objetos coreogrรกficos
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27.03 – 28.07 3
CURADORIA Forsythe Produções COLABORAÇÃO Veronica Stigger
2019
SESC POMPEIA
WILLIAM FORSYTHE
objetos coreográficos
FORÇA MOTRIZ Danilo Santos de Miranda Diretor do Sesc São Paulo
À moda de outras tradições, alicerçadas em códigos que dão sentido e conferem certa estabilidade às manifestações e práticas culturais, cânones da arte definem parâmetros que possibilitam a comunicação entre pares por meio de uma linguagem própria. A liberdade de criação, quando corre dentro desses limites, possibilita um entendimento mais imediato entre artista e público iniciado, e também o diálogo entre artistas de lugares e tempos distintos, uma vez que o vocabulário é comum. Se ignorar regras por vezes implica ruídos na transmissão de mensagens, o exercício de desconstruí-las e subvertê-las traz consigo o potencial de alargar possibilidades nos domínios do inteligível e do sensível. Isso porque a linguagem, qualquer que seja ela, não se limita a um instrumental ao qual o emissor é obrigado a recorrer para produzir significados situados fora dela. Ela mesma é produtora de significados e, assim, convém colocá-la em questão, permanentemente.
O pensamento coreográfico, na diversidade de caminhos pelos quais ele se apresenta, é assunto e forma pela qual o artista e coreógrafo norte-americano William Forsythe inscreve sua trajetória no campo visual. Conhecido internacionalmente pela reorientação que deu ao balé clássico, Forsythe exibe agora seus objetos coreográficos. Recorrendo a corpos humanos e artefatos, à natureza e à tecnologia de ponta, o criador estimula a contemplação do movimento, ao mesmo tempo em que aciona, no público, o desejo – e a necessidade – de movimento. Na perspectiva de ampliar a compreensão do campo das artes visuais no encontro com a dança, o Sesc confere visibilidade a experimentos e investigações plurais. Em sua inerente vocação ao movimento, que a arte possa, além de iluminar veredas estéticas, contribuir para o dinamismo e a ruptura de grandes certezas.
Choreographies model the potential mitigation of chaos. Choreographies model uncertain outcomes. Choreographies reflect the instability of complex systems of governance. Choreographies may not insist. Choreographies traject ideas into the action of perception. Choreographies may also refuse to act. Choreographies may circumscribe inaction. Choreographies want to align confusion and happiness. Choreographies suspend certainty. Choreographies valorize failure. Choreographies have an actively historical present. Coreografias modelam a potencial mitigação do caos. Coreografias modelam resultados incertos. Coreografias refletem a instabilidade de sistemas complexos de governança. Coreografias podem não insistir. Coreografias traçam ideias na ação da percepção. Coreografias também podem se recusar a agir. Coreografias podem circunscrever a inação. Coreografias querem alinhar confusão e felicidade. Coreografias suspendem a certeza. Coreografias valorizam o fracasso. Coreografias têm um presente ativamente histórico. WILLIAM FORSYTHE
SUMÁRIO
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WILLIAM FORSYTHE:
OBJETOS COREOGRÁFICOS
Veronica Stigger
16 BIOGRAFIA
20 DEBUT, SÃO PAULO
(Abertura, São Paulo)
22 STELLENTSTELLEN (Stellentstellen) 26 BOOKMAKING
(Fazendo livros)
30 MAPA DA EXPOSIÇÃO 32 SOLO
(Solo)
36 LECTURES FROM
IMPROVISATION TECHNOLOGIES
(Palestras a partir de
tecnologias de improvisação)
38 UNSUSTAINABLES, SÃO PAULO
(Insustentáveis, São Paulo)
40 THE DEFENDERS PART 3
(Os defensores parte 3)
44 CITY OF ABSTRACTS
(Cidade de abstratos)
48 SUSPENSE (Suspenso) 50 NOWHERE AND EVERYWHERE
AT THE SAME TIME, SÃO PAULO
(Em nenhum lugar e em todos os lugares
ao mesmo tempo, São Paulo)
54 INSTRUCTION, SÃO PAULO
(Instrução, São Paulo)
WILLIAM FORSYTHE: OBJETOS COREOGRÁFICOS Veronica Stigger 10
William Forsythe é reconhecido internacionalmente como um dos mais inventivos coreógrafos em atuação hoje. Nascido nos Estados Unidos, trabalhou junto a várias companhias de dança antes de assumir a direção do Ballet Frankfurt, na Alemanha, que comandou de 1984 até seu encerramento, em 2004. Depois disso, fundou seu próprio grupo, The Forsythe Company, que esteve em atividade de 2005 a 2015. Desde o início dos anos 1990, Forsythe vem desenvolvendo uma série de trabalhos para além dos palcos, por meio dos quais experimenta não só com a dança, mas também, de maneira mais ampla, com a própria colocação do corpo em movimento a partir de certos estímulos prévios. A esses trabalhos, dá o nome de objetos coreográficos. São instalações, performances, vídeos, esculturas, instruções escritas e faladas que, ao convocar o público a se mover, funcionam como motivos ou modelos para o aumento da percepção da mobilidade do corpo. Como o próprio Forsythe lembra, em entrevista a Louise Neri por ocasião de sua exposição individual na galeria Gagosian Le Bourget, em Paris, em 2017, possuímos a faculdade de prever e calcular nossas ações e gestos ao nos relacionarmos com o ambiente à volta: “você usa essa faculdade para determinar quanto sal vai na sopa; quando derrama leite, você calcula a velocidade com que o leite está fluindo e ajusta a inclinação da mão e do braço inconscientemente para estancar ou aumentar o fluxo; quando coloca suas meias, de pé, equilibrando-se numa perna só; tentando estacionar o carro...”1 . São cálculos que nos são exigidos a todo tempo e que nem sempre fazemos de maneira consciente. Muitos
1. William Forsythe em entrevista a Louise Neri, “William Forsythe”. Gagosian Quarterly, outono 2017. Disponível em: https://gagosian.com/ quarterly/2017/09/01/williamforsythe-louise-neri/. Acessado em 16/02/2019. 2. William Forsythe em entrevista a Ève Beauvallet e Élisabeth Franck-Dumas, “William Forsythe: ‘Un scénario ou les humains seraient une anomalie’”. Libération, 13 out. 2017, p. 29-30. 3. William Forsythe em entrevista a Louise Neri, op. cit. 4. Idem. 5. Idem.
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deles já se acham automatizados. Em outra entrevista, Forsythe precisa: “O que tento fazer, com essas obras, é frustrar os reflexos corporais e sublinhar tudo o que realizamos de maneira automática”2. Assim, afirma ainda, “todos os objetos [coreográficos] simplesmente isolam transações coordenadas que abundam no ambiente normal do dia a dia”3 — transações essas que “estão tão completamente integradas em nosso eu físico inconsciente que são invisíveis para nós”4, como descer da calçada para a rua, correr para pegar um ônibus, evitar dar um encontrão numa porta vaivém. Os objetos coreográficos não são, portanto, para ser contemplados, nem mesmo apreciados por suas possíveis características estéticas intrínsecas. Lançando mão de um termo de Marcel Duchamp, artista muitas vezes citado por Forsythe, não são “arte retiniana”, isto é, não se dirigem à retina a fim de agradar aos olhos. Pelo contrário, servem para ativar a percepção do corpo. Ou seja, só adquirem plena função em relação com o público, seja com a participação direta deste, seja com a observação. Explica Forsythe: “Não importa quão diversa seja a escala e a natureza desses projetos, todos se esforçam para dar aos espectadores uma sensação desadornada de sua própria autoimagem física e para devolver a análise dos fenômenos cinéticos, que antes eram de exclusividade dos profissionais, para uma plataforma que fala claramente aos não especialistas”5. Isso fica claro em obras como Unsustainables, São Paulo (Insustentáveis, São Paulo), produzida especialmente para esta exposição
individual no Sesc Pompeia. Um conjunto de lousas contendo escritos está disposto em círculo na área do lago. Não há qualquer espécie de objeto em seu centro. Uma luz mais intensa que o normal, que mantém o ambiente sempre iluminado – como se fosse um palco à espera da entrada em cena dos atores ou dos bailarinos – reforça que há ali um espaço outro, um espaço diverso da costumeira área de convivência: o espaço de ação daquele trabalho. Nos quadros e nos fones de ouvido que se encontram à disposição, instruções sugerem que o público se desloque por esse local, experimentando movimentos pouco usuais, como, por exemplo, “uma corrida em círculos enquanto o ombro direito é mantido à frente” ou “colocar um pé na frente do outro, enquanto balança os braços nas mais variadas direções”.
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Trata-se de pequenas ações que se sucedem rapidamente, impedindo que se permaneça numa mesma posição por um período mais longo. O que nos faz perceber que o movimento do corpo implica não apenas um deslocar-se no espaço, mas também no tempo, como o próprio Forsythe já ressaltou: “Estou inclinado a acreditar que, dado que somos corpos e possuímos mecanismos perceptivos, nós também temos o tempo”6. E, não por acaso, do adjetivo que, segundo ele, melhor daria conta desse tempo do corpo, vem o título para este novo trabalho: “O traço que eu mais associaria com o tempo corporal é o insustentável. Nada no corpo pode ser sustentado indefinidamente”7. Diga-se de passagem que é o próprio corpo em suspenso, preso pela cabeça por uma corda, que Forsythe explora em Suspense (Suspenso), um dos vídeos apresentados na exposição.
6. William Forsythe: Suspense. Zurique: JRP-Ringier, 2008, p. 50; 77. 7. Idem, p. 77. Grifo nosso.
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Contrapondo o espaço vazio de objetos de Unsustainables, São Paulo, o trabalho Nowhere and Everywhere at the Same Time, São Paulo (Em nenhum lugar e em todos os lugares ao mesmo tempo, São Paulo) preenche o imenso galpão do Sesc Pompeia com mais de quatrocentos pêndulos em movimentos constantes e regulares. É aí, nesse espaço agora cheio, o lugar de atuação do espectador. Desta vez, há apenas uma instrução (ou talvez seja mais preciso falar advertência): evitar o contato com os pêndulos. Assim, ao entrar no espaço da obra, é preciso deslocar o corpo para cá e para lá para desviar dos fios balouçantes. Nesse inusitado pas de deux entre corpos e pêndulos, os pêndulos evoluem conforme uma coreografia predeterminada, enquanto os espectadores, destituídos de uma partitura prévia (função desempenhada, em certa medida, pelas instruções em Unsustainables, São Paulo), acabam envolvidos numa dança não programada. Em City of Abstracts (Cidade de abstratos), montada no hall do teatro, os espectadores também tomam parte numa dança inesperada. Mesmo parados diante do imenso painel de vídeo em que se projetam suas próprias imagens, veem seus corpos se distorcer e adquirir formas alongadas, na medida em que se deslocam em movimentos espiralados. Quanto mais a pessoa se mexe diante da câmera, mais intenso se torna o movimento projetado. Aqui, o par do público é sua própria imagem projetada no vídeo, que, ao se distorcer e se deslocar em espiral, dança num tempo diferente daquele de quem a observa, criando um curioso contraponto.
Em Forsythe, a chave para a compreensão de seus objetos está no qualificativo que escolheu para defini-los: coreográfico. “Muitos artistas utilizam o corpo humano, mas poucos entre nós se dizem coreógrafos”, afirmou em entrevista à revista Crash 8. Para ele, a coreografia, um termo “enganoso”, que não se reduz a “uma definição única”, “dá conta de toda uma classe de ideias: uma ideia é talvez, nesse caso, um pensamento ou sugestão para um possível curso de ação” 9. Daí os objetos coreográficos serem “objetos concebidos para incitar o movimento” 10.
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E essa incitação está presente também nas inscrições — tanto em Debut, São Paulo (Abertura, São Paulo), que, na porta de entrada, convoca o visitante a entrar “com vontade”, quanto em Instruction, São Paulo (Instrução, São Paulo) — e nos vídeos apresentados na exposição. Em Lectures from Improvisation Technologies (Palestras a partir de tecnologias de improvisação), o mais didático entre eles, Forsythe explica como improvisar a partir da simulação de figuras geométricas sugeridas pelos deslocamentos do corpo. Solo (Solo), por sua vez, pode ser visto como a colocação em ação de seu método: vemos nele, em pouco mais de seis minutos de duração, uma coreografia produzida e interpretada pelo próprio Forsythe. Stellentstellen (Stellentstellen), exibido em duas grandes telas, explora as torções e extensões possíveis do corpo ao mostrar dois bailarinos a se mover, enredados, pelo espaço. Os limites do corpo são testados também em Bookmaking (Fazendo livros) (palavra ambígua, intraduzível para o português, que nomeia o apostador, mas também aquele
8. William Forsythe em entrevista a Armelle Leturcq, “William Forsythe”. Crash, n. 82,
que faz livros), no qual Forsythe busca imprimir um livro usando seu próprio corpo como suporte para tinta.
inverno 2017-2018, p. 109. 9. William Forsythe, “Choreographic Objects”. Disponível em: https://www. williamforsythe.com/essay.html. 10. William Forsythe em entrevista a Armelle Leturcq, op. cit. 11. William Forsythe em entrevista a Louise Neri, op. cit.
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Por fim, The Defenders Part 3 (Os defensores parte 3), composto de um teleprompter, talvez seja o trabalho mais evidentemente político da exposição — digo “evidentemente” porque não há obra de Forsythe que não seja política, na medida em que todas fazem com que os espectadores desautomatizem suas percepções usuais do corpo e da relação deste com o ambiente à volta. Neste teleprompter, lê-se uma espécie de libelo contra a inatividade, o que contrapõe e complementa os outros trabalhos em exibição. Tendo sua primeira versão elaborada há dez anos, a peça adquire outro sentido agora que, tanto nos Estados Unidos, para onde Forsythe retornou nos últimos anos, quanto no Brasil, o pior conservadorismo assumiu o poder. As frases, no trabalho, nunca se completam, apenas restringem e determinam um “nós” que fala: “Nós, que não achamos que ficaria assim tão ruim”; “Nós, que não tivemos razão para imaginar o que estava acontecendo”; “Nós, que provavelmente poderíamos ter adivinhado o que estava acontecendo”; “Nós, que não queríamos interferir”. Sem que a frase se complete, o sujeito (“nós”) nunca chega à ação. Assim, aquele que não queria interferir termina por pagar o preço pela sua inatividade. Por isso, talvez a questão mais crucial acerca desses trabalhos visuais seja aquela proposta pelo próprio Forsythe: “Os Objetos coreográficos são equações diagnósticas que indagam: como existo no mundo como um corpo?”. E arremata: “É evidente que não somos robôs” 11.
BIOGRAFIA
Criado em Nova York, estudou inicialmente na Flórida com Nolan Dingman e Christa Long. Forsythe dançou com o Joffrey Ballet e, posteriormente, com o Stuttgart Ballet, onde foi nomeado coreógrafo residente em 1976. Nos sete anos seguintes, criou novos trabalhos para o ensemble de Stuttgart e para companhias de balé de Munique, Haia, Londres, Basileia, Berlim, Frankfurt, Paris, Nova York e São Francisco. Em 1984, iniciou um mandato de vinte anos como diretor do Ballet Frankfurt, onde criou obras como Artifact (1984), Impressing the Czar (1988), Limb’s Theorem (1990), The Loss of Small Detail (1991), A L I E / N A(C)TION (1992), Eidos:Telos (1995), Endless House (1999), Kammer/ Kammer (2000) e Decreation (2003). Após o término do Ballet Frankfurt, em 2004, Forsythe formou um novo grupo, The Forsythe Company, que dirigiu de 2005 a 2015. Obras produzidas com esta companhia incluem Three Atmospheric Studies (2005), You Made Me a Monster (2005), Human Writes (2005), Heterotopia (2006), The Defenders (2007), Yes We Can’t (2008/2010), I Don’t Believe in Outer Space (2008), The Returns (2009) e Sider (2011). Os trabalhos mais recentes de Forsythe foram desenvolvidos e executados exclusivamente pela The Forsythe Company,
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enquanto suas peças anteriores continuam sendo destaque no repertório das principais companhias de balé do mundo, incluindo o Mariinsky Ballet, New York City Ballet, San Francisco Ballet, National Ballet do Canadá, Semperoper Ballet Dresden, England’s Royal Ballet e The Paris Opera Ballet. Os prêmios recebidos por Forsythe e seus grupos incluem o prêmio de dança e performance de Nova York, o Bessie (1988, 1998, 2004, 2007) e o Prêmio Laurence Olivier, de Londres (1992, 1999, 2009). Forsythe recebeu o título de Commandeur des Arts et Lettres (1999) pelo governo da França e recebeu o Prêmio Hessische Kulturpreis / Hessian Culture (1995), o German Distinguished Service Cross (1997), o Prêmio Wexner (2002), o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2010), Samuel H. Scripps / Prêmio do Festival de Dança Americana pelo conjunto da obra (2012) e o Grand Prix SACD (2016). Forsythe foi convidado para produzir instalações arquitetônicas e performáticas pelo arquiteto e artista Daniel Libeskind (Groningen, 1989), ARTANGEL (Londres, 1997), Creative Time (Nova York, 2005) e SKD – Staatliche Kunstsammlungen Dresden (2013, 2014). Esses “objetos coreográficos”, modo como
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Forsythe se refere a suas instalações, incluem, entre outros, White Bouncy Castle (1997), City of Abstracts (2000), The Fact of Matter (2009), Nowhere and Everywhere at the Same Time No. 2 (2013) e Black Flags (2014). Seus trabalhos com instalações e vídeos foram apresentados em inúmeros museus e exposições, incluindo a Whitney Biennial (Nova York, 1997), Festival d’Avignon (2005, 2011), Museu do Louvre (Paris, 2006), Pinakothek der Moderne (Munique, 2006), 21_21 Design Sight (Tóquio, 2007), Wexner Center for the Arts (Columbus, 2009), Tate Modern (Londres, 2009), Hayward Gallery (Londres, 2010), MoMA (Nova York, 2010), ICA Boston (2010, 2018), Bienal de Veneza (2005, 2009, 2012, 2014), MMK – Museu de Arte Moderna (Frankfurt, 2015), 20ª Bienal de Sydney (2016) e Kunsthaus Zurich (2017). Em parceria com especialistas em mídia e educadores, Forsythe desenvolveu novas abordagens para documentação, pesquisa e educação em dança. Seu aplicativo para computadores Improvisation Technologies: A Tool for the Analytical Dance Eye, de 1994, desenvolvido em parceria com o ZKM / Zentrum für Kunst und Medientechnologie Karlsruhe, é usado como uma ferramenta de ensino por companhias profissionais,
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conservatórios de dança, universidades, programas de pós-graduação em arquitetura e escolas secundárias em todo o mundo. O ano de 2009 marcou o lançamento de Synchronous Objects for One Flat Thing, reproduced, uma partitura digital on-line desenvolvida juntamente com a The Ohio State University, que revela os princípios organizacionais da coreografia, além de demonstrar sua possível relação com outras disciplinas. Synchronous Objects foi o projeto piloto de Motion Bank, uma plataforma de pesquisa focada na criação e pesquisa de partituras digitais on-line, em colaboração com coreógrafos convidados. Como educador, Forsythe é regularmente convidado para palestras e workshops em universidades e instituições culturais. Em 2002, Forsythe foi escolhido como um dos primeiros mentores em dança da The Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative. Forsythe é membro honorário do Laban Center for Movement and Dance, em Londres, e possui um doutorado honorário da The Juilliard School, em Nova York. Forsythe é atualmente professor de dança e conselheiro artístico do Instituto Coreográfico da University of Southern California Glorya Kaufman School of Dance.
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DEBUT, SÃO PAULO
William Forsythe 2019 (Abertura, São Paulo) Esta versão da obra foi produzida especialmente para a exposição no Sesc Pompeia.
entre vonta
Š Jennifer Glass
e com ade
STELLENTSTELLEN
William Forsythe 2013 (Stellentstellen) Dois canais, instalação de vídeo com som Duração: 7’26” Performance: Amancio Gonzalez Ander Zabala Câmera: Dietmar Heck Produção: Mark Gläser / Group.ie Julian Gabriel Richter Em cooperação com o Museum für Moderne Kunst MMK, Frankfurt
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© Dominik Mentzos
As filmagens para esta projeção dupla foram feitas na MMK 3, em 2013. O trabalho apresenta uma coreografia em que os dançarinos Ander Zabala e Amancio Gonzalez combinam seus corpos em uma constelação atada. Este trabalho proporciona um evento que subtrai elementos comuns tipicamente associados à coreografia: o desenvolvimento estrutural do tempo e do espaço, e o isolamento visual das partes. Esse quebra-cabeça, físico e ótico, câmera lenta em tempo real, que Forsythe chama de “entrelaçamento”, é um híbrido de coreografia, filme e escultura.
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25 Š Dominik Mentzos
2008 (Fazendo livros) Vídeo Looping Câmera e edição: Dietrich Krüger Programação: Philip Bussmann Produção: Julian Gabriel Richter
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Apresentado pela primeira vez em 2008 na Ursula Blickle Foundation, Bookmaking foi reeditado para a exposição Lipsiusbau, em 2014. Uma parede de monitores apresenta sequências de filmes, editadas em sucessões rápidas, mostrando Forsythe enquanto ele tenta imprimir um livro com seu próprio corpo.
© Forsythe Produções
BOOKMAKING
William Forsythe
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29 © Forsythe Produções
MAPA DA EXPOSIÇÃO
DEBUT, SÃO PAULO
2019 (Abertura, São Paulo) Instalação
THE DEFENDERS PART 3 2009 (Os defensores parte 3) Instalação
STELLENTSTELLEN
2013 (Stellentstellen) Vídeo, 7’26”
BOOKMAKING
2008 (Fazendo livros) Vídeo, looping SOLO
1997 (Solo) Vídeo, 6’40” LECTURES FROM IMPROVISATION TECHNOLOGIES 2011
(Palestras a partir de tecnologias de improvisação) Vídeo, 9’40”
UNSUSTAINABLES, SÃO PAULO 2019 (Insustentáveis, São Paulo) Instalação
CITY OF ABSTRACTS
2000 (Cidade de abstratos) Instalação SUSPENSE 2008 (Suspenso) Vídeo, 13’10” NOWHERE AND EVERYWHERE AT THE SAME TIME, SÃO PAULO 2019
(Em nenhum lugar e em todos os lugares ao mesmo tempo, São Paulo) Instalação
INSTRUCTION, SÃO PAULO
2019 (Instrução, São Paulo) Instalação
© Forsythe Produções
SOLO
William Forsythe 1997 (Solo) Vídeo Duração: 6’40” Música: Thom Willems, em colaboração com Maxime Franke Direção: Thomas Lovell Balogh Câmera: Jess Hall Produção: RD-Studio Productions, France 2, BBC TV, 1997
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Solo é uma performance para a câmera do coreógrafo William Forsythe. Utilizando como trilha sonora som ambiente e uma composição de Thom Willems, close-ups e cortes rápidos do corpo contorcido de Forsythe contrastam com planos que capturam seus movimentos em um palco iluminado.
34 © Forsythe Produções
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© Forsythe Produções
LECTURES FROM IMPROVISATION TECHNOLOGIES
William Forsythe 2011 (Palestras a partir de tecnologias de improvisação) Vídeo Duração: 9’40” Reedição: Nik Haffner, Volker Kuchelmeister, Chris Ziegler Produção: Julian Gabriel Richter Áudio em português
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Danilo Grangheia
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Esses segmentos de vídeo, originalmente produzidos por William Forsythe com o objetivo de treinar os dançarinos de sua companhia, oferecem uma perspectiva sobre a abordagem do coreógrafo com relação à improvisação. As linhas de animação e outros efeitos gráficos que ilustram as sequências demonstram a visão de Forsythe de que certos tipos de movimento podem ser analisados como geometricamente inscritíveis – um desenho formal com o corpo, no espaço.
UNSUSTAINABLES, SÃO PAULO William Forsythe 2019 (Insustentáveis, São Paulo) Obra inédita produzida especialmente para a exposição no Sesc Pompeia.
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e daí troca a dir do cí
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© Jennifer Glass
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THE DEFENDERS PART 3
William Forsythe 2009 (Os defensores parte 3) Produção: Julian Gabriel Richter Edição de vídeo: Philip Bussmann Esta versão da obra foi produzida especialmente para a exposição no Sesc Pompeia.
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19 41 Š Julian Gabriel Richter
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Š Jennifer Glass
ĂŁo amos
CITY OF ABSTRACTS
William Forsythe 2000 (Cidade de abstratos) Videowall, câmera, software Desenvolvimento do software de vídeo: Philip Bussmann Produção: Julian Gabriel Richter
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© Julian Gabriel Richter
Conforme os visitantes se aproximam da obra de vídeo interativo City of Abstracts, suas imagens são projetadas no telão, convidando-os a interagir à medida que seus corpos se fundem em uma dança de formas alongadas e espiraladas.
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Š Dominik Mentzos
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© Forsythe Produções
SUSPENSE
William Forsythe 2008 (Suspenso) Vídeo Duração: 13’10” Produção: Julian Gabriel Richter
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49 © Forsythe Produções
NOWHERE AND EVERYWHERE AT THE SAME TIME, SÃO PAULO 50
William Forsythe 2019 (Em nenhum lugar e em todos os lugares ao mesmo tempo, São Paulo) Pesos, cordas, cilindros de compressão de ar, molduras de alumínio Concepção técnica e execução: Max Schubert Construção e controle: Christian Schubert Programação: Sven Thöne Produção: Julian Gabriel Richter Uma coprodução The Forsythe Company e Festival Ruhrtriennale
© Julian Gabriel Richter
A realização de Nowhere and Everywhere at the Same Time No. 2, na Ruhrtriennale marca um capítulo totalmente novo no desenvolvimento desse trabalho coreográfico. Originalmente criado para um dançarino solo e quarenta pêndulos em um prédio abandonado no histórico High Line, em Nova York, a instalação tem sido continuamente desenvolvida em contextos tão diversos quanto a monumental arquitetura industrial do Turbine Hall da Tate Modern, e o espaço histórico do Arsenale, na Bienal de Veneza. Esta versão nova preserva e privilegia dois interesses centrais da obra de Forsythe: o contraponto e a competência coreográfica inconsciente induzida por situações coreográficas. Suspensos em grades automatizadas, mais de quatrocentos pêndulos são ativados iniciando uma varredura de sete partes de contraponto, justaposição espacial e gradientes de força centrífuga que oferecem ao espectador um labirinto em constante transformação de complexidade significativa. Os espectadores estão livres para tentar uma navegação nesse ambiente estatisticamente imprevisível. Eles são solicitados a evitar entrar em contato com qualquer um dos pêndulos em movimento. Tal tarefa alerta e incita as faculdades preditivas inatas dos espectadores, automaticamente produzindo uma coreografia viva de estratégias múltiplas e intricadas de evasão. 51
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INSTRUCTION, SÃO PAULO William Forsythe 2019 (Instrução, São Paulo) Esta versão da obra foi produzida especialmente para a exposição no Sesc Pompeia.
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Š Jennifer Glass
grite bem alto
SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL ABRAM SZAJMAN DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL DANILO SANTOS DE MIRANDA Superintendentes TÉCNICO-SOCIAL JOEL NAIMAYER PADULA COMUNICAÇÃO SOCIAL IVAN GIANNINI ADMINISTRAÇÃO LUIZ DEOCLÉCIO M. GALINA ASSESSORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO SÉRGIO JOSÉ BATTISTELLI Gerentes ARTES VISUAIS E TECNOLOGIA JULIANA BRAGA DE MATTOS ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO MARTA RAQUEL COLABONE ASSESSORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS AUREA LESZCZYNSKI VIEIRA GONÇALVES ASSESSORIA JURÍDICA CARLA BERTUCCI BARBIERI ARTES GRÁFICAS HÉLCIO MAGALHÃES DIFUSÃO E PROMOÇÃO MARCOS RIBEIRO DE CARVALHO SESC POMPEIA MONICA CARNIETO
WILLIAM FORSYTHE:
DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE
ASSISTÊNCIA DE ILUMINAÇÃO
OBJETOS COREOGRÁFICOS
CITY OF ABSTRACTS
CAMILA JORDÃO
PHILIP BUSSMANN
COORDENAÇÃO AUDIOVISUAL
CURADORIA
CONSTRUÇÃO NOWHERE AND
RODRIGO GAVA
FORSYTHE PRODUÇÕES
EVERYWHERE AT THE SAME TIME
TÉCNICOS
EM COLABORAÇÃO COM
CHRISTIAN SCHUBERT
ANDRÉ ROSSANEIS
VERONICA STIGGER
DIREÇÃO TÉCNICA
ENRIQUE CASAS
MAX SCHUBERT
FERNANDO ZIMOLO
Equipe Sesc
PROGRAMADOR NOWHERE
IGOR SANE
ALCIMAR FRAZÃO, BARBARA
AND EVERYWHERE
MARIANA MASTROCOLA
RODRIGUES, CAROLINA
AT THE SAME TIME
PATRICIA SAVOY
BARMELL, DIH LEMOS, DIOGO
SVEN THÖNE
PAULO RICARDO FERNANDES
DE MORAES, FERNANDO
COORDENAÇÃO TÉCNICA
RAFAEL DE ALCÂNTARA
FIALHO, GUILHERME BARRETO,
E DE LOGÍSTICA
RODOLFO PAGANELLI
HUGO CABRAL CARNEIRO,
MARTIN WEINHEIMER
SÉRGIO DE SOUZA
IAN HERMAN, IGOR CRUZ,
TELMA LEMOS
ILONA HERTEL, JOÃO VICTOR
REALIZAÇÃO TÉCNICA NO BRASIL
WANDERLEY WAGNER DA SILVA
GUERRERO, JOSÉ RENATO
JULIO CESARINI
ÁUDIO EM PORTUGUÊS
ALEGRETI DIAS, KARINA
PRODUÇÃO NO BRASIL
UNSUSTAINABLES, SÃO PAULO E
MUSUMECI, LEONARDO
PROD.ART.BR
LECTURES FROM IMPROVISATION
BORGES, LESLIE ROBERTA
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO
TECHNOLOGIES
BALHE, NILVA LUZ, PAULO
RICARDO MUNIZ FERNANDES
DANILO GRANGHEIA
DELGADO, RAFAEL DELLA
RICARDO FRAYHA
ÁUDIO EM INGLÊS
GATTA, RAQUEL LOPES PY,
COLABORAÇÃO
UNSUSTAINABLES, SÃO PAULO
ROGÉRIO IANELLI, SÉRGIO
ADRIANA ALMEIDA PEES
MARK SKEENS
PINTO, SILVIO BASILIO, SUELLEN
MATTHIAS PEES
COORDENAÇÃO EDUCATIVA
BARBOSA, VICTOR BUCK
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
DIALOGUM PROJETOS CULTURAIS
LARA BORDIN
(CARLOS ALBERTO NEGRINI)
ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL
PROJETO ARQUITETÔNICO
DESENVOLVIMENTO DE
PAULA MACEDO WEISS
VINÍCIUS CARDOSO
MATERIAL EDUCATIVO
ASSISTENTE DE
MARIA CHRISTINA DE SOUZA LIMA RIZZI
DIRETOR ESTÚDIO
PROJETO ARQUITETÔNICO
WILLIAM FORSYTHE
VITOR YOSHIO MIURA
REALIZAÇÃO TÉCNICA
IDENTIDADE VISUAL
JULIAN GABRIEL RICHTER
E PROJETO GRÁFICO
DIREÇÃO GERAL
ESTÚDIO CLARABOIA
FORSYTHE PRODUÇÕES
(LUCIANA ORVAT
O desenvolvimento e exposição
ALEXANDRA SCOTT
E FELIPE DAROS)
internacional de Objetos Coreográficos
PROJETO DE ILUMINAÇÃO
de William Forsythe é possível graças
GRISSEL PIGUILLEM
ao generoso apoio de Susanne Klatten.
CILDO OLIVEIRA
Sesc Pompeia Rua Clélia, 93 - São Paulo tel. +55 11 3871.7700
prefira o transporte público Barra Funda 2000m CPTM Água Branca 800m
/sescpompeia sescsp.org.br
ou Barra Funda 2000m Terminal Lapa 2100m
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