Arthur Bispo do Rosรกrio e Leonilson
OS PENร LOPE
Arthur Bispo do Rosário e Leonilson
OS PENÉLOPE
18 de abril a 26 de julho de 2015 Sesc Jundiaí
SUMÁRIO
UM AVESSO QUE SE DESENHA
Danilo Santos de Miranda
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO E LEONILSON
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OS PENÉLOPE Ricardo Resende
EXPOSIÇÃO
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EDUCATIVO
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LEONILSON Deixou-se Tombar, 1988 acrílica e chapa de cobre pregada sobre lona 51 x 47 cm Coleção Particular, SP
UM AVESSO QUE SE DESENHA
Nas mãos do artista, tecer, bordar, urdir tempo e alegoria são formas de expressar crenças, inquietações ou de perpetuar desejos, costumes e visões peculiares sobre o mundo. Na urgência de verter ideias, traça o extraordinário e lança-se em busca do desconhecido, arriscando inovações estéticas ou recriando perspectivas. Entremeando sonho e realidade, e advindos de gerações distintas da arte brasileira, Arthur Bispo do Rosário e Leonilson encontraram no gesto de bordar o ato de construir. O fio levado pela agulha, ao atravessar o tecido, desenha também seu avesso, num movimento que delineia o que é representado em imagens ou palavras, numa oscilação entre o aparente e o oculto, revelando um descontínuo traçado. Os artistas circularam por distintos caminhos, por outras tramas, em tempos diversos. Mas aqui, lado a lado, nesta exposição de caráter inédito, com curadoria de Ricardo Resende, se mostram atemporais, num diálogo simbólico, construído no Sesc Jundiaí, onde o público, presença essencial para o sentido das obras e espaço, é também protagonista dessa idealização. Numa contribuição à percepção dos possíveis significados da arte, o Sesc, ao apresentar a exposição Bispo do Rosário e Leonilson: Os Penélope, como parte da celebração do novo espaço da instituição, valoriza o terreno das experiências da apreciação artística e favorece o acesso aos bens culturais. Formas de colaborar na compreensão das camadas do fazer artístico, bem como perscrutar seus ecos em nós. Assim, em meio aos bordados que predominam ao nosso redor, nesse avesso que se desenha em silêncio, portemos também uma linha imaginária e, com a agulha que fere o tecido e atravessa para respirar na outra margem da trama, bordemos um ponto a mais para decantar LEONILSON Sem título, c. 1988 bordado e botões sobre veludo 24,5 x 17 cm Coleção Particular, RJ
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frações de um imaginário comum. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO E LEONILSON OS PENÉLOPE
Louise Bourgeois escreveu no prefácio do livro Arthur Bispo do Rosário1 que sua mãe era tapeceira e restauradora e, por isso, ela cresceu em volta da magia da agulha e da linha. Dela Louise herdou a ideia de reparação como uma parte da sua arte. Sua costura seria uma anotação simbólica contra o medo de ser separada e abandonada. O que une Bispo do Rosário a Leonilson? O que une Leonilson a Bispo do Rosário? Bispo (Japaratuba, 1909 e Jacarepaguá, 1988) não conheceu a obra de Leonilson (Fortaleza, 1957 e São Paulo, 1993). Leonilson conheceu a obra de Bispo. Bispo viveu uma vida reclusa na Colônia Juliano Moreira, um manicômio no Rio de Janeiro. Leonilson fez muitas viagens mundo afora a partir de São Paulo. A viagem de Bispo pelo mundo foi dentro de sua própria cela, no manicômio. A de Leonilson foi o desejo de abraçar o mundo. Ambos queriam organizar o caos que encontraram em sua passagem pela Terra. O que une os dois artistas é esse mesmo desejo de estar no mundo. O desejo de fazer, desfazer, desfazer, refazer, como o gesto sem fim de Penélope, a esposa de Ulisses que passou a vida esperando pela volta do marido da Guerra de Troia. Costurava uma veste durante o dia e desfazia o que tinha feito à noite. Era sua forma de alongar o tempo, pacientemente, fazendo e desfazendo, fazendo e desfazendo, por anos. Como disse o crítico de arte Paulo Herkenholf, “quem conhece desorganiza. Quem desorganiza rearranja”2. E também repara. Desfazer e refazer, é reparar. Dois artistas. O artista Arthur Bispo do Rosário, sergipano de Japaratuba, nasceu em 1911 e foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide em 25 de 1
LAZARO, Wilson (organizador).
Arthur Bispo do Rosário. Rio de ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
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Atenção: Veneno, sem data Madeira, tecido, linha e metal; 101 tiras de pano com números e palavras costuradas, presas umas as outras e penduradas sobre suporte de madeira 93 x 74 cm
Janeiro: Réptil, 2011, pg. 27. 2
Ibidem.
janeiro de 1939. Bispo, como ficou conhecido, foi internado por 35 anos. Passou por três hospitais no Rio de Janeiro até que foi levado para o pavilhão 11 do Núcleo Ulisses Viana, da Colônia Juliano Moreira, e por lá permaneceu. Foram 50
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anos de sua vida em internações, entre saídas e retornos, até que um dia
O outro artista.
pediu para não mais sair. Na sua última e definitiva internação, Bispo do Rosário utilizou o
José Leonilson, ou simplesmente Léo ou Leó, dependendo do grau
espaço da instituição como ateliê, onde criou a maior parte dos 804 tra-
de familiaridade daqueles que conviveram com o artista, nasceu em
balhos listados e tombados em 1992 pelo INEPAC. Órgão de Preservação
Fortaleza, capital do Estado do Ceará, em 1957, e mudou-se para São
de Patrimônio do Rio de Janeiro.
Paulo ainda pequeno. Logo cedo começou a demonstrar interesse pela
Bispo já criava sua obra fora da colônia. Desenvolvia habilidades de
arte. Passou pela escola Panamericana de Arte e depois entrou no curso
artesão. Não fazia arte, dizia. Mas tinha informação do que acontecia no
de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), dele
mundo daqui de fora e do que carregava em sua memória dos 15 anos
saindo sem terminá-lo, para se tornar um dos grandes expoentes da
vividos no interior do Sergipe, onde ingressou na Marinha que o levou
arte contemporânea brasileira.
para o Rio de Janeiro. Sergipe é terra de tradição cultural, dos bordados,
A sua pintura, de cores fortes e combinações inusitadas, no início
da cantoria religiosa dos Reisados e das Cheganças, da religiosidade cató-
destacou-se pelo figurativismo pop, cheio de humor e jovialidade.
lica que se mistura com o místico, com as crenças, as religiões de matriz
Marca de um grupo de artistas que sobressaiu na primeira metade dos
africana como o Candomblé, a Umbanda e o Nagô. É porto dos barcos de
anos 1980.
pesca decorados com bandeirinhas, em Pirambu. Dos negros que ainda vivem nos quilombos de Japaratuba. Da gente sergipana simples. O artista lia os jornais e as revistas enquanto estava internado. Lia a Bíblia. Menciona em seus trabalhos os acontecimentos importantes do país à sua época. Ouvia vozes. Vozes que falavam através dele e para ele. “A arte de Bispo do Rosário
Mas é no início da década de 90 que o artista se firma como um dos destaques do panorama cultural brasileiro, com uma obra contundente, que expunha os dramas e as angústias do homem contemporâneo por meio de uma produção autobiográfica. Leonilson trazia nas cores e nos traços delicados dos desenhos, e na fragilidade dos bordados sobre tecido, como o voil, uma nova tempora-
tem a missão regeneradora, enquanto ‘ante-destino’, e tem início em 1967,
lidade para sua obra. O bordado de linhas toscas que aprendeu com a
quando ele é ‘arrancado’ da sua escuridão pela claridade de uma voz
mãe e as irmãs em um ateliê de costura doméstico deu corpo às pala-
que o avisara ter chegado a hora de iniciar a tarefa de representar todo
vras ou aos textos que narram a sua “viagem pelo mundo”. O bordado
o existente na Terra. Teve início, então, uma corrida contra o tempo”, diz
e a palavra tornaram-se a sua marca expressiva, guardando estreita
Frederico Morais no livro Arthur Bispo do Rosário: arte além da loucura.
relação com a obra de Arthur Bispo do Rosário.
No livro Arthur Bispo do Rosario, o Dr. Ricardo Aquino, diretor e
O artista faleceu jovem, em São Paulo, em 1993, deixando uma
psicanalista que dirigiu o Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea,
obra autêntica, que buscou incansavelmente a intensidade de uma
ao citar um trecho do livro História da loucura, de Foucault, diz que
poética individual.
“ali onde há obra não há loucura”, para justificar o seu comentário de
Penélope, Louise Bourgeois, Bispo do Rosário e Leonilson, cada um à
que quando o sujeito está arrebatado pela tendência à loucura ele não
sua maneira, construíram sua obra tecendo, tecendo, tecendo. Descos-
consegue criar; ao passo que, quando ele cria, afirma o seu devir artista
turando para costurar, costurando para reparar. Desorganizando para
e se constitui nesse processo numa direção, alavancado pela tendência
reorganizar, descobrindo para cobrir, desfiando para tecer, tecendo para
de afirmação diferenciada do élan vital, a arte.
esperar o tempo passar.
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Tecer dava leveza para esse tempo que tinha de passar, encurtar ou
usar o tecido, o bordado, a linha, o fio de cobre e a agulha em sua obra.
alargar. Preencher o tempo, como desejava Penélope.
Ainda assim, cabe colocar a pergunta: o que mudou na obra de Leonil-
Penélope, Arthur Bispo do Rosário e Leonilson teceram o tempo.
son depois de ele deparar com a de Bispo? O que as obras trazem em
Um desfiou e fez seu próprio novelo para bordar para si mesmo sem
comum sobre o medo de perder o contato?
sair ao mundo. O seu mundo físico era pequeno, era uma cela. O outro
No ponto de bordado é que eles conseguiram tecer tão bem o
fez o seu grande, como o globo terrestre. Ambos costuravam, teciam
convite ao expressivo mundo da liturgia da palavra, do divino. É na
e bordavam para sair pelo mundo. Ambos criaram sua respectiva obra
lapidação dessas palavras bordadas sobre tecidos rotos, frágeis, trans-
artística original, sem parâmetros.
parentes, esgarçados que eles conformam o processo de se achar e
Uma foi mantida no seu conjunto, guardada por muitos anos. Ficou
se perder no caos dos sentidos, na significância das palavras escritas,
enclausurada junto do seu dono e, por isso, permaneceu íntegra e pura.
desenhadas ou bordadas. A palavra toma forma, toma corpo, adquire
A outra nasceu solta, sofreu influências e se espalhou por todos
sentido visual, faz-se a imagem e prende Leonilson ao mundo, depois de
os cantos.
Bispo do Rosário, mantendo-o em contato com a vida.
Ambas são puras ao testemunhar um mundo de ambiguidades.
As obras de Arthur Bispo do Rosário e Leonilson são repletas de
“Pense diferente”. “Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebel-
índices taxonômicos: de listas, de números, de coleções, de símbolos, de
des. Os encrenqueiros. Os pinos redondos em buracos quadrados...”
repetições, de devaneios e de desejos de prender-se ao mundo.
“... e, enquanto alguns os julgam loucos, nós os julgamos gênios. Porque
Os seus legados constituem-se de um grande arquivo, impregnado
as pessoas que não são suficientemente loucas para achar que podem
de memória viva, de classificações, de vida e de transposições. Esses
mudar o mundo... são as que o mudam.”3 O comportamento e a maneira
arquivos de referências pessoais são compostos de materiais recolhidos
de relacionar-se no mundo são uma forma artística. O que vemos na
do cotidiano. No caso de Bispo do Rosário, é tudo aquilo que caía nas
obra de Bispo do Rosário e Leonilson é a própria vida. Artistas que ques-
suas mãos. Tudo o que encontrava e trocava com os internos da Colônia
tionam as regras, as normas, a normalidade e a acomodação artísticas
Juliano Moreira, como ele. Trocavam calçados, canecas, talheres, roupas,
de maneira consciente e inconscientemente. São obras que nos conven-
botões e materiais descartados, como papelão e as matérias plásticas. Leonilson também juntava, como Bispo do Rosário, brinquedos,
cem da arte que inventa, que toca e que transforma.
tecidos, botões, artesanato e até tíquetes de viagem, entradas de
São duas obras originais que, juntas, evidenciam sua confluência no uso comum e complementar da palavra sobre a imagem. E, juntas, se
cinema, matérias de jornais e revistas com informações pessoais, de
fortalecem pela costura, pelo bordado e pelo uso intenso da palavra.
amigos ou de sua obra. Juntava programação das exposições, de fotos, de contas, endereços, telefones, cartões de visita e relatos de viagem.
É evidente como a contundência visual da obra de Bispo influenciou
Ambos levaram para sua obra uma refinada escrita poética. Bispo
a de Leonilson na sua simplicidade e na maneira singela de tratar os tecidos, a costura, e dar forma à palavra. Como bem pontuou a crítica de arte e curadora Lisette Lagnado no livro Leonilson: são tantas as verdades, Leonilson viu a obra de Bispo do Rosário pela primeira vez em 1990, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), mas já tinha a propensão de
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Steve Jobs, em ISAACSON,
escreveu em um estandarte: “Eu preciso dessas palavras escrita”, resumin-
Walter. Steve Jobs – As
do a sua necessidade e a sua maneira de relatar o mundo à sua volta. A
verdadeiras lições de liderança.
inevitabilidade de escrever para se prender a si. Listar, listar, listar. Bispo
Tradução de Berilo Vargas. Companhia das Letras: São Paulo, 2014.
passou anos listando nomes, funções e coisas. Leonilson passou anos listando acontecimentos, fenômenos, lugares, coisas e sentimentos.
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A presença do caráter colecionista em suas personalidades e trabalhos evidencia-se no acúmulo de coisas que formam o conjunto de signos recorrentes utilizados em suas obras. Números, nomes, navios, escadas. Ao costurarem todos os pontos do bordado e unirem os tecidos, fizeram encontrar a vida, o secreto, o particular e o romântico. Da cela de Bispo do Rosário e das viagens de Leonilson é que migraram de forma fluente e poética o cotidiano dos dois artistas para suas produções. Nesse processo de catalogação ou arquivamento do eu, o ‘’mundo’’ foi uma das metáforas mais utilizadas, assim como a geografia unida à topologia do corpo (mapas, globos, rios, caminhos, trajetos, artérias, vias, órgãos, cidades, ruas), que, juntas, constituem uma espécie de cartografia da existência. Dentro dessa investigação taxonômica do mundo, a palavra foi um dos agentes processuais mais legítimos – e por meio dela foi composto um inventário regido pela observação, pela identificação e pela classificação. A inspiração para o uso da palavra e do texto vinha da literatura e da poesia, em Leonilson. Chegou um determinado momento em que Leonilson simplesmente deixou de fazer suas anotações e poesias em cadernos para inscrevê-las diretamente em seus trabalhos plásticos. É aqui talvez que ele tenha agido sob a influência de Arthur Bispo do Rosário. A dor da existência está no fio que conduz e tece a vida. Está nos fios LEONILSON Ninguém, 1992 bordado sobre fronha de algodão 22 x 43 cm Coleção Maria Pini Piva, SP
das obras de Bispo do Rosário e Leonilson. A palavra, em ambos, entra como afirmação da forma visual, dos sentidos sem forma, dos sentimentos sem destino. Nasce da necessidade de criar e de comunicar. A palavra, em ambos, constrói a imagem do mundo. Ricardo Resende Curador
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Regador 701G, sem data metal, tecido e linha 15 x 19 x 7 cm
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO “Colchão de capim de crina de dormi – 393”, sem data objeto, costura, tecido 42 x 30 x 4 cm
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Capacho, sem data objeto, costura, tecido 32 x 10 x 3 cm
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LEONILSON KMS - Horas, c. 1991 acrílica e bordado sobre lona recortada 17 x 17 cm Coleção Particular, SP
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LEONILSON
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
Navio, c. 1980 acrílica sobre tela 18 x 12 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
Grande veleiro, sem data tecido algodão, tecido lã, madeira, linha, papelão, plástico, tinta PVA e metal 145 x 60 x 100 cm
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LEONILSON
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
O Ilha, 1991 aplicações de metal e bordado sobre tela 35 x 27 cm Coleção Particular, SP
Capa de Exú, sem data tafetá, gola destacada com lantejoulas, colar de contas e lenço de seda com renda 95 x 150 cm
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LEONILSON
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
Os pensamentos do coração, 1988 acrílica sobre lona 48 x 68 cm Coleção Particular, SP
Lutas - 1938/1982, sem data japona de algodão verde, coberta com 41 medalhas de materiais diversos e bordados 83 x 122 cm
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Balança, sem data madeira, plástico, linha, metal e alumínio 21 x 20 x 10 cm
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LEONILSON Leo não consegue mudar o mundo, 1989 acrílica sobre lona 156 x 950 cm Coleção Particular, SP
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Uma Obra Tão Importante que Levou 1986 Anos para ser escrita…, sem data tecido, linha e madeira 265 x 75 cm
LEONILSON Sem título, 1992 costura em voil 264 x 122 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Bola de ping pong - A 83, sem data metal, tecido, linha 19 x 16 cm
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Raquete de tênis com bola (Não possui bola) A 41, sem data madeira e linha 61 x 18 cm
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Abridor de lata de Sardinha - 152, sem data tecido, metal, linha e madeira 10 cm
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Caixa de Música, sem data madeira, papel, papel de seda, metal, borracha e couro 10 x 27 x 13 cm
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LEONILSON Espadinha, c. 1991 bronze fundido 14,5 x 8,2 x 1,5 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
LEONILSON
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
Objetos de mártir, 1988 acrílica sobre lona 95 x 200 cm Coleção Particular, SP
Colete salva vidas, sem data tecido algodão, linha e papelão 84 x 20 cm
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Quatro Bandeiras, sem data Objeto com quatro bandeirinhas em tecido, cabo e suporte de isopor suporte 45 x 10 x 15cm | Altura 60cm
LEONILSON O penélope, o recruta, o aranha, c. 1991 bordado com linha e lantejoulas sobre voil e lona 50 x 18 cm Coleção Particular, RJ
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
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Botões para Paletó, Sobretudo, Pereline, sem data madeira, papel, tecido, linha, osso, madrepérola, plástico e metal 105 x 22 cm
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO LEONILSON
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
Escadinha, c. 1991 bronze 13 x 2 x 7 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
Escada dupla 3003, sem data madeira, tecido e linha 56 x 17 cm
Escada de dez degraus, sem data tecido, metal, linha e madeira 54 x 10 cm
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LEONILSON Agora e as oportunidades, 1991 acrílica e lápis de cor sobre lona 155 x 88 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Escada de dez degraus, sem data tecido, metal, linha e madeira 28 x 48 cm
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Os pracinhas que tombaram, sem data tecido, linha e metal 22 x 32 cm
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LEONILSON Não tenha medo meu rapaz, c. 1988 acrílica sobre lona 103 x 68 cm Coleção Particular, SP
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LEONILSON O Recruta O Aranha O Penélope, 1992 bordado sobre feltro costurado em lona 18 x 35 cm Coleção Acervo Banco Itaú, SP ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Merendeira cor-de-rosa, sem data tecido, linha, metal e plástico; 56 tiras de pano com números e palavras costuradas, presas umas as outras, penduradas em suporte de metal. 107 x 47 cm
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LEONILSON ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Eu preciso destas palavras (direito) - p. anterior e Desenhos geométricos (avesso) - nessa p., sem data tecido, linha, madeira e plástico 120 x 18 cm
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O louco, 1992 aquarela e tinta preta sobre papel 31 x 24 cm Coleção Particular, SP
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO “Machina de fazer cabelos - Marca Luigi”, sem data madeira, tecido, linha; arquivo montado com 42 tiras de pano com números e palavras bordadas presas umas nas outras por linha e penduradas em madeira 93 x 74 cm
na página ao lado verso
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LEONILSON A esperança, c. 1989 acrílica e pregos sobre madeira 103,5 x 67 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Arco e Flecha, sem data madeira e barbante 10 x 27 x 13 cm
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ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
LEONILSON
Vestuário II, sem data tecido algodão, tecido sintético, madeira, linha, plástico e metal 60 x 120 x 145 cm
Com as mãos no bolso, com as mãos abanando, 1991 bordado sobre veludo 92 x 53 cm Coleção Rita e Marcelo Secaf, SP
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LEONILSON
LEONILSON
LEONILSON
Adivinhe quem vem para ser jantado?,1991 tinta preta sobre papel 18 x 13 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
Defensores de pandas podem ser perigosos, 1991 tinta preta sobre papel 18,5 x 13,5 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
Entrada de serviço é imoral 4, 1991 tinta preta sobre papel 18,3 x 15,1 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
LEONILSON
LEONILSON
LEONILSON
Paulistano aterrissa na Istambul dos camelôs, 1991 tinta preta sobre papel 18 x 16,5 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
Paulistanos estão com a cara do Meneguelli, 1991 tinta preta sobre papel 18 x 16 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
na p. 50 Caderno de anotação, c. 1988 tinta preta sobre papel 18 x 13 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP acervo pessoal Leonilson
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LEONILSON
LEONILSON
A luz que cobre tudo, c. 1988 acrílica sobre lona 39 x 30 cm Coleção MJME, SP
José, c. 1991 bordado com linha preta sobre voil 60 x 40 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
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LEONILSON
LEONILSON
Sem título, c. 1982 Tinta acrílica sobre juta 65 x 70 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
Sem título, c. 1982 Tinta acrílica sobre juta 65 x 70 cm Coleção Família Bezerra Dias, SP
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PROGRAMA EDUCATIVO
Há sempre muitos caminhos para se iniciar
Nesta exposição, o silêncio que imaginamos
uma jornada coletiva. Várias possibilidades de se
mover o processo de criação dos dois artistas
buscar o fio desta meada, mediada, envolvente.
contrasta com a riqueza visual e simbólica dos tra-
Onde se desenrola, se enreda, uma costura cole-
balhos apresentados. Num microcosmo eloquente,
tiva de olhares, de silêncios, de falas compartilha-
objetos cotidianos ganham tons muito particula-
das. São tantas as verdades, tanto a dizer e calar.
res, únicos. Será que nosso olhar é capaz de, de
No silêncio, olhar e escuta se ampliam, potência.
forma semelhante, ressignificar objetos e pensa-
Na conversa, olhar e escuta se encontram, po-
mentos aos quais já nos acostumamos, a realidade
tentes. A ação educativa é tecida coletivamente,
que nos cerca, o mundo?
num trabalho diário, de sucessivas construções e desconstruções. À moda de Penélope, é preciso
O convite está lançado, jogo de dados, a sorte
fazer e desfazer-se diariamente. O encontro com
de estar presente: venha descobrir, reencontrar,
o outro é determinante neste processo, nesta
reconstruir caminhos em conjunto.
artesania da trama conjunta, um espaço de encontro, o território de um lugar elástico: continente Zebra5
de novos olhares, potência de preenchimento de sentidos.
Coletivo de arte e educação
Para este Os Penélope, encontro de dois uni-
versos exuberantes, a ação educativa se apresenta com suas melhores vestes: Diálogo, escuta e integridade, autoria e autonomia, desejos e ação. O atendimento é feito à públicos diversos: grupos escolares e organizações não formais, bebês, idosos, públicos com deficiência, famílias e grupos que se formam espontaneamente para atividades ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Bandeira de sinalização/ tempo bom - A 948, sem data Bandeira de sinalização/ tempo instável - A 949, sem data Bandeira de sinalização/ não é tempo bom - A 950, sem data Madeira, tecido, linha 88 x 23 cm
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que relacionam o conteúdo da exposição a ações poéticas e lúdicas. Receber, acolher, trocar. Criar coletivamente.
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SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Abram Szajman DIRETOR REGIONAL Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDÊNCIAS Técnico-Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli GERÊNCIAS Artes Visuais e Tecnologia Juliana Braga de Mattos Adjunta Nilva Luz Assistentes Juliana Okuda Campaneli e Kelly Teixeira Estudos e Desenvolvimento Marta Raquel Colabone Adjunto Iã Paulo Ribeiro Artes Gráficas Hélcio Magalhães Adjunta Karina Musumeci Assistentes Rogerio Ianelli e Érica Dias Difusão e Promoção Marcos Ribeiro de Carvalho Adjunto Fernando Hugo C. Fialho Sesc Jundiaí José Roberto Ramos Adjunto Afonso Elisio Corrêa Alves Programação Armando Fernandes, Susana Coutinho de Souza e Enio Rodrigo Barbosa Silva ARTHUR BISPO DO ROSARIO E LEONILSON: OS PENÉLOPES Curadoria Ricardo Resende Curador assistente Diego Martins Produção arte3 Projeto expográfico Pedro Mendes da Rocha Projeto luminotécnico Beto Kaiser Museologia Bernadette Ferreira e Regina Ozório Identidade visual e projeto gráfico Conjunto 31 | Leticia Moura e João Carlos Heleno (assistente) Programa Educativo Zebra5 Jogo e Arte Projeto de acessibilidade Mais Diferenças Revisão do português Fabiana Pino Montagem Cenografia Eprom Montagem Iluminação Armazém da Luz Montagem fina Quadro Cênico Transporte arte3log Seguro Affinite Colaboração Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea e equipe, Sociedade Amigos do Projeto Leonilson e equipe
Sesc Jundiaí Avenida Antônio Frederico Ozanan, 6.600 Jardim Botânico
Fotos LEONILSON Edouard Fraipont pp. 4, 12, 15, 21, 23, 39, 43, 48, e 55, Eduardo Brandão pp. 2 e 37, Eduardo Ortega pp. 24, 28, 52, 53 e 54,
CEP 13214-206
Rafael Assef p. 16, Rodrigo Primo pp. 50 e 51, Rubens Chiri pp. 18, 29, 32, 35, 47, 56 e 57, Vicente de Mello p. 31
Jundiaí SP
Fotos ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO Rodrigo Lopes - todas as obras pertencem a Coleção Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, Colônia
Tel.: (11) 4583-4900
Juliano Moreira, Secretaria Municipal de Saúde Rio de Janeiro. capa: detalhe da obra Uma Obra Tão Importante que Levou 1986 Anos para ser escrita…, de Arthur Bispo do Rosário. De 18 de abril a 26 de julho de 2015
email@jundiai.sescsp.org.br Terças a sextas, das 10h às 21h30 Sábados, das 10h às 19h30 Domingos e feriados, das 10h às 18h30 Agendamento de grupos: agendamento@jundiai.sescsp.org.br Programa Educativo Recepção de grupos agendados e desenvolvimento de oficinas e propostas poéticas voltadas para bebês e suas famílias, crianças, adultos, idosos e pessoas com deficiência. Disponibilização de materiais e obras multissensoriais para a interação de pessoas com e sem deficiência. Consulte a programação no local.