Ed 03| ASSUFOP
olho vivo
janeiro de 2016
olho vivo Informativo do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP - ASSUFOP
Tarifa de ônibus dispara em Ouro Preto Com aumento de 12,5%, preço da passagem vai a R$ 2,70. Reajuste não vem acompanhado de melhorias
M
al começou o ano e no dia 6 de janeiro foi publicado no Diário Oficial da Prefeitura de Ouro Preto o reajuste das passagens de ônibus municipais e também de táxi lotação. O preço que é de R$ 2,40 passará a ser R$ 2,70 a partir do dia 16 deste mês (01). O aumento de 12,5 % está acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses: 10,97%. É o segundo aumento no preço da tarifa em dois anos na cidade. Em 2014, o preço da passagem era de R$2,10; e foi para o valor atual, R$ 2,40. Já em 2016, um novo aumento de 30 centavos no preço. Detalhe: não há licitação para que a empresa de transporte funcione na cidade. O Conselho Municipal de Transporte de Ouro Preto se posicionou contra o aumento da passagem. Cobrou ainda uma licitação para o (des)serviço prestado à população. No entanto, o que já era esperado, o prefeito, passando por cima do conselho, deu o reajuste, permitindo um aumento impopular, acima da inflação, e que sufoca os trabalhadores e estudante da cidade.
PASSAGEM R$ 2,70?
NEM TENTA!
O aumento no preço da tarifa do transporte público(?) traz à tona velhas práticas políticas ainda em voga em Ouro Preto: decisões obsoletas que insistem, de modo imperativo, no “levar vantagem em tudo”. Por exemplo, subir o preço da tarifa do transporte público na virada do ano, para pegar a população “desarmada”. Um período do ano onde parte dos reais afetados pelo aumento – estudantes, trabalhadores – não estão na cidade, estão de férias
e, portanto, são pegos de surpresa, de mãos atadas, com decisões abruptas as quais interferem diretamente na vida do cidadão. Como se não bastasse ignorar as vozes Conselhos Municipais, representantes da população nas decisões políticas, o prefeito não esclarece à população o porquê do aumento. Não exemplifica o motivo pelo qual ainda não houve em Ouro Preto uma licitação para o transporte público. Para efeito de comparação, em 2014, a passagem de ônibus de linhas de Belo Horizonte, que ligam extremos da cidade, custava R$2,85. Apenas, 15 centavos a mais dos R$2,70 reajustados em Ouro Preto. O passageiro que viajava pelo circular 6350, cujo ponto de saída é a Estação Barreiro, passava por 53 bairros e percorria 55 quilômetros até o ponto final por R$ 2,85. Em Ouro Preto será cobrado R$ 2,70 por uma distância muito inferior ao de Belo Horizonte. Vale lembrar que nos últimos dias, em BH, centenas de
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pessoas lutam contra o preço de R$ 3,40 nas tarifas de ônibus. Será que o transporte público é público mesmo? Trocando em miúdos, está saindo mais barato para o cidadão utilizar carro em Ouro Preto do que optar pelo coletivo. Mas quem paga caro por essa troca – que poderia ser evitada - é o município, pois vai sendo encurralado pela quantidade de veículos que emitem gases poluentes além de congestionar as estreitas ruas da cidade. E por falar nelas, ruas de Ouro Preto, sempre foram usadas como desculpa pela empresa para justificar os gastos com manutenção no ônibus. Bem, como parte da cidade já se encontra asfaltada (ou impermeabilizada), dessa água a empresa não poderá mais de beber. O reajuste da passagem dá indícios de uma política elitista que tem crescido na cidade. Elevar a tarifa também é uma forma de exclusão social, pois, como lembra Ricardo Novaes, integrante do Fórum de Mobilidade Urbana – encontro que reúne autoridades e especialistas para debater caminhos para o desenvolvimento eficiente e sustentável de mobilidade nas cidades brasileiras - o aumento da passagem colabora para o processo de segregação nas cidades. Isso porque quando aumentam demais os valores do trans-
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porte público, estão impedindo as pessoas que moram em bairros mais afastados de terem melhores condições de trabalho, estudo, saúde e lazer. Trazendo essa relação à Ouro Preto, o alto preço da passagem é mais uma limitação que dificulta o acesso dos moradores dos bairros periféricos da cidade aos pontos turísticos e estudantis da cidade. A população de Ouro Preto não merece pagar pela irresponsabilidade de uma administração municipal refém de empresários que fazem do serviço público uma mera mercadoria descartável. Percebe-se que as condições de prestação do serviço público da cidade vêm superando a ficção. Quem vá dizer que R$2,70 é um preço palpável para uma cidade do interior de Minas Gerais? Portanto, agora é o momento de reunir forças populares para pressionar a administração e lutar contra o reajuste no preço da passagem de ônibus. Reivindicar o direito ao transporte público, contra a chantagem de políticos que fazem da renda do cidadão um instrumento promíscuo para financiar campanhas eleitorais
ATO CONTRA O
AUMENTO DA PASSAGEM EM OURO PRETO
SEGUNDA-FEIRA (18/01) ÀS 16 HORAS NA PRAÇA TIRADENTES
VAMOS PROTESTAR! REVOGAÇÃO DO AUMENTO JÁ!
0É 7 , 2 $ R
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