolas, bancos e tábuas de madeira. O figurino é simples e impessoal, assim como o cenário, uma sala vazia e uma única parede de tom nude, destacando as infinitas possibilidades de expressão corporal do elenco e a complexidade dos números.
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Segundo espetáculo da Companhia do Relativo, formada em 2009, Carta Branca revela também o lado humano e vulnerável de seus intérpretes. “Buscamos propor questões que não sejam somente nossas, mas que estejam presentes na vida de outras pessoas. As artes circenses são potenciais ferramentas de sensibilização e de aproximação de pessoas, pois é na disposição para o ‘divertir-se’ que o público fica aberto para dar, receber e trocar”, afirma Otavio Fantinato, um dos integrantes do grupo e artista do espetáculo.
Carta
Criação e atuação (Created and performed by) Danielle Siqueira, Victor Abreu, Otavio Fantinato, Tassio Folli Figurino (Costume design) Ana Luisa Teixera Concepção cenográfica (Set design) Tassio Folli, Otavio Fantinato Música (Music) Danielle Siqueira Contribuição (Contribution) Flavio Falconi Direção geral (General director) Tassio Folli
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Four Brazilian artists trained in schools around the world come home with “carte blanche” to create a show with no strings attached and no pre-defined dramaturgy. They combine their skills in juggling, dance and acrobatic acts that challenge the “circus body”. Alternating silence and accordion sounds, they stimulate the audience’s imagination by recreating daily routine situations using balls, stools and wood boards. The costumes are plain and impersonal, as well as the set, an empty room with one single wall in a nude shade that underscores the complexity of the acts and the numberless possibilities of corporal expression.
Carta Branca is the second spectacle by Companhia do Relativo, born in 2009, and it reveals the human and vulnerable side of its performers. “We try to pose questions that are not just ours, but are also present in other people’s lives. Circus arts are potential tools to sensitize and bring people together, because in their willingness to ‘have fun’ the audience becomes open to give, receive and share”, says Otavio Fantinato, one of the members of the troupe and a performer in the show.
PRappeneau
Para Dois Clowns 46
Cie Les Rois Vagabonds França / Uruguai France / Uruguay
“O clown é a arte de uma vida. Ser palhaço é algo que se desenvolve ao longo de uma trajetória e se aperfeiçoa a cada gesto, a cada espetáculo, assim como se desconstrói na mesma medida”, é o que discutem os “reis vagabundos” Julia Moa Caprez e Igor Sellem, da dupla franco-argentina Les Rois Vagabonds.
Em cena, eles encarnam dois cortesãos que, ao longo da montagem, irão desfazer não só o estereótipo desses personagens palacianos, como também a essência ritualística e circunspecta de um grande concerto de música clássica. Assim, ao mesmo tempo em que executam ao vivo peças de Bach, Vivaldi e Strauss – com Julia ao violino e Igor na tuba –, eles realizam números de acrobacia e malabarismo, numa sátira aos costumes da corte e ao que se espera de um ambiente erudito. Premiado pelo público no Festival de Avignon, o casal faz uma releitura da figura clássica do clown, explorando com humor e poesia todas as suas possibilidades de interpretação, numa demonstração de que não há limites estéticos e poéticos para reinventá-la.
“Clowning is a lifelong art. To be a clown is something that is developed in a journey and perfected in each gesture, each show, while it is deconstructed by the same measure”, argue Julia Moa Caprez and Igor Sellem, the “vagabond kings” in the French-Argentinean duo Les Rois Vagabonds.
On stage they play two courtiers that, throughout the show, dismantle the stereotype of these palatial characters as well as the ritualistic and circumspect atmosphere of a large classical concerto. The artists perform pieces by Bach, Vivaldi and Strauss - Julia on the violin and Igor on tuba - as well as many acrobatic and juggling acts, in a satire of court life and of what would normally be expected from an erudite setting. Winner of the audience choice award at the Avignon Festival, the couple offers a reinterpretation of the classic clown, exploring all possibilities with humor and poetry and proving there are no aesthetic limits to reinvent it.
Inédito em São Paulo
First Showing in São Paulo Concepção e interpretação (Conceived and performed by) Igor Sellem, Julia Moa Caprez Produção (Production) Les Rois Vagabonds Produção no Brasil (Production in Brazil) Arte Rumo Produções Artísticas / Raquel Dammous
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Luís & Pedro Sartori do Vale
Brasil/ Finlândia
Brazil/ Finland
Inédito em São Paulo
De que forma o tempo, o ambiente e as experiências pessoais e profissionais de cada um modificam a relação dos dois e ganham novas nuances na vida adulta? Após anos trabalhando em diferentes projetos e companhias, em diversos países do mundo, os irmãos mineiros Luís e Pedro Sartori do Vale se encontram na Europa. Desse encontro, surge Dois, primeiro espetáculo que junta a dupla no mesmo palco e aquece os laços de cumplicidade, fraternidade, intimidade e rivalidade entre eles.
“São características que às vezes nos unem, às vezes nos separam, às vezes nos confundem. Nos interessa testar e descobrir nossos próprios limites, tanto técnicos como de relacionamento. Não apenas de forma negativa, para tentar provar quem é o melhor ou o mais forte, mas de forma que possamos falar também de temas como confiança, empatia e solidariedade”, contam os artistas, formados pela Ecole Supérieure des Arts du Cirque (Esac, Bélgica).
First Showing in São Paulo
Inspirados por contos clássicos e memórias de infância, os artistas revisitam suas similaridades e diferenças na aparência física, personalidade, linguagem e especialidades. 48
A dramaturgia mistura artes visuais com trilha sonora em clima de faroeste para ambientar a poética das relações familiares, em números de acrobacia, malabarismo, mastro chinês, manipulação de objetos e uma paixão em comum: o arco e flecha.
Baumecker
How does time, the connection and two siblings’ personal and professional experiences affect their relationship and introduce new nuances in adult life? After years working in different projects and companies around the world, brothers Luís and Pedro Sartori do Vale, originally from Minas Gerais state, reunited in Europe. Dois is the result of this encounter: the first show to brings them together on stage, firing up their bonds of friendship, fraternity, closeness and rivalry. Inspired by classic tales and childhood memories, the artists explore their similarities and differences in terms of physical appearance, personality, language and skills.
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“These characteristics sometimes bring us together, sometimes separate us and sometimes confound us. We are interested in testing our technical limits as well as the limits of our relationship. Not just in a negative way, trying to prove who is better or stronger, but in a manner that allows us to talk about trust, empathy and solidarity”, say the artists, graduates from the Ecole Supérieure des Arts du Cirque (Esac, Belgium). The dramaturgy combines visual arts and a soundtrack inspired by the ‘old west’, as the backdrop for a poetic family connection expressed in acrobatics, juggling, Chinese mast, object manipulation and one passion the brothers have in common: archery.
Conceito / performance (Conceived and performed by) Luís Sartori do Vale, Pedro Sartori do Vale Produção (Production) WHS (FI) Coprodução (Coproduction) Theater op de Markt / Dommelhof (BE) Iluminação (Lightning design) Jere Mönkkönen Trilha sonora (Music) Petteri Rajanti
Apoio (Support) Arts Promotion Centre Finland (FI), Cirko (FI), Circuscentrum (BE), Espace Catastrophe (BE), Epic Armoury (DK), Finnish Circus Information Center (FI), Hiljaisuus festival (FI), Kanneltalo (FI), La Strada (ATHiljaisuus festival (FI), JVD Archery Equipments (NL), Mario Vale, Monica Sartori, Samuel Huberin Taidesäätiö (FI), Sergio Mendes, Subtopia (SE) Produção no Brasil (Production in Brazil) Agentz Produções / Fernanda Vidigal
Estreia Nacional
Figuras
National Premiere
Rapha Santacruz e Vik & Fabrini / Bruno Tarnecci
Max Levay
Recife (PE) / Peru
Com 25 anos de carreira e passagem por mais de 30 países, a premiada dupla paulista Vik e Fabrini divide pela primeira vez o palco com o pernambucano Rapha Santacruz, especialista em linguagem não verbal, na estreia mundial de Figuras Mágicas. O espetáculo mistura ilusionismo, jogos cênicos e técnicas circenses para discutir o embate entre a emoção e a racionalidade no mundo contemporâneo, tendo como pano de fundo o universo fantástico do artista popular pernambucano Mestre Galdino (1928-1996), famoso pela criação de figuras imaginárias de cangaceiros e seres que eram uma simbiose de humanos e animais.
With a career that spans 25 years over 30 countries, the award-winning duo from São Paulo Vik and Fabrini share the stage for the first time with Rapha Santacruz, from Pernambuco, an expert in non verbal language. This is the world premiere of Figuras Mágicas. The show blends illusionism, theater and circus skills to discuss the clash between emotion and rationality in today’s world. The performance is inspired by the fantastic universe of Pernambuco’s popular artist Mestre Galdino (1928-1996), famous for creating statues of imaginary cangaceiros and hybrid halfhuman, half-animal beings.
Nesse mundo onde fantasia e realidade se misturam, a trama, bem-humorada, narra a trajetória de três criadores, cada um concentrado em seu invento.“Um desconhece os poderes que tem, o outro acha que tem poderes sobrenaturais (mas já os perdeu), e o terceiro pensa que tudo sabe, baseado na racionalidade. Realizando várias experiências para concluir sua “obra perfeita”, criador e criatura se confundem, revelando a essência mágica que os une”, conta a produtora Christianne Galdino. Seriam os personagens três faces de um mesmo e múltiplo Galdino? Histórias paralelas ou pontos de vista distintos do mesmo enredo? São questões que o grupo deixa para o espectador responder.
In this universe, where fantasy and reality are undistinguishable, the comical plot features the trajectory of three creators, each one of them focused on their own creation. “One is unaware of his own powers, the other one believes he has supernatural abilities (now lost), and the third one thinks he knows everything, based on rationality. Conducting many experiences to achieve the ‘perfect piece’, creator and creature blend together, revealing the magic essence that unites them”, says producer Christianne Galdino. Are the characters three facets of the same and multiple Galdino? Are their stories parallel or distinct viewpoints in the same storyline? These are some of the questions the group leaves for the audience.
Abrindo a sessão, o grupo recebe a participação do mágico peruano Bruno Tarnecci.
Opening the session, the group receives the participation of Peruvian magician Bruno Tarnecci.
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Concepção (Conceived by) Christianne Galdino, Rapha Santacruz Encenação e direção de arte (Set design and art direction) Marcondes Lima Assistentes de direção (Assistant directors)Christianne Galdino, Januária Finizola Orientação dramatúrgica (Dramaturgical guidance) Carla Denise Intérpretescriadores/mágicos (Performerscreators/ magicians) Rapha Santacruz, Vik, Fabrini Direção de ilusionismo (Illusionism directors) Rapha Santacruz, Vik, Fabrini Bailarina convidada e preparadora corporal (Guest dancer and physical trainer) Januária Finizola Consultoria em linguagem clown (Clowning consultant) Ronaldo Aguiar
Trilha sonora original (Original music) Henrique Macedo Desenho de luz (Lighting design) Eron Villar Coordenação administrativa e assistente de produção (Production assistant) Carla Navarro Assistente de produção (Production assistant) Carmen Queiroz Contrarregra (Stagehand) Pedro Pernambuco Operadora de som (Sound technician ) Christianne Galdino Operador de luz (Lightning technician) Eron Villar, Júnior Brow Programação visual (Visual design) Fabrini Art, Java Araújo Foto e vídeo (Photo and video) Max Levay Locução do poema (Narration of the poem) Sóstenes Vidal (português), Eric Chartiot (francês) Produção executiva (Executive production) Christianne Galdino Com apoio de (With support of) Consulado Geral do Peru em São Paulo
Nik
Estreia Mundial World Premiere
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Uma das principais referências na arte cômica na América Latina, o bufão argentino Chacovachi percorre picadeiros, ruas e festivais internacionais com seu humor ácido e rebelde desde os anos 1980. Há 15 anos, divide vida e palco com a também palhaça Maku Fanchulini, e agora os dois trazem ao Brasil um espetáculo que condensa seus quase 40 anos de experiência.
Com humor direto, escrachado, atual e universal, Fritos Refritos discute o papel do palhaço na sociedade contemporânea e os absurdos da vida cotidiana. “É baseado em nossa experiência, já que compartilhamos filhos, profissão e a mesma vida há tanto tempo”, diz o casal. A partir de um repertório de 30 números criados ao longo de suas carreiras, eles adaptam o conteúdo da apresentação de acordo com o clima e a plateia de cada encenação, tendo na improvisação um recurso fundamental. “O circo aproxima as pessoas de diferentes latitudes através do riso e da superação humana. As fronteiras nunca existiram para o circo e o humor”, dizem os artistas.
Argentina Chacovachi e Maku Fanchulini
Refritos Direção (Director) Chacovachi Palhaços (Clowns) Chacovachi, Maku Fanchulini Figurino (Costume design) Palhaços Chacovachi, Maku Fanchulini Produção no Brasil (Production in Brazil) Difusa Arueira / Paula Rocha Com divulgação do (With publicity of) Consulado Geral e Centro de Promoção da República Argentina
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A key figure of Latin American comic art, Argentinean buffoon clown Chacovachi has been taking his biting and rebellious humour to circus rings, streets and international festivals since the 1980s. For 15 years he has shared life and stage with clown Maku Fanchulini. Now the couple brings to Brazil a show that summarizes their almost 40 years of experience.
With acid and universal humour, Fritos Refritos discusses the role of clowns in today’s society and the absurdities of the daily routine. “(The performance) is based on our experiences. We have children together and have been sharing the same profession and life for such a long time”, the couple says. Improvisation is a fundamental part of each performance: using a repertoire of 30 acts created throughout their careers, the performers adapt the content of each show to its climate and audience. “The circus brings together people from different latitudes, united in laughter and the strength of the human spirit. There have never been boundaries for the circus or for humour”, the artists say.
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Maira Lins
Contadas de Cima
Salvador (BA) Coletivo Baiano de Circo
Inédito em São Paulo First Showing in São Paulo
Concepção e dramaturgia (Concept and dramaturgy) Fábio Espírito Santo Elenco (Cast) Bia Simões, Carol Guedes, Luana Serrat, Nana Porto, Nina Porto Direção musical (Music Director) Juracy do Amor Músicos: Beto Portugal, Juracy do Amor Trilha (Music) Beto Portugal, Cássio Nobre, Juracy do Amor, Fulanas Cia. de Circo Cenografia (Scenography) Agamenon Abreu, Adriano, Clóvis dos Santos, João Paranhos Figurino (Costume) Rino Carvalho/ Assistente – Angélica Paixão Preparação vocal (Vocal preparation) Marcelo Jardim Técnicos (Technician) Edi Carlos “Binho”, Jailson Pereira Produção executiva (Executive production) André Moretti, Bel Toledo
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Reinventar-se sem perder a essência. Dialogar com o contemporâneo e, ao mesmo tempo, preservar a memória. Instigado por esses desafios, o quinteto baiano Fulanas Cia. de Circo mergulhou na tradição circense brasileira, resgatando não só métodos completamente em desuso, como também arquétipos desse universo, para retratar inquietudes de nossa época. Integrantes do Coletivo Baiano de Circo, as artistas Luana, Bia, Carol, Nana e Nina se conhecem desde a infância, em Salvador, mas foi na escola Picolino de Artes do Circo, referência em acrobacia aérea no Brasil, que deram início à pesquisa de técnicas de circo dos séculos XIX e XX, como escada giratória e trapézio de quinteto.
To reinvent yourself without losing your essence. To deal with the present while preserving memory. Instigated by these challenges, the quintet Fulanas Cia. de Circo, from Bahia state, dives into Brazilian circus traditions and brings back methods that have fallen in disuse, along with archetypes of this universe, to portray the inquietudes of our times. Members of Coletivo Baiano de Circo, artists Luana, Bia, Carol, Nana and Nina have known each other from childhood in Salvador, having attended the school Picolino de Artes do Circo, where they started their research on nineteenth and twentieth-century circus skills, such as ladder on spinning trapeze and five-people trapeze.
No picadeiro, elas constroem uma dramaturgia em parceria com o escritor Fábio Espírito Santo, autor de contos do realismo fantástico cujos protagonistas são inspirados em personagens circenses clássicos, como a menina que come borboletas, a sonâmbula com medo de dormir, as gêmeas equilibristas e a mulher-gorila. As artistas encarnam essas figuras mágicas e descrevem seus dilemas e suas neuroses por meio de canções, acompanhadas por uma banda, enquanto realizam performances em aparelhos instalados a sete metros do solo.
On stage they have built a dramaturgy in partnership with writer Fábio Espírito Santo, author of fantastic realism short stories. The protagonists are inspired in classic circus characters, such as the butterflyeating girl, the sleepwalker who’s afraid of falling asleep, twin equilibrist sisters and the ape girl. The artists incarnate these magical figures and describe their dilemmas and neuroses through songs played by a band, while performancing on apparatus rigged at 23 feet from the ground.
Circo da Silva
Porto Alegre/ Rio de Janeiro (RS/RJ)
O circo está em constante transformação, mas a memória que conservamos dele não. Palhaços, malabaristas, trapezistas, domadores compõem, há séculos, a primeira lembrança dessa manifestação artística que para muitos foi a primeira experiência cultural. À nova geração, somam-se referências espetaculares de números do novo circo. Criar uma impressão múltipla que dê conta da diversidade e dos diálogos entre diferentes gerações, identidades e técnicas do universo circense só será possível com a formação de novos espectadores, e é nesse contexto que se insere HumAnimaL.
Idealizado para o público de primeira infância, o segundo infantil da companhia Circo da Silva introduz os pequenos ao circo por meio de personagens que os fascinam: os animais. Adivinhar quem está no palco é uma das muitas facetas da montagem que, por meio de uma linguagem plástica, com referências às produções do cinema mudo, coloca em cena diversos bichos, representados apenas por seus movimentos. “A ideia é instigar a percepção, a criatividade e a curiosidade das crianças”, descreve a diretora artística Paula Preiss.
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Com uma narrativa que agrega técnicas de palhaçaria, dança, teatro físico e o humor, a performance estimula o público a inventar suas próprias histórias. “Atuamos como se estivéssemos numa caixinha preta e fôssemos massinhas de modelar”, explica Paula. “Inspirados na triangulação teatral, não utilizamos a quarta parede, criando assim uma relação direta que inclui a plateia na ação.”
The circus is in constant transformation, but not our memory of it. Clowns, jugglers, trapeze artists and animal trainers have composed, for centuries, the classical image of the art, which is often one’s first cultural experience. The new generation enjoys spectacular references of the new circus. To create a multiple vision that takes into consideration the diversity and dialogues between circus generations, identities and skills is only possible by educating new spectators, and it’s in this context that HumAnimaL is inserted.
Conceived for early childhood viewers, the second children’s show by the Circo da Silva company introduces the little ones to the circus through creatures that fascinate them: animals. Guessing who is on stage is one of the many aspects of the performance that employs the plasticity of silent movies. The animals are represented on stage only by their movements. “The idea is to instigate kids’ perception, creativity and curiosity”, explains director Paula Preiss.
Ramon Moreira
With a narrative that combines clowning, dance, physical theater and humour, the performance encourages the audience to make up their own stories. “We behave like play dough in a little black box”, explains Paula. “Inspired by theatrical triangulation, we break the fourth wall to create a direct relationship with the audience, who is included in the action.”
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Concepção casulo (Cocoon concept) Anne Westphal Direção (Directed by) Paula Preiss Criação coletiva (Collective creation) Anne Westphal, Juliana Coutinho, Paula Preiss Desenho (Design) Pedro Pamplona
Figurino/Adereços (Costume design/ props) Lino Sales, Claudia Phoenix, Patrícia Preiss (Performers) Fernanda Marques, Isabel Abrantes, Paula Preiss Produção (Produced by) Rima Cultural Trilha Original (Original music) Arturo Cussen
Inédito em São Paulo First Showing in São Paulo
São Paulo (SP)
Bruno Rudolf
Cia LaMala
A confiança de uma dupla de acrobatas que se arrisca a estar em cena de olhos vendados, explorando suas habilidades no mão a mão, técnica cuja realização está calcada no contato visual. A crença de um homem e uma mulher que se propõem a desnudar ao público sua intimidade, sem desrespeitar suas fragilidades, seus medos, suas vaidades e virtudes. Não são poucos os desafios que o casal Carlos Cosmai e Marina Bombachini enfrentam em Íntimo, primeiro espetáculo adulto da companhia LaMala.
Juntos desde 2005, o duo idealizou a montagem para investigar a sensibilidade e a parceria necessárias a dois artistas que se colocam em cena sem a utilização de aparelhos, explorando e aprofundando a pesquisa em sua principal habilidade. “Nos sentimos motivados a despir e expor a vulnerabilidade de cada um de nós, tão humanos quanto nossos espectadores, para escrever uma poesia em movimento, no encontro e no desencontro, revelando a técnica, porém, sem destacar o virtuosismo, mas a sutileza do olhar, a espontaneidade do sorrir, o grunhido do tentar repetidas vezes até conseguir”, diz Marina. A trilha sonora interpretada ao vivo por um pianista intensifica a dimensão dramática desse encontro.
The trust needed for an acrobatic due to risk performing blindfolded, exploring their hand to hand skills, a technique that relies precisely on visual contact. The faith of a man and a woman who reveal their intimacy to the audience, without exploiting their weaknesses, fears, vanity and virtues. The couple Carlos Cosmai and Marina Bombachini face these challenges and more in Íntimo, the first adult show by the LaMala company.
Together since 2005, the duo conceived the performance to investigate what sensibility and partnership two artists need when they take the stage without apparatuses, exploring and expanding the research of their key skill. “We felt compelled to unveil and expose the vulnerability in each of us, as human as the audience, to write poetry in movement, convergence and divergence, showcasing our skills without highlighting virtuosity, but rather the subtlety of the gaze, the spontaneity of a smile, the grunts when you try over and over until you make it”, says Marina. Music performed live by a pianist intensifies the dramatic dimension of this encounter.
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Concepção (Conceived by) Bruno Rudolf, Cia LaMala Direção (Director) Bruno Rudolf Argumento (By story) Marina Bombachini Coordenação de produção (Production) Cia LaMala Desenho de Luz (Lighting design) Marcel Alani Gilber Elenco (Cast) Carlos Cosmai, Marina Bombachini Músico e compositor da trilha (Musician and composer) Rodrigo Zanettini Preparação vocal (Vocal preparation) Isadora Canto Produção executiva (Executive production) Cristiani Zonzini
Carnival Cinemas
A força e a fragilidade humanas, características tão essenciais na arte do circo, são o mote desta montagem da companhia australiana Casus Circus, criada em 2011. A cena de abertura faz uma síntese da ideia do grupo: uma artista caminha sobre uma caixa de ovos sem quebrar nenhuma unidade. Esse tipo de simbologia do cotidiano contemporâneo, que exige diariamente habilidades de equilíbrio e adaptação, força e delicadeza, está presente em todo o espetáculo abordado em diferentes técnicas circenses. O título, inclusive, já trabalha esse conceito. Em tradução livre, Knee Deep significa atolado, enredado, como muitas pessoas se sentem frente à rotina extenuante dos grandes centros urbanos.
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O apuro e a excelência técnica são características importantes da companhia, que venceu seis prêmios internacionais com a obra, incluindo os dos festivais de Adelaide e Edimburgh. Tendo como base a acrobacia, o espetáculo alterna números solo e coletivos e usa a improvisação como um recurso fundamental durante todo o processo criativo. “Para nós, é fundamental ter prazer no trabalho. Se estamos ansiosos, alegres ou tristes mostramos isso no palco. Assistir a Knee Deep é uma experiência real e verdadeira”, diz Jesse Scott, um dos fundadores da companhia e criadores do espetáculo. A trilha sonora é uma atração à parte e mistura artistas pop como Eddie Vedder, Carla Bruni e Gil Scott Heron ao músico minimalista Philip Glass, entre outros.
Concepção e elenco (Created and performed by) Natano Faanana, Jesse Scott, Lachlan Mcaulay Cocriadora (Cocreator) Emma Serjent Designer de Luz (Lighting design) Rob Scott Produção no Brasil (Production in Brazil) Trixmix / Raquel Rosmaninho Com apoio de (With the support of) Embaixada da Austrália
Pisando em Ovos Casus Circus Austrália Australia Inédito na América do Sul First Showing in South America
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Human strength and fragilities, such essential characteristics of the circus, are the theme of this show performed by the Australian company Casus Circus, founded in 2011. The opening scene summarizes this concept: an artist walks on an egg box without breaking any eggs. The troupe makes ample use of such metaphors for the daily routine and its demands of balance and adaptation. The symbolism is present throughout the show and expressed through a number of circus skills. The title is also in line with this idea: many people feel they are ‘knee deep’ into extenuating circumstances in big cities.
Technical accuracy and excellence are vital characteristics of the company, which has won six international awards with the work, including at the Adelaide and Edinburgh festivals. With an acrobatic foundation, the show alternates solo and group acts and uses improvisation as a fundamental tool of the creative process. “For us, it is essential to have pleasure in our work. If we are anxious, happy or sad, we show that on stage. Watching Knee Deep is an actual and truthful experience”, says Jesse Scott, one of the company’s founders and creators of the performance. The soundtrack is another highlight of the presentation, including pop artists such as Eddie Vedder, Carla Bruni and Gil Scott Heron and the minimalistic music of Philip Glass, among others.
Daniel Lavenère
Mar
Cia Nós no Bambu
Inédito em São Paulo
First Showing in São Paulo
Turning bamboo into mast, tripod for acrobatics, trapeze and even a balance board, artists Poema Mühlenberg and Jackson Prado, from Brasíliabased company Nós do Bambu, defy gravity to showcase a poetic sea (and world) without boundaries or pre-conceived notions. “It is the synthesis of all understanding, regained through the wisdom of bamboo, with its hollow core and outer flexibility”, says the group.
Direção Artística (Art director) Fernando Villar Direção de Produção e Assistente de Direção (Production manager and assistant director) Poema Mühlenberg Assistente de Diretor (Director´s assistant) Igor Staveland Assistente de produção (Production assistant) Giseli Tressi Assobios em Sete Folhas (Whistling) Jackson Prado Cenografia concepção original (Set design - original conception) Marcelo Rio Branco Cenotecnia Flávia Santana, Jackson Prado, Jozimar Marinho, Luciano Astiko, Poema Mühlenberg Chancela (Support) Integral Bambu Colaboração Coreográfica em CaPoesia (Choreographic collaboration in CaPoesia) Ana Flávia Almeida, Raphael Logam, Victor Abrão Composição Coreográfica (Choreographic composition) Intérpretes Criadores, Fernando Villar, Ana Flávia Almeida (em CaPoesia) Comunicação e Gestão Financeira (Communication and financial management) Anamaria Mühlenberg Costureira (Seamstress) Ester Ponte Dramaturgia (Dramaturgy) Fernando Villar, Intérpretes Criadores Direção Musical, Trilha Sonora Original (Music director, original music) Samuel Mota
Brasília (DF)
Usando o bambu como aparelhobase, que pode virar mastro, tripé para fazer acrobacias, trapézio e até mesmo uma cama de balanço, os artistas Poema Mühlenberg e Jackson Prado, da companhia brasiliense Nós do Bambu, desafiam a gravidade na poética de um mar (e um mundo) sem fronteiras e conceitos preestabelecidos. “É a síntese do entendimento resgatada na sabedoria do bambu, com seu vazio interior e flexibilidade exterior”, diz o grupo. Em Mar sem Beira, eles misturam diferentes técnicas circenses à capoeira, incorporando culturas e expressões artísticas que expandem os horizontes da própria companhia. Com direção de Fernando Villar, o espetáculo é dividido em três cenas que dialogam com a noção de territórios expandidos e a quebra de barreiras geográficas. “Cada encontro é uma oportunidade de se descobrir e se conhecer mais por meio do contato com o outro. Cada afinidade, conflito, desafio e troca de conhecimento é meio para saber quem somos. Em Mar sem Beira, trago o estado da arte do que já descobri de mim enquanto artista do bambu, que é quase nada perto do infinito que somos”, afirma Mühlenberg.
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In Mar sem Beira, the performers blend a number of circus skills with capoeira, incorporating cultures and artistic expressions to expand their horizons. Directed by Fernando Villar, the show is presented in three scenes that deal with the idea of expanded territories and breaking geographic barriers. “Each encounter is an opportunity to discover and get to know more through the contact with others. Each affinity, conflict, challenge and exchange of knowledge is a way to find out who we are. In Mar sem Beira, I bring the art I have found in myself as a bamboo artist, which is almost nothing when compared to our endless selves”, says Mühlenberg.
Figurino (Costume design) Maria Carmen Fotografia de Divulgação (Publicity photos) Daniel Lavenère Gravação, Mixagem e Masterização (Recording, mixing and mastering) Samuel Mota, Zarabatana Records Comunicação Visual (Visual identity) Poema Mühlenberg Intérpretes Criadores (Created by) Jackson Prado, Poema Mühlenberg Operador de Áudio (Sound technician) Adriano Roza Produção Audiovisual (Audiovisual production) Alessandra Tótoli, colaboração Maurício Chades Produção Executiva (Executive producer) Liane Mühlenberg Produção local (Local production) Giseli Tressi Programação visual (Graphic design) Ricardo Caldeira Projeto do sistema de segurança da cenografia (Set safety system) Vitor Marçal Realização (Production) Instituto de Pesquisa, Ação, Mobilização – IPAM Técnico de Segurança do Trabalho (Labor safety technician) Sergio Costa Colaboração criativa (Creative collaboration) Luciano Astiko Voz em CaPoesia (Voice in CaPoesia) Poema Mühlenberg Desenho de Luz (Light design) Caco Peukert
Menu del Giorno –
Cia Bellavita
Itália Italy
do Dia
A espontaneidade e a expressividade da cultura italiana e a intensa relação com a comida são a inspiração de Menu del Giorno, atração da companhia romana Bellavita, criada em 2014. Sátira de costumes, o espetáculo se passa em um cenário que recria uma típica trattoria, com toalhas vermelhas quadriculadas e som de tarantela que representa um momento central na rotina dos italianos. Os garçons são palhaços não convencionais: sem nariz vermelho, se apoiam nas técnicas de clown para ganhar empatia com o público e dar destaque ao principal foco da montagem: o malabarismo. Com tom jocoso, apresentam truques com manipulação de pratos, garrafas, copos e o que mais encontrarem pela frente.
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“Este show busca a simplicidade e o essencial. Trazemos nossas habilidades, o bom humor e a vontade de compartilhar e conhecer pessoas através da nossa arte”, dizem Antonio Tremani e Andrea Farnetani, criadores do espetáculo. Formados em escolas de circo europeias e até brasileiras (Tremani frequentou o Circo Picolino, em Salvador/ BA), a dupla se considera também autodidata, pois é na experiência em espaços públicos ao redor do mundo que fundamentam seu trabalho, que combina clown, ilusionismo e malabares.
Inédito no Brasil First Showing in Brazil
Max D'Alessandro
The spontaneity and expressiveness of Italian culture and its intense relationship with food are the inspiration of Menu del Giorno, an offering from the Roman company Bellavita, created in 2014. A customs satire, the show takes place in a set that recreates a typical trattoria, with checkered red towels and blasting tarantella, an important moment in Italian people´s routine. The waiters are non conventional clowns: they don’t have red noses, but rely on clowning techniques to call attention to the performance’s centerpiece: juggling. They present comical tricks that include manipulation of plates, bottles, cups and whatever they can find.
“This show is about simplicity and what’s essential. We offer our skills, humor and the will to share and get to know people through our art”, say Antonio Tremani and Andrea Farnetani, the creators of the performance. Graduates of European and Brazilian circus schools (Tremani went to Circo Picolino, in Salvador, Bahia state), the artists also consider themselves selftaught, using their experience in public spaces around the world as the foundation of their work, which blends clowning, illusionism and juggling.
Concepção, direção e elenco (Created, directed and cast by) Antonio Tremani, Andrea Farnetani Produção no Brasil (Production in Brazil) Márcia Nunes
Mythe – Jeux de Refus
Mito –
Ivanie Aubin-Malo e Marcos Nery
de Recusa Brasil/ Canadá Brazil/ Canada
Estreia Mundial World Premiere
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“Que tipo de sociedade presta homenagens aos genocidas de seu povo?” Com essa provocação, o artista brasileiro Marcos Nery dá início a Mito – Jogos de Recusa. Fruto de sua pesquisa de doutorado sobre a cultura indígena do Brasil e do Canadá, o espetáculo aborda temas importantes do imaginário desses povos: o mito da criação, a relação entre a figura do xamã e o mundo dos espíritos, entre o homem e a mulher, entre o caçador e a caça, a noção de alteridade e a questão da colonização.
A pesquisa cênica para a criação incluiu diversos laboratórios com artistas interdisciplinares, uma temporada com a tribo Pataxó, na Bahia, e encontros com dançarinos de Pow Wow (dança típica dos índios da América do Norte) no Canadá, em busca de signos comuns às comunidades do sul e do norte. O resultado foi traduzido em nove números que juntam teatro, acrobacia e dança ao som de cânticos ameríndios. “Neste projeto, eu confrontei constantemente minhas convicções e eu mesmo; ele me apresentou outras possibilidades de estar no mundo e em cena”, afirma Nery, que divide o palco com a canadense Ivanie Aubin-Malo, de origem indígena, da aldeia Malecite de Viger, no Quebec.
Helena Vallès
“What type of society pays homage to those responsible for the genocide of its people?” It is with this provocation that Brazilian artist Marcos Nery opens Mito – Jogos de Recusa. A result from his doctorate research on indigenous cultures in Brazil and Canada, the show approaches important themes from these peoples: the creation myth, the relationship between the shaman and the spiritual world, between men and women, hunt and hunter, the notion of otherness and the issue of colonization.
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The scenic research for the show included a number of labs with interdisciplinary artists, time spent with the Pataxó tribe in Bahia and meetings with Pow Wow dancers in Canada, trying to find out what signs are common to indigenous peoples of the south and the north. The result of this quest is translated into nine acts that combine theater, acrobatics, dance and Amerindian songs. “In this project, I was constantly challenging my convictions and myself; the work has presented me with new possibilities of how to exist in the world and on stage”, says Nery, who performs with Canadian artist Ivanie Aubin-Malo, from the Québec tribe Malecite de Viger.
Concepção e criação (Conceived and created by ) Marcos Nery Intérpretes criadores (Created and performed by ) Ivanie Aubin-Malo, Marcos Nery Encenação (Stage director) Jeff Hall Dramaturgia (Dramaturgy) Murilo de Paula Cenografia (Set design) Léa Pennel Rigging e direção técnica (Rigging and technical direction) Marcus Gauthier Figurino (Costume design) Manon Guiraud Iluminação (Lighting design) Lisandre Coulombe
Pesquisa musical (Musical research) Normand Raymond, Marcos Nery Concepção sonora (Sound design) Alain Leymonerie Direção de produção (Production director) Jonathan Riverin Fotografia (Photography) Helena Vallès Projeto gráfico (Graphic design) Aurelie Tenzer Voz off - em francês (Voice-over - in French) Cynthia Smith, Jacques Newashish Produção no Brasil (Production in Brazil) Equilibre Produção Cultural / Fernanda Vilela
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da Rose Michel Igielka
“No circo não existe fronteira: a linguagem universal dessa arte popular dá permissão a expor, de um jeito lúdico, drama e alegria, força e fraqueza, queda e superação, revelando assim uma maneira de ver a sociedade”, afirma o diretor Rodrigo Buchiniani. Se não restam barreiras artísticas, entretanto, nas metrópoles brasileiras existe a questão do espaço (ou da falta dele), que praticamente extinguiu a lona e confinou o circo às margens. Numa tentativa de reverter essa lógica, em 2014 nasceu a Noite da Rose, movimento que transformou a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, em palco de um cabaré de variedades com criadores de diferentes formações, gerações e nacionalidades em números de acrobacia, malabarismo, trapézio, palhaçaria, dança, música e poesia.
A “Rose” (de Roosevelt) não foi escolhida ao acaso. Nos anos 1960, o endereço foi efervescente ponto de encontro de artistas, cercada por boates, cinemas e bares. Sua revitalização, nos anos 2000, após um período de conflitos, foi precedida pelo surgimento de um novo cenário artístico que fomentou indiretamente o surgimento da Noite da Rose, que se propõe a resgatar a essência da arte de rua.
Coletivo Noite da Rose
“The circus has no boundaries: the universal language of this popular art allows you to showcase drama and joy, strengths and weaknesses, falls and breakthroughs, revealing a way to see society”, says director Rodrigo Buchiniani.
São Paulo (SP)
But while there are no artistic barriers, Brazil’s major cities deal with issues of space (or lack thereof), which have virtually eliminated the circus tents and confined the circus to the fringes. Noite da Rose was created in 2014 as an attempt to revert this movement, turning Roosevelt Plaza, in downtown São Paulo, into the stage for a variety cabaret that featured creators from different backgrounds, generations and nationalities performing acrobatic, juggling, trapeze and clowning acts along with dance, music and poetry.
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Direção (Director) Rodrigo Buchiniani Mestres de Cerimônia (Masters of ceremony) Du Circo, Los CircoLos Elenco (Cast) Rodrigo Buchiniani, Alessandro Coelho, Débora Ishikawa, Jorge Ribero, Luizinho Beltrame, Helder Vilela, Paulo Ygar, Emerson Almeida, Anderson Spada, Ana Coll e Kadu Mendes, Du Circo, Rodrigo Mallet, Vitor Poltronieri Trilha sonora (Music) DJ Pablo Sola, Cabaré Três Vinténs Assistente de Produção (Masters of ceremony) Angélica Martins Arte e peças gráficas (Art and graphics) Leon Zaccaratto
Barreira (Barrier) Angélica Martins Equipe de montagem e desmontagem (Assembly and disassembly team) Victor Candi, Dudu do Circo, Jeronimo Ali, Debora Ishikawa, Alessandro Coelho, Maria Druck, Rodrigo Buchiniani Técnico de som (Assembly and disassembly team) Circo Herói Técnico de luz (Assembly and disassembly team) Paulo Souza, Maria Druck Ribero, Luizinho Beltrane, Helder Vilela, Irmãos Atada, Los CircoLos Produção e realização (Produced and developed by) Circo Herói
“Rose” (or Roosevelt) was not chosen at random. In the 1960s the plaza was an effervescent meeting place for artists, surrounded by nightclubs, movie theaters and bars. Its revitalization in the 2000s, after a period of conflict, was preceded by the appearance of a new artistic scenario that fostered, indirectly, the creation of Noite da Rose, with the aim to reclaim the essence of street art.
Teatro Lá nos Fundos
Criciúma (SC)
Estreia Nacional National Premiere
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Se o espectador se deixar levar pela imaginação, um sapato e outros objetos inanimados podem se transformar em estrelas de um espetáculo circense. Convencer o público a seguir essa abstração é o desafio do catarinense Fabiano Peruchi no espetáculo infantil O Sapateiro. Em uma sociedade que pouco estimula a fantasia, ele se propõe a narrar uma história em que tudo é regido pela ilusão do palhaço Clov’s, criado pelo artista no início dos anos 2000. Na montagem, ele aparece como herdeiro de uma tradição que, assim como a do clown, atravessa gerações.
Em sua rotina na sapataria da família, o personagem sonha em ser um artista circense e envolve as crianças num universo de ilusão e encantamento, no qual a música aparece como elemento essencial para criar uma atmosfera mágica em que os elementos de cena ganham vida. Peruchi trabalhou mais de duas décadas como ator até descobrir que dentro dele vivia Clov’s. Desde então, o personagem tem estimulado a diluição das fronteiras entre as diferentes linguagens artísticas. “O circo e o palhaço são dois lados de uma mesma moeda”, acredita ele. “Ambos estão presentes no inconsciente coletivo e são agregadores, libertários, democráticos. Eles se apoderam de outros meios para se transformar, mas com a capacidade de manter seu DNA intacto.”
Jura Lisboa Direção (Director) Martin Martinez Elenco (Cast) Fabiano Peruchi Produção executiva (Executive production) Fabiano Peruchi, Nascedouro Cultural
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If the spectators use their imagination, a shoe and other inanimate objects can become the stars of a circus performance. Convincing the audience to embrace this abstraction is the challenge taken on by Fabiano Peruchi, from Santa Catarina state, in the children’s show O Sapateiro. In a society that does not stimulate fantasy, he proposes a narrative in which everything is ruled by illusions from Clov’s the clown, created by the artist in the early 2000s. In the performance, he appears as the heir of a tradition that spans generations.
At work in the family cobbling business, a character dreams of becoming a circus artist and invites the children into an universe of illusion and enchantment, with music as an essential element to create a magical atmosphere where the objects in the set come to life. Peruchi worked for over two decades as an actor until he found out Clov’s lived inside him. Since then, the character has encouraged him to blur the lines between different artistic languages. “The circus and the clown are two sides of the same coin”, he believes. “Both are present in the collective unconscious and both are bonding, libertarian, democratic. They appropriate other means to transform themselves, but are still able to maintain their DNA intact.”
Piccola
São Paulo (SP) Piccolo Circo-Teatro de Variedades
Emotivo para quem assiste, educativo para quem não conhece as tradições circenses brasileiras. As raízes do circoteatro de produção artesanal ganham homenagem no espetáculo de estreia do Piccolo, coletivo paulista criado em 2013, que reúne artistas de formações e companhias diversas. Dividido em duas partes, Piccola Memória resgata as conexões afetivas coletivas construídas dentro e fora das lonas de circo do país. Tudo começa com uma peça de circo-teatro sobre uma família que abraçou o picadeiro no começo do século passado, apresentando a cultura e costumes da época enquanto conta a história do circo.
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Em seguida, entra em cena um cabaré de variedades em números que demonstram a multifuncionalidade dos artistas, contrapondo as linguagens do circo do passado com as de um presente que se reinventa a cada dia. A música ao vivo e o tom vintage, com sépias e cinzas e um retroprojetor com espelhos, ajuda a compor a atmosfera de um circo poético, que abraça pessoas e mundos fantásticos sem distinção. “É uma arte que abriga o exótico, o sobrenatural, o surpreendente, a habilidade nova ou antiga. Nele, há lugar para fortes, magros, altos e baixos”, dizem os artistas.
Estreia Nacional National Premiere
Emotional for those who remember, educational for those who don’t know Brazilian circus traditions. Artisanal circus-theater roots are honored in the first show by Piccolo, a São Paulo collective founded in 2013 to bring together artists from different backgrounds and troupes.
Ligiane Braga
Presented in two parts, Piccola Memória revives affective associations established in circus tents across the country. It all begins with a circustheater play about a family that embraced the circus-ring in the beginning of last century. The play showcases the culture and customs of the time, while recreating circus history.
A cabaret of variety then enters the stage with acts that demonstrate artists’ versatility, juxtaposing circus expressions from the past and present-day counterpart, which reinvents itself everyday. Live music, vintage sepia, grey shades and a mirrored overhead projector compose the poetic atmosphere of a circus that embraces fantastic people and universes without distinction. “It is an art that celebrates the exotic, the supernatural, surprising, new or ancient skills. In the circus there are opportunities for all kinds of people - strong, thin, tall or short”, the artists say.
Direção Circense (Circus director) Rosane Almeida Direção do CircoTeatro (Circustheater director) Fernando Neves Direção de Arte (Art director) Daniela Garcia Direção Musical (Musical director) Marcelo Zanettini Direção dos Palhaços (Clowning director)Fernando Sampaio Elenco (Cast) Carlos Cosmai, Erica Stoppel, Fernando Paz, Lu Viacava, Marina Bombachini, Ronaldo Aguiar, Marcos Porto
Aderecista (Prop design) Ana Motta Coreografia (Choreographer) Ronaldo Aguiar Desenho de Luz (Lighting design) André Boll – Santa Luz Fotografia (Photography) Ligiane Braga Músicos Convidados (Guest musicians) Rodrigo Zanettini, Vinicius Poiltano Stand-ins (Standins)Felipe de Oliveira, Luara Bolandini, Paulo de Pontes Dramaturgia (Dramaturgy) Nereu Afonso
Divulgação
Circo Crescer e Viver
Rio de Janeiro (RJ)
Quais marcas deixamos no mundo? De que forma o passado influencia nas escolhas do presente e aponta caminhos para o futuro? Primeiro espetáculo profissional da companhia Crescer e Viver em parceria com o Circo Archaos e Polo Mediterrâneo de Circo de Marselle, Rastros foi criado a partir desses questionamentos, baseado na memória de seus artistas. A montagem foi colaborativa, a partir de fotografias, poemas e textos levados por eles aos ensaios.
O resultado promove o encontro da cultura popular brasileira, que está na essência dos integrantes da companhia, com a estética do circo europeu contemporâneo. Sem diálogos, os artistas são conduzidos pela trilha sonora em uma montagem que reúne dança, contorcionismo, acrobacia e trapézio em uma narrativa surrealista, com personagens mascarados, animais e bailarinas. “O diferencial deste espetáculo está no encontro entre o clássico e a estética contemporânea. O circo é uma linguagem fundamentalmente corporal e não verbal, portanto, não buscamos uma linha dramatúrgica com começo, meio e fim”, diz o produtor Vinicius Daumas. Fundada em 2003 como organização social voltada para a formação de jovens de baixa renda na arte circense, a Crescer e Viver aos poucos transformou-se em um grupo circense, reunindo alunos formados em seu picadeiro. É da memória desses artistas que se compõe o espetáculo.
Inédito em São Paulo
What tracks do we leave in the world? How does the past influence our choices in the present and our future paths? The first professional show from the Crescer e Viver company, in partnership with Circo Archaos and Marseille’s Mediterranean Circus Center, Rastros is inspired by these questionings and based on its performers’ memories. This is a collaborative show that uses photographs, poems and texts brought by the artists to rehearsals.
First Showing in São Paulo
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Direção artística (Artistic director) Renato Rocha Direção de produção (Production directors) Vinicius Daumas, Alex Nascimento Barreto Elenco (Cast) Ana Clara Nimrichter, Bruno Carneiro, Kleber Santos, Lurian Duarte, Rafael Munhoz, Wanderson Duarte, Washington Duarte. Direção de arte (Art director) Bia Junqueira Direção musical e trilha sonora original (Musical director and original music) Daniel Gonzaga Direção de movimento (Movement director) Eleónore Guisnet Iluminação (Lighting design) Renato Machado
Coordenação de Produção (Production coordination) Paulinho Freitas Coordenação de Comunicação (Communication coordination) Christine Keller Assistente de direção (Director assistant) Rafaela Amodeo Assistência de figurinos (Costume assistant) Yasmin Zyngier Assistência de cenografia (Set assistant) Julia Saldanha Preparação de elenco (Cast preparation) Olavo Rocha (Coreano); Zé Alex (Companhia EnvieZada – técnica de viewpoints), Helena Bittencourt Saldanha Aéreos) Produção executiva (Executive production) Lívia Simas
The result brings together Brazilian popular culture and the aesthetics of today’s European circus. Without dialogues, the artists are guided by the soundtrack, blending dance, contortionism, acrobatics and trapeze in a surrealist narrative, with masked characters, animals and dancers. “Something unique in this spectacle is that it brings together classic and contemporary aesthetics. The circus is a fundamentally corporeal, non verbal language, so we don’t seek a dramaturgic storyline with beginning, middle and end”, explains producer Vinicius Daumas. Founded in 2003 as a social organization dedicated to teaching circus skills to low income youths, Crescer e Viver has graduated into circus troupe of former students. The performance is based on these artists’ memories.
Madera Cie MPTA – Juan Ignacio Tula & Stefan Kinsman Argentina/ França/ Suíça Argentina/ France/ Switzerland
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Inédito no Brasil First Showing in Brazil Entre as mãos e os pés do suíço Stefan Kinsman e do argentino Juan Ignacio Tula, a roda Cyr abre espaço para inúmeras possibilidades coreográficas e de manipulação, criando poesia, beleza e fazendo parte de um jogo no qual esse aparelho aparece como o personagem (quase independente) que dá título à montagem. Inspirada na cultura dos povos Inca e Quéchua, Santa Madera resgata uma tradição realizada durante rituais nos quais um pedaço de madeira era utilizado pelos índios para afastar maus espíritos ou celebrar ligações de fraternidade.
Por meio dessa simbologia, os artistas refletem sobre a relevância dos elementos ritualísticos na sociedade contemporânea e sua capacidade de promover um retorno à terra e aos temas essenciais, ao questionar crenças, religião, paganismo, multiculturalismo e identidade. O espetáculo, de intensa densidade dramática, pode ser comparado a uma valsa de três corpos, que se mesclam por meio de acrobacias e dança, ao ritmo de uma trilha sonora composta pelos ruídos da roda Cyr e por músicas tradicionais do Chile, da Costa Rica, Itália e França.
Christophe Raynaud de Lage Concepção e interpretação (Conceived and performed by) Juan Ignacio Tula, Stefan Kinsman Supervisão (Supervision) Mathurin Bolze, Séverine Chavrier Produção no Brasil (Production in Brazil) Circus Produções Culturais / Paulo Aliende Com apoio do (With the support of) Consulado Geral da França em São Paulo, Institut Français-Brasil Com divulgação do (With Publicity of) Consulado Geral e Centro de Promoção da República Argentina
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Between the hands and feet of Stefan Kinsman, from Switzerland, and Juan Ignacio Tula, from Argentina, the Cyr wheel is used in numberless choreographic manipulations, creating poetry and beauty. In this game the equipments appear as (an almost independent) figure, the title-character. Inspired by the culture of Inca and Quéchua indigenous peoples, Santa Madera reclaims a traditional ritual in which pieces of wood were used by the natives to drive evil spirits away or celebrate fraternal connections.
The artists use these symbols to reflect about the relevance of ritualistic elements in today’s society and their ability to promote a return to the land and to essential themes, questioning beliefs, religion, paganism, multiculturalism and identity. The performance has intense dramatic density and can be compared to a waltz with three bodies that blend together through acrobatics and dance, set to the rhythm of Cyr wheel noises and traditional songs from Chile, Costa Rica, Italy and France.
São Paulo (SP)
Circo Enxame e Circo Mínimo
Estreia Nacional
Após temporadas de estudos na Europa e no Canadá, três artistas do coletivo Circo Enxame e o diretor Rodrigo Matheus, do Circo Mínimo, se encontram no Brasil e se unem para trocar experiências, pesquisar e criar. Ao longo de dois anos, rodaram o Brasil visitando escolas de circo em diferentes estados, observando a realidade brasileira, juntando com a experiência que tiveram no exterior. Desse processo, surgiu SobrevoltaS, espetáculo experimental que questiona o fazer circense a partir da trajetória de cada artista do grupo. “Nós colocamos dentro de uma panela todas as nossas vontades, medos, questionamentos, dúvidas, paixões, cozinhamos por dois anos e o resultado foi o SobrevoltaS”, comenta Jan Leca.
Inspirados pelo conceito de Eterno Retorno, do filósofo alemão Friedrich Nitszche, eles trabalham a ideia de ciclos e espirais que norteiam a vida, valorizando mais os questionamentos que as certezas e (supostas) verdades acerca da arte e da existência humana. Usando técnicas de malabares, corda lisa, acrobacia e corda bamba criam uma narrativa metalinguística que discute o circo e seus novos formatos e estéticas.
Concepção (Created by) Giulia Destro, Jan Leca, Renato Mescoki, Rubens de Oliveira, Rodrigo Matheus Concepção (Script and general direction) Rodrigo Matheus Elenco (Cast) Giulia Destro, Jan Leca, Renato Mescoki, Rubens de Oliveira Figurinos (Costumes) Luciana Bueno Iluminação (Lighting design) Gabriel Greghi Coreografia (Choreographer) Diego Granato Direção musical (Musical director) Rubens de Oliveira
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Montagem de aparelhos circenses (Rigging of circus apparatus) Giulia Destro, Jan Leca Produção executiva (Executive production) Giulia Destro, Jan Leca and Renato Mescoki Administração (Administration) Luciana Marcon Diretor de produção (Production director) Rodrigo Matheus Realização (Produced by) Circo Mínimo, Circo Enxame
After studying in Europe and Canada, three artists from the collective Circo Enxame and director Rodrigo Matheus, from Circo Mínimo, met in Brazil to share experiences, conduct research and create. They travelled around the country for two years, visiting circus schools in different states, observing the country’s reality to complement their experiences abroad. The result of this process is SobrevoltaS, an experimental performance that questions the circus from the viewpoint of each artist in the group. “We put all our wishes, fears, doubts and passions into a pan and cooked for two years. The result is SobrevoltaS”, says Jan Leca.
Paulo Barbuto
National premiere
Inspired by Nietzsche’s concept of eternal return, they work with the idea of cycles and spirals that guide life, emphasizing questionings over certainty and the (supposed) truth about art and the human existence. Using juggling, indian rope, acrobatics and tightrope, they create a metalinguistic narrative that discusses the circus and its new formats and aesthetics.
Paulo Barbuto
Telhado de
Companhia do Polvo 80
São Paulo (SP)
Estreia Nacional
Concepção e cenografia (Created by) Mark Bromilow, Natália Presser Direção e dramaturgia (Director and dramaturgy) Mark Bromilow Artistas (Performers) Natália Presser, Nico Serrano Figurinos (Costume design) Viviane Kiritani, Usina da Alegria Planetária Fotografia (Photography) Paulo Barbuto Criação do boneco (Puppet design) Virgílio Zago
National Premiere 81
Contra-regragem (Prop assistant) Luka Ianchity Desenho de luz (Lighting design) Camila Andrade Equipe de criação (Creative team) Alessandro de Angelis, Andrei Presser, Marcelo Lujan, Mark Bromilow, Natália Presser, Nico Serrano Material didático (Didactic materials) Meg Presser Música original (Original music) Andrei Presser Operador de Luz (Lightning technician) Robson Lima Sonoplastia (Sound design) Denão Produção (Produced by) Companhia do Polvo (Cristiani Zonzini)
Desabrigadas após uma forte tempestade, duas pessoas vindas de culturas diferentes decidem se proteger no telhado de uma casa submersa e lá precisam se adaptar à vida em comum. Primeiro trabalho para o público infantil da paulistana Companhia do Polvo, Telhado de Ninguém se inspira na estética do cinema mudo para discutir a capacidade humana de se comunicar, respeitar e se fazer entender, apesar das diferenças culturais. Seria então a língua uma fronteira intransponível?
A ausência de diálogos, que resulta da incapacidade de os personagens se comunicarem verbalmente, abre espaço para jogos cênicos apoiados na música e na linguagem corporal dos artistas, criando um novo tipo de comunicação entre os personagens: a arte. “Devemos começar a respeitar e celebrar o que nos faz diferentes. Apenas através da cooperação é que seremos capazes de dar continuidade a esse experimento que é o ‘ser humano’”, dizem os intérpretes e criadores Mark Bronilow e Natália Presser. Além do telhado, o cenário é composto por uma antena, uma chaminé e um poste de luz, que viram aparelhos de circo para dar suporte aos números de dança, acrobacia e equilibrismo.
Displaced after a brutal storm, two people from different cultures are stuck on the roof of a submerged house and need to adapt to their new shared life. The first work geared at children from Companhia do Polvo, Telhado de Ninguém is inspired by silent movies and discusses humans’ ability to communicate, respect and understand each other, in spite of cultural differences. Is language such an insurmountable barrier after all?
The absence of dialogues and the characters’ inability to communicate verbally facilitates scenic games supported by music and body language, creating a new type of communication through art. “We should start respecting and celebrating what makes us different. Only through collaboration we can go on with this experiment called humanity”, say performers and creators Mark Bronilow and Natália Presser. Along with the roof, the set includes an antenna, a chimney and a lamp post that become circus equipment in dance, acrobatics and balancing acts.
Tempo e(m)
Rosiris Garrido Brasil/ Alemanha Brazil / Germany Estreia Mundial World Premiere
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No espetáculo, a trapezista e dançarina aérea Rosiris Garrido discute a relação entre vigor físico e maturidade e o processo do envelhecimento na arte. Brasileira radicada há 20 anos na Alemanha, Garrido se juntou ao diretor Alvaro Assad para fazer uma pesquisa com moradores do Retiro dos Artistas, local de acolhimento de artistas aposentados no Rio de Janeiro.
A montagem criada com base no material recolhido investiga as possibilidades corporais e a passagem do tempo na perspectiva circense da efêmera arte de desafiar a gravidade. “Queremos contribuir de forma efetiva para o intercâmbio entre novas gerações de dançarinos, circenses e artistas veteranos”, diz Assad. Garrido se desprende de estéticas pré-definidas e funde poesia, narração de histórias verídicas, dança aérea, acrobacia e humor em uma performance solo e sensível, baseada em suas memórias, extrapolando o campo do circo para aspectos de sua própria vida. O envelhecimento do artista consegue ressignificar a arte que ele realiza? Seria então o tempo um aliado da maturidade artística? – são reflexões que ficam.
Levi Leonardo
Trapeze artist and aerialist Rosiris Garrido discusses the relationship between physical vigor and maturity, exploring the aging process in art. Born in Brazil and based in Germany for 20 years, Garrido joined forces with director Alvaro Assad to research the residents of the “Artists’ Retreat”, a home for retired artists in Rio de Janeiro.
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The performance is inspired on the findings of this research and investigates the effects of time on the body from the perspective of the circus ephemeral gravity-defying skills. “We want to contribute to an exchange between generations of dancers, circus performers and artists”, explains Assad. Garrido breaks free from predefined aesthetics and blends poetry, narration of real life stories, aerial dance, acrobatics and a human and sensitive solo performance based on her own memories, extrapolating the universe of the circus into her personal life. Does the aging process of the artist resignify their art? Is time an ally for artistic maturity? These are some of the questions she asks.
Direção e preparação mímica (Director and mime preparation) Alvaro Assad Concepção e ideia original (Concept and original idea) Rosiris Garrido Dramaturgia (Dramaturgy) Alvaro Assad, Rosiris Garrido Intérprete e coreografia (Performer and choreographer) Rosiris Garrido Supervisão coreográfica (Choreographic supervision) Carol Cony Música original (Original music) Joaquim de Paula Cenário e programação visual (Set and visual design) Raquel Theo
Figurino (Costume design) Fernanda Sabino Desenho de luz (Lighting design) Aurélio Oliosi Elaboração do projeto e preparação de textos (Project development and text preparation) Melissa Teles-Lôbo Captação e edição de vídeo (Video shot and edited by) Rafael Bis Construção do aparelho aéreo (Construction of the aerial apparatus) Tobi Lehn Produção executiva (Executive production) Renata Garrido Realização, produção e administração (Execution, production and administration ) Almamel Produção Cultural
Konrad Simowski
ARCH8
Holanda Netherlands
Inédito na América First Showing in America
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Inspirado pelo jogo de computador de mesmo nome, Tetris reflete sobre como as pessoas se conectam entre si e com o mundo contemporâneo. Em três cenas, o grupo holandês ARCH8 brinca com a lógica social, não para interrogar como uma pessoa pode se encaixar no mundo, mas para questionar como mudar o mundo para que as características individuais possam ser respeitadas.
Os artistas aparecem como peças de um game, que se encaixam e se desencaixam como em um cubo mágico, e sugerem situações cotidianas de interdependência em números de mímica, acrobacia, ginástica, dança, sempre com bom humor. Ao final, a plateia é convidada a interagir com os artistas em cima do palco. “O circo traz uma sensação de que tudo é possível, e que não importa onde estamos, todos nós compartilhamos corpos humanos, e esses corpos são instrumentos expressivos incríveis”, explica o grupo.
Indicado “para crianças que ainda não conseguem sentar, para aqueles que gostam de escalar paredes e àqueles que podem imaginar mais longe do que podem ver”, como define o coreógrafo Erik Kaiel, o espetáculo não verbal questiona e extrapola as fronteiras artísticas e geracionais.
Coreografia (Choreografie) Erik Kaiel Performers (Performers) Kim Jomi Fischer, Ryan Djojokarso, Paulien Truijen, Mayke van Kruchten Produção no Brasil (Production in Brazil) Cena Cultural Produções / Júlia Gomes Com apoio do (With the Support of ) Reino dos Países Baixos
Inspired by the computer game, Tetris reflects on how people connect to each other in today’s world. In three scenes, Dutch group ARCH8 plays with the established social logic, asking not how to make a person fit into the world but rather how to change the world in order to respect people’s individuality.
The artists present themselves as pieces of a game, attaching and detaching from each other like in a Rubik´s cube and comically enacting daily routine situations of interdependency through miming, acrobatics, gymnastics and dance. In the end of the show the audience is invited to interact with the performers on stage. “In the circus anything is possible. No matter where we are, we all share the same human body, and this body is an incredible instrument for expression”, the group explains. Recommended “for children who can’t sit yet, those who like to climb walls and anyone who can imagine farther than they see” - as defined by choreographer Erik Kaiel - this non verbal spectacle extrapolates artistic and generational boundaries.
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A música latina do grupo catalão Venancio y los Jóvenes de Antaño, executada ao vivo, é o fio condutor do espetáculo do coletivo La Persiana, baseado em Barcelona, um importante centro de produção circense do mundo. Encenado por sete acrobatas de vários países da Europa e cinco músicos, Violeta é um espetáculo festivo, calcado na criação coletiva: todos os artistas estão em cena, conectados, o tempo todo. Como numa festa de cabaré, eles misturam dança com números de mastro chinês, trapézio e roda alemã, fundindo as linguagens do circo e da música. Para além do clima de celebração, Violeta também traz reflexões estéticas e sociais. Em um cenário com companhias circenses cada vez mais enxutas, a produção traz uma nova perspectiva: “É uma resposta a uma sociedade cada vez mais individualista e hierarquizada. No momento em que as estruturas são muito verticais e tristes, optamos por uma organização horizontal e alegre, que permite cuidar da energia do grupo. E isso fica claro no espetáculo”, diz o diretor Joan Ramon Graell.
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The live Latin music of the Catalan group Venancio y los Jóvenes de Antaño joins this show by Coletivo La Persiana, based in Barcelona. With a cast of seven acrobats from different European countries and five musicians, Violeta is a festive spectacle that relies on group creation: all artists are on stage and connected all the time. In cabaret-like style, the performers mix dance and Chinese mast, trapeze and German wheel acts, blending music and circus arts. Along with this jubilant atmosphere, Violeta also proposes aesthetic and social reflections. In a context of small circus troupes, the show introduces a new perspective: “It is a response to an increasingly individualistic and hierarchical society. At a time of vertical and sad structures, we have chosen horizontal and cheerful organization, which is how we maintain the group’s high energy. And this is clear in the show”, says director Joan Ramon Graell.
Direção (Director) Joan Ramon Graell Elenco (Cast) Clara Peters, Clara Prieto, Griselda Juncà, Joan Ramon Graell, Sergio González, Sílvia Capell, Tomeu Amer Músicos (Musicians) Arnau Berenguer, Bernat Torras, Dani Álvarez, Gerard Cantero, Leonardo Torres Técnico (Technician) Jordi Serra Produção Nacional (National production) La Gestual / Elisa de Oliveira
Col-lectiu La Persiana Espanha Spain
Inédito na América
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Dani Alvarez
First Showing in America
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Artistic Interventions
4 intervenções
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Abasedotetodesaba Coletivo na Esquina (Belo Horizonte – MG)
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A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA)
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Devaneio Cia Tempo Cyr Wheel (São Paulo – SP)
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Percha no Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo – SP)
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Rafael Camisassa
DoTeto Desaba
Autores (Authors) Pedro Guerra, Liz Braga Produção (Produced by) Mundo Gira Produções / Hernan Halak Música (Music) Juninho Ibituruna
Coletivo Na Esquina Belo Horizonte (MG)
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A saudade como motor criativo e impulso de deslocamentos, de ocupação de novos territórios, de busca, de pertencimento. Esse é o ponto de partida da intervenção Abasedotetodesaba, dos acrobatas mineiros Pedro Guerra e Liz Braga.
"Saudade" (or longing) as creative engine and a boost for displacement, the occupation of new territories, the quest for belonging. This is the starting point of Abasedotetodesaba, performed by Pedro Guerra and Liz Braga, acrobats from Minas Gerais state.
O palíndromo que dá nome à performance simboliza a vida pendular, hora no Brasil, hora na estrada, que a dupla vive há dez anos, quando deixou Belo Horizonte rumo à Europa para uma temporada de aprofundamento dos estudos da técnica de mão a mão. Ele também define o formato do trabalho: dividido em duas partes simétricas, cujo início e fim se confundem.
The title is a palindrome in Portuguese (loosely translated to "the base of the collapsing ceiling"), symbolizing the pendular movement of the artists' journey, sometimes in Brazil, sometimes on the road, a lifestyle embraced ten years ago when they first left Belo Horizonte to specialize in the hand to hand technique in Europe. The palindrome also defines the format of the work: divided in two symmetrical parts, where the beginning and the end are mixed together.
Abasedotetodesaba é também uma forma de expressar a vida desenraizada, de um lar que já não mais existe, dos artistas circenses. Outra fonte de inspiração são os textos da poeta portuguesa Matilde Campilho, que discutem conceitos como pertencimento, identificação e fronteiras geográficas, questões presentes no trabalho.
Abasedotetodesaba is an expression of the uprooted life of circus artists, where there's no such place as home. Another source of inspiration are the writings of Portuguese poet Matilde Campilho, approaching the concepts of belonging, identification and geographic boundaries, all themes present in the work.
A Sanfonástica
Lona Lívia Mattos
Salvador (BA)
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A memória afetiva da arte circense e de seus arquétipos é o mote da performance na qual a artista e musicista Lívia Mattos se propõe a levar o circo até as pessoas em vez de fazêlas irem até ele. Isso é realizado por meio de uma estratégia singela e criativa: Lívia se transforma num circo, vestindose de lona, enquanto toca sua sanfona ao vivo, encarnando uma mulher-banda, tradicional protagonista da cultura popular.
Entre uma canção e outra, a artista conta histórias que mesclam ficção e realidade, retomando personagens míticos do universo circense, além de temas propostos pelo público, instigado a falar sobre o que lhe vem à cabeça quando o assunto é o picadeiro. Por trás da simplicidade do que Lívia chama de “o menor espetáculo da terra” do qual o repertório narrativo da criadora é resultado de uma pesquisa sobre o circo em dois países de língua portuguesa, o Brasil e Cabo Verde, pairam questões estéticas e de linguagem: seria a lona ainda a maior referência da memória coletiva do circo?
Tiago Lima Concepção, criação e performance (Conception, creation and performance) Lívia Mattos Consultoria técnica (Technical consultancy) Marcos Nunez, Manolo Costureira (Seamstress) Letícia, Dora Moreira Pintura (Painting) Flávio Oliveiras (Flos)
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The affective memory of the circus and its archetypes is the subject of this performance in which artist and musician Lívia Mattos proposes taking the circus to people instead of the other way around. This is accomplished through a unique and creative strategy: Lívia becomes the circus, dressing as the circus tent while playing her accordion live as a onewoman-band, a traditional icon in popular culture.
Between songs the artist tells stories that mix fiction and actual events, evoking legendary characters of circus. She also explores themes suggested by audience members, who are encouraged to share what first comes to mind when they think about the circus arena. Behind the simplicity of what Lívia calls “the smallest show on earth” is its creator’s narrative repertoire, the result of circus research conducted in two Portuguese language countries, Brazil and Republic of Cabo Verde, dealing with important aesthetic questions: is the big top still the main reference of the circus in collective memory?
98 Cesar Rossi
É possível desenvolver um enredo a partir do improviso musical? É plausível construir uma trilha sonora que acompanhe as nuances da virada da roda Cyr? Ou música e acrobacia seriam apenas exercícios de virtuosismo isolados? São questões colocadas por essa performance, onde o improvável e o imprevisível se encontram.
O desafio a que o artista Cesar Rossi se propõe é criar uma narrativa utilizando um dos aparelhos mais complexos para a construção de uma dramaturgia em circo e se apropriar dos acordes musicais mesclando improviso e coreografia.
Direção (Director) Ronaldo Aguiar Roteiro (Script) Cesar Rossi Elenco (Cast) Cesar Rossi, Daniele Rosendo (violinista) Produção (Production) Trixmix Produções
No centro da roda, uma violinista faz um concerto-solo, enquanto um personagem vaga entre uma poltrona e um pequeno móvel até que ele se apodera da roda tomando o lugar do músico como protagonista.
Cia Tempo Cyr Wheel São Paulo (SP)
Is it possible to develop a storyline based on musical improvisation? Can we produce music to accompany the nuances of the Cyr wheel as it turns? Or are music and acrobatics their own separate exercises on virtuosity? These are the issues posed by this unpredictable performance. A violinist plays a solo concert in the center of a wheel, while a character wanders around an armchair and a small piece of furniture, eventually taking over the wheel and claiming the musician’s role as the protagonist.
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Cesar Rossi takes on the challenge to create a narrative using one of the most complex circus apparatuses, mixing improvised and choreographed moves.
Circo do Asfalto
Divulgação
São Paulo (SP)
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no Asfalto
A itinerância e o contato direto com o público das ruas são marcas importantes do trabalho da Companhia do Asfalto, criada em 2008 pelo casal Douglas e Fran Marinho que circulou mais de 1.500 cidades do Brasil. Em Percha no Asfalto, a dupla revisita a tradicional técnica circense de mesmo nome. Nela, um mastro é sustentado por uma pessoa a metros do chão enquanto outra sobe até seu topo e lá executa sua performance. A linguagem moderna da intervenção foi elaborada a partir da constante troca de informações com plateias de diferentes pontos do país. Em 2014, por exemplo, a dupla fez uma viagem de 7 mil quilômetros pelo Rio São Francisco, da nascente à foz, visitando comunidades com suas oficinas e espetáculos. “A intervenção nasceu dessas relações humanas em territórios tão distintos e ao mesmo tempo com tantas coisas em comum. Ela é um espelho dessa diversidade, a construção de uma relação de aprendizado em que um sempre tem algo para oferecer e ensinar ao outro. Nesse caso, o circo consegue ir para além do entretenimento e se torna uma ferramenta capaz de levar o público a refletir e conhecer mais sobre si e sobre o mundo”, dizem os artistas.
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Itinerancy and direct contact with the audience on the street are important features of the work of Companhia do Asfalto, a troupe created in 2008 by Douglas and Fran Marinho that has traveled to over 1.500 towns in Brazil. In the intervention Percha no Asfalto no Asfalto the couple presents the circus technique perch: a pole is supported by one person at some distance from the ground, while the other person climbs to the top to perform the act. The modern language of the performance is inspired by the couple’s constant exchange of information with audiences in different regions of the country. In 2014, for example, they went on a 7-thousand kilometer journey along the São Francisco river, from the source to the mouth, visiting communities with its workshops and shows. “The performance originated in these human relationships in territories that are so different but yet have so much in common. It mirrors this diversity, the construction of learning relationships where people always have something to offer and teach each other. In this case, the circus is able to reach beyond entertainment and become a tool for the audience to reflect and learn about themselves and the world”, say the artists.
Elenco (Cast) Douglas Marinho, Fran Marinho Direção Geral (General direction) Circo do Asfalto Direção de Números (Artistic director) Victor Tomate Avallos Preparador físico e técnico (Physical and technical trainer) Nelson Araujo Figurino (Costume design) Maria Santos Paiva Equipamentos (Apparatus) Macaco gordo Circo Fotografia (Photography) Ricardo Avellar Banda (Band) Henrique Rímoli, Monique Franco Produção (Production) Márcia Vilela
Atividades
Formative Activities
Bate-Papo e Exibição de Palhaças do Mundo
Curso Corpo Mágico
Manuela Castelo Branco (DF)
Diogo Granato (SP) e Henry Vargas (MG)
O gênero interfere no humor? Qual o papel da comicidade da mulher no mundo contemporâneo? Num universo em que a figura masculina é preponderante, Manuela Castelo Branco se propõe a resgatar, valorizar e analisar a importância das mulheres como clown por meio de suas experiências e da exibição de 12 episódios da série que traz depoimentos de artistas como Andrea Macera, Michele Silveira e Cida Mendes, entre outras. A artista, que há 20 anos dá vida à palhaça Matusquela, realiza uma reflexão sobre esses e outros questionamentos a partir de suas vivências como diretora do Festival Palhaças do Mundo e do Circa Brasilina - Lona Multicultural (primeiro picadeiro dedicado exclusivamente às mulheres no Brasil) e também como responsável pelos curtasmetragens Palhaças do Mundo.
Grandes mágicos têm usado diversas tecnologias para compor seus personagens. Entretanto, as novas perspectivas de um circo que dispensa artifícios, calcada no talento e na consciência corporal de seus intérpretes, têm ganhado força em todo o mundo. De olho nessa nova dramaturgia, Diogo Granato e Henry Vargas, especialistas em dança-teatro e ilusionismo, respectivamente, exploram o eixo do corpo e da psicologia em improvisação e mágica nesse workshop. A oficina, direcionada a profissionais da área, desenvolve a inteligência cênica e corporal dos artistas, inserindo técnicas que ampliam a capacidade de manipular a atenção do público e criar ilusões cognitivas por meio de uma dramaturgia específica para mágicos. Granato tem ampla experiência em palcos do Brasil e do exterior e é membro do grupo Le Parkour Brasil. Atua como intérprete-criador da Cia Nova Dança 4 há 15 anos e é diretor dos grupos Silenciosas e GT’Aime. Um dos nomes mais influentes na mágica internacional, Vargas já conquistou os primeiros lugares nos campeonatos de Las Vegas, EUA (World Magic Seminar 2011) e Xangai (China International Magic Festival 2013).
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A Conversation and Screening of World’s Female Clowns
Course Magic Body
Manuela Castelo Branco (DF)
Diogo Granato (SP) e Henry Vargas (MG)
Does gender affect humour? What is the role of women’s comedy in today’s world? In an universe dominated by men, Manuela Castelo Branco sets out to reclaim, value and analyze the importance of female clowns, sharing her experiences and screening 12 episodes of her series Palhaças do Mundo, which includes testimonies by artists such as Andrea Macera, Michele Silveira and Cida Mendes. Manuela, who has been performing as the clown Matusquela for 20 years, reflects on these and other questions, drawing from her experience as director of the World’s Female Clown Festival and Circa Brasilina, a multicultural circus tent (Brazil’s first arena dedicated exclusively to women).
Great magicians have been incorporating new technologies into their acts to compose their characters. However, new perspectives that leave artifices and rely on performers’ talent and body awareness are gaining strength around the world. With this new dramaturgy in mind, Diogo Granato and Henry Vargas - experts in theater-dance and illusionism, respectively - will join forces to explore the convergence of body and psychology in improvisation and magic. The workshop, geared at professional performers, aims to develop artists’ scenic and body intelligence, introducing techniques that expand their ability to manipulate the audience’s attention and create cognitive illusions through dramaturgy developed specifically for magicians. Granato has extensive experience on stages in Brazil and abroad, and is a member of the group Le Parkour Brazil. He has been active as performercreator at Cia Nova Dança, a dance company for 15 years and is director of the Silenciosas and GT’Aime groups. Vargas is one of the most influential names in international magic, having won championships in Las Vegas, USA (World Magic Seminar 2011) and Shanghai (China International Magic Festival 2013).
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Curso Manual e Guia do Palhaço de Rua
DocumentaCircos– Ciclo de Filmes e Bate-papo
Chacovachi (ARG)
A função do palhaço é provocar o riso? Sob a perspectiva do bufão, esse personagem tem licença para cometer exageros, grosserias, revelar (más) intenções e realizar trapaças. Em resumo, o palhaço nem sempre é o bobo que demonstra ser e tampouco tem como único objetivo agradar e promover a diversão. Sobre esses questionamentos, o bufão Chacovachi só tem uma certeza: o palhaço é palhaço o tempo todo. No curso que ministra, o argentino, que é referência em arte cômica na América Latina, com mais de 30 anos de carreira, aborda aspectos filosóficos e ideológicos embutidos na construção desse personagem e em sua atuação como artista de rua, e também aplica lições práticas. A ideia é que os participantes realizem pequenos truques de bufonaria após o laboratório. Ao final, os próprios clowns agem como críticos, avaliando as performances de seus pares.
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O picadeiro transborda às telas nesses quatro documentários. De temas tão diversos como a própria produção nacional, o DocumentaCircos teve a exibição das obras: Minha Avó era Palhaço, Hotxua, Jonas e o Circo sem Lona e Circo é Circo. Questões centrais da reflexão foram o espaço das mulheres e dos negros no circo bem como a diversidade e identidade da linguagem e seu cotidiano. Minha Avó era Palhaço (Ana Minehira e Mariana Gabriel, 2016), por exemplo, conta a trajetória da primeira palhaça negra do Brasil, Maria Eliza Alves dos Reis, que se apresentava como o palhaço “Xamego” no início da década de 1940. Já Hotxua (Letícia Sabatella e Gringo Cardia, 2012) apresenta a tribo brasileira krahô, que conta com um “sacerdote do riso” (hotxua, na língua nativa), pessoa responsável por manter o equilíbrio da comunidade. Jonas e o Circo sem Lona, (Paula Gomes, 2017) discute o abandono dos sonhos como metáfora do amadurecimento, narrando a vida de um garoto de 13 anos, filho e neto de artistas de circo, que quer abandonar a escola para se juntar a uma trupe itinerante na Bahia. Por fim, Circo é Circo (Daniela Cucchiarelli/Sesc São Paulo) traz um registro poético de espetáculos circenses apresentados na edição anterior do festival Circos e faz um panorama sobre as artes circenses no Brasil por meio de entrevistas com artistas, diretores e pesquisadores de diversos países.
Manual and Guide for the Street Clown
DocumentaCircos Movie Screening and Discussions
Chacovachi (ARG)
Is the clown’s purpose to provoke laughter? From the perspective of the buffoon, the character has a license to be over-the-top, rude, to reveal (bad) intentions and carry on scams. In so many words, the clown isn’t always the silly figure it appears to be, and his goal isn’t just to please and spread cheer. When it comes to these questions, Argentinean buffoon Chacovachi is sure of one thing only: the clown is a clown all the time. The artist is a reference in comical arts in Latin America, with a career spanning well over 30 years. In this class, he approaches philosophical and ideological aspects of the construction of his character, draws from his experience as a street artist and leads practical exercises. After the lab participants will conduct small buffoonery tricks, and the clowns themselves will be the critics of their peer’s performances.
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The circus tent fills the screen in four documentaries. Approaching themes as diverse as Brazil’s circus production, DocumentaCircos includes the films: Minha Avó Era Palhaço, Hotxuá, Jonas e o Circo sem Lona and Circo é Circo. The key issues include the involvement of women and afrodescendants in circus as well as the diversity and identity of the language and its daily routine. Minha Avó era Palhaço (Ana Minehira and Mariana Gabriel, 2016), for instance, narrates the trajectory of Brazil’s first black female clown, Maria Eliza Alves dos Reis, who performed as the clown “Xamego” in the early 1940s. Hotxuá (Letícia Sabatella and Gringo Cardia, 2012) features Brazilian indigenous tribe krahô and its “laughter priest” (hotxuá, in the native language), the person responsible for maintaining balance in the community. Jonas e o Circo sem Lona, (Paula Gomes, 2017) approaches the abandonment of dreams as a metaphor for maturing, through the story of a 13-year old boy from a 3-generation circus family who wants to quit school to join a traveling troupe in Bahia estate. Finally, Circo é Circo (Daniela Cucchiarelli/Sesc São Paulo) is a poetic documentary on of the performances from the previous edition of CIRCOS festival, offering an overview of circus arts in Brazil through interviews with artists, directors and researchers from different countries.
Encontro: Diálogos Possíveis
Laboratório de Crítica de Circo
Valmir Santos (SP)
O circo é uma arte essencialmente coletiva. Nele, a inclusão e o respeito à diversidade de culturas, linguagens, dramaturgias e interdisciplinaridades artísticas ultrapassam limites e desafiam cada vez mais seus integrantes a um aprimoramento constante. Diálogos Possíveis pretende ser um espaço de troca de ideias, experiências, técnicas e contatos profissionais entre os participantes do festival – dos profissionais dos bastidores aos artistas, passando por pesquisadores, representantes de centros de formação e de institutos culturais de São Paulo e órgãos públicos do setor, realizadores de festivais nacionais e internacionais e demais interessados no tema para a construção de novas perspectivas para a cena do universo circense mundial. Andrea Macera (Encontro internacional de mulheres palhaças - SP) Chacocachi (diretor do circo Vachi) Kiki Muukkonen (SUBTOPIA - Suécia) Jean-Marc Broqua (La Granerie - França) Roberto Magro (Diretor Artístico da Central do Circo de Barcelona - Itália e Espanha) Leandro Mendoza (Diretor da Cíclicus e ex-diretor artístico da Central del Circ - Espanha) Renato Rocha (Diretor - RJ) Danielle Hoover (Festival de Circo do Brasil - PE) Fernanda Vidigal (Festival Mundial de Circo - BH) Christianne Galdino e Rapha Santacruz (Festival Internacional de Mágica - PE) Mario Bolognesi (UNESP) Luis Musetti e Irene Willat (Festival Internacional de Circo de Montevideo) Marco A. C Bortoleto e Hermínia Silva (CIRCUS Grupos de estudos e pesquisa das artes circenses FEF, UNICAMP) Pedro Mello (Circocan - SC) Robson Mol (produtor e pesquisador - BA)
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Apesar da grande produção e tradição no Brasil, o circo ainda não conquistou seu espaço na mídia nacional. Enquanto teatro, cinema, literatura e outras linguagens artísticas contam com críticos especializados e espaços cativos na cobertura cultural, o circo segue à margem. Na tentativa de ajudar a reverter esse quadro, investindo na formação de novos críticos com domínio sobre as linguagens e estéticas circenses, este workshop discute a produção de conteúdo sobre essa arte milenar em quatro encontros teóricos e práticos. Qual é o espaço em que a crítica se insere? Quais são os filtros necessários para balizar as diferentes expressões artísticas? Quais as técnicas que fundamentam esse trabalho por vezes tão subjetivo? Com a proposta de abordar essas e outras questões, o laboratório conduzido pelo jornalista e crítico de espetáculos Valmir Santos amplia o repertório dos participantes acerca das diversas linguagens e abordagens do circo atualmente. Vocabulário, formação e perspectivas do circo no Brasil e no mundo, diversidade de estéticas, mercado de circulação e formas de fomento para os artistas são alguns temas em questão. Santos é mestre em Artes Cênicas pela USP, curador e membro da Associação Internacional de Críticos de Teatro, AICT-IACT.
Gathering Possible Dialogs
Circus Critique Lab
Valmir Santos (SP)
The circus is a collective art in its core. In the circus, inclusion and respect towards diversity of cultures, languages, dramaturgies and interdisciplinary exchanges reach beyond all limits, challenging its members to constantly improve. Diálogos Possíveis (Possible Dialogs) aims to be a space for the exchange of ideas, experiences, techniques and professional contact among festival participants – from behind the scene professionals to artists, researchers, representatives of educational centers and of São Paulo's cultural institutes and government entities, organizers of national and international festivals, and anyone who is interested in the idea of building new perspectives for circus arts worldwide. Andrea Macera (Encontro internacional de mulheres palhaças - SP) Chacocachi (diretor do circo Vachi) Kiki Muukkonen (SUBTOPIA - Sweden) Jean-Marc Broqua (La Granerie - France) Roberto Magro (Artistic Director of the Circus Center of Barcelona - Italy and Spain) Leandro Mendoza (Director of Cíclicus and former artistic director of the Central del Circ - Spain) Renato Rocha (Director) Danielle Hoover (Festival de Circo do Brasil - PE) Fernanda Vidigal (Festival Mundial de Circo - BH) Christianne Galdino e Rapha Santacruz (Festival Internacional de Mágica - PE) Mario Bolognesi (UNESP) Luis Musetti e Irene Willat (Festival Internacional de Circo de Montevideo) Marco A. C Bortoleto and Hermínia Silva (CIRCUS - Groups of studies and research of circus arts FEF, UNICAMP) Pedro Mello (Circocan - SC) Robson Mol (produtor e pesquisador - BA)
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In spite of Brazil’s prolific production and tradition, the circus has yet to claim its space in national media. While theater, film, literature and other artistic expressions count on expert critics and dedicated coverage, the circus continues to exist on the fringe. This workshop is an attempt to help revert this scenario and invest in the formation of new critics who are well-versed in circus language and aesthetics. It discusses the production of content about this ancient art in four lectures with theoretical and practical elements. What is the role of circus critique? What are the filters needed to judge different artistic expressions? What techniques base such a subjective craft? Posing these and other questions, the lab led by journalist and critic Valmir Santos aims to expand participants’ repertoire about the various languages and approaches of today’s circus. The themes discussed include the vocabulary, formation and perspective of the circus in Brazil and the world, as well as the diversity of aesthetic approaches, performance markets and stimulus for artists. Santos holds a Master’s Degree in Scenic Art from University of São Paulo and is a member of the International Association of Theater Critics, AICT-IACT.
Laboratório de Dramaturgia para Criadores de Circo
Laboratório de Fotografia de Espetáculos: Circo
Lu Lopes - Palhaça Rubra (SP), Renato Rocha (RJ) e Roberto Magro (ITA)
João Caldas (SP)
Quanto mais o circo aprimora sua dramaturgia, mais se evidencia a lacuna de cursos e escolas que ofereçam ferramentas e embasamento teórico e prático aos criadores cujo objetivo é desenvolver um trabalho de arte dramática voltado a esse universo.
Do clique de uma cena até a edição do material fotográfico há um longo caminho a ser percorrido. Quando o cenário envolve risco artístico e diferentes contextos, luzes, pausas, movimentos e surpresas, o desafio é ainda maior. O fotógrafo paulistano João Caldas é especialista em traduzir ações em imagens. Seu portfólio inclui quase 700 registros de espetáculos tão diversos como as nuances do olhar.
O laboratório se propõe a dar esses subsídios, numa série de encontros com três criadores de espetáculos em cartaz no festival: o italiano Roberto Magro (Santa Madera) e os brasileiros Renato Rocha (Rastros) e Lu Lopes, a Palhaça Rubra (Balbúrdia). A cada dia, um deles revela sua metodologia, dissecando o processo de escrita, as características de sua direção e aspectos ligados à trilha sonora e às técnicas circenses como suporte à construção dessa dramaturgia, além de apresentar referências de montagens bem-sucedidas e bibliografia que ajude os participantes a avançarem em sua área de atuação. Ao final, os quatro dramaturgos se unem para, junto aos participantes, realizar um grande experimento circense, colocando em prática as referências cênicas da oficina.
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O workshop aborda conhecimentos sobre equipamentos e seu manuseio bem como o desenvolvimento de uma linguagem que permita uma produção criativa de fotografia para o circo. Em encontros teóricos e práticos, com discussões sobre história, estética, perspectivas, modalidades e características dos artistas, passando pelo comportamento adequado dos fotógrafos no backstage ou à frente do palco, o laboratório in loco no festival propõe um exercício com acompanhamento de Caldas do momento da fotografia até o momento da decupagem e edição final do material.
Dramaturgy Lab for Circus Creators
Circus Photography Lab
Lu Lopes - Palhaça Rubra (SP), Renato Rocha (RJ) and Roberto Magro (ITA)
João Caldas (SP)
As circus dramaturgy becomes more refined, it becomes increasingly clear there is a lack of courses and schools that offer a practical and theoretical background to creators who wish to develop dramatic art in this context.
There is a long path from photographing a scene to selecting and editing the finished photos. The challenge is even greater when the subject involves artistic risk and different settings, lighting configurations, pauses, moves and surprises. A native of São Paulo, photographer João Caldas is an expert in translating action into still images. His portfolio includes over 700 documentations of spectacles as diverse as the nuances of his gaze.
This lab aims to provide these tools, in a series of meetings with three creators of shows featured in the festival: Roberto Magro (Santa Madera), from Italy, Renato Rocha (Rastros) and Lu Lopes, the clown Rubra (Balbúrdia), from Brazil. In each section, one of the artists will describe their methodology, analyzing the writing process, characteristics of their directing style and the role of music and circus techniques in the construction of dramaturgy. They will also present references from successful shows in their fields. In the end, the three authors will come together with the audience to conduct a circus experiment, putting into practice the scenic resources explored in the workshop.
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This workshop will approach the knowledge and handling of photographic equipment, as well as developing a language for the creative production of circus photography. The lab, conducted in loco at the festival, will be composed of lectures with theoretical and practical elements. It will include discussions about history, aesthetics, perspectives, skills and characteristics of the artists, as well as photographers’ appropriate behavior backstage or during a performance. Participants will also follow Caldas from the moment a photograph is taken to the selection and final editing of the material.
Laboratório de Trilha Sonora para Circo
Mesa A Alma do Palhaço Latino
Henrique Mendonça (SP) e Narayan Pinduca (SP)
Andrea Macera (SP), Chacovachi (ARG), Ésio Magalhães (SP) e Mário Bolognesi (SP)
É possível criar a trilha sonora de um espetáculo utilizando equipamentos que não sejam somente sonoros? A trilha sonora é uma composição fundamental nos espetáculos de circo? Por meio dessas e de outras reflexões, os participantes exploram a sonoridade dos objetos, construindo e desconstruindo novos instrumentos musicais na construção de enredos sonoros.
A mesa reúne diferentes representantes da palhaçaria de origem latina, ou seja, profissionais oriundos de locais cujo idioma e cultura descendem do latim. Juntos, debatem sobre características, sentimentos e práticas comuns entre eles. Afinal, há traços que os definam? É possível falarmos em palhaços de “alma latina”? Na discussão entre centros e bordas, é pertinente pensarmos em uma visão ao sul acerca do profissional que discute o poético e patético, em si mesmo e no mundo ao seu redor. Essas questões são debatidas por representantes da palhaçaria latina: a paulistana Andréa Macera, palhaça desde 1997, o bufão argentino Chacovachi (Fernando Cavarozzi) e Ésio Magalhães, fundador do coletivo teatral Barracão Teatro em 1998. A mediação fica por conta de Mário Bolognesi, que vem de uma tradicional família circense de São Paulo e é professor do Departamento de Artes Cênicas, Educação e Fundamentos da Comunicação da UNESP e autor do livro “Palhaços” (Editora Unesp, 2003), que estuda a arte do palhaço tomando por base a dramaturgia, a interpretação e a encenação.
Sob a batuta da banda Cabaré Três Vinténs, que integra o coletivo Noite da Rose, a oficina aborda as diversas possibilidades musicais possíveis de serem construídas para acompanhar uma performance circense e que estejam longe do estereótipo da trilha feita para provocar emoções, sendo, elas próprias, uma obra independente. Para isso, o grupo apresenta um panorama teórico e prático da música na perspectiva de desconstruí-la com diversas técnicas de produção e efeitos sonoros experimentando uma trilha sonora para um número circense. A atividade conta com a presença do malabarista Duba Becker.
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Soundtrack Lab for Circus
Round Table The Soul of The Latino Clown
Henrique Mendonça (SP) and Narayan Pinduca (SP)
Andrea Macera (SP), Chacovachi (ARG), Ésio Magalhães (SP) and Mário Bolognesi (SP)
Is it possible to create music for a show using equipment that is not exclusively sonorous? Is sound-track an essential element of circus performances? With these and other questions in mind, the participants will explore the sonority of objects, creating new musical instruments to construct sound storylines.
This round table brings together representatives of Latino clowning, that is, professionals that come from regions of Latin culture and language. Together they debate what characteristics, feelings and practices are common to them. Are there common features that define them? Is it possible to talk about clowns with a “Latin soul”? In the context of center and fringe, it is relevant to consider a southern perspective of clowns, who deal with poetry and pathetic aspects of themselves and of the world around them. These questions are debated by representatives of Latino clowning: Andréa Macera, from São Paulo, who has been performing as a clown since 1997, Argentinean buffoon Chacovachi (Fernando Cavarozzi) and Ésio Magalhães, who founded the theater collective Barracão Teatro in 1998. The moderator is Mário Bolognesi, a member of a traditional circus family from São Paulo, active as professor at UNESP’s Department of Scenic Arts, Education and Communications, and author of the book “Palhaços” (Editora Unesp, 2003), which approaches clowning in the context of dramaturgy, interpretation and acting.
Led by the band Cabaré Três Vinténs, part of the Noite da Rose Collective, this workshop will explore the many musical possibilities that can accompany a circus performance and that exist on their own as independent pieces, steering away from stereotyped songs used to evoke emotion. The group will introduce a theoretical and practical overview of circus music that will be deconstructed through various production techniques and sound effects, experimenting with music for a circus act. The activity counts on the presence of the juggler Duba Becker.
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Mesa Centro, Bordas e Identidade: O Picadeiro é O Centro de Um Mundo
Mesa Circo – O Corpo Contemporâneo e Suas Escritas
Fernanda Vidigal (MG), Marcos Nery (BA/CAN), Roberto Magro (ITA) e Robson Mol (BA)
Alluana Ribeiro (BRA/FRA), Bruno Rudolf (FRA/BRA), Marina Guzzo (SP) e Pedro Mello (SC)
As novas tecnologias de comunicação têm modificado a lógica da transmissão do conhecimento no mundo. O circo, cujos ensinamentos eram antes passados de pai para filho, também foi impactado por essa realidade e viu suas tradições fundirem-se com novas linguagens e estéticas. Essa diluição de fronteiras, provocada pela comunicação rápida e acessível, a expansão dos centros urbanos e pelo crescimento dos núcleos internacionais de formação, muda não apenas a identidade e as formas de fazer circo mas também as noções de centro e borda do universo da arte.
A interpretação em teatro, dança, música, cinema, circo é resultado de um conjunto de gestos, movimentos, atitudes que ganham diferentes características em cada uma dessas áreas, mas guardam em comum a relação do corpo do artista com o ambiente, seus coadjuvantes e consigo mesmo. Não há, no entanto, nenhuma outra vertente na qual o intérprete se ponha tanto em risco fisicamente como no circo. A atuação dos performers circenses é norteada pelo perigo, o que pode colocar não só o número, como sua própria vida em jogo. Por isso, durante esse encontro, a acrobata Alluana Ribeiro, a pesquisadora e coreógrafa Marina Guzzo, o ator e bailarino Bruno Rudolf e o artista Pedro Mello realizam uma reflexão sobre a importância da repetição, do olhar, da postura, da precisão da ação e da excelência em executá-la no universo circense, elementos que tornam a expressão corporal uma tradição que percorre toda a trajetória do picadeiro, fazendo dela elemento constituinte de sua história.
Para discutir essas questões, o festival convida quatro artistas com trânsito internacional que vivenciaram na prática essas trocas dentro e fora do picadeiro: Marcos Nery, que apresenta o espetáculo Mito – Jogos de Recusa (produção Brasil/Canadá), Robson Mol, pesquisador de circo, membro da Rede Brasileira de Produtores de Circo e da Conexão de Trupes de Circo do Nordeste, Fernanda Vidigal, coordenadora do Festival Mundial de Circo, e Roberto Magro, ator, diretor e dramaturgo italiano, diretor artístico da Scuola di Circo de Turin, na Itália.
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Round Table Center, Fringe and Identity: The Circus Arena is The Center of A World
Round Table Circus - The Contemporary Body and Its Writings
Fernanda Vidigal (MG), Marcos Nery (BA/CAN), Roberto Magro (ITA) and Robson Mol (BA)
Alluana Ribeiro (BRA/FRA), Bruno Rudolf (FRA/BRA), Marina Guzzo (SP) and Pedro Mello (SC)
New communication technologies have changed the logic of knowledge transmission in the world. The circus, whose teachings used to be transferred from generation to generation, has also been affected by this shift, as its traditions blend together with new languages and aesthetics. Boundaries are blurred through fast and accessible communication, the expansion of urban centers and the growth of international educational centers, changing not just the identity and possibilities of circus arts, but also the concepts of center and fringe in art.
Performance in theater, dance, music, cinema and circus is the result of a number of gestures, moves and attitudes that acquire different features in each of these fields, but they have in common the relationship between the artist’s body and its environment, supporting performers and itself. But no art form is as risky for the artist as the circus. Circus performers are guided by danger, constantly placing the act and their own lives at stake. For this reason, acrobats Alluana Ribeiro, researcher and choreographer Marina Guzzo, actor and dancer Bruno Rudolf and Pedro Mello come together to discuss the importance of repetition, attention, posture, the precision of the action and excellence on performing it in the circus. These are elements that make physical expression a tradition and fundamental part of circus history.
The festival has invited four internationally active artists who are experiencing these changes in and out of the circus arena: Marcos Nery, who is also performing the Brazil/Canada co-production Mito – Jogos de Recusa (Myth - Refusal Games), Robson Mol, circus researcher and a member of Rede Brasileira de Produtores de Circo (Brazilian Network of Circus Producers) and Conexão de Trupes de Circo do Nordeste (association of circuses from the Northeast of Brazil), Fernanda Vidigal, coordinator of Festival Mundial de Circo (World Festival of Circus), and Roberto Magro, Italian actor, director and dramatist, and artistic director of Scuola di Circo in Turin, Italy.
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Mesa Difusão e Circulação: Experiências do Circo
Vivência Malabarismo Possível
Jan Leca (SP), JeanMarc Broqua (FRA) e Kiki Muukkonen (SUE)
Cia do Relativo
Como conteúdo artístico e a profissionalização do universo circense podem trilhar um caminho comum? De que forma viabilizar a circulação de um grande espetáculo? Questões como estas estão presentes no cotidiano de todo artista e companhia circense. Nessa mesa, Jan Leca, artista brasileiro, Jean-Marc Broqua, diretor de relações internacionais da empresa francesa La Grainerie, e Kiki Muukkonen, diretora artística da sueca Subtopia, compartilham experiências de fomento ao circo com foco na promoção de pesquisas, criação, difusão e circulação de produções contemporâneas.
Qualquer pessoa pode ser malabarista? Nessa vivência proposta pela paulistana Companhia do Relativo, crianças e adultos são convidados a partilhar jogos cooperativos, criados a partir de conceitos do malabarismo. As atividades ocorrem em quatro instalações, as mesmas utilizadas pelo grupo como cenário do espetáculo Carta Branca, que será apresentado no festival. Nas canaletas, prateleiras dispostas lado a lado possibilitam que dois ou mais jogadores deslizem bolas em números e intervalos variados, explorando diferentes dinâmicas. Formada por três bolas conectadas através de fios a um módulo giratório, a centrífuga permite testar a agilidade e a destreza, ao possibilitar aos usuários realizarem movimentos circulares no ar. O Pêndulo, por sua vez, é uma estrutura da qual pendem bolas suspensas presas por fios, que os malabaristas manipulam testando deslocamentos pendulares. Já na plataforma diagonal, os participantes desafiam a gravidade, ao fazer as bolas rolarem sobre uma placa de madeira apoiada numa base inclinada.
Jean-Marc Broqua apresenta o programa Circus Incubator, que oferece estrutura para que os artistas contemplados possam desenvolver seus projetos do planejamento à execução. Já Kiki Muukkonen fala sobre os programas de residência e workshops da Subtopia, que dão apoio de produção e promoção a artistas de circo locais e convidados de todo o mundo. Por sua vez, Jan Leca, formado pela ESAC (École Superieur des Arts du Cirque), em Bruxelas, Bélgica, conta sobre sua experiência ao sair de São Paulo para se especializar em corda bamba no ocidente europeu.
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Round Table Experiences in Promotion and Touring
Possible Juggling Activity
Jan Leca (SP), JeanMarc Broqua (FRA) e Kiki Muukkonen (SUE)
Cia do Relativo
How can artistic production and the professionalization of the circus arts forge a common path? How to promote a largescale circus tour? Questions like these are present in the daily routine of all circus artists and troupes. In this panel, Brazilian artist Jan Leca, Jean-Marc Broqua, director of international relations of the French company La Grainerie, and Kiki Muukkonen, artistic director of Subtopia, from Sweden, share experiences of fostering circus arts with focus on research, creation, promotion and touring of contemporary productions. Jean-Marc Broqua introduces the Circus Incubator program, which offers support to artists for planning and execution of their projects. Kiki Muukkonen talks about Subtopia’s residency programs and workshops benefitting local circus artists and guests from all over the world. Jan Leca, a graduate from ESAC (École Superieur des Arts du Cirque), in Brussels, Belgium, shares his experience leaving São Paulo to specialize in tightrope walking in Europe.
Can everyone juggle? In this activity led by Companhia do Relativo, both children and adults are invited to participate in cooperative games based on juggling concepts. The activity uses four apparatuses from the set of the show Carta Branca, included in the festival’s program. In the channel installation, shelves placed side by side allow two or more players to slide a chosen number of balls in various intervals, exploring different dynamics. The centrifuge, formed by three balls connected by wires to a rotating module, makes it possible for users to test their agility and dexterity while making circular movements in the air. The pendulum is another structure with balls attached to it by wires, which are manipulated by the juggler, testing pendular movements. Finally, on the diagonal platform, participants challenge gravity as the balls roll on a wood board sustained by an inclined base.
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Crítico A história do circo é permeada por territórios expandidos e pela quebra de barreiras também de comunicação, a partir da troca de diferentes visões, culturas e realidades entre artistas e plateia. Um importante componente para o desenvolvimento de qualquer linguagem artística é a existência de uma crítica especializada, capaz de provocar reflexão e constante superação de limites e conquista de territórios. Partindo dessa premissa, Circos – Festival Internacional Sesc de Circo contará com a contribuição de quatro representantes da crítica cultural brasileira, acompanhando e avaliando diariamente a programação e disponibilizando suas análises no site do evento (circos.sescsp.org.br). Com coordenação do jornalista Wellington Andrade, doutor em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo e crítico de teatro da revista Cult, a atividade terá participação de Maria Eugênia de Menezes, repórter e crítica de teatro do jornal O Estado de S.Paulo, Beth Néspoli, crítica e doutora em artes cênicas pela USP, e Kil Abreu, crítico e pesquisador, pós-graduado em Artes pela Universidade de São Paulo (USP).
Circus history is permeated by expanded territories and broken barriers in communication, through the exchange of different viewpoints, cultures and realities between the artists and the audience. Expert criticism is an important component in the development of any art form, with the ability to provoke reflection and overcome challenges and conquer new territories. With this in mind, CIRCOS - Sesc International Circus Festival will count on contributions by four representatives of Brazilian cultural critique, who will accompany and evaluate the program, offering daily analyses on the event’s website (circos.sescsp. org.br). The activity will be coordinated by journalist Wellington Andrade, who holds a PhD in Brazilian Literature from University of São Paulo and is active as theater critic for Cult magazine, with participation of Maria Eugênia de Menezes, reporter and theater critic for O Estado de S.Paulo newspaper, Beth Néspoli, critic and PhD in Performing Arts from University of São Paulo and Kil Abreu, critic and researcher, holding a postgraduate degree in Arts, also from University of São Paulo.
Critics
Nem contorcionistas ou equilibristas conseguirão acompanhar de perto todos os espetáculos e ações formativas desta edição do CIRCOS. Mas não é preciso ser mágico para seguir todas essas atividades. O site desta edição do festival será transformado em um picadeiro digital com conteúdos ilustrados por fotos, áudios, vídeos e textos transbordando até você os bastidores, as cenas e as emoções do universo circense. sescsp.org.br/circos
CIRCOS on The Web Not even the most skilled contortionists and equilibrists will be able to attend all the festival’s performances and educational events. But you don’t have to be a magician to follow all activities: the festival’s website will be transformed into a digital circus ring, with photos, audios, video and text that will take you backstage and deep into the scene and excitement of the circus world. sescsp.org.br/circos
na Rede
#Circos2017
Daily Schedule
Dia a Dia
Programação Dia a Dia (Daily Schedule)
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Sexta (Friday)
10h Tetris ARCH8 (Holanda) Sesc Itaquera 10h às 14h Laboratório de Trilha Sonora para Circo Henrique Mendonça (SP) e Narayan Pinduca (SP) Sesc Vila Mariana 13h30 Percha no Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo – SP) Ocupação Sesc Pq. Dom Pedro II
19h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Hotxuá CineSesc 20h Balbúrdia Cia Artinerant´s (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 20h Histórias Contadas de Cima Coletivo Baiano de Circo (Salvador – BA) Sesc Campo Limpo 20h Devaneio Cia Tempo Cyr Wheel (São Paulo – SP) Sesc Vila Mariana
14h Menu del Giorno – Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Sesc Pq. Dom Pedro II
21h A O Lang Pho – O Vilarejo e A Cidade Nouveau Cirque Du Vietnam (Vietnã) Sesc Vila Mariana
14h Tetris ARCH8 (Holanda) Sesc Itaquera
21h Knee Deep – Pisando em Ovos Casus Circus - Austrália Sesc Belenzinho
14h30 às 16h Vivência Malabarismo Possível Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Campo Limpo
21h Mito - Jogos de Recusa Ivanie Aubin-Malo e Marcos Nery (Brasil/Canadá) Sesc Bom Retiro
17h Documentacircos – Ciclo De Filmes E Bate-Papo Jonas e o Circo sem Lona CineSesc 124
21h30 Santa Madera Cie MPTA - Juan Ignacio Tula & Stefan Kinsman (Argentina/ França/Suíça) Sesc Pompeia
10
Sábado (Saturday)
10h às 14h Laboratório de Trilha Sonora para Circo Henrique Mendonça (SP) e Narayan Pinduca (SP) Sesc Vila Mariana 11h30 Percha no Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo – SP) Sesc Itaquera 12h Tetris ARCH8 (Holanda) Bom Retiro 12h às 13h30 Vivência Malabarismo Possível Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 13h A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Sesc Bom Retiro 14h Apesar Cie Sôlta (Brasil/França) Sesc Santana 14h Menu del Giorno – Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Sesc Itaquera
14h30 às 19h30 Laboratório de Fotografia de Espetáculos: Circo João Caldas (SP) Centro de Pesquisa e Formação
17h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Circo é Circo CineSesc
15h A O Lang Pho – O Vilarejo e A Cidade Nouveau Cirque Du Vietnam (Vietnã) Sesc Vila Mariana
19h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Jonas e o Circo sem Lona CineSesc
15h Devaneio Cia Tempo Cyr Wheel (São Paulo – SP) Sesc Santana 16h A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Sesc Pinheiros 17h Balbúrdia Cia Artinerant´s (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 17h Noite da Rose Coletivo Noite da Rose (São Paulo – SP) Sesc Ipiranga 17h Telhado de Ninguém Companhia do Polvo (São Paulo – SP) Sesc Belenzinho
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20h Histórias Contadas de Cima Coletivo Baiano de Circo (Salvador – BA) Sesc Campo Limpo 21h A O Lang Pho – O Vilarejo e A Cidade Nouveau Cirque Du Vietnam (Vietnã) Sesc Vila Mariana 21h Apesar Cie Sôlta (Brasil/França) Sesc Santana 21h Knee Deep – pisando em Ovos Casus Circus - Austrália Sesc Belenzinho 21h Mito - Jogos de Recusa Ivanie Aubin-Malo e Marcos Nery (Brasil/Canadá) Sesc Bom Retiro 21h30 Santa Madera Cie MPTA - Juan Ignacio Tula & Stefan Kinsman (Argentina/ França/Suíça) Sesc Pompeia
11
Domingo (Sunday)
10h A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Cinesesc 10h às 14h Laboratório de Trilha Sonora para Circo Henrique Mendonça (SP) e Narayan Pinduca (SP) Sesc Vila Mariana 11h Cineclubinho: Corda Bamba CineSesc 12h Tetris ARCH8 (Holanda) Bom Retiro 12h às 13h30 Vivência Malabarismo Possível Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 13h Devaneio Cia Tempo Cyr Wheel (São Paulo – SP) Sesc Bom Retiro 14h Menu del Giorno – Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Sesc Itaquera
Programação Dia a Dia (Daily Schedule)
16h A O Lang Pho – O Vilarejo e A Cidade Nouveau Cirque Du Vietnam (Vietnã) Sesc Vila Mariana 16h Percha no Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 17h Balbúrdia Cia Artinerant´s (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros
18h Mito - Jogos de Recusa Ivanie Aubin-Malo e Marcos Nery (Brasil/Canadá) Sesc Bom Retiro 18h30 Knee Deep – Pisando em Ovos Casus Circus (Austrália) Sesc Belenzinho 19h Apesar Cie Sôlta (Brasil/França) Sesc Santana
17h Noite da Rose Coletivo Noite da Rose (São Paulo – SP) Sesc Ipiranga
19h Santa Madera Cie MPTA - Juan Ignacio Tula & Stefan Kinsman (Argentina/ França/Suíça) Sesc Pompeia
17h Telhado de Ninguém Companhia do Polvo (São Paulo – SP) Sesc Belenzinho
19h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Hotxuá CineSesc
17h A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Sesc Campo Limpo 17h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Minha Avó Era Palhaço CineSesc 18h Histórias Contadas de Cima Coletivo Baiano de Circo (Salvador – BA) Sesc Campo Limpo 126
12
Segunda (Monday) 11h às 12h30 Mesa: Centro, Bordas e Identidade: O Picadeiro É O Centro de Um Mundo – Fernanda Vidigal (MG), Marcos Nery (BA/CAN), Roberto Magro (ITA) e Robson Mol (BA) Sesc Consolação
13h Menu del Giorno – Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Sesc Consolação 13h30 Devaneio Cia Tempo Cyr Wheel (São Paulo – SP) Sesc Carmo – Praça do Poupatempo 14h Carta Branca Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Carmo – Praça do Poupatempo 15h às 18h Encontro: Diálogos Possíveis Sesc Consolação 17h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Jonas e o Circo sem Lona CineSesc 17h30 às 18h30 Bate-Papo e Exibição de Palhaças do Mundo Manuela Castelo Branco Centro de Pesquisa e Formação 19h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Circo é Circo CineSesc 19h30 às 21h30 Laboratório de Fotografia de Espetáculos: Circo João Caldas (SP) Centro de Pesquisa e Formação
19h30 às 21h30 Mesa A Alma do Palhaço Latino Andrea Macera (SP), Chacovachi (ARG), Ésio Magalhães (SP) e Mário Bolognesi (SP) Centro de Pesquisa e Formação
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Terça (Tuesday) 09h30 Tetris ARCH8 (Holanda) Sesc Vila Mariana 14h Menu del Giorno – Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Sesc Carmo - Praça do Poupatempo 14h às 18h Curso Manual e Guia do Palhaço de Rua Chacovachi (ARG) Sesc Campo Limpo 14h às 18h Curso Corpo Mágico Diogo Granato (SP) / Henry Vargas (MG) Sesc Consolação
127
14h às 18h Laboratório de Dramaturgia para Criadores de Circo Lu Lopes – Palhaça Rubra (SP), Renato Rocha (RJ) e Roberto Magro (ITA) Sesc Pinheiros 15h às 17h Mesa Difusão e Circulação: Experiências do Circo Jan Leca (SP), Jean Marc (FRA) e Kiki Muukkonen (SUE) Centro de Pesquisa e Formação 17h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Hotxuá CineSesc 18h Abasedotetodesaba Coletivo Na Esquina (Belo Horizonte – MG) Sesc Belenzinho 19h Devaneio Cia Tempo Cyr Wheel (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 19h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Minha Avó Era Palhaço CineSesc 19h30 às 21h30 Laboratório de Crítica de Circo Valmir Santos (SP) Centro de Pesquisa e Formação 20h30 Animo Festas La Cascata Cia. Cômica (São José dos Campos – SP) Sesc Pinheiros
21h Concerto pour Deux Clowns – Concerto para Dois Clowns Cie Les Rois Vagabonds (França/ Uruguai) Sesc Bom Retiro 21h Figuras Mágicas Rapha Santacruz e Vik & Fabrini (Recife - PE) Sesc Pompeia 21h Íntimo Cia LaMala (São Paulo – SP) Ipiranga 21h Tempo e(m) Movimento Rosiris Garrido (Brasil/Alemanha) Sesc Belenzinho
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Quarta (Wednesday)
13h30 A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Sesc Pq. Dom Pedro II 14h Carta Branca Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pq. Dom Pedro II
Programação Dia a Dia (Daily Schedule)
14h às 18h Curso Manual e Guia do Palhaço de Rua Chacovachi (ARG) Sesc Campo Limpo 14h às 18h Curso Corpo Mágico Diogo Granato (SP) / Henry Vargas (MG) Sesc Consolação 14h às 18h Laboratório de Dramaturgia para Criadores de Circo Lu Lopes – Palhaça Rubra (SP), Renato Rocha (RJ) e Roberto Magro (ITA) Sesc Pinheiros 14h30 Tetris ARCH8 (Holanda) Sesc Vila Mariana 15h às 16h30 Vivência Malabarismo Possível Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pq. Dom Pedro II 17h DocumentaCircos – Ciclo de Filmes e Bate-papo Jonas e o Circo sem Lona CineSesc 18h Devaneio Cia Tempo Cyr Wheel (São Paulo – SP) Sesc Belenzinho
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19h A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Sesc Pompeia
21h Íntimo Cia LaMala (São Paulo – SP) Ipiranga
19h às 20h30 Mesa Circo: O Corpo Contemporâneo e Suas Escritas Alluana Ribeiro (BRA/FRA), Bruno Rudolf (FRA/BRA), Marina Guzzo (SP) e Pedro Mello (SC) Sesc Belenzinho
21h Tempo e(m) Movimento Rosiris Garrido (Brasil/Alemanha) Sesc Belenzinho
19h30 às 21h30 Laboratório de Fotografia de Espetáculos: Circo João Caldas (SP) Centro de Pesquisa e Formação 20h Abasedotetodesaba Coletivo Na Esquina (Belo Horizonte – MG) Sesc Campo Limpo 20h30 Animo Festas La Cascata Cia. Cômica (São José dos Campos – SP) Sesc Pinheiros 21h Concerto pour Deux Clowns – Concerto para Dois Clowns Cie Les Rois Vagabonds (França/ Uruguai) Sesc Bom Retiro 21h Figuras Mágicas Rapha Santacruz e Vik & Fabrini (Recife - PE) Sesc Pompeia
15
quinta - feriado (Thursday - holiday)
11h HumAnimaL Circo da Silva (Porto Alegre/Rio de Janeiro - RS/RJ) Ipiranga 12h Figuras Mágicas Rapha Santacruz e Vik & Fabrini (Recife - PE) Sesc Pompeia 12h às 13h30 Vivência Malabarismo Possível Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 13h A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Sesc Itaquera
14h às 18h Laboratório de Dramaturgia para Criadores de Circo Lu Lopes – Palhaça Rubra (SP), Renato Rocha (RJ) e Roberto Magro (ITA) Sesc Pinheiros 16h Carta Branca Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 16h Mar sem Beira Cia Nós no Bambu (Brasília – DF) Sesc Itaquera 16h Menu del Giorno – Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Sesc Belenzinho 16h Violeta Coletivo La Persiana (Espanha) Sesc Campo Limpo 16h Abasedotetodesaba Coletivo Na Esquina (Belo Horizonte – MG) Sesc Bom Retiro 16h A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Sesc Santana 17h Dois Luís & Pedro Sartori do Vale (Brasil/ Finlândia) Sesc Santana
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17h O Sapateiro Teatro Lá nos Fundos (Criciúma – SC) Sesc Belenzinho 17h Percha no Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo – SP) Sesc Pompeia 18h All Genius All Idiot – Genial e Idiota Svalbard Company (Suécia) Sesc Vila Mariana 18h Animo Festas La Cascata Cia. Cômica (São José dos Campos – SP) Sesc Pinheiros 18h Concerto pour Deux Clowns – Concerto para Dois Clowns Cie Les Rois Vagabonds (França/ Uruguai) Sesc Bom Retiro 18h Figuras Mágicas Rapha Santacruz e Vik & Fabrini (Recife - PE) Sesc Pompeia 18h Íntimo Cia LaMala (São Paulo – SP) Ipiranga 18h30 Rastros Circo Crescer e Viver (Rio de Janeiro – RJ) Sesc Belenzinho
16 Sexta (Friday)
13h às 14h30 Vivência Malabarismo Possível Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Itaquera 14h às 18h Laboratório de Dramaturgia para Criadores de Circo Lu Lopes – Palhaça Rubra (SP), Renato Rocha (RJ) e Roberto Magro (ITA) Sesc Pinheiros 15h Carta Branca Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Itaquera 17h O Sapateiro Teatro Lá nos Fundos (Criciúma – SC) Sesc Belenzinho 19h Abasedotetodesaba Coletivo Na Esquina (Belo Horizonte – MG) Sesc Pinheiros 19h A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador – BA) Sesc Vila Mariana
Programação Dia a Dia (Daily Schedule)
20h Percha no Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo – SP) Ipiranga 20h Violeta Coletivo La Persiana (Espanha) Sesc Campo Limpo 20h30 Animo Festas La Cascata Cia. Cômica (São José dos Campos – SP) Sesc Pinheiros 21h All Genius All Idiot – Genial e Idiota Svalbard Company (Suécia) Sesc Vila Mariana 21h Dois Luís & Pedro Sartori do Vale (Brasil/Finlândia) Sesc Santana 21h Fritos Refritos Chacovachi e Maku Fanchulini (Argentina) Sesc Pompeia 21h Piccola Memória Piccolo Circo -Teatro de Variedades (São Paulo – SP) Ipiranga 21h Rastros Circo Crescer e Viver (Rio de Janeiro – RJ) Sesc Belenzinho 130
21h SobrevoltaS Circo Enxame e Circo Mínimo (São Paulo – SP) Sesc Bom Retiro
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Sábado (Saturday)
11h HumAnimaL Circo da Silva Porto Alegre/Rio de Janeiro (RS/RJ) Ipiranga 12h às 13h30 Vivência Malabarismo Possível Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 14h Percha no Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo – SP) Sesc Santana 16h Carta Branca Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 16h Mar sem Beira Cia Nós no Bambu (Brasília – DF) Sesc Itaquera
17h Menu del Giorno – Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Sesc Bom Retiro 17h O Sapateiro Teatro Lá nos Fundos (Criciúma – SC) Sesc Belenzinho 19h SobrevoltaS Circo Enxame e Circo Mínimo (São Paulo – SP) Sesc Bom Retiro 19h Abasedotetodesaba Coletivo Na Esquina Belo Horizonte – MG Sesc Vila Mariana 20h Violeta Coletivo La Persiana (Espanha) Sesc Campo Limpo 21h All Genius All Idiot – Genial e Idiota Svalbard Company (Suécia) Sesc Vila Mariana 21h Dois Luís & Pedro Sartori do Vale (Brasil/Finlândia) Sesc Santana 21h Fritos Refritos Chacovachi e Maku Fanchulini (Argentina) Sesc Pompeia
21h Piccola Memória Piccolo Circo -Teatro de Variedades (São Paulo – SP) Ipiranga 21h Rastros Circo Crescer e Viver (Rio de Janeiro – RJ) Sesc Belenzinho
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Domingo (Sunday)
11h HumAnimaL Circo da Silva Porto Alegre/Rio de Janeiro (RS/RJ) Ipiranga 12h às 13h30 Vivência Malabarismo Possível Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 14h Mar sem Beira Cia Nós no Bambu (Brasília – DF) Sesc Itaquera 14h Menu del Giorno – Menu do Dia Cia Bellavita (Itália) Sesc Santana 131
15h Percha no Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo – SP) Sesc Campo Limpo 16h Carta Branca Cia do Relativo (São Paulo – SP) Sesc Pinheiros 16h Violeta Coletivo La Persiana (Espanha) Sesc Campo Limpo 17h Dois Luís & Pedro Sartori do Vale (Brasil/Finlândia) Sesc Santana 17h O Sapateiro Teatro Lá nos Fundos (Criciúma – SC) Sesc Belenzinho 17h Abasedotetodesaba Coletivo Na Esquina (Belo Horizonte – MG) Sesc Pompeia 18h All Genius All Idiot – Genial e Idiota Svalbard Company (Suécia) Sesc Vila Mariana 18h Piccola Memória Piccolo Circo -Teatro de Variedades (São Paulo – SP) Sesc Ipiranga
18h SobrevoltaS Circo Enxame e Circo Mínimo (São Paulo – SP) Sesc Bom Retiro 18h30 Rastros Circo Crescer e Viver (Rio de Janeiro – RJ) Sesc Belenzinho 19h Fritos Refritos Chacovachi e Maku Fanchulini (Argentina) Sesc Pompeia
Sesc
Local
Belenzinho
Convivência/Praça Sala de Espetáculos Teatro
Sexta – 09.06
17H TeLhADo De NINgUém (SP) 21H KNee DeeP – PISANDo em oVoS (AUS)
Convivência Bom Retiro
21H KNee DeeP – PISANDo em oVoS (AUS) 13H A SANFoNáSTICA mULheR LoNA (BA)
Teatro Teatro
Sábado – 10.06
12H TeTRIS (HOL) 21H myThe – JeUx De ReFUS / mITo – JogoS De ReCUSA (BRA/CAn)
21H myThe – JeUx De ReFUS / mITo – JogoS De ReCUSA (BRA/CAn)
Espaço Cênico Campo Limpo
Praça Central
14H30 [VIVênCIA] MALABARISMO POSSíVEL
Praça Central
20H hISTóRIAS CoNTADAS De CImA (BA)
20H hISTóRIAS CoNTADAS De CImA (BA)
Praça do Poupatempo Carmo
Centro de Pesquisa e Formação
Praça do Poupatempo Sesc Pq. D. Pedro II
13H30 PeRChA No ASFALTo (SP)
Sesc Pq. D. Pedro II
14H meNU DeL gIoRNo – meNU Do DIA (ITA)
Sala Auditório 14H30 [LABORATóRIO] FOTOgRAFIA DE ESPETáCULOS: CIRCO – SAíDA PRáTICA
Sala Foyer Sala de Exibição
CINeSeSC
Sala de Exibição
17H [DOCUMEnTACIRCOS]
17H [DOCUMEnTACIRCOS]
Sala de Exibição
19H [DOCUMEnTACIRCOS]
19H [DOCUMEnTACIRCOS]
Sala Ômega Consolação Teatro Hall do Teatro Ipiranga Itaquera
Quintal
17H NoITe DA RoSe (SP)
Teatro Praça Central
10H TeTRIS (HOL)
14H meNU DeL gIoRNo – meNU Do DIA (ITA)
Praça Central
14H TeTRIS (HOL)
11H30 PeRChA No ASFALTo (SP)
Sala Auditório Pinheiros
Praça de Eventos Praça de Eventos Praça de Eventos
Pompeia Santana
Vila mariana
Teatro Deck/Conviv.
12H [VIVênCIA] MALABARISMO POSSíVEL 16H A SANFoNáSTICA mULheR LoNA (BA) 20H BALBúRDIA (SP) 21H30 SANTA mADeRA (ARg/FRA/SUI)
17H BALBúRDIA (SP) 21H30 SANTA mADeRA (ARg/FRA/SUI) 15H DeVANeIo (SP)
Teatro Centro de Música
10H [LABORATóRIO] TRILHA SOnORA PARA CIRCO
Praça Central
20H DeVANeIo (SP)
Teatro
21H A o LANg Pho – o VILAReJo e A CIDADe (VIE)
14H APeSAR (BRA/FRA) 21H APeSAR (BRA/FRA) 10H [LABORATóRIO] TRILHA SOnORA PARA CIRCO
15H A o LANg Pho – o VILAReJo e A CIDADe (VIE) 21H A o LANg Pho – o VILAReJo e A CIDADe (VIE)
Domingo – 11.06
Segunda – 12.06
Terça – 13.06 18H ABASeDoTeToDeSABA (Mg)
17H TeLhADo De NINgUém (SP)
21H TemPo e(m) moVImeNTo (BRA/ALE)
18H30 KNee DeeP – PISANDo em oVoS (AUS) 13H DeVANeIo (SP) 12H TeTRIS (HOL) 18H myThe – JeUx De ReFUS / mITo – JogoS De ReCUSA (BRA/CAn)
21H CoNCeRTo PoUR DeUx CLowNS – CoNCeRTo PARA DoIS CLowNS (ARg/FRA) 14H [CURSO] MAnUAL E gUIA DO PALHAçO DE RUA
17H A SANFoNáSTICA mULheR LoNA (BA) 18H hISTóRIAS CoNTADAS De CImA (BA) 13H30 DeVANeIo (SP) 14H CARTA BRANCA (SP)
14H meNU DeL gIoRNo – meNU Do DIA (ITA)
17H30 [BATE-PAPO E ExIBIçãO] DE PALHAçAS DO MUnDO
15H [MESA] DIFUSãO E CIRCULAçãO: ExPERIênCIAS DO CIRCO
19H30 [MESA] A ALMA DO PALHAçO LATInO 19H30 [LABORATóRIO] FOTOgRAFIA DE ESPETáCULOS: CIRCO
19H30 [LABORATóRIO] DE CRíTICA EM CIRCO
17H [DOCUMEnTACIRCOS]
17H [DOCUMEnTACIRCOS]
17H [DOCUMEnTACIRCOS]
19H [DOCUMEnTACIRCOS]
19H [DOCUMEnTACIRCOS]
19H [DOCUMEnTACIRCOS]
10H A SANFoNáSTICA mULheR LoNA (BA) 11H [CInECLUBInHO] CORDA BAMBA
11H [MESA] CEnTRO, BORDAS E IDEnTIDADE: O PICADEIRO É O CEnTRO DE UM MUnDO 15H [EnCOnTRO] DIáLOgOS POSSíVEIS 14H [CURSO] CORPO MágICO 13H meNU DeL gIoRNo – meNU Do DIA (ITA) 17H NoITe DA RoSe (SP) 21H ÍNTImo (SP) 14H meNU DeL gIoRNo – meNU Do DIA (ITA)
14H [LABORATóRIO] DE DRAMATURgIA PARA CRIADORES DE CIRCO 20H30 ANImo FeSTAS (SP) 12H [VIVênCIA] MALABARISMO POSSíVEL 16H PeRChA No ASFALTo (SP)
19H DeVANeIo (SP)
17H BALBúRDIA (SP) 19H SANTA mADeRA (ARg/FRA/SUI)
21H FIgURAS mágICAS (PE)
19H APeSAR (BRA/FRA) 10H [LABORATóRIO] TRILHA SOnORA PARA CIRCO 09H30 TeTRIS (HOL) 16H A o LANg Pho – o VILAReJo e A CIDADe (VIE)
Sesc
Belenzinho
Bom Retiro
Local
Quarta – 14.06
Quinta (feriado) – 15.06
Convivência/Praça
18h DEVANEIO (SP)
16h MENU DEL GIORNO – MENU DO DIA (ITA)
Sala de Espetáculos
19h [MESA] CIRCO: O CORPO CONTEMPORâNEO E SUAS ESCRITAS
Sala de Espetáculos
21h TEMPO E(M) MOVIMENTO (BRA/ALE)
Teatro
18h30 RASTROS (RJ)
Convivência
16h ABASEDOTETODESABA (MG)
Teatro Teatro
21h CONCERTO POUR DEUx CLOWNS – CONCERTO PARA DOIS CLOWNS (ARG/FRA)
Espaço Cênico
14h [CURSO] MANUAL E GUIA DO PALHAçO DE RUA
Praça Central
20h ABASEDOTETODESABA (MG)
Sesc Pq. D. Pedro II
13h30 SANFONÁSTICA MULHER LONA (BA)
Sesc Pq. D. Pedro II
14h CARTA BRANCA (SP)
Sesc Pq. D. Pedro II
15h [VIVêNCIA] MALABARISMO POSSÍVEL
Centro de Pesquisa e Formação
Sala
19h30 [LABORATóRIO] FOTOGRAFIA DE ESPETÁCULOS: CIRCO
CINESESC
Sala de Exibição
17h [DOCUMENTACIRCOS] – PG. 145
Campo Limpo
Carmo
Consolação Teatro
Pinheiros
Pompeia Santana Vila Mariana
Legenda
16h VIOLETA (ESP)
11h HUMANIMAL (RJ/RS)
Quintal Teatro
Itaquera
18h CONCERTO POUR DEUx CLOWNS – CONCERTO PARA DOIS CLOWNS (ARG/FRA)
14h [CURSO] CORPO MÁGICO
Teatro Ipiranga
17h O SAPATEIRO (SC)
21h ÍNTIMO (SP)
Praça de Eventos
18h ÍNTIMO (SP) 13h A SANFONÁSTICA MULHER LONA (BA)
Praça de Eventos
16h MAR SEM BEIRA (DF)
Sala
14h [LABORATóRIO] DE DRAMATURGIA PARA CRIADORES DE CIRCO
14h [LABORATóRIO] DE DRAMATURGIA PARA CRIADORES DE CIRCO
Auditório
20h30 ANIMO FESTAS (SP)
18h ANIMO FESTAS (SP)
Praça de Eventos
12h [VIVêNCIA] MALABARISMO POSSÍVEL
Praça de Eventos
16h CARTA BRANCA (SP)
Convivência
19h A SANFONÁSTICA MULHER LONA (BA)
17h PERCHA NO ASFALTO (SP)
Teatro
21h FIGURAS MÁGICAS (PE)
12h e 18h FIGURAS MÁGICAS (PE)
Convivência/Deck
16h A SANFONÁSTICA MULHER LONA (BA)
Teatro
17h DOIS (BRA/FIN)
Praça Central
14h30 TETRIS (HOL) 18h ALL GENIUS ALL IDIOT – GENIAL E IDIOTA (SUE)
Teatro
ESPETÁCULOS
INTERVENçõES
Sexta – 16.06
Sábado – 17.06
Domingo 18.06
17h O SAPATEIRO (SC)
17h O SAPATEIRO (SC)
17h O SAPATEIRO (SC)
21h RASTROS (RJ)
18h30 RASTROS (RJ)
21h RASTROS (RJ)
17h MENU DEL GIORNO – MENU DO DIA (ITA)
21h SOBREVOLTAS (SP)
19h SOBREVOLTAS (SP)
18h SOBREVOLTAS (SP)
20h VIOLETA (ESP)
20h VIOLETA (ESP)
15h PERCHA NO ASFALTO (SP) 16h VIOLETA (ESP)
11h HUMANIMAL (RJ/RS)
11h HUMANIMAL (RJ/RS)
21h PICCOLA MEMóRIA (SP)
18h PICCOLA MEMóRIA (SP)
16h MAR SEM BEIRA (DF)
14h MAR SEM BEIRA (DF)
12h [VIVêNCIA] MALABARISMO POSSÍVEL
12h [VIVêNCIA] MALABARISMO POSSÍVEL
16h CARTA BRANCA (SP)
16h CARTA BRANCA (SP)
20h PERCHA NO ASFALTO (SP) 21h PICCOLA MEMóRIA (SP) 13h [VIVêNCIA] MALABARISMO POSSÍVEL 15h CARTA BRANCA (SP) 14h [LABORATóRIO] DE DRAMATURGIA PARA CRIADORES DE CIRCO 20h30 ANIMO FESTAS (SP)
19h ABASEDOTETODESABA (MG)
17h ABASEDOTETODESABA (MG) 21h FRITOS REFRITOS (ARG)
21h FRITOS REFRITOS (ARG)
19h FRITOS REFRITOS (ARG)
14h PERCHA NO ASFALTO (SP)
14h MENU DEL GIORNO – MENU DO DIA (ITA)
21h DOIS (BRA/FIN)
21h DOIS (BRA/FIN)
17h DOIS (BRA/FIN)
19h A SANFONÁSTICA MULHER LONA (BA)
19h ABASEDOTETODESABA (MG)
21h ALL GENIUS ALL IDIOT – GENIAL E IDIOTA (SUE)
21h ALL GENIUS ALL IDIOT – GENIAL E IDIOTA (SUE)
[ATIVIDADES] FORMATIVAS
18h ALL GENIUS ALL IDIOT – GENIAL E IDIOTA (SUE)
linha azul
linha rubi
Mapa (Map)
Pompéia Barra Funda 2000m Água Branca 800m
Santana Jardim São Paulo 850m Parada Inglesa 1200m
Bom Retiro Luz 1500m Júlio Prestes 500m
linha diamante
linha vermelha Consolação República 900m
Pinheiros Faria Lima 500m Pinheiros 800m
136
linha esmeralda
Campo Limpo Campo Limpo 500m Vila das Belezas 1600m
Centro de Pesquisa e Formação Trianon Masp 700m Anhagabaú 2000m
Belenzinho Belém 550m Tatuapé 1400m
lin
ha
ve rd e
CineSESC Consolação 450m
linha amarela
linha lilás
Carmo Sé 550m
Vila Mariana Ana Rosa 750m Paraíso 1000m
Ipiranga Sacomã 2200m Ipiranga 2000m
Belenzinho R. Padre Adelino, 1000 Tel. (11) 2076 9700 Belém 550m Tatuapé 1400m e /sescbelenzinho
Unidades (Centers)
Bom Retiro Al. Nothmann, 185 Tel. (11) 3332 3600 Luz 1.500m Júlio Prestes 500m Terminal Princesa Isabel 750m e /sescbomretiro
linha safira linha coral
Itaquera Itaquera 7200m
Campo Limpo R. Nossa Senhora do Bom Conselho, 120 Tel. (11) 5510 2700 Campo Limpo 500m Vila das Belezas 1600m 3200m e /sesccampolimpo Carmo R. do Carmo, 147 Praça do Poupatempo Tel. (11) 3111 7000 Sé 550m Terminal Parque Dom Pedro II 850m e /sesccarmo Sesc Pq. Dom Pedro II Praça São Vito, s/nº Brás Pedro II 900m Terminal Parque Dom Pedro II 950m
lin ha a es
u rq tu
Centro de Pesquisa e Formação R. Dr. Plínio Barreto, 285, 4º andar, prédio Fecomércio Tel. (11) 3254 5600 Trianon Masp 700m Anhangabaú 2000m Terminal Bandeira 2000m e /cpfsesc CineSesc R. Augusta, 2075 Tel. (11) 3087 0500 Consolação 450m e /cinesescsaopaulo
137
Consolação R. Doutor Vila Nova, 245 Tel. (11) 3234 3000 República 900m Santa Cecília 1000m Terminal Amaral Gurgel 850m e /sescconsolacao Ipiranga R. Bom Pastor, 822 Tel. (11) 3340 2000 Sacomã 2200m Ipiranga 2000m Terminal Vila Prudente 2800m e /sescipiranga Itaquera Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 Tel. (11) 2523 9200 Itaquera 7200m Terminal São Mateus 5200m e /sescitaquera Pinheiros R. Paes Leme, 195 Tel. (11) 3095 9400 Faria Lima 500m Pinheiros 800m e /sescpinheiros Pompeia R. Clélia, 93 Tel. (11) 3871 7700 Barra Funda 2000m Água Branca 800m Barra Funda 2000m e /sescpompeia Santana Av. Luiz Dumont Villares, 579 Tel. 2971 8700 Jardim São Paulo Ayrton Senna 850m Parada Inglesa 1200m Parada Santana 1700m e /sescsantana Vila Mariana R. Pelotas, 141 Tel. (11) 5080 3000 Ana Rosa 750m Paraíso 1000m e /sescvilamariana
Glossary
Glossário
Alegoria Figura retórica de pensamento na qual uma ideia é exposta por meio de imagens apenas sugeridas, e que portanto exigem uma decifração, já que mantêm um distanciamento entre as palavras utilizadas e sua significação efetiva.
Acrobacia 1. Técnica corporal e de exercício de equilíbrio, de saltos e evolução com cordas. 2. Equilibrismo ou funambulismo em corda bamba. 3. Conjunto de movimentos ou gestos que demonstram destreza e agilidade, para além de hábitos ou modelos normais. 4. Por extensão, exercício ginástico de habilidade superior. Acrobata Artista ou profissional de acrobacia, habitualmente vinculado ao circo. O termo, de origem grega, significa, literalmente, “que anda na ponta dos pés”. Var.: acróbata. Alê Do verbo francês aller (ir). Usado no modo imperativo: alê! No circo é uma espécie de senha, ordem de comando entre os artistas. Muito utilizado no momento dos saltos dos trapezistas.
Ameríndio Termo usado para se referir aos habitantes nativos do continente americano antes da chegada dos europeus. É usado para evitar a utilização de palavras como índio ou indígena e abarca um conjunto bastante heterogêneo de civilizações, com culturas e formas de organização distintas, como os incas, astecas, maias ou os nativos da região onde hoje é o Brasil. Ancorar Criar uma base firme e sólida. Fixar-se num lugar. Também diz respeito a ancorar uma ideia em sólida argumentação. No universo circense, ancorar se refere tanto a fixar a lona num determinado terreno (ou cidade, país) quanto aos números em que o artista necessita de um apoio, uma âncora, para realizar sua performance. Aparelho Todo e qualquer equipamento circense que sirva para auxiliar movimentos e evoluções de artistas. Ex.: lira, trapézio, tecido, corda, mastro chinês etc. Arame Cabo de aço tensionado, em cima do qual o artista realiza números de equilíbrio.
140
Arco e flecha Esporte que utiliza um sistema de projeção composto por um arco (segmento de círculo flexível) e uma flecha (projéteis aerodinâmicos) para atingir um alvo. A prática existe desde os primórdios da civilização e era comum na caça. Acertar o alvo ou arriscar-se a ser o alvo, seja lá qual for a posição escolhida, a prática está entre as modalidades mais arriscadas do circo. Arquétipo 1. Modelo, padrão de algo (objeto, produto, qualidade, comportamento etc.); PADRãO: Pelé é o arquétipo do jogador de futebol. 2. Fil. Na filosofia platônica, ideia originária que serve como modelo para a origem e princípio explicativo para os objetos sensíveis. 3. Psic. Na psicanálise junguiana, modelo de pensamento comum a toda a humanidade, composto de símbolos ou imagens que constituem uma espécie de inconsciente coletivo. [F.: Do gr. arkhétypon (substv. do gr. arkhétypos, os, on, ‘que é o modelo’), pelo lat. archetypum, i, e pelo fr. archétype.]
Charanga Banda musical formada por instrumentos de sopro; orquestra desafinada e/ou ruidosa; carro velho; qualquer coisa ou objeto; troço, treco. Do espanhol, charanga.
Barra Fixa Aparelho de ginástica que consiste em uma barra roliça horizontal fixada em dois apoios verticais, na qual o acrobata realiza sequências de giros e saltos. Barreira Ajudante de circo. Bufão, Bufo Ator ou personagem farsesco, ou seja, cuja representação tende ao exagero cômico, incluindose não apenas recursos de linguagem franca, licenciosa e popular, como os de mímicas e caretas (esgares). Sua figura socialmente inferior ou marginal confere-lhe a possibilidade de comentar impune e mesmo grosseiramente as ações e as intenções das figuras sérias do drama, revelando, pelo artifício da burla, as facetas irracionais ali contidas. De certa maneira, o bufão, o bobo, o truão ou o palhaço, por acompanhar de perto os “senhores” e poderosos, exterioriza, na superfície da fala e do corpo, a demência subjacente das relações dramáticas.
141
Cabaré Do francês, cabaret, era também chamado de caféconcerto. No início, não se distinguiam as classes sociais: operários e aristocratas se encontravam para assistir a apresentações de circo, dança, teatro e música, além de beber e comer. Os mais famosos da França foram Le Chat Noir e Folies Bergère. Caco Exclamações, expressões, frases ou falas curtas que não constam do texto original e são às vezes improvisadas pelos atores em cena, para suprir eventuais lapsos de memória ou para realçar um efeito cômico ou dramático. O caco, por vezes, tem um rendimento tão extraordinário que passa a fazer parte do espetáculo, incorporado ao texto da peça. Artistas de comédias de costumes utilizamno conscientemente para atualizá-las, sobretudo quando permanecem por longo tempo em cartaz. Cascata É quando o artista, geralmente o palhaço, simula uma queda e provoca o riso da plateia.
Charivari Termo francês que significa algazarra, confusão, manifestação tumultuada e até um conjunto de sons musicais carentes de harmonia. No circo, foi adotado como expressão para simbolizar o momento final de um espetáculo, quando os artistas retornam ao picadeiro para uma celebração conjunta, fazendo acrobacias, malabares e pedindo para o público acompanhar com palmas a animação derradeira. Circo-Teatro Gênero que nasceu no fim do século XIX e fez muito sucesso no seguinte, o circo-teatro caracteriza os espetáculos das companhias familiares que percorriam o Brasil encenando textos cômicos ou melodramáticos, compostos por números de acrobacia, malabarismo e palhaçaria. Entre os artistas que atuaram estão Procópio Ferreira, Benjamin de Oliveira e Vic Militello.
Glossário
Claque Pessoas contratadas por empresários ou pelos próprios intérpretes para aplaudir, entusiasticamente, as entradas no palco dos atores principais ou as grandes cenas das peças, visando a influenciar o julgamento da audiência. Sua origem regride até o século V, na Grécia, e às exibições de Nero, na Roma Imperial. A função só começa a adquirir status profissional na França, no início do século XIX, quando seus membros passam a receber alguma importância em dinheiro ou bilhetes gratuitos. Grandemente utilizada nos ambientes operísticos, nos quais subsiste até hoje, sobretudo nos pequenos centros urbanos, sua utilização variou de país para país. No Brasil, existiu até a metade do século XX, recebida, às vezes, com hostilidade pela plateia pagante. Intervindo nas entradas das estrelas da companhia, nas cenas de bravura (final de longas tiradas, cenas de exaltação e fúria, árias, no caso específico do gênero lírico), era presença constante no teatro de revista. Desapareceu totalmente do teatro nacional, talvez existindo em locais provincianos. Claves Peças em formato de pera alongada com cabos que lhes servem de apoio. Os malabaristas costumam jogar para o alto, sem deixar cair, três, quatro ou mais de uma só vez.
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Clown É um termo inglês que remonta ao século XVI. Deriva de cloyne, cloine, clowne, e sua matriz etimológica reporta a colonus e clod, cujo sentido aproximado seria homem rústico, do campo. Clod, ou clown, indicava também o lout, homem desajeitado, grosseiro, e boor, camponês, rústico. Na pantomima inglesa, o clown era o cômico principal e tinha as funções de um serviçal. No universo circense, ele é o artista cômico que participa das entradas e reprises, explorando o desajuste e a tolice em suas ações. Também pode ser chamado de excêntrico e faz oposição ao Tony de Soirée. Coletivo Algo que abrange ou pertence a várias pessoas. A palavra é muito usada para designar um grupo de pessoas reunidas para produzir uma obra de arte ou espetáculo juntas. Essa noção está na essência do trabalho circense, que se baseia na criação coletiva, muitas vezes familiar, de artistas que transcendem a concepção individual para construir um grande espetáculo. Corda Indiana/Lisa Corda giratória, pendurada no alto da lona, em que o artista sobe executando movimentos de demonstração de flexibilidade e força, em parceria com o portô. Cortejo 1. Saudação, cumprimento, vênia (geralmente a pessoas distintas ou importantes); cortesia; >>
2. Comitiva, séquito que acompanha uma ou mais pessoas importantes; 3. P.ext. Grupo de pessoas em procissão. Contorcionismo Número que exige do artista (contorcionista) extrema flexibilidade para fazer movimentos de torção do corpo, utilizando ou não aparelhos. Crítica Derivada do grego kritike, que significa “discernir”, “separar”, “julgar”, a crítica é a capacidade de avaliar uma obra artística a partir de referências culturais. Para além do simples julgamento subjetivo, a produção crítica parte de um conjunto de conhecimentos teóricos, estéticos e históricos para contextualizar determinada produção e lhe atribuir valor e qualidade.
Dramaturgia Conjunto de técnicas que possibilitam transpor para os palcos (ou para as telas) uma determinada narrativa. Ela pode ser desenvolvida especificamente para a TV, teatro ou circo. A dramaturgia circense envolve a combinação de recursos cênicos como trilha sonora, iluminação, roteiro e técnicas variadas de picadeiro, aliados ao risco e à memória afetiva.
Estereótipo 1. Visão ou compreensão (de algo ou alguém) muito generalizada, formada somente na comparação com padrões fixos e preconcebidos, sem nuanças, sem distinção de características próprias, mais sutis; 2. Esse padrão, formado a partir de uma imagem alimentada mais por conceitos fixos e preconcebidos do que pela própria realidade; 3. Fig. Ideia repetitiva, sem originalidade; lugar-comum. [F.: estereo + tipo, ou do francês, stéréotype.]
Fronteira Segundo o dicionário Houaiss, fronteira é o “limite que demarca um país e o separa de outros.” Na produção artística, a fronteira se dá também no campo simbólico: é aquilo que separa uma linguagem de outra, uma estética de outra. O mundo contemporâneo vive uma espécie de redefinição ou até um esmaecimento de fronteiras geográficas e simbólica, na medida em que as tecnologias de informação permitem trocas cada vez mais intensas. Funâmbulo 1. Equilibrista que anda no fio ou na corda; acrobata. 2. Fig. Pessoa inconstante nas suas opiniões e posições partidárias. Funambulismo.
Equilibrista Ver funâmbulo. Esquete Breve apresentação cênica, geralmente de cunho satírico, cômico ou paródico, levada a efeito por um pequeno grupo de atores. Baseada em situações e hábitos do cotidiano, não tem por objetivo explorar com profundidade os aspectos psicológicos dos personagens. Como recurso de entretenimento, foi bastante utilizada em espetáculos musicais (revistas, music-hall, vaudeville), de teatro popular, passando mais tarde ao rádio e à televisão. Do inglês sketch, esboço.
Festival Evento que reúne produções culturais de uma linguagem específica a partir de um determinado tema e linha de curadoria. Pode ter diferentes periodicidades e formato competitivo ou não, mas sempre busca apresentar um amplo e variado panorama da produção artística ou do tema em questão.
Gag/Gague Em teatro ou cinema, o efeito cômico obtido por surpresa ou improviso, seja ele verbal ou visual. Na gíria brasileira dos atores, o mesmo que caco. Globista Artista que se apresenta sobre uma moto dentro do globo da morte.
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Glossário
Hipérbole Figura retórica de pensamento que exagera a imagem evocada ou descrita, seja na quantidade, seja na qualidade, de modo positivo ou negativo: morto de sede, mar de lágrimas, milhardários e chiquérrimos. “Chorei bilhões de vezes com a canseira de inexorabilíssimos trabalhos.” (Augusto dos Anjos). Do grego hiperbolê, excesso. Histrionismo Comportamento de indivíduo histérico, caracterizado pela adoção de modos exagerados, exuberantes, como os de um comediante/ palhaço, visando obter contínua atenção. Comicidade; teatralidade.
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Ilusionismo 1. Arte e prática de criar algo ilusório por meio de truques.2. Técnica de criar efeitos espetaculares pela rapidez dos gestos e das mãos; prestidigitação. Improviso 1. O que é dito ou feito sem preparação prévia; improvisação; 2. Imprevisto repentino. Itinerância O ato de se deslocar continuamente por diferentes territórios no exercício de uma função. Em sua origem, o circo é uma arte naturalmente itinerante, criada para transitar por diferentes públicos e realidades e dessa experiência extrair inspiração e material de criação.
Lira Aro de ferro suspenso, que serve para acrobacias aéreas tanto dentro quanto fora dele. Lona Tecido grosso e forte usado para toldos, o termo “lona” assume o caráter simbólico de “casa” para os artistas quando o circo passa a ser itinerante. Antes realizado sob o teto de famílias nobres, arenas e anfiteatros, com a queda dos impérios torna-se popular e, em 1769, o inglês Philip Astley produz uma lona para ser montada e desmontada a cada apresentação em localidades diferentes.
Malabarista 1. Artista circense que exibe grande habilidade atirando e apanhando objetos jogados ao ar, manipulandoos e equilibrando-os ao mesmo tempo; equilibrista; 2. Fig. Pessoa que demonstra habilidade para contornar circunstâncias difíceis ou adversas. Malabarismo.
Metáfora Figura de linguagem que consiste em estabelecer uma analogia de significados entre duas palavras ou expressões, empregando uma pela outra (p.ex.: asas da imaginação). [F.: Do lat. metaphora, ae do gr. metaphorá.] Monociclo Aparelho usado em números de equilíbrio composto apenas da parte traseira de uma bicicleta – roda e pedais, sem o guidão. Pode ter diversas alturas e mais de uma roda compondo o sistema de rodagem.
Manipulação Arte em que são exibidas habilidades corporais com a utilização de objetos, causando efeitos mágicos. Mastro Chinês Modalidade circense de acrobacia aérea realizada em um mastro vertical de aço, preso no chão e forrado com material antiderrapante de, normalmente, 5 a 10 metros de altura. Exige flexibilidade e força dos artistas. Mão a Mão Acrobacia realizada geralmente em dupla que depende do contato, equilíbrio e força entre as mãos.
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Panem Et Circenses Pão e espetáculos de circo. Palavras de Juvenal (Décimo Júnio Juvenal, poeta e retórico romano, autor das “Sátiras”) referindo-se às preferências imediatistas e à ignorância das massas. Pantomima É a representação de emoções, de atos e de várias situações humanas somente por meio dos movimentos do corpo, dos gestos e dos passos. Encontra-se em muitas culturas sob a forma de danças guerreiras, de ritos de sacrifício, de imitação de animais. Entre os antigos egípcios e indianos, apareceu com contornos artísticos.
Por vezes os gregos empregaram coros para acompanhar as suas pantomimas e os romanos foram grandes cultivadores desse gênero, chegando a ter, durante a República, uma escola especial para o seu desenvolvimento. Um único ator, o pantomimus, costumava representar, sem dizer palavra, todas as pessoas ou coisas de uma determinada história. Os atores distinguiam, por meio de máscaras, os diferentes tipos de personagens da pantomima. Empregava-se o mesmo termo para designar o ator dessa espécie de espetáculo e o próprio espetáculo. Os mistérios religiosos da Idade Média manifestavam vestígios da antiga pantomima. Mímica. Paródia Termo de origem grega, paraode, formado pela união de ode (canto, canção) e para (aquilo que se desenvolve ao longo de, ao lado de). Logo, contracanto ou canção transposta. Tratase da recriação geralmente cômica ou imitação burlesca de uma obra, gênero, estilo ou estereótipo literário, com sentido crítico insinuado ou explícito. É a transposição de um texto tomado como modelo, já escrito e conhecido, manipulado e submetido a um formato crítico.
Glossário
Percha Derivação das palavras pertĭca em latim e perche, em francês, a percha, ou “vara comprida” é o aparelho e o nome de uma modalidade em que um acrobata (também chamado de base ou portô) sustenta um mastro a metros do chão enquanto outro (chamado volante) sobe até seu topo para executar um número circense. Devido a seu alto grau de dificuldade, hoje a técnica é pouco praticada no mundo. Picadeiro A área central de um circo, reservada à exibição das atrações; arena. Portô Do francês, porteur, é a pessoa que fica no solo sustentando o aparelho e a demonstração do outro artista (o volante) ou tendo a mesma função nos números aéreos.
Quarta Parede Parede imaginária situada na frente do palco do teatro, através da qual a plateia assiste de forma passiva à ação do mundo encenado, já que os artistas não trocam olhares com os espectadores.
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Quick Change Termo em inglês que significa “troca rápida”. Recurso em que o artista troca de roupa como num passe de mágica atrás de um anteparo.
Reprise Além das entradas mais longas, executadas pelo palhaço excêntrico, o espetáculo circense também oferece a reprise cômica no intervalo entre duas atrações. Os palhaços que se dedicam às reprises são também conhecidos como Tony de Soirée ou Augusto de Soirée. As reprises são predominantemente mudas (mas não necessariamente) e têm o circo, seus artistas e números como objetos de zombaria. Participam do espetáculo em vários momentos e têm a função de preencher o espaço cênico no momento em que se monta ou se desmonta um grande aparelho, como trapézio voador ou jaula. De modo geral, são mais curtas se comparadas às entradas. Rigger Técnico especializado em montagem e manutenção de pontos de fixação para aparelhos aéreos.
Risco Do latim resecum, utilizado para descrever situações de perigo, tem também o conceito de possibilidade, a probabilidade de perda ou ganho. No circo, o risco funciona muitas vezes como condutor da narrativa. Artístico ou físico, ele é iminente ao longo da formação e durante a performance dos artistas circenses. Roda Alemã Equipamento originalmente usado em exercícios de ginástica na Alemanha, a roda feita de aço exige concentração e equilíbrio por parte dos acrobatas que a utilizam. Nela, é possível girar e rodar, variando a intensidade e, consequentemente, o grau de dificuldade. Também conhecida como roda cyr.
Saudade Sétimo lugar na lista das palavras mais difíceis de serem traduzidas no mundo pela empresa britânica Today Translations, diz-se que o termo Saudade tem origem na época da expansão marítima portuguesa. Significava o sentimento de solidão (do português arcaico suidade, que significa estar só) causado pela distância dos de sua terra e de seus familiares.
Teatro Físico Construção de formas compreensíveis pelo imaginário coletivo sem falas. Por meio de gestos e outras habilidades não verbais, os artistas devem ser capazes de interpretar uma grande variedade de papéis e emoções, além de improvisar com o público. Tecido Acrobático É uma modalidade aérea circense realizada com dois longos tecidos, presos no alto do teatro. Acredita-se que ele seja uma extensão do trabalho com a corda. Exige flexibilidade, agilidade, força muscular e leveza na apresentação do artista para que se crie movimentos e se alcance diversas alturas com o tecido.
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Tony de Soirée Designação técnica para uma determinada função do palhaço. Ele deve conhecer as mais variadas habilidades circenses para participar como elemento cômico em números sérios, sem falar nada ou quase nada. Por exemplo, é bastante comum a presença de um palhaço no trapézio voador, incumbido de trazer uma espécie de relaxamento entre as evoluções, tanto para o público como principalmente para os artistas, que teriam um tempo de descanso e recuperação de energias para as próximas evoluções. O Tony de Soirée também é responsável pelo desempenho das reprises que se intercalam entre números distintos. Mais uma vez, ele é responsável pela pausa cômica que se interpõe entre a sublimidade das atrações. Faz oposição ao clown ou excêntrico. Tragédia Drama que se caracteriza pela seriedade e frequentemente envolve um conflito entre um personagem e algum poder de instância maior, os deuses, o destino ou a sociedade. A literatura grega reúne três grandes nomes que são referências do gênero: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
Glossário
Transbordar Sair das bordas, extravasar, derramar-se, espalhar-se em torno, estar repleto (de). No sentido figurado, manifestar-se impetuosamente, ultrapassar os limites. No circo, o verbo tem especial importância, uma vez que os artistas estão constantemente transpondo barreiras culturais e agregandoas em conhecimentos que transformam essa arte milenar a cada troca. Trapézio Equipamento usado para acrobacias aéreas, constituído por uma barra suspensa por duas cordas, no qual o artista cria figuras e dá demonstrações de força, elegância e flexibilidade. Existem diferentes variações do equipamento: trapézio fixo, que é imóvel e dá maior estabilidade durante a execução das manobras; trapézio de balanço, que permite tanto movimentos típicos do fixo, quanto elementos de quedas, piruetas, giros, saltos mortais etc; e trapézio de voo, a modalidade mais comum – e possivelmente a mais difícil e perigosa – na qual o artista salta de um trapézio a outro, ou até as mãos de um portô devidamente posicionado numa plataforma.
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Fontes Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa (2007, Lexicon Editora Digital e L&PM)
Virtuose 1. Músico que apresenta domínio excepcional da técnica de execução de um instrumento. 2. Qualquer artista que demonstra grande domínio sobre os processos artísticos e técnicos da arte a que se dedica. 3. Qualquer pessoa que demonstra extrema habilidade naquilo que faz. [F.: Do fr. virtuose. Sin. ger.: virtuoso] Volante Acrobata que é impulsionado, equilibrado ou sustentado por outro mais forte (o portô). Está sempre no alto, em números solo. Em números aéreos, como no trapézio, é ele que realiza o voo. Voo Consiste em um salto com acrobacias de um trapézio para outro. É considerada uma das manobras mais difíceis de se realizar no equipamento.
Dicionário Sesc – A Linguagem da Cultura, de Newton Cunha (2003, Sesc São Paulo e Editora Perspectiva) Dicionário do Teatro Brasileiro – Temas, Formas e Conceitos. Coordenação: J. Guinsburg, João Roberto Faria e Mariangela Alves de Lima (2006, Sesc São Paulo e Editora Perspectiva)
Glossary
Aerial Silk A circus aerial art form performedwith two long pieces of fabric attached to thetop of the theater. It is believed that it is anextension of working with the rope. It requiresflexibility, agility, muscle strength and lightnessin the artist’s presentation in order to createmovements and reach different heights with the fabric.
Acrobat Artist or professional in acrobatics, usually linked to the circus. The term, of Greek origin, literally means, “he who goes on tip toes”.Var. acrobat. Ad lib Exclamations, expressions, phrases or short lines that do not appear in the original text and are sometimes improvised by the actorson stage to remedy any lapses of memory, orto highlight a comic or dramatic effect. Ad libssometimes have such an extraordinary effect onthe performance that they become part of theshow, and are incorporated into the script. Artistsin situation comedies use this consciously toupdate them, especially when they run for a longtime in theaters.
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Allez! From the French verb aller (to go). Used in imperative: allez! In the circus it is a kind of signal, an order of command among artists. Widely used at the moment of jumping by trapeze artists. Aerobatics 1. Body and exercise techniqueinvolving balance, jumping, and developmentwith ropes. 2. Balancing act or tightrope walkingon in tightrope. 3. Set of movements or gesturesthat demonstrate dexterity and agility which arebeyond ordinary habits and models. 4. By extension,a gymnastic exercise of superior ability. Allegory rhetorical figure of thought in whichan idea is expressed only by means of suggestedimages, and which therefore require decodingsince a distance is maintained between thewords used and their effective meaning. Allez! From the French verb aller (to go). Used inimperative: allez! In the circus it is a kind of signal,an order of command among artists. Widely usedat the moment of jumping by trapeze artists.
Amerindian Term used to describe the native peoples of the American continent before the arrival of European settlers. It is used in replacement of ‘indian’ and includes a heterogeneous group of civilizations, with distinct cultures and societies, such as the Inca, the Aztecs, the Mayan or the native peoples of the region where present-day Brazil is located. Apparatus any circus equipment that serves toassist the movements and development of artists.E.g. hoops, trapeze, silks, rope, Chinese mast etc. Archery A sport that uses bow (flexible arc) to shoot arrows (aerodynamic projectiles) onto a target. The practice backs to the dawn of civilization and was originally used for hunting. It is one of the riskier circus skills, whether the performer is attempting to hit the target or standing in the target area. Archetype 1. Model, pattern of something(object, product, quality, behavior etc.); PATTERN:Skin is the archetype of the football player. 2. Philosophy:In Platonic philosophy, an original ideathat serves as a model for the origin and explanatoryprinciple of sensitive objects. 3. Psych. Injungian psychoanalysis, a model of thoughtcommon to all humanity, composed of symbolsor images that constitute a kind of collectiveunconscious. [Source: from arkhetypon (nounof arkhetypos, os, on, ‘that which is the model’),from Latin archetypum, i, and from French archetype.)
Glossary
Brass Band Musical band formed by windinstruments; out of tune and/or noisy orchestra;old car; any thing or object; gadget, junk. Fromthe Spanish charanga (brass band).
Balancer See tightrope walker. Batons Pear-shaped elongated pieces withgrips that serve as support. Jugglers often throwthem up high without dropping, three, four, ormore at once. Boundary According to the Houaiss dictionary, boundary (fronteira in Portuguese) is the “outline of a country which separates it from other countries.” In artistic production, boundary acquires a symbolic meaning: it is what separates distinct languages and aesthetics. The world today is marked by the redefinition or even blurring of geographic and symbolic boundaries, as new communication technologies allow for increasingly intense exchanges. Bread and circus Bread and circus shows.Words of Juvenal (Decimus Junius Juvenal,Roman poet and rhetorician, author of “Satires”) referring to the shortsighted preferences andignorance of the masses.
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Cabaret from the French cabaret was alsocalled cafeconcert. In its beginnings it did notdistinguish between social classes: workers andaristocrats attended presentations of circus,dance, theater and music, in addition to eatingand drinking. The most famous in France were LeChat Noir and the Folies Bergere..
Charivari French term that means uproar,confusion, tumultuous expression and even agroup of musical sounds devoid of harmony. Inthe circus it was adopted as an expression tosymbolize the final moment of a show when theartists return to the ring for a joint celebration,doing acrobatics, juggling and ask the public toaccompany their final foray by applauding. Chinese mast Aerial acrobatics performed on avertical steel mast stuck in the ground and linedwith non-slip material usually 5-10 meters high. Itrequires flexibility and strength from the artists. Chute This is when the artist, usually the clown,simulates a fall and causes the audience tolaugh. Circus ring The central area of a circus,reserved for the display of attractions; arena.
Canvas Thick fabric used on circus tents, also known as big tops. In Portuguese the word “lona” has the symbolic meaning of “home” for the artists when the circus becomes itinerant. Originally performed for noble families in their homes, arenas and auditoriums, the circus became a popular art form after the fall of the empires. In 1769, British showman Philip Astley created a canvas tent that could be set up in different locations for the circus performances.
Circus-theater A genre that originated in the end of the nineteenth century and was extremely successful in Brazil in the following century. It characterized the shows of family troupes that traveled around the country performing comedies and dramas along with acrobatic, juggling and clowning acts. Among the artists that were active in circus-theater are Procópio Ferreira, Benjamin de Oliveira and Vic Militello.
Clappers People hired by businessmen or by theperformers themselves to applaud enthusiasticallywhen major actors come on stage or during scenesof the performance in order to influence the judgmentof the audience. Its origin goes back to 5thcentury Greece, and to the exhibitions of Nero inImperial Rome. Its function only began to acquireprofessional status in France at the beginning ofthe 19th century when its members received a sumof money or free tickets. Widely used in operaticenvironments, which continues to this day, especiallyin small urban centers; its use varying fromcountry to country. In Brazil it existed until the firsthalf of the 20th century and was received at thetime with hostility by the paying audience. Theirintervention at the entrances of the stars of thecompany, during scenes of bravery (at the end oflong monologues, elation and anger scenes, arias,in the specific case of the lyrical genre), was a constantpresence in theatrical revue. It has completelydisappeared from national theaters, perhapsexisting in provincial locations.
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Clown A term that dates back to the 16th century.It derives from Cloyne, cloine, clowne, andits etymological analysis also throws up colonusand clod, whose approximate meaning would berustic man from the country. Clod, or clown, alsoindicated a lout, tactless man, rude and boorish,a peasant, and rustic. In English pantomime, theclown was the main comic and played the roleof a servant. In the world of the circus he is thecomic artist who participates in the entrancesand reprises, exploring the misfit and the follyof their actions. He can also be called eccentricand Tony de Soiree. Clowns who are dedicated to reprises are alsoknown as Tony de Soiree or Augusto de Soiree. Reprises are predominantly silent (but not necessarily)and have the circus, its artists and figuresas objects of ridicule. They participate at varioustimes during the show and are meant to fill inthe stage area during the time an apparatus isassembled or disassembled such as a flying trapezeor cage. Generally, they are shorter comparedto the entrances.
Collective Something that includes or belongs to many individuals. The word is often used to designate a group of people who come together to produce art or performances. This concept is in the core of circus work, which is based on collective creation, frequently family-based, by artists who transcend individual expression in order to produce a largescale spectacle. Contortionism A discipline that requires theartist (contortionist) to have extreme flexibilityin order to twist the body, sometimes using anapparatus. Critique Derived from the Greek kritike, which means “to discern”, “to sort”, “to judge”, it is the ability to evaluate art pieces taking into consideration cultural references. Beyond subjective assessments, it is based on theoretical, aesthetic and historical knowledge to contextualize and assign value and quality to artistic production.
Glossary
Fixed Bar Gymnastic apparatus that consistsof a thick horizontal bar fixed onto two verticalrestraints with which acrobats perform sequencesof turns and jumps.
Dramaturgy In the context of the performing arts it signifies techniques used to display a narrative on stage (or screen). It may be developed specifically for television, theater or the circus. Circus dramaturgy involves combining scenic elements, such as music, lighting, scrip and assorted skills, with a risk factor and affective memory.
Festival An event that brings together cultural productions based on a theme or curatorial approach. It may vary in frequency and have competitive or non competitive character, but it always seeks to showcase a broad and diverse overview of the artistic context or the theme in question.
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Flyer An acrobat who is driven, balanced orsupported by another stronger one (the porteur).He is always up high in solo numbers. In aerialacts like the trapeze, he carries out the flight.
German wheel equipment originally usedfor gymnastic exercises in Germany; the wheel,which is made of steel, requires concentrationand balance from the acrobats who use it. Inside,it is possible to spin and rotate, varying the intensityand thus the degree of difficulty. Globe rider artist who performs on a motorcycleinside the globe of death.
Flight consists of a jump with acrobatics fromone trapeze to another. It is considered one ofthe most difficult maneuvers to perform on theequipment. Fourth wall imaginary wall located in front ofthe theater stage through which the audiencepassively watches the action of the staged worldas artists do not exchange glances with viewers.
Gag In theater or cinema, the comic effectobtained by surprise and improvisation, be it verbalor visual. Brazilian actor slang; the same asan ad lib.
Hand to hand Acrobatics usually performedin pairs and which depends on the contact, balanceand strength in their hands. High wire Taut steel cable, on top of which theartists perform balancing acts.
Histrionics hysterical individual behavior characterizedby adopting exaggerated, exuberantways, such as those of a comedian/ clown to obtaincontinuous attention. comicality; theatricality. Hyperbole Figure of speech that exaggeratesthe image evoked or described, either in quantityor in quality, positively or negatively: dyingof thirst, river of tears, etc. “I cried a billion timesdue to the weariness of this unrelenting work.”(Augusto dos Anjos). From the Greek hiperbole,meaning excessive.
Indian Rope A swinging rope which hangsfrom the top of the canvas on which the artistexecutes movements requiring flexibility andstrength, in partnership with the porteur. 153
Illusionism 1. Art and practice of creatingsomething illusory through tricks. 2. Technique of creating dramatic effects by thespeed of gestures and hands; sleight of hand.
In away, the jester, or buffoon, or the clown, by closelymonitoring the “masters” and powerful ones,brings to the surface in speech and body, theunderlying insanity of their dramatic relationships
Improvisation 1. That which is said or done withoutpreparation; improvisation; 2. Unexpected. Itinerancy Being constantly in motion in different territories while engaged in specific activities. In its roots, the circus is a naturally itinerant art form, created to navigate different audiences and realities, extracting inspiration and creative materials from this experience.
Juggler 1. Circus artist who displays great skillthrowing and catching objects thrown into theair, manipulating them and balancing them atthe same time; tightrope walker; 2. Fig. Personwho demonstrates ability to overcome difficult oradverse circumstances. Juggling.
Jester, Buffoon Farcical actor or character, i.e.those whose representation tends toward comicexaggeration, including frank, licentious and popularlanguage such as that of mimics, and funnyfaces (grimaces). His socially inferior or marginalfigure gives him the possibility to comment and gounpunished, and even rudely, on the actions andintentions of serious drama figures, revealing injest, the irrational aspects contained therein. >>
Lyra Suspended iron hoop used for aerial acrobaticsboth inside and out.
Glossary
Manipulation Art where bodily skills with the use of objects are displayed, causing magical effects. Metaphor Figure of speech which establishesan analogy between the meanings of two wordsor phrases by employing one another (eg.: thewings of imagination).[From the Latin metaphora, also from the Greekmetaphora.]
Pantomime The representation of emotions, actsand various human situations only by means ofbody movements, gestures and steps. It is foundin many cultures such as war dances of sacrificialrites, and the imitation of animals. Among the ancient Egyptians and Indians it appeared with artistic contours.>>
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Sometimes the Greeks employed choirs to accompany their pantomimes and the Romans were great cultivators of this genre; during the Republic they even had a special school for its development. A single actor, the pantomimus, used to represent without a word all persons or things in a certain story. The actors distinguished, through masks, the different types of pantomime characters. The same term for the actor in this kind of show and the show itself is employed. Religious mysteries of the Middle Ages show traces of the old pantomime. Mime. Parody From the term paraode, of Greek origin,formed by the union of ode (singing, song) and para (that which develops over the courseof, beside). Later, counterpoint or an incorporatedsong. This is the usually comical recreationor burlesque imitation of a work, genre, style orliterary stereotype, either in a critically implied orexplicit sense. It is the transposing of a text takenas a model, already written and known, manipulatedand subjected to a critical format. Perch Derived from the words pertĭca, in Latin, and perche, in French, the perch, or “long rod” is the apparatus and the name of a circus skill in which one acrobat (also known as the base) supports a pole meters from the ground while another one (called the flyer) climbs to the top to perform his act. The technique is seldom practice today due to its high level of difficulty.
Pantomime The representation of emotions, actsand various human situations only by means ofbody movements, gestures and steps. It is foundin many cultures such as war dances of sacrificialrites, and the imitation of animals. Among the ancient Egyptians and Indians it appeared with artistic contours. Sometimes the Greeks employed choirs to accompany their pantomimes and the Romans were great cultivators of this genre; during the Republic they even had a special school for its development. A single actor, the pantomimus, used to represent without a word all persons or things in a certain story. The actors distinguished, through masks, the different types of pantomime characters. The same term for the actor in this kind of show and the show itself is employed. Religious mysteries of the Middle Ages show traces of the old pantomime. Mime. Physical theater Construction of forms understoodby the collective imagination withoutwords. Through gestures and other nonverbalskills, artists should be able to interpret a widerange of roles and emotions, and improvise withthe public. Porter/Porteur From the French porteur; thisis the person who is on the ground holding theapparatus and the performance of another artistor has the same function in aerial numbers.
Procession 1. Bow, greeting, reverence (usuallydistinct and important people); courtesy; 2.Delegation, entourage accompanying one ormore important people; 3. Group of people inprocession.
Risk From the Latin resecum, used to describe dangerous situations, it also suggests the possibility of gains or losses. In the circus risk is often the conductor of the narrative. Artistic or physical risk is present during the formation and performance of circus artists.
Quick change term meaning a “quick changeof clothes”; feature in which the artist changesclothes as if by magic behind a screen.
Reprise In addition to the longer entrances, performedby the eccentric clown, circus shows alsooffer the comic reprise in the interval betweentwo attractions. Rigger Specialty technique in the assemblyand maintenance of attachment points for aerialdevices. 155
Saudade Seventh place in the rank most untranslatable words according to the British company Today Translations, the term saudade dates back to Portugal’s sea expansion. It described the feeling of longing and loneliness (suidade in archaic Portuguese, which meant ‘being alone’) caused by the distance from the motherland and family.
Skit Quick scenic presentation, usually satirical,comic and parodic in nature and performed bya small group of actors. Based on everyday situationsand habits, not intended to explore thepsychological aspects of the characters in depth.As an entertainment feature, it was widely usedin musical shows (magazines, music hall, andvaudeville), popular theater, passing later toradio and television. Stereotype 1. Vision or understanding (of somethingor someone) which is very widespread,formed only in comparison with fixed and preconceivedstandards, without nuances, and withoutdistinction of characteristics, more subtle; 2.Pattern formed from an image fed more by fixedand preconceived notions than by reality itself;3. Fig. Repetitive idea, unoriginal; commonplace. [stereo + type, from the French, stereotype.]
Glossary
Tightrope walker1. Tightrope walker whowalks on the wire or rope; acrobat. 2. Fig. Fickleperson in their opinions and political party positions. Tightrope walking. To anchor To create a solid foundation. To be secure on a spot. Also refers to anchoring an idea through solid argumentation. In the circus, to anchor refers to setting up the big top on a lot (or city, country) and to acts in which the artist needs a support, an “anchor” to conduct his performance.
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Tony de Soiree technical name for a givenfunction of a clown. He must know the variouscircus skills to participate as a comic elementin serious performances by saying nothing oralmost nothing. For example, it is quite commonto have a clown on the flying trapeze, taskedwith bringing a kind of relaxation betweenmanoeuvres for both the public and especiallyfor artists who have time to rest and recoverenergy for future manoeuvres. Tony de Soiree isalso responsible for performing the reprises thatare inserted between different numbers. Onceagain he is responsible for the comedic pausethat interposes itself between the sublimity of the attractions. He does the opposite of the clown or eccentric. To over flow To flow over the brim, to pour out, to spill or spread around, to be filled (of). Figuratively it means to manifest impetuously, to exceed the limits. The concept is extremely relevant to the circus, whose artists are constantly breaking cultural barriers and incorporating knowledge that transforms this ancient art with every exchange.
Tragedy Drama characterized by seriousnessand often involves a conflict between a characterand some higher instance of power such asthe gods, fate or society. Greek literature bringstogether three great names that are genre references:Aeschylus, Sophocles and Euripides. Trapeze equipment used for aerobatics, consistingof a bar suspended by two ropes on whichthe artist creates figures and gives demonstrationsof strength, elegance and flexibility. Thereare different variations of equipment: fixed trapeze,which is immobile and gives greater stabilityduring the execution of maneuvers; swingingtrapeze, allowing both typical fixed movements,as well as elements of falls, twists, turns, somersaultsetc; and the flying trapeze, the most commonform – and possibly the most difficult anddangerous – in which the artist jumps from onetrapeze to another, or into the hands of a porteurproperly positioned on a platform.
Fonts Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa (2007, Lexicon Editora Digital e L&PM) Dicionário Sesc – A Linguagem da Cultura, de Newton Cunha (2003, Sesc São Paulo e Editora Perspectiva)
Unicycle Apparatus used in balancing actsonly composed of the back of a bicycle thewheel and pedals without the handlebars. It canhave different heights and more than one wheelmaking up the rolling system.
Virtuoso 1. Musician who has exceptional masteryof the playing technique of an instrument. 2.Any artist who shows great mastery of the artisticand technical processes which he performs. 3.Anyone who demonstrates great skill in what hedoes.[From the French virtuose Sp. virtuoso] 157
Dicionário do Teatro Brasileiro – Temas, Formas e Conceitos. Coordenação: J. Guinsburg, João Roberto Faria e Mariangela Alves de Lima (2006, Sesc São Paulo e Editora Perspectiva)
Contatos (Contacts)
All Genius All Idiot – Genial e Idiota Svalbard Company (Suécia) svalbardcompany.com Animo Festas La Cascata Cia. Cômica (São Paulo, Brasil) palhacoklaus.com.br A O Lang Pho - O Vilarejo E A Cidade Nouveau Cirque Du Vietnam (Vietnã) luneproduction.com/ Apesar Cie Sôlta (Brasil/França) ciesolta.com Balbúrdia Cia Artinerant´s (São Paulo, Brasil) artinerants.com.br Carta Branca Cia do Relativo (São Paulo, Brasil) ciadorelativo.com Concerto Pour Deux Clowns – Concerto Para Dois Clowns Cie Les Rois Vagabonds (França / Uruguai) lesroisvagabonds.com/ Dois (Brasil/Finlândia) luis-pedro.com
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Figuras Mágicas Rapha Santacruz e Vik & Fabrini (Maceió/Recife/São Paulo) mundodamagica.com.br/ Fritos Refritos Chacovachi e Maku Fanchulini (Argentina) facebook.com/fernando. cavarozzi?hc_ref=SEARCH Histórias Contadas De Cima Coletivo Baiano de Circo (Salvador, Bahia) facebook.com/fulanas. ciadecirco/?fref=ts Humanimal Circo da Silva (Porto Alegre/Rio De Janeiro, Brasil) facebook.com/grupocircodasilva Íntimo Cia LaMala (São Paulo, Brasil) facebook.com/Cia-Lamala Knee Deep – Pisando Em Ovos Casus Circus (Austrália) casus.com.au Mar Sem Beira Cia Nós no Bambu (Brasília, Brasil) nosnobambu.blogspot.com.br/ facebook.com/nosnobambu
Menu Del Giorno – Menu Do Dia Cia Bellavita (Itália) compagniabellavita.com Mito – Jogos De Recusa Ivanie Aubin-Malo e Marcos Nery (Brasil/Canadá) marcosnery.com Noite Da Rose Coletivo Noite da Rose (São Paulo, Brasil) noitedarose.com.br O Sapateiro Teatro Lá nos Fundos (Criciúma, Santa Catarina, Brasil) facebook.com/palhacoclovs Piccola Memória Piccolo Circo-Teatro de Variedades (São Paulo, Brasil) facebook.com/piccolocircoteatro Rastros Circo Crescer e Viver (Rio De Janeiro, Brasil) crescereviver.org.br Santa Madera Cie MPTA - Juan Ignacio Tula & Stefan Kinsman (Argentina/França/Suíça) mpta.fr
Sobrevoltas Circo Enxame e Circo Mínimo (São Paulo, Brasil) sobrevoltas.esy.es Telhado De Ninguém Companhia do Polvo (São Paulo, Brasil) telhadodeninguem. com.br Tempo E(M) Movimento Rosiris Garrido (Brasil/Alemanha) ouroar.com Tetris ARCH8 (Holanda) arch8.nl/en/projects/ Violeta Col-lectiu La Persiana (Espanha) lapersianacirc.com/ venancio.org/es/ violeta.htm
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Intervenções Abasedotetodesaba Coletivo na Esquina (Belo Horizonte) facebook.com/abasedoteto/ A Sanfonástica Mulher Lona Lívia Mattos (Salvador, Brasil) liviamattos.com Devaneio Cia Tempo Cyr Wheel (São Paulo, Brasil) ciatempo.com Percha No Asfalto Circo do Asfalto (São Paulo, Brasil) circodoasfalto.com/site/
Sobre o Sesc
A ação do Sesc - Serviço Social do Comércio - é fruto de um sólido projeto cultural e educativo que trouxe, desde sua criação pelo empresariado do comércio e serviços em 1946, a marca da inovação e da transformação social. Ao longo dos anos, o Sesc inovou ao introduzir novos modelos de ação cultural e sublinhou, na década de 1980, a educação como pressuposto para a transformação social. A concretização desse propósito se deu por uma intensa atuação no campo da cultura e suas diferentes manifestações, destinadas a todos os públicos, em diversas faixas etárias e estratos sociais.
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Isso não significa apenas oferecer uma grande diversidade de eventos, mas efetivamente contribuir para experiências mais duradouras e significativas. No Estado de São Paulo, o Sesc conta com uma rede de 37 unidades, em sua maioria centros culturais e desportivos. Oferece também atividades de turismo social, programas de saúde e de educação ambiental, programas especiais para crianças e terceira idade, além dos pioneiros Mesa Brasil Sesc São Paulo, de combate à fome e ao desperdício de alimentos, e Internet Livre, de inclusão digital. Além disso, a instituição conta com o Portal SescSP, o SescTV, as Edições Sesc e o Selo Sesc, e diversas revistas Em Cartaz, Mais 60 e Revista E - para registrar e divulgar suas ações, ampliando assim o acesso de suas programações e aos bens culturais que produz. O Sesc desenvolve, assim, uma ação de educação informal e permanente com intuito de valorizar as pessoas ao estimular a autonomia pessoal, a interação e o contato com expressões e modos diversos de pensar, agir e sentir.
About Sesc
The actions offered by SESC (Serviço Social do Comércio – Social Service of the Commerce) are fruit of a solid cultural and educational project that brings, since its creation by the commerce, services and tourism sector in 1946, the mark of innovation and social transformation. Over the years, SESC has been innovative by introducing new models of cultural actions and highlighted, in the decade of 1980, education as a project for social transformation.
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Accomplishing this purpose has come to fruition by an intense action on the field of culture and its different demonstrations, destined to all audiences, of diverse age groups and social strata. This does not mean only offering a great diversity of events, but effectively contributing for more lasting and meaningful experiences. In the State of São Paulo, SESC has thirty seven cultural centers, most of them being also sports centers, a TV channel (SESCTV), a web portal (SESCSP), a publishing house (Edições SESCSP), a record label that produces DVDs and CDs (Selo Sesc) and a Research and Training Center. Activities are offered in several areas, such as socioeducation, health and nutrition, arts, digital culture, sports and physical education, food safety, in addition to programs for specific audiences (children, young and seniors). SESC, thus, puts forth actions of permanent non-formal education seeking to valorize and stimulate the development of people by encouraging autonomy, contact and interaction with diverse expressions and ways of thinking, acting and feeling.
Sesc – Serviço Social do Comércio ADMINISTRAçÃO REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO REGIONAL ADMINISTRATION OF SÃO PAULO STATE
PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL CHAIRMAN OF THE REGIONAL COUNCIL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL REGIONAL DEPARTMENT DIRECTOR Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDENTES ASSISTANT DIRECTORS TÉCNICO-SOCIAL SOCIAL TECHNICIAN Joel Naimayer Padula COMUNICAçÃO SOCIAL SOCIAL COMMUNICATION Ivan Giannini ADMINISTRAçÃO MANAGEMENT Luiz Deoclécio Massaro Galina ASSESSORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO TECHNICAL AND PLANNING CONSULTANCY Sérgio José Battistelli GERENTES MANAGERS AçÃO CULTURAL CULTURAL ACTION Rosana Paulo da Cunha ADJUNTA DEPUTY MANAGER Kelly Adriano de Oliveira ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO STUDIES AND DEVELOPMENT Marta Colabone ADJUNTO DEPUTY MANAGER Iã Paulo Ribeiro ARTES GRÁFICAS GRAPHIC DESIGN Hélcio Magalhães ADJUNTA DEPUTY MANAGER Karina Musumeci CENTRO DE PRODUçÃO AUDIOVISUAL
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AUDIOVISUAL PRODUCTION CENTER Silvana Morales Nunes ADJUNTA DEPUTY MANAGER Sandra Karaoglan DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS PRODUCT DEVELOPMENT Évelim Lúcia Moraes ADJUNTA DEPUTY MANAGER Andressa de Góis e Silva DIFUSÃO E PROMOçÃO PUBLICITY AND PROMOTION Marcos Ribeiro de Carvalho ADJUNTO DEPUTY MANAGER Fernando Fialho RELAçõES COM O PúBLICO PUBLIC RELATIONS Milton Soares de Souza ADJUNTO DEPUTY MANAGER Carlos Cabral SESC DIGITAL Gilberto Paschoal ADJUNTO DEPUTY MANAGER Fernando Tuacek CONTRATAçÃO E LOGÍSTICA HIRING AND LOGISTICS Jackson Andrade de Matos ADJUNTA DEPUTY MANAGER Adriana Mathias ENGENHARIA E INFRAESTRUTURA ENGINEERING AND INFRASTRUCTURE Amilcar João Gay Filho ADJUNTO DEPUTY MANAGER Marcelo Fanchini PATRIMÔNIO E SERVIçOS ASSETS AND SERVICES Jair Moreira da Silva Junior ADJUNTO DEPUTY MANAGER Nelson Soares da Fonseca ASSESSORIA DE RELAçõES INTERNACIONAIS INTERNATIONAL AFFAIRS Áurea Leszczynski Vieira Gonçalves
UNIDADES UNITS BELENZINHO Marina Avilez ADJUNTO DEPUTY MANAGER Fabio Luiz Vasconcelos BOM RETIRO Monica Machado ADJUNTO DEPUTY MANAGER José Henrique Osóris Coelho CAMPO LIMPO Mário Fernandes ADJUNTO DEPUTY MANAGER Mario Luiz Alves de Matos CARMO Andréa Cristina Bisatti ADJUNTA DEPUTY MANAGER Dóris Larizzatti CENTRO DE PESQUISA E FORMAçÃO Andréa Nogueira ADJUNTO DEPUTY MANAGER Mauricio Trindade CINESESC Gilson Packer ADJUNTA DEPUTY MANAGER Simone Yunes CONSOLAçÃO Felipe Mancebo ADJUNTA DEPUTY MANAGER Simone Engbruch Avancini Silva IPIRANGA Antônio Carlos Martinelli ADJUNTA DEPUTY MANAGER Luciana Itapema Melher ITAQUERA Érika Mourão Trindade Dutra ADJUNTA DEPUTY MANAGER Claudia Righetti PINHEIROS Flávia Andréa Carvalho ADJUNTA DEPUTY MANAGER Patrícia Piquera Vianna POMPEIA Mônica Carnieto ADJUNTO DEPUTY MANAGER Sérgio Pinto SANTANA Lilia Marcia Barra ADJUNTA DEPUTY MANAGER Meilin Maria Werneck da Silva VILA MARIANA Mariângela Abbatepaulo ADJUNTA DEPUTY MANAGER Patrícia Dini
CIRCOS – FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE CIRCO PROGRAMAÇÃO PROGRAMMING Lucas Carbonera Molina (coordenação), Susana C. de Souza Cerveira e Shirlei Torres (assistentes), Vanessa Ribeiro (secretaria) CURADORIA CURATORSHIP Carolina Garcez e Lucas Carbonera Molina (coordenação), Adriana Souza, Alcimar Mendes Frazão, Ana Emília de Paula, Ana Meyer, Beth Brait, Camila Onofre, Claudia Vieira Garcia, Cynthia Petnys, Débora Ramos, Edér Martins, Emerson Pirola, Fabiana Kuhn, Fernanda Perroni, Fernando de Oliveira, Gisela Rodrigues, Heloísa Waideman Prando, Juliana Barbosa, Juliano Azevedo, Kátia Caliendo, Laudo Bonifácio, Ligía Moreli, Lúcia Helena Nascimento, Mara Rita Oriolo, Marina Zan, Mateus Marques Tozelli, Maurício del Nero, Melina Barbosa, Moara Zahra Iak, Monica Calmon, Natalie Ferraz Kaminski, Priscila Modanesi, Priscila Sayuri Oliveira Fukuda, Rafael Barcot Tintor, Regina Helena, Rodrigo Eloi da Silva, Rosana Elisa Cateli, Rose Silveira, Sabrina Popp, Salete dos Anjos, Sérgio Luis V. de Oliveira, Shirlei Torres, Sidnei Martins, Silvana Santos, Simone Aranha, Simone Yunes, Susana C. de
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Souza Cerveira, Tatiana Lazarini Fonseca, Thiago Aoki, Tiago de Souza, Valéria Tavares RELAÇÕES INTERNACIONAIS INTERNATIONAL AFFAIRS Heloísa Pisani ARTES GRÁFICAS GRAPHIC DESIGN Rogério Ianelli EQUIPE TEAM Gabriela Borsoi DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS PRODUCT DEVELOPMENT Francisco Manoel Santinho EQUIPE TEAM Jacqueline Coutinho Abe DIFUSÃO E PROMOÇÃO PUBLICITY AND PROMOTION Aline Ribenboim e Daniel Tonus EQUIPE TEAM José Gonçalves Junior, Paulo Roberto Ferreira, Tamara Demuner PRODUÇÃO AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL PRODUCTION Joana Eça de Queiroz e Taís Barato EQUIPE TEAM André Queiroz e Igor Pirola RELAÇÕES COM O PÚBLICO PUBLIC RELATIONS Chiara Regina Peixe EQUIPE TEAM Viviane Lemos EDITORIAL WEB WEB EDITORIAL Malu Maia, Rafael Munduruca, Juliana Ramos EQUIPE TEAM Rede de Editores Web do Sesc São Paulo SESC DIGITAL Carlos Rocha e Leandro Nunes ATIVAÇÃO DIGITAL DIGITAL ATIVATION Iran Giusti COMPRAS E CONTRATAÇÕES PURCHASING AND CONTRACTS Gabriela Yonaha EQUIPE TEAM Alexandre Zanela, Jackeline Lemos, Jussara Brito, Marina Villar e Ticiana Parisi
ASSESSORIA DE IMPRENSA PRESS OFFICE Canal Aberto – Márcia Marques COMUNICAÇÃO COMMUNICATION Cadência Comunicação – Mara Conti e Milena Ootuca EDIÇÃO E PRODUÇÃO TEXTUAL TEXT EDITING AND PRODUCTION Grená Comunicação Multiplataforma – Adriana Ferreira, Cristiane Batista e Letícia de Castro IDENTIDADE VISUAL E DESIGN GRÁFICO VISUAL IDENTITY AND GRAPHIC DESIGN Margem – Nathália Cury e Alexandre Lindenberg REVISORA TEXTUAL PROOF READER Vírgula Impressão – Samantha Arana SITE WEBSITE TV1.com WEBDOCUMENTÁRIOS WEB DOCUMENTARIES Opaco Filmes
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