SINAIS TEMPOS DOS
Publicação Trimestral 36o Ano › No 137 2º TRIM. 2016 › 2,00€
COMO AS PALAVRAS DO HOMEM SE TORNARAM NA PALAVRA DE DEUS ANTES DO FIM DEUS É O AUTOR DA BÍBLIA AS ESPANTOSAS PROFECIAS DE DANIEL
A BÍBLIA, UM NOVO HORIZONTE COM SENTIDO
ÍNDICE
TEMÁTICA A Bíblia, revelação de Deus à Humanidade......04
Segundo a própria Bíblia, quem é o seu verdadeiro autor? Que relação tem a Bíblia com a verdade? Em que medida a Bíblia nos permite descobrir o sentido para a nossa vida? Como podemos saber que a Bíblia foi inspirada por Deus? Como as palavras do homem se tornaram na Palavra de Deus.............................................. 12
O que quer a Bíblia dizer quando afirma que “toda a Escritura é divinamente inspirada” (II Timóteo 3:16)? PROFECIA É a existência do moderno Estado de Israel um cumprimento da profecia? ................................ 14
Cada crente em Jesus é um herdeiro da promessa que Deus fez a Abraão sobre a terra de Canaan.
SINAIS TEMPOS DOS
Revista Internacional Edição Trimestral em Língua Portuguesa Ano XXXVI – Nº 137 2º Trimestre 2016 DIREÇÃO Artur Machado
Antes do fim.........................................................18
A Bíblia prevê que a Natureza estará fora de controlo antes do regresso de Jesus. A BÍBLIA ENSINA Deus é o Autor da Bíblia..................................... 20 LINHA ABERTA Uma questão de interpretação.......................... 21 BÍBLIA As espantosas profecias de Daniel.................. 22
Algumas das mais antigas profecias do mundo declaram que o nosso Planeta está a ponto de experimentar o mais dramático evento da história humana: o fim do mundo tal como o conhecemos.
DIREÇÃO DE REDAÇÃO Paulo Sérgio Macedo
DIREÇÃO Carlos Simões Mateus
Edição em Língua Italiana Edizione ADV
REDATOR Paulo Lima
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DIAGRAMAÇÃO Sara Calado
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Edição em Língua Espanhola Editorial Safeliz Edição em Língua Francesa Editions Vie et Santé
Impressão e Acabamento Mário Macedo – Design e Impressão V. N. Famalicão Isento de Inscrição no ICS – DR 8/99 ISSN 0873-9013 Depósito Legal Nº 63193/93 Tiragem 20 000 exemplares
EDITORIAL
Revelações Significativas Artur Machado
N
os últimos anos, o mundo tem sido abalado por uma série de revelações significativas que têm colocado a descoberto documentos sensíveis. Estes documentos comprovam ações de governos, de organizações governamentais, de serviços de informação, mas também de governantes, políticos e diversas celebridades, que têm causado o escândalo e a indignação na opinião pública. Desde o ano de 1972, quando foi denunciado o escândalo Watergate, que não se assistia a uma tal profusão de informações perturbadoras para a sociedade. Nos últimos anos, a Wikileaks tem periodicamente libertado informações comprometedoras sobre governos, multinacionais e serviços de Informação. Edward Snowden, antigo analista de sistemas, ex-administrador de sistemas da CIA e ex-contratado da NSA, causou enorme embaraço ao governo dos Estados Unidos ao revelar o sistema de vigilância global de comunicações levado a efeito a nível global pelos serviços de informação americanos, sobre pessoas, entidades e, inclusive, governos considerados aliados dos Estados Unidos. Mais recentemente, os célebres “Documentos do Panamá”, num total de onze milhões e meio de documentos confidenciais, tornaram públicas informações detalhadas so-
bre mais de 214 000 empresas, governantes, políticos e celebridades que colocaram ou investiram o seu dinheiro em paraísos fiscais, numa intenção clara de fugir aos impostos nos seus países de origem. Todas estas revelações mostram a desconfiança, o egoísmo, a falsidade, a permissividade moral e ética que afetam o ser humano e que são fruto da desorientação da Humanidade desde que esta se afastou do projeto inicial de Deus. Graças aos meios tecnológicos e às redes sociais estas informações tornam-se universais em pouco tempo. Mas, além de nos mostrarem o pior do que o ser humano é capaz, pouco contribuem para o nosso bem-estar, felicidade e sentido existencial. Este tipo de informações denuncia, mas não reabilita, expõe defeitos, enganos e crimes, mas não mostra o que deve ser feito para os reparar ou para os evitar. Mas há uma revelação universal para toda a Humanidade, que, além de apontar há muito tempo a desorientação fundamental característica dos seres humanos, propõe o meio pelo qual qualquer ser humano pode mudar a sua vida e melhorar a sua existência e a existência dos outros. Essa revelação universal é a Bíblia. Escrita durante um período de 1500 anos, por cerca de 40 autores diferentes, os seus 66 livros abordam assuntos diversos, como, por
exemplo, História, Ciência, Poesia, Filosofia, Antropologia, Teologia...
Porém, o principal tema da Bíblia é a revelação de Deus ao homem, sendo que essa revelação pode contribuir para uma vida mais plena e mais significativa. Na Bíblia encontramos um Deus presente, interessado no que nos acontece, afligido pelas nossas más decisões, implicado na restauração de cada ser humano. O conjunto de artigos que lhe propomos mostrarão que a Bíblia é digna de confiança, que revela o futuro da Humanidade, que é inspirada por Deus, embora escrita por homens, e que através dos seus ensinos e orientações podemos tornar-nos mais sábios, mais livres, mais educados, mais capazes de decidir melhor o nosso futuro, melhorar o nosso relacionamento uns com os outros e aperfeiçoar a nossa existência. Comparando as revelações que ultimamente têm vindo ao conhecimento da Humanidade e o objetivo que essas informações devem ter na melhoria da condição humana, posso dizer sem me enganar que a Bíblia é a revelação mais significativa que alguma vez recebemos, porque é a única que pode transformar definitivamente para melhor a vida de cada um de nós. Artur Machado Diretor A B R I L · M A I O · J U N H O 2016
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TEMÁTICA
A Bíblia,
revelação de Deus à Humanidade
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PAULO LIMA
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m 1815, um cartógrafo inglês, chamado William Smith, criou um mapa que mudou o mundo. William tinha crescido como órfão, na pobreza, mas tornou-se num agrimensor bem-sucedido. A certo ponto da sua carreira ele percebeu algo de crucial sobre a Terra. Primeiro, descobriu que as rochas podiam ser datadas pelos fósseis que nelas se encontravam. Isto significava que, se se encontrasse o mesmo tipo de fósseis em rochas de dois lugares diferentes, então essas rochas tinham surgido na mesma era geológica. Segundo, também descobriu que as rochas estavam normalmente organizadas segundo um padrão estratificado imutável. Munido destas duas descobertas, William Smith criou um mapa geológico de Inglaterra, da Escócia e do País de Gales. E esse mapa mudou o mundo. Porquê? Porque o mapa de Smith permitia, pela primeira vez, predizer o que estava debaixo do solo. Antes de Smith ter criado o seu mapa, se se quisesse encontrar ouro, carvão, gás ou outro recurso natural geológico, tinha de se prospetar a superfície em busca de algum indício desses recursos. Mas agora, com o mapa de Smith, podia-se procurar certos tipos de rocha e saber o que provavelmente estava debaixo delas ou no seu seio. O mapa geológico permitia aos seres humanos, pela primeira vez na História, descortinar as profundezas da Terra. Assim, a eletricidade que provém do uso do carvão e do petróleo, o gás que queima nos nossos fogões, o ouro em que se apoia a economia e muitas outras coisas são uma realidade porque William Smith criou um mapa em 1815. A história de Smith mostra como é importante termos um mapa para a vida. Tal como antes do mapa de Smith os seres humanos apenas arranhavam a superfície da Terra, mas depois da criação desse mapa a Humanidade pôde sondar as profunde-
zas geológicas, também nós precisamos de um mapa para a vida que nos permita fazer mais do que apenas arranharmos a superfície da nossa existência e que nos dê acesso às suas profundezas. A Bíblia é precisamente esse mapa que Deus ofereceu à Humanidade, isto é, a cada um de nós. As Sagradas Escrituras indicam-nos a realidade da existência de Deus e a possibilidade da vida eterna que nós não seríamos capazes de ver por nós mesmos, permitindo-nos assim viver ao máximo a vida em todas as suas dimensões, nomeadamente na crucial dimensão espiritual. Dada a importância da Bíblia para a nossa vida, devemos avaliar com precisão as suas pretensões. Para o fazermos, devemos procurar responder às seguintes questões: Segundo a própria Bíblia, quem é o seu verdadeiro autor? Que relação tem a Bíblia com a verdade? Em que medida a Bíblia nos permite descobrir o sentido para a nossa vida? Como podemos saber que a Bíblia foi inspirada por Deus? Neste artigo vamos procurar dar resposta a estas perguntas cruciais.
(II Ped. 1:21). Isto significa que o Espírito de Deus guiou a mente de seres humanos escolhidos, comunicando-lhes visões ou pensamentos, que depois foram postos por escrito e, assim, deram origem aos livros que compõem a Bíblia. Podemos considerar um exemplo concreto. O apóstolo Pedro refere-se à inspiração profética do rei David no seu pequeno discurso aos 120 discípulos de Cristo no cenáculo. Nesse discurso Pedro menciona uma “Escritura” da autoria de David que continha uma profecia messiânica. Sabemos que se tratava do Salmo 41. Depois, Pedro afirma que “por boca de David, o Espírito Santo havia de antemão falado a respeito de Judas, que se tornou o guia daqueles que prenderam Jesus” (At. 1:16). Assim, Pedro torna claro que o Salmo 41, que integra o livro de Salmos das Escrituras Sagradas, tinha como autor
Deus é o Autor da Bíblia
A Bíblia é clara ao afirmar que Deus é o verdadeiro Autor das Escrituras Sagradas. Ao escrever a Timóteo, o seu colaborador, Paulo afirma que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (II Tim. 3:16). Portanto, apesar de os sessenta e seis livros da Bíblia terem sido escritos por vários autores humanos, Deus é o seu verdadeiro Autor, porque foi Ele que os inspirou a escrever. De facto, na redação paulatina das Sagradas Escrituras, Deus falou “pelos profetas” (Heb. 1:1). O profeta Amós, autor do livro bíblico que tem o seu nome, expressou enfaticamente esta verdade, quando escreveu: “Pois o Senhor Iahweh não faz coisa alguma sem revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am. 3:7). Assim, o Senhor escolheu homens consagrados que, “impelidos pelo Espírito Santo, falaram da parte de Deus”
A BÍBLIA É CLARA AO AFIRMAR QUE DEUS É O VERDADEIRO AUTOR DAS ESCRITURAS SAGRADAS.
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humano David, mas, dado que este tinha sido inspirado pelo Espírito de Deus, podia dizer-se com acerto que o Espírito Santo fora o verdadeiro autor da profecia messiânica patente nesse Salmo. É interessante constatar que o próprio David reclamou para si o estatuto de autor inspirado por Deus. Ao pronunciar as suas últimas palavras, David disse: “O Espírito de Iahweh falou por meu intermédio, a sua palavra está na minha língua” (II Sam. 23:2). Podemos perguntar-nos: Por que razão foi passada a escrito a Palavra de Deus pelos Seus servos inspirados, dando origem às Escrituras Sagradas? Paulo dá-nos a resposta: “Ora tudo o que se escreveu no passado é para nosso ensinamento que foi escrito, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que nos proporcionam as Escrituras, tenhamos esperança” (Rom. 15:4). A fonte da Verdade e o sentido da vida
Portanto, podemos estar certos de que, segundo a própria Bíblia, Deus é o verdadeiro Autor das Sagradas Escrituras. Ora, devido ao Seu perfeito caráter moral, Deus diz
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sempre a verdade (Deut. 32:3 e 4; Jer. 10:10). De facto, Ele não pode mentir (Tito 1:1 e 2; Núm. 23:19). Assim, a Palavra de Deus registada na Bíblia deve ser a Verdade, toda a Verdade e nada mais do que a Verdade. Por isso Jesus, dirigindo-Se a Deus, afirma: “A tua palavra é a verdade” (João 17:17). Mas a Bíblia não é apenas a Verdade para o nosso tempo. Sendo a Palavra de Deus, ela “subsiste para sempre” (Isaías 40:8; Sal. 119:89). Ela tem valor eterno, porque é perene (Mat. 24:35). Ela não pode ser anulada (João 10:35), nem completada por outro ensino (Deut. 4:2; Prov. 30:5 e 6). Assim, a Bíblia deve ser a nossa única regra de fé. Não devemos “ir além do que está escrito” (I Cor. 4:6). Perante este ensino tão claro sobre a veracidade das Sagradas Escrituras, qual deve ser a atitude de cada um de nós? Devemos responder como o Salmista: “Eu escolhi o caminho da verdade” (Sal. 119:30). Com efeito, o conhecimento da Palavra de Deus tem grande importância para o ser humano. Esta importância foi sublinhada por Moisés, quando afirmou que “o homem não vive apenas de pão, mas o homem
vive de tudo aquilo que procede da boca de Iahweh” (Deut. 8:3). Jesus enfatizou a veracidade desta afirmação de Moisés, pois citou-a como resposta à primeira tentação de Satanás no deserto da Judeia (Mat. 4:4). Dada a importância da Palavra de Deus, que revela ao homem a Verdade, temos razões para crer que permaneceremos enganados sobre o sentido da vida humana, se ignorarmos as Escrituras Sagradas (Mat. 22:29). Assim, devemos ser diligentes estudantes da Bíblia. Não foi por acaso que Lucas louvou os Judeus da cidade helenística de Bereia. Ele louvou-os, porque eles “acolheram a Palavra com toda a prontidão, perscrutando cada dia as Escrituras para ver se as coisas eram mesmo assim” (At. 17:11). Este estudo diligente das Escrituras Sagradas é muito útil para o homem, pois, segundo Paulo, “elas têm o poder de comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda a boa obra” (II Tim. 3:15-17). Tiago concorda com Paulo sobre o facto de que não basta apenas conhecer a Palavra de Deus. É necessário colocar em prática os seus ensinos (Tia. 1:22-25). Ora, “aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” são considerados por Jesus como Seus verdadeiros irmãos (Luc. 8:20 e 21). Mas, porque é tão importante pôr em prática os ensinos da Bíblia? Ao estudarmos e ao vivermos os ensinos da Palavra de Deus, nós somos moralmente “regenerados” (I Ped. 1:23). Na verdade, só poderemos alcançar a salvação que Deus nos quer outorgar, se crescermos espiritualmente sendo alimentados por essa Palavra (I Ped. 2:1-3). Seremos então guiados na nossa vida pela Palavra de Deus, pois esta será luz para o nosso caminho (Sal. 119:105). Sendo as Sagradas Escrituras a Verdade revelada por Deus ao homem, o seu estudo permitir-nos-á
descobrir o verdadeiro sentido para a vida. E ao descobrirmos o sentido da vida, seremos verdadeiramente felizes. Por isso, Jesus afirmou enfaticamente que serão felizes “os que ouvem a Palavra de Deus e a observam” (Luc. 11:28). Um teste à Bíblia
Neste momento podemos perguntar: A Bíblia afirma que Deus é o seu Autor e que ela é a fonte da Verdade que dá verdadeiro sentido à vida, mas como podemos verificar objetivamente se tal é, de facto, assim? Esta pergunta é muito pertinente e a própria Bíblia apresenta uma resposta adequada. No livro do profeta Isaías, Deus dá-nos a chave que permite avaliar se, de facto, a Bíblia é inspirada por Deus e, portanto, se ela comunica efetivamente a Verdade que dá sentido à vida humana. Isaías escreveu em nome de Deus o seguinte: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus. Quem se parece comigo? Que fale, que mo explique e mo exponha. Quem anunciou de antemão o porvir, quem nos prediz o que há de acontecer? Não temais, não tremeis: Não o anunciei e o predisse antecipadamente? Vós sois testemunhas: Há um Deus fora de mim? Não há outra Rocha que eu conheça” (Isa. 44:6-8).1 Neste texto vemos que o Senhor Iahweh – o Deus que Se revelou aos profetas bíblicos – declara ser o único Deus verdadeiramente existente. E Ele oferece uma prova irrefutável: Ele é o único ser que tem o poder profético de predizer o futuro com precisão. Os poderes oraculares do Deus revelado na Bíblia são a prova de que Ele é o único Deus verdadeiro. Anunciar e proclamar a existência futura de eventos históricos antes de eles se realizarem caracteriza o Deus bíblico, e nenhum outro. Portanto, se pudermos provar que a Bíblia comporta verdadeiros oráculos proféticos, verificados pela His-
tória, ficaremos a saber não apenas que – como Ele mesmo declara – o Deus revelado na Bíblia é o único verdadeiro Deus, mas também que a Bíblia é verdadeiramente inspirada por esse Deus verdadeiro. Assim, poderemos concluir que Deus é o Autor da Bíblia e que, portanto, ela é a expressão da Verdade, que dá sentido à vida humana. Deste modo fica corroborada a caracterização que a Bíblia faz de si mesma ao declarar ser a Palavra de Deus. Assim sendo, vamos analisar apenas dois casos exemplificativos de profecias bíblicas. Veremos deste modo que a Bíblia inclui no seu seio verdadeiras profecias, que podem apenas provir de Deus, o único ser que conhece de antemão o futuro. Comecemos por analisar as profecias de Naum e de Sofonias sobre a destruição de Nínive. As profecias de Naum e de Sofonias sobre a destruição de Nínive
Do início do século IX a.C. até ao final do século VII a.C., o império Assírio dominou o antigo Médio Oriente. Durante esse longo período de tempo, a Assíria tornou-se conhecida como a nação mais
MAS A BÍBLIA NÃO É APENAS A VERDADE PARA O NOSSO TEMPO. SENDO A PALAVRA DE DEUS, ELA “SUBSISTE PARA SEMPRE” (ISAÍAS 40:8; SAL. 119:89). ELA TEM VALOR ETERNO.
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implacável e mais cruel do mundo antigo. O reino de Israel, com Samaria como capital, foi destruído pela Assíria em 722 a.C.. Depois, os Assírios procuraram subjugar o reino de Judá, cuja capital era Jerusalém.2 Dada a importância da Assíria na cena internacional e dado o seu papel de opressora do povo de Deus, é natural que os profetas judeus tivessem algo a dizer sobre o seu futuro. De facto, o profeta Naum dedica todo o seu pequeno livro a profetizar a destruição de Nínive, a capital da Assíria. Ele escreveu, entre outras coisas, o seguinte: “O destruidor sobe contra ti, ó Nínive! Guarda a fortaleza, vigia o caminho, fortalece os lombos, reúne todas as tuas forças! […] Está decretado: a cidade-rainha está despida e levada em cativeiro, as suas servas gemem como pombas e batem no peito. Nínive, desde que existe, tem sido como um açude de águas, mas, agora, fogem. […] Eis que estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos; queimarei na fumaça os teus carros, a espada devorará os teus leõezinhos, arrancarei da terra a tua presa e já não se ouvirá a voz dos teus embaixadores. […] Há de ser que todos os que te virem fugirão de ti e dirão: Nínive está destruída” (Naum 2:1, 7, 13; 3:7). Os estudiosos são de opinião que Naum terá escrito a sua obra entre 668 e 654 a.C.. Ora, a destruição de Nínive, capital do império Assírio, veio efetivamente a ocorrer em 612 a.C., graças à ação combinada do exército babilónio e do exército medo. Portanto, Naum previu a destruição da capital do poderoso império Assírio muitas décadas antes de ela ocorrer.3 Mas Naum não foi o único profeta judeu a vaticinar a destruição de Nínive. O profeta Sofonias pronunciou também uma profecia contra a capital da Assíria. Ele escreveu o seguinte: “O Senhor estenderá a mão contra o Norte e destruirá a Assíria; e fará de Nínive uma desolação e terra seca como o deserto. […] Esta é a cidade alegre e confiante, que dizia consigo mesma: Eu sou a única, 8
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e não há outra além de mim. Como se tornou em desolação, em pousada de animais! Qualquer que passar por ela assobiará com desprezo e agitará a mão” (Sofonias 2:13, 15). Segundo os académicos, o profeta Sofonias terá proclamado esta profecia entre 639 e 630 a.C., isto é, pelo menos dezoito anos antes da destruição de Nínive.4 É interessante o facto de que Sofonias não previu apenas a destruição de Nínive, que ocorreu em 612. a.C., mas declarou que ela permaneceria daí em diante numa condição de desolação absoluta. De facto, depois da súbita destruição da capital da Assíria, o conhecimento do seu paradeiro perdeu-se e o local permaneceu um completo deserto. Foi apenas em 1845 que o arqueólogo Henry Layard redescobriu as ruínas de Nínive.5 Este aspeto da profecia de Sofonias é muito interessante. Com efeito, mesmo que os críticos tentem argumentar que a profecia que Sofonias pronunciou e ficou registada no seu livro foi realizada após a destruição da cidade, ainda assim fica provado que ele previu corretamente o perpétuo estado de desolação de Nínive. Dado que a cidade era tão importante na época da
sua destruição, seria naturalmente de esperar que ela fosse reconstruída e reocupada, como aconteceu com muitas outras cidades importantes do mundo antigo. No entanto, Nínive nunca mais foi habitada por seres humanos. Portanto, a profecia de Sofonias sobre a destruição perpétua de Nínive foi validada pela História.6 A profecia dos setenta anos proclamada por Jeremias
Outra profecia que revela claramente o caráter inspirado da Bíblia é a célebre profecia proferida pelo profeta Jeremias sobre os setenta anos de domínio de Babilónia na cena internacional. Esta profecia foi dada duas vezes, sendo apresentada em Jeremias 25:11 e 12 e em Jeremias 29:10. De facto, por volta de 597 a.C. Jeremias escreveu uma carta aos exilados judeus em Babilónia depois da captura e subsequente exílio do rei Jeconias (Jer. 29:1 e 2). Nesta carta constava a seguinte profecia: “Assim diz o Senhor: Logo que se cumprirem para a Babilónia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este
lugar” (Jer. 29:10, ARA). No que toca a esta profecia é importante notar o seguinte: (1) Os setenta anos estão relacionados com o destino de Babilónia; (2) o termo deste período atribuído a Babilónia estava ainda no futuro em 597 a.C.; (3) Deus iria agir em favor dos exilados judeus depois de cumpridos os setenta anos atribuídos a Babilónia. Deve-se também notar que (1) o início e o fim do período dos setenta anos não são aqui especificamente ligados a qualquer situação histórica; (2) os setenta anos não se aplicam diretamente ao reino de Judá e aos Judeus; e (3) o período de setenta anos não descreve necessariamente o tempo de duração do exílio dos Judeus.7 Alguns anos antes, em 604 a.C., no quarto ano de Jeoaquim, rei de Judá, o profeta Jeremias já tinha profetizado a vigência de um período de setenta anos de domínio hegemónico de Babilónia na cena internacional. Ele tinha proclamado o seguinte perante o povo de Jerusalém: “Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilónia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei da Babilónia e a desta nação, diz o Senhor, como também a terra dos caldeus; farei deles ruínas perpétuas” (Jer. 25:11 e 12, ARA). Vemos, assim, que os setenta anos se referem à dominação babilónica sobre as nações que estavam ao redor do reino de Judá (cf. Jer. 25:9). É dito que a terra de Judá se tornaria “um deserto e um espanto”, mas não é especificamente dito que Judá iria servir Babilónia durante os setenta anos. Convém notar também que é dito claramente que Deus iria punir Babilónia e o seu rei quando terminassem os setenta anos (cf. Jer. 25:14). Portanto, as indicações desta profecia sobre os setenta anos datada de 604 a.C. estão em perfeita harmonia com as indicações da profecia posterior, datada de 597
a.C., escrita por Jeremias numa carta endereçada aos Judeus exilados em Babilónia.8 Podemos concluir do estudo destas duas profecias de Jeremias que os setenta anos dizem respeito à duração do domínio de Babilónia na cena internacional do Médio Oriente. O regresso dos Judeus do exílio dependeria do fim do domínio babilónico. O modo como esta profecia foi apresentada mostra claramente que o profeta, ao referir-se ao período de setenta anos, tinha em mente um período de tempo literal. Assim, convém que nos coloquemos duas perguntas: (1) Quais são as datas de início e de fim dos setenta anos? (2) O período dos setenta anos cumpriu-se historicamente com exatidão? Para respondermos a estas duas perguntas, devemos descobrir qual foi o período de dominação hegemónica do império Neo-Babilónio na cena internacional do Médio Oriente. De facto, o período dos setenta anos deve coincidir com o período de domínio de Babilónia sobre as nações do Levante. Para que tal aconteça, temos de determinar quando é que o império de Babilónia substituiu o anterior império
Assírio como potência dominante no Médio Oriente e como nova potência opressora do povo de Deus. Ora, é frequente os académicos indicarem a destruição de Nínive em 612 a.C. como a data terminal do império Assírio. No entanto, o império Assírio durou ainda três anos. Assur-Uballit II, o último rei da Assíria, continuou a resistir à pressão militar dos Babilónios. Em 609 a.C., no mês de Duzu (de 25 junho a 23 de julho), o rei assírio liderou o seu exército numa contra-ofensiva, tentando reconquistar a importante cidade de Haran. No entanto, o exército babilónio liderado pelo rei Nabopolassar acabou definitivamente com a resistência assíria pouco tempo após o mês de Ululu (de 23 de agosto a 20 de setembro) de 609 a.C.. O império Assírio tinha sido destruído, sendo substituído pelo império Neo-Babilónio. Portanto, outubro de 609 a.C. é a data que marca o início da hegemonia de Babilónia no Médio Oriente. Assim, esta data deve marcar o início do período profético dos setenta anos.9 Isto significa que, segundo a profecia de Jeremias, os setenta anos que duraria a dominação babilóni-
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ca sobre o Médio Oriente deveriam terminar em outubro de 539 a.C.. O que nos diz a História? Segundo os relatos históricos ao nosso dispor, o rei Ciro da Pérsia pôs fim ao domínio do império Babilónio ao conquistar a cidade de Babilónia no dia 12 de outubro de 539 a.C..10 De outubro de 609 a.C. a outubro de 539 a.C. são exatamente setenta anos. Portanto, podemos concluir que a profecia de Jeremias foi cumprida com toda a precisão matemática. Conclusão
Assim, acabámos de provar que a Bíblia comporta verdadeiras profecias, verificadas pela História, pelo que ficamos a saber não apenas que o Deus revelado na Bíblia é o único verdadeiro Deus, mas também que a Bíblia é verdadeiramente inspirada por esse Deus verdadeiro. Logo, estamos em condições de concluir que Deus é o Autor da Bíblia e que, portanto, ela é a expressão da Verdade que dá sentido à vida humana. Deste modo fica corroborada a caracterização que a Bíblia faz de si mesma ao declarar ser a Palavra de Deus. No ano 303 d.C. o imperador romano Diocleciano emitiu um decreto que se destinava a erradicar a religião cristã no império. Uma das normas desse decreto ordenava que todas as Escrituras Sagradas cristãs fossem apreendidas e destruídas. Nesse mesmo ano, os oficiais do
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A BÍBLIA COMPORTA VERDADEIRAS PROFECIAS, VERIFICADAS PELA HISTÓRIA. Estado romano no Norte de África começaram a aplicar o decreto. Félix, bispo de Thibiuca, uma cidade perto de Cartágo, foi intimado pelo autarca da sua cidade a entregar as Escrituras que tinha em seu poder. Embora alguns juízes estivessem dispostos a ajudar Félix, aceitando apreender apenas os pergaminhos danificados, o bispo recusou-se a entregar a Palavra de Deus nas mãos dos seus inimigos. Resolutamente, ele recusou qualquer ato de compromisso, pelo que as autoridades romanas do Norte de África acabaram por enviar Félix para a Itália, de modo a ser julgado. No seu julgamento, Félix continuou a recusar qualquer compromisso com as autoridades romanas, pelo que foi condenado à morte. Assim, a 30 de agosto de 303 d.C., o bispo Félix foi executado. Ele entregou a sua vida para não entregar a Bíblia nas mãos daqueles que a queriam destruir.
O bispo Félix tinha a noção exata do valor insuperável da Bíblia. Hoje temos a Bíblia disponível em milhares de línguas e a preços acessíveis. Praticamente qualquer ser humano pode ter acesso à Palavra de Deus. No entanto, quão ignorada e negligenciada ela é hoje em dia! Ao terminarmos a leitura deste artigo, tomemos a decisão de aprofundar o estudo das Sagradas Escrituras e de fazer delas o mapa orientador da nossa vida. Poderemos, então, estar certos de que essa vida será bem-sucedida. Não apenas aos olhos de todos aqueles que nos rodeiam, mas também aos olhos de Deus. Paulo Lima 1. Para um comentário mais profundo a esta passagem de Isaías, veja-se Shalom M. Paul, Isaiah 40-66 (Eerdmans Critical Commentary), Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eerdmans, 2012, pp. 229-232; L. Alonso Schökel & J. L. Sicre Diaz, Profetas I, São Paulo: Edições Paulinas, 1988, p. 305. 2. Sobre a destruição de Israel pela Assíria e a subsequente ameaça assíria a Judá, veja-se Siegfried H. Horn, “The Divided Monarchy: The Kingdoms of Judah and Israel”, in Hershel Shanks (ed.), Ancient Israel, rev. ed., Washington, DC: Biblical Arqueological Society/Prentice Hall, 1999, pp. 165-193; John Bright, História de Israel, 4ª ed., São Paulo: Edições Paulinas, 1980, pp. 359-386, 417-425. 3. L. Alonso Schökel & J. L. Sicre Diaz, Profetas II, São Paulo: Edições Paulinas, 1991, pp. 1105 e 1106. Sobre a destruição de Nínive, veja-se André Parrot, Ninive et l’Ancien Testament (Cahiers d’Archéologie Biblique, nº 3), Neuchatel/Paris: Delachaux & Niestlé, 1953, pp. 56-64. 4. L. Alonso Schökel & J. L. Sicre Diaz, Profetas II, pp. 1143 e 1144. 5. Sobre a história da descoberta arqueológica de Nínive, veja-se André Parrot, Ninive et l’Ancien Testament, pp. 8-19. 6. William Shea, “Amazing Biblical Prophecies that Came to Pass”, in John Ashton & Michael Westcott, The Big Argument: Does God Exist?, [s.l]: Master Books, 2006, pp. 325-329. 7. Ross E. Winkle, “Jeremiah’s Seventy Years for Babylon: A Re-Assessment – Part I: The Scriptural Data”, Andrews University Seminary Studies, 25(2), 1987, pp. 204 e 205. 8. Ross E. Winkle, “Jeremiah’s Seventy Years for Babylon: A Re-Assessment – Part I: The Scriptural Data”, p. 205. Vejam-se as pp. 207-214 para uma leitura da interpretação da profecia dos setenta anos de Jeremias realizada em II Crónicas 36:20 e 21 e em Daniel 9:2 que mostra a sua perfeita consonância com a interpretação dos dois textos de Jeremias que aqui apresentamos. 9. Ross E. Winkle, “Jeremiah’s Seventy Years for Babylon: A Re-Assessment – Part II: The Historical Data”, Andrews University Seminary Studies, 25(3), 1987, pp. 289 e 290. Sobre os últimos anos do império Assírio e o seu desaparecimento da História em 609 a.C., veja-se Paul Garelli & V. Nikiprowetzky, O Oriente Próximo Asiático – Impérios Mesopotâmicos e Israel (Nova Clio), São Paulo: Pioneira/Editora da Universidade de São Paulo, 1982, pp. 104-106. 10. Ross E. Winkle, “Jeremiah’s Seventy Years for Babylon: A Re-Assessment – Part II: The Historical Data”, p. 299. Sobre a queda de Babilónia, veja-se Paul Garelli & V. Nikiprowetzky, O Oriente Próximo Asiático – Impérios Mesopotâmicos e Israel, pp. 211-213.
TEMÁTICA
Como as palavras do homem se tornaram na Palavra de Deus GEORGE KNIGHT
A
s palavras são realidades fugidias. Frequentemente pensamos que sabemos exatamente o que estamos a dizer até que alguém nos pede para definirmos o significado preciso das palavras que estamos a usar. Tome-se, por exemplo, a palavra “inspiração”. “Isso é fácil”, pode pensar. “Eu sinto-me inspirado a viver uma vida melhor cada vez que leio a Bíblia.” Outros podem dizer: “Eu sinto-me inspirado quando vejo uma bela pintura ou quando escuto uma música encantadora.” Uma terceira pessoa pode dizer: “Eu tive uma ideia muito inspiradora!” O significado do termo “inspiração”
Todos os exemplos anteriores são bons usos das palavras “inspiração” e “inspirado”, mas o que quer dizer a Bíblia quando afirma que “Toda a Escritura é divinamente inspirada” (II Timóteo 3:16)? A palavra grega traduzida em português pela palavra “inspirada” significa “soprada por Deus”, indicando que o livro a que chamamos 12
SINAIS DOS TEMPOS
Bíblia foi-nos dado pelo próprio Deus. Pedro escreveu que “a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram, inspirados pelo Espírito Santo” (II Pedro 1:21). Portanto, podemos dizer que a “inspiração” da Bíblia resulta do facto de a influência sobrenatural do Espírito Santo ter guiado os escritores bíblicos, de modo que os seus escritos nos dão um registo fiel da vontade de Deus. Mas como funciona a inspiração? De que modo o Espírito Santo informou e guiou os escritores bíblicos? A orientação relativa à informação
Muitas passagens bíblicas refletem o facto de que Deus revelou a Sua vontade aos profetas através de palavras que eles ouviram ou de visões que eles viram. Assim, Jeremias podia falar acerca da “palavra do Senhor que veio até Jeremias” (Jeremias 18:1) e João escreveu que “eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu” (Apocalipse 21:2). Mas Deus também usou outros métodos para informar os autores da Bíblia. Um deles foi através da
História. Acontecimentos como a Criação, o chamado de Abraão e a incarnação de Cristo estão registados na Bíblia como sendo as obras poderosas de Deus. Deus tem agido na História através de uma série de eventos divinos que foram registados nas Escrituras, e esta história constitui uma boa parte da Bíblia. Jesus é, claro está, a forma mais completa da revelação de Deus. O livro de Hebreus faz notar que “havendo Deus antigamente falado muitas vezes e de muitas ma-
neiras aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (Hebreus 1:1). Todas as revelações antes de Jesus foram incompletas. Nenhuma delas individualmente, nem todas elas coletivamente, poderiam transmitir tudo o que Deus precisava de dizer ao Seu povo. Mas em Cristo a revelação de Deus atingiu a plenitude. W. H. Griffith Thomas disse que Jesus “é uma revelação completa [da vontade de Deus]; em vez de ser temporária, é permanente; em vez de ser preparatória, é definitiva; e em vez de ter vindo através de subordinados, ela veio incorporada em Alguém que é a suprema autoridade”.1 E F. F. Bruce disse que “a história da revelação divina é a história da progressão até Cristo, mas não há mais progressão para além d’Ele”.2 Pesquisa inspirada
É tentador pensar que todos os escritos inspirados vieram até nós graças a uma especial revelação de Deus. No entanto, Lucas informa-nos de que pesquisou muitos registos escritos e orais já existentes, de modo a reunir informação acerca de Jesus. Ele escreveu o seu Evangelho apenas depois de examinar cuidadosamente os factos que compilou a partir das referidas fontes (veja Lucas 1:1-4). Lucas não foi o único a usar a pesquisa. Esdras 7 é uma longa carta do rei Artaxerxes (veja os versículos 11-26). Outros escritores bíblicos usaram fontes como o livro do Justo (Josué 10:13; II Samuel 1:18) e os registos oficiais que se encontravam
nos anais reais de Israel e de outras nações (veja, por exemplo, I Reis 14:19; II Reis 1:18; Ester 10:2). Assim, apenas parte da informação que encontramos na Bíblia nos chegou através de alguma forma de revelação direta de Deus. Outras partes dessa informação chegaram-nos através da pesquisa de registos já existentes. A orientação relativa à redação
Mas, embora apenas uma parte da Bíblia tenha vindo através de revelação direta, toda ela é inspirada. Vimos atrás que a palavra “inspiração” significava realmente “soprado por Deus” (II Timóteo 3:16). Isto significa simplesmente que o Espírito Santo guiou os escritores bíblicos à medida que eles escreviam o que Deus lhes mostrava ou dizia. A inspiração também inclui a ajuda prestada por Deus aos escritores bíblicos no processo de recolher a informação e de escrever a mensagem que Ele queria que eles comunicassem ao Seu povo. Alguns estudantes da Bíblia pensam no processo de inspiração como sendo Deus a ditar as palavras e os escritores bíblicos a redigirem-nas à maneira de um estenógrafo. Outros pensam que tal processo é por de mais mecânico e sugerem que, ainda que Deus não tenha ditado diretamente, Ele realmente orientou os escritores na escolha das palavras exatas que eles deveriam usar. É verdade que, em alguns momentos, Deus deu as palavras exatas aos profetas. Mas, na maioria dos casos, Ele parece ter-lhes permitido exercer uma boa dose de liberdade na seleção das palavras e, até, na ordenação das suas apresentações. Por exemplo, embora Mateus, Marcos e Lucas tenham escrito sobre a vida e os ensinos de Jesus nos seus Evangelhos, há uma grande variedade no vocabulá-
rio que cada um deles empregou e no modo como cada um organizou os acontecimentos na história de Jesus. Bons exemplos desta flexibilidade são o Sermão da Montanha (Mateus 5-7; Lucas 6:17-49) e as várias narrativas do nascimento de Jesus (Mateus 1 e 2; Lucas 1-3). O autor do livro de Eclesiastes disse que “atentou, e esquadrinhou e compôs muitos provérbios” e “procurou achar palavras agradáveis; e o escrito é a retidão, palavras de verdade” (Eclesiastes 12:9 e 10). As suas palavras são inspiradas, porque ele foi guiado pelo Espírito Santo à medida que escrevia. Portanto, é claro que elementos tanto divinos como humanos estiveram envolvidos na redação da Bíblia. Millard J. Erickson descreveu perfeitamente este processo quando disse que “a operação do Espírito de Deus consiste em dirigir o escritor para os pensamentos e conceitos que ele deve ter, e permitir que a própria personalidade do escritor atue na escolha das palavras e expressões”.3 Assim, são os escritores que são inspirados, não as suas palavras. Por essa razão James Orr sugeriu que “para expressar a ideia de uma inspiração que permeia todas as partes do registo, a palavra ‘plenária’ [isto é, completa] é mais adequada do que a palavra ‘verbal’”.4 O que ele quer dizer é que todas as partes da Bíblia são inspiradas através de um processo que combina a orientação divina com a atividade humana. Este é o processo pelo qual as palavras de seres humanos se tornaram na Palavra de Deus. George Knight 1. W. H. Griffith Thomas, Hebrews: A Devotional Commentary, Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1961, p. 21. 2. F. F. Bruce, The Epistle to the Hebrews, ed. rev., Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1990, p. 46. 3. Millard J. Erickson, Christian Theology, Grand Rapids, Mich.: Baker, 1986, p. 207. 4. James Orr, Revelation and Inspiration, New York: Charles Scribner’s Sons, 1910, p. 211.
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PROFECIA
É a existência do moderno Estado de Israel um cumprimento da profecia? SAMUELE BACCHIOCCHI
M
uitos Cristãos evangélicos creem que a fundação do Estado de Israel em 1948 foi o cumprimento de numerosas profecias do Antigo Testamento sobre a restauração de Israel e sobre o seu regresso à terra ancestral, o que revela a proximidade do arrebatamento secreto, da Tribulação e do regresso de Cristo. Hal Lindsey escreveu que a restauração política de Israel em 1948 “é o sinal profético mais importante que anuncia a era do regresso de Cristo”. O reestabelecimento de Israel como nação é, de facto, um acontecimento notável, não sendo surpreendente que muitos Cristãos e Judeus o vejam como o cumprimento de profecias do Antigo Testamento. Examinemos algumas destas profecias para vermos o que elas dizem. Duas delas, em particular, destacam-se. A primeira é a promessa a Abraão de que os seus descendentes herdariam a Palestina para sempre. “Porque toda esta terra que vês”, disse Deus, “te hei de dar a ti e à tua se14
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mente, para sempre” e “te darei a ti, e à tua semente, depois de ti, a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaan, em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu Deus” (Génesis 13:15; 17:8). A segunda é a promessa de Deus a David: “Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti: o teu trono será firme para sempre” (II Samuel 7:16). Deus repetiu esta promessa a Salomão, o filho de David, que lhe sucedeu como rei, acrescentando: “Não te faltará varão que domine em Israel” (II Crónicas 7:18; veja também Jeremias 33:17, 20-26). As promessas são condicionais
Não há dúvida de que Deus queria que Israel vivesse na Palestina para sempre e de que o Seu plano era que a dinastia de David continuasse para sempre. No entanto, as Suas promessas eram condicionais, pois dependiam da obediência de Israel aos requisitos da Sua aliança. A promessa feita por Deus a Abraão e aos seus descendentes era não apenas que eles iriam herdar a terra, mas também que Ele seria o seu Deus. E, mais tarde, Deus disse a Abraão: “Mas tu, Abraão, deves também ser fiel à mi-
nha aliança, tu e os teus descendentes, para sempre” (Génesis 17:9). A natureza condicional das promessas de Deus é talvez melhor expressa em Jeremias 18:9 e 10, onde o Senhor declara: “E no momento em que falar de uma gente e de um reino, para edificar e para plantar, se ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha dito que lhe faria.” A promessa de Deus a David e a Salomão de que a dinastia deles seria estabelecida para sempre e de que nunca faltaria um dos seus descendentes para se sentar no trono de Israel era claramente condicional, dependendo da obediência. Israel não foi reino durante os dois últimos milénios e deixou de ter um descendente de David como rei desde o cativeiro em Babilónia, cerca de 600 anos antes de Cristo! A pretensão de que a restauração como nação do moderno Israel é um cumprimento da profecia bíblica ignora completamente o princípio de que as promessas de Deus são condicionais, dependendo da obediência. A partir de uma perspetiva cristã, a principal desobediência de Israel foi a sua recusa em crer em Je-
sus como Messias durante cerca de dois mil anos. Restauração na descrença?
Aqueles que veem o moderno Estado de Israel como o cumprimento das promessas divinas de restauração apelam para certas passagens do Antigo Testamento, que, segundo dizem, ensinam que os Judeus deveriam ser reunidos e devolvidos à sua terra num estado de descrença e que apenas após a sua restauração eles aceitariam Cristo como o Messias. Um destes textos é Ezequiel 22:17-22, no qual Deus diz que “vos ajuntarei na minha ira e no meu furor”. No entanto, o “ajuntamento” por Deus dos Judeus na Sua ira e no Seu furor refere-se não a um regresso à Palestina, mas a uma reunião tendo em vista enfrentarem o juízo de Deus por causa da sua desobediência, o que aconteceu no período da invasão de Babilónia. O propósito deste ajuntamento era o juízo, não a restauração. Ezequiel 22:21 torna isto claro. Nesse versículo Deus diz: “e congregar-vos-ei, e assoprarei sobre vós o fogo do meu furor; e sereis fundidos no meio dela.” Não há aqui nada sobre uma restauração de volta à Palestina.
Outro texto que é frequentemente citado para apoiar a teoria do regresso ainda num estado de descrença é Ezequiel 36:24 e 25: “E vos tomarei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados: de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos, vos purificarei.” O facto de que a promessa de restauração territorial precede a purificação espiritual do povo nesta passagem é interpretada como significando que os Judeus regressariam à Palestina num estado de descrença e, depois, seriam purificados e redimidos. O principal problema desta interpretação é o facto de ela contrariar numerosas outras declarações bíblicas em que Deus disse a Israel que Ele os restauraria, libertando-os do seu cativeiro sob o domínio de nações estrangeiras, quando e se eles se arrependessem (veja, por exemplo, Deuteronómio 30:1-5; Isaías 1:27 e 28; Ezequiel 20:39-42). As palavras de Ezequiel não podem contradizer esta premissa básica. Ezequiel não disse que Deus iria primeiro reunir os Israelitas e, depois, purificá-los. Ele simplesmente
ESTA FUTURA CIDADE SERÁ O CUMPRIMENTO FINAL DA PROMESSA DE DEUS A ABRAÃO DE QUE ELE POSSUIRIA A TERRA DE CANAAN PARA SEMPRE.
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disse que Deus iria fazer duas coisas pelo Seu povo: Ele iria reuni-los e purificá-los. Ezequiel não especificou a sequência destes eventos, nem indiciou que haveria um período indeterminado de tempo a separá-los. Historicamente, foi a descrença que impediu os Israelitas de entrarem na terra de Canaan logo após a sua libertação do Egito (Números 14:23). Se a descrença impediu a entrada inicial na terra de Canaan, dificilmente ela poderia ser a condição para um regresso a essa terra! Um cumprimento futuro
Isto não significa que nunca possa haver um cumprimento futuro das promessas divinas do Antigo Testamento feitas a Abraão e aos seus descendentes. Até porque dificilmente pode ser posto em questão o facto de que as profecias de restauração não foram completamente cumpridas depois do regresso dos Judeus do cativeiro babilónico. Consequentemente, é apropriado procurar um cumprimento mais completo num tempo posterior. No entanto, ao procurarmos um cumprimento mais absoluto, é importante reconhecer que as profecias sobre a restauração de Israel podem ser cumpridas de dois modos: literal e figuradamente. As promessas territoriais de Deus a Abraão foram cumpridas literalmente, quando os Israelitas se apoderaram da terra de Canaan, após o êxodo do Egito. Josué declarou: “Desta sorte, deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar a seus pais: e a possuíram e habitaram nela. […] Palavra alguma falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel: tudo se cumpriu” (Josué 21:43, 45). Além disso, as profecias do Antigo Testamento, que predizem a restauração dos Judeus na Palestina, depois do seu cativeiro babilónico, foram literalmente cumpridas pelo remanescente dos Judeus que regressou à Palestina sob a liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias. 16
SINAIS DOS TEMPOS
No entanto, tanto a promessa divina de dar Canaan à descendência de Abraão, como a promessa divina de restaurar Israel a seguir ao cativeiro em Babilónia foram cumpridas figuradamente. Paulo explicou que as promessas que Deus “fez a Abraão e à sua semente” foram cumpridas através de Cristo, porque Ele é, por excelência, a verdadeira Semente de Abraão (veja Gálatas 3:16, 29). Este cumprimento figurativo pode ser compreendido de duas formas. Primeiro, ele verificou-se nos passados dois mil anos pela reunião dos Gentios na Igreja Cristã. Este ponto é especialmente claro numa afirmação que Tiago, o irmão de Jesus, fez. Tiago presidiu a um concílio da Igreja que se reuniu com o propósito explícito de decidir como tratar a multidão de Gentios que Paulo estava a trazer para a Igreja nas suas viagens missionárias na Ásia Menor (hoje a Turquia) e na Europa. Quando o concílio parecia estar num impasse, Tiago disse: “Varões irmãos, ouvi-me: Simão [Pedro] relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas, como está escrito: Depois disto, voltarei, e reedificarei o tabernáculo de David, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo. Para que o resto dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas. Que são conhecidas desde toda a eternidade” (Atos 15:13-18). Tiago cita aqui uma profecia realizada por Amós, um profeta do Antigo Testamento, sobre a restauração do reino de David (veja Amós 9:11 e 12), que redundaria numa reunião dos Gentios. Ele declarou que esta profecia estava a ser cumprida através da reunião dos Gentios, não
no seio do Israel literal, mas no seio da Igreja Cristã. Este é um exemplo claro do cumprimento figurativo no Novo Testamento de uma profecia do Antigo Testamento sobre a restauração de Israel. A Nova Terra
Vemos outro cumprimento figurativo da promessa de Deus de restaurar Israel, fazendo-o regressar à terra prometida, na promessa do Novo Testamento sobre a posse final da Nova Terra por todo o povo de Deus. Por exemplo, Hebreus explica que Abraão e os seus descendentes crentes viram o cumprimento final da promessa sobre a posse da terra de Canaan não num retorno a essa terra, mas ao terem chegado a um “melhor país, um país celestial” (Hebreus 11:15 e 16). Consequentemente, Abraão, a quem tinha sido prometida a terra de Canaan, “esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hebreus 11:10). Esta futura cidade será o cumprimento final da promessa de Deus a Abraão de que ele possuiria a terra de Canaan para sempre. Pois, integradas na descrição que o Apocalipse oferece da Nova Jerusalém e da Nova Terra, estão as palavras reminiscentes da promessa de Deus feita a Abraão e aos seus descendentes: “Eu serei o seu Deus” (Génesis 17:8). O Apocalipse diz: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus” (Apocalipse 21:3). Esta promessa será cumprida na Nova Terra em favor de todos os descendentes espirituais de Abraão, tanto Judeus como Gentios. Cada crente em Jesus é um herdeiro da promessa que Deus fez a Abraão sobre a terra de Canaan. Pois, mesmo aqueles que não são descendentes carnais de Abraão, se estão em Cristo, são “descendência de Abraão e herdeiros, conforme a promessa” (Gálatas 3:29). Samuele Bacchiocchi
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PROFECIA
Antes do fim MARK FINLEY
O
furacão que se abateu sobre a Nova Inglaterra a 21 de setembro de 1938 foi o pior na história da região. Quando era criança no Sul do Estado do Connecticut, ouvia frequentemente os idosos naturais da Nova Inglaterra descreverem a fúria daquela tempestade monstruosa. Eles falavam acerca de cidades inundadas, edifícios destruídos, árvores caídas e vidas perdidas. Everett S. Allen, no seu livro A Wind to Shake the World: The Story of the 1938 Hurricane (Um vento para abanar o mundo: A história do furação de 1938), conta a história de um habitante da Nova Inglaterra que viveu a experiência do furacão. “No dia do furacão, um lavrador recebeu um pacote contendo um barómetro que tinha encomendado pelo correio. Mas, por mais que o abanasse, o mercúrio continuava no fundo do mostrador de vidro. Finalmente, ele tornou a abanar o barómetro ‘avariado’ e foi devolvê-lo à estação dos correios. Quando voltou à sua quinta, a sua casa tinha sido arrastada para o mar por uma enxurrada.” 18
SINAIS DOS TEMPOS
O barómetro do mundo
Fomes
Hoje as pessoas ao redor do mundo estão perplexas. Elas interrogam-se sobre o que acontecerá a seguir – o que está no horizonte. Elas estão preocupadas com o seu futuro e com o futuro do mundo. A economia internacional periclitante, o aumento de desastres naturais e o crescente aumento de crimes e de violência preocupa-as. Desemprego, fome à escala mundial, terrorismo e vidas que parecem não ter sentido suscitam-lhes questões existenciais. Esta preocupação é global, afetando pessoas de todos os estatutos e de todas as culturas. Mas a Bíblia revela claramente o plano de Deus para o futuro, e esse plano está iluminado pelas promessas de Deus! Ela revela Jesus, que veio uma vez para nos redimir do castigo e do poder do pecado e que voltará de novo para nos livrar da presença do pecado. Infelizmente, a Bíblia também prevê que a Natureza estará fora de controlo antes do regresso de Jesus. Assim, deveríamos antecipar a ocorrência de tornados, fogos florestais, inundações e furacões – uma epidemia de destruição que mal podemos imaginar.
A lista da Bíblia sobre desastres naturais inclui fomes à escala mundial. Jesus disse: “haverá fomes e pestes e terramotos, em vários lugares” (Mateus 24:7). A sua afirmação levanta algumas questões pertinentes. Não temos tido sempre fomes? Não temos tido sempre crianças com fome? É claro que a resposta é “Sim”. A fome não é nada de novo. Mas há uma diferença: Jesus não predisse apenas uma única ocorrência de fome. Ele disse que haveria “fomes” (plural) – fomes à escala internacional; fome numa magnitude inaudita – precisamente antes do Seu regresso. Até mesmo uma vista de olhos casual ao que está a acontecer ao redor do Globo revela que as Suas palavras estão a cumprir-se. As imagens impressionantes de crianças mal-nutridas que surgem nos ecrãs das nossas televisões despertam-nos para percebermos o cumprimento da profecia. As Nações Unidas relataram recentemente que há uma severa falta de alimentos em 35 dos países do mundo. A maior parte dos que vivem no Ocidente tem a barriga cheia e pro-
blemas com a obesidade, não com a fome, pelo que é difícil acreditar que o tipo de fome que Jesus disse que existiria antes do Seu regresso realmente existe presentemente. Quando estamos rodeados de restaurantes e de hipermercados, é difícil para nós imaginar crianças cujos estômagos gritam por comida. Apesar de todo o dinheiro que é aplicado para se ajudar os países em desenvolvimento, as estatísticas sobre a fome são impressionantes. Um oitavo da população mundial passará fome hoje. Os especialistas estimam que, para dois biliões de pessoas – cerca de um terço da população do mundo –, a fome é um facto da vida sempre presente. Dez mil pessoas, ou mais, por dia – isto é, pelo menos três milhões e seiscentos mil pessoas por ano – morrem de fome. Há mais e mais pessoas para alimentar e cada vez menos comida para as alimentar. A predição de Jesus sobre a fome está a tornar-se verdadeira com uma precisão matemática. A nossa única esperança para resolver esta situação reside na promessa do regresso do Senhor. Uma razão para este estado de coisas é a perda global de terras de cultivo. Devido a uma gestão incor-
reta da terra, a desastres ambientais e ao crescimento urbano, cerca de 100 000 quilómetros quadrados de terra arável – isto é, milhões de hectares – deixam de ser cultiváveis todos os anos. Muitos países do mundo têm agora menos de 5 por cento da sua terra disponível para uso agrícola. Pestes
Depois de Jesus ter indicado as fomes, Ele acrescentou que também haveria pestes. Uma peste é algo que aflige alguma forma de vida, especialmente quando acaba por resultar em algum dano para os seres humanos. As pestes podem ter causas naturais ou podem ser despoletadas pela incúria dos homens. Provavelmente já leu ou ouviu relatos e noticiários sobre o mau uso dos pesticidas nas colheitas, o que resulta numa ameaça para a nossa saúde. Os agricultores creem que têm de aplicar todos estes químicos nas suas colheitas por causa do crescente número de insetos e de doenças que as destroem. Estas pestes estão a espalhar-se em várias partes do mundo. Uma outra forma de peste é o crescente aumento de doenças que estão a surgir à volta do mundo. Por exem-
plo, ouvimos falar da doença das vacas loucas, da gripe das aves, da SIDA, do vírus de Marburgo, do vírus do Nilo, do Ébola e do Zika. Enquanto os biólogos e os médicos trabalham diligentemente para controlar estas doenças, outras surgem em alguma outra parte do mundo. Mais uma vez vemos um cumprimento das profecias de Jesus. Há alguns anos, 104 cientistas vencedores do Prémio Nobel e mais 1500 cientistas de renome mundial assinaram um documento com o título “Os cientistas do mundo alertam a Humanidade”, em que declararam: “Restam-nos apenas algumas décadas antes de se perder a oportunidade de evitar as ameaças que agora nos confrontam e de serem grandemente diminuídas as perspetivas de futuro da Humanidade.” Mas não tenha medo: está também a aproximar-se rapidamente o dia em que Jesus vai regressar à Terra e em que vai sentar-Se sobre o trono deste mundo, reinando com justiça por toda a eternidade. E a boa notícia é que você e eu poderemos viver em paz, para sempre, no Seu reino. Mark Finley A B R I L · M A I O · J U N H O 2016
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A BÍBLIA ENSINA
Deus é o Autor da Bíblia 1. Quem é o verdadeiro Autor da Sagrada Escritura?
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça.” II Timóteo 3:16. 2. Através de quem foi comunicada por inspiração divina a Palavra de Deus?
“Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas.” Hebreus 1:1. 3. Como expressou o profeta Amós esta verdade vivida por ele?
“Pois o Senhor Iahweh não faz coisa alguma sem revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas. Um leão rugiu: quem não temerá? O Senhor Iahweh falou: quem não profetizará?” Amós 3:7 e 8. 4. Como inspirou Deus os homens a falarem em Seu nome no Velho Testamento?
“Antes de mais nada, sabei isto: que nenhuma profecia da Escritura resulta de uma interpretação particular, pois que a profecia jamais veio por vontade humana, mas homens, impelidos pelo Espírito Santo, falaram da parte de Deus.” II Pedro 1:20 e 21. 5. Que exemplo de inspiração do Velho Testamento é referido pelo apóstolo Pedro?
“Irmãos, era preciso que se cumprisse a Escritura em que, por boca de David, o Espírito Santo havia de antemão falado a respeito de Judas, que se tornou o guia daqueles que prenderam Jesus.” Atos 1:16. 20
SINAIS DOS TEMPOS
6. Como exprimiu o próprio David a sua inspiração por Deus?
“O Espírito de Iahweh falou por meu intermédio, a sua palavra está na minha língua.” II Samuel 23:2. 7. Por que razão foi passada a escrito a Palavra de Deus pelos Seus servos, dando origem aos livros do Antigo Testamento que compõem as Sagradas Escrituras?
“Ora tudo o que se escreveu no passado é para nosso ensinamento que foi escrito, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que nos proporcionam as Escrituras, tenhamos esperança.” Romanos 15:4. 8. Como caracterizou o apóstolo Paulo a pregação evangélica que se veio a materializar no Novo Testamento?
“Por esta razão é que sem cessar agradecemos a Deus por terdes acolhido a sua Palavra, que vos pregamos não como palavra humana, mas como na verdade é, Palavra de Deus que está produzindo efeitos em vós, os fiéis.” I Tessalonicenses 2:13. 9. E por que razão foram passados a escrito pelos apóstolos os feitos e os ditos de Jesus, dando origem aos Evangelhos do Novo Testamento, integrado nas Sagradas Escrituras?
“Esses, porém, foram escritos para crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.” João 20:31.
LINHA ABERTA
Uma questão de interpretação ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ
PERGUNTA: QUEM TEM O DIREITO DE INTERPRETAR A BÍBLIA PARA NÓS?
Fale connosco! Envie-nos as suas dúvidas e questões para: Rua da Serra, 1 – Sabugo 2715-398 Almargem do Bispo sinais@pservir.pt
E
sta pergunta tem sido respondida de vários modos na história do Cristianismo. A resposta mais comum defende que a interpretação da Bíblia é determinada pelos líderes religiosos da Igreja, sob a influência das suas tradições religiosas. Contra esta posição, os Reformadores identificaram corretamente o Espírito Santo como o único intérprete fiável das Escrituras. O papel particular do Espírito é definido pela Sua direta ligação com Cristo. 1. Jesus e o Espírito como intérpretes da Bíblia. Jesus era o intérprete verdadeiro das Escrituras. Ele não apenas oferecia uma interpretação fiável, Ele também rejeitou as interpretações humanas baseadas nas tradições judias. Ele acusou os líderes judeus de não conhecerem as Escrituras e o poder de Deus (Mat. 22:29). Ele tornou claro que apenas através d’Ele podiam eles compreender as Escrituras (João 5:39). Os dois discípulos que iam para Emaús encontraram em Cristo a verdadeira interpretação da Bíblia depois de Ele lhes ter aberto as Escrituras, e “começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes [interpretava-lhes] o que dele se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24:27). Pouco tempo antes de ser crucificado, Jesus prometeu enviar o Espírito aos Seus discípulos (João 14:26; 16:13). O ministério magistral do Espírito Santo é uma continuação do ministério magistral de Jesus. Através d’Ele ouvimos de novo a voz do nosso Senhor Jesus a explicar a Bíblia. 2. Duas formas de ler as Escrituras. Uma forma é orientada para o espírito do mundo e outra é orientada para o Espírito de Deus. O espírito do mundo interpreta a mensagem bíblica através da “sabedoria humana” (I Cor. 2:12 e 13). Ele aplica o critério da sabedoria humana à mensagem divina e define-a como “loucura”, levando os seres humanos a concluir que a Bíblia é como qualquer outro livro. Apenas através do Espírito de Deus pode a mente ser iluminada, esclarecida e preparada para encontrar nas Escrituras a revelação da vontade de Deus (cf. João 1:9).
3. Regras apropriadas de interpretação. De que forma interpreta o Espírito as Escrituras para nós? Primeiro, a interpretação das Escrituras é uma experiência religiosa, não simplesmente uma experiência intelectual. Quando somos confrontados com as Escrituras, devemos estar dispostos a abdicar das nossas ideias pré-concebidas e a submeter-nos à sua mensagem. Segundo, interpretar as Escrituras também é uma experiência intelectualmente enriquecedora. O Espírito não ignora a nossa racionalidade. O Senhor espera que usemos a nossa razão santificada no estudo da Bíblia. Terceiro, na busca pela verdade, devemos usar um método adequado de interpretação. É neste ponto que somos tentados a usar a sabedoria humana, separada do Espírito, e a chegar a interpretações que são incompatíveis com a natureza e os propósitos das Escrituras. Devemos permitir ao Espírito, através da meditação das Escrituras, que nos identifique os princípios de interpretação que devem ser usados no estudo da Bíblia. A nossa única segurança na interpretação das Escrituras reside no princípio de Sola Scriptura (Apenas a Escritura), sem mistura de teorias científicas ou de sistemas filosóficos. Os Adventistas devem desenvolver um modo baseado na Bíblia para interpretar a Bíblia. 4. O Espírito e a Igreja. A interpretação das Escrituras também é uma experiência coletiva. O Espírito não passa ao lado da comunidade dos crentes que são fiéis servidores das Escrituras. Um indivíduo que se considere a voz de Deus na formulação de doutrinas ou de ensinos bíblicos, tentando impor à Igreja as suas perspetivas, representa um grande risco para a comunidade dos crentes. Normalmente, o resultado dessa pressão é a divisão e a perturbação da Igreja. O Espírito conduz o corpo coletivo de Cristo para uma melhor e uma correta compreensão das Escrituras (João 14:26; cf. Atos 15:28; Efé. 3:17-19). Isto requer uma disponibilidade da nossa parte em buscar conselho e em colocar de parte as nossas opiniões pessoais, submetendo-nos ao conselho avançado pela comunidade dos crentes. A B R I L · M A I O · J U N H O 2016
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BÍBLIA
As espantosas profecias de Daniel MARVIN MOORE
A
lgumas das mais antigas profecias do mundo declaram que o nosso Planeta está a ponto de experimentar o mais dramático evento da história humana: o fim do mundo tal como o conhecemos. Estas profecias não especificam uma data – quer seja um ano, uma década ou, mesmo, um século. No entanto, o seu esboço da história humana tem sido cumprido de modo tão preciso que o passo seguinte – o único que falta ser cumprido – é absolutamente certo. A história começa com a deportação trágica de milhares de Judeus da sua pátria na Palestina. Entre os cativos que o rei Nabucodonosor levou para Babilónia estavam quatro jovens príncipes: Daniel, Sadrach, 22
SINAIS DOS TEMPOS
Mesach e Abednego. Agindo de um modo estranho para nós hoje, mas que era comum naqueles tempos, Nabucodonosor inscreveu estes quatro jovens na “Universidade de Babilónia”, de modo a serem formados como conselheiros reais. Na noite em que a nossa história começa (esta história está registada em Daniel 2), o rei teve um sonho. Na verdade, ele teve um pesadelo que o assombrou, mas do qual não conseguia lembrar-se no dia seguinte. Convencido da importância do sonho, Nabucodonosor chamou os seus conselheiros reais e pediu-lhes que lhe dissessem tanto o que ele tinha sonhado como o que o seu sonho significava. Estes “homens sábios” protestaram contra esta exigência absurda. Mas o rei disse: “Ou me dizem o sonho ou eu mando executar-vos!” No entanto, apesar da ameaça do rei, os conselheiros reais não conseguiram apresentar uma resposta credível. Ora, Daniel e os seus três amigos não tinham sido chamados ao palácio com o resto dos conselheiros do rei. No entanto, talvez porque estivessem a ser educados para serem futuros sábios, eles foram incluídos no decreto do rei. Quando os oficiais reais vieram prendê-los, Daniel pediu que lhe fosse concedido um pouco de tempo extra.
O pedido foi concedido e nessa noite Deus deu a Daniel o mesmo sonho que Nabucodonosor tinha sonhado. Deus tinha sido Aquele que havia dado o sonho ao rei. Na manhã seguinte, o oficial real que tinha sido enviado para prender Daniel trouxe-o perante o rei. O sonho de Nabucodonosor
Depois das saudações formais terem terminado, Daniel disse ao rei o que tinha sonhado. “Estavas olhando, ó rei, e perante ti estava uma grande estátua.” A cabeça da estátua era feita de ouro, os seus
braços e peito de prata, o seu ventre e coxas de bronze, as suas pernas de ferro e os pés da imagem eram feitos de ferro e de barro misturados. Subitamente, uma grande pedra proveniente de um lugar indeterminado deitou a estátua por terra e reduziu-a a pó. Então a pedra tornou-se numa grande montanha que encheu a Terra. Naturalmente, o rei estava ansioso para saber o significado do sonho. E as primeiras palavras de Daniel devem tê-lo enchido de orgulho: “Tu, ó rei, és a cabeça de ouro.” Mas as suas palavras seguintes não eram tão elogiosas: “Depois de ti, haverá outro reino, inferior ao teu.” Daniel explicou que três reinos deveriam seguir-se a Babilónia, e a maioria dos intérpretes bíblicos concordam que eles representam a Medo-Pérsia, a Grécia e Roma. Mas Roma seria o último na sucessão de impérios poderosos. Ele foi desmembrado e o que restou dele deu origem às várias nações da Europa, do Norte de África e do Médio Oriente que conhecemos hoje. A destruição da imagem pela pedra representa a destruição destas nações no fim do mundo, depois do qual Deus estabelecerá o Seu reino eterno. Ora bem, eis o que é tão espantoso nesta profecia. Daniel escreveu-a por volta de 600 a.C.. Ele conhecia Babilónia, pois vivia ali, e pode ter conhecido a Medo-Pérsia na altura em que escreveu esta profecia, embora esse poder só tenha conquistado a Babilónia anos mais tarde. Mas, humanamente falando, não é possível que Daniel tivesse predito o surgimento e a queda da Grécia e de Roma ou a fragmentação do império Romano. No entanto, todos os manuais escolares sobre história mundial testificam de que o sonho de Nabucodonosor foi cumprido exatamente como Daniel o interpretou perante o rei. Espantoso!
A visão de Daniel
Muitos anos depois, Deus deu a Daniel uma visão que, embora muito diferente do sonho de Nabucodonosor, nos dá um esboço semelhante da história do mundo (a visão de Daniel está registada no capítulo 7). Daniel viu quatro grandes bestas a erguerem-se do mar: um leão, um urso, um leopardo e um animal feroz a que chamaremos “dragão”. Estas bestas representam a Babilónia, a Medo-Pérsia, a Grécia e Roma. O dragão tinha dez chifres na sua cabeça. Eles representavam as nações que se seguiram a Roma. No entanto, neste momento foi introduzido um símbolo que representava um aspeto da História que o sonho de Nabucodonosor não continha. Um pequeno chifre cresceu entre os dez chifres da cabeça do dragão, acabando por obter uma posição dominante. A descrição que Daniel oferece deste “chifre pequeno” torna claro que ele representava um poder governante que tinha tanto autoridade religiosa como política. O Cristianismo medieval teve, de facto, o controlo religioso e político sobre as nações da Europa durante cerca de um milénio. Isto é uma predição espantosa que Daniel não poderia ter conhecido, se Deus não lhe tivesse revelado. Ainda assim, Daniel mal teve tempo para assimilar a parte do seu sonho sobre o chifre pequeno, pois a visão focou-se noutra realidade. Desta vez ele teve a sua atenção focada numa cena no Céu: Deus sentado no Seu trono e rodeado por centenas de milhares de anjos. O propósito desta grande assembleia é óbvio. A Bíblia diz: “Assentou-se o juízo e abriram-se os livros” (Daniel 7:10). O objetivo do juízo é o de condenar todos os poderes terrenos que governaram o mundo. Depois, “o reino e o domínio, e a majestade dos reinos, debaixo de todo o céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo: o seu [de Deus] reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Daniel 7:27).
Note, por favor, que todas as especificações desta visão foram também cumpridas, exceto a última. Babilónia, a Medo-Pérsia, a Grécia e Roma surgiram e desapareceram. O Cristianismo medieval surgiu e desapareceu. Nós vivemos no tempo de uma Europa dividida e no tempo do juízo que deve preceder imediatamente a Segunda Vinda de Cristo. O Seu regresso é a única parte desta profecia que ainda resta realizar. Assim, somos novamente confrontados com a espantosa conclusão de que um profeta que viveu há mais de dois mil e quinhentos anos perscrutou no fluxo do tempo e deu-nos um esboço do futuro que tem sido tão preciso que pode apenas tê-lo obtido de Deus. Alguns comentadores bíblicos pretendem que Daniel escreveu cerca de cento e cinquenta anos antes de Cristo e que não houve nada de sobrenatural no seu esboço da história do mundo. Nós não aceitamos esta datação tardia das profecias de Daniel. No entanto, mesmo se ele tivesse escrito o seu livro profético entre 200 e 150 a.C., não havia forma de ele saber que o império Romano se fraturaria, pois isto ocorreu cerca de 600 anos depois. Nem podia saber nada sobre o modo extraordinário como o Cristianismo dominou a política europeia durante a Idade Média. A única conclusão que podemos retirar disto tudo é que Daniel recebeu um vislumbre do futuro do próprio Deus. E porque tudo o mais no esboço da história do mundo escrito por Daniel se cumpriu, podemos ter a certeza de que o último evento também ocorrerá. A questão que se coloca é: estamos preparados para o evento final? Você pode estar preparado. Simplesmente convide Deus para a sua vida. Diga-lhe que quer ser cidadão do Seu reino eterno. Porquê adiar? Faça-o hoje mesmo. Marvin Moore
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OFERTA
O sofrimento atinge o mais profundo do indivíduo, da família e da sociedade. Enfrentá-lo é um desafio, que pode ser vencido com ânimo e esperança. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Mateus 11:28.
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