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EL PERIÓDICO GLOBAL SEXTA-FEIRA 23 DE SETEMBRO DE 2016| Ano XII| Número 24.325 | EDIÇÃO MADRID

Hamas é principal foco de discussão durante o primeiro dia de reunião do CSNU COMPRA QUEM QUER diz delegado da frança sobre um polêmico jornal francês

Direitos Trabalhistas são discutidos na primeira reunião do Fórum de Governança da Internet (FGI). Pág 3

Foto:Filipe Pereira Irã sofre repressão por financiar Hamas, Grupo tratado como organização terrorista por grande maioria das nações. Pág 2

Gabinete do Presidente Bush aprova resoluções emergenciais sobre atentado pág. 4

Proposta de “Corredores Humanitários” para transporte de refugiados causa divergências. Pág 2

Ministros criam agenda para debate na fao. Pág 3

Ex-presidente colombiano é julgado pelo desaparecimento de civis pág. 4


Hamas é principal foco de discussão durante o primeiro dia de reunião do CSNU A organização islâmica causou divergências de opiniões e causou intensos debates no comitê

Foto:Filipe Pereira Nova York - Ontem, dia 22 de setembro, o Conselho de de Segurança das Nações Unidas (CSNU) se reuniu para debater sobre os conflitos civis entre Israel e Palestina. Estavam presentes todos os 15 paises-membros, que se posicionaram firmemente desde o primeiro momento. Ana Maria Cajado Nova York - Ontem, dia 22 de setembro, o Conselho de de Segurança das Nações Unidas (CSNU) se reuniu para debater sobre os conflitos civis entre Israel e Palestina. Estavam presentes todos os 15 países-membros, que se posicionaram firmemente desde o primeiro momento. O tema mais discutido durante este primeiro dia de comitê foi o Hamas, uma organização islâmica que vive nos territórios palestinos. O grupo prega luta armada contra Israel e sua ocupação na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O Hamas trabalha também pela proteção na Palestina, mas segundo as delegadas do Estado Islâmico, Mariana Correia e Mariana Pinheiro, o hamas não é reconhecido pela autoridade nacional palestina e é tratado como uma organização terrorista internacional por inúmeras nações. Por financiar o Hamas, o Irã foi o principal alvo quan-

do mencionado o grupo. “Por incrível que pareça, é de comum acordo entre nós e Israel que a Hamas tem que acabar. Todos nós estamos buscando a paz. Nossa esperança, e o motivo pela qual lutamos, é pro Irã abrir mão do Hamas”, completa Mariana Pinheiro. A maioria dos países-membros se posicionaram contra o grupo, inclusive os Estados Unidos, que alegou que o Irã estava “financiando o terror”. Contudo, o país atacado declarou que o Hamas não é a causa da guerra, e sim a ocupação de Israel no território islâmico. “Nossa condição é que Israel e os EUA retirem tropas da palestina e reconheçam os territórios, porque, dessa forma, não precisamos da resistência do hamas”, declarou o delegado do Irã. Israel também foi bastante acusado devido aos assentamentos israelenses e pela falta de flexibilidade quanto à divisão dos territórios, principalmente Jerusalém e a Cisjordânia. O Estado decla-

ra, contudo, que não vai retirar os assentamentos, nem sair da Cisjordânia até que acabem com o Hamas. “Estamos dispostos a entregar a Cisjordânia, mas precisamos ter a segurança de que não nos atacarão”, declara a delegação israelense, que também afirma que o Hamas é o maior obstáculo para pacificação com a Palestina. “Acreditamos que o Hamas e os nefastos tentáculos do Irã e seu intrometimento na política de outros países tem sido o que tem mais complicado. Não é a única questão, mas eu diria que a raiz maior do problema”, expõe João Carlos Chastinet, delegado de Israel. Alguns outros temas também foram abordados durante a reunião, como Educação e cultura no Estado da Palestina, arrecadação de fundos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), evacuação de civis das áreas de conflito, acordo de cessar-fogo, recursos hídricos,

Direitos Trabalhistas são discutidos na primeira reunião do Fórum de Governança da Internet Empresas e países apresentam opiniões divergentes quanto à responsabilidade pelos direitos de trabalhadores em negócios disruptivos Beatriz Carvalho Nessa quinta-feira (22) teve início as reuniões do Fórum de Governança da Internet em Guadalajara, no México. O primeiro tema discutido foi “a possível regulamentação dos negócios disruptivos” e gerou debates entre empresas, como “Netflix” e “Uber”. A reunião foi marcada por discussões a respeito dos direitos trabalhistas das pessoas empregadas em negócios disruptivos. Para o representante da delegação da Alemanha, Francisco Messias “Empreender é assumir riscos. O risco empresarial é da empresa e não

deve ser transferido ao trabalhador”. Já a representante da organização “Consumers International”, Lara Ponciano, declara que a responsabilidade pelos direitos trabalhistas é dos países e não das empresas. Também foi bastante discutido entre as nações a questão dos negócios disruptivos não gerarem um novo tipo de consumo e não trazem um mercado novo. Sobre isso o delegado representante da empresa Netflix, Lucas Lopes, afirma que com a netflix foi lançado um novo método de consumo, o streaming, “através do streaming

por meio da internet você pode assistir quantos filmes quiser, quantas horas quiser. Assim nós lançamos um novo método de consumo que anteriormente não existia”, rebateu. As reuniões do comitê se estenderão até domingo (25), nesses dias eles estarão discutindo a possível regulamentação dos negócios disruptivos e a adequação dos antigos modelos de negócio às tecnologias contemporâneas, visando a criação de documentos de resolução para essas questões.


Primeiro dia discussão da UIT causa Ministros criam agenda para debate polêmica entre delegados na FAO Foto:Filipe Pereira

Foto:Filipe Pereira

Foto:Filipe Pereira

Discussão sobre liberdade de imprensa gera comentários incisivos entre representantes dos países Diana Siqueira

GENEBRA - Na manhã de quinta-feira (22), delegados de dez países se reuniram na sede União Internacional de Telecomunicações (UIT) em Genebra para discutir a respeito da estrutura ética televisiva na conjuntura internacional a fim de regulamentar a mídia. Durante o debate, Hiago Marques de Brito, delegado da França, defendeu fortemente que no seu país não existe censura e é bastante liberal e a favor da valorização da liberdade de imprensa. Em contraponto, Larissa Carvalho Primo, delegada da África do Sul, rebateu questionando os limites da liberdade de imprensa no país de Marques de Brito, levantando o caso do jornal francês Charlie Hebdo que vez ou outra satiriza o Islamismo. Em 2015, o periódico ganhou grande repercussão na mídia por conta de um ataque terrorista aos seus jornalistas na sede em Paris que resultou em doze pessoas mortas e cinco feridas. As sátiras à religião islâmica foi recebida como

um insulto aos muçulmanos. A delegada da África do Sul fez críticas a esse tipo de conteúdo disseminado no Charlie Hebdo, chamado de “absurdo”. Em defesa da sua nação, Marques de Brito ressalta que a França defende fortemente a liberdade de expressão e assim não poderia censurar nenhuma publicação. Quanto ao Charlie Hebdo, ele foi enfático: “Compra quem quer”. Em entrevista ao El país, o delegado da França reafirma que sua nação já tem um histórico de valorização da liberdade de expressão e que “O Charlie Hebdo tem o direito de fazer qualquer tipo de publicação, já que ele está respaldado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e quem não goste que evite comprar”. O delegado ainda ressaltou que em seu país existem outros veículos midiáticos com outras ideologias. A delegada da África do Sul também apontou falhas quanto a mídia de outros países. Um deles, foi a China. Durante o debate,

Pedro Pessoa Correia Lima, delegado do país, defendeu a valorização da liberdade de imprensa, mas Larissa Carvalho questionou a propriedade com a qual a China possuía para falar sobre liberdade de imprensa, já que há apenas uma única emissora televisiva no país. Lima rebatou argumentando que a China é o país que tem mais acesso à internet e que as discussões sobre telecomunicações e a liberdade de imprensa não se restringem apenas a televisão. A discussão também pressionou a delegada do Irã, Emylle Kaynar, uma vez que qualquer publicação midiática no seu país deve ser favorável a uma imagem positiva do seu governo e do islamismo. Beatriz Lima Nogueira, delegada do EUA, perguntou se a mídia deveria fantasiar a realidade, caso o governo não fosse bom para o povo. Kaynar respondeu positivamente, pois ela acredita que, caso contrário, provocaria rebeliões e manifestações.

ROMA- Aconteceu, na última quinta-feira (22), em Roma, as sessões do primeiro dia de reuniões da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura ), para discutir medidas de combate a fome e a agricultura familiar. Pela manhã, os delegados criaram um documento provisório. Trata-se de uma agenda que sugere uma ordem em tópicos de temas a serem debatidos na sessão. Durante toda a tarde, os delegados discutiram apenas o primeiro tópico. A delegada Roberta Virgínia, do Paquistão e o delegado Isac Levy, da Índia sugeriram proposta para estimular a agricultura familiar que dividiu as delegações. A proposta sugeria que os governos aluguem as terras improdutivas repassando para indivíduos e famílias sem-terra, com o objetivo de combater a fome e promover a agricultura.

Foto:Filipe Pereira delegados em debate na construção do documento provisório.


Gabinete do Presidente Bush aprova resoluções emergenciais sobre atentado

Em reunião a portas fechadas, o Gabinete Presidencial de George W. Bush decide fechamento temporário de linhas de transporte, aeroportos e embaixadas Sabrina Rolim Washington DC - Após os ataques contra as Torres Gêmeas na manhã desta terça-feira, 11, o Gabinete do Presidente George W. Bush aprovou as primeiras medidas emergenciais ao fim do primeiro dia de reunião. O primeiro projeto de resolução determina ações resolutivas a curto prazo como o fechamento temporário de linhas de metrô, embaixadas norteamericanas e pontos turísticos, além de proibir aterrisagem e decolagens de voos comerciais próximos às zonas de perigo. A assessoria de imprensa do Gabinete informou que a discussão também culminou na decisão

de enviar cerca de 10 mil membros das Forças Armadas para algumas cidades como Los Angeles, Chicago e Boston com o objetivo de patrulhar importantes metrópoles dos Estados Unidos. O Exército e as Forças Armadas também estão responsáveis por garantir a segurança das agências de inteligência norteamericanas presentes na Casa Branca e no Pentágono. Além da força militar, o Gabinete também convocará equipes de emergência de policiais, bombeiros e suporte médico para dar suporte nos locais mais afetados pelos atentados.

Foto:Filipe Pereira Para tais resoluções, o Gabinete decidiu utilizar os fundos emergenciais do Tesouro Nacional para a efetivação das propostas consolidadas neste primeiro dia de discussão. Durante os outros dias, as sessões debaterão medidas a médio e longo prazo. Entre os assuntos abordados na agenda estão transporte, comunicação e políticas estrangeiras. Este último assunto consumirá grande parte da atenção do Gabinete devido às supostas ligações dos atentados com grupos terroristas do Oriente Médio.

Ex-presidente colombiano é julgado pelo desaparecimento de civis O Tribunal Penal Internacional iniciou o julgamento de Álvaro Uribe, acusado de cometer crimes contra a humanidade durante seu mandato presidencial na Colômbia Lucy Latorre Haia - Durante esta quinta-feira, 22, o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe foi julgado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade praticado durante seu mandato presidencial. A acusação trouxe como principal argumento os casos de falsos positivos relatados durante o governo de Uribe. Os falsos positivos ocorreram, segundo a acusação, por conta de uma política criada pelo ex-presidente com o objetivo de desmobilizar a guerrilha. Foram oferecidas honrarias e benefícios para aqueles agentes militares que alcançassem altos níveis de combate à paramilitares e guerrilheiros, e isso acabou gerando uma vontade destes agentes a conseguir essas honrarias a qualquer custo. A procuradora Juliana de Carvalho relatou que diversos militares assassinaram civis e usaram seus cadáveres para forjar uma situação onde parecesse com que estes cidadãos fossem guerrilheiros, trocando suas roupas e colocando armas perto de seus corpos. Entre as provas da acusação estão um depoimento do Senador Cepeda que acusa Uribe de ter outorgado licenças para traficantes usarem aeroportos colombianos para fins ilegais, além de gráficos realizados pela Comissão dos Juristas da Colômbia sobre os desaparecimentos

de civis e deslocamentos forçados e quem estava por trás deles, com o Estado sendo responsável pela maioria. Juliana de Carvalho, em nome da procuradoria da Colômbia, afirmou em seu depoimento que seu foco era chamar atenção para as vítimas de violência, ao delatar que eles tem o objetivo de defender todos que sofreram de alguma forma com a situação. A acusação apresentou uma testemunha como prova de acusação, sendo de um falso positivo relatado por meio do depoimento emocionado da mãe de um dos jovens desaparecidos. Após o vídeo, os advogados da defesa que fizeram uso da palavra atacaram a procuradoria afirmando que não foi exposta nenhuma prova concreta de que Álvaro Uribe cometeu algum crime. No momento da apresentação de provas da defesa, esta, mais uma vez, reforçou que o acusado em julgamento não deveria ser Uribe, mas sim o governo colombiano. As demissões realizadas por Álvaro Uribede de militares envolvidos no desaparecimento de jovens foram uma das principais provas. Segundo a defesa, essa atitude demonstra claramente que a política de segurança do ex-presidente não queria dados de combate a todo custo, mas se preocupava com seus cidadãos.

A exposição de provas por parte da procuradoria e defesa continua ainda durante toda a semana até o veredito final.

Expediente Produção: El País Editores-chefe: Lucy Latorre e Sabrina Rolim Repórteres: Ana Maria Cajado, Beatriz Carvalho e Diana Siqueira Impressão:Eurocópia


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