Secretária de Segurança diz que atentados de ontem foram declaração de guerra
Israel e Palestina: a Paz inalcançável?
Especial | P3
LEONARDO MAIA Opinião | P4
SEXTA-FEIRA, SETEMBRO 23, 2016 - ANO X V2 DJIA 18392,46
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Regulamentação do UBER divide países
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EDITORIAL
Refugiados não são comoditties
What’s News Business & Finance
China anunciou a suspensão parcial do embargo sobre a carne bovina dos EUA. Estudo aponta que imigrantes em geral têm pouco impacto sobre os salários e empregos dos americanos nativos. Egito prende quatro por naufrágio com 51 mortos no Mediterrâneo.
O medo de uma nova guerra e de um novo mundo O MUNDO INTEIRO assistiu o espetáculo de horror. Imensos aviões de passageiros atingem em cheio o WTC. Horas depois, o símbolo do poderio econômico americano se torna pó. P3
DE NOVA YORK
THE WALL STREET JOURNAL ANO X, Nº 2 FECHAMENTO: 23/09/2016 04:56 EDIÇÃO GERAL: Carol Melo Paulo Cardoso EDIÇÃO DE TEXTO: Carol Melo PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Paulo Cardoso REPÓRTERES: Heloísa Vasconcelos Leonardo Maia Lorena Fonseca Marcello
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DURANTE A REUNIÃO DO FGI que acontece em Guadalajara, diversos países, como Alemanha e Japão, questionam não-regulamentação do aplicativo UBER. P2
Nesta quinta-feira (11), o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) iniciou o seu encontro em Genebra, na Suíça. Interessados em elaborar documentos e medidas que garantam os direitos básicos a essas pessoas e partindo do nobre pressuposto de que “refugiados não são comoditties”, as nações cogitam estabelecer cotas mínimas para recebimento dos refugiados. Argumentos como terrorismo baseado em preconceitos e receios econômicos não se sustentam mais. Estender a mão aqueles que não tem nada a ver com a guerra não é uma solidariedade, mas uma obrigação. Estudos apontam que, a longo prazo, os refugiados que hoje adentram fronteiras e muros vorazmente, serão a mão-de-obra de inflará PIB’s americanos, europeus e mundiais. Não é mais possível se importar com impacto econômico negativo inicial. No final, o que a guerra traz são marcas de divisão e desumanidade difíceis de superar.
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FGI
Empresas privadas desperdiçam a oportunidade de ganhar respaldo na conjuntura internacional A reunião foi desequilibrada devido à ausência de delegados importantes. Por LORENA FONSECA MARCELLO
GUADALAJARA - Na manhã desta quinta-feira (22), a Netflix quase não expressou opiniões no Fórum de Governança da Internet (FGI), que ocorreu no México. Outras empresas importantes, como a Apple e o Google, nem compareceram à sessão. A discussão abordou a regulamentação de negócios disruptivos, a qual contava com personagens de empresas privadas, da sociedade civil e de representantes de países. Em oposição à Netflix, a participação da UBER, representada por Ana Luisa Delfino, foi constante. A empresa se manifestou firmemente contra a igualdade aos táxis convencionais. “O Estado acaba facilitando para os táxis. Eles recebem, 40% de desconto na compra de um carro. Essa ajuda nós não recebemos.”, ressaltou Luisa. Em contrapartida, o Japão alega que a UBER fere os direitos trabalhistas do país. A Alemanha gerou polêmica ao afirmar ser contra os negócios disruptivos, apontando que este
Mapa da Propsperidade de 2015
O Mapa da Prosperidade traz o ranking de países de acordo com a performance destes em 8 aspectos. O ranking deste ano traz os países mais prósperos do mundo. representa um risco para o trabalhador. “Empreender é assumir riscos. O risco empresarial é da empresa e não deve ser transferido ao trabalhador”, comenta. Mas segundo uma pesquisa Legatum Prosperity Index, o país é 14º que melhor empreende. O FGI apresenta um diferencial em relação às outras reuniões da Organização das Nações Unidas, visto que corporações
privadas também têm voz direta na discussão, não exclusivamente países. Porém, algumas delas perderam a oportunidade de se fortalecer, por exemplo, a Netflix ou a Apple e o Google, que também foram convidadas, mas não apareceram. Além disso, o representante dos Estados Unidos, cuja presença era de grande peso por ter sido berço de todas as empresas citadas, também faltou.
PARA A JORNALISTA Apesar de ser louvável a abertura para esses novos negócios que estão tentando se estabelecer, é possível questionar quanto à falta das empresas tradicionais concorrentes deles no mercado. É válido dar voz a essas corporações no intuito de garantir a pluralidade.
AGRICULTURA
Índia e Paquistão propõem reforma agrária por aluguel em primeiro dia de FAO O encontro discutiu também a agricultura familiar e outras medidas para o combate à fome Por HELOÍSA VASCONCELOS
ROMA - Nesta quinta-feira (22), aconteceu a primeira reunião da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). No encontro, Paquistão e Índia propuseram uma solução para a dificuldade de acesso à terra: arrendamento por 20 anos. A delegada do Paquistão, Roberta Virgínia, explicou que os governos passariam a alugar as terras que estivessem improdutivas por mais de 30 anos para indivíduos e famílias sem-terra. O intuito principal da ideia é promover a agricultura familiar e combater a fome. Após 20 anos, os países analisarião os efeitos econômicos e sociais da ação. Os Estados Unidos se mostraram contrários à ideia, porém se mostraram abertos a debaterem e sugerirem novas ideias, além de se disponibilizarem a ajudar nações carentes sob a justificativa de serem donos de uma grande produção agrícola. “Não vamos medir esforços para combater a fome, pois acreditamos que essa é uma causa totalmente justa”, declarou o delegado dos EUA, Luis Fernando de Sousa.
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09-11 Atentado derruba Wolrd Trade Center
Aviões sequestrados atingem o edifício e o Pentágono. Bolsa de valores para e há possibilidade de recessão global. Por HELOÍSA VASCONCELOS
NOVA YORK - Nesta terça-feira (11), aconteceu o maior desastre terrorista da história dos Estados Unidos. Dois aviões colidiram intencionalmente contra as torres do World Trade Center, destruindo-as e também os edifícios ao redor. Outro avião atingiu o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA. A Al-Qaeda é tida como suspeita da autoria dos ataques. O número de mortos pode chegar a mais de 10 mil pessoas. A bolsa de valores fechou, quebrando dezenas de empresas. Seguradoras estimam que o prejuízo, só no World Trade Center, seja de pelo menos US$ 5 bilhões.
Todos os voos do país foram cancelados, o metrô foi temporariamente fechado, assim como os principais pontos turísticos do cidade devido ao temor de novos ataques. O Governo convocou equipe de emergência de policiais, bombeiros e médica para dar suporte nos locais afetados diretamente. Além disso, o Exército e as Forças Armadas estão responsáveis pela segurança das agências de inteligência americanas, pela Casa Branca e pelo Pentágono, além de patrulha em cidades importantes do país como Los Angeles, Chicago e Boston.
Os incêndios da explosão do avião devastaram diversos setores do Pentágono.
“Não foi apenas um ato criminoso, foi uma declaração de guerra” O The Wall Street Journal conseguiu uma entrevista exclusiva com Fernanda de Almeida, Secretária de Defesa dos Estados Unidos, presente no Gabinete do Presidente George W. Bush, onde as principais autoridades do país estão reunidas para discutir formas de lidar e também revidar os ataques desta terça-feira (11).
Nós estamos preparados para resolver essa situação.
WSJ - Como o 11 de setembro afetou os EUA política e economicamente? Mrs. Secretary - Politicamente, nós afirmamos que outros países não gostam do nosso modo de vida. Podemos dizer apenas
Mas acredito que isso não foi apenas um ato criminoso, foi uma declaração de guerra. que foi um ato contra nossa cultura e contra o que nós acreditamos. Economicamente, nós decidimos fechar o mercado de ações. Isso trará alguns impactos, mas só por algum tempo, até que nos recuperemos do atentado. WSJ - Existe a possibilidade
de uma invasão de grande escala nos países do Oriente? Mrs. Secretary - Depende. Nós ainda estamos discutindo. Mas acredito que isso não foi apenas um ato criminoso, foi uma declaração de guerra. Nós estamos preparados para resolver essa situação, as forças militares estão preparadas. Então, se chegarmos a
este ponto, não precisaremos nos preocupar, porque iremos vencer. WSJ - Mas, considerando a atual situação econômica, isso não seria arriscado? Mrs. Secretary - Pode ser arriscado, mas temos que pensar nos efeitos prolongados. Se deixarmos assim, eles irão pensar que podem afetar nosso país. Então, mesmo
que isso possa nos afetar um pouco economicamente, é o melhor para a nossa população. WSJ - Que medidas de segurança podem ser tomadas pelos cidadãos na situação atual? Mrs. Secretary - Por agora, nós estamos instruindo para evitar lugares concentrados, porque eles tem como alvo locais com muitas pessoas e locais de referência. Se você vir algo suspeito, você pode denunciar para a polícia, porque nós estamos nos preparando para o pior. WSJ - Quem são os suspeitos do ataque? Mrs. Secretary - O diretor da CIA tem informações de que o principal autor é a Al’Quaeda, mas nós não estamos desconsiderando que outros países tenham feito isso.
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OPINIÃO
Israel e Palestina: a Paz inalcançável?
Reunião do Conselho de Segurança da ONU discute propostas para o conflito, mas deixa de lado questões essenciais para as resoluções práticas para os conflitos Por LEONARDO MAIA
NOVA YORK - Conselho de Segurança da ONU (CSNU) se reuniu, nesta quinta-feira (22), para discutir questões relativas aos conflitos civis entre Israel e Palestina. A pauta principal do encontro girou em torno da atuação do Hamas e da necessidade de ajuda humanitária na região. Entretanto, a efetivação dessa ajuda é um processo longo e um cessar-fogo na região pode ser positivo à prática desses projetos, apoiados por unanimidade pelas nações. A Palestina, auto-intitulada como vítima, reclama da hosti-
lidade dos soldados israelitas na região, controlando fronteiras e barrando suprimentos básicos. Fatores como esse e de decisões políticas, como a negação de Jerusalém Oriental para os palestinos e o ódio entre os dois povos, acaba perpetuando a violência praticada na região e a intolerância entre eles. Neste contexto, o Hamas aparece como uma forma de resistência do povo palestino, que não possui um exército próprio, e acaba tendo um índice alto de civis perdidos durante os confli-
tos. O Irã e a Turquia, que afirmou durante entrevista para o TWSJ: “O Hamas não é uma organização terrorista, mas sim algo que defende interesses islâmicos”. Por outro lado, os Estados Unidos, durante entrevista ao jornal, afirmou que o Hamas constitui um grupo meramente terrorista, sem nenhuma vinculação em defender os interesses do povo islâmico. Recusando, sem um controle prévio do Hamas, a ideia proposta durante o Conselho para a retirada das tropas israelenses da região palestina, com
subsequente criação de uma polícia interna e o envio de tropas de paz da ONU, visto que o grupo já passou a ser um problema global tendo se infiltrado em território americano. A nobreza em relação às noções de construção social baseada em educação e projetos de integração entre os diversos grupos pode ser considerada, porém, faz-se necessário que esse problema da ausência de paz no território seja resolvido, o que ficou pendente no encontro.
MÍDIA
Estados Unidos e França preparam documento provisório de regulamentação internacional da imprensa Sem entrar em consenso no primeiro dia, a reunião continuará até domingo (25). Por LORENA FONSECA MARCELLO
GENEBRA - Na reunião da União Internacional de Telecomunicações, desta quintafeira (22), foi elaborado um documento provisório quanto à regulamentação da imprensa de autoria dos Estados Unidos e França. Os representantes da Alemanha, África do Sul e Reino Unido concordaram com as premissas escritas. Contudo, os países não entraram em um consenso. No encontro, ficou acordado que seriam elaboradas regras de regulamentação internacional e de autorregulação dos Estados, levando em consideração as peculiaridades de cada um. Em entrevista, a delegada dos Estados Unidos, Beatriz Lima Nogueira, ressaltou a importância dessa normatização. “O mundo tem uma rapidez na difusão de informações incontrolável e isso gera dificuldades no controle da violação legal do material veiculado”, declarou a
A delegada dos EUA, Beatriz Lima Nogueira, propôs que a mídia seja regulada e autorregulada.
americana. Beatriz ainda explicou qual a diferença entre a regulamentação e a autorregulamentação, ambos tipos de padronização propostas no encontro. “A autorregulação é uma maneira de os próprios jornalistas criarem códigos de ética, o que difere da regulação, pois nesta, o Estado regula a liberdade de expressão dos meios de comunicação”, explicou a delegada. A possibilidade de se condensar os dois tipos dentro
de um mesmo documento foi levantada e teve total apoio dos EUA. “Nesse tipo de junção os países vão poder tomar decisões que limitem a liberdade de expressão, pois a preservação de outros direitos faz-se necessária. A autorregulação vai influenciar a atividade jornalística em si, e não os veículos de comunicação”, esclareceu Beatriz. Mas, apesar de todos se mostrarem abertos à questão da regulamentação, Irã, Venezuela,
China, Cuba e Rússia não estão satisfeitos com esse documento provisório. Mariana Fernandes, representante da Venezuela, critica-o por estar muito amplo. Além disso, houve divergências entre Irã e Estados Unidos. A americana Beatriz Nogueira provocou que o Irã é signatário da Declaração dos Direitos Humanos, porém mata jornalistas que publicam textos contra a religião.