SINAIS DOS
TEMPOS
Publicação Trimestral 36o Ano › No 136 1º TRIM. 2016 › 2,00€
O GRANDE CONFLITO ENTRE O BEM E O MAL O TERRORISTA DO APOCALIPSE COMO VIVER UMA VIDA LONGA E FELIZ COMO É REALMENTE A NOVA TERRA?
A VITÓRIA DO BEM
ÍNDICE
TEMÁTICA O Grande Conflito entre o Bem e o Mal.......... 04
BÍBLIA Como é realmente a Nova Terra?..................... 16
Neste artigo vamos abordar a origem do Mal que observamos ao nosso redor e a sua solução final.
O que é necessário para se estar na Nova Terra? Aceite Jesus como o seu Salvador. Ele fará tudo o que for necessário para que você esteja lá!
TEMÁTICA O terrorista do Apocalipse.................................12
A BÍBLIA ENSINA A origem do Mal no Céu..................................... 18
O Apocalipse fala-nos de um terrorista que está para além de qualquer coisa que nós, seres humanos, possamos imaginar. VIDA CRISTÃ Como viver uma vida longa e feliz ................... 14
Por que razão algumas pessoas vivem vidas longas e felizes, enquanto outras têm de lutar contra a depressão, dores e mazelas e contra os efeitos colaterais debilitantes dos medicamentos?
SINAIS TEMPOS DOS
Revista Internacional Edição Trimestral em Língua Portuguesa Ano XXXVI – Nº 136 1º Trimestre 2016 DIREÇÃO Artur Machado
LINHA ABERTA Nunca mais!....................................................... 20 TEOLOGIA Jesus realmente virá em breve?.......................22
Este é o tempo de se preparar para o iminente regresso de Cristo.
DIREÇÃO DE REDAÇÃO Paulo Sérgio Macedo
DIREÇÃO Carlos Simões Mateus
Edição em Língua Italiana Edizione ADV
REDATOR Paulo Lima
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DIAGRAMAÇÃO Sara Calado
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Preços Número Avulso € 2,00 Assinatura Anual € 8,00
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PROPRIETÁRIA E EDITORA PUBLICADORA SERVIR, S.A. Rua da Serra, 1 – Sabugo 2715-398 Almargem do Bispo Portugal
Edição em Língua Espanhola Editorial Safeliz Edição em Língua Francesa Editions Vie et Santé
Impressão e Acabamento Mário Macedo – Design e Impressão V. N. Famalicão Isento de Inscrição no ICS – DR 8/99 ISSN 0873-9013 Depósito Legal Nº 63193/93 Tiragem 20 000 exemplares
EDITORIAL
Sinais Escondidos Artur Machado
ASSISTIMOS NO MUNDO EM QUE VIVEMOS A UMA SÉRIE DE SINAIS QUE NOS DIZEM QUE HÁ ALGO DE ANORMAL NELE.
C
onstatamos amiúde que há fenómenos que escondem ou mascaram outros fenómenos, que não sendo no imediato tão visíveis e mensuráveis como os primeiros, podem, porém, ser as suas causas. Tomemos como exemplo a febre, um fenómeno visível e mensurável, que, no entanto, pode ter por detrás um outro fenómeno mais grave, como uma infeção. Assistimos no mundo em que vivemos a uma série de sinais que nos dizem que há algo de anormal nele. No plano geopolítico vemos diariamente uma série de conflitos armados perturbarem a paz global. Há conflitos armados provocados por organizações terroristas (em países como a Síria, o Sudão, a Somália, a Nigéria e o Afeganistão), há conflitos latentes em fronteiras sensíveis (como na fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, em Israel e na Faixa de Gaza, no Saara Ocidental, em Caxemira), há conflitos entre os cartéis de droga e as forças de segurança no México, há ameaças de ataques terroristas pendentes sobre várias capitais e importantes cidades ocidentais, que obrigam os serviços de segurança a esforços redobrados no sentido de as eliminarem. Podemos ainda mencionar os conflitos sociais, laborais, familiares e os próprios conflitos interiores que se travam dentro de cada ser humano (fruto de frustrações diversas, de culpabilizações, de situações não resolvidas).
Todos os conflitos em que, pessoal ou coletivamente, o ser humano está envolvido, são sinal de um conflito mais alargado que abrange duas realidades: a realidade cósmica e a realidade da natureza humana. A Bíblia mostra que há uma relação direta entre estes dois tipos de conflito. E a vontade determinada que o ser humano tem para resolver os conflitos pessoais ou coletivos existentes também testemunha do mal-estar, da destabilização, que todos os conflitos causam e da ameaça que constituem para a felicidade e para o bem-estar do Homem. Nesse sentido, também essa vontade é sinal de uma vontade superior de Deus, que deseja eliminar os conflitos cósmico e interior que destroem a paz e a harmonia do Universo. A esperança bíblica aponta para a concretização desse objetivo e mostra que apenas Deus tem a resposta e a solução adequada para o problema do mal e dos conflitos que este origina. Até que essa decisiva intervenção de Deus ocorra, o ser humano deverá procurar limitar e eliminar, tanto quanto possível, todas as causas que originem conflitos, procurando também resolver aqueles que já existem. A única forma de conseguir fazê-lo é seguir o conselho bíblico de nos aproximarmos de Deus e de resistirmos continuamente ao mal. Artur Machado Diretor
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TEMÁTICA
O Grande
Conflito
entre o
Bem e o Mal PAULO LIMA
O HOLOCAUSTO SURGE NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE COMO O MAIOR ESFORÇO SISTEMÁTICO EMPREENDIDO POR UM ESTADO MODERNO COM O FIM DE DESTRUIR UM POVO INTEIRO.
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olomon Radasky, um Judeu de Varsóvia, estava de pé na formatura de chamada do seu pavilhão, no campo de concentração de Majdanek. Enquanto os prisioneiros esperavam para saber onde iriam trabalhar, um homem na última fila fumou um “cigarro”. Os presos que tinham sido grandes fumadores tinham o hábito de acender um pedaço de papel enrolado para terem a sensação de que estavam a fumar. Entretanto, apareceu o oficial alemão que era o Chefe do Campo. Ele viu o fumo do “cigarro” no ar. Imediatamente perguntou: “Quem esteve a fumar?” Ninguém no grupo respondeu. Disse então o oficial alemão: “Eu vou enforcar 10 ‘cães’, se não me responderem. Têm três minutos para pensarem no que vão fazer.” Os Alemães chamavam “cães” aos prisioneiros por estes usarem uma chapa com o seu número. Sem esperar pela resposta, o oficial alemão mandou separar 10 homens do grupo que estava na formatura. Solomon Radasky encontrava-se entre eles. Foi dada a ordem para os primeiros três homens serem conduzidos à forca. Entre estes três homens estava Solomon. Ao chegarem à forca, foi ordenado a Solomon que subisse no banco e colocasse a corda ao pescoço. Ele obedeceu. O oficial alemão que comandava o campo de concentração de Majdanek começou a espan-
car os três prisioneiros que tinham subido para a forca. Entretanto, algumas horas antes deste episódio acontecer, tinha sido enviado um outro oficial alemão a Majdanek para selecionar um grupo de 750 pessoas que seriam transferidas para outro campo de concentração. Solomon Radasky tinha sido selecionado para integrar esse grupo. Quando este segundo oficial viu os três Judeus de pé nos bancos da forca, ele começou a gritar: “Alto! Alto! O que se passa aqui?” O Chefe do Campo respondeu-lhe, dizendo: “Um destes ‘cães’ fumou um cigarro. Eles não me disseram quem foi, por isso vou enforcar dez deles.” “Isso não pode ser”, respondeu-lhe o outro oficial alemão. “Eu tenho documentos prontos para transferir estes homens e tenho que os levar vivos.” Assim, o segundo oficial alemão retirou a corda que estava ao redor do pescoço de Solomon. Se tivessem passado mais alguns segundos, ele teria sido executado na forca. Para isso teria bastado que o Chefe de Campo o ordenasse. Nesse dia, Solomon Radasky sobreviveu. Quando a guerra acabou, ele descobriu que tinha sido o único membro da sua família de 78 pessoas a sobreviver ao Holocausto. “O Holocausto” é o nome que se convencionou dar ao assassínio em massa de aproximadamente seis milhões de Judeus pelo Estado Nazi durante a II Guerra Mun-
todos estes problemas reside na existência de um grande conflito moral em curso no Universo e, em especial, no nosso Planeta.
dial. Os Nazis também eliminaram Eslavos, Ciganos e dissidentes políticos, mas apenas os Judeus foram destinados à aniquilação total. Assim, o Holocausto surge na história da Humanidade como o maior esforço sistemático empreendido por um Estado moderno com o fim de destruir um povo inteiro. Dos oito milhões de Judeus que viviam na Europa na primeira metade do século XX, apenas cerca de dois milhões sobreviveram. As atrocidades cometidas pelos Nazis nos seus campos de concentração são indescritíveis. Podemos dizer, sem medo de errar, que o Holocausto foi uma das maiores e mais claras manifestações do Mal absoluto no seio da Humanidade. A questão que esta história verídica levanta é a questão sobre a existência do Mal no Planeta que nós habitamos. Por que razão existe o Mal? Qual a sua origem? Qual a sua causa primeira? A estas questões está ligada a questão que pergunta pela razão do sofrimento humano. Por que razão sofrem pessoas inocentes, justas e boas? Estas questões são ainda mais enigmáticas quando se acredita na existência de um Deus Criador que é bom, omnipotente e omnisciente. Se um tal Deus existe e é o nosso Criador, como explicar a presença do Mal no seio da Sua Criação? O presente artigo irá procurar responder a estas prementes questões. Como iremos ver, a solução para
A origem do Mal: A rebelião de Lúcifer contra Deus A Bíblia é clara quanto à origem do Mal no Universo criado por Deus. Segundo ela, o Mal originou-se no Céu, junto do trono de Deus. Há alguns milhares de anos – não sabemos exatamente quantos – um ser criado possuidor de grande poder e responsabilidade no governo do Céu revoltou-se contra Deus. Lúcifer, um dos dois querubins protetores estacionados junto do trono divino, começou a abrigar no seu coração o desejo de ser semelhante a Deus em poder e glória, e de obter para si o serviço dos anjos. O profeta Isaías descreve assim os pensamentos íntimos de Lúcifer: “Hei de subir até ao céu, acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono, estabelecer-me-ei na montanha da Assembleia, nos confins do norte. Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:13 e 14). Sub-repticiamente, Lúcifer começou a espalhar o descontentamento entre os anjos que comandava. Afirmava ele que os anjos, sendo perfeitos, não necessitavam de obedecer à lei moral de Deus. Lúcifer pretendia instaurar no Céu uma forma de governo em que cada anjo se guiasse pelas suas próprias leis e seguisse a sua própria vontade livre. É necessário esclarecer, antes de prosseguirmos, que Lúcifer fora criado por Deus não só como um ser livre, mas também como um ser moralmente perfeito. O profeta Ezequiel é claro ao afirmar que, até à sua rebelião contra Deus, Lúcifer era perfeito em todos os aspetos. Ele escreveu: “Assim diz o Senhor Iahweh: Tu eras um modelo de perfeição, cheio de sabedoria, de uma beleza perfeita. Estavas no Éden, jardim de Deus. Engalanavas-te com toda a sorte de pedras preciosas: (…) Todas estas coisas foram preparadas no dia em que foste criado. Fiz de ti o querubim protetor de asas abertas; estavas no monte santo de Deus e movias-te por entre pedras de fogo. Desde o dia da tua criação foste íntegro em todos os teus caminhos até ao dia em que se achou maldade em ti. Em virtude do teu comércio intenso te encheste de violência e caíste em pecado” (Ezequiel 28:12-16). Deus concedeu a Lúcifer um período de tempo para que ele e os seus adeptos tomas-
HÁ ALGUNS MILHARES DE ANOS – NÃO SABEMOS EXATAMENTE QUANTOS – UM SER CRIADO POSSUIDOR DE GRANDE PODER E RESPONSABILIDADE NO GOVERNO DO CÉU REVOLTOU-SE CONTRA DEUS.
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sem consciência do seu erro, se arrependessem e mudassem de atitude. No entanto, o querubim caído e os seus seguidores persistiram na rebelião contra o governo divino, pelo que Deus os expulsou do Céu. Lúcifer passou então a ser chamado “Satanás”, que, em hebraico, significa “o Adversário”. Ele tornou-se no Adversário de Deus. Acompanhado por um terço dos anjos, ele veio buscar abrigo num Planeta recém-criado: a Terra (Apocalipse 12:3 e 4; Ezequiel 28:16 e 17).
TAL COMO O RESTANTE UNIVERSO, TAMBÉM O PLANETA AZUL E OS SEUS HABITANTES ERAM PERFEITOS.
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A origem do Mal na Terra e o fim do Grande Conflito A Terra era a criação mais recente de Deus. Tal como o restante Universo, também o Planeta Azul e os seus habitantes eram perfeitos. O livro de Génesis diz-nos que, depois de Deus ter visto tudo o que tinha feito ao criar a Terra, Ele ficou satisfeito, porque tudo “era muito bom” (Génesis 1:31). O Mal, o pecado e a morte não existiam ali. Deus tinha criado um casal de seres humanos para povoar e governar a Terra. A Adão e Eva foi dado o domínio sobre todo o Planeta. A Bíblia descreve-nos essa cena da seguinte forma: “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam sobre a terra” (Génesis 1:27 e 28). Deus impôs ao casal recém-criado apenas uma restrição. Eles não poderiam comer do fruto da árvore do conhecimento do Bem e do Mal que se situava no centro do Jardim do Éden. Caso o fizessem, perderiam a vida eterna de que desfrutavam (Génesis 2:16 e 17). Deus estabelecera esta interdição porque criara os seres humanos à Sua semelhança, isto é, criara-os como seres morais e livres. Deus dotara-os de livre arbítrio para que eles pudessem escolher livremente o bem moral e para que pudessem verdadeiramente amar. Sem liberdade não há verdadeira expressão de amor. Sem liberdade não há verdadeira responsabilidade moral e verdadeiro mérito moral. Assim, Adão e Eva foram criados como seres livres, capazes de escolher viver sob o governo de Deus ou de escolher desobedecer à ordem divina. Para poderem ter um verdadeiro poder de livre escolha era necessário que tivessem a possi-
bilidade de pecar, isto é, de cometer o mal. Era para assinalar a existência do verdadeiro poder de escolha humano que a árvore do conhecimento do Bem e do Mal estava plantada no Jardim. Passado algum tempo depois da criação da Terra e da expulsão de Satanás do Céu, sucedeu algo que viria a modificar o destino da Humanidade. Tendo procurado abrigo na Terra, o Adversário de Deus engendrou um plano diabólico. Satanás sabia que Adão e Eva tinham sido criados à imagem de Deus e que eram a Sua criação mais recente. Se fosse capaz de atrair a Humanidade para a sua causa, Satanás poderia conquistar uma base de apoio para a sua rebelião. Além do mais, se fosse capaz de semear a revolta entre os seres humanos, derrotaria os desígnios de Deus para o planeta Terra. No entanto, Satanás sabia que a sua única possibilidade de atrair Adão e Eva para a sua causa residia em levá-los a desobedecer à ordem que Deus lhes tinha dado de não comerem do fruto da árvore proibida. Assim, ele colocou-se junto dessa árvore e esperou. O livro de Génesis descreve o que se passou em seguida. “A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos, que Iahweh Deus tinha feito. Ela disse à mulher: Então Deus disse: Vós não podereis comer de todas as árvores do jardim? A mulher respondeu à serpente: Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Dele não comereis, nele não tocareis, sob pena de morte. A serpente disse então à mulher: Não, não morrereis! Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como deuses, versados no bem e no mal. A mulher viu que a árvore era boa ao apetite e formosa à vista, e que essa árvore era desejável para adquirir discernimento. Tomou-lhe do fruto e comeu. Deu-o também ao seu marido, que estava com ela e ele comeu” (Génesis 3:1-6). A Bíblia revela-nos que quem falou com Eva, usando a serpente como médium, foi o próprio Satanás (Apocalipse 12:9). Ele conseguiu semear na mente de Eva a desconfiança em relação aos desígnios de Deus e fê-la acreditar que Deus não consentia que ela comesse do fruto proibido por egoísmo, para que os seres humanos não fossem “como deuses”, sabendo o Bem e o Mal. Infelizmente, Eva e Adão passaram a conhe-
cer o que era o Mal ao desobedecerem à ordem de Deus. Ao assim fazer, eles quebraram vários mandamentos da lei moral de Deus: (1) cobiçaram o que não lhes pertencia (cf. Êxodo 20:17); (2) roubaram o fruto proibido, que pertencia a Deus (cf. Êxodo 20:15); e (3) desonraram o seu Pai, pois Deus, como Criador, era o seu Progenitor (cf. Êxodo 20:12). Como resultado da Queda no pecado, Adão e Eva foram expulsos por Deus do Jardim do Éden (Génesis 3:23 e 24). Mas esta não foi a consequência mais grave do pecado dos nossos primeiros pais. Ao quebrarem o seu laço de fidelidade para com Deus, a Fonte da vida, Adão e Eva ficaram condenados a morrer. Não apenas eles, mas todos os seus descendentes. Por isso o apóstolo Paulo afirma: “Eis porque, como por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). A morte não foi a única consequência da Queda do Homem. Ao aceitarem a sugestão de Satanás, os seres humanos colocaram-se ao seu serviço e foram escravizados pelas forças do Mal. Pois, como disse Jesus, “quem comete o pecado é escravo” (João 8:34). Com a Queda da Humanidade no pecado, Satanás conquistou para si o planeta Terra e passou a ser o príncipe deste mundo. Ele tornou-se no dominador da Terra, representando-a no Conselho celeste que reúne os representantes de todos os mundos criados por Deus. Assim nos ensina o livro de Job. “No dia em que os Filhos de Deus vieram se apresentar a Iahweh, entre eles veio também Satanás. Iahweh então perguntou a Satanás:
Donde vens? Venho de dar uma volta pela terra, andando a esmo, respondeu Satanás” (Job 1:6 e 7). No entanto, na sua omnisciência, Deus sabia que a Humanidade iria cair sob o domínio de Satanás, pelo que tinha preparado “desde a fundação do mundo” (I Pedro 1:18-21) um plano de resgate. Esse Plano de Salvação da Humanidade foi comunicado a Adão e Eva logo após a sua Queda. Perante o casal, Deus disse à serpente, isto é, a Satanás: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente: este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Génesis 3:15). Esta afirmação de Deus apontava para a vinda futura de um descendente masculino da mulher, o Salvador da Humanidade, que derrotaria e aniquilaria Satanás. Ao fazê-lo, seria ferido, mas esta ferida não o destruiria. Ao derrotar Satanás, o Salvador recuperaria para a Humanidade o domínio sobre o planeta Terra e o direito à vida eterna. Este Salvador prometido era Jesus Cristo, o Filho de Deus. O Filho de Deus, o comandante supremo das hostes angélicas, tinha sido o alvo da inveja de Lúcifer no Céu. De facto, o querubim caído ambicionava ocupar o lugar que Deus tinha concedido ao Seu Filho no governo celeste. Assim, Deus predissera que o conflito entre o Filho de Deus e Lúcifer, que começara no Céu, iria continuar na Terra. Desde a Queda da Humanidade e desde a promessa da vinda de um Salvador, começou a desenrolar-se na Terra uma guerra permanente entre as forças do Bem e as hostes do Mal. De um lado estavam os seguidores de Deus, do outro os seguidores de Satanás.
DEUS SABIA QUE A HUMANIDADE IRIA CAIR SOB O DOMÍNIO DE SATANÁS, PELO QUE TINHA PREPARADO “DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO” (I PEDRO 1:18-21) UM PLANO DE RESGATE.
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DEUS NÃO PODIA DEIXAR DE DOTAR OS SERES INTELIGENTES E CONSCIENTES QUE CRIOU COM VERDADEIRA LIBERDADE DE ESCOLHA MORAL.
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De um lado aqueles que faziam aliança com Deus e que aguardavam a vinda do Salvador prometido, do outro todos os seres humanos que se deixavam escravizar pelo príncipe do Mal. Este Grande Conflito decorreu durante milénios, até que, finalmente, Jesus Cristo nasceu em Belém (Lucas 2:1-7). Satanás procurou destruir o Salvador à nascença, mas não o conseguiu fazer (Apocalipse 12:4 e 5; Mateus 2:13 e 14, 16). Depois de chegar à idade adulta, Jesus começou o Seu ministério terrestre com um confronto face a face com Satanás. Após ter tentado duas vezes o Filho de Deus sem obter qualquer vantagem, Satanás procurou levar Cristo a pecar, apresentando-Lhe a tentação suprema. O diabo sabia que Cristo tinha vindo ao mundo para libertar os seres humanos da escravidão do pecado e para reconquistar para a Humanidade o domínio da Terra. Por isso, fez-Lhe uma proposta aparentemente irrecusável. “E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás” (Lucas 4:5-8). Neste texto, vemos que Satanás se considerava o dominador legal do nosso Planeta. E, até à vinda de Cristo, ele tinha-o sido de facto. Mas Cristo veio arrancar-lhe a presa das mãos. Para que Cristo fosse vitorioso, era necessário que Ele vivesse uma vida sem pecado, de modo a tornar-Se no segundo Adão, o legítimo representante da Humani-
dade e o legítimo dominador sobre o planeta Terra. Cristo deveria também entregar a Sua vida por resgate da Humanidade, de modo a que todos os seres humanos que O aceitassem como seu Salvador pudessem ser declarados justos e, assim, merecedores da vida eterna. Cristo expôs sinteticamente o Plano da Salvação quando afirmou: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem, a fim de que todo aquele que crer tenha nele vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (João 3:14-17). Cristo tinha um outro objetivo ao vir a este mundo. Como escreveu o apóstolo João, “Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo” (I João 3:8). Jesus participou da condição humana “a fim de destruir pela morte o dominador da morte, isto é, o diabo; e libertar os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte” (Hebreus 2:14 e 15). De facto, até ao confronto, na Terra, entre Cristo e Satanás, os seres inteligentes do Universo ainda não tinham compreendido perfeitamente qual a natureza moral de Satanás e dos princípios egoístas de governo que ele propunha. Pela Sua morte violenta às mãos de Satanás, o Filho de Deus revelou ao Universo a verdadeira natureza do Mal incarnado pelo querubim caído. Toda a hoste angélica que se tinha mantido fiel a Deus e todos os mundos não caídos puderam constatar que
os princípios imorais que Satanás propunha eram contrários à felicidade geral dos seres inteligentes do Universo e conduziam à violência, à dor e à morte. O caráter malévolo do diabo foi completamente exposto perante o Universo ao morrer Jesus na cruz. Satanás recebeu então a sua sentença de morte e foi desapossado do domínio da Terra. Como disse Jesus: “É agora o julgamento deste mundo, agora o príncipe deste mundo será lançado fora; e, quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (João 12:31 e 32). Presentemente, o conflito entre as forças leais a Jesus e as hostes fiéis a Satanás continua. No entanto, o diabo é um adversário derrotado e condenado à morte. O fim do grande conflito entre Cristo e Satanás avizinha-se. Deus já nos fez saber como terminará este conflito. “Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto de sua prisão e sairá para seduzir as nações dos quatro cantos da terra, Gog e Magog, reunindo-as para o combate; seu número é como a areia do mar. (…). Subiram sobre a superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos e a Cidade amada; mas um fogo desceu do céu e os devorou. O Diabo que os seduzira foi então lançado no lago de fogo e enxofre, onde já se achavam a besta e o falso profeta” (Apocalipse 20:7-10). Sendo lançado no lago de fogo e enxofre, Satanás será finalmente destruído. Serão destruídos juntamente com ele todos os seus anjos e todos os seres humanos que rejeitaram o Plano da Salvação e se colocaram do lado da rebelião. O fim de Satanás tinha já sido predito pelo profeta Ezequiel. Este escrevera: “Em virtude da tua grande iniquidade, por causa da desonestidade do teu comércio, profanaste os teus santuários. Assim fiz sair fogo do meio de ti, um fogo que te devorasse. Reduzi-te a cinzas sobre a terra, aos olhos de todos os que te contemplam. Todos os que te conhecem dentre os povos estão apavorados por causa de ti. Um motivo de espanto te tornaste e deixas-te de existir para sempre” (Ezequiel 28:18 e 19). Uma solução para o problema do Mal Ao sobrevoarmos as principais cenas do grande conflito entre Cristo e Satanás, obtivemos conhecimentos que nos permitem responder a algumas das perguntas que formulámos inicialmente. Ficou esclarecido por que razão existe o Mal no Planeta que habi-
tamos. Satanás é a causa primeira do Mal. O Mal teve a sua origem na revolta do querubim caído contra o governo moral de Deus. Há dois tipos de Mal existentes na Terra: o Mal moral e o Mal natural. O Mal moral é o desrespeito pela lei moral de Deus por parte de seres inteligentes livres. Mentir ou roubar são males morais. O Mal natural é o sofrimento e a morte infligidos por causas naturais a seres sencientes, isto é, capazes de sentir dor. O sofrimento causado a um ser humano ou a um animal por uma queimadura resultante de um incêndio florestal desencadeado por um relâmpago é um mal natural. Também é um mal natural a dor e a morte causadas por um predador à sua vítima, seja ela um animal ou um ser humano. Ora, quando a Terra foi criada por Deus, não havia nela nem Mal moral, nem Mal natural. Adão e Eva eram seres morais em perfeita consonância com a lei moral de Deus, e a dor e a morte não existiam no mundo natural, pois não havia predação ou parasitação de uns seres vivos por outros. Foi a partir da Queda do Homem que o mal moral se tornou numa realidade entre os seres humanos. Foi também a partir desse evento que surgiu na Terra o Mal natural. O livro de Génesis diz claramente que a Terra, com todos os seres vivos que nela habitavam, tornou-se maldita por causa da Queda moral da Humanidade. De facto, Deus disse a Adão: “Porquanto deste ouvidos à voz da tua mulher e comeste da árvore que te ordenei, dizendo: Não comerás dela: maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela, todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá” (Génesis 3:17 e 18). Portanto, o Mal natural que nós observamos no nosso Planeta resultou da errada escolha moral dos pais da Humanidade. A origem do Mal natural explica-se pela existência prévia do Mal moral. Ora, por sua vez, o Mal moral tem a sua raiz no uso errado do livre arbítrio das criaturas inteligentes. Foi porque foram criados como seres dotados de livre arbítrio que Adão e Eva puderam seguir as sugestões de Satanás e desobedecer à ordem e à lei moral de Deus. No entanto, Deus não podia deixar de dotar os seres inteligentes e conscientes que criou com verdadeira liberdade de escolha moral. Porquê? Porque a liberdade é necessária para existir verdadeiro amor. O amor só existe, de facto, quando aquele que ama tem o poder de escolher
QUANDO A TERRA FOI CRIADA POR DEUS, NÃO HAVIA NELA NEM MAL MORAL, NEM MAL NATURAL.
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ESTE GRANDE CONFLITO DECORREU DURANTE MILÉNIOS, ATÉ QUE, FINALMENTE, JESUS CRISTO NASCEU EM BELÉM.
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amar ou não amar. Dado que Deus é amor (I João 4:7, 16), Ele quis criar um Universo em que as suas criaturas inteligentes sentissem amor, isto é, em que pudessem amar-se entre si e pudessem também responder com amor ao amor de Deus. Tal só seria possível, se essas criaturas inteligentes fossem seres morais dotados de verdadeira liberdade de escolha. Portanto, para criar um Universo onde existisse o amor, Deus teve que correr o risco de que alguma das Suas criaturas inteligentes pudesse fazer uma escolha moral errada, dando origem ao Mal moral. Foi assim que a Humanidade caiu no pecado. Mas, se remontarmos na história do Grande Conflito, vemos que a origem do Mal moral não partiu da escolha moral errada de Adão e Eva. Estes foram seduzidos para o Mal por Satanás, o querubim caído. Na verdade, a existência do Mal moral no Universo tem a sua raiz na revolta de Lúcifer. Foi a perversão da sua própria vontade livre, motivada pelo orgulho, pela ambição e pela inveja, que levou Lúcifer à perversão moral. Lúcifer foi o criador do Mal moral. Podemos perguntar: Porque permitiu Deus que Lúcifer pecasse, ao lhe conferir o livre arbítrio? Pelas razões que apresentámos, Deus teve que criar as Suas criaturas inteligentes com o dom do livre arbítrio. Ele não é o responsável pela perversão desse dom realizada por Lúcifer. O próprio Lúcifer é o responsável. Pode-se, então, perguntar: Por que razão Deus não destruiu Lúcifer, quando este começou a sua revolta no Céu? A resposta é muito simples. Se Deus tivesse destruído Lúcifer quando ele começou a espalhar a sua revolta entre os seres inteligentes do Universo, o problema do Mal não seria resolvido. Sem compreenderem adequadamente a natureza malévola do pecado de Lúcifer, os seres inteligentes do Universo não poderiam perceber o amor de Deus no ato de destruição do anjo rebelde. Perante a destruição imediata de Lúcifer, todos os seres inteligentes deixariam de crer que Deus é amor e passariam a servir Deus por medo e não por amor. Se Deus tivesse destruído Lúcifer logo após os primeiros sinais de revolta, Ele teria também destruído a confiança e o amor que os restantes seres inteligentes do Universo Lhe devotavam. O Universo deixaria de ser regido pela lei do amor. Deus teria sido derrotado por Lúcifer. Mas, pode-se ainda perguntar: Então, por-
que criou Deus Lúcifer, se sabia que ele iria dar origem ao Mal no Universo? De facto, pode-se argumentar que, sendo omnisciente e conhecendo o fim desde o princípio, Deus poderia não ter criado Lúcifer. Deste modo, teria evitado que o Mal moral surgisse no Universo que criara. A resposta a esta questão encontra-se na própria natureza do risco que Deus teve de correr ao criar seres inteligentes dotados de liberdade moral. A criação de tais seres comportava sempre o risco de um desses seres escolher desobedecer à lei moral de Deus e realizar o Mal. Deus sabia que o Mal moral surgiria no Seu Universo, devido à liberdade de escolha concedida às criaturas inteligentes. No decurso de milhões e milhões de anos de existência do Universo, o Mal radicado na perversão do livre arbítrio acabaria por surgir. Lúcifer foi apenas o primeiro ser criado a perverter a sua livre vontade e a escolher o Mal. Se ele não tivesse sido criado, o Mal moral teria, provavelmente, surgido, mais cedo ou mais tarde, noutra criatura inteligente. Assim, Deus criou Lúcifer e permitiu que ele pervertesse a sua própria vontade livre, porque queria resolver definitivamente o problema da possibilidade de origem do pecado no Universo. Ao permitir o surgimento do Mal moral e ao criar uma solução para ele, instituindo o Plano da Salvação centrado na cruz de Cristo, Deus “vacinou” de uma vez por todas o Seu Universo contra a possibilidade de surgimento recorrente do Mal. Quando o Grande Conflito acabar e Satanás for finalmente destruído, todas as inumeráveis criaturas inteligentes do Universo terão compreendido quão terrível é o Mal moral exemplificado na existência e nos princípios de governo de Satanás. Todo o Universo inteligente terá compreendido quão horrendo e destrutivo é o Mal moral. Nunca mais ser inteligente algum escolherá desobedecer à lei moral de Deus, a lei do amor. O Universo terá sido “vacinado” contra o Mal moral por toda a eternidade. Assim, Deus permitiu – contra a Sua vontade – que surgisse na mente de Lúcifer o Mal moral para obter um bem incomensuravelmente maior: a segurança eterna do Universo. Podemos agora responder brevemente à questão que pergunta pela razão do sofrimento humano. Por que razão sofrem pessoas inocentes, justas e boas? A resposta a
esta questão deve também ser encontrada no quadro do grande conflito entre o Bem e o Mal. Os seres humanos estão envolvidos numa guerra espiritual com efeitos bem reais. Embora Deus proteja aqueles que Lhe são fiéis, Ele permite por vezes que sobrevenham provas. Estas provas não são causadas por Deus, mas sim pela ação direta de Satanás ou, muitas vezes, pelo funcionamento geral das leis naturais que regem o ecossistema pervertido do nosso Planeta. O que nós sabemos é que não temos o conhecimento necessário para compreender globalmente todos os desígnios de Deus para a nossa vida. Tomemos por exemplo a morte de Cristo. Jesus era um ser humano inocente, justo e bom. Ele não tinha pecado. Ele era o Filho de Deus. No entanto, sofreu uma morte violenta às mãos de homens influenciados por Satanás. O próprio Cristo teve que suportar a angústia de Se sentir abandonado por Deus, a ponto de exclamar: “Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste?” (Mateus 27:46). No entanto, Deus não tinha abandonado Jesus na cruz. Deus tinha permitido que tal morte sucedesse ao Seu Filho, porque desse mal resultaria um bem incomensuravelmente superior: a salvação da Humanidade e a destruição de Satanás. O mesmo se passa com o sofrimento dos leais filhos de Deus, que procuram ser justos e bons num mundo pervertido e mau. Do seu sofrimento resultarão sempre efeitos positivos para a vida espiritual daquele que sofre ou daqueles que estão ao seu redor. Portanto, temos que confiar nos desígnios de Deus para nós e no Seu profundo amor por nós, como Jesus confiou. No final do Grande Conflito, tudo será esclarecido. Deus determinou que teremos 1000 anos para vermos respondidas todas as nossas perguntas existenciais e para compreendermos perfeitamente os Seus desígnios. Então ficaremos satisfeitos com as respostas de Deus. Chegaremos à conclusão de que o modo como Deus conduziu providencialmente a nossa vida é precisamente o modo que nós mesmos teríamos escolhido, caso pudéssemos dispor do Seu conhecimento perfeito para nos guiar. Conclusão Quando o teólogo Bernard Travaieille estudava numa das faculdades de Teologia dos Estados Unidos da América, costuma-
va jogar basquetebol com os amigos num ginásio que pertencia a uma escola das vizinhanças. Eles conheciam o contínuo, um homem idoso amigável. Este deixava os jovens estudantes de Teologia jogar à vontade, aguardando que eles terminassem o jogo para então fechar a escola. Um dia, Bernard reparou que o contínuo estava a ler a Bíblia. Na verdade, ele descobriu que o velho homem estava a ler o livro de Apocalipse. Bernard ficou surpreendido. O Apocalipse é um livro difícil de interpretar até mesmo para os estudiosos especializados na Bíblia. Assim, nesse dia, Bernard aproximou-se do velho contínuo e perguntou-lhe: “O senhor entende o livro que está a ler?” “Oh, sim, eu entendo-o bem”, respondeu o contínuo. Esta resposta deixou Bernard intrigado. O Apocalipse era um livro que desconcertava os eruditos da Bíblia, sendo o foco das maiores teorias da conspiração inventadas pelos homens, e aquele velho homem, um contínuo com uma educação escolar restrita, afirmava tranquilamente que o entendia bem! Assim, Bernard repetiu a pergunta: “O Senhor entende o Apocalipse?! Qual é então o seu significado?” O homem olhou para o rosto do jovem Bernard, estudante de Teologia, e disse tranquilamente: “O seu significado é que Jesus vai ganhar!” É verdade, Jesus vai ganhar! Este é o desfecho já decidido do grande conflito entre Cristo e Satanás. A nós cabe usar o nosso livre arbítrio para tomarmos uma decisão. A decisão mais importante da nossa vida. Colocar-nos-emos sob a bandeira ensanguentada de Jesus Cristo ou ficaremos sob a bandeira negra de Satanás? Seremos discípulos de Jesus ou seguiremos Lúcifer? Está no nosso poder tomar uma decisão, pois somos seres morais livres. Cabe-nos tomar essa decisão o mais rapidamente que pudermos, já que a vida não nos pertence e podemos perdê-la a qualquer momento. Deus convida-nos a alcançarmos o triunfo sobre o Mal ao lado de Jesus e, assim, convida-nos a obtermos a vida eterna. Satanás procurará manter-nos do seu lado, usando todas as artimanhas que puder. Mas, em última instância, a decisão é nossa. Amigo, escolha hoje mesmo colocar-se ao lado de Jesus e terminará o Grande Conflito vitorioso e feliz! Paulo Lima
TODO O UNIVERSO INTELIGENTE TERÁ COMPREENDIDO QUÃO HORRENDO E DESTRUTIVO É O MAL MORAL. NUNCA MAIS SER INTELIGENTE ALGUM ESCOLHERÁ DESOBEDECER À LEI MORAL DE DEUS, A LEI DO AMOR.
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TEMÁTICA
O terrorista do Apocalipse
11 MARK FINLEY
O APOCALIPSE FALA-NOS DE UM TERRORISTA QUE ESTÁ PARA ALÉM DE QUALQUER COISA QUE NÓS, SERES HUMANOS, POSSAMOS IMAGINAR.
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SINAIS DOS TEMPOS
de setembro de 2001 poderia ser apropriadamente chamado “A terça-feira negra”, pois nesse dia 3017 pessoas morreram em Nova Iorque, Washington, DC, e num descampado perto de Shanksville, Pennsylvania. Elas foram vítimas de um ataque terrorista da Al Qaeda contra os Estados Unidos da América. Bin Laden reclamou alegremente a responsabilidade pelo ataque. Antes de 11 de setembro de 2001, o seu nome era apenas conhecido dos governos e dos seus serviços secretos ao redor do mundo. Hoje é difícil encontrar um ser humano que não tenha ouvido falar dele. Algumas pessoas do mundo muçulmano louvam-no, mas a maior parte do mundo detesta-o. A ambição de Bin Laden era do conhecimento público: A sua missão consistia em impor a supremacia da sua religião ao mundo. No entanto, Bin Laden não é o primeiro terrorista com essa ambição. O Apocalipse fala-nos de um terrorista que está para além de qualquer coisa que nós, seres humanos, possamos imaginar. Este terrorista é muito importante, porque ele não se limitou a atacar seres humanos. O seu primeiro ataque terrorista ocorreu junto do trono de Deus, num lugar distante do Universo chamado “Céu”. No entanto, você e eu estamos envolvidos, quer estejamos ou não cientes disso. O livro da Bíblia intitulado Apocalipse conta-nos acerca deste primeiro ataque terrorista. Felizmente, Deus ganhou a primeira ronda. “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a
antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Apocalipse 12:7-9). Satanás foi o primeiro terrorista do Universo. Ele e os seus companheiros terroristas – os anjos caídos – têm passado os últimos milhares de anos a promoverem o caos no nosso Planeta. Uma batalha pelo trono Mas regressemos à primeira batalha no Céu. O que estava Satanás e os seus anjos a fazer no Céu? A Bíblia dá-nos suficiente informação, pelo que podemos definir uma espécie de “pré-história” de Satanás. Ezequiel registou o que Deus disse sobre o rei de Tiro. Nessa profecia vemos que Deus estava também a falar acerca de uma outra entidade – o rei representava um anjo: “Tu eras o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. […] Tu eras o querubim ungido para proteger. […] Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti” (Ezequiel 28:12-15). No templo judeu, os querubins protetores, representando os anjos, estavam postados sobre o propiciatório da arca da aliança, que representava o trono de Deus. Pelo que o anjo de que Ezequiel fala tinha um lugar especial perto do trono de Deus. Mas alguma coisa aconteceu a este maravilhoso anjo. “Achou-se iniquidade” nele. Ezequiel escreveu: “Elevou-se o teu coração, por causa da tua formosura” (Ezequiel 28:17). Como é que este anjo ultrapassou a fronteira de um justo senso de autoestima até chegar a cair na “iniquidade”? Como é que ele se tornou no terrorista supremo?
Numa profecia semelhante à de Ezequiel, Isaías escreveu sobre um ser chamado Lúcifer que caiu do Céu: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; […] serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:13 e 14). Lúcifer desenvolveu uma má atitude. Estar junto do trono de Deus não era suficiente. Ele queria ter um trono “acima das estrelas de Deus”. Ele queria ser tão poderoso como o Altíssimo. Ele queria ter a autoridade do Altíssimo. Foi assim que este anjo começou a sua trágica queda. O apóstolo João diz-nos que Deus é amor (cf. I João 4:7-10). Esse é o fundamento do Seu governo. O amor cercava Lúcifer, mas ele afastou-se dele. A mente perturbada deste terrorista começou a imaginar que Deus era o inimigo e começou a pensar que podia governar o Universo tão bem como Deus. Tente imaginar a perturbação que Lúcifer deve ter causado no Céu. Este anjo brilhante, este querubim protetor, começa a fazer observações: “Porque tem Deus de ter toda a glória? Por que razão os seres criados têm de obedecer a Deus? Talvez haja uma alternativa. Talvez haja leis melhores para regerem o Universo.” Aparentemente, Lúcifer persuadiu um terço dos anjos a juntarem-se à sua rebelião (cf. Apocalipse 12:4). Como deveria Deus reagir? Deveria Ele destruir Lúcifer e os outros rebeldes antes que o mal tivesse possibilidade de se espalhar? Pense nas consequências que isso teria para todos os anjos que estavam a observar o início do conflito entre Lúcifer e Deus. Quando Satanás desafiou Deus, ele pôs em questão a reputação e a credibilidade de Deus. Se Deus tivesse erradicado a oposição, isso não teria respondido adequadamente ao desafio de Lúcifer. Isso teria apenas feito de Deus o maior dos terroristas. De facto, Deus escolheu um plano de ação mais sábio. Ele escolheu permitir que o pecado exista no Universo durante algum tempo. Só quando ficar plenamente demonstrado que a rebelião contra Deus traz a desgraça, e não a felicidade, dos seres criados é que Deus irá destruir todo o Mal. Lúcifer, isto é, Satanás, perdeu a guerra no Céu, mas ganhou o controlo da Terra ao tentar Adão e Eva a seguirem os seus caminhos de rebelião (veja Apocalipse 12:9; Génesis 3:1-6). Deus permitiu que Satanás erigisse o seu sistema de governo alternativo na Ter-
ra, para que todo o Universo pudesse ver o que acontece num mundo governado pelo egoísmo e pelo ódio. No início da rebelião, ninguém, a não ser Deus, sabia quanto sofrimento o governo alternativo de Satanás iria criar. Os seres humanos – e todo o Universo – tinham que constatar os factos. Tínhamos de ficar a saber com toda a certeza que o governo de Deus é o melhor, porque essa seria a única forma de Deus poder resolver o problema do mal de uma vez por todas. Deus quer que todas as questões sejam respondidas e que todas as dúvidas sejam esclarecidas. O terrorismo age coercivamente sobre as pessoas utilizando o medo. Mas o amor recusa-se a usar força coerciva, porque o amor é o oposto do medo (cf. I João 4:18). O amor deixa as pessoas constarem por si mesmas e decidirem por si mesmas. Deus quer que O amemos por aquilo que Ele é, e isso só pode acontecer, se tivermos a possibilidade de escolher livremente. Como terminará A guerra que começou no Céu prossegue no coração humano. É um conflito que alcança o seu coração. As forças do Bem e as hostes do Mal estão a degladiar-se na sua vida. Haverá um momento em que todos nós teremos de fazer a escolha decisiva e decidir a quem vamos conceder a nossa fidelidade. É uma escolha que nos afetará por toda a eternidade. Temos de escolher entre o ódio e o amor, entre o orgulho e a humildade, entre o egoísmo e a obediência a Deus. Mas há boas notícias. O grande terrorista do Universo vai em breve encontrar o seu fim – um fim permanente. Podemos ter a certeza de que a sua longa guerra contra Deus fracassará. O Apocalipse revela qual será esse fim: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre” (Apocalipse 20:10). Uma profecia anterior retrata Deus a dizer sobre Satanás: “Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, […] em grande espanto te tornaste e nunca mais serás, para sempre” (Ezequiel 28:18 e 19). Este é o destino que aguarda o terrorista do Apocalipse. Ele será totalmente destruído. Depois, Deus criará um mundo novo, que estará livre do terror e será cheio de paz e harmonia por toda a eternidade.
SÓ QUANDO FICAR PLENAMENTE DEMONSTRADO QUE A REBELIÃO CONTRA DEUS TRAZ A DESGRAÇA, E NÃO A FELICIDADE, DOS SERES CRIADOS É QUE DEUS IRÁ DESTRUIR TODO O MAL.
Mark Finley
J A N E I R O · F E V E R E I R O · M A R Ç O 2016
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VIDA CRISTÃ
Como viver uma vida longa e feliz
Q CHARLES MILLS
O QUE FAZEMOS A NÓS MESMOS AFETA NÃO APENAS A NOSSA MENTE E O NOSSO CORPO, MAS TAMBÉM OS NOSSOS GENES.
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SINAIS DOS TEMPOS
uando Hulda Crooks chegou aos 66 anos, decidiu alargar os seus horizontes adotando um novo hobby: escalar montanhas. Ela comprou um par de botas de campo, escolheu uma mochila robusta, investiu num bom par de bastões de caminhada e começou a estudar mapas topográficos. Durante os 25 anos seguintes, ela escalou alguns dos mais altos picos da América do Norte e até viu um belo nascer do Sol a partir do Monte Fuji, no Japão. Quando morreu, aos 101 anos, a “Avozinha Whitney”, como era afetuosamente chamada, tinha escalado 23 vezes o Monte Whitney, na Califórnia, que tem uma altura de 4400 metros. Por um ato legislativo do Congresso, um dos picos que se erguem no topo daquele Monte foi rebatizado “Pico de Crooks”. Jerry Lewis, deputado pela Califórnia e companheiro de escalada de Hulda Crooks, disse: “Nenhuma montanha era alta de mais para esta gentil gigante. Com um brilho nos olhos e com um propósito nos seus passos, a “Avozinha Whitney” mostrou ao mundo que a saúde mental, física e espiritual é alcançável em qualquer idade.” Em novembro de 2005, a revista National Geographic publicou um importante artigo da autoria do jornalista Dan Buettner sobre a longevidade. Ele, juntamente com várias equipas de cientistas, cruzaram o Globo em busca de pessoas que gozassem de vidas longas e felizes. Descobriram grupos deste tipo de pessoas a viver em lugares tão diversos como Okinawa, no Japão; Sardenha, na Itália; e Loma Linda, na Califórnia. Há uma percentagem maior de centenários entre os residentes nestes locais do que no resto do mundo. Estes centenários também sofrem apenas uma fração das
doenças que matam habitualmente as pessoas de outras partes do mundo desenvolvido e eles gozam de mais anos de vida saudável do que quaisquer outros seres humanos. Hulda Crooks vivia em Loma Linda. Eu tive o privilégio de entrevistar Buettner na Rádio pouco tempo depois do seu artigo ter sido publicado. Quando o contactei pelo telemóvel para o convidar para o programa, ele estava em Okinawa, caminhando por uma horta durante as primeiras horas da manhã e observando centenários a fazer o trabalho de homens e mulheres com metade da sua idade. “A idade não é um impedimento aqui”, disse-me ele. “Estas pessoas saúdam-me cada manhã com um sorriso.” Por que razão algumas pessoas vivem vidas longas e felizes, enquanto outras têm de lutar contra a depressão, dores e mazelas e contra os efeitos colaterais debilitantes dos medicamentos? Gerações Em primeiro lugar, quando se trata da saúde e da longevidade, não há garantias, apenas graus de gestão do risco. Afinal, estamos 6000 anos afastados das mãos do Criador. Estamos a lidar não apenas com um meio ambiente perturbado, mas também com as escolhas pouco saudáveis dos nossos antepassados. Um campo científico emergente chamado “Epigenética” ilumina algumas realidades surpreendentes. O que fazemos a nós mesmos afeta não apenas a nossa mente e o nosso corpo, mas também os nossos genes. Os nossos maus hábitos realmente alteram o código ADN que rege a nossa capacidade para combater a doença e desfrutar de vidas longas e saudáveis. Esta alteração é transmitida ao longo de, pelo
menos, três gerações. Por outras palavras, nós estamos a criar o cenário para o modo como os nossos bisnetos irão experimentar os obstáculos à saúde que nós enfrentamos. Mas a Epigenética está também a revelar boas notícias. Modificar os nossos hábitos, abandonar os hábitos nocivos e adotar hábitos saudáveis também pode alterar o nosso ADN na mesma direção, vencendo a predisposição genética. Um homem que sofra de uma tendência para abusar do álcool – uma tendência que lhe foi transmitida por um pai ou um avô – tem de esforçar-se mais para evitar cair nesse hábito do que um homem cujos pais nunca tenham tocado em álcool. O código destrutivo está lá, mas se nunca lhe for dada a oportunidade de se expressar na vida do referido homem (isto é, se esse homem nunca beber), o ADN que ele transmitir aos seus filhos será menos pressionante nessa área. Finalmente, após algumas gerações de genes “não expressos”, a referida predisposição desaparece. Este sistema de expressão dos genes também está em jogo noutras tendências herdadas, como doenças de coração, doenças mentais, diabetes ou longevidade. É isso mesmo! O simples facto de os seus pais, os seus avós e os seus bisavós terem morrido de ataque cardíaco aos 60 anos não significa que você tem de morrer do mesmo. E, ao contrário, apenas porque os seus antepassados viveram até aos 100 anos não significa que você também viverá. Há algo mais em jogo do que apenas a ação dos genes. A comida da felicidade A grande maioria das pessoas que vive vidas longas também vive vidas felizes. Isto é verdade em Okinawa, na Sardenha ou em Loma Linda. Como Hulda Crooks, os centenários tendem a encarar cada dia com um otimismo que não existe na vida de outras pessoas mais jovens. Isto conduz-nos à questão: “Eles são felizes, porque são idosos, ou são idosos, porque são felizes?” A resposta reside numa verdade bem conhecida, mas frequentemente ignorada: é muito difícil ser feliz e doente ao mesmo tempo. Pense nisso. Quão alegre se sente, quando o estômago, as articulações ou a cabeça lhe doem? Quão otimista se sente, quando está a combater os efeitos debilitantes da diabetes, da doença do coração ou da obesidade? Uma das primeiras baixas da doença é o nosso sentimento de bem-estar.
Eu perguntei recentemente a amigos numa rede social qual seria, no seu entender, o segredo da longevidade. Recebi vários comentários, tais como: “fazer o trabalho de que se gosta” ou “manter baixos os níveis de stress”. Ninguém mencionou a comida. Mas os alimentos que nós comemos determinam diretamente o grau de saúde de que gozamos. E a saúde está necessariamente ligada ao grau de felicidade que experimentamos. Aqueles que vivem mais anos na Terra partilham não apenas um elevado grau de felicidade, mas também um menu comum. Todos seguem tendencialmente uma dieta baseada em comida integral e vegetal; este tipo de nutrição vegetariana protege-os das doenças do estilo de vida e mantém o seu sistema imunológico a funcionar adequadamente. Quanto mais saudável for, mais feliz será. A saúde e a felicidade prolongam a vida. É realmente assim. Ao regressarmos à dieta saudável que combate as doenças e que foi destinada à Humanidade por Deus (veja Génesis 1:29), nós estamos a preparar-nos não apenas para termos uma vida longa, mas também uma vida feliz. Gozar dos efeitos salutares de pensamentos positivos, de ações amorosas e de um espírito perdoador é possível apenas quando nos abastecemos com uma dieta nutritiva e saudável. Quer viver uma vida longa e feliz? Tudo começa com o que introduz no seu corpo. Depois disso, as oportunidades são infinitas. Duvida? Pergunte aos centenários em Okinawa, na Sardenha e em Loma Linda. Encontrará muitos deles fora de casa, a trabalharem nas suas hortas.
MAS OS ALIMENTOS QUE NÓS COMEMOS DETERMINAM DIRETAMENTE O GRAU DE SAÚDE DE QUE GOZAMOS.
Charles Mills J A N E I R O · F E V E R E I R O · M A R Ç O 2016
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BÍBLIA
Como é realmente a Nova Terra? DOUG BATCHELOR
FELIZMENTE, DEUS TEM UMA
BIOSFERA 2 MUITO MELHOR PLANEADA PARA O NOSSO FUTURO. VEJAMOS O QUE ELE NOS DISSE ACERCA DELA.
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SINAIS DOS TEMPOS
J
á ouviu falar da Biosfera 2? É uma avançada estufa erigida num hectare e meio de terreno no deserto do Arizona. Este meio ambiente enorme, selado e computorizado, foi planeado para ser uma versão em miniatura da Biosfera 1, a que vulgarmente chamamos “Terra”. Terminada de construir em 1991, com um custo de 150 milhões de dólares, a Biosfera 2 tem cinco ecossistemas diferentes, que vão desde a floresta tropical ao deserto, e foi preenchida com milhares de espécies de plantas e animais. Oito cientistas, chamados Biosferianos, deveriam supostamente aprender a viver nesta Biosfera, fisicamente isolada do mundo exterior, sendo-lhes possível comunicar apenas por telefone ou e-mail. Os criadores da Biosfera 2 tinham a ambição de que os seres humanos seriam, assim, capazes de criar um ambiente perfeito e autossustentável. Mas o projeto deparou-se com complicações ambientais e humanas imprevistas, que exigiram uma intervenção a partir do exterior. Os níveis de oxigénio baixaram tanto que teve que ser introduzido com urgência, no complexo, oxigénio vindo do exterior. E a safra dos alimentos cultivados foi tão pobre que foi necessário complementá-la com produtos vindos de fora. Algumas das espécies animais extinguiram-se, mas um certo tipo de formiga prosperou de tal forma que foi necessário ajuda do exterior para exterminar este inseto específico. Assim, esta ideia
orgulhosa de o Homem conseguir construir uma utopia ecossistémica na Terra tornou-se numa verdadeira anedota. Felizmente, Deus tem uma Biosfera 2 muito melhor planeada para o nosso futuro. Vejamos o que Ele nos disse acerca dela. Um novo mundo O que dizer da Nova Terra? João, o revelador, viu “um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram”. Ele também viu “a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Apocalipse 21:2). O nome “Jerusalém” significa “cidade da paz”. A Jerusalém desta Terra, hoje, é tudo menos uma cidade de paz. Três grandes religiões – Judaísmo, Cristianismo e Islamismo – reclamam-na como cidade santa, fazendo dela a região mais disputada do mundo. Os muros de Jerusalém estão marcados por buracos de balas! Mas a Nova Jerusalém de Deus será, verdadeiramente, uma cidade de paz. Comida e água perfeitas Uma das coisas que sabemos é que esta cidade celestial terá um abastecimento de água absolutamente perfeito. João disse que o seu anjo guia mostrou-lhe “o rio puro da água da vida” (Apocalipse 22:1). No mundo de hoje temos de adicionar químicos à água para matar as bactérias, de modo a que as
pessoas não fiquem doentes. Isso não será necessário na Nova Jerusalém de Deus. O Apocalipse também diz que “de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês; e as folhas são para a saúde das nações” (Apocalipse 22:2). Este versículo não significa que as pessoas ficarão doentes e se servirão das folhas como remédio natural. Eu penso que a saúde aqui referida é a saúde espiritual. Quando nos reunirmos como uma só família sob a árvore da vida, as nossas divisões serão curadas. Seremos um povo unido. Saúde perfeita Isaías dá-nos outra descrição da Nova Terra de Deus: “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará” (Isaías 35:5 e 6). Os cegos verão, os surdos ouvirão, e os inválidos caminharão! João acrescenta que “não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). Na Nova Terra não haverá necessidade de médicos, hospitais ou casas funerárias! O que faremos na Nova Terra que Jesus irá preparar para nós? Isaías também nos dá sobre isso uma antevisão: “E edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas e comerão o seu fruto” (Isaías 65:21). Os leitores de Isaías achariam que estas são boas-novas. Naquela época, nações inimigas ou tribos aguerridas podiam invadir o país a qualquer momento e tomar posse da casa que você tivesse construído ou do pomar e da fazenda que tivesse cultivado. Nesse caso, outra pessoa viveria na casa que lhe tinha dado tanto trabalho a construir e comeria do fruto que lhe tinha custado tanto a cultivar. Neste contexto, a promessa de Isaías é significativa: “Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam” (Isaías 65:22). Mesmo hoje, outras pessoas gozam do fruto do nosso trabalho: As nossas casas são herdadas pelos nossos filhos ou netos quando morremos. Assim, outra pessoa chega a viver na casa que nos custou tanto a construir. Mas isto não acontecerá no novo mundo de Deus! Se tiver construído a sua casa, viverá nela! Se tiver plantado a sua vinha, comerá do seu fruto!
Corpos perfeitos As pessoas têm muitas noções falsas sobre a vida eterna. Algumas pessoas acreditam que, quando morrem, se não forem para o inferno, transformar-se-ão em anjinhos que se sentam nas nuvens e tocam harpa durante todo o dia. Elas não compreendem que, na vida eterna, teremos corpos reais e participaremos em atividades reais. A Bíblia diz que, quando Jesus vier, Ele “transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso” (Filipenses 3:21). Ora, como é o corpo de Jesus hoje? Quando Ele ressurgiu de entre os mortos, Ele entrou num quarto fechado onde estavam reunidos os Seus discípulos. Eles tinham a certeza de que Ele era um fantasma, pelo que Ele disse-lhes: “Olhai para as minhas mãos e para os meus pés. Sou eu!” Ele convidou-os a tocarem-Lhe, quando disse: “Um fantasma não tem carne e osso, como vocês veem que eu tenho.” Depois, para enfatizar o facto de que Ele era real, disse: “Têm alguma coisa para comer?” Alguém Lhe deu um pouco de peixe e Ele comeu-o perante eles (Lucas 24:39-41). Jesus queria que eles soubessem que Ele tinha um corpo físico real. Portanto, este é o tipo de corpo que Jesus tem hoje, e a Bíblia diz que, na Nova Terra, o nosso corpo será “semelhante ao seu corpo glorioso.” Você estará lá? Pouco tempo antes de deixar a Terra, Jesus disse aos Seus discípulos que Ele os deixava para lhes ir preparar um lugar. Então, Ele prometeu: “E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós, também” (João 14:3). Eu quero estar com Jesus naquela perfeita biosfera onde não há doença nem morte, onde não há poluição, e onde nenhum terrorista me pode atemorizar. E você? Se a sua resposta é “Sim, eu também quero!”, então há uma pergunta fundamental que deve fazer a si mesmo: O que é necessário para se estar na Nova Terra? Na verdade, é muito simples. Aceite Jesus como o seu Salvador do poder do pecado. Diga-Lhe que O quer servir como cidadão do Seu novo mundo. Ele fará tudo o que for necessário para que você esteja lá!
ACEITE JESUS COMO O SEU SALVADOR DO PODER DO PECADO. DIGA-LHE QUE O QUER SERVIR COMO CIDADÃO DO SEU NOVO MUNDO.
Doug Batchelor
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A BÍBLIA ENSINA
A origem do Mal no Céu
A rebelião de Lúcifer contra Deus 1. Quem foi o primeiro ser a pecar, dando origem ao Mal no Universo? “Aquele que comete pecado é do diabo, porque o diabo é pecador desde o princípio” (I João 3:8a). 2. Como era Lúcifer antes de ter pecado e se ter transformado em Satanás? “A palavra de Iahweh me foi dirigida nestes termos: Filho do homem, pronuncia um lamento contra o rei de Tiro e diz: Assim diz o Senhor Iahweh: Tu eras um modelo de perfeição, cheio de sabedoria, de uma beleza perfeita. Estavas no Éden, jardim de Deus. Engalanavas-te com toda a sorte de pedras preciosas: rubi, topázio, diamante, crisólito, cornalina, jaspe, lazulita, turquesa, berilo; de ouro eram feitos os teus pingentes e as tuas lantejoulas. Todas essas coisas foram preparadas nos dias em que foste criado. Fiz de ti o querubim protetor de asas abertas; estavas no monte santo de Deus e movias-te por entre pedras de fogo. Desde o dia da tua criação foste íntegro em todos os teus caminhos até ao dia em que se achou maldade em ti. Em virtude do teu comércio intenso te encheste de violência e caíste em pecado” (Ezequiel 28:11-16). 3. Que motivos estiveram na origem da rebelião pecaminosa de Lúcifer contra Deus? “Como caíste do céu, ó estrela da alva, filho da aurora! Como foste atirado à terra, vencedor das nações! E, no entanto, dizias no teu coração: Hei de subir até ao céu, acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono, estabelecer-me-ei na montanha da Assembleia, nos confins do norte. Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, foste precipitado no Sheol, nas profundezas do abismo” (Isaías 14:12-15). 4. O que aconteceu a Lúcifer após ter pecado contra Deus? “Então te lancei do monte de Deus como um profano e te exterminei, ó querubim protetor, de entre as 18
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pedras de fogo. Perverteste a tua sabedoria por causa do teu esplendor. Assim te atirei por terra e fiz de ti um espetáculo à vista dos reis. Em virtude da tua grande iniquidade, por causa da desonestidade do teu comércio, profanaste os teus santuários” (Ezequiel 28:16-18). 5. Como descreve o apóstolo João, em símbolos, a expulsão do Céu de Satanás (o dragão) e dos anjos que o seguiram na sua rebelião? “Apareceu então outro sinal no céu: um grande dragão, cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e sobre as cabeças sete diademas; a sua cauda arrastava um terço das estrelas do céu, lançando-as para a terra” (Apocalipse 12:3 e 4). 6. Como descreveu Jesus, o eterno Filho de Deus, este mesmo acontecimento? “Ele lhes disse: Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago!” (Lucas 10:18). 7. Que pecados em especial cometeu Satanás desde que foi expulso do Céu? “Vós sois do diabo, vosso pai, e quereis realizar os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque nele não há verdade: quando ele mente, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). 8. Segundo Deus, qual será o fim de Satanás? “Em virtude da tua grande iniquidade, por causa da desonestidade do teu comércio, profanaste os teus santuários. Assim fiz sair fogo do meio de ti, um fogo que te devorasse. Todos os que te conhecem dentre os povos estão apavorados por causa de ti. Um motivo de espanto te tornaste e deixaste de existir para sempre” (Ezequiel 28:18 e 19).
LINHA ABERTA
Nunca mais! ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ
PERGUNTA: SERÁ QUE A REVOLTA E O PECADO VOLTARÃO A SURGIR NO UNIVERSO?
Fale connosco! Envie-nos as suas dúvidas e questões para: Rua da Serra, 1 – Sabugo 2715-398 Almargem do Bispo sinais@pservir.pt 20
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sta questão não é tão simples como parece. Se a resposta for “Não”, temos que lidar com a questão da liberdade das criaturas. Se a resposta for “Sim”, então temos de concluir que o sacrifício de Cristo não terá sido suficientemente poderoso para resolver o problema do pecado de uma vez por todas. O Universo existiria assim sob a sombra do possível surgimento de um outro conflito inevitável. Sob tais circunstâncias, seria a eternidade totalmente agradável para os seres inteligentes? Como resposta à pergunta inicial, tentarei mostrar duas coisas que podemos afirmar claramente e, baseada nestas, adicionarei um terceiro comentário. 1. O fim de Satanás, dos pecadores e do pecado. O originador do pecado não é eterno, nem o é o seu reino; eles chegarão ambos ao seu fim. Isto ocorrerá no momento do ataque final de Satanás contra Deus e contra o Seu povo, quando o fogo consumirá o diabo (Apoc. 20:7, 10). Este é um dos mais importantes eventos na resolução do conflito cósmico. O originador do pecado e da rebelião deixará de existir, sem deixar atrás de si um vácuo no Cosmos que tenha que ser preenchido por alguém. Devido à absoluta corrupção moral de Satanás, a sua presença no Universo é desnecessária. Logo que o inimigo seja apagado do Cosmos, os seus apoiantes – demónios e seres humanos rebeldes – não permanecerão como extensão da sua pessoa e do seu poder. Também eles serão aniquilados, não deixando para trás qualquer traço da sua existência e da sua corrupção. Os anjos caídos terão que enfrentar Deus como seu juiz no grande dia do juízo, e serão condenados à morte eterna (cf. Judas 6; II Pedro 2:4). A destruição dos homens ímpios também será radical e ocorrerá em conjunção com a destruição de Satanás e dos seus anjos caídos (Apoc. 20:7-15). Malaquias expressou bem esta ideia quando afirmou concisamente sobre os ímpios: “não lhes deixará nem raiz nem ramo” (4:1). Esta extrema cirurgia cósmica destruirá permanentemente a anomalia do pecado em toda a sua diversidade de expressões.
2. O reino eterno de Deus. Com a destruição do inimigo e das suas hostes, a soberania universal do reino de Deus é reestabelecida. É-nos dada uma visão de um novo mundo que exibe uma harmonia cósmica universal e inalterável. A erradicação do sofrimento e da morte é expressa de modos que excluem o seu reaparecimento (Apoc. 21:4). Os redimidos “nunca mais” deixarão o templo de Deus (Apoc. 3:12), “nunca mais” terão fome ou sede (Apoc. 7:16) e os seus nomes “nunca mais” serão removidos do livro da vida (Apoc. 3:5). Deus e o Cordeiro serão louvados “para todo o sempre” (Apoc. 5:13) e Cristo e o Seu povo “reinarão para todo o sempre (Apoc. 11:15; 22:5; cf. Dan. 7:14). A maldição não regressará (Apoc. 22:3; cf. Naum 1:9). Não há um único texto bíblico que sugira ou indicie que a nova Criação de Deus possa ser arruinada novamente pelo pecado. 3. A segurança está apenas na cruz. Esta é a minha sugestão: A cruz de Cristo vacinou o Cosmos contra o reaparecimento do pecado. A expiação resolveu o problema cósmico do pecado e é suficientemente poderosa para impedir que surja outro conflito cósmico. Foi propósito de Deus “tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus, como as que estão na terra” (Efé. 1:10). Ele conseguiu fazê-lo e continuará a manter todas as coisas congregadas a Si por toda a eternidade (cf. Col. 1:19). Depois da Sua ressurreição, Cristo ascendeu “ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos e as autoridades e as potências” (I Ped. 3:22). A segurança futura do Universo está fundada no significado da morte sacrificial de Cristo. Assim, ela será o nosso eterno tópico de análise. Todas as criaturas inteligentes submeter-se-ão voluntaria e permanentemente ao Senhor por causa da magnitude e da magnificência do amor de Deus revelado por eles na cruz de Cristo. Ellen White escreveu: “O Plano da Salvação, ao tornar manifesta a justiça e o amor de Deus, provê uma salvaguarda eterna contra a rebelião nos mundos caídos, bem como entre aqueles que serão redimidos pelo sangue do Cordeiro (Signs of the Times, 30 de dezembro de 1889).
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TEOLOGIA
Jesus realmente virá em breve? MARK FINLEY
QUANDO COMPARAMOS AS PREDIÇÕES DE JESUS EM MATEUS 24 COM AS PREDIÇÕES NO LIVRO DE APOCALIPSE, ELAS FORNECEM UMA DESCRIÇÃO INCRIVELMENTE PRECISA DOS NOSSOS DIAS.
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o dia 8 de setembro de 1985, o adolescente Sean Sellers e um amigo entraram numa loja na cidade de Oklahoma e abriram fogo sobre Robert Bowers, o empregado da loja de 35 anos. Sean descreveu o assassinato com as seguintes palavras: “Eu apertei o gatilho e ouvi o homem gritar. Eu atingi-o. … Apertei o gatilho novamente e a bala entrou através do seu coração e dos seus pulmões. O sangue espalhou-se pela parede oposta e ele caiu no chão. Então saímos da loja. Não levámos qualquer dinheiro. Não levámos mercadoria. Apenas tirámos a vida a um homem inocente por obediência a Satanás.” Um amigo disse mais tarde que Sellers tinha admitido que queria “ver como era” tirar a vida a alguém. Esta história chocou-o? Provavelmente não. Porque, se tem lido o seu jornal diário, possivelmente já está insensibilizado face ao mal que homens e mulheres são capazes de realizar. Desde quando é que o mal se tornou tão comum que já não nos choca? Há muito tempo, Jesus sentou-Se numa encosta com os Seus discípulos e predisse que viria um tempo como este. Mais tarde, os discípulos perguntaram privadamente a Jesus: “Que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” Mateus 24:3. Em resposta, Jesus delineou os sinais que precederiam a Sua Segunda Vinda. Eis algo de espantoso. Quando comparamos as predições de Jesus em Mateus 24 com as predições no livro de Apocalipse, elas fornecem uma descrição incrivelmente precisa dos nossos dias. Jesus parece ter falado sobre eventos do nosso tempo – sinais na
Natureza, na sociedade e no conhecimento. E hoje estes sinais estão a ser anunciados nos cabeçalhos dos nossos jornais diários. Examinemos cada um destes sinais. Sinais no mundo da Natureza Jesus vira a Sua atenção para o mundo natural: “haverá fomes e pestes e terramotos em vários lugares” (Mateus 24:7). Vemos fomes hoje? A Coreia do Norte tem experimentado intermitentemente a fome em proporções extraordinárias. Vejamos a África Subsariana. A Organização da Alimentação e Agricultura da ONU relata que perto de dez milhões de pessoas estão necessitadas de apoio alimentar de emergência. Os peritos estimam que, para mais de um bilião de pessoas no mundo, hoje – cerca de um sétimo da população mundial –, a fome crónica é uma parte sempre presente da vida quotidiana. Dez mil pessoas por dia, ou mais de três milhões e meio de pessoas por ano, morrem de fome. “Haverá fomes e pestes”, disse Jesus. “Pestes” são doenças que afetam as colheitas, os animais ou os seres humanos e podem ser causadas pela Natureza ou pelo descuido humano. O Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças relata que cerca de 50 000 a 120 000 mortes prematuras estão associadas com a exposição aos poluentes do ar. Bactérias causadoras de doenças estão a desenvolver resistência aos antibióticos, e novas doenças estão a aparecer, para as quais a ciência médica ainda não encontrou uma cura. Jesus disse que haveria terramotos nos últimos dias. Hoje temos em operação 4000 estações de sismografia no mundo, que re-
gistam 12 000 a 14 000 terramotos por ano, ou seja, 35 terramotos por dia. Sinais no mundo social Não há sinais mais óbvios ou inescapáveis do que aqueles que se verificam no mundo social. Jesus predisse claramente: “E, como foi nos dias de Noé, assim será, também, a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (Mateus 24:37 e 38). E como era a vida nos dias de Noé? Os valores morais tinham decaído, os votos matrimoniais eram quebrados, o divórcio era comum, a estrutura social e moral da sociedade dos dias de Noé desintegrou-se. Os padrões que haviam sido a norma – os padrões de Deus – já não eram aceites. E como está a estrutura moral da sociedade do século XXI? Coabitar fora dos laços do matrimónio tornou-se comum e é amplamente aceite. Hoje, mais de 30 por cento de todas as crianças nascidas nos Estados Unidos são filhas de mães solteiras. A taxa de matrimónio caiu perto de 30 por cento desde 1970, e a taxa de divórcio aumentou cerca de 40 por cento. A verdade é considerada como sendo algo relativo; a moralidade estabelece-se de acordo com a preferência individual; o bem e o mal já não são valores absolutos. Em resultado de tudo isto, a violência varre as nossas nações. Jesus tem que voltar em breve ou destruiremos a nossa cultura devido à nossa imoralidade e à nossa violência. Sinais no mundo do conhecimento Cada vez que liga o seu computador, está a cumprir uma profecia do livro de Daniel. “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo: muitos correrão de uma parte para a outra e a ciência se multiplicará” (Daniel 12:4). Este verso sugere que tanto o conhecimento acerca das profecias de Daniel, como o conhecimento em geral iria aumentar. O conhecimento nunca aumentou de modo tão rápido como hoje. Calcula-se que 80 por cento de todos os cientistas que já existiram estão vivos hoje. O material científico que eles produzem a cada 24 horas levaria uma vida inteira para ser lido por uma pessoa. E o conhecimento não está apenas a aumentar exponencialmente, o acesso a esse conhecimento é fenomenal. Há alguns anos,
se quisesse saber algo, teria que ir a uma biblioteca e gastar algumas horas a investigar. Hoje o conhecimento está acessível apenas com o clique de um rato de computador. A profecia de Daniel de que a “ciência se multiplicará” está a falar especialmente do conhecimento sobre a Palavra de Deus, nomeadamente da verdade sobre Jesus e sobre o Seu iminente regresso. A Bíblia prediz que acontecerá um poderoso reavivamento espiritual mundial antes da vinda de Jesus: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mateus 24:14). Antes do regresso de Jesus serão abertas no mundo janelas de oportunidade para a proclamação do Evangelho. Eu tenho visto estas profecias a realizarem-se diante dos meus olhos. Imagine camiões do Exército Russo a entregarem 20 000 Bíblias no Palácio dos Congressos do Kremlin para que milhares pudessem estudar as verdades da Palavra de Deus. Imagine a pregação do Evangelho realizada nos antigos países comunistas. Recentemente realizei uma série de reuniões evangelísticas em Bucareste, Roménia, no antigo Palácio dos Congressos do Comunismo. Estas reuniões foram enviadas por satélite para mais de 200 000 pessoas. Milhões de Africanos estão a aderir à fé em Jesus. Testemunhei pessoalmente vários milhares deles, sentados sob a chuva torrencial, absorvendo ansiosamente a Palavra de Deus. Na Índia, milhares de antigos hindus estão a converter-se à Palavra de Deus. Recentemente observei cerca de 1000 deles a serem batizados em Madras, na Índia. Desde as ilhas do mar até às áreas metropolitanas apinhadas de gente, Deus está em ação. Os sinais proféticos que apontam para o iminente regresso de Jesus estão a ser realizados à nossa volta. Há algo na sua vida que o impeça de estar pronto para o regresso de Cristo? Jesus anseia salvá-lo. Ele deseja que você possa viver com Ele para sempre. O tempo que vivemos não é um tempo comum. O apelo final de Deus está a percorrer todo o nosso planeta. Milhões ao redor do mundo estão a responder a esse apelo. Este é o tempo de se preparar para o iminente regresso de Cristo. Porque não consagrar a Ele a sua vida, agora mesmo?!
DESDE AS ILHAS DO MAR ATÉ ÀS ÁREAS METROPOLITANAS APINHADAS DE GENTE, DEUS ESTÁ EM AÇÃO.
Mark Finley
J A N E I R O · F E V E R E I R O · M A R Ç O 2016
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Porque é que Deus permite que o Mal exista? Aqui temos, em poucas páginas, um estudo aprofundado sobre o Mal e o Sofrimento nas suas diferentes dimensões. Com a ajuda de numerosos exemplos bíblicos, O Enigma do Sofrimento pretende mostrar que o amor e a justiça de Deus não estão em causa neste problema. Corajosamente, este livro levanta questões verdadeiras e insiste na resposta da Divindade aos nossos sofrimentos. Ele ajuda-nos a dar-lhes um sentido, para melhor os suportarmos, esperando que Deus seja “tudo em todos”.
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