O Sesc em Marcha

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ANO I

PUBLICAÇÃO MENSAL DO SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

NOVEMBRO

Este primeiro número... A obra de profundo sentido sociai e humano, que o Sesc e o Senac vieram preencher ern nosso meio, estava a ex.gir um órgãc de divulgação, como o que com este número se inicia. Tem este jornal, a ser editado mensalmente, a finalidade de tornar mais conhecidos, entre os empregadores do comércio e os comerciários de São Paulo, as realizações fecundas das duas instituições. E' pois, mais um serviço que ambos prestam no desenvolvimento do seu patriótico programa destinado a assentar, em bases firmes, os alicerces da paz social no Brasil. Nos seus três ou quatro anos de atividades, tanto o Sesc como o Senac deram ao país a demonstração de quanto é preciso que uma obra social, como a que lhes cumpre efetivar, fique apartada dos organismos políticos, quer administrativos, quer partidários. Idealizadas, organizadas e dirigidas pelas próprias classes interessadas, contando apenas com a chancela oficial para estar em condições de alcançar a força de coesão indispensável a obra de tamanho vulto, puderam o Sesc e o Senac realizar, em prazo escasso, ama obra que, em outras condições, demandaria vários lustros. Não cabe, nesta nota de apresentação, o enumerar dos trabalhos levados a cabo com êxito. Bastará, para exemplificar, que se relembre, entre as realizações do Sesc, a milagrosa transformação das praias da Bertioga, onde ruge o "velho mar selvagem" de Vicente de Carvalho, numa admirável colônia de férias para os comerciários. Ou que se assinalem também os benefícios prestados a essa laboriosa categoria de trabalhadores pelo Restaurante em que, na Capital, encontram refeições fartas e saudáveis por preços muito inferiores aos de qualquer outro estabelecimento do gênero. Ou ainda os postos de assistência médica e dentária, instalados em vários pontos da cidade, para preservação da sua saúde e da de suas famílias. Se, no campo social, é essa a obra que o Sesc vem realizando, não menor é a que, dentro das mesmas finalidades, vem sendo executada, no terreno educativo, pelo Senac. Também aqui não é necessário enumerar. E' suficiente que se relembre o que a Universidade do Ar tem feito, em todo o território do Estado, em prol da elevação do nível cultural do comerciário, para proporcio nar a este novas oportunidades na sua nobre carreira, tão intima mente ligada ao desenvolvimento econômico do país. Assinalem-se também os benefícios decorrentes dos vários cursos mantidos pelas Escolas Senac no propósito de preparar os futuros auxiliares das atividades comerciais, oferecendo-lhes uma base cultural e uma especialização repousada no trabalho, na experiência e na disciplina. O Sesc e o Senac são, portanto, instituições que se completam. E' de justiça que se assinale ainda que um dos fatores do exito, que vem marcando as suas realizações, reside no fato de terem tido ambas as instituições a fortuna de receber a sua direção diretamente do seu idealizador, que foi o Sr. Brasilio Machado Neto. Deve-se, com efeito, ao esforço e ao dinamismo de s. sxcia. a concretização das duas instituições, por cuja criação lutou, incansavelmente, ao tempo em que ocupava a presidência da Associação Comercial de São Paulo e, depois, a da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Obtida a criação do Sesc e Senac, o atual presidente da Assemblé:a'Legislativa vem dando a ambas as instituições, desde a primeira hora, a sua dedicação e o seu entusiasmo, sem os quais essa obra não se consolidaria tão depressa. Este jornal tem, como ficou dto, o objetivo de tornar mais estreitos, pelo melhor conhecimento do trabalho realizado," os laços e cooperação entre duas categorias de cidadãos que dedicam a sua V1 dade ao engrandecimento econômico do Brasil: comerciantes e comerciários. E\ pois, mais um trabalho que o Sesc realiza no esenvorvirnento do seu patriótxo programa de assegurar a paz sociai, sobre a qual o Brasil construirá o seu futuro.

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DEPARTAMENTO DO ESTADO DE

REGIONAL | SAO PAULO

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Serviços Sociais para o Comerciário A GRANDEZA de uma nação não se mede apenas pelas riquezas materiais produzidas, mas sobretudo pelos bens postos à disposição do seu povo. bens que se traduzem em alimentação sadia e suficiente, moradia higiênica e confortável, recursos médicos para tratamento da saúde, férias em lugares apropriados para repouso e recuperação das energias despendidas no trabalho, instrução accessivel para desenvolvimento das faculdades mentais e aciuisição de uma profissão re-

muneradora em Consonância com a propensão individual. A longa marcha da Humanidade através da História não tem outro objetivo senão o de propiciar estes bens a um número maior de pessoas cada dia que passa. E' isto que constitui o verdadeiro progresso, porque deste modo se formam as nacionalidades fortes e capazes, eficientes nas atividades pacíficas e resistentes nos embates bélicos, quando são chamadas pelo Destino para esta prova de adversidade. A finalidade do trabalho, da ciência e da técnica é precisamente b de lazer com que todos alcancem isso, a todos sejam assegurados estes bens. E onde mais extensos são eles, com maior unidade se apresenta a Pátria, mais feliz o seu povo, mais elevado o nível atingido em todos os setores. Ao contrário, onde eles escassciam, a fraqueza é geral, tanto material quanto espiritual, grassam as dissenções internas, o campo se oferece propício para os abusos e perturbações de toda ordem, porque só o bem-estar gera a tranqüilidade, a vontade de perseverar, di- conservar e resguardar o patrimônio conquistado. A miséria e o descontentamento dão origem ao vandalismo, á falta de amor,, aos anseios de disputas. Podemos dizer, pensando em tudo iss,», que, felizmente, 0 Brasil nesse sentido está trilhando a senda do progresso e está adiantando-se maravilhosamente .pois, ao lado do aumento de sua capacidade de produção, do florescimento da sua cultura, leis governamentais e iniciativas particulares estão, dia a dia, colocando ao alcance das massas populares meios e modos de uma vida melhor. K o que sobreleva destacar nesta obra. entre nós. e que tudo iss,, defini como que naturalmente, sem ser o fruto das.prejudiciais lutas de classe, decorrências d.' imposições di' um grupo social sobre outro. A índole pacífica e fraternal do brasileiro, aprimorada e ampliada pela religião cristã, faz com que aqui a felicidadi coletiva seja um esforço comum, um desejo borbulhante nos corações, quer dos que dela precisam, quer dos cpie a possuem e a podem brindar aos outros. Se uma legislação trabalhista bem Orientada, consciente dos alvOS a atingir assegura ao nosso trabalhador um salário mínimo, natural jornada de trabalho, estabilidade de emprego, férias anuais remuneradas, indenzação por invalide/, garantia de emprego

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parte do ordenado em caso de enfetmidades, o- Serviços Sociais, recentemente instituídos, completam estas leis, dilatando seus benefícios, oferecendo outros recursos não menos indispensáveis a uma existência digna. Interessante é ressaltai', e merecedora de encômios por isso, que tais facilidades não provieram de uma exigência governamental determinada por lei, nem partiram da grita desesperada das turbas sofredoras, mas (fato im par no mundo!), eiriginaram-se de compreensão do espírito bem feirmado da própria classe patronal brasileira. Foi ela quem viu e sentiu essa necessidade, acorrendo ao seu encontro, prontificando-se, espontaneamente, num requinte de fraternidade de comunhão nacional, a dotar o país de tais serviços. Dessa forma, estreitam-se os laços que unem as classes de dirigentes e dirigidos, de patrões e empregados, que constituem a unidade natural da economia na produção e distribuição da riqueza do país. Se o trabalho os engloba na mesma atividade, a compreensão mútua, assim, os alicerça no mesmo elo de in • terêsses, caldeando nessa harmonia a junção social necessária á unidade nacional. . As leis trabalhistas regulamentam os direitos e os deveres do labor Cotidiano; os Serviços Sociais proporcionam o conforto os meios, os recurs >s uomplementares, foi mando, ambos, um amálgama de bem viver de cola boração, de reciprocidade social. K unidas desta forma as nossas classes sociais vão construindo a grandeza da nossa terra. Entre a nossa coletividade traba lhadora, merece destaque especial a dos comerciários, gente que presta seus serviços nos escritórios e casas de negócios de toda espécie, contribuindo com seus esforços e solicitude para atender o nosso povo em suas relações entre a elaboração e o Consumo dos produtos, fistes homens e mulheres, que numa labuta incessante se dedicam a bem servir o públi CO ' as transações comerciais do país nas lojas e escritório, é parte considerável e respeitável do trabalho nacional. !•'. para atender a esta Coletividade e qu< [oi criado o Serviço Social «Io Comércio (SESC), uma cias instituições mais meritórias que já surgiram no Brasil. Esta instituição, como ja dissemos antes, é iniciativa dos patrões e visa atender ás necessidades dos comerciários. criando, desse modo, um entendimento entre empregadores e empregados. Daí o seu lema: Do comércio para o» comerciários. \ contribuição para éle, por isso. é Unicamente ilos empregadores, Como não tem nenhuma finalidade caritativa, mesmo no mais elevado scnPdo que esta palavra encerra, os serviços são cobrados, a preços abaixo do módico, se assim podemos no* exprimir, de maneira a estar á altura da bolsa de todos. Só excepcionahnen-

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