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Editorial Uma nova abordagem para as publicações digitais. Um espaço para cultura, tecnologia e entretenimento. Uma revista pensada para a era digital. Esses são os pilares que sustentam o conceito da revista 264 DPI. Nossa revista é inteiramente digital, interativa e multimídia, indo além do mero texto apresentando um conteúdo vivo, oscilante e crossmedia. Nesta edição destacamos a ascensão da websérie House of Cards, que além de ser uma grande série marca o início da era em que produções para Internet batem de frente com séries consolidadas da TV. Temos as colagens surreais da artista plástica Eugenia Loli e sua ironia praticamente escondida nas imagens - a artista grega fez sucesso no Tumblr, que hoje é uma vitrine artística em conjunto às galerias de arte. Na seção de música temos os melhores momentos das 30 edições do Rock in Rio e o regresso da banda norueguesa a-ha em retorno triunfante ao festival após cinco anos de hiato. O cerne desta edição - e capa da revista - pertence à Björk, a cantora islandesa famosa por seu experimentalismo musical e por sua filmografia, que elevou os videoclipes ao estado da arte. Björk lançou seu novo álbum “Vulnicura” no começo do ano (às pressas após um vazamento) sob os elogios da crítica especializada, ainda maiores do que os feitos sobre “Biophilia”, seu bem-sucedido álbum anterior. Co-criado com outros dois músicos o novo álbum não traz uma leitura atômica sobre os elementos da natureza nem fala sobre os estados da evolução humana, mas sim uma dissolução amorosa, algo comum na música mas um território inexplorado por Björk. Em entrevista sobre o álbum, Björk se desfez em lágrimas por duas vezes, revelando que as feridas causadas pelo fim de seu casamento ainda doem. Essa é nossa proposta. Ser uma vitrine para artistas que co-criam com arte, trazer o melhor do entretenimento e acima de tudo, criar a melhor revista para quem usa, cria e vive a Internet. Boa leitura.


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Autores

Adriano Arruguetti

Alice Cavalcante


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Criada por Adriano Arruguetti e Alice Cavalcante Agenda cultural por Catraca Livre, em https://catracalivre.com.br/brasil/. Fotos Björk por One Little Indian, divulgação. Foto CCBB por divulgação CCBB. Tela de Pablo Picasso em http://www.artistli.com/pablo-picasso/. Foto de Christian Cravo por acervo próprio. Matéria sobre Eugenia Loli por Mistura Urbana, em http://misturaurbana. com/2012/08/as-colagens-de-eugenia-loli/. Artes em http://eugenialoli.tumblr. com/. Análise do Jeep Renegade Por Quatro Rodas, em http://quatrorodas.abril.com. br/carros/impressoes/jeep-renegade-808905.shtml. Fotos Copyright Jeep Corporation. Cinema: Análise Birdman por Adoro Cinema, em http://www.adorocinema.com/ filmes/filme-216633/criticas-adorocinema/. Análise Boyhood por Adoro Cinema, em http://www.adorocinema.com/filmes/filme-226260/criticas-adorocinema/. Fotos de divulgação. Entrevista com Björk por Pitchfork, em http://pitchfork.com/features/ interviews/9582-the-invisible-woman-a-conversation-with-bjork/. Fotos por One Little Indian. Matéria Rock In Rio, por O Globo, em http://extra.globo.com/tv-e-lazer/nos-30anos-do-rock-in-rio-relembre-30-momentos-marcantes-do-festival-15006851/. Fotos por O Globo. Matéria a-ha por G1, em http://g1.globo.com/jornal-nacional/ noticia/2014/12/integrantes-do-ha-anunciam-volta-do-grupo-e-show-no-rockrio-em-2015.html. Fotos por a-ha.com. Tente ser menos idiota com Olavo de Carvalho, por Luís Antônio Giron, na Época, em http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/luis-antonio-giron/noticia/2013/09/ tente-ser-bmenos-idiotab-com-olavo-de-carvalho/. Matérias de viagens por Abril, em http://viajeaqui.abril.com.br/cidades/ italia-veneza e http://viajeaqui.abril.com.br/cidades/italia-toscana. Fotos por Allard Schager, Bulgarie Blog, Miriadna.com, Stepbystep, François de Nodrest e Studentsinwarsaw.com.


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Editorial

Uma nova abordagem para as publicações digitais. Um espaço para cultura, tecnologia e entretenimento. Uma revista pensada para a era digital. Esses são os pilares que sustentam o conceito da revista 264 DPI. Nossa revista é inteiramente digital, interativa e multimídia, indo além do mero texto apresentando um conteúdo vivo, oscilante e crossmedia. Nesta edição destacamos a ascensão da websérie House of Cards, que além de ser uma grande série marca o início da era em que produções para Internet batem de frente com séries consolidadas da TV. Temos as colagens surreais da artista plástica Eugenia Loli e sua ironia praticamente escondida nas imagens - a artista grega fez sucesso no Tumblr, que hoje é uma vitrine artística em conjunto às galerias de arte. Na seção de música temos os melhores momentos das 30 edições do Rock in Rio e o regresso da banda norueguesa a-ha em retorno triunfante ao festival após cinco anos de hiato. O cerne desta edição - e capa da revista - pertence à Björk, a cantora islandesa famosa por seu experimentalismo musical e por sua filmografia, que elevou os videoclipes ao estado da arte. Björk lançou seu novo álbum “Vulnicura” no começo do ano (às pressas após um vazamento) sob os elogios da crítica especializada, ainda maiores do que os feitos sobre “Biophilia”, seu bem-sucedido álbum anterior. Co-criado com outros dois músicos o novo álbum não traz uma leitura atômica sobre os elementos da natureza nem fala sobre os estados da evolução humana, mas sim uma dissolução amorosa, algo comum na música mas um território inexplorado por Björk. Em entrevista sobre o álbum, Björk se desfez em lágrimas por duas vezes, revelando que as feridas causadas pelo fim de seu casamento ainda doem. Essa é nossa proposta. Ser uma vitrine para artistas que co-criam com arte, trazer o melhor do entretenimento e acima de tudo, criar a melhor revista para quem usa, cria e vive a Internet. Boa leitura.


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Adriano Arruguetti

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Criada por Adriano Arruguetti e Alice Cavalcante Agenda cultural por Catraca Livre, em https://catracalivre.com.br/brasil/. Fotos Björk por One Little Indian, divulgação. Foto CCBB por divulgação CCBB. Tela de Pablo Picasso em http://www.artistli.com/pablo-picasso/. Foto de Christian Cravo por acervo próprio. Matéria sobre Eugenia Loli por Mistura Urbana, em http://misturaurbana. com/2012/08/as-colagens-de-eugenia-loli/. Artes em http://eugenialoli.tumblr. com/. Análise do Jeep Renegade Por Quatro Rodas, em http://quatrorodas.abril.com. br/carros/impressoes/jeep-renegade-808905.shtml. Fotos Copyright Jeep Corporation. Cinema: Análise Birdman por Adoro Cinema, em http://www.adorocinema.com/ filmes/filme-216633/criticas-adorocinema/. Análise Boyhood por Adoro Cinema, em http://www.adorocinema.com/filmes/filme-226260/criticas-adorocinema/. Fotos de divulgação. Entrevista com Björk por Pitchfork, em http://pitchfork.com/features/ interviews/9582-the-invisible-woman-a-conversation-with-bjork/. Fotos por One Little Indian. Matéria Rock In Rio, por O Globo, em http://extra.globo.com/tv-e-lazer/nos-30anos-do-rock-in-rio-relembre-30-momentos-marcantes-do-festival-15006851/. Fotos por O Globo. Matéria a-ha por G1, em http://g1.globo.com/jornal-nacional/ noticia/2014/12/integrantes-do-ha-anunciam-volta-do-grupo-e-show-no-rock-


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Agenda cultural E

xposição de Pablo Picasso desembarca no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo) com entrada gratuita entre 25 de março e 8 de junho, o espaço recebe “Picasso e a Modernidade Espanhola”. A mostra pode ser conferida de quarta a segunda, das 9h às 21h.


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Concerto de Isaac Karabtchevsky no Theatro São Pedro

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esde os anos 70, Isaac Karabtchevsky desenvolveu uma das carreiras mais brilhantes no cenário musical brasileiro, no qual atuou por 26 anos como Maestro da Orquestra Sinfônica Brasileira. Foi diretor artístico de diferentes orquestras e teatros: Tonkünstlerorchester, de Viena; Teatro La Fenice, de Veneza; e Orchestre National des Pays de la Loire. Estreia dia 15 de maio (sexta) em temporada: até 17 de maio. Ingressos de R$ 30,00 a R$50,00.

Música na parede:Björk ganha exposição no MoMA

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elos experimentos com sons e imagens que faz em torno de sua voz delicada e pungente, à beira dos 50 anos e com 30 anos de carreira, a islandesa Björk é tema de exposição que coloca sua obra em retrospecto no MoMA – Museum of Modern Art, em NovaYork, deste mês até junho.

MuseuAfro Brasil abre exposição de fotografias sobre a África de Christian Cravo

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ma África plástica. Uma África inventiva. Uma África anti-clichê. O fotógrafo Christian Cravo revela sua visão do continente africano na exposição “Luz e Sombra” no Museu Afro Brasil, Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Com abertura marcada para o dia 7 de março, às 13h e entrada livre.


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Concerto de Isaac Karabtchevsky noTheatro São Pedro

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esde os anos 70, Isaac Karabtchevsky desenvolveu uma das carreiras mais brilhantes no cenário musical brasileiro, no qual atuou por 26 anos como Maestro da Orquestra Sinfônica Brasileira. Foi diretor artístico de diferentes orquestras e teatros: Tonkünstlerorchester, de Viena; Teatro La Fenice, de Veneza; e Orchestre National des Pays de la Loire. Estreia dia 15 de maio (sexta) em temporada: até 17 de maio. Ingressos de R$ 30,00 a R$50,00.

Música na parede:Björk ganha exposição no MoMA

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elos experimentos com sons e imagens que faz em torno de sua voz delicada e pungente, à beira dos 50 anos e com 30 anos de carreira, a islandesa Björk é tema de exposição que coloca sua obra em retrospecto no MoMA – Museum of Modern Art, em NovaYork, deste mês até junho.

MuseuAfro Brasil abre exposição de fotografias sobre a África de Christian Cravo

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ma África plástica. Uma África inventiva. Uma África anti-clichê. O fotógrafo Christian Cravo revela sua visão do continente africano na exposição “Luz e Sombra” no Museu Afro Brasil, Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Com abertura marcada para o dia 7 de março, às 13h e entrada livre.


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House of Cards

A série original do Netflix virou febre mundial e marca uma nova era: os canais de TV estão oficialmente em guerra com a Internet


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House of Cards chega à apoteose Na nova temporada temos pena do diabo

A

pós uma eletrizante primeira temporada em 2013, House of Cards escorregou um pouco em seu segundo ano. Ainda conseguiu oferecer uma história intrigante e protagonistas fascinantes, mas não tinha núcleos secundários tão fortes e a intriga ganhava mais espaço do que o debate político. Pois bem, esta terceira temporada corrige tais problemas ao oferecer uma trama envolvente e viciante. E de forte impacto geopolítico. Demonstrando uma coragem de quem não se preocupa com audiência, como acontece nas emissoras tradicionais, a produção da série da Netflix dedicou o primeiro episódio da temporada a um personagem secundário: Doug Stamper (Michael Kelly, em uma atuação que tem tudo para lhe render indicações a prêmios televisivos). A ação se inicia justamente no ponto em que a temporada anterior parou, mas é interessante notar que os realizadores não fizeram a opção óbvia de começar com o casal Underwood na Sala Oval. Eles preferiram mostrar o que aconteceu com Doug após os trágicos acontecimentos na floresta.

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Nos episódios seguintes, como era de se esperar, o foco volta para o agora presidente Francis Underwood (Kevin Spacey), que tem problemas em lidar não apenas com a oposição republicana, mas também com a própria base aliada. Presidente interino, ele não tem o apoio do partido para buscar a reeleição para um novo mandato. Com isso, resolve traçar um plano para garantir sua


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5 motivos para assistir House of Cards

Jornalismo conspiratório: Como você sabe, o jornalismo tem forte influência sobre a política. A mídia tem o poder de elevar e tirar do poder seus dirigentes. House of Cards usa desse recorte para contar a relação ambiciosa entre a repórter Zoe Barnes (Kate Mara) e o congressista Francis Underwood (Kevin Spacey). De maneira sincera, eles mutuamente se usam para chegar aonde querem.


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House of Cards chega à apoteose Na nova temporada temos pena do diabo

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pós uma eletrizante primeira temporada em 2013, House of Cards escorregou um pouco em seu segundo ano. Ainda conseguiu oferecer uma história intrigante e protagonistas fascinantes, mas não tinha núcleos secundários tão fortes e a intriga ganhava mais espaço do que o debate político. Pois bem, esta terceira temporada corrige tais problemas ao oferecer uma trama envolvente e viciante. E de forte impacto geopolítico.

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Demonstrando uma coragem de quem não se preocupa com audiência, como acontece nas emissoras tradicionais, a produção da série da Netflix dedicou o primeiro episódio da temporada a um personagem secundário: Doug Stamper (Michael Kelly, em uma atuação que tem tudo para lhe render indicações a prêmios televisivos). A ação se inicia justamente no ponto em que a temporada anterior parou, mas é interessante notar que os realizadores não fizeram a opção óbvia de começar com o casal Underwood na Sala Oval. Eles


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5 motivos para assistir House of Cards Jornalismo conspiratório: Como você sabe, o jornalismo tem forte influência sobre a política. A mídia tem o poder de elevar e tirar do poder seus dirigentes. House of Cards usa desse recorte para contar a relação ambiciosa entre a repórter Zoe Barnes (Kate Mara) e o congressista Francis Underwood (Kevin Spacey). De maneira sincera, eles mutuamente se usam para chegar aonde querem.


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Birdman

Ganhador de quatro estatuetas e vencedor do Oscar de melhor filme, a obra de Iñarritu realmente mereceu as premiações?


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A inesperada virtude da ignorância Conheça o melhor filme do ano

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lejandro González Iñárritu não é americano, mas nem por isso esteve alheio à indústria do entretenimento norteamericana. Nem há como, tamanhos são seus tentáculos mundo afora. Entretanto, ao deixar seu México natal para ingressar em Hollywood, na época em que rodou 21 Gramas, teve a chance de conferir de perto a indústria cinematográfica como ela é. Pouco mais de uma década se passou, o diretor foi indicado ao Oscar – por Babel – e, quando resolveu promover uma reviravolta na carreira e dirigir uma comédia, decidiu apontar o dedo para seu novo lar. Um dedo incisivo, muitas vezes acusador e sem medo das consequências, se o ressaltado é feio ou bonito. Em Birdman, o dedo de Iñárritu aponta para a indústria do entretenimento. Como um todo.

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Não pense você que se trata de ingratidão ou algo do tipo, longe disto. Birdman oferece um retrato ao mesmo tempo cínico e realista, com um olhar distanciado típico de quem é de fora e não possui ligações


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Meus filmes são uma extensão de mim.Um pouco de depoimento da minha experiência vital com minhas inúmeras virtudes e limitações” -

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Ganhador de quatro estatuetas e vencedor do Oscar de melhor filme, a obra de Iñarritu realmente mereceu as premiações?


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A inesperada virtude da ignorância Conheça o melhor filme do ano

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lejandro González Iñárritu não é americano, mas nem por isso esteve alheio à indústria do entretenimento norteamericana. Nem há como, tamanhos são seus tentáculos mundo afora. Entretanto, ao deixar seu México natal para ingressar em Hollywood, na época em que rodou 21 Gramas, teve a chance de conferir de perto a indústria cinematográfica como ela é. Pouco mais de uma década se passou, o diretor foi indicado ao Oscar – por Babel – e, quando resolveu promover uma reviravolta na carreira e dirigir uma comédia, decidiu apontar o dedo para seu novo lar.

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Um dedo incisivo, muitas vezes acusador e sem medo das consequências, se o ressaltado é feio ou bonito. Em Birdman, o dedo


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Meus filmes são uma extensão de mim.Um pouco de depoimento da minha experiência vital com minhas inúmeras virtudes e limitações” -

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Boyhood

Conheça o audacioso filme com doze anos de produção que traz alegrias e dilemas da juventude


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Da infância à juventude O ambicioso projeto filmado ao longo de doze anos

12

anos. Foi o tempo que Richard Linklater passou rodando, em segredo, Boyhood - Da Infância à Juventude. Todo ano, ele reunia a equipe por alguns dias e filmava algumas cenas. O processo começou em 2002, com o filme ficando pronto em 2014. Só isso já seria o bastante para despertar a curiosidade do público, mas o longa é mais do que um projeto interessante, é algo único do ponto de vista cinematográfico. Responsável pela incrível trilogia Antes do Amanhecer e pelo divertidíssimo Escola de Rock, Linklater investe mais uma vez em um roteiro afinado, com cenas dramáticas e engraçadas, e com diálogos extraordinários. É incrível a coragem de investir em atores mirins sem a certeza de que 12 anos depois eles continuariam interessantes, mas o diretor foi recompensado, pois é justamente isso que acontece.

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Da infância à juventude O ambicioso projeto filmado ao longo de doze anos

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anos. Foi o tempo que Richard Linklater passou rodando, em segredo, Boyhood - Da Infância à Juventude. Todo ano, ele reunia a equipe por alguns dias e filmava algumas cenas. O processo começou em 2002, com o filme ficando pronto em 2014. Só isso já seria o bastante para despertar a curiosidade do público, mas o longa é mais do que um projeto interessante, é algo único do ponto de vista cinematográfico.

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Responsável pela incrível trilogia Antes do Amanhecer e pelo divertidíssimo Escola de Rock, Linklater investe mais uma vez em um roteiro afinado, com cenas dramáticas e engraçadas, e com diálogos extraordinários. É incrível a coragem de investir em atores mirins sem a certeza de que 12 anos depois eles continuariam interessantes, mas o diretor foi recompensado, pois é justamente isso que acontece.


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A cantora islandesa lançou seu oitavo álbum, “Vulnicura”, o mais intenso álbum de sua carreira


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Separação, dor, ruptura No sofrido ‘Vulnicura’, Björk relata o fim do seu casamento

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cada novo álbum lançado, Björk nos imerge num fantástico universo de seu próprio design. Agora, em Vulnicura, ela está nos levando ao seu mundo - ainda que não seja um mundo de sua própria escolha. O álbum expõe a dissolução do relacionamento de Björk com seu marido, Matthew Barney. Ela confessa sua devastação com franqueza. Na terceira música, “History of Touches”, ela descreve-se deitada na cama, indexando seus pensamentos sobre o passado com assustadora sinceridade: “Every single fuck we had together is in a wondrous timelapse with us here at this moment” expõe seu lamento sobre um brilhante som eletrônico. Ela detalha seu infrutuoso esforço em manter sua família intacta, o crescente afastamento, rejeição e a morte de seu casamento. A força de suas palavras é dilacerante. O elenco de Vulnicura é limitado a um “você” composto somente por Barney, Björk e seus filhos; o “nós” nas letras. Há um momento de alegria que só faz a fragmentação familiar ser ainda mais dolorosa. Ela tenta estancar a ruína com amor, em vão. O álbum termina com Björk recuperando a si mesma, restaurando sua voz e sua música, tranformando Vulnicura num documento de salvação, ainda que preocupante. “Quando eu estou em pedaços eu sou completa”, ela canta na curta “Quicksand”, “e quando eu estou completa estou em pedaços”. Estando num quarto de hotel na East End de Londres no halloween e casualmente vestindo com kimono rosa, meias vermelhas e salto plataforma, Björk se mostra tão animada para falar sobre Vulnicura quanto como é reticente em falar sobre o amor que a inspirou. O amor, a luta e a dissolução são nítidos nas letras. Músicas emocionais são algo que você esperaria mais de Adele do que uma artista cujo álbum anterior trazia uma leitura atômica do mundo. As poucas metáforas que surgem envolvem natureza e objetos imóveis como pedras, lagos e a força da areia movediça sendo consumida: destruição na certa. A


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Entrevista 264 DPI: Como é a sensação de estar lançando um álbum assim tão pessoal? Björk: Eu estou um pouco nervosa. Definitivamente. Especialmente vindo de um álbum como Biophilia, que era sobre o universo. Esse é mais tradicional. Quando comecei a escrever, eu fui contra a ideia. Eu pensei que seria muito chato e previsível. Mas na maioria das vezes, apenas acontece; não há nada que você pode fazer. Você tem que deixá-lo ser o que é. 264 DPI: Você sabia que o álbum iria ficar assim? B: Não, não. Com a maioria dos meus álbuns, eu realmente não sei o que estou fazendo para o primeiro ano ou assim. É depois, quando está quase pronto e eu começo a mixagem e a fazer as fotos que eu consigo vê-lo pelo que ele é. Com este álbum, foi uma grande surpresa. Quando eu ouvia as músicas, é quase como um diário. 264 DPI: Parece que é um álbum sobre relacionamento, maternidade e família (coisas que nos unem) e os iseus piores medos sobre eles… B: [engasga-se] Eu sinto muito. 264 DPI: No momento que seus filhos nascem cada pensamento seu é: Como faço para protegê-los? Como faço pra manter essa família cercada de amor? Então você descobre rapidamente que você não pode protegê-los sempre. Tudo isso está nesse álbum muito abertamente. B: É por isso que eu estava nervosa. Eu nunca fiz um álbum como este. Com Biophilia, eu estava sendo como Kofi Annan, que eu tinha que ser pacifista para tentar unir o impossível. Talvez tenha sido, um trabalho pessoal estranho entre eu e eu mesma, para mostrar o quão longe estava indo como uma mulher. A única forma que eu poderia expressar isso era comparando-o com o universo. Se você pode fazer a natureza e a tecnologia serem amigos, então você pode fazer todos serem amigos. Isso é muito do que as mulheres fazem: elas são a cola


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Separação, dor, ruptura No sofrido ‘Vulnicura’, Björk relata o fim do seu casamento

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cada novo álbum lançado, Björk nos imerge num fantástico universo de seu próprio design. Agora, em Vulnicura, ela está nos levando ao seu mundo - ainda que não seja um mundo de sua própria escolha. O álbum expõe a dissolução do relacionamento de Björk com seu marido, Matthew Barney. Ela confessa sua devastação com franqueza. Na terceira música, “History of Touches”, ela descreve-se deitada na cama, indexando seus pensamentos sobre o passado com assustadora sinceridade: “Every single fuck we had together is in a wondrous timelapse with us here at this moment” expõe seu lamento sobre um brilhante som eletrônico. Ela detalha seu infrutuoso esforço em manter sua família intacta, o crescente afastamento, rejeição e a morte de seu casamento. A força de suas palavras é dilacerante. O elenco de Vulnicura é limitado a um “você” composto somente por Barney, Björk e seus filhos; o “nós” nas letras. Há um momento de alegria que só faz a fragmentação familiar ser ainda mais dolorosa. Ela tenta estancar a ruína com amor, em vão. O álbum termina com


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264 DPI: Como é a sensação de estar lançando um álbum assim tão pessoal? Björk: Eu estou um pouco nervosa. Definitivamente. Especialmente vindo de um álbum como Biophilia, que era sobre o universo. Esse é mais tradicional. Quando comecei a escrever, eu fui contra a ideia. Eu pensei que seria muito chato e previsível. Mas na maioria das vezes, apenas acontece; não há nada que você pode fazer. Você tem que deixá-lo ser o que é. 264 DPI: Você sabia que o álbum iria ficar assim? B: Não, não. Com a maioria dos meus álbuns, eu realmente não sei o que estou fazendo para o primeiro ano ou assim. É depois, quando está quase pronto e eu começo a mixagem e a fazer as fotos que eu consigo vê-lo pelo que ele é. Com este álbum, foi uma grande surpresa. Quando eu ouvia as músicas, é quase como um diário. 264 DPI: Parece que é um álbum sobre relacionamento, maternidade e família (coisas que nos unem) e os iseus piores medos sobre eles… B: [engasga-se] Eu sinto muito. 264 DPI: No momento que seus filhos nascem cada pensamento seu é: Como faço para protegê-los? Como faço pra manter essa família cercada de amor? Então você descobre rapidamente que você não pode protegê-los sempre. Tudo isso está nesse álbum muito abertamente.


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Galeria

Family: Trecho do clipe de Family, música presente no novo álbum que inicia-se com relampejos e tem uma reviravolta no decorrer da música, transformando-se completamente.


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Coadjuvante de peso: Nascido no Rock in Rio Lisboa de 2008, o Palco Sunset deu o ar da graça por aqui nas edições de 2011 e 2013. Enquanto o Mundo concentrava as atrações principais, ele recebia atrações mais alternativas e encontros inusitados e foi ganhando espaço e destaque na programação do festival.


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3� ANOS DE ROCK IN RIO

A 264 DPI selecionou os melhores momentos das 30 edições do festival para comemorar a sua história


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Coadjuvante de peso: Nascido no Rock in Rio Lisboa de 2008, o Palco Sunset deu o ar da graça por aqui nas edições de 2011 e 2013. Enquanto o Mundo concentrava as atrações principais, ele recebia atrações mais alternativas e encontros inusitados e foi ganhando espaço e destaque na programação do festival.


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Integrantes do a-ha anunciam volta do grupo em show no Rock in Rio em 2015


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Integrantes do a-ha anunciam volta do grupo Regresso após cinco anos de hiato

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banda, separada desde 2010, tocou no Rock in Rio de 1991. O show está no livro dos recordes como o de maior público pagante de todos os tempos. Dez fãs sortudos do Rock in Rio tiveram uma surpresa no Maracanã: 23 anos depois, eles reencontraram a banda de maior sucesso da segunda edição do festival, em 1991. Para quem, como ele mesmo diz, não acompanha o futebol, até que Morten Harket não fez feio. Na visita ao Maracanã, nesta quintafeira, posou para foto ao lado da camisa de Neymar. Foi no estádio, no Rock in Rio de 1991, que o vocalista Morten Harket, o tecladista Magne Furuholmen e o guitarrista Paul Waaktaar fizeram o maior show da história do grupo a-ha. E que está no livro dos recordes como o de maior público pagante de todos os tempos. Embora tenham anunciado o fim do grupo em 2010, na quinta, eles revelaram: o a-ha vai voltar.


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Integrantes do a-ha anunciam volta do grupo Regresso após cinco anos de hiato

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Sem cabos

A Apple abandonou os disquetes com o primeiro iMac em 1998 e mais recentemente as mídias óticas no MacBook Air dez anos depois. Agora a aposta na nuvem é maior do que nunca


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Mais leve que o ar Confirmam-se os rumores do novo Mac

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al posso vê-lo, mal posso sentir seu peso. Foi assim que Tim Cook apresentou o novo computador portátil da Apple, chamado apenas de MacBook, pesando 908 gramas e sendo 24% mais fino do que o MacBook Air. O novo aparelho possui tela Retina de 2304 por 1440 pixels, e sua tela gasta 30% menos energia do que a anterior, de acordo com o CEO da Apple. Além disso, você terá a mesma sensação de toque em qualquer ponto do trackpad. Cliques com mais força viraram atalho para pré-visualizar endereços no e-mail ou até mesmo um arquivo. Seu processador Intel Core M de 5ª geração precisa de apenas 5 watts de energia, e este será o primeiro MacBook que não terá cooler (resfriador). Quando o assunto é bateria, o novo MacBook terá 35% mais duração de bateria, com autonomia de uso “para o dia todo”. Uma das grandes novidades do notebook é o USB-C: uma única entrada que pode servir para USB, energia, Display Port, HDMI e VGA. O touchpad, por sua vez, possui quatro sensores de força: isso permite usar novos gestos no OS X se você fizer mais pressão ao clicar. O MacBook virá com três opções de cores: Dourada, Prateada e Cinza


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Mais leve que o ar

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al posso vê-lo, mal posso sentir seu peso. Foi assim que Tim Cook apresentou o novo computador portátil da Apple, chamado apenas de MacBook, pesando 908 gramas e sendo 24% mais fino do que o MacBook Air. O novo aparelho possui tela Retina de 2304 por 1440 pixels, e sua tela gasta 30% menos energia do que a anterior, de acordo com o CEO da Apple. Além disso, você terá a mesma sensação de toque em qualquer ponto do trackpad. Cliques com mais força viraram atalho


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Jeep Renegade Sobre plataforma exclusiva e pedigree Jeep, o Renegade nĂŁo deixa por menos


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De volta ao Brasil Renegade entra no mercado Brasileiro

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em todos sabem, mas o Jeep Willys já foi montado no Brasil, de 1954 a 1982. É um ícone que transportou as tropas aliadas na Segunda Guerra e ajudou a desbravar nossas terras numa época em que asfalto era artigo raro. Em abril de 2015, a estirpe Jeep estará de volta ao país, agora com o tão aguardado Renegade, produzido na fábrica que a Fiat está construindo na cidade de Goiana (PE) - apesar de pertencer ao grupo italiano, ela será identificada com a marca americana. Além do Brasil, esse SUV compacto está sendo feito agora em Melfi (Itália) e no fim de 2016 em Guangzhou (China). Antes da produção nacional, os brasileiros poderão conhece-lo no Salão do Automóvel de São Paulo, de 30 de outubro a 9 de novembro. Mas, enquanto ele não chega, fomos a Balocco, na Itália, para dirigir o carro que promete ser um dos lançamentos mais importantes do ano que vem. Ao primeiro contato, perde-se a impressão que temos nas fotos de que ele é um carrinho pequeno. Com 4,25 metros, ele está mais para um Chevrolet Tracker que para um Mitsubishi Pajero TR4. Vemos uma bonita carroceria de formas bem quadradas (lembrou do Kia Soul?), com elementos que remetem às formas clássicas do velho Jeep Willys, como faróis redondos e grade de radiador de sete ranhuras, original de 1941. Aliás, essas três referências, estão impressas em vários pontos da cabine, relembrando o dono de onde vem seu DNA: nas costas dos bancos, nos alto-falantes, no parte interna da tampa do porta- malas e na moldura da tela no painel, entre outros. Ele faz questão de prestar tributo a seu antepassado até em detalhes insignificantes. No fundo do porta-copos e centro das lanternas traseiras, vemos os traços do galão de gasolina que o Willys levava na traseira (o famoso jerrycan). A silhueta do velho Willys está no canto do para-brisa e na borda da roda. O SUV tem entre-eixos similar ao do Tracker e maior que o do Ford EcoSport e, no comprimento, é igual aos rivais. Mas cuidado: os três têm perto de 4,25 metros de ponta a ponta, só que no Eco essa medida inclui o estepe na traseira. Por isso, ele oferece menos espaço interno que o carro da Jeep ou da GM. O Renegade também leva vantagem sobre os rivais no off-road, um valor reconhecido na marca


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Renegade entra no mercado Brasileiro

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em todos sabem, mas o Jeep Willys já foi montado no Brasil, de 1954 a 1982. É um ícone que transportou as tropas aliadas na Segunda Guerra e ajudou a desbravar nossas terras numa época em que asfalto era artigo raro. Em abril de 2015, a estirpe Jeep estará de volta ao país, agora com o tão aguardado Renegade, produzido na fábrica que a Fiat está construindo na cidade de Goiana (PE) - apesar de pertencer ao grupo italiano, ela será identificada com a marca americana. Além do Brasil, esse SUV compacto está sendo feito agora em Melfi (Itália) e no fim de 2016 em Guangzhou (China). Antes da produção nacional, os brasileiros poderão conhece-lo no Salão do Automóvel de São Paulo, de 30 de outubro a 9 de novembro. Mas, enquanto ele não chega, fomos a Balocco, na Itália, para dirigir o carro que promete ser um dos lançamentos mais importantes do ano que vem. Ao primeiro contato, perde-se a impressão que temos nas fotos de que ele é um carrinho pequeno. Com 4,25 metros, ele está mais para um Chevrolet Tracker que para um Mitsubishi Pajero TR4. Vemos uma bonita carroceria de formas bem quadradas (lembrou do Kia Soul?), com elementos que remetem às formas clássicas do velho Jeep Willys, como faróis redondos e grade de radiador de sete ranhuras, original de 1941. Aliás, essas três referências, estão impressas em vários pontos da cabine, relembrando o dono de onde vem seu DNA: nas costas dos bancos, nos alto-falantes, no parte interna da tampa do porta- malas e na moldura da tela no painel, entre outros. Ele faz questão de prestar tributo a seu antepassado até em detalhes insignificantes. No fundo



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ITÁLIA Um guia completo para você desfrutar dos pontos mais românticos da Europa


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udo que você já ouviu sobre Veneza é verdadeiro: as gôndolas, os canais, a comida, o clima de romance. Mansões à beira d’água, palácios e igrejas dão ao passeio pelo Grand Canal a sensação de se estar navegando em uma pintura. Para ter a verdadeira experiência de Veneza, você tem que ir à ópera ou a alguma apresentação de música clássica, degustar massa fresca e folheados e passear pelas salas de uma galeria de arte.

Vamos falar a verdade: que outro complexo urbano do mundo consegue manter a unidade mesmo estando espalhado por 118 ilhotas banhadas por pequenos canais, e com mais de

400 pontes? E que outro lugar ostenta tantas obras-primas da arquitetura e da arte em tão pouco espaço? A geografia labiríntica de Veneza – de fato tenha cuidado para não se perder! – surgiu durante as invasões bárbaras, intensificadas nos séculos 5 e 6, quando habitantes de povoados do Vêneto e de regiões vizinhas eram forçados a fugir para onde desse, inclusive para essas pequenas ilhas. Super badalada, sobretudo no verão, é difícil escapar de filas ou congestionamento de pedestres entre os bequinhos, praças e vielas repartidos pelos seis sestieri (distritos) da cidade. Mesmo lotada, Veneza é inesquecível.


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Como chegar O Aeroporto de Veneza (41/260-9260, www. veniceairport.it) está a 12 quilômetros da cidade. Dele, pode-se chegar ao Centro de ferry (www. alilaguna.com) ou de ônibus (www.atvo.it). Trens desembarcam na Stazione di Santa Lucia, que fica às margens do Canal Grande.

Como circular A melhor forma de conhecer Veneza é a pé. Portanto, esteja em boa forma física para enfrentar as ruelas e canais da cidade. Uma forma fundamental de transporte público são o vaporetto, uma espécie de ônibus-barco. A linha mais importante é a de número 1 (que percorre todo Grand Canal). Se for conhecer os distritos de Torcello, Murano e Burano, utilize as linhas LN, 41 e 42 que partem da Fondamente Nuove, em Cannaregio, ao norte da estação ferroviária. Os tíquetes são vendidos em máquinas automáticas ou dentro dos próprios veículos. Se fizer várias viagens e seu hotel não oferecer serviço de traslado, vale a pena pensar em adquirir bilhetes válidos para 12, 24, 48 e 72 horas. Uma opção bem mais cara, mas rápida e conveniente, são os táxis aquáticos, que vão direto ao aeroporto. Para atravessar o Grand Canal nas áreas longe das poucas pontes disponíveis, utilize o traghetto, uma gôndola pública. Custa apenas alguns poucos centavos de euro e o embarque e desembarque é feito em píeres demarcados.

O que fazer T O Q U E

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A R R A S T E

Veneza é um labirinto de pequenos e grandes canais espalhados pela laguna no nordeste da Itália. Aqui você encontrará grandes museus como o Accademia, o Ca’Rezzonico, o Peggy Guggenheim ou o Punta della Dogana. O destaque, porém, está mesmo no entorno da Piazza San Marco, com sua magnífica basílica, o


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toscana Q

uantas pessoas não sonham em viver sob o sol da Toscana? A antiga terra da civilização etrusca é uma alegoria ao prazer de viver, comer, beber e viajar. Os visitantes que aqui chegam podem hospedarse em hotéis de inegável charme e conforto, banquetear-se com o que há de melhor na gastronomia local, provar vinhos de cepas antiquíssimas e conhecer cidades, museus, igrejas e monumentos de grande importância histórica. Nesta terra tão bela, pontilhada de estradas ladeadas por ciprestes centenários e campos de oliveiras e videiras, surgiram mestres da Renascença e o gênio de homens como Dante Alighieri,

Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Maquiavel, Galileu Galilei e Puccini. Seu ponto nevrálgico e logístico é Florença, a cidade do poderoso clã Medici, patronos das artes e da guerra.

Não longe dali, próxima à rota dos vinhos Chianti, Siena desponta com seu elegante centro amuralhado e a monumental praça que é cenário da dramática corrida de cavalos, o Palio. Aqui, um complementando o outro, estão os emblemáticos edifícios da catedral, do cemitério, do batistério e do campanário, a torre inclinada. Alguns quilômetros adiante, Lucca e seu ar bucólico certamente não podem ser ignorados.


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Como chegar Florença é o principal centro turístico e logístico da Toscana. Daqui partem e chegam trens (www. trenitalia.com) que cruzam a península da Itália, vindos de Roma, Bologna, Milão e Veneza. De sua estação principal, Santa Maria Novella, partem composições rumo a várias cidades da região, como Pisa, Lucca, Carrara e Cortona. Próxima a ela também fica o terminal rodoviário, com trens que cobrem outras cidades da região, como Siena e San Gimignano.

Como circular A cidade é servida por um aeroporto internacional (www.aeroporto.firenze.it) com voos vindos de cidades como Londres, Amsterdã, Frankfurt e Copenhague. Se quiser flexibilidade para fazer paradas alongadas ou mesmo inesperadas, uma recomendação é alugar um carro. As estradas são ótimas e há sempre uma boa desculpa para parar o carro: um restaurantes simpático, uma vinícola chamativa ou mesmo aquela paisagem arrebatadora. Quem tiver mais tempo disponível, pegue uma bicicleta e se perca pelas estradas alternativas.

Onde comer

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A R R A S T E

Comer bem na Toscana é uma obrigação. Aqui, como em poucos outros lugares do Mediterrâneo, os ingredientes são fartos, variados e de qualidade. Se a bistecca alla fiorentina, um bife alto, aromático e suculento, é o símbolo da gastronomia local, também merece o título seu perfumado azeite de oliva. Aqui a variedade de carnes é ampla, de caça a javalis, de porco a boi, a essência de uma escola de açougueiros cujas habilidades se espalharam pelo mundo. Considerando que a região é vizinha da Emilia-


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de 400 pontes? E que outro lugar ostenta tantas obras-primas da arquitetura e da arte em tão pouco espaço? A geografia labiríntica de Veneza – de fato tenha cuidado para não se perder! – surgiu durante as invasões bárbaras, intensificadas nos séculos 5 e 6, quando habitantes de povoados do Vêneto e de regiões vizinhas eram forçados a fugir para onde desse, inclusive para essas pequenas ilhas. Super badalada, sobretudo no verão, é difícil escapar de filas ou congestionamento de pedestres entre os bequinhos, praças e vielas repartidos pelos seis sestieri (distritos) da cidade. Mesmo lotada, Veneza é inesquecível.


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Como chegar O Aeroporto de Veneza (41/260-9260, www.veniceairport. it) está a 12 quilômetros da cidade. Dele, pode-se chegar ao Centro de ferry (www.alilaguna.com) ou de ônibus (www. atvo.it). Trens desembarcam na Stazione di Santa Lucia, que fica às margens do Canal Grande.

Como circular A melhor forma de conhecer Veneza é a pé. Portanto, esteja em boa forma física para enfrentar as ruelas e canais da cidade. Uma forma fundamental de transporte público são o vaporetto, uma espécie de ônibus-barco. A linha mais importante é a de número 1 (que percorre todo Grand Canal). Se for conhecer os distritos de Torcello, Murano e Burano, utilize as linhas LN, 41 e 42 que partem da Fondamente Nuove, em Cannaregio, ao norte da estação ferroviária. Os tíquetes são vendidos em máquinas automáticas ou dentro dos próprios veículos. Se fizer várias viagens e seu hotel não oferecer serviço de traslado, vale a pena pensar em adquirir bilhetes válidos para 12, 24, 48 e 72 horas. Uma opção bem mais cara, mas rápida e conveniente, são os táxis aquáticos, que vão direto ao aeroporto. Para atravessar o Grand Canal nas áreas longe das poucas pontes disponíveis, utilize o traghetto, uma gôndola pública. Custa apenas alguns poucos centavos de euro e o embarque e desembarque é feito em píeres demarcados. T O Q U E

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Alighieri, Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Maquiavel, Galileu Galilei e Puccini. Seu ponto nevrálgico e logístico é Florença, a cidade do poderoso clã Medici, patronos das artes e da guerra.

Não longe dali, próxima à rota dos vinhos Chianti, Siena desponta com seu elegante centro amuralhado e a monumental praça que é cenário da dramática corrida de cavalos, o Palio. Aqui, um complementando o outro, estão os emblemáticos edifícios da catedral, do cemitério, do batistério e do campanário, a torre inclinada. Alguns quilômetros adiante, Lucca e seu ar bucólico certamente não podem ser ignorados.


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Como circular A cidade é servida por um aeroporto internacional (www. aeroporto.firenze.it) com voos vindos de cidades como Londres, Amsterdã, Frankfurt e Copenhague. Se quiser flexibilidade para fazer paradas alongadas ou mesmo inesperadas, uma recomendação é alugar um carro. As estradas são ótimas e há sempre uma boa desculpa para parar o carro: um restaurantes simpático, uma vinícola chamativa ou mesmo aquela paisagem arrebatadora. Quem tiver mais tempo disponível, pegue uma bicicleta e se perca pelas estradas alternativas.

Onde comer T O Q U E

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Comer bem na Toscana é uma obrigação. Aqui, como em poucos outros lugares do Mediterrâneo, os ingredientes são fartos, variados e de qualidade. Se a bistecca alla fiorentina, um bife alto, aromático e suculento, é o símbolo da gastronomia local, também merece o título seu perfumado azeite de oliva.


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Made of gold A união de peças monocromáticas e acessorios dourados traz um tom sofisticado ao look


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You gotta know Peรงas que agregam ao vestuรกrio masculino


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Eugenia Loli

A união de sarcasmo, crítica e arte nas colagens de Eugenia em sua provocação singular


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As colagens perturbadas de Eugenia Loli Psicodelia visceral e sarcasmo coberto em críticas quase escondidas

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artista grega Eugenia Loli manipula digitalmente fotos antigas para criar colagens com tons vagamente escuros. Atualmente vivendo na Califórnia, Loli atingiu vários fãs leais através de seu site no Tumblr, mas ao mesmo tempo, apresenta uma profundidade em seu trabalho, que se traduz em impressões tangíveis e peças fora do mundo virtual. Inspirada pelo surrealismo, as obras apresentam um sentido de intriga ao ser visualmente agradáveis. Loli explica que sua preferência por fotos antigas é estético. O título do trabalho é normalmente tudo que o espectador precisa compreender da narrativa por trás da arte de Loli, mas ela espera que seu trabalho entre na mente de seu público. “Eu gosto de fazê-los pensar um pouquinho sobre o que o trabalho é, perceber a coisa por um momento, e de repente, se surpreender com outro significado”,


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As colagens perturbadas de Eugenia Loli Psicodelia visceral e sarcasmo coberto em críticas quase escondidas

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artista grega Eugenia Loli manipula digitalmente fotos antigas para criar colagens com tons vagamente escuros. Atualmente vivendo na Califórnia, Loli atingiu vários fãs leais através de seu site no Tumblr, mas ao mesmo tempo, apresenta uma profundidade em seu trabalho, que se traduz em impressões tangíveis e peças fora do mundo virtual. Inspirada pelo surrealismo, as obras apresentam um sentido de intriga ao ser visualmente agradáveis. Loli explica que sua preferência por fotos antigas é estético.


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Metempsicose Este ensaio foi a encenação de uma mulher que, corrompida, vive num mundo onde tudo nos parece errado. A luz dura, o cabelo desarrumado e a maquiagem borrada são marcas de uma criatura noturna imaginária que encontrou na promiscuidade uma forma de sobrevivência. Fotos por Adriano Arruguetti. Modelos: Daniele Álvaro e Lívia Nery. Make por Maressa Andrioli.


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Metempsicose Este ensaio foi a encenação de uma mulher que, corrompida, vive num mundo onde tudo nos parece errado. A luz dura, o cabelo desarrumado e a maquiagem borrada são marcas de uma criatura noturna imaginária que encontrou na promiscuidade uma forma de sobrevivência. Fotos por Adriano Arruguetti. Modelos: Daniele Álvaro e Lívia Nery. Make por Maressa Andrioli.


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Tente ser menos idiota com Olavo de Carvalho

O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota (Record, 616 páginas, R$ 65), é um apanhado de artigos escritos entre 1997 e 2013 em vários veículos, sobre os mais diversos assuntos, da militância política à juventude, da educação às misérias da cultura brasileira, além de religião, aborto, inveja, complexo de inferioridade. Como diz o título, trata-se de um manual para o leitor evitar aquilo que para ele é o pior dos pecados e o mais fácil de ser cometido: tornar-se um idiota completo. Já vão longe os tempos de seu prestígio. Ele fez sucesso no fim do século passado com a coletânea de artigos polêmicos O imbecil coletivo. Chamava atenção pela verve e o veneno sulfúrico. E, apesar de ter sido uma espécie de precursor dos críticos de ultradireita em moda nos dias de hoje, saiu de moda. É o preço pago por um pensador que se dedicou à degradante atividade jornalística - desprezada por ele próprio. Talvez o fracasso atual se deva a sua assombrosa verborragia, que perdeu o fio e deixou de surtir o efeito de persuasão. Como todo mundo sabe, Olavo está sentado à direita de Átila, o Huno. Sua visão de mundo é tão conservadora que, pelas voltas que o mundo dá, pode soar revolucionária. Só que não: no Brasil, ainda é glamoroso ser ou ter sido de esquerda. Olavo recende a naftalina. Acha que Lula, Serra e Fernando Henrique Cardoso são farinha do mesmo saco. E Dilma Rousseff não passa de um fantoche do criptocomunismo emergente e corrupto dos últimos dez anos de governo petista. Assim como afirma que os acadêmicos brasileiros são epígonos desprezíveis da grande tradição europeia e a cultura brasileira não só não existe, como jamais existiu. Ele tem razão em muitas de suas observações, ainda que sob toneladas de entulho de preconceitos. Eu me pergunto por que alguém que deveria ser ouvido é ignorado de forma tão plangente. Sua naftalina é letal. Há, porém, uma solução, segundo Olavo. Os brasileiros de boa vontade terão de lutar “para que a cultura brasileira se ligue às fontes centrais e permanentes do conhecimento espiritual, para que a experiência da visão espiritual ingresse no nosso horizonte de aspirações humanas e, uma vez obtida, faça explodir, com a força das intuições originárias todo um mundo de formas imitativas e periféricas, gerando uma nova vida”. Só que os idiotas não leram o livro nem este ponto final.

Por Luís Antônio Giron


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Tente ser menos idiota com Olavo de Carvalho Por Luís Antônio Giron

O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota (Record, 616 páginas, R$ 65), é um apanhado de artigos escritos entre 1997 e 2013 em vários veículos, sobre os mais diversos assuntos, da militância política à juventude, da educação às misérias da cultura brasileira, além de religião, aborto, inveja, complexo de inferioridade. Como diz o título, trata-se de um manual para o leitor evitar aquilo que para ele é o pior dos pecados e o mais fácil de ser cometido: tornar-se um idiota completo. Já vão longe os tempos de seu prestígio. Ele fez sucesso no fim do século passado com a coletânea de artigos polêmicos O imbecil coletivo. Chamava atenção pela verve e o veneno sulfúrico. E, apesar de ter sido uma espécie de precursor dos críticos de ultradireita em moda nos dias de hoje, saiu de moda. É o preço pago por um pensador que se dedicou à degradante atividade jornalística - desprezada por ele próprio. Talvez o fracasso atual se deva a sua assombrosa verborragia, que perdeu o fio e deixou de surtir o efeito de persuasão. Como todo mundo sabe, Olavo está sentado à direita de Átila, o Huno. Sua visão de mundo é tão conservadora que, pelas voltas que o mundo dá, pode soar revolucionária. Só que não: no Brasil, ainda é glamoroso ser ou ter sido de esquerda. Olavo recende a naftalina. Acha que Lula, Serra e Fernando Henrique Cardoso são farinha do mesmo saco. E Dilma Rousseff não passa de um fantoche do criptocomunismo emergente e corrupto dos últimos dez anos de governo petista. Assim como afirma que os acadêmicos brasileiros são epígonos desprezíveis da grande tradição europeia e a cultura brasileira não só não existe, como jamais existiu. Ele tem razão em muitas de suas observações, ainda que sob toneladas de entulho de preconceitos. Eu me pergunto por que alguém que deveria ser ouvido é ignorado de forma tão plangente. Sua naftalina é letal. Há, porém, uma solução, segundo Olavo. Os brasileiros de boa vontade terão de lutar “para que a cultura brasileira se ligue às fontes centrais e permanentes do conhecimento espiritual, para que a experiência da visão espiritual ingresse no nosso horizonte de aspirações humanas e, uma vez obtida, faça explodir, com a força das intuições originárias todo um mundo de formas imitativas e periféricas, gerando uma nova vida”. Só que os idiotas não leram o livro nem este ponto final.




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