Edição 01 Gestão 2015-17 Dezembro de 2015 Filiado à FASUBRA assufop.org.br
jornal ASSUFOP
Jornal do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administravos da UFOP - ASSUFOP
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SINDICATO ASSUFOP EMPENHA LUTA CONTRA O PONTO ELETRONICO NA UFOP ^
´ 11 pag. ´ TRAGEDIA EM MARIANA: SAMARCO E O MAIOR DESASTRE AMBIENTAL DO BRASIL pag. ´ 10 ^
MINA DU VELOSO: INTELIGENCIA AFRICANA TRAZ VISIBILIDADE E ´ 12 RENDA AO BAIRRO pag. Acesse o conteúdo do jornal no seu dispositivo móvel
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EDITORIAL
Entre o corte de verbas no ensino superior público e o pragmatismo administrativo na UFOP As medidas anunciadas em uma coletiva de imprensa, no dia 22 de setembro, pela Reitoria da Ufop, com o objetivo de “garantir” o funcionamento da Universidade, são de conhecimento geral. Sobre tais medidas, destacam-se a demissão de 90 trabalhadores terceirizados e também o aumento do valor do restaurante universitário. O Assufop repudia a forma pela qual tais decisões da reitoria foram definidas e comunicadas. Soa no mínimo estranho uma organização de ensino, que se diz transparente e plural, informar primeiramente ao público externo à Universidade (como a imprensa) sobre mudanças tão sérias no funcionamento da Instituição. A forma pela qual a administração chegou aos cortes também é preocupante e dá indícios do que está por vir: uma administração pragmática, pautada numa verticalidade que aponta para uma dificuldade de negociação. Se não há conversa, não há política, resta apenas a tecnocracia, que serve muito bem para máquinas, mas não para o funcionalismo público. O Assufop acredita e reitera que atitudes como essas – decisões drásticas sem qualquer consulta ao corpo universitário - têm de ser pautadas no diálogo, no planejamento, para que, desta forma, condutas administrativas autoritárias fiquem apenas como memória de um passado vil. Do posicionamento do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Também se faz relevante sublinhar a passividade com que o DCE tem se colocado. Percebe-se um alinhamento político com as medidas tomadas pela
Reitoria durante todo o período de greve. Preferimos acreditar que, por desinformação ou inocência, o DCE tenha trilhado direções opostas ao que é substancial em qualquer representatividade estudantil: ou seja, lutar por uma universidade autônoma, de qualidade, respeitável, horizontal, pública, gratuita e acessível para tod@s. Em nota publicada em rede social, o DCE confirmou a definição do calendário acadêmico pelo CEPE para o início das aulas e mostrou-se submisso à decisão do Conselho de que “é possível garantir um semestre de qualidade mesmo com os técnicos em greve”. Aceitar o sucateamento da Universidade e comprar a chantagem paternalista do Governo (e da UNE), bem como o discurso mercadológico da mídia, é dar passos em direção oposta ao que uma universidade pública se propõe. É cultivar uma política imediatista, que apoia decisões rápidas, fáceis, que dão resultados em curto prazo – e geram até uma popularidade, mas, que, olhando em conjunto, caminham em direção às ruínas, excluem futuros prósperos, cerceiam direitos conquistados em anos de luta, como, por exemplo, o direito à sindicalização ao funcionalismo público conquistado em 1989. É nítida a incapacidade do governo de negociar com a categoria do funcionalismo público, e sabe-se que uma administração que preza pelo tato social, se antecipa nessas questões trabalhistas. Ainda que reversível, é desanimador acompanhar ges-
tos estudantis que solidificam um ensino cada vez mais mercadológico (vide crescimento hegemônico das parcerias público-privadas) e vão na contra mão daquilo que Kant denomina como uso público da razão. O ASSUFOP também lamenta comentários pejorativos, infundados, feitos nas redes sociais de forma desordeira, com o objetivo de deslegitimar a luta dos técnicos – que também é uma luta pela unidade u n i v e r s i t á r i a . Tr a t a - s e d e u m a irresponsabilidade que apequena o debate, ensurdece as ideias e enfraquece a luta pela qualidade do ensino. Tal postura apenas confirma o retrocesso assustador que vem sendo naturalizado na contemporaneidade, no qual lutar por direitos é ofensivo e, concomitantemente, a greve deixa de ser instrumento de reação adversa à recessão e se torna, no mínimo, um gesto depreciativo. Evidentemente, a ascensão desse pensamento conservador se traduz numa tendência do capitalismo contemporâneo de enorme exploração e péssimas condições de trabalho aliada à financeirização da educação e monopólio do conhecimento. O ASSUFOP continua firme na luta, pois não deseja uma universidade desnecessária. Lutamos contra a cultura do sucateamento que favorece a privatização; contra uma comunicação obsoleta e atitudes autoritárias na administração universitária. Investimos em uma unidade organizada que semeia a solidariedade, pelo futuro do ensino superior e condições dignas de trabalho dos técnicosadministrativos da UFOP.
EXPEDIENTE Jornal do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFOP - ASSUFOP. Gestão 2015/2017 | Presidente: Sérgio Neves, Vice-Presidente: Tatiana Hundrel Silva, 1ª Secretária: Jequiana Lessa Agostinho, 2ª Secretário: Vicente de Paula Cândido, 1ª Tesoureiro: Alexandro Luiz Maximiliano Dias, 2ª Tesoureira: Raquel Leite Braz, Diretores Sindicais: Maurílio Marcos da Conceição, Lourival Nunes Martins, Diretores de Assistência: Mônica Versiani Machado, Pedro Tomaz, Diretores de Imprensa e Divulgação: Thiago Caldeira da Silva, Felipe da Fonseca Martins, Diretoras de Cultura, Esporte e Lazer: Luciana Rodrigues dos Santos, Dirlene Azevedo Gomes | Jornalista Responsável: César Diab (MG 0018885 JP) | Texto, diagramação, arte e fotos: César Diab | Endereço eletrônico: www.assufop.org.br | Contato: assufopcomunica@gmail.com | Endereço: Rua Diogo de Vasconcelos, 408, Estação - Ouro Preto - MG | Tiragem: 1.500 exemplares | Impressão: Sempre Editora Ltda.
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ASSUFOP FAZ ÚLTIMA ASSEMBLEIA DE 2015 Proposta de controle de frequência eletrônico e plano Unimed foram destaques no encontro No dia primeiro de dezembro o Sindicato ASSUFOP fez uma assembleia* com os técnicoadministrativos no auditório do ICEB para discutir e deliberar assuntos relativos aos trabalhadores da UFOP. A pauta abordou os seguintes temas: informes locais e nacionais; eleição de delegados para plenária da FASUBRA; proposta de controle eletrônico de frequência; plano de saúde – Unimed, dentre outros. Conduziram a assembleia o presidente do sindicato, Sérgio Neves; o diretor sindical, Maurílio da Conceição, e o secretário Vicente de Paula. De início foram destacadas informações do Sindicato ASSUFOP como o prazo da retirada dos convites para a Festa de Fim de Ano e o motivo da cobrança de R$20,00 no preço do convite para dependente pensando em resguardar a situação futura quanto à saúde financeira do sindicato. Também foi informado o funcionamento da área de lazer do Sindicato durante o recesso de fim de ano, bem como o conteúdo do boletim (edição 02) Olho Vivo sobre a Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal). Nos informes nacionais, foi comentada a nota publicada pela FASUBRA na qual o assessor de gabinete da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Vladimir Nepomuceno, confirmou que o reajuste dos servidores - que não contempla as perdas acumuladas - permanece em agosto de 2016 e os ‘‘benefícios’’ para o início de janeiro de 2016.
Apesar de não ter dado quórum, os presentes aqueceram o debate sobre a inadimplência do plano de saúde
O presidente do sindicato comentou, durante os informes, a dificuldade financeira que poderá ser enfrentada pelo Sindicato ASSUFOP diante da crise que assola o país e do medíocre reajuste salarial para agosto do ano que vem, bem abaixo da inflação. Outro motivo - este mais preocupante - que pode agravar a receita do sindicato é o alto número de associados inadimplentes com o plano de saúde Unimed. Ou seja, o técnico-administrativo que deixa de pagar o plano, afeta e coloca em risco a receita do Sindicato no qual tem de tirar dinheiro do caixa para quitar a dívida dos associados, já que o contrato do plano é feito entre ASSUFOP e a Unimed. Este assunto elevou os ânimos da plateia que manifestou grande indignação contra os associados que não pagam o plano de saúde, e cobraram mais rigor à diretoria para
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punir os associados em débito com o plano. Sérgio Neves explicou que além da carta de cobrança, da possível exclusão do associado do plano, o Sindicato informa à CGP para que o associado inadimplente deixe de ter direito ao ressarcimento do plano. O diretor do ASSUFOP, Lourival Nunes Martins, cogitou as consequências futuras caso o calote no plano de saúde não seja resolvido e saiu em defesa do Sindicato: “se for pra quebrar alguma coisa, que quebre a parceria com a UNIMED – e não quebre o Sindicato!” José Augusto Nunes sugeriu uma cobrança mais intensa nos atrasos no pagamento do plano: “sugiro ao Sindicato que faça um sistema digital que mande email diariamente ao devedor, pressionando, falando quantos dias o devedor está em débito, assim ele se sente pressionado a *Dessa vez a assembleia não atingiu o quorum
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a pagar. Tem que fazer alguma coisa para que o calote acabe”. Foi sugerido à mesa que seja votado o seguinte tema: uma vez o associado inadimplente excluído do plano, não teria mais direito de retornar ao plano. A sugestão foi acatada pela mesa que vai discutir a proposta com os demais diretores do Sindicato. Em seguida, houve um diálogo sobre o ponto eletrônico proposto pela CGP. Foi reiterada a posição do Sindicato contra tal medida reacionária que apaga uma memória de luta dos servidores que derrubaram, com bastante insistência, um modelo de frequência ditatorial que existia nos anos 90 no funcionalismo público. Sobre o último ponto da pauta, como a assembleia não teve quorum, a votação para delegados para a FASUBRA – nos dias 12 e 13 de dezembro em Brasília para avaliar a greve – foi cancelada. Na sequência foi destinado tempo para uma avalia-
ção dos trabalhadores presentes. A ex-presidente do ASSUFOP, Luiza de Marillac, reforçou a importância da luta numa época de supressão de direitos e ponderou o retrocesso que se encontra por trás da proposta do ponto eletrônico. “a gente tem que promover alguma ação de boicote ao ponto eletrônico. É um retrocesso sendo que nós temos a constituição federal, que garante autonomia administrativa da universidade. Temos que reagir aos retrocessos antes que sigam adiante”. Também foi assunto durante a assembleia o atraso no pagamento dos salários dos terceirizados e um dos motivos seria a falta de repasse da verba do Governo Federal à UFOP que, portanto, não teve como pagar as terceirizadas até o final de novembro. O presidente, Sergio Neves, argumentou que o ASSUFOP tem conversado com a UFOP pressionando e cobrando respeito aos dire-
itos dos terceirizados. “Somos contra a terceirização mas a favor dos trabalhadores, e se em janeiro de 2016 parar tudo por conta do não pagamento dos salários, a UFOP para! O baixo número de trabalhadores presentes na assembleia dificultou a deliberação de assuntos de grande importância como o ponto eletrônico e também o plano da Unimed. Faz-se importante ressaltar a necessidade da presença expressiva dos técnicoadministrativos nas assembleias para que sejam tomadas decisões com representatividade e clareza, lembrando que o Sindicato é de todos os trabalhadores.
Presidente do ASSUFOP, Sérgio Neves, e os Diretores, Maurílio da Conceição e Vicente de Paula conduziram a assembleia
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ESPECIAL
UNIVERSIDADE PÚBLICA
à BEIRA DO ABISMO NO DIA 27 DE NOVEMBRO, O GOVERNO FEDERAL SOLTOU UM DECRETO QUE CONTIGENCIOU A VERBA DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS. A UFOP FICOU COM SEUS RECUROS ‘CONGELADOS’ COM DINHEIRO APENAS PARA PAGAR AS BOLSAS E SALÁRIOS DOS SERVIDORES. RESULTADO DISSO: OS TERCEIRIZADOS FICARAM COM SEUS SALÁRIOS ATRASADOS, JÁ QUE O REPASSE DAS VERBAS ÀS EMPRESAS PRIVADAS HAVIA SIDO INTERROMPIDO BRUSCAMENTE. NO ENTANTO, DE ACORDO COM O PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO, PROF. RODRIGO BIANCHI, O REPASSE FINANCEIRO DO GOVERNO VOLTOU A SER FEITO APÓS OUTRO DECRETO QUE ANULOU O CONTINGENCIAMENTO. APÓS O SUFOCO, A UFOP VOLTA À ‘‘NORMALIDADE’’ FINANCEIRA, NA DIFÍCIL TAREFA DE TER DE GERIR A UNIVERSIDADE COM UM DÉFICIT DE R$15 MILHÕES.
NA EDUCAÇÃO 05
G O V E R N O
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GOVERNO PRECARIZA O SETOR Muito embora ‘‘Pátria Educadora’’ seja o novo slogan do Governo, tem virado rotina os anúncios de cortes nos investimentos na Educação Pública. Bastava negar toda luta dos técnico-administrativos das IFES, dos docentes, discentes contra a precarização do ensino público durante os últimos anos, o Governo deu uma resposta clara às categorias no primeiro semestre deste ano: um corte de R$ 9 bilhões do orçamento do Ministério da Educação. O resultado desta medida se traduz na precariedade enfrentada hoje nas universidades e institutos federais.. Além de sofrer com as mazelas causadas pelo imediatismo do REUNI, soma-se uma piora das condições de trabalho dos técnicoadministrativos e docentes, o repasse das despesas aos estudantes estes que deveriam ser, veementemente, amparados – com a diminuição das bolsas e auxílios, e a desestruturação administrativa que não consegue recurso para manter o básico: o aluno dentro da sala de aula. Por grande ironia, o sucateamento das universidades está apenas começando (quisera que não). E quem afirma isso não são as categorias de bases que sentem de perto o ardor do corte, mas o ex-ministro da educação Renato Janine em entrevista à jornalistas: “todos sabem que houve um corte de R$ 9,4 bilhões na educação (em 2015). No ano que vem nós infelizmente estamos contando com um corte maior”.
ANÁLISE
O slogan favorece apenas uma forma de ensino, em detrimento de outro. Dá privilégios ao ensino privado, ao invés de investir nas universidades públicas, que dão isonomia ao saber, praticam liberdade nas salas de aula e desenvolvem regiões, cidades, distritos e comunidades por meio da extensão e também da pesquisa.
MINISTÉ RIOS QUE VÃO TER CORTES
NO ORÇA MENTO (%) EM 2 016
Saúde 35,9% Educação 13,3% Desenvolvimento Social 12,9%
Pe sc a
0,66%
Transportes 0,40%
“ t od o s Cidades 0,23% s a b e m que houve um corte de R$ 9,4 bilhões na educação (em 2015). No ano que vem nós infelizmente estamos contando c o m u m CORTE MAIOR
fonte:www.brasil.elpais.com/brasil/2015/09/01/politica /1441064251_785364.html
TENDO COMO LEMA A EDUCAÇÃO
Janine Ribeiro, ex-ministro da educação
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Através do PROUNI e FIES, o governo aumentou o repasse para as instituições privadas de ensino e estreitou os laços com a camada empresarial que ganha bastante dinheiro com uma educação razoável. Somente com o FIES, o gasto do governo é de 13 bilhões. Para se ter noção, o gasto está próximo do valor retirado da educação pública neste ano. Deve-se lembrar de que o auxílio aos estudantes da rede privada de ensino é fundamental, mas este apoio não pode ser fruto do desmonte da educação pública. Na pósgraduação, a Capes sofreu uma redução de 75% na verba para custeios e 10% em 2015 para programas de pesquisa. Uma nítida incompetência de administração do Governo que há pouco tempo se glorificava em criar o Ciência Sem Fronteiras, que, por sinal, está ‘‘congelado’’. Com o orçamento universitário minguando, cresce o número de obras paralisadas, aumenta o número de contas de energia em débito, sobe o índice de desistência dos estudantes e sobrecarrega o trabalho dos técnico-administrativos e professores. Pátria Educadora. Além de uma piada de mau gosto, pode-se pensar que o slogan governista é um mero presságio que anuncia o ônus que está por vir.
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Uma publicidade inversa, um marketing de crise. Acreditar nessa confusão discursiva, hoje, não tratase de um exagero, trata-se da realidade política do Brasil superar a ficção. Resultado de uma política pragmática que destina 50% do orçamento para quitar a dívida pública. De todos os setores, a educação - por toda sua fragilidade já institucionalizada no país – é, de fato, o alvo escolhido para ser deteriorado. Não é preciso ser profético para tal assimilação. É a típica conduta de um governo que trabalha em prol das elites empresarias do Brasil, que privatiza a passos largos a esfera pública através das parcerias públicoprivadas. Em outras palavras, universidades cada vez mais dependentes do recurso privado, fato que vai de encontro com uma educação livre, universal e de
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qualidade tão necessária para o desenvolvimento da sociedade. Diante do cenário difícil, o momento atual é de luta, de apoio às ações da comunidade acadêmica frente aos ataques na qualidade da educação pública. Deve-se enfrentar o pensamento maquiavélico que expande na opinião pública no qual usuários da educação federal são pessoas privilegiadas, que gozam de benefícios irrisórios e que reclamam do paraíso que vivem. Além de toda fantasia de tal pensamento, isso consolida aquilo que vem se tornando costume na esfera pública: de sempre puxar para baixo, isto é, retirar direitos, reprimir benefícios em prol de uma sensação falsa de justiça e igualdade nas relações do trabalho e ensino. É preciso lidar com as dificuldades, com esperança ao invés do medo, com solidariedade e unicidade. É apoderar-se do espírito
de mudança, que não aceita tudo da forma como está, tendo como exemplo os estudantes secundaristas da educação estadual em São Paulo, que enfrentando toda a força do Estado Paulista. conseguiram, ocupando as escolas, a suspensão do plano de ‘‘reorganização escolar’’ comandado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Tais estudantes ensinaram para todo o Brasil como lutar pelo direito de ter uma educação decente, necessária, gratuita e de qualidade.
AJUSTE
FISCAL
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CICLO DE DEBATES DISCUTE PAPEL DO SERVIDOR PÚBLICO NAS IFES
Servidores da UFOP acompanham abertura do primeiro Ciclo de Debates: O Servidor Público nas IFES. Entre os dias 28 de outubro e 02 de dezembro, os Sindicatos ASSUFOP, ADUFOP e a Coordenadoria de gestão de pessoas da UFOP (CGP) fizeram o primeiro Ciclo de Debates em comemoração ao dia do servidor público (28/10). Com o tema O Servidor Público nas Instituições de Ensino Superior, o evento inédito contou com diversas palestras e mesas-redondas sobre assuntos que contemplaram os servidores da UFOP. Logo na abertura, sob mediação do professor Ricardo Silvestres (UFOP) e com a presença do Próreitor de Planejamento da UFRJ, Roberto Gambini; do pedagogo Adilson Pereira (UFOP); do Prof. Adriano Cerqueira (UFOP), a primeira mesa do ciclo discutiu o papel do servidor público no contexto atual. O Pró-reitor elogiou a iniciativa do evento e pediu novas edições do Ciclo: "a gente toca a universidade, faz a gestão diária dela, mas a gente tem que pensar também sobre nosso trabalho, sobre o que a gente faz, sobre o nosso papel como servidor público de uma instituição pública de ensino. é uma iniciativa fantástica, deve ser apoiada, continuada em outros momentos, em outras datas de referência para a universidade.
Fiquei muito feliz de poder participar, compartilhar dessa experiência com a Universidade Federal de Ouro Preto", conclui. Já no dia 5 de novembro, duas palestras marcaram o segundo dia do Ciclo: Carreira do Servidor Técnico-administrativo em Educação: 10 anos do PCCTAE ministrada por Luiza de Marillac (UFOP) e a Carreira do Servidor Professor do Magistério Superior e seus desafios, ministrada pelas professoras Maria do Perpétuo Socorro (CPPD/UFOP) e Marinalva Silva Oliveira (ANDES). Na sequência, a programação contou ainda com a palestra Assédio Moral no Trabalho nas IFES, ministrada pela professora Joana Alice Ribeiro Freitas (UFG) com colaboração da professora Renata Maia. No dia 24 de novembro o tema em questão foi Seguridade Social no Serviço Público Federal. A mesa redonda foi composta por Rolando Malvásio (UFTM/FASUBRA) e pela professora Claúdia March (UFRJ/ANDES). Para Rolando, a mesa trouxe a tona um tema substancial para os servidores federais em educação: “é muito gratificante participar de uma mesa que trata de um assunto bastante
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delicado e de extrema importância como a seguridade social no serviço público. É uma bela iniciativa da organização do evento e deve ser continuada”. O presidente do Sindicato ASSUFOP, Sérgio Neves destacou o valor dos assuntos discutidos: "o papel nosso [servidor público federal] é importantíssimo para que o que o país cresça, para que pessoas se formem, para que se tenha uma sociedade realmente justa. Por isso a gente quer discutir qual é o papel do servidor público no contexto atual, não só em período de crise, mas também no período de mudança que a gente vive", afirmou. No último dia do evento, para um público expressivo, o advogado Carlos Frederico Gusman (ADUFOP/ASSUFOP), Lourene Cristina Maia (UFOP) e Mariana Veronez Borri (UFOP) ministraram a palestra Aposentadoria no Serviço Público Federal. Todas as palestras e mesas-redondas emitiram certificados para os participantes. Com o sucesso do Ciclo de Debates e da p a r c e r i a – C G P, A S S U F O P, ADUFOP – já se pensa a continuidade do evento nos anos seguintes, com novos temas, novos palestrantes e com um público ainda maior.
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CULTURA por
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Mônica Versiani e Raquel Leite destruir? Perdemos a razão? Entre um clic e outro vou permitir-me o sentir. Emoção. Antídoto para a lama do consumo, da política, das mazelas humanas. Vou permitir-me a Fé. Das palavras a menor é a mais forte. No grego, fé é "pistia" e quer dizer “acreditar”. Palavra antiga que não se consome nela mesma.
Com a velocidade de um clic vou da lama ao Congresso, da promoção da melhor panela à última mulher bomba suicida de olhos sombrios. Do imposto que não cala ao mosquito que barbariza. Clic. Tristeza. Clic. Euforia. Clic. Desespero. Clic. Raiva. Clic. Consumo. Clic. Impotência. E em um clic constato: Então é Natal. A festa do consumo.
Sentindo com a Fé de Guimarães Rosa em Grande Sertões Veredas, fica um convite ao consumo da emoção. E que seja através da Arte. Que provoca o arrepio. Que alardeia novos horizontes.
“Destruir(-se), devorar(-se); corroer(-se), gastar(-se) até a total destruição” está lá escrito nas palavras do dicionário para o verbo consumir. Tão fácil de entender. Tão difícil de não praticar.
“ - Minha Senhora Dona: um menino nasceu - o mundo tornou a começar!...”
Que sereia é essa que enfeitiça homens e mulheres, seduz, corrompe e enlaça?
Com essa esperança, um Feliz Natal e 2016!
Que homens e mulheres são esses que se deixam
sopros de arte Olá colegas, neste espaço pretendemos indicar filmes, músicas, livros e todo tipo de arte que nos inspirem e sirvam como um sopro de cultura nesse nosso mundo tão fixado no trabalho. Como estamos no final de um ano denso e complexo, época de pensar e refletir, e por ser a época oficial das listas (listas de presentes, listas do que aconteceu no ano, do que queremos fazer no próximo ano, etc.) vamos apresentar uma lista de documentários. Sim, documentários! Essa cinegrafia muitas vezes deixada de lado, mas que representa diferentes visões de mundo e que desperta o debate sobre questões políticas, sociais, econômicas, culturais e ambientais. Vamos lá: Ilha das Flores Este é talvez o mais clássico e didático documentário para explicar a desigualdade gerada pelo sistema econômico capitalista e o consumismo.
Cortina de fumaça Debate a política de repressão às drogas e como esse tema se transformou em um tabu que só o identifica com o crime e bloqueia o debate público ampliado. Elena Revela a angústia e a dor de viver de forma extremamente poética
A corporação Esclarece a lógica de funcionamento das grandes empresas. Mostra que quem controla o mundo hoje não são os governos, mas as corporações, através da mídia, das instituições e dos políticos, objetivando apenas o lucro.
Paraíso ou Esquecimento Debate como usar os métodos da ciência combinados com alta tecnologia para suprir as necessidades de todas as pessoas no mundo. Chico: Artista Brasileiro Esse é o nosso presente de Natal para tod@s
O veneno está na mesa Elucida sobre o uso dos agrotóxicos no Brasil. Nosso país é o que mais consome agrotóxicos no mundo.
Muito além do peso Explica alguns motivos da epidemia da obesidade que vivenciamos
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Doing time doing vipassana Conta a história de uma prisão indiana que incluiu em seu programa carcerário um projeto de ensino de meditação para os presos, transformando o lugar e as pessoas.
Obsolência programada Detalha como os produtos são projetados e construídos para durarem pouco, gerando lucro e lixo.
Criança, a alma do negócio Mostra como a publicidade tem se voltado para as crianças, incitando o consumo desde cedo.
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TRAGÉDIA DE MARIANA Entre os 20 bilhões e a maior tragédia ambiental do país O Governo dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e o Governo federal decidiram que irão processar a Samarco e as empresas BHP Billiton e Vale, acionista da mineradora, em 20 bilhões de reais para os custeios de recuperação dos danos e revitalização das localidades atingidas pela tragédia de Mariana, considerada por especialistas o retrato do maior desastre ambiental do país. Para efeito de comparação, e também de conscientização, abaixo estão alguns dados – dos quais podem ser contabilizados – da tragédia que fazem do valor da multa (20 bilhões de reis) apequenar-se diante do tamanho da atrocidade causada pela Samarco. Dia 5 de novembro, a barragem do Fundão da Samarco, em Mariana, se rompe. Em pouco mais de dez minutos, um tsunami de 62 milhões de metros cúbicos de lama, a 70 km por hora, devastou o distrito de Bento Rodrigues. Até agora, 15 pessoas mortas e quatro desaparecidas. 296 famílias desabrigadas. Pelo menos 128 residências foram atingidas. Os corpos identificados são de
Emanuele Vitória Fernandes e Tiago Damasceno Santos, crianças moradoras do subdistrito de Bento Rodrigues, e os trabalhadores Cláudio Fiúza, Mateus Márcio Fernandes, Sileno Narkevicius de Lima, Waldemir Aparecido Leandro, Marcos Roberto Xavier, Marcos Aurélio Moura, Samuel Vieira Albino, Ednaldo Oliveira de Assis, Daniel Altamiro de Carvalho, Claudemir Elias dos Santos, Pedro Paulino Lopes, Maria Elisa Lucas e Maria das Graças Celestino Silva. A lama também chegou a outros distritos de Mariana, como Águas Claras, Ponte do Gama, Pedras e Paracatu e também à cidade de Barra Longa. Por fim, aproximadamente, 900 pessoas desabrigadas. De acordo com o Ibama, estima-se o lançamento de rejeito de mineração, composto principalmente por óxido de ferro e sílica (areia), quantidade que daria para encher completamente 20 mil piscinas olímpicas. No decorrer dos dias, três rios ficam contaminados pela lama: os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce, a mais importante bacia hidro-
gráfica da região Sudeste. Segundo o Comitê Federal da Bacia do Rio Doce, mais de 120 nascentes foram soterradas. A lama chegou também ao mar do Espírito Santo, onde o Rio Doce tem sua foz. 16 quilômetros de mar invadidos. Toda uma vida marinha ameaçada. Por onde a lama passava, uma mortandade de peixes difícil de ser contabilizada. Onze mil pescadores perderam sua fonte de renda. Cinco cidades do leste de Minas ficaram sem água e viveram situação de emergência: Governador Valadares, Periquito, Galiléia, Tumiritinga e Alpercata, além das cidades do Espírito Santo: Regência, Linhares, Baixo Guandu e Colatina. A lama atingiu uma extensão de 80 km do leito d’água na região. Estima-se que 500 mil pessoas ficaram sem água. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, Emater, 200 hectares de eucalipto foram soterrados, 150 hactares de milho destruídos, mil cabeças de gados, entre bonivos e equinos aniquilados.
Toda solidariedade às famílias atingidas I
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pela tragédia em Mariana ACIDENTE
Sindicato dos Trabalhadores
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Técnico-Administrativos da UFOP
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TERMINADOS OS TRÊS DEBATES, PONTO ELETRÔNICO GANHA FORÇA No dia 16 de novembro, no auditório do DEGEO/DEMIN em Ouro Preto aconteceu o terceiro e último debate sobre a proposta de controle eletrônico de frequência organizado pela Coordenadoria de Gestão e Pessoas (CGP) da UFOP. Tendo como público alvo, docentes e técnicoadministrativos da universidade, a ação deu sequência aos debates anteriores feitos em Mariana e em João Monlevade. Com o auditório cheio, em sua grande maioria de técnicoadministrativos, o coordenador de Gestão e Pessoas, André Lana, mostrou aos trabalhadores uma proposta de controle eletrônico de frequência na qual utiliza um sistema online, virtual, que através da “minha ufop” o servidor registra o horário de chegada e depois o horário de saída. André explicou a proposta dizendo que se trata de informatizar a folha de ponto já existente nas unidades. Disse também que o sistema não terá comunicação direta com a folha de pagamento e, portanto, haverá um momento prévio de ajuste e gestão da frequência pela chefia. Isto é, a gestão vai ser feita internamente com os gestores de cada setor. A frequência eletrônica gerará um relatório que vai para a chefia imediata. Este vai ter o poder de abonar eventuais faltas. A CGP justificou a proposta dizendo que algumas universidades federais adotaram o sistema de controle das frequências para dar um respaldo aos auditores da CGU e evitar ações judiciais do Ministério Público Federal, pois estes estariam monitorando as frequências das IFES. Disse também que outras universidades tiveram de instalar o ponto eletrônico por decisão judicial. Com isso, conforme a CGP, a UFOP estaria se antecipando a qualquer decisão do Ministério Público Federal ao criar a própria gestão de frequência dos traba-
lhadores da universidade. Durante os três encontros, vários técnico-administrativos presentes contestaram a proposta apresentada pela CGP. Sobre a medida, alguns disseram que é um retrocesso, pois ignora um histórico de lutas que derrubou o rígido monitoramento da frequência com o horário do servidor na década de 90. O presidente do sindicato ASSUFOP, Sérgio Neves, disse que aceitar a proposta do ponto eletrônico como está aí é passar por cima do que fora conquistado com anos de luta da categoria. É passar uma borracha na memória, por vezes, desconhecida pelos técnico-administrativos mais novos. Também lembrou que o Sindicato não é contra o controle de frequência, e sim contra o ponto eletrônico. Ressaltou que o controle traz transparência ao serviço público e dá respaldo ao servidor, até mesmo judicialmente, caso queira comprovar suas horas trabalhadas. No entanto, reforçou que a forma eletrônica engessa as relações do trabalho e assume a negligência das chefias de não monitorar a folha de ponto. Maurílio da Conceição, diretor sindical do ASSUFOP, questionou a proposta do controle de frequência pelo viés da autonomia universitária. Como a medida vem atender um decreto que determina o controle eletrônico nas repartições públicas, Maurílio atentou que a universidade possui uma autonomia garantida na constituição e faz-se fundamental lutar por ela e não aceitar intimidações e chantagens dos órgãos fiscalizadores do governo. Lembrou também que o ponto eletrônico vai dar um poder à chefia que pode prejudicar os trabalhadores pela falta de critério nos abonos das faltas. Em linhas gerais, a chefia poderia privilegiar alguns servidores em detrimento de outros, lançando mão de “dois pesos
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e duas medidas” nas relações de trabalho. André Lana aprovou o andamento das três audiências e percebeu uma resposta positiva dos trabalhadores: “eu sinto na comunidade acadêmica a vontade de que algo aconteça e que os processos fiquem mais claros e transparentes. E até em nossas conversas a gente tem percebido nos depoimentos que têm divergências graves acontecendo, tem servidor com modelo bem diferente dos demais, eu acho que todo mundo, de certa forma, entende a necessidade de se construir a gestão de frequência única”. A trabalhadora técnicoadministrativo, Neide Nativa, disse após a reunião que a medida é um retrocesso “ao invés de procurar um caminho que tenha um diálogo e que vá valorizar o servidor, está sendo implementado um projeto como vigilância e sem olhar a parte que funciona na universidade, isto é, o comprometimento do técnico” alega. O técnicoadministrativo, Jefferson Patrocínio, levantou dúvidas quanto à efetividade da medida: “é um sistema muito imaturo, várias falhas e que tem que ser muito bem pensado ainda”. Por fim, André Lana informou que fará junto com a equipe da CGP uma minuta de portaria sobre a proposta e apresentar ao Sindicato ASSUFOP e aos conselhos departamentais: “A gente vai fazer uma avaliação de tudo que a gente ouviu e começar a escrever, fazer uma minuta de portaria que regulamenta a gestão de frequência. Tem um pedido interessante dos docentes para remeter essa minuta aos conselhos departamentais e do Sindicato ASSUFOP para fazer uma assembleia, representando os técnicos” afirmou. O ASSUFOP reitera que vai continuar lutando contra tal ameaça às conquistas da categoria.
dezembro de 2015
JORNAL ASSUFOP | Ed. 01
COMUNIDADE
MINA DU VELOSO: RESISTÊNCIA, MEMÓRIA E IDENTIDADE Muito além das histórias conservadas em Ouro Preto referentes à coroa portuguesa e à Inconfidência Mineira, há, sobretudo, memórias dos povos que levantaram a cidade, escravizados e trouxeram sabedoria, cultura e fé para Minas Gerais. Pouco distante do ciclo do turismo de Ouro Preto, representado pelo centro histórico, uma mina de ouro do séc. XVIII que fica no Bairro São Cristóvão, Rua Platina, 34, reascende o período da extração de ouro em Minas Gerais e reluz a sabedoria do negro na mineração. Trata-se da Mina Du Veloso, reformada em 2009 pelo engenheiro e técnicoadministrativo da UFOP, Eduardo Evangelista, 40, que decidiu dar vida à Mina. Com aproximadamente 300 anos, a Mina Du Veloso tem 500 metros de extensão e estima-se que 600 escravos trabalharam nela. Do total, 300 metros estão disponíveis para visitação, onde é possível ver poços de água, sarilhos (buracos verticais que servem como ventilação), e tocar nas rochas como o itabirito, o quartzo, e até mesmo resquícios de ouro. Eduardo, nascido e criado no bairro conta que o desejo por redescobrir a história da mina vem de longa data: “quando éramos crianças nós brincávamos na mina que sempre me chamou muita atenção. E ao longo dos anos minha curiosidade
em entender esse processo de mineração foi aumentando”. Com o trabalho de reforma e desassoreamento da mina, o lugar foi ganhando forma e os processos de mineração da época ficaram mais perceptíveis. Eduardo aponta que o paradigma da narrativa da história que delega aos europeus a responsabilidade dos avanços da mineração é distorcido. “Parte da história conta que os europeus que dominavam as técnicas da mineração, coisa que não é verdade. Os africanos eram especialistas em extração de ouro. Traziam uma inteligência que vinha de séculos de mineração no continente africano. ”
Sidnéa dos Santos conduz visitação à Mina
A historiadora, Sidnéa dos Santos, dá detalhes da mão de obra da mina: “Os escravos que ali trabalhavam com até 30 anos eram considerados jovens e a partir dos 40 anos já eram velhos por conta do trabalho extremamente pesado. Eles trabalhavam de 14 a 18 horas por dia dentro da mina e muitos se intoxicavam com pó
O técnico-administrativo, Eduardo Evangelista, pesquisa também as diversas minas da região.
de minério de ferro, quartzo e silício.” Reduto para a consciência negra, a Mina Du Veloso traz renda e visibilidade ao bairro. Além do mais, as pessoas que trabalham na visitação são todos moradores do São Cristóvão, e possuem uma ligação de pertencimento com o lugar. O patrimônio também oferece à cidade de Ouro Preto outro roteiro turístico que excede os limites do centro histórico, como relembra Eduardo: ‘‘Ouro Preto tem um potencial turístico muito grande fora do centro histórico, além do formalismo barroco. Essa hegemonia que aprisiona o turismo precisa ser quebrada. Tem que explorar o turismo e não o turista’’.
1)Homenagem do ASSUFOP ao dia da Consciência Negra 2)Diretor sindical do ASSUFOP, Maurílio da Conceição, e o presidente, Sérgio Neves (à direita) em visita à mina. A avó de Sérgio, Maria Clara Diniz, morou na casa onde hoje é a entrada da mina. A casa foi comprada por Eduardo em 2008.
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