Jornal assufop 03 junho

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03 Junho de 2016

informação e formação

ENTREVISTA

TAEs como agentes de re exão Conheça o trabalho sobre Nome Social de Débora e Betânia, servidoras técnico-administrativas em educação da UFOP, que foi selecionado para SATISFAÇÃO

participar do V Congresso Internacional em Estudos Culturais, em Portugal.

AUTOESTIMA

pág. 6 e 7 CHANCES EMPENHO RESPEITO

Editorial

Folia em tempos de crise A festa e a tragédia na votação do Impeachment

pág. 2 e 3

Caminhada Ecológica no Parque do Itacolomi Veja os detalhes do evento que celebrou o mês do trabalhador

pág.8

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EDITORIAL

A folia da votação do Impeachment no dia em que os brasileiros conheceram seus deputados Câmara dos Deputados faz da votação do Impeachment de Dilma um carnaval de área VIP. Confetes lançam cinismos, aberrações, elitismo e opressões. dos Deputados que resultou na aprovação do

da com sua conduta política um tanto quanto enrolada. Tudo isso seria uma piada pronta, um ótimo

Impeachment da presidente Dilma por 367 votos favorá-

programa de entretenimento de Domingo à noite se não

veis e 137 votos contrários. Nesse épico episódio, ficou

fosse o poder que a Câmara tem em decidir questões

escancarada a motivação apenas política gritada por cada

ligadas diretamente à vida de cada brasileiro. Para se ter

deputado ao justificar seu voto, negligenciando veemen-

uma noção, é essa mesma Câmara que aprovou a continu-

temente o teor jurídico da denúncia. A Casa conseguiu ir

idade do processo de Impeachment que irá votar a

além. Promoveu uma verborragia amplificada por todo

reforma da previdência, os projetos do Ajuste Fiscal e

país, com direito a elogio ao torturador Ustra, um dos

entre eles o famigerado PLP 257/2016, um golpe severo

personagens mais vis da história do Brasil. Neste dia, o

nos diretos do servidores públicos. A bancada ultra

povo brasileiro que acompanhou toda algazarra por

conservadora do BBB – da bala, da bíblia e do boi – fez

diversos meios, pôde conhecer de perto cada um dos seus

valer o seu peso e, como previsto, cresce e advoga contra

deputados. Além do culto à tortura, teve deputado soltando

o trabalhador brasileiro, a favor das elites, estas que com o passar dos anos, mostram-se ainda mais fies à Casa

confetes, teve Partido das Mulheres com parlamentares

Grande.

Foi no mínimo assombroso a votação na Câmara

homens apenas; chuva de cuspe; traição por todos os

Democracia na Grande Imprensa: Menos que nada.

lados. Dedicaram votos à Deus, à família, aos filhos, netos, bisnetos e vibraram mais que o pênalti batido por

Neste carnaval elitista fora de época, o prêmio do

Roberto Baggio em 94. Teve deputado procurado pela

melhor samba enredo foi, merecidamente, para a grande

Interpol favorável ao Impeachment como semblante de

mídia. A cobertura política irresponsável e declaratória

combate à corrupção. Teve até deputada dedicando voto à

da imprensa corporativista influenciou preconceitos,

idoneidade do marido, prefeito, que no dia seguinte seria

ódios, sentimento de justiça, incentivou tiranias e esco-

preso pela PF por corrupção na saúde. Um levantamento feito no projeto Excelências,

lheu apenas um dos “Brasis” para ser consumido pelo público. Independentemente do veículo, as vozes são

da ONG Transparência Brasil, constatou que dos 513

várias, mas o discurso dos jornais, rádios, revistas,

deputados, 273 são citados em ocorrências na Justiça ou

telejornais é o de sempre. Basta fazer o exercício diário de

em Tribunais de Contas. Isto é, 53% da Casa está enrola-

comparar capas de jornais rivais, manchetes dos portais

EXPEDIENTE Jornal do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP - ASSUFOP. Gestão 2015/2017 | Presidente: Sérgio Neves, Vice-Presidente: Tatiana Hundrel Silva, 1ª Secretária: Jequiana Lessa Agostinho, 2ª Secretário: Vicente de Paula Cândido, 1ª Tesoureiro: Alexandro Luiz Maximiliano Dias, 2ª Tesoureira: Raquel Leite Braz, Diretores Sindicais: Maurílio Marcos da Conceição, Lourival Nunes Martins, Diretores de Assistência: Mônica Versiani Machado, Pedro Tomaz, Diretores de Imprensa e Divulgação: Thiago Caldeira da Silva, Felipe da Fonseca Martins, Diretoras de Cultura, Esporte e Lazer: Luciana Rodrigues dos Santos, Dirlene Azevedo Gomes | Jornalista Responsável: César Diab (MG 0018885 JP) | Texto, diagramação, arte e fotos: César Diab | vetores das artes desenvolvidas por: freepik.com | Endereço eletrônico: www.assufop.org.br | Contato: assufopcomunica@gmail.com | Endereço: Rua Diogo de Vasconcelos, 408, Estação - Ouro Preto - MG - CEP: 35400-000 | Tiragem: 1.500 exemplares | Impressão: Sempre Editora

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de notícias mais populares do país – são várias versões de

os quais, ingenuamente, acreditam que chegou ao fim a

um mesmo. A imprensa corporativista nacional faz do país

corrupção e a crise econômica no país. No entanto, como é sabido e cantado, todo carnaval tem seu fim e diante de

uma pastelaria. Constrói heróis e vilões nacionais com

uma felicidade fugaz, aqueles que se embebedaram da

palavras estratégicas em questões de segundos; estimu-

insanidade política hão de conviver com a ressaca de

lam preconceitos e rancores sociais oligárquicos; vibram

melancolia de ter colaborado para um episódio infame da

com a fragilidade do Governo; babam pelo poder para oposição; dão vexame e se gabam disso; e se vestem de

curta história da democracia brasileira. O cenário é desolador para os que vivem à mar-

“guardiões” da democracia. Muita gente compra. Não o

gem da sociedade e lutam por um país mais igualitário e

jornal, mas o discurso, no mínimo ingênuo, com o qual se

justo. Movimentos Sociais, Sem-Terra, Sem-tetos,

vende a ideia: toda corrupção no país existe e fora criada

Sindicatos... Sem dúvida, estes irão ver a face mais dura

apenas por um partido político; deputados captaram a

da ascensão conservadora ao Executivo. No entanto, são

deixa...

movimentos populares que carregam em si décadas, quiçá Portanto, a mídia da Casa Grande opta-se pelo

séculos, de luta contra a opressão do Capital e foram,

simples. Criam-se dois lados, estereótipos – assim é mais

desse modo, construindo um forte legado de luta pela

fácil, pois a situação é mais complexa, mas complexidade

dignidade humana. A luta continua e, sem dúvida, se

dá trabalho e despesa para explicar e não faz vender

fortalecerá. Como disse o ex-presidente do Uruguai, Pepe

jornal. Não é exagero dizer que diante dessa crise política,

Mujica, durante o recebimento da medalha Tiradentes em

a liberdade de imprensa nada mais virou senão o direito de

Ouro Preto, no 21 de abril deste ano: «A única luta que se

mentir. Será mesmo que uma verdadeira democracia

perde é a que se abandona. Portanto, não se pode viver

midiática é aquela que deixa o público escolher entre um

sem esperança».

canal e outro? Não seria muito mais justo e livre conceder ao público o poder de escolher a própria lógica das escolhas? Ascensão conservadora e os movimentos sociais Em entrevista concedida à revista Brasileiros, o premiado diretor brasileiro Fernando Meirelles

(dos

filmes Cidade de Deus e Ensaio sobre a Cegueira) sintetizou a dificuldade de fazer filmes sobre a política brasileira por um motivo um tanto esclarecedor: “O problema de se fazer filmes sobre o poder no Brasil é que a A foto ao lado que circula nas redes sociais mostra a ausência dos integrantes da Comissão Especial de Barragem na Região de Mariana, da Câmara. Apenas q u a t ro t i t u l a re s e s t i v e r a m p re s e n t e s . ( F o t o : Reprodução/Facebook)

nossa realidade supera a ficção”, afirma o diretor. Há prova melhor para comprovar essa afirmação do que o show de horror ocorrido na Câmara? A situação é um enredo perfeito de fazer inveja à diretores como Tarantino – marcado pelos exageros nas histórias. Em linhas gerais, a carnavalização do Impeachment trouxe o sentimento de excitação e alegria irradiante aos deputados do Sim e àqueles que foram às ruas de verde e amarelo, vibraram e choraram de alegria,

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Paralisação Nacional dos TAEs diz não à reforma da previdência e ao PLP 257/2016 Trabalhadores técnico-administrativos da UFOP aderem paralisação nacional contra a reforma da previdência e o pacto de reformas fiscais do governo Foto: ASSUFOP/Divulgação

Foto: FASUBRA/Reprodução

À esquerda, TAEs decidem pela paralisação de 24h durante assembleia. À direita, ato Nacional contra o PLP 257/16 na manhã de quinta-feira, 14, em frente ao Ministério da Fazenda. Aproximadamente 200 servidores participaram da manifestação.

Os trabalhadores técnicoadministrativos de Ouro Preto aderiram à paralisação nacional de 24 horas, no dia 14 de abril, após decisão da maioria em assembleia feita no Campus da UFOP em Ouro Preto na mesma data. A paralisação da categoria foi convocada pela FASUBRA Sindical e teve como objetivo protestar contra a reforma da previdência e contra o pacote de reformas fiscais do Governo, principalmente o PLP 257/2016 que ataca os direitos dos servidores públicos federais, estaduais e municipais. O projeto continua tramitando em regime de urgência na Câmara dos Deputados, mesmo após a reunião onde o ministro-chefe da Casa Civil, Ricardo Berzoini, pressionado por centrais sindicais, reconheceu que o momento político atual pede mais cautela e reflexão sobre os itens do PLP que prejudicam diretamente o trabalhador público. Para o presidente do Sindicato ASSUFOP, Sérgio Neves, a paralisação é uma forma de mostrar ao governo a insatisfação geral da categoria contra tais reformas que colocam os

direitos dos servidores públicos em perigo. “ É muito importante os trabalhadores técnico-administrativos da UFOP se juntarem aos outros trabalhadores do país, paralisarem e demonstrarem suas indignações contra o PLP 257/2016 que propõe um verdadeiro retrocesso para o servidor público. A postura de propor um projeto desse tipo demonstra o total desmerecimento do Governo com o repertório de direitos conquistados com muita força e suor de cada trabalhador que foi às ruas lutar por um trabalho mais decente e uma vida mais digna”. Tr a b a l h a d o r e s T é c n i c o administrativos de vários cantos do país também paralisaram as atividades contra o PLP 257/2016 e a reforma da previdência. Foi o caso dos trabalhadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal de Sergipe, Universidade Federal de Uberlândia. Sobre o PLP 257/2016

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O projeto de Lei 257/2016 proposto pelo executivo tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados e tem por finalidade alongar o prazo da dívida dos Estados com a União (Lei 9.496/97) para 20 anos. O PLP faz parte do pacote de ajuste fiscal iniciado pelo governo, ainda no final de 2014. Entre os itens do projeto, destacam-se a reforma da previdência dos servidores públicos para tornar os fundos de pensão sujeitos à regra de mercado; propõem demissões voluntárias no serviço público e congelamento de salários. Para saber mais informações sobre o Projeto de Lei Parlamentar 257/2016, acompanhe a tramitação no site da Câmara dos Deputados em http://www.camara.gov.br/proposico esWeb/fichadetramitacao?idProposic ao=2080237 Acesse o boletim informativo Olho Vivo do Sindicato ASSUFOP em: https://issuu.com/sindicatoassufop/d ocs/olho_vivo_pl


Entrevista

TAE como produtor de conhecimento Débora Walter dos Reis, e Betânia dos Anjos do Carmo, trabalhadoras técnico-administrativas em educação da UFOP, foram convidadas a participarem do V Congresso Internacional sobre estudos de gênero e direitos humanos em Portugal. Além de grande colaboração ao Campo, o convite enaltece a importância dos TAEs como corpo ativo na construção de saber e reexão nas Instituições de Ensino Superior.

O jornal ASSUFOP deste mês traz uma entrevista com duas trabalhadoras técnico-administrativas da UFOP cujo trabalho 'Nome Social: garantia de Identidade e Dignidade nas Universidades do Brasil' foi aceite para participar do V Congresso Internacional em Estudos Culturais: Gênero, Direitos Humanos e Ativismo, que terá lugar nos dias 7, 8 e 9 de setembro de 2016, na Universidade de Aveiro, Portugal. Além de servidoras da UFOP, Débora Walter dos Reis é bacharel em direito, licenciada em História e mestre em Engenharia de Minas; Betânia dos Anjos do Carmo é bacharel em museologia, mestranda em educação e tem especialização em docência superior. Também é autora do trabalho Ana Carolina do Carmo Leonor, filha de Betânia, que colaborou no desenvolvimento do artigo. O teor da conversa, além de referenciar o trabalho do trio, dá destaque à valorização do técnico-administrativo em Educação, retrata a luta dos TAEs na conquista de direitos para qualificação e reflete sobre o Nome Social nas Instituições de Ensino Superior do Brasil.

‘‘É muito complicado porque a pessoa se sente Soa, veste como Soa, é Soa e na hora de uma chamada, na hora de fazer uma prova, na hora que o professor vai se dirigir a ela, o nome é João*. As pessoas devem se tratadas da forma que elas querem ser tratadas’’

Como começou o interesse de vocês pela área de Estudo de Gênero e o porquê de

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estudar a Razão Social nas instituições de ensino superior? Betânia do Carmo: Nosso trabalho começou porque minha filha que faz o curso de História na Universidade Federal de Viçosa me contava o tanto que a lei da Razão Social já estava avançada na UFV implantada em 2013. E, quando ela me contou isso, eu estava indo trabalhar no Departamento de Direito e acompanhei a dificuldade da implantação da Razão Social na UFOP. Com isso, nós começamos a pesquisar sobre o assunto e escrever alguma coisa sobre as instituições onde a lei da Razão Social não caminhava no mesmo nível da UFV. Minha filha me mandou o material que ela pesquisou sobre o assunto na UFV e nós agregamos nosso estudo aqui da UFOP. Débora dos Reis: O problema de implementação (da Razão Social) era um problema técnico na UFOP, e a Betânia me contou a história de uma menina, a Sofia*,que tentou estudar na UFOP, fazer um curso, mas chegou aqui e não deu continuidade ao curso justamente por conta do Nome Social. É muito complicado porque a pessoa se sente Sofia, veste como Sofia, é Sofia e na hora de uma chamada, na hora de fazer uma prova, na hora que o professor vai se dirigir a ela o nome é João*. As pessoas


têm de ser tratadas da forma que elas querem ser tratadas. E a Sofia chegou a fazer a matrícula? BC: A matrícula foi negada com o nome Sofia, e eles só aceitaram fazer a matrícula com o nome João. Ela ficou tão constrangida, tão constrangida, numa fila que foi colocada esse impedimento que ela desistiu da UFOP. Ou seja, a instituição só aceitou fazer a matrícula se ela usasse o nome João. Aí a gente começa pensar sobre esses valores e pensamos fazer uma comparação entre a UFV e a UFOP DR: Nós sabemos que a discussão da Razão Social é apenas um passo na questão da transexualidade. Tem a questão da divisão do banheiro, a forma como o aluno reconhece esse aluno ou aluna, os professores. A gente sabe que é uma série de tabus. E com o trabalhado foi uma forma de conhecer um pouco mais a nossa instituição, como a UFOP trata desse assunto e traçar um paralelo com outras instituições que estão muito a frente no tratamento desse assunto. Como foi para vocês receberem o aceite para apresentar o trabalho em Portugal, num congresso internacional e o que isso representa para a categoria? DR: Foi uma satisfação imensa receber essa notícia. O que eu acho mais bacana, fundamental, e o que me motiva é mostrar para UFOP que os técnico-administrativos em educação são tão ou mais capazes do que servidores docentes

‘‘O que precisa acontecer na universidade é romper esse paradigma da subserviência do técnico, inclusive a subserviência do próprio técnico’’

‘‘A gente vai precisar tirar férias para conseguir apresentar o artigo em Portugal’’

de fazer a divulgação da nossa universidade, e ela precisa entender que o perfil do servidor técnico está mudando. Somos capazes de realizar pesquisas e somos capazes de criar produção intelectual. BC: A instituição, então, deveria criar para nós (técnico-administrativos) uma chance maior e de fato real de direitos para a produção de saber tanto quanto dos docentes e discentes. Por exemplo, as bolsas, os incentivos e o afastamento. Não existe um banco de servidores técnicoadministrativos... Eu vou conseguir ir em setembro à Portugal apresentar o artigo porque, por acaso, eu estou fazendo mestrado no ICHS e uma das linhas de pesquisa trabalha gênero e diversidade. Mas se eu não tivesse nessa linha de pesquisa? Eu conseguiria ir? Além disso, a gente vai precisar tirar férias para conseguir apresentar o artigo em Portugal, caso contrário a gente não iria. DR: Nós precisamos negociar pra poder realizar essas atividades, para levar o nome da UFOP enquanto servidora. E é surreal isso. O que precisa acontecer na universidade é romper esse paradigma da subserviência do técnico, inclusive a subserviência do próprio técnico, que na hora que vai falar sobre ele, diz «eu sou servidor». Servidor público todos nós somos, o que nos difere aqui é o cargo, isto é, você é docente e você é técnico administrativo. *Nome fictício para preservar a identidade da

À esquerda, Débora Walter dos Reis e à direita, Betânia dos Anjos do Carmo.

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maio - mês DO TRABALHADOR

CAMINHADA ECOLÓGICA NO PARQUE DO ITACOLOMI

Foto: ASSUFOP/Divulgação

Foto: ASSUFOP/Divulgação

Foto: ASSUFOP/Divulgação

No mês do trabalhador, o Sindicato ASSUFOP, com parceria do SINASEFE-IFMG, fez a 1ª Caminhada Ecológica no Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto em 07 de maio. Cerca de 60 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, participaram do evento que promoveu a consciência ambiental aliada à integração entre os técnico-administrativos da UFOP. Foi a primeira vez que o ASSUFOP realiza um evento dessa natureza e, com o sucesso da iniciativa, a ideia é que atividades como a Caminhada Ecológica virem rotina. O trajeto de 6km até o Parque do Manso proporcionou aos participantes uma outra visão da fauna e flora do entorno de Ouro Preto e, quem não conhecia o lugar, pôde apreciar uma das paisagens mais exuberantes da região. O evento contou ainda com o acompanhamento de dois militares do Corpo de Bombeiros que garantiu a segurança Para o diretor sindical do ASSUFOP, Maurílio da Conceição, o evento foi um sucesso: ‘‘adorei participar e não tenho dúvidas que todos os demais também gostaram muito, mesmo porque vários deles vieram até nós elogiando e propondo outros roteiros para caminhadas’’, afirmou. Maurílio reforçou a necessidade da participação dos TAEs e agradeceu os parceiros do evento, ‘‘ quem não participou perdeu um ótimo passeio e peço que venham, participem, prestigiem as ações do ASSUFOP. Assim, todos saem ganhando. Quero agradecer, em nome da Diretoria, o SINASEFE-IFMG e o Corpo dos Bombeiros que nos auxiliou durante todo o percurso’’, concluiu. A programação encerrou-se com um churrasco na sede do Sindicato ASSUFOP para todos participantes da caminhada. Para conferir mais fotos do evento, acesse a fanpage do ASSUFOP: facebook.com/assufop.ouropreto


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Escrita feminina para desatar nós Oficina de escrita criativa para mulheres colocou em questão as angústias e as potêncialidades do feminino “A maior conquista foi juntar em uma sala, através de um evento, tantas mulheres diferentes entre si, desde idade, personalidade e trajetória de vida, no que nos tora comuns: a luta por nossos direitos, por reconhecimento, autonomia e respeito”. É com uma sutileza e perspicácia singular que a estudante de jornalismo da UFOP, Lethícia Bueno, descreve sua participação na 1ª Oficina de Escrita para Mulheres. O evento foi promovido pelo Sindicato ASSUFOP e contou com a participação de mulheres de várias faixas etárias, estudantes e trabalhadoras. Ainda para a estudante, “ o que mais gostei foi a oportunidade de escrever sobre o que ser mulher representa, afinal, para a própria mulher, já que por vezes somos instruídas a ficar caladas sobre nosso

próprio sexo”, detalha. Foi a primeira vez que o Sindicato ASSUFOP trouxe à Ouro Preto uma atividade de texto com tal temática. Através de atividades dinâmicas, muito diálogo e exercícios de relaxamento, a oficina propôs trabalhar escrita livre como forma de expressão das angústias, os anseios e desejos relativos às questões de gênero vivenciadas por mulheres. O tom da conversa foi nítido: explorar a narrativa do “eu” e do “nós”, capaz de lançar luz sobre as amarras que ameaçam o feminino, por meio da total autonomia das participantes. Jéssica Romero, jornalista e ministrante da Oficina, avaliou a ação positivamente e enfatizou a pluralidade do público presente, "O resultado da oficina foi muito gratificante. Em

uma tarde conseguimos nos conhecer, discutir questões importantes relacionadas à temática de gênero e ainda produzir dois textos por pessoa. Acredito que a diversidade de idade e de experiências das participantes foi fundamental para cumprir a proposta da atividade, que era ser uma construção coletiva”, conclui. A jornalista lembra ainda do valor de se pensar sobre o espaço no qual estamos inseridos através de dinâmicas pouco comuns no dia-a-dia, iniciativas como essa de realizar uma oficina gratuita e aberta são importante para repensarmos nossas relações sociais e de trabalho em meio a uma rotina de muita produtividade e pouca reflexão”.

Participantes da Oficina na Sede do Sindicato ASSUFOP (FOTO: ASSUFOP/Divulgação).

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A partir de julho, boleto Unimed passa a ser descontado via débito autorizado Medida definida em assembleia visa reduzir a inadimplência, e entrará em vigor em julho e não mais em junho como havia sido divulgada Associados do Sindicato ASSUFOP votaram, durante assembleia ocorrida em 12 de março, pela alteração na cobrança do plano de saúde para conter a crescente inadimplência e não afetar a existência do convênio. Isso significa que o pagamento do plano Unimed pelos associados deixará de ser via boleto e será através de débito autorizado na conta dos usuários que são clientes da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Santander. A alteração passaria a valer a partir do mês de junho, mas devido a problemas técnicos o débito autorizado em conta entrará em vigo no mês de julho. Portanto, em junho, todos os usuários do plano receberão o boletopara pagamento. As pessoas que não autorizarem o débito em conta serão

Maioria dos associados votaram pela alteração na cobrança. (Foto: ASSUFOP/Divulgação)

excluídas do plano. Aquelas que não são correntistas em tais bancos, continuarão a pagar via boleto. Novas adesões ao plano serão autorizadas apenas para clientes de tais bancos. Independentemente do débito automático, qualquer usuário do plano poderá acessar seu boleto no site

do sindicato (assufop.org.br) e obter mais informações sobre a utilização do serviço no site da Unimed (unimedinconfidentes.coop.br). Para mais informações acesse www.assufop.org.br com/assufop.ouropreto, ou venha à sede do sindicato.

Comissão Interna de Supervisão do PCCTAE toma posse Tomou posse no dia 03 de maio, na Reitoria da UFOP, os novos membros da Comissão Interna de Supervisão do Plano de Carreiras dos Cargos Técnicoadministrativos em educação da UFOP CIS, tratada na lei 11091/2005, conforme portaria nº187 de 08 de abril de 2016. Com isso, a comissão passa a ser presidida por Lourival Nunes, Vicente de Paula, Adilson Ribeiro, Igor Mezadre, Dary França e Pedro Alexandre, todos trabalhadores TAEs da UFOP. A Comissão é um órgão deliberativo obrigatório em todas as instituições Federais de Ensino Técnico e Superior e tem como função fiscalizar, avaliar, acompanhar e contribuir nas negociações sobre a carreira do trabalhador técnicoadministrativo. Para Lourival Nunes, diretor do ASSUFOP e agora membro da CIS, a Comissão desempenha um papel funda

Membros da CIS, da esquerda à direita: Igor Mezadre; Lourival Nunes; Pedro Alexandre; Vicente de Paula; Adilson Ribeiro e Darly França. Foto: (ASSUFOP/Divulgação)

mental para os TAE’s, ‘‘ é ela que tem o importante papel de propor mudanças na estruturação da carreira, e fiscalizar o andamento das discussões sobre o assunto, tanto a nível local, quanto a nível nacional, em Brasília’’. afirma. Novo membro da CIS, Adilson Ribeiro, descreve outros papeis da Comissão ‘‘a gente olha também o dimensiona

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mento e locação de vagas, além de trabalhar pelo cumprimento das normas da carreira, tanto da capacitação quanto da qualificação. Nós somos orientados pela comissão nacional que traça as nossas diretrizes para estar em contato com o Sindicato e pela federação.’’ acrescenta. A CIS tem um mandato de três anos, e possui um caráter não deliberativo.


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CULTURA

‘‘PERGUNTAS

DE UM OPERÁRIO LETRADO’’ Bertolt Brecht

‘‘Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, Mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilónia, tantas vezes destruída, Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas Da Lima Dourada moravam seus obreiros? No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde Foram os seus pedreiros? A grande Roma Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio Só tinha palácios Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida Na noite em que o mar a engoliu Viu afogados gritar por seus escravos. O jovem Alexandre conquistou as Índias Sozinho?

César venceu os gauleses. Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço? Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha Chorou. E ninguém mais? Frederico II ganhou a guerra dos sete anos Quem mais a ganhou? Em cada página uma vitória. Quem cozinhava os festins? Em cada década um grande homem. Quem pagava as despesas? Tantas histórias Quantas perguntas’’

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COMUNIDADE

Presidente do ASSUFOP recebe Moção de Aplauso da Câmara de Ouro Preto A homenagem enfatizou os trabalhos sociais desempenhados por Sérgio Neves

Sérgio Neves recebe a Moção de Aplauso pelas mãos do Vereador Paquinha. Foto: Câmara de Ouro Preto

A vida grita, e a luta continua. E se depender de Sérgio Geraldo Neves a luta não apenas persiste, mas toma novos rumos, ganha força e transforma as vidas de jovens da periferia de Ouro Preto. Além de presidente do Sindicato ASSUFOP e trabalhador técnicoadministrativo da UFOP, Sérgio traz consigo uma longa experiência no trato das questões sociais de sua cidade natal, Ouro Preto. É presidente da Associação Comunitária do Bairro São Cristóvão e desempenhou projetos comunitários como o JUSEC, Projeto Crescer e Projeto Sopão. Detalhe que chama atenção: todas as funções desempenhadas voluntariamente. No dia 29 de março de 2016, a Câmara Municipal de Ouro Preto decidiu prestar uma homenagem à Sergio, entregando a ele a Moção de Aplauso, semblante de reconhecimento ás pesso-

as que, de alguma forma, contribuem para uma Ouro Preto mais justa e igualitária. JUSEC Era um grupo de jovens da igreja católica da Comunidade São Cristóvão, antes da formação da Associação do bairro, e fazia uma série de eventos com a juventude, como coral, atividades cristãs, passeios, jogos de vôlei e ações filantrópicas em favor dos menos favorecidos. Projeto Sopão Desenvolvido pela Associação Comunitária do Bairro São Cristóvão, o projeto fazia uma sopa nas segundas, quartas e sextas e distribuía para pessoas carentes do bairro. O alimento vinha de doações de comerciantes da cidade e depois da prefeitura. Projeto Crescer com Arte, Saúde e Alegria

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O Projeto amparava crianças de 7 a 17 anos, matriculadas na escola e em situação de invulnerabilidade social. As ações eram feitas por um grupo de voluntários que utilizavam a música, o esporte, literatura, arte e informática como elementos capazes de transformar a vida de cada criança. Para Sérgio Neves, a homenagem, além de trazer satisfação pessoal, perpetua o valor do trabalho voluntário, ‘‘quando se dá esse tipo de monção pra alguém que desenvolve um trabalho, eu acredito que desperta nos outros a necessidade de assumir essas atividades voluntárias, pois nem tudo que precisa ser feito na cidade o poder público dá conta de fazer, e sem sempre há dinheiro e gente especializada pra fazer. Acredito que é importante essa monção não apenas na questão pessoal mas sobretudo no sentido de outras pessoas da comuni-


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