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APRESE TAÇAO As autoras deste livro são três educadoras de infância, responsáveis por grupos de 3, 4 e 5 anos respectivamente, que, perante a falta de material nesta área, acharam conveniente fazer uma recompilação de actividades de expressão plástica, orientadas para as crianças deste ciclo. Este livro proporciona ideias e estratégias ao adulto para que possa orientar a actividade, de maneira que a criança a execute com o máximo de autonomia possível, manipulando, experimentando e desfrutando das diferentes técnicas, e deste modo adquirir progressivamente destreza e segurança.
A Linguagem pLástica no ensino pré-escoLar A criança deste ciclo sente curiosidade em
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individualiza as partes de um todo, não pode
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Durante esta fase deve estimular-se a
descobrir e conhecer tudo o que a rodeia, construindo assim o seu pensamento, a partir
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• mas percebe simultaneamente
extrair uma única informação de um contexto, os diferentes
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de uma aprendizagem significativa. Isto é, uma aprendizagem facilmente compreensível para que a criança possa relacionar o que já sabe
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estímulos e sensações. O educador deve dispor de diferentes ferramentas e estratégias para
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actividade coqnoscitiva, através da directa, da manipulação e experimentação. As propostas de traba
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poder relacionar cada trabalho plástico com as • áreas cumcuiores. Por isso, no fim de cada proposta, há orientações didácticas que • ajudarão a globalizar a actividade. •
processos educativos, em todas as áreas
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Não se deve esquecer, no momento de praticar • estas actividades, a importância de trabalhar os
situações do quotidiano. A expressão pll meio de expressão por excelência. Os dij
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ordem e higiene pessoal, reforçando sempre a autonomia do aluno.
trabalhos efectuados pela criança propo, -nos muita informação sobre ela.
com as novas informações. Este tipo de
• diferentes
aprendizagem permite que ela conheça, interprete, utilize e valorize a realidade. Para favorecer este processo, as actividades propostas neste livro são abordadas de uma maneira globalizada. O que quer dizer uma abordagem globalizadora? A criança não
• hábitos de limpeza,
• observação
apresentamos pretendem que a aiançc a descoberta como meio de estabelece!
• aprendizagens. • A educação plástica está presente em te •• •
Técnicas utilizadas
Rasgar com os dedos: deve efectuar-se
dois dedos, fazendo As dIferentes técnicas que se podem encontrar neste livro, para que as crianças possam manipular e experimentar, são as mais utilizadas para estas idades: Picotar: utiliza-se o feltro e o punção sobre a linha, de modo contínuo para poder picotar o contorno previamente desenhado, sem rasparcom o punção, nem arrancar ou rasgaro papel com os dedos.
Estampar: utilizando
com
(batatas,
de «pinça», sem rasgar o
Para molhar em tinta qualquer destes materiais, será conveniente fazê-lo numa
papel de uma só vez.
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diferentes materiais esponjas, rolhas, partes do corpo..
esponja introduzido numa bandeja cheia de tinta, diluída com água, para que empape c a quantidade suficiente de tinta.
• • • • • Modelar plastidna: para preencher superjfdes, arranjar
um pouco de plasticina e esticá-Ia com o polegar. •
Recortar: pegar correctamente na tesoura com uma mão e segurar o papel levantado com a outra, para conduzir o movimento da tesoura e seguir a linha.
tratar (se esta for grande, distribuir-se-á a cola e colocar-se-á o material por cima; caso contrário, se for muito pequena, será o material que deverá ser posto sobre a cola e colocado depois sobre a superfície). Procurar-se-á que não se sujem demasiado as mãos nem a mesa.
Colagem: utilizam-se
reforçar a colagem, dar brilho e dureza. Não se deve dar demasiada plasticina às crianças quando não precisam de muita, dado que tendem a amontoô-lo.
papel autocolante de várias cores e formas, palito~, legumes, massa, café .. .).
Modelar barro: há que, previamente,
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• adequada de cola, tendo em conta o tipo de superfície a
cartolina para colar a piasticina. Sempre que se trabalhe com plasticina, esta deve ser envemizada para
diversos materiais (tecidos, papéis de texturas e cores diferent
Fazer transparências:
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Colar: colocar uma quantidade
Quando se trata de modelar pequenas porções, que servirão para decorar, terá de se pressionar sobre a
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trabalhar
bem o barro com as mãos para expulsar o ar que • contém e misturar os seus componentes e assim evitar que grete depois de seco. É importante trabalhar com água para unir peças diferentes, tapar gretas e dar um acabamento fino. É conveniente,
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com papel de celofar
A cola deve pôr-se sempre por detrás, à volt do buraco, na cartolina, para colar depois o papel de celofane e assim evitar que manch e enrugue. Fazer bolas: com papel de seda, higiénico ..
Rasga-se o papel de seda e, com as pontas
depois de estar seco, pintá-lo ou envernizá-lo para lhe dar um acabamento perfeito. Pintar: com pastéis de cera ou tinta (utilizando
dos dedos enruga-se e forma-se a bola. Ao trabalhar esta técnica estimula-se uma psicomotrocidade fina, fazendo a «pinça» c
o dedo, a mão ou o pincel). Quando se utilizar o pincel este deve sempre escorrer-se para não
os dedos (indicador e polegar). Na altura d colar, aplica-se primeiro a cola na supetiici:
manchar nem formar grumos. O pincel deve pegar-se suavemente pela parte média do cabo (não como um lápis), para pintar com as cerdas sem raspar com o cabo, esticando a tinta de cima
colocando depois as bolas por cima. Mas se se tratar de um espaço pequeno, passa-se primeiro a bola pela cola e coloca-se depois no seu lugar.
•• para baixo, evitando os movimentos • • • • • • • • •
rotativos.
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Orientações metodoLógicas Com base na nossa experiência profissional, propomos, a seguir, o que pode ser uma boa metodologia, quando se levam a cabo actividades plásticas dentro da sala de aula com ctianças dos 3 aos 5 anos. O mais importante será a boa planificação da aula, a actividade e o material. Para o educador deverá ser muito claro o tipo material que necessitará para cada sessão e que processo deverá seguir para conduzir as aionços na execução da actividade. Antes de começar a manipular o material e a executar o trabalho, deve motivar as crianças para que entendam o que irão fazer, e porquê, e assim demonstrarem interesse e vontade de o fazer. Deve animar as crianças e situá-las, previamente, num contexto adequado a cada tema, com o objectivo de favorecer a intenção educativa a que se quer chegar. A criança deve entender que tudo o que faz tem uma função e que poderá utilizá-lo noutras situações, e que o trabalho executado não está desligado, mas faz parte de uma realidade. Por isso damos às propostas uma abordagem globalizadora. Daí a importância de. se observar sempre a realidade antes de se começar uma actividade. Depois de se conseguir despertar na criança a curiosidade e a vontade de descobrir, terá chegado o momento de lhe mostrar como será o trabalho depois de terminado, e previamente efectuado pelo adulto. Um factor a ter em conta, para conseguir um resultado positivo, será escolher o momento ideal e distribuí-lo em diferentes sessões. Nestas idades, as crianças cansam-se com muitíssima facilidade se estiverem a fazer o mesmo durante bastante tempo: por este motivo, dependendo da duração e da complexidade da actividade, esta deverá efectuar-se em várias sessões. O divertimento será assim favorecido. É conveniente que este trabalho se faça nas primeiras horas da manhã ou da tarde, quando as crianças se encontram mais receptivas, tranquilas e descansadas. Há que dar muita atenção aos seus interesses e estado de
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espírito. Se virmos que as crianças estão dispersas e lhes falta concentração, será melhc deixar para outro momento. Não caia no erro de querer forçar a situação, dado que as crianças não desfrutariam com essa atitude e os resultados não seriam tão bons. Dependendo do número de crianças que haja na aula, do tipo de crianças (inquietas, dispersas, tranquilas .. .), da dificuldade da técnica com que se quer experimentar ou se é ou não a primeira vez que é introduzido, dever-se-á trabalhar com toda a classe, ou com um grupo pequeno de crianças. Em cada exercício incluem-se algumas normas que podem ser seguidas para conduzir o trabalho de uma maneira ou de outra. Se se trabalha com um grupo pequeno da classe, o resto das crianças deverá ser ocupado com outra actividade que não requeira a ajuda do adulto, para que este possa dedicar-se plenamente ao grupo pequeno. Se, pelo contrário, trabalhar com toda a classe, certamente que a actividade deverá ser mais orientada e, portanto, o fundamental será saber captar a atenção de todo o grupo. A criança terá de estar muito dependente das
indicações do educador para poder seguir correctamente as normas. Deve procurar-se não cair no erro de participar demasiado no trabalho da criança e tirar-lhe protagonismo. Não nos devemos preocupar muito com a perfeição, mas que a criança manipule, experimente e desfrute das diferentes técnicas e materiais. Quando se trata de uma actividade que as crianças podem fazer sozinhas, embora não se trabalhe com toda a classe, não será necessário orientti-Ias tanto, mas será importante que possam exprimir-se livremente. Deve dar-se espaço à sua ctiatividade. Se o moteriol a utilizar o possibilitar, será repartido por cada uma das crianças; caso contrário, coloca-se -num recipiente, no centro de cada mesa, para que esteja ao seu alcance. Desta maneira, as crianças reforçam o hábito de partilhar. Depois de terminada a sessão, será importante fazer ver às crianças a necessidade de limpar e ordenar os utensílios de trabalho, assim como de se preocuparem com a sua higiene pessoal. Igualmente, durante a sessão, devem respeitar-se os diferentes utensílios e materiais. A maioria das técnicas apresentadas nas diferentes propostas pode ser modificada, adequando-a ao nível das crianças. Assim, uma actividade que foi pensada para picotar, pode executar-se, recortando, se se tratar de crianças mais velhas, ou ao contrário. Da mesma maneira que se pode agarrar a ideia e executá-Ia com materiais diferentes, segundo a aiatividode ou a motivação pessoal do adulto, e os materiais de que dispõem. Este livro foi pensado para que seja uma ferramenta de trabalho prática, dado que se baseia na nossa experiência real. Desejamos que as nossas orientações e conselhos contribuam pois para facilitar e ampliar o trabalho docente na área da expressão plástica. O delineamento de cada trabalho ajudará a que a actividade seja mais agradável e divertida, de modo a que tanto a criança como o adulto possam dela desfrutar.
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