SEGURANÇA Divulgação
Ele revela que aceitou ser síndico por não estar em Blumenau e porque vários condôminos pediram para que ele auxiliasse na recuperação do residencial. “A vida deles era se isolar dentro de casa, passavam o dia no trabalho e só voltavam para dormir. Não aproveitavam o espaço que era controlado pelo tráfico de drogas, que funcionava quase que 24 horas, com crianças expostas àquela situação”, cita. Moser comenta que muitos acharam que ele era louco de aceitar o cargo, devido ao cenário crítico de criminalidade, de violência, mas ele diz que a vontade de dar uma possibilidade para que essas pessoas tivessem novas oportunidades falou mais alto. Uma grande vitória para o empresário foi a instalação da câmera de monitoramento da Polícia Militar dentro do Parque da Lagoa. “Foi um grande ganho para a rotina dos moradores”, acredita. Segundo ele, que está auxiliando na transição para o novo gestor – que também é de fora do complexo, a preocupação nesse momento é encontrar alternativas de estudo e trabalho para aqueles que querem mudar de vida. Em sua última assembleia virtual no cargo, foram aprovadas diversas modificações. Entre elas a proibição de fumar ou beber nas áreas comuns, fazer churrasco na rua e o horário para o uso do salão de festa ficou definido até às 22 horas – o espaço deve também passar por uma reforma. Além disso, foi decidido pelos participantes que será realizada a cobrança judicial de condomínios atrasados. Divulgação
Desafios da administração 100% à distância
DIRETÓRIO CONDOMINIAL
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Moser destaca que a tecnologia foi o que permitiu fazer a gestão do Parque da Lagoa totalmente de longe. Ele observa que para as coisas funcionarem nessa dinâmica é preciso ter, pelo menos, uma pessoa de confiança no lugar para a parte administrativa e possuir uma impressora para os boletos e se cercar de quem tem o mesmo objetivo, que é o de fazer as coisas acontecerem e melhorarem para todos. Uma novidade estabelecida pelo empresário foi a de ter moradores responsáveis pela limpeza do pátio e dos blocos, com uma remuneração que, apesar de baixa, auxilia no cuidado e no sentimento de pertencer ao complexo, com avanços que já são perceptíveis. Para a comunicação, foi criado um grupo dos vizinhos no Whatsapp e uma lista de distribuição para deixar todos informados sobre as ações no local. As assembleias, quando necessárias, foram realizadas pelo Zoom. Um sistema para a emissão dos documentos de pagamento foi contratado por Moser – que cancelou o contrato com a administradora e não cobrou pelo serviço como síndico. “Essa ferramenta possibilita que o próprio gestor cuide do residencial, insira as informações e gere os arquivos de cobrança da taxa condominial. Ela disponibiliza ainda um aplicativo para que
os condôminos que têm acesso à internet possam ver os seus dados”, descreve. Mesmo com a resistência de alguns em ter alguém gerenciando o espaço que não vivia no lugar e não colocou os pés lá, Moser informa que muitos já o conheciam – ele comprou o primeiro apartamento no empreendimento cinco anos atrás. “Tinha contato com vários moradores, com quem sempre falava sobre como organizar o local. Hoje, estou bem feliz porque as pessoas perceberam que minha palavra tem valor e que quando eu falo que vou fazer algo, eu faço”, sentencia.