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BIENAL NÁÍFS DO BRASIL

ITINERÂNCIA DA 13* EDIÇÃO

TODO MUNDO É, EXCETO QUEM NÃO É Curadoria Clarissa Diniz, Claudinei Roberto e Sandra Leibovici

EVIDÊNCIAS Curadoria Clarissa Diniz e Claudinei Roberto

21 de abril a 02 de julho de 2017

UNIVERSOS IMAGINÁRIOS Sesc São Paulo

Uma boa dose de imaginação e sonho - ou ainda um bocado de indignação - mobilizam mãos e pensamentos daqueles que buscam expressar seus anseios pela via da arte. Esse processo de concretização material das ideias que migram para suportes diversos como telas, objetos e traquitanas são parte da experiência estética, que idealiza o melhor desfe­ cho para seus arranjos. As possibilidades de compreensão e a decorrente fruição dos resultados demandam um apren­ dizado dos caminhos dessa construção.

Nesse sentido, a educação protagoniza um papel essencial na formação e no desenvolvimento humano que pode advir da arte. Com tal premissa, o Sesc almeja, por melo de suas ações socloculturals, abrigar Iniciativas que motivem esse entrelaçamento, abastecendo diálogos entre educadores, estudantes, artistas, pesquisadores, públicos e interessados no campo da cultura.

A partir dessa aspiração, a presente publicação se propõe a provocar outras percepções sobre a itinerãncia da 13“ Bienal Naifs do Brasil: Todo mundo é exceto quem não é realizada em 2016 no Sesc Piracicaba - nesse ensejo pre­ sente pela primeira vez na cidade de São Paulo - e, acerca da exposição Evidências, criada para celebrar os trinta anos que o Sesc se dedica à arte naif. Para ampliar a compreen­ são sobre tais ações, cabe ressaltar que a origem da Bienal remonta ao ano de 1986, com o projeto Cenas da Cultura Caipira, no qual a instituição acolheu os primeiros artistas naífs. Nos anos seguintes, as mostras abordando tal temá­ tica ampliaram sua representação e, em 1992, nasceu a Bienal, com a regularidade mantida até hoje.

As páginas a seguir assumem o papel de suportes favoráveis à invenção poética por parte do visitante, suge­ rindo diálogos com elementos das exposições e salientando aspectos que abrem campos férteis para expandir referên­ cias sobre as narrativas visuais. Esperamos que as experi­ ências vividas ao contemplar e interagir com os universos imaginados e representados possibilitem práticas transfor­ madoras a partir de tais potências artísticas.

BRIN CA DEIRAS PARA UMA FESTA

“Todo mundo é, exceto quem não é" é o divertido nome inven­ tado pela curadora Clarissa Diniz para esta edição da Bienal Naifs do Brasil, exposição que é tradicionalmente realizada pelo Sesc na cidade de Piracicaba - SP. Essa é a primeira vez que a Bienal Naifs do Brasil deixa Piracicaba. A exposi­ ção também comemora seus trinta anos de existência, e, para celebrar, acontece também no Sesc Belezinho outra mostra chamada "Bienal Naifs do Brasil: Evidências" onde é apresen­ tado um conjunto de obras vindas da coleção de arte popular do próprio Sesc e também de outras coleções particulares e públicas. A arte que a gente costuma chamar de naif continua provocando quem procura classificá-la. já que essas pinturas, esculturas, objetos, bordados e gravuras refletem a sensibili­ dade muito livre e generosa dos artistas que as criam, e essa liberdade e força acaba, às vezes, inventando ou expandindo o que sabemos ou sentimos sobre a arte. Este caderno oferece algumas atividades que convidam você a participar desse uni­ verso de arte à maneira dos artistas naifs, isto é, inventando com coragem um jeito seu de fazer arte. Fazendo assim o resultado do nosso trabalho ficar ás vezes mais próximo do jogo e do brinquedo do que a gente pode imaginar! Afinal, você sabe que o brinquedo, o jogo, tanto quanto a arte, é uma das maneiras que as pessoas encontraram para devagarzinho ir conhecendo o mundo, amadurecer, etc, usando o faz-deconta e a fantasia. Brinquedos, tanto quanto a arte, existem de vários tipos: tem brinquedo tradicional, não tem? Pois também tem arte tradicional, que existe ha um tempão permanecendo mais ou menos do jeitinho que tinha quando foi inventadal...

E tem brinquedo popular, (que ás vezes são também tradicio­ nais)... existem os não tão populares assim, ahl E há artistas que trabalham em turma, em coletivos, empregando na feitura da sua obra a família inteira, amigos e assistentes. A obra rea­ lizada desse jeito é o resultado da cooperação de todos os envolvidos do mesmo jeito que certos jogos só acontecem quando muita gente participa deles. E os jogos de “Faz - de - conta"l Quem sabe não é isso o que principalmente existe de comum entre a arte e o brinquedo? Quem sabe eles não sejam a ligação entre nós e a fantasia, entre a criança que a gente é e com sorte e com arte, sempre seremos.

Claudlnei Roberto da Silva Curador Educativo

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Atividade 1 Quase todos têm a capacidade de se adaptar às mais diferen­ tes situações, mas às vezes a gente faz isso comprometendo o meio ambiente a nossa volta. Podemos notar que as obras de muitos artistas presentes nas exposições "Todo mundo é, exceto quem não é" e "Evidências’ demonstram a preocupa­ ção dos artistas pela natureza, o meio rural, ou a cidade. De um jeito muito particular esses artistas são também ecologis­ tas'. JeanZuqui nasceu em 1969 em Iconha no Espírito Santo.

Ele cria suas esculturas a partir de materiais que ele colhe no campo onde trabalha. Ele não modifica muito a madeira que recolhe, mas arranja esse material em composições cria­ tivas e emocionantes. O que é bacana no trabalho do Jean e no trabalho de outros artistas naífs é que ele é muito atento às qualidades do material que emprega. Coisa bem parecida faz o escultor José Bezerra que nasceu em 1952 na cidade de Buique no interior de Pernambuco. Antes de se dedicar à escultura, José foi lavrador e por isso tem muita intimidade com o material que usa no seu trabalho. Os dois artistas sugerem que é possível realizar um trabalho bacana usando de maneira Inteligente materiais vindos da natureza e que ás vezes a gente imagina ter pouco ou nenhum valor. Vale a ima­ ginação, a sensibilidade e o respeito ao meio ambiente.

Proposta Será que conseguimos fazer o mesmo que o Jean e o José?

O desafio é observar com atenção o trabalho desses artis­ tas e com a ajuda dos mais experientes, sua(eu) professora(or), coletar num jardim, pode ser até num vaso, material que permita realizar sua escultura; só não vale maltratar as plantas, hein?

Dica Professor (a) ou responsável talvez você precise de um pouco de cola fria ou quente para ajudar os jovens artistas unir as partes da escultura. A depender do tamanho das peças alfi­ netes, tachas, fitas adesivas também servem. É importante que esses materiais não interfiram muito na aparência final das peças.

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Atividade 2 Ecologia é a parte da ciência que estuda a relação entre os seres vivos e o meio natural e a adaptação deles ao ambiente físico. Como já pudemos perceber, a preocupa­ ção com a conservação do meio ambiente está presente e para muitos dos artistas do universo náíf ela é fundamen­ tal, pois muitos deles têm uma relação íntima com a terra - mas nem por isso eles só trabalham com materiais reti­ rados diretamente da natureza, pois as cidades também são um meio ambiente, um ecossistema. "Dona" Efigénia Rolim nasceu em 1931 numa cidade de nome muito bonito “Abre Campo" em Minas Gerais. Dona Efigénia inventa seus trabalhos reciclando3 materiais descartados como canu­ dinhos de refrigerante, retalhos de tecido, embalagens de bala etc. Criando novos significados para eles a artista nos ensina a evitar desperdícios e a diminuir o impacto que nosso lixo causa na natureza e na cidade.

Proposta Vamos seguir as dicas da Efigénia Rolin? O desafio é obser­ var o trabalho da artista, fazer uma lista de materiais que ela usa e recolher aqueles que estejam mais próximos e de fácil acesso, mas atenção: os materiais recolhidos preci­ sam ser higienizados, isto é, precisam estar limpos antes de serem utilizados. Com a ajuda dos mais experientes, mãe, pai, educador(a) ou sua(eu) professora(or), vamos resgatar o material descartado e realizar uma escultura, um chapéu, ou boneco; aquilo que sua imaginação permitir. Não há limite para criatividade do artista naífl

Dica Professor(a) ou responsável, talvez você precise de uma tesoura (sem ponta), de um pouco de cola fria ou quente para ajudar os jovens artistas unir as partes da obra. Alfinetes são bem vindos, mas devem ser manipulados com cuidado, fitas adesivas e barbante também devem servir.

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2. Rociclagom: conjuntos das técnicas que t«m por finaldado aprovoitar os dotritos o rointroduai-los no ciclo do produção do que saíram.

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Atividade 3 No dicionário está escrito que o significado da palavra "geringonça" é “coisa mal feita, prestes a se desconjuntar, de fácil destruição. Engenhoca". Foi essa palavra adotada pelo Mestre Molina para dar nome ás suas criações. O nome do Mestre Molina é Manoel Josette Molina e ele nasceu em 1917 na cidade de Bocaina, interior de São Paulo. Ele foi um dos mais criativos artistas do nosso pais. Mestre Molina aprendeu realizando experiências e exibindo o resultado em ruas e praças e também no Sesc onde ele trabalhou por muito tempo. Ele foi um artista autodidata, isto é, apren­ deu sozinho, com a prática, seguindo sua intuição. O Mestre realizou cerca de 20 bancadas e enquanto pode trabalhou nelas, aperfeiçoando suas invenções. Seu trabalho prende a nossa atenção pela riqueza dos detalhes que são exibidos: são histórias do povo simples do campo ou das pequenas cidades do interior que são contadas sem o uso de palavras.

As bancadas, de tão coloridas, poderiam ser chamadas de “pinturas animadas".

Proposta Observe com bastante atenção a bancada, pense na his­ tória que ela conta, no que esta sendo representado e só depois converse com os colegas sobre isso. Seria inte­ ressante fazer uma lista de materiais que o mestre usa na “geringonça" e pensar em como ela funciona. Depois de tudo isso vem mais diversão (a sério): vamos desenhar os personagens e o cenário que acabamos de estudar?

Dica Professor (a) ou responsável, sempre que possível estimule o uso de materiais diversos, caneta, lápis, giz de cera, etc.

Cada um desses materiais oferece ao desenhista um resul­ tado diferente, que pode ser mais ou menos satisfatório ao seu autor. O importante é a experiência, o processo.

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Atividade 4 A vida no campo e na cidade sáo assuntos comuns na obra destes artistas, alguns têm uma visão tranquila da vida no campo, outros, pelo contrário, observam que o campo é lugar de conflitos onde a natureza pode não ser muito “amistosa".

O mesmo acontece quando esses artistas apresentam em suas obras o retrato das cidades, a cidade pode ser vista como um lugar organizado onde cada coisa encontra seu espaço, ou... a cidade é apresentada como um lugar desor­ ganizado, ruidoso e cheio de conflitos prestes a explodir! A cidade é também um local para multidões que trabalham ou se divertem. Em qualquer dos casos para os artistas os assuntos são pretexto para a realização da obra, são parte dela, parte importante de um todo mais complicado.

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Proposta Observe com atenção os trabalhos dos artistas que retra­ tam em suas obras a vida nas matas, no campo e na cidade.

Pense sobre as diferentes maneiras de tratar os temas. Não apenas nas histórias que são contadas através das pinturas, mas também nas formas que elas nos mostram, nas textu­ ras das tintas e nas combinações de cores. Como, partindo dessa experiência, vocé e seu grupo retratariam a cidade onde vive? E como seria a cidade ideal?

Dica Caro(a) Professor(a) ou responsável, sempre que possível estimule aos alunos o uso de materiais diversos, caneta, lápis, giz de cera, pastel seco ou colagens, cada um desses materiais oferece ao artista um resultado que pode ser mais ou menos satisfatório, o importante em todo caso é a expe­ riência, o processo, o fazer.

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SERVIÇO SOCIAL 00 COMÉRCIO AdmoetraçAo Regcnal no Estado de Sio Paud

Presidente do Conselho Regional Abram Saafnan Diretor do Oepartamonto Regional Dando Sanloa de Meando SUPERINTENDENTES TOoiko-Social lod Narmayor Paduia ComunKaçAo Social hen Grames AdmlnletraçAo Lue DeorSec-o Maaaaro GaWia Assoasorla Técnica • da Plane|amenlo Sorg-O Jow Batwto* GERENTES Artes Visuais a Tecnologia EAana B-aça da Malioa Adjunta

RaiacdM com o Público M ton Soares do Soma Adjunto Cadoa Cabeai Oltuato e Promoção Marcos Rbeeo da Carvalho Ad|unto Tomando Hugo C Fialho Sesc Balanalnho Marma Aviar Adlunto SESC BELENZINHO Programaçéo Sa'ala ooa Ar,oa Núcleo da Imagem a da Palavra Caio Leandro (auporraao) e Leonardo Borgee Núcleo Socioeducatlvo Reç na Marques (superviaéo) o Ed-son Eugêruo Comunicaçéo Ricardo Marina Intraestrvtura Josué Cardoso Alimentação Roaalama Tavares da S*ra

BIENAL NAÍFS DO BRASIL Comlsslo de Curadoria 13' edlçéo: Todo mundo 6, exceto quem nio é Clanssa t>mr. Claudete Roberto da Sha e Sandra Le-bovc Asslslenle Dando Pera Júri premlaçio Fabocro Lopes. Meta Machado o Curadoria Evidências Clanssa De» e Oaudnar Roberto da Sdva Produçlo Executiva NalhaM UngareA NU Provias <H Arre Coordenação de produção Heloísa Leio Assistente MenaGarrdo Coordena0o Educativa Marcela Tbon, AconiemporAnea Projeto expogrdflco Bartea Ghoubar o Anoa Ferran Kbaled õboubar Argurfeaos Associados Assistente Fernando Corar M. Ceoar Alessandra Domnguee H>pco Lu* CarnrUe Laureni o Mamoo Sheakawa

Marcelo de Jesus Serviços Edmaaon Forrera Lma

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Identidade visual o projeto grShco Fatso Prata Rena Nakm o Lucas Machado PS.Í t'wrarura + design Assistentes Holona Sbeçben e Gabcea Lvcheea ExecuçAo do Projeto Expogríftco ManyStanda Montagem Fina InataB Produtora de A-to Transporte e Seguro do Obras de Arte MJIen-um Transportes HumlnaçEo WPA Aasosaorta do Imprensa S*na Balady Oahoss Comrxvceçdo

Sesc Belenzinho Rua Padre Adelino, 1.000 TEL: (11) 2076 9700 | 0 Belém CEP 03303-0001 São Paulo/SP o o /sescbelenzinho

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