Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS
Nº 44 fevereiro 2012
Especial
Grandes redes investem no Brasil
Mercado Otimismo na volta às aulas
Entrevista Clarice Martins da Costa fala da importância estratégica do RH no sucesso da Lojas Renner
Sumário
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Opinião O Brasil na mira do mundo.
Entrevista A transição de uma empresa de porte regional e administração familiar para a segunda maior rede de lojas de departamento de vestuário do Brasil. A trajetória profissional de Clarice Martins da Costa reportou-se diretamente à história de estruturação e consolidação do setor de Recursos Humanos (RH) da Lojas Renner.
Desenvolvimento Humano
Polo Comercial Revitalização do Cais Mauá vai gerar milhares de empregos e novos negócios para Porto Alegre.
Responsabilidade socioambiental
Expectativas de um ótimo ano para o comércio em shoppings.
Entidade
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Finanças O talão de cheque entrou em desuso pela população em geral, mas pode ajudar a distanciar o lojista das dívidas.
Mercado Setor de papelaria e livraria aposta em um crescimento de 15% nas vendas de volta às aulas.
Desde 1969, CIEE/RS intermedia o início da carreira profissional de milhares de jovens.
Artigo (In)Segurança Jurídica nas Relações de Trabalho, por Flávio Obino Filho
Galeria Sindilojas Destaques da Entidade.
Artigo
Especial
Padrões de confecção na indústria têxtil centrada nos diferentes biótipos de consumidores. Por Claudia Goulart Domingues e Nelson Stefani Filho.
Grandes redes estão se instalando no Brasil. Como aproveitar o bom momento que o País está vivendo.
Sindinews
Cultura Carnaval: os quatro dias de festa proporcionam diversão aos foliões, trabalho às escolas de samba e lucro aos lojistas.
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O crescimento de resíduos eletrônicos é preocupante, mas há excelentes maneiras de reverter os índices alarmantes e o comércio tem sido fundamental nesse processo.
Conecs
Blitz do Geração Varejo no Centro Histórico de Porto Alegre ofereceu vagas e atraiu candidatos para trabalhar no comércio.
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Notícias e informações do setor varejista.
Associadas Nobre Causa e Stirato.
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Milton Moraes
Opinião
Expediente
* por Ronaldo Sielichow
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Centro Histórico Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 www.sindilojaspoa.com.br Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente: Paulo Kruse Vice-presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-presidente de Relações de Trabalho: Sergio Axelrud Galbinski Vice-presidente Comercial: João Rodrigues Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor de Relações de Trabalho: Vladimir Machado Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Diretor de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg e Vilson Noer. Diretores Adjuntos: Eduardo Spunberg, Eduardo Lasevitch, José Rodrigues, Luiz Caldas Milano, Mariana Pimentel e Roberto Zimmer Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna e Alcides Debus Suplentes: Carlos Schmaedecke, Hermes Queiroz e Orisvaldino Magnus Scheffer Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor e Assessoria de Imprensa: Sindilojas Porto Alegre imprensa@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025-8323 Conselho Editorial – Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Superintendente: Márcio Allegretti Gerente de Comunicação e Marketing: Karin Souza Assessor de Imprensa: Vinícius Ghise Estagiária de Comunicação: Kamila Karolczak Edições Anteriores Acesse o site do Sindilojas Porto Alegre e baixe a Conexão Varejo em formato PDF.
O Brasil na mira do mundo
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ais uma vez participamos da maior feira do varejo, que aconteceu em Nova Iorque, de 15 a 18 de janeiro. A 101ª National Retail Federation (NRF) Annual Convention & Expo apresentou as principais tendências e novidades do segmento varejista para os próximos anos para mais de 22 mil participantes, sendo 1,4 mil brasileiros. O que podemos destacar é que a crise econômica da Europa deve continuar em 2012. As grandes empresas daquela parte do mundo vão expandir para mercados promissores e o Brasil é um deles. Essa perspectiva nos tornará ainda mais competitivos e para enfrentarmos o que vem pela frente deveremos estar preparados. Se a edição anterior da Convenção explorou as novas tecnologias, o foco dessa feira foi como manter-se – e bem! – no mercado globalizado. Aliás, esse foi o tema principal da palestra do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que falou sobre os desafios crescentes dos mercados mundiais que vivem cada vez mais uma relação de interdependência. Nesse sentido, David Lauren, vice-presidente executivo de Propaganda, Marketing e Comunicação Corporativa da Ralph Lauren, abordou questões importantes sobre como manter uma marca clássica, porém moderna e atualizada. Planejamento é cada vez mais importante em todas as áreas. No marketing, as empresas estão direcionando as ações para os compradores e não mais para os consumidores. Outros tantos temas de grande relevância foram pauta das palestras. As grandes empresas estão contratando profissionais para gerenciar suas redes sociais, pois é fato a necessidade de dar retorno rápido às demandas dos clientes. A tecnologia deixa de ser o fim para tornar-se o meio para atender as necessidades dos consumidores. E para fazer tudo isso acontecer da maneira mais eficaz, é fundamental ter uma equipe comprometida com o espírito da empresa. O relevante de nossa participação nesse evento é poder interagir com os varejistas de todo o mundo, trocar ideias, aprender, trazer na bagagem as inovações, as expectativas para o futuro. Crescer e agregar como profissionais e como representantes de nossa categoria, buscar informações e compartilhálas com nossos associados. Trouxemos em nossas malas as informações que nos farão crescer, ampliar nossos horizontes, fornecendo as ferramentas para obtermos o sucesso em nossos negócios e, assim, contribuir ainda mais para o desenvolvimento do País. *Presidente do Sindilojas Porto Alegre Princípios organizacionais MISSÃO “Representar, defender e promover o desenvolvimento da classe lojista, com excelência em serviços, gerando benefícios e vantagens para categoria,
Uffizi Consultoria em Comunicação Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Karla Pimentel Redatores: Ana Júlia Tiellet, Caetanno Freitas e Carolina Teixeira Colaboradores: Claudia Goulart Domingues, Nelson Stefani Filho e Flávio Obino Filho Projeto Gráfico e Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich Revisão: Luana Aquino Fone: (51) 3330.6636 Comercialização: Sindilojas Porto Alegre Gerente Comercial: André Zurita Contato: comercial@sindilojaspoa.com.br ou pelo telefone: 3025-8300 Impressão: Pallotti Tiragem: 10 mil exemplares
associados e sociedade”.
VISÃO “Ser referência nacional em entidade patronal sendo decisivo no desenvolvimento do comércio varejista de Porto Alegre.”
VALORES Ética: Respeitar normas e diretrizes
cias para alcançar os objetivos.
gridade.
Transparência na gestão: Dar
Comprometimento: Ter compro-
visibilidade aos processos, ações e re-
misso e responsabilidade com os ob-
sultados da Entidade.
jetivos
da
Entidade
demonstrando
iniciativa e proatividade junto aos as* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
como um time, somando competên-
da Entidade com honestidade e inte-
Inovação: Buscar soluções criativas e ideias inovadoras frente aos desafios.
Foco no resultado: Ser eficaz na
Responsabilidade Socioambiental: Em suas ações, considerar a sus-
defesa de suas bandeiras.
tentabilidade em benefício da socieda-
Trabalho em equipe: Trabalhar
de e do meio ambiente.
sociados.
A Lojas Renner é um expoente gaúcho do varejo e completa cem anos em 2012 com uma história exemplar em que o conceito de encantamento tornou-se a filosofia da empresa, consolidou-se em valor e visão. Ao longo desse século, a transição de uma empresa de porte regional e administração familiar para a segunda maior rede de lojas de departamento de vestuário do Brasil não aconteceu da noite para o dia, mas tem um marco: a profissionalização da gestão e o planejamento que objetivava essa expansão. Foi nesse momento, no início da década de 1990, que a trajetória profissional de Clarice Martins da Costa reportou-se diretamente à história de estruturação e consolidação do setor de Recursos Humanos (RH) da Renner. A hoje diretora de RH, cargo diretamente ligado à presidência da empresa, tem formação em Psicologia e começou a trabalhar no varejo em 1982. Desde então, como faz questão de enfatizar, “nunca mais saiu”, pois “apaixonou-se pelo ritmo e pela dinâmica do setor”. Em 20 anos de Renner, Clarice é responsável por um dos pilares que mantém a filosofia do encantamento: um RH que tem papel estratégico na organização. Na entrevista exclusiva concedida à Conexão Varejo, a diretora revela alguns elementos fundamentais para que todos os mais de 13 mil colaboradores da empresa trabalhem não apenas para satisfazer os desejos e expectativas dos clientes, mas para exceder e superar todas e quaisquer expectativas, ou seja, para que o encantamento realmente aconteça.
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Foto: Tânia Meinerz
Quando as pessoas fazem toda a diferença
Foto: Jefferson Bernardes
Entrevista - Clarice Martins da Costa
Conexão Varejo - Como foi esse processo de assumir o departamento de Recursos Humanos da Renner e acompanhar essa transição de uma empresa regional e familiar para uma das maiores do País no ramo? Clarice Martins da Costa – Fui convidada pelo Galló (diretor-presidente) para vir à Renner e ajudar no trabalho de profissionalização da empresa. A família Renner estava saindo da gestão e precisávamos compor o quadro de colaboradores com pessoas internas ou buscar profissionais qualificados no mercado. Na época, tínhamos oito lojas e 836 colaboradores, éramos uma empresa regional, com operações apenas no Rio Grande do Sul. A partir de um planejamento estratégico, foi identificada a necessidade de um RH estratégico. Até então, a empresa contava com um RH operacional, não havia uma área de treinamento e desenvolvimento. Entrei para essa missão: criar o programa de trainee da Renner e as estratégias de RH conectadas às estratégias de negócio, dando suporte ao planejamento estratégico. Conexão Varejo - Poderia enfatizar a diferença entre um RH operacional e um RH estratégico? Clarice Martins da Costa - O RH estratégico atua
Conexão Varejo - E como vocês estão organizados agora? Quais as linhas de ação para consolidar esta estrutura? Clarice Martins da Costa - Temos uma atuação bastante forte em treinamento, pois o desenvolvimento de pessoas é uma crença da Renner. Nós, sistematicamente, temos dado mais de 140 horas de treinamento por colaborador, a cada ano. Isso é uma média muito alta, maior que a média das empresas do ranking das “150 melhores empresas para se trabalhar”, da revista Exame. O maior desafio da Renner é formar pessoas para sustentar o plano de expansão que pretende abrir 30 lojas por ano. Temos uma política de treinamento muito forte, damos oportunidades de crescimento às pessoas internas nas seleções e acreditamos no reconhecimento para alcançar o engajamento. A comunicação também é um forte pilar para manter a cultura da Renner. Conexão Varejo - Qual a importância da comunicação? Como a Renner está organizada? Clarice Martins da Costa - A transparência tem de estar no DNA da cultura empresarial. A Renner tem esse valor. Então, ser transparente também pressupõe que você tenha canais de comunicação abertos entre líder e liderado. Anualmente fazemos uma
Foto: Foto Mundo
“Então, um de nossos pilares é essa política de treinamento muito forte, privilegiamos as pessoas internas nas seleções e temos uma política forte e agressiva de reconhecimento.” pesquisa de clima, pela qual medimos o grau de satisfação dos nossos colaboradores. Assim como queremos que nossos clientes estejam mais do que satisfeitos, estejam encantados, desejamos que essa filosofia também seja a realidade dos nossos colaboradores. Que eles estejam engajados, que sintam orgulho de trabalhar na empresa. O papel do líder é fundamental para o engajamento, e a empresa precisa oferecer canais estruturados que facilitem essa comunicação. Dentre diversos canais, temos um mural que está sempre perto do ponto eletrônico, onde os colaboradores têm notícias sobre a Companhia. Temos também o Planeta Renner, que é um jornal interno; o canal Renner, que atua como uma TV interna e sempre apresenta uma mensagem do presidente da empresa, de um diretor ou gerente geral falando sobre qual o momento da organização.
O maior desafio da Renner é formar pessoas para sustentar o plano de abrir 30 lojas por ano
Diretor-presidente, José Galló, na Convenção de Líderes de 2010, vestido de “exterminador de lacunas” para, de forma lúdica, abordar junto aos executivos da Companhia, a importância de superar os desafios no ambiente de negócio
O poder de encantar n Presença em todas as regiões do Brasil com 134 lojas onde circulam aproximadamente 360 mil pessoas por dia n A receita líquida de vendas em 2010 foi de R$ 2,462 bilhões n No total são 25 mil itens – da calça jeans à lingerie, passando pela moda feminina, infantil e masculina e com 16 marcas próprias n A sede da empresa é em
Alegre
Porto
n Desde 2005 a Renner tem capital aberto com 100% ações em circulação n Foi fundada em 1912 com a criação do Grupo A.J. Renner & Cia Foto: Divulgação Lojas Renner
junto à diretoria, pensando o negócio, conhecendo a empresa a fundo. No nosso caso, isso significa estar dentro das lojas, sabendo das necessidades dos colaboradores, conhecendo muito bem o consumidor e o produto. O RH operacional é aquele que recebe demandas e as executa. O estratégico propõe, analisa, enxerga a longo prazo, identifica oportunidades, prepara a organização no que se refere à gestão de pessoas.
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Foto: Divulgação Sindilojas
A ação mostrou que há vagas para quem tem interesse em trabalhar no comércio
Desenvolvimento Humano
Blitz no Centro Histórico de Porto Alegre Ação do Geração Varejo oferece vagas e atrai candidatos para trabalhar no comércio
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ara oportunizar às pessoas a chance de ingressar no mercado de trabalho com qualificação profissional, além de ampliar o banco de currículos com candidatos capacitados para lojistas associados ao Sindicato e suprir a demanda do final de ano, o Sindilojas Porto Alegre promoveu a Blitz Geração Varejo. Durante cinco dias, de 13 a 17 de dezembro de 2011, a ação atraiu a atenção de quem circulava pelo Largo Glênio Peres, no Centro Histórico de Porto Alegre, área de maior circulação de pessoas em todo o Estado. Na Blitz, os candidatos puderam se cadastrar para atuar em áreas administrativas, de serviços gerais, vendas, estoque, supervisão, coordenação e gerência do varejo de Porto Alegre e de Alvorada, na Região Metropolitana. Na ocasião foram oferecidas vagas para temporários e efetivos, com
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salários que variavam de R$ 730 – piso da categoria – até mais de R$ 4 mil. “O mercado está bem aquecido e o comércio está com falta de gente para contratar. A nossa ação foi chegar junto às pessoas que circulam no Centro Histórico para informar que temos as vagas e isso foi bem aceito. Tivemos bastante inscrições, fizemos treinamentos e já temos pessoas contratadas”, conta Paulo Kruse, vice-presidente do Sindilojas POA. Kruse ressalta que a procura por candidatos qualificados deve aumentar neste mês devido a inauguração de um novo shopping na Capital. “Temos uma carência de vagas muito grande, por isso vamos fazer outras ações do Geração Varejo”, afirma. Para ele, a baixa procura por emprego no comércio é ocasionada pelo desconhecimento das pessoas quanto as oportunidades do ramo. “Te-
Novidade no Geração Varejo O Geração Varejo tem novidade: o Mural de Vagas. O lojista associado que possuir vagas, poderá anunciá-las no mural on-line para consulta. O lojista associado que possuir oportunidades e quiser divulgá-las, deverá entrar em contato pelo telefone (51) 3025-8300 ou pelo e-mail geracaovarejo@sindilojaspoa.com.br, a fim de solicitar o formulário de cadastro de oportunidade, que será enviado por e-mail, juntamente com o termo das condições de uso. Após isso, a vaga será anunciada. Os interessados podem se candidatar, e posteriormente serão convocados para processo seletivo. Depois disso, os dados curriculares dos candidatos serão enviados para os lojistas para agendamento de entrevistas com os selecionados.
mos outras atividades agendadas para este início de ano. Em março, por exemplo, vamos promover o Geração Varejo nas Escolas, que visa apresentar o comércio e seu mercado de trabalho para jovens que buscam o primeiro emprego”, adianta. William Lefix Coelho, de 18 anos, foi um dos candidatos que se inscreveu na Blitz Geração Varejo. Para ele, que está atrás do primeiro emprego, o comércio é um ramo muito bom para começar: “Fiquei sabendo da Blitz pela TV e fui me cadastrar. É uma iniciativa muito boa”, diz. Juliano Mendes, 17, também está na expectativa de conseguir uma vaga. “Estou procurando o primeiro emprego e acho que no comércio vai ser uma boa oportunidade”, declara. O currículo dos jovens, assim como dos demais candidatos que se cadastraram na Blitz e passaram pelos processos de triagem, recrutamento e capacitação vão integrar o banco de dados que é disponibilizado aos lojistas associados ao sindicato. Para quem perdeu a Blitz, mas quer candidatar-se aos cursos e vagas oferecidas pelo sindicato, o cadastro pode ser feito no site do Sindilojas Porto Alegre, pelo endereço www.sindilojaspoa.com.br, no banner “Inscreva-se no Geração Varejo”. O candidato deve clicar em “Cadastrar currículo” e inserir as informações necessárias.
Finanças
A vez do cheque Economista afirma que talão pode evitar dívidas em 2012
J
á faz alguns anos que o talão de cheque entrou em desuso pela população em geral. Isso se compararmos com épocas passadas, em que ele era considerado uma das principais formas de pagamento. O cartão de crédito e débito, no entanto, ganhou espaço no mercado e se tornou ferramenta indispensável para compra e venda de produtos. É praticamente impossível imaginar, hoje em dia, um negócio sem a presença das já tradicionais máquinas de pagamento. Se a loja escolhida não possui o sistema, a pergunta é automática: “como não tem?”. Entretanto, apesar de o cheque ter se tornado quase uma raridade no mercado, especialistas afirmam que ele pode ajudar a distanciar o lojista das dívidas, além de proporcionar outra forma de pagamento ao cliente. O economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio Grande do Sul e professor da PUCRS, Alfredo Meneguetti Neto, afirma que o ano de 2012 será muito melhor, em termos econômicos, do que o ano que passou. A perspectiva de crescimento para o ano corrente, segundo ele, é de 3,4% contra pouco menos de 3% na comparação com 2011 – dados do Banco Central. Mesmo com o ano favorável, Neto explica que o comerciante não pode se descuidar das dívidas. “É preciso tomar
Foto: Divulgação
“É preciso tomar muito cuidado com as contas no vermelho. Uma boa dica para espantar esse mal é retomar a ideia de vender por cheque. Assim, você elimina os encargos dos cartões de débito”. Alfredo Meneguetti
muito cuidado com as contas no vermelho. Uma boa dica para espantar este mal é retomar a ideia de vender por cheque. Assim, você elimina os encargos dos cartões de débito”. Ainda conforme o economista, o comércio precisa estabelecer duas metas para prosperar: focar no interesse do consumidor e proporcionar o maior número de opções de pagamento, negociando alternativas extra-bancárias. Embora defenda a volta do talão de cheque, Meneguetti Neto disse também que “o dinheiro em espécie e o cartão de débito e crédito devem continuar sendo utilizados como as principais formas de pagamento”. Afora dicas para o varejo, Neto também dá sugestões para qualquer pessoa que deseje quitar dívidas. “Primeiramente, a pessoa endividada precisa querer sair do
vermelho. Querer, nesse caso, é poder. Se a dívida contraída estiver até o valor do salário que a pessoa recebe, a dica é reservar 10% da verba por seis meses. Com isso, o débito será facilmente saldado. Aqueles que possuírem dívidas superiores ao salário, esse percentual deve dobrar e, ao final de 12 meses, a pessoa estaria livre dos pagamentos indesejados”, explica. Para que tudo dê certo, o professor da PUCRS diz que é fundamental organizar os gastos pessoais através de uma planilha para poder cortar o que é visivelmente desnecessário. “Qualquer pessoa pode economizar. Se não consegue é porque ainda não se organizou”, afirma. Uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que menos da metade das famílias brasileiras estão endividadas. O estudo aponta que 55,6% dos entrevistados disseram não ter débitos. Já o percentual das pessoas que declararam estar muito endividadas corresponde a apenas 8,2%. A dívida média registrada pelo Índice de Expectativas das Famílias (IEF) foi de R$ 4.315,70. O levantamento também destaca que, entre as famílias com algum tipo de dívida, apenas 18% disseram ter condições de pagá-la em sua totalidade. O IEF é calculado com base em pesquisa feita em 3.810 domicílios, em mais de 200 municípios brasileiros.
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Mercado
Material escolar: lançamentos ajudam a ampliar vendas Setor de papelaria e livrarias aposta em um crescimento de 15% nas vendas de volta às aulas
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mercado de papelaria e livraria, apesar da tendência das instituições de ensino diminuirem as listas de materiais e até mesmo da inserção de novas tecnologias como tablets e e-books (livros digitais) no cotidiano dos alunos, deve manter neste primeiro semestre de 2012 a média de crescimento dos anos anteriores. A estimativa é de que a comercialização de itens escolares cresça em torno de 15% sobre o mesmo período de 2011. De acordo com Lussana Soares de Souza, diretora da Livraria Acadêmica, as lojas precisam investir nos lançamentos para ampliar as vendas e atrair os
consumidores. “Este segmento está procurando trazer ao mercado novidades e criatividade, pois o público está cada vez mais exigente. Os clientes entram na tua loja e querem novidade com preço justo”, afirma. Ela espera acompanhar o índice de crescimento das vendas do resto do País. “As nossas expectativas de vendas para o ano de 2012 são muito boas. Ainda não fomos afetados pela internet, tablet e ebooks”, diz. André Luz, proprietário da Papelaria Brasil, também está confiante no aumento das vendas. “Ano passado o ticket médio ficou em R$ 123, mas apostamos que Fotos: Milton Moraes
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As lojas precisam investir em lançamentos para ampliar as vendas e atrair os consumidores
este ano subirá para, no mínimo, R$135, pois a população está consumindo produtos com maior valor agregado”, comemora. Para ele, esse crescimento está ligado ao maior poder aquisitivo da classe média. “Com uma maior renda, não só a classe média, mas as classes mais baixas estão consumindo mais. Produtos de melhor qualidade e/ou com maior preço têm tido uma maior saída”, declara. Já o proprietário da Livraria e Papelaria Cervo, João Cláudio Cervo, acredita que o crescimento do setor vai se manter estável, mas não deverá ser muito expressivo. “Está havendo uma tendência nas escolas em diminuir a lista de materiais. Isso reflete no mercado, essa redução de custos dos pais e das escolas reflete na outra ponta, no comércio”, explica. Para os clientes, a conta também não deve assustar. “Houve pouco aumento nos preços dos produtos. Há produtos, inclusive, em que os preços baixaram e a grande maioria manteve o mesmo preço do ano passado”, conta. De acordo com o Sindilojas POA os valores devem se manter estáveis neste ano. Para o presi-
dente do Sindicato, Ronaldo Sielichow, este é um bom momento para adiantar as compras e aproveitar os preços estáveis. Entretanto, o proprietário da Papela Brasil observa que essa manutenção dos preços não é geral. “Nos últimos três anos tivemos uma estabilidade nos produtos básicos, mas os produtos que pagam royalties - os produtos licenciados - tiveram um aumento de no mínimo 6,5%”, ressalta. Segundo a diretora da Livraria Acadêmica, todo o material licenciado é mais caro. “E não é raro a marca influenciar a compra. Muitas pessoas não se importam com o preço, o que querem é a qualidade, o bonito”, conta Lussana. Os lojistas são unânimes ao afirmar que uma lista de material com produtos licenciados sai bem mais cara que uma lista que não
A expectativa é que a comercialização de material escolar cresça 15% em relação ao ano passado
contenha tais produtos. “A diferença é muito grande, se o consumidor quiser comprar os mesmos produtos de uma lista básica (com mochila e estojo), mas com personagens da mídia, pode-se partir de R$130 até R$550”, compara o proprietário da Papelaria Brasil. Para essa diferença, João Cervo chama a atenção sobre o cuidado na comparação entre produtos que “parecem ser iguais, mas são feitos de matérias-primas diferentes”. Ele cita como exemplo tesouras, colas, pastas e canetas. “O valor está agregado à qualidade do produto, mas nem sempre quem está comprando percebe isso”, adverte. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário mostrou que a compra do material escolar contribui como um dos itens mais pesados para o bolso dos brasileiros e, em alguns casos, dificulta o acesso à educação. O levantamento sobre os principais itens que compõem o material escolar aponta que, por exemplo, 47,5% do preço de uma caneta se referem aos impostos. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, afirma que o Sindicato é a favor da redução tributária destes produtos e que um país que deseja melhorar a educação deve rever a cobrança de impostos tão altos para esse
tipo de produto. “É inadmissível querer investir em educação sem facilitar à população o acesso a esses itens”, ressalta. O Procon alerta aos consumidores que as unidades educacionais são obrigadas a fornecerem listas de materiais escolares. No entanto, são proibidas de indicarem marcas, produtos ou estabelecimentos para aquisição. Osvino Toillier, presidente do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (SINEPE/RS), confirma que as escolas estão estabelecendo um limite, trabalhando com racionalidade. “A escolha do material é de foro íntimo de cada escola. Fui diretor de escola por 30 anos, e desde sempre houve um cuidado para que a gente tivesse solicitação de material sem nenhum exagero. Além disso, ter aproveitamento de livros dentro da mesma família, por exemplo. As escolas têm de pensar uma lista de material que respeite a condição financeira das famílias”, assegura. A recomendação do Sindilojas Porto Alegre aos consumidores é fazer as compras agora, período em que as lojas estão com os estoques abastecidos e em que o movimento na cidade é baixo, devido às férias. Os lojistas garantem que deixar para a última hora não garante preço baixo. “Por mais que anunciemos vantagens para quem comprar antes, como dar um mês a mais de prazo ou até mesmo descontos, o consumidor historicamente deixa as compras para a última hora, esperando talvez uma baixa nos preços que não acontece comparado a outros mercados”, informa André Luz. O proprietário da Livraria Cervo concorda e previne os consumidores. “Quem antecipar as compras vai ter condições de pagamento melhor, sem filas e, principalmente, vai evitar algumas faltas de item em estoque”, aconselha.
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Especial
No País das oportunidades, o varejo é a bola da vez O mercado interno do Brasil é atrativo para investimentos de grandes redes. Saiba como manter um empreendimento local nesta disputa de gigantes
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bjeto de desejo dos investidores internacionais – essa é a melhor legenda para traduzir o Brasil atual. E o comércio varejista configura-se em um dos filões que atraem não só olhares, mas investimentos estrangeiros ao País. Ao mesmo tempo, os grandes empreendimentos nacionais colocam em prática estratégias para competir com os que vêm de fora, consolidar ou ampliar sua presença no mercado nacional. Por sua vez, o varejo local, de menor porte, recebe os reflexos desse novo quadro e, na opinião de especialistas, deve traçar um planejamento estratégico utilizando-se do profundo conhecimento da reali-
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dade local para fidelizar clientes frente à grande concorrência que bate à porta.
Terreno fértil Fatores como uma democracia consolidada, um sistema judiciário funcionando e um quadro geral de estabilidade econômica e social são a base para o cenário extremamente positivo a investimentos que o Brasil apresenta: o crescimento da economia (que já é a 6ª maior do mundo em PIB, ultrapassando o Reino Unido), a expansão do crédito, a trajetória de queda na taxa de juros e a continuidade de inserção da classe C no mercado consumidor não deixam dúvidas de que somos um verdadeiro eldorado. Dessa forma, nada mais lógico do que estar presente na economia brasileira, aproveitando o bom momento, bem como as boas perspectivas futuras. É o que explica o sócio sênior da consultoria paulista GS&MD – Gouvêa de Sou-
za, Luiz Góes. “É uma obrigação das grandes redes internacionais. Elas percebem as dificuldades de continuar crescendo na Europa e nos EUA. O Brasil ainda é um país com baixa presença dessas redes globais e apresenta uma equação perfeita para empresas que olham para os mercados tradicionais com insegurança”, analisa o especialista, referindo-se à percepção que motivou gigantes do varejo mundial (veja quadro) a rumarem para cá. Atentos a toda movimentação, os grandes do varejo nacional também focam seu planejamento na fidelização e disputa para ampliar sua fatia desse mercado. Para tanto, a profissionalização, independente do segmento de atuação deverá nortear as ações e ser um dos pontos positivos no saldo final dessa disputa, como observa Góes. “Alguns setores mais consolidados e com maior presença de redes nacionais deverão sofrer menos com a chegada de redes internacionais. Certamente essa investida forçará a ampla profissionalização das redes nacionais que terão de acompanhar os processos que vêm de fora, especialmente no que diz respeito ao sourcing (abasteci-
mento) internacional e à gestão integrada”, pontua.
Global e local A análise do consultor serve também ao varejo de abrangência local. Para o Sindilojas POA, a valorização do mercado consumidor brasileiro é extremamente positiva, pois trata-se do reflexo de uma economia fortalecida. No entanto, há que estar atento em relação à concorrência ainda mais acirrada, como pontua o presidente da Entidade, Ronaldo Sielichow. “Um aspecto que nos preocupa é o impacto sobre o pequeno varejista que é, justamente, o que mais emprega no comércio, que faz girar a economia e, ao mesmo tempo, o que tem mais dificuldade de comprar. Esse lojista terá de pensar como grande e não ter medo, pois a cultura local vale muito. Também há que capacitar-se, modernizar-se, melhorar cada vez mais o atendimento e estar atento a todas as novidades do mercado tecnológico para ficar à altura dos que vêm de fora. Isso será fundamental”, destaca Sielichow. A perspectiva do Sindicato em relação à movimentação dos grandes varejistas no promissor mercado brasileiro é corroborada por Góes. O especialista pontua alguns dos fatores que poderão estar a favor dos pequenos empreendimentos nesse contexto, destacando a relação com o consu-
midor. “O pequeno empresário do comércio deverá profissionalizar, especializar e diferenciar seu negócio. Seja pelo atendimento, seja pelo sortimento de produtos, seja por propiciar experiências de compra memoráveis. Em suma, o grande favorecido com essa readequação estrutural do varejo será o consumidor, que será disputado por varejistas não só através das lojas físicas, como também pelos canais digitais, em especial, o e-commerce”, acrescenta.
Como competir Para que o lojista de Porto Alegre aproveite todas as oportunidades que o bom momento do Brasil oferece, o Sindilojas POA oferece ferramentas como programas de qualificação e capacitação. Mas também direcionando o próprio trabalho institucional para a questão, como enfatiza Sielichow. “Estaremos, como sempre, ao lado do lojista, ajudando no desenvolvimento técnico, oferecendo capacitação, combatendo determinadas leis que impedem nosso crescimento, qualificando nossas assessorias, estreitando as relações e representações institucionais inclusive no âmbito político e parlamentar. Estamos trabalhando para sermos mais eficientes e assim dar suporte aos nossos associados”.
2011, saldo positivo n O Brasil ultrapassou o Reino Unido e tornou-se a 6ª maior economia do mundo em PIB, próximo aos U$ 3 trilhões n Foi registrada a menor taxa de desemprego da década - 5,2% n As famílias desembolsaram R$ 2,5 trilhões utilizados para aquisição de produtos e serviços, em um mix mais variado n O total de investimento estrangeiro direto no País foi de U$ 60 bilhões
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2012: excelentes projeções Fotos: Divulgação
O aumento das vendas da O Boticário em 2011
20%,
foi de num total de
R$ 5,6 bilhões. A
O Governo Federal ainda tem diversos trunfos para isolar o País da crise mundial – a taxa de juros ainda é alta, há
empresa vai abrir uma nova fábrica na Bahia em 2012 e vai investir também nas vendas de porta em porta, criando a Eudora.
450 bilhões
de depósitos compulsórios que podem ser liberados e há o bônus macroeconômico do mercado interno em ascensão.
O reajuste do salário mínimo e os acordos de categoria garantiram o aumento real da massa salarial em torno
6%
de . Isso deve puxar a venda de bens de consumo.
A perspectiva de investimento estrangeiro direto no País é de pelo menos
US$ 50 bilhões em 2012.
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Serão abertos novos shoppings centers no Brasil. É um recorde desde 1997. O total da área de vendas criada com os novos centros será de 1.323.350 m².
A grife britânica de luxo Burberry tem planos de quintuplicar sua rede no País. Até 2014, serão abertos 15 novos espaços nas principais cidades brasileiras, segundo fontes do setor ligadas à direção da empresa. Um dos fatores que inspiram a empresa a mergulhar no varejo de luxo brasileiro é o aumento do poder de compra da classe média e o surgimento de uma camada de novos milionários.
A varejista de cosméticos e perfumes do grupo LVMH Sephora chegou ao País no ano passado e em 2012 dará continuidade a seu plano de expansão. O objetivo é dominar o varejo de beleza. A primeira loja física deverá inaugurar em abril, com cerca de 400 m², no shopping Iguatemi JK, em São Paulo. A Sephora é a maior varejista mundial de produtos de beleza com mais de 1.500 lojas espalhadas pelos cinco continentes.
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(Fonte: Revista Isto É Dinheiro).
Carnaval, folia e negócio
Fotos: Divulgação
Cultura
Os quatro dias de festa proporcionam diversão aos foliões, trabalho às escolas de samba e lucro aos lojistas
F
evereiro é o mês do Carnaval. Todo o País se mobiliza em torno dos quatro dias de folia. Algumas pessoas preferem descanso, outras querem festa 24 horas por dia. Além de proporcionar diversão para a grande maioria da população, o evento também é sinônimo de trabalho para as escolas de samba que se preparam o ano inteiro para este momento e ainda para os lojistas que abrem suas lojas com a intenção de ganhar alguns dias a mais no orçamento. O presidente da Associação de Entidades Carnavalescas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul (Aecpars), com mais de 52 anos de história, Antônio Ademir de Moraes, conhecido como Urso, explica que o Carnaval acontece o ano inteiro. “Nós temos a responsabilidade de fazer tudo dar certo juntamente com a Secretaria Municipal da Cultura. Damos duro todos os meses para que nada saia errado na hora dos desfiles no Porto Seco. O Carnaval de Porto Alegre já é considerado,
A festa de Momo também alegra o comércio que vende produtos alusivos à data
Em Porto Alegre Segundo a Associação de Entidades Carnavalescas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul (Aecpars), as primeiras manifestações carnavalescas em Porto Alegre foram registradas no século XVIII, quando os açorianos faziam brincadeiras de rua, chamadas de “Entrudo”, na qual as pessoas atiravam uma nas outras limões, ovos e farinha. Mas foi somente no século seguinte que surgiram as primeiras sociedades carnavalescas: a Esmeralda (verde e branco) e os Venezianos (vermelho e branco) tomaram o lugar nas ruas da cidade e criaram, inclusive, uma rivalidade entre ambas. Depois disso, vieram os bailes no Theatro São Pedro e a folia nos bairros. À época, os homens adoravam se vestir de mulheres, característica que permanece até hoje nas festas de rua. Foi na década de 1960 que surgiram as primeiras escolas de samba, aos moldes que conhecemos atualmente.
hoje, por muitos carnavalescos, um dos maiores espetáculos do País. Neste ano, está muito mais moderno e muito mais atrativo. Vale a pena conferir”, destaca o presidente da Aecpars. Para o comércio, o Carnaval também pode ser considerado uma data atrativa. Pelo menos para quem oferece produtos que tem alguma relação com a folia. É o caso da Multisom, tradicionalmente reconhecida pela venda de instrumentos musicais. A vice-presidente da marca, Aline Noveleto, explica que, devido
ao aumento da procura nesta época do ano, existe sempre um acréscimo na compra de produtos como pandeiro, cavaquinho e percussão. “Também damos ênfase na mídia e oferecemos liquidações para atrair mais clientes”, ressalta. As lojas de rua da Multisom não abrem na segunda e na terça-feira de Carnaval, mas as de shopping ficam abertas na segunda-feira. “Considerando apenas as vendas de shopping, o lucro supera em 80% a venda de um domingo onde abrimos as mesmas lojas”, destaca Aline. O Carnaval começa oficialmente no dia 15 de janeiro. Nos dias 20, 27 janeiro e 03 de fevereiro ocorre a tradicional descida da avenida Borges de Medeiros. Já nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro é a vez da Muamba – tradicional preparação das escolas de samba para o carnaval. E enfim, os desfiles nos dias 17, 18, 19 e 20. Porto Alegre conta com 24 escolas e duas tribos. As principais são: Estado Maior da Restinga (atual campeã), Imperadores do Samba, Império da Zona Norte e Imperatriz Dona Leopoldina. O presidente da Aecpars, Urso, faz um apelo final. “O setor empresarial deveria investir mais no Carnaval de Porto Alegre. Ele está crescendo muito nos últimos anos e tende a crescer mais ainda. Precisamos de apoio se quisermos alçar voo”, finaliza.
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Projeto Cais Mauá Visão Geral
À espera de um novo cartão postal
Fotos: Divulgação
Polo Comercial - Cais do Porto
Além da nova paisagem, revitalização do Cais Mauá vai gerar milhares de empregos e novos negócios para Porto Alegre
U
m sonho antigo dos portoalegrenses começa a se tornar realidade a partir deste ano. As obras de revitalização da orla do Guaíba e do Cais Mauá têm início previsto ainda para o primeiro semestre de 2012. A proposta de urbanização, selada em dezembro do ano passado pela Prefeitura de Porto Alegre, inclui a instalação de terminais turísticos para barcos de passeio, calçadão, ciclovia, quadras esportivas e quiosques. Além disso, o novo Cais vai contar com bares, restaurantes, centros comerciais e um shopping center. Ou seja, a área de quase 6 km de extensão, entre a Usina do Gasômetro e o Barra Shopping Sul, será totalmente mo-
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dernizada e deverá se consolidar como cartão postal da cidade. Para atrair investimentos e tornar o negócio rentável, a Prefeitura contratou um consultor que cuida especificamente do plano de negócios. E Maurênio Stortti já iniciou os trabalhos. “Através de uma parceria público-privada já realizamos pesquisas de mercado, análise econômica, financeira e também já finalizamos toda parte jurídica do processo”, diz. Stortti revela que houve grande dificuldade para conseguir todas as licenças necessárias. “Foi difícil, mas adiantamos muita coisa para que não haja risco das obras serem paralisadas”, ressalta. Quem desejar investir no Cais
Centro Comercial Exterior e Terraços
Detalhe estacionamento
Piso Paralelepípedo, Sinalização Tátil e Ciclovia
Mauá deverá ser sustentável e ter responsabilidade social. “Queremos uma parceria para os 25 anos de concessão. Comerciantes e lojistas comprometidos com a causa. Rotatividade não funciona em atividades público-privadas”. Stortti já recebeu pelo menos 30 propostas de variados tipos. E quer mais. “Nossa ideia é fazer o Cais trabalhar sozinho. Que se torne rentável e seja transformado em um grande negócio”. Ainda conforme o consultor, o turismo não será o foco do empreendimento. “Não daremos prioridade para os turistas. Esse já é um exemplo de fracasso. O Cais precisa funcionar para a cidade, para o porto-alegrense que anseia há muito tempo por um lugar assim. De fato, vamos construir um novo cartão postal”. O local, segundo Stortti, é considerado extremamente favorável aos negócios por estar na região central da cidade. “Ele está próximo da rodoviária, do Trensurb, dos terminais de ônibus e do catamarã. Vai servir como uma sessão permanente de acupuntura no Centro de Porto Alegre, que também precisa de uma nova cara”. Questionado sobre como vai funcionar a locação dos espaços, ele explica que os valores estarão abaixo do exigido pelos shopping centers. “Vamos trabalhar com algo em torno dos R$ 50,00
por metro quadrado. Nossa estrutura logística deve ter capacidade para atender 30 mil pessoas por dia na fase inicial do projeto, em 2014”, afirma. O espaço também terá um estacionamento próprio para abrigar cerca de três mil veículos. O projeto de revitalização do Cais Mauá vai além: seguirá o modelo de sucesso do Porto de Barcelona, na Espanha, que é considerado o maior da Europa e o quinto maior do mundo. “Através do porto, a cidade de Barcelona se adaptou e conseguiu se tornar uma das cidades mais importantes do mundo”, diz Stortti. “É isso que queremos fazer em Porto Alegre. Transformar a imagem das pessoas sobre o Guaíba e fazer a cidade se superar em todos os sentidos. É o ponto de partida para o desenvolvimento”. O empreendimento, orçado em R$ 560 milhões de reais será executado pelo consórcio Porto Cais Mauá do Brasil S.A., em um modelo de concessão de 25 anos. A empresa repassará R$ 3 milhões anualmente ao Estado, a título de aluguel, que serão investidos pela Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH). De acordo com a Prefeitura, as obras têm início previsto para junho/julho de 2012. O investimento será custeado por recursos próprios do município.
Visão Geral Centro Comercial
Tapete Verde de acesso ao Centro Comercial
Pórtico de Acesso
Interior Restaurante
Noite no Projeto. Muro de água
Business Park Visão Geral
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Responsabilidade Socioambiental
Reciclando resíduos e renovando ideias O papel fundamental do setor varejista na cadeia de reciclagem do lixo eletrônico Foto: Fernando Gomes
Campanha de Sustentabilidade da Fecomércio-RS arrecada 549 toneladas de equipamentos de informática e telefonia pós-consumo
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cada ano, no Brasil, são produzidos cinco milhões de computadores – equipamentos que serão obsoletos com cerca de três anos de uso. Número ainda mais impressionante fica por conta dos aparelhos celulares: 80 milhões de unidades despejadas no mercado, por ano, e com prazo de vida próximo de um ano e meio. Certamente o crescimento de resíduos eletrônicos é preocupante, mas há excelentes maneiras de reverter os índices alarmantes e o comércio tem sido fundamental nesse processo. O varejo é a etapa chave no ciclo do resíduo eletrônico, tanto pelo poder de mobilização social quanto pela logística que pode operar. Ações realizadas em Porto Alegre com foco nesse cenário indicam que o setor pode contri-
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buir muito com essa causa que, em última instância, é de responsabilidade socioambiental. O Gabinete de Inovação e Tecnologia da Prefeitura de Porto Alegre (Inovapoa) trabalha a reciclagem de resíduos eletrônicos desde 2010, promovendo inúmeras ações para recolhimento e destinação de lixo eletrônico, e reconhece no varejo um forte aliado, como observa o coordenador Newton Braga Rosa. “A terceira e mais importante forma de recolhimento, depois dos postos fixos e grandes campanhas, no nosso entendimento, é o próprio varejo. Essa atitude resolve um problema e também passa a mensagem de empresa responsável. Nesse sentido, o Sindilojas POA sempre colaborou muito e o varejo deve se tornar o principal
vetor de recebimento e de encaminhamento desses resíduos. Inclusive, o modelo de Porto Alegre foi ampliado para todo o Estado, com grande sucesso, a partir dessa parceria com o setor”, comenta Rosa em referência à campanha realizada pela Fecomércio-RS em 2011. Segundo o presidente do Conselho de Sustentabilidade da Federação, Joarez Venço, essa iniciativa teve resultados acima dos almejados. “Superou nossas expectativas e mostrou que a comunidade se envolve e mobilizase. Alcançamos 136 municípios e, agora, o objetivo é fazer com que esses municípios mantenham os pontos de coleta, cerca de 25 já aderiram”, observa Venço. No esteio das atividades encabeçadas por entidades ou instituições de grande porte, fica a mensagem de que é possível cada estabelecimento comercial ou cada pessoa colaborar para manter aquecida a lógica reversa da produção de materiais eletroeletrônicos como acontece nas lojas Digimer. A rede recebe sucatas e aparelhos obsoletos em todas as unidades. Após a coleta, o setor de Tecnologia da Informação (TI) organiza o material e encaminha para a empresa Trade Recycle, a mesma parceira das ações do Inovapoa e Fecomércio-RS. No cotidiano da loja, o que mais chama a atenção é a consciência dos clientes sobre a necessidade da reciclagem, como conta o gerente de TI da Digimer Volmir Coelho Baez. “O cliente chega à loja, vê o certificado e já pergunta o que vai ser feito. As pessoas querem ter certeza de que a empresa está sendo séria. Com certeza nosso papel é importante, pois o tempo para despertarmos essa consciência é agora. Acho que o principal é essa reciclagem das ideias, da cultura da preservação e responsabilidade”, avalia o gerente.
Conecs
2012 – Ano de grandes expectativas para o comércio em shoppings
C
riado para defender os interesses dos lojistas de shopping center em todo o Brasil, o Conecs tem realizado importantes debates e fortes intervenções no Congresso Nacional sobre os projetos de lei que regulamentam as atividades desses empreendimentos, além das atuações de seus representantes nas assembleias legislativas e Câmara de Vereadores. Em 2011, o Conselho se fortaleceu em sua comunicação com uma página no Facebook, Twitter e em seu site. Produziu 15 informativos no formato de newsletters, divulgados pelas entidades associadas, destacando notícias sobre o que acontece no varejo nacional, como também descrevendo em detalhes todas as reuniões realizadas com os parlamentares. Produziu também uma cartilha resumo sobre o Projeto de Lei 7137/2002, que busca o equilíbrio nas relações contratuais em shopping. Os representantes do Conecs estiveram em Brasília para várias reuniões com parlamentares tanto na Câmara quanto no Senado, que resultaram na sensibilização de novos atores sobre o dia a dia dos lojistas de shopping centers e os problemas enfrentados pela ausência de uma legislação para o setor. Uma das principais conquistas foi a alteração na Lei do Sistema Simples Nacional, que teve como destaque a ampliação do limite de faturamento anual da pequena empresa para R$ 3,6 milhões, além do parcelamento, em até 60
meses, dos débitos tributários, o que até agora não era permitido pela Receita Federal. Essas alterações estão em vigor desde 1° de janeiro. Outra vitória importante foi o relatório favorável ao projeto de Lei de autoria do senador Waldir Raupp que proíbe cobrança de 13o aluguel. A posição favorável ao projeto foi construída a partir da atuação do Conecs junto ao relator do projeto, o senador Benedito de Lira. Caso seja aprovado, o projeto vai proibir essa prática em todo o País. Sem descansar, a entidade continuará acompanhando cada um dos projetos de lei de interesse do lojista, preparando encontros para debatê-los e analisá-los minuciosamente, como também irá suge-
rir novos projetos que venham a ampliar os benefícios para o setor. Além disso, o fluxo de notícias e informações divulgadas, através de nossos veículos digitais, terá seu ritmo acelerado, acompanhando a agilidade do mercado. Com o retorno dos trabalhos dos deputados e senadores, previsto para o início de fevereiro, o Conselho já prepara um plano estratégico para atuar nas bases de cada parlamentar, no sentido de buscar uma atuação mais forte em cada Estado e conquistar novas adesões. Esteja conosco, lojista. Acompanhe junto à nossa equipe as novidades e esteja preparado para as mudanças de mercado. E o mais importante: contate-nos. Estaremos sempre dispostos a apoiar. Foto: Gustavo Amora
Dilma na cerimônia de assinatura do Supersimples
Conheça nossos estudos e pesquisas.Acesse: www.conecs.org.br
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Entidade
Formação e capacitação dos jovens ao mundo do trabalho Desde 1969, CIEE/RS intermedia o início da carreira profissional de milhares de jovens
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om o objetivo de levar e preparar o maior número possível de jovens para o ingresso no mercado de trabalho, o Centro de Integração EmpresaEscola (CIEE/RS) é responsável pela captação de oportunidades junto às empresas e pela administração dos programas de estágio, incluindo o acompanhamento e a formalização em conformidade com a legislação específica vigente. Em mais de duas décadas de atividades, a instituição já inseriu mais de 1,4 milhão de estudantes no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul. Para Luiz Carlos Eymael, superintendente executivo do CIEE/ RS, o estágio é muito importante para a formação e desenvolvimento profissional dos estudantes, pois “traz aos jovens o complemento daquilo que ele adquire no ambiente escolar. É onde o jovem vai colocar em prática
aquilo que ele está aprendendo. Esse é o grande ´negócio` para o estudante: adquirir experiência prática na sua área de formação”, afirma. Ele ainda ressalta que, além da formação prática, o estágio contribui também para a formação pessoal. “O jovem tem todo um complemento na área de relacionamento e comportamento, porque está ingressando, adquirindo experiência e conhecendo o mundo do trabalho que ele vai enfrentar depois de estar formado”, diz. Conveniado com mais de 1,6 mil instituições de ensino, o CIEE/ RS conta com 105 unidades de atendimento, que atendem 496 municípios do Estado. São mais de 140 mil estudantes com cadastro e mais de 36 mil estudantes em estágio no momento. Para disputar uma oferta de estágio em uma entidade, o jovem tem de estar regularmente matriculado e
frequentando escolas de ensino médio ou de educação superior. “É um grande programa social, porque além dessa parte de preparo para o mundo do trabalho, também o valor da bolsa-auxílio que o estudante recebe, como o nome mesmo diz, auxilia nas suas despesas e até mesmo ajuda na renda familiar. Isso mantém o jovem na escola, diminuindo a evasão escolar”, explica. Além destes benefícios para os estudantes, Eymael destaca as vantagens do estágio para as empresas. “A empresa ganha no preparo do seu futuro profissional, mas tem de se dedicar para isso, ter pessoal para acompanhar esse jovem, acreditar na formação dele”, enfatiza. Ele também cita o programa Aprendiz Legal como sendo um dos mais usados pelos comerciantes. Os lojistas que quiserem dispor de vagas para estágio ou buscar mais informações sobre os serviços podem entrar em contato com a instituição pelo site www.ciee-rs.org.br. Foto: Divulgação
O CIEE/RS conta com 105 unidades de atendimento, 140 mil estudantes cadastrados e mais de 36 mil estagiários
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Artigo * por Flávio Obino Filho
(In)Segurança Jurídica nas Relações de Trabalho
N
ão é exagero afirmar que a mais organizada das empresas – com política de cumprimento de todas as normas trabalhistas, assessorada por sociedade de advogados qualificada e especializada na área – será provavelmente condenada em eventual demanda na Justiça do Trabalho. O cumprimento da legislação laboral se transformou em uma verdadeira gincana. O conhecimento de todas as normas trabalhistas – CLT, legislação esparsa, regras de saúde e segurança, portarias, regulamentos e convenções coletivas – é missão quase impossível. O problema maior, contudo, nesse exagero de normas legais que engessam a relação de emprego e não permitem contratações criativas entre empregados e empregadores, são as leis redigidas sem qualquer cuidado e que permitem as mais diversas interpretações. Leis de baixa qualidade implicam em insegurança jurídica, aumento do conflito e de processos judiciais. Não é outro o cenário normativo trabalhista brasileiro. Atualmente convivemos com dois casos emblemáticos: a lei que regulamentou o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço e a que alterou a CLT para equiparar o trabalho realizado a distância com o executado no estabelecimento do empregador ou no domicílio. A regulamentação do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, em que pese ter ocorrido 23 anos após a sua instituição na Constituição Federal, foi feita de forma açodada pelo Congresso Nacional, pressionado pelo STF, resultando em uma norma de péssima qualidade. A redação ineficiente permitiu as mais
variadas interpretações, motivadas por interesses conflitantes e antagônicos naturais da relação capital e trabalho. Sindicatos de empregados têm entendido que o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço não se aplica às rescisões de iniciativa do empregado e que a contagem do tempo adicional deve considerar o primeiro ano de trabalho. São posições com as quais não concordamos, mas a norma permite esse tipo de interpretação, escancarando o quadro de insegurança jurídica. Ainda no terreno das interpretações, circula livremente um documento dito interno do Ministério do Trabalho que contém posições jurídicas a respeito das alterações. Nas duas situações antes aventadas o documento consigna entendimento idêntico ao dos empregados nos casos de demissão provocada pelo empregado, mas, de forma diversa do que as entidades obreiras sustentam, conclui que o período adicional somente é contado após o segundo ano completo de trabalho. Na prática, sindicatos de empregados, para não se afastarem da interpretação que elegeram, têm condicionado a assistência às homologações de rescisões a observância da norma segundo sua interpretação. Nesse cenário, ou a empresa se rende à interpretação obreira, ou se vê obrigada a propor ações de consignação na Justiça do Trabalho, gerando custos, transtornos e dispêndio de energia que poderia estar direcionada para o processo produtivo. O pior de tudo é que após essa romaria o quadro de insegurança jurídica permanece inalterado. Com relação à alteração do art.
6º da CLT, a lei deixa claro que não há distinção entre o trabalho feito no estabelecimento do empregador ou no domicílio do empregado, como o realizado a distância. A nosso juízo, para reforçar a regra do caput, foi introduzido parágrafo único que esclarece que os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informatizados são equiparados a decorrente de meios pessoais e diretos. Dessa forma, a modificação é apenas para afirmar que o controle do trabalho por meios telemáticos e informatizados não afasta o elemento subordinação para efeitos de caracterização do vínculo empregatício. Do ponto de vista técnico, bastaria a alteração feita no caput do artigo para alcançar o resultado objetivado pelo legislador, mas os parlamentares avançaram o sinal incluindo um parágrafo único aparentemente inócuo que está dando margem a interpretações diversas da que nos parece lógica e juridicamente sustentável. O fato se agravou com declaração do ministro presidente do TST de que súmula do Tribunal que afasta o sobreaviso nos casos de utilização de celulares não poderia conviver com a nova lei, dando a entender que a alteração garantiria o pagamento de sobreaviso pelo uso de meios telemáticos e informatizados fora da jornada de trabalho. Outros sustentam, ainda, que a lei garante o pagamento como extras das horas de trabalho com celulares e e-mail fora do horário normal de trabalho. Nesse cenário, os ministros do TST deverão ser convocados para discutir a matéria e, eventualmente, alterar a súmula referida pelo ministro presidente. Assim, uma lei meramente afirmativa cria todo um ambiente para se discutir temas até então pacíficos. É nesse contexto de insegurança jurídica que o teimoso empreendedor brasileiro insiste em produzir. Advogado do escritório Flávio Obino Fº Advogados Associados obino@obinoadvogados.com.br
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Galeria Sindilojas Posse de Mauro Zacher
Mauro Zacher assumiu a presidência da Câmara Municipal e Ronaldo Sielichow acompanhou a cerimônia de posse
O Sindilojas POA, representado pelo presidente Ronaldo Sielichow, esteve presente na posse do novo presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Mauro Zacher (PDT), em cerimônia realizada na sede do Legislativo, dia 2 de janeiro. O vereador assumiu a presidência no lugar de Sofia Cavedon (PT). Em seu discurso, Zacher disse que vai trabalhar para diminuir o que chamou de “intolerância política” e afirmou que pretende implantar uma série de ações para tornar a Casa mais “sustentável”, como a digitalização dos processos para economizar papel. Fotos: Divulgação Sindilojas
A primeira-dama de Porto Alegre, Regina Becker e o presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow
Ronaldo Sielichow e a vereadora Sofia Cavedon
101ª NRF Entre os dias 15 e 18 de janeiro, em Nova Iorque, ocorreu a maior feira do varejo do mundo. O Sindilojas POA esteve presente. Na próxima edição mais informações sobre a 101ª NRF. Paulo Kruse (vice-presidente) e Ronaldo Sielichow (presidente do Sindilojas POA)
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Ronaldo Sielichow e o repórter da Rádio Gaúcha, Daniel Scola
O diretor Comercial do Sindilojas POA, Tarcísio Pires, pesquisa sobre as etiquetas eletrônicas
Tarcísio Pires (diretor Comercial), Paulo Penna Rey (vice-presidente de Comunicação e Marketing), Paulo Kruse (vice-presidente), Ronaldo Sielichow (presidente), Sergio Galbinski (vice-presidente de Relações de Trabalho) e Roberto Zimmer (diretor de Relações Internacionais)
Artigo * por Claudia
* e Nelson
Goulart
Stefani
Domingues*
Filho**
Padrões de confecção centrados no usuário Fotos: Divulgação
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busca pela padronização de medidas para vestuário na indústria têxtil já é estudo de mais de dois séculos. O objetivo é viabilizar a produção em série de peças do vestuário em todos os segmentos, o que vem sendo aperfeiçoado no Brasil de forma reguladora desde 1995 com normas técnicas oficiais. A Associação Brasileira de Vestuário (ABRAVEST) juntamente com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) vem estudando diferentes possibilidades para adequação da padronização de medidas. Os maiores desafios são as características antropométricas da população brasileira, devido a sua miscigenação. As misturas destes indivíduos contribuem muito para a disparidade entre os corpos da população brasileira, gerando os mais diferentes biótipos e ainda agra-
vados por outras características como: faixa etária, sexo, condições climáticas do meio em que vivem, entre outros fatores que fazem com que essa tarefa de padronização se torne muito difícil para ser adotada em todas as regiões do País. Em maio de 1995, foi estabelecida pela ABNT a NBR 13337/1995 – medidas do corpo humano para vestuário – com o objetivo de padronizar os tamanhos dos artigos de vestuário e orientar os consumidores, tendo como referência medidas mínimas das principais circunferências do corpo, para cada numeração – do 34 ao 52, equi-
valendo do P ao GG. No entanto, desde 2006, vem sendo intensificados os esforços para melhorar os processos que envolvem a padronização mais adequada. Em dezembro passado, o tema ganhou novas discussões e propostas para ajustes de normas, além da solicitação de cancelamento da NBR de 1995, com objetivo de inverter o processo de padronização, no qual a proposta será a informação ao usuário do tamanho da peça conforme as medidas do corpo e não mais número e tamanho da roupa. A nova padronagem ainda está como caráter de proposição e, provavelmente, leve algum tempo para que a indústria possa se adequar ao novo modelo. Talvez a adoção de uma cartilha com melhoramentos e readequações de normas já existentes, como a NBR 15127/2004, possa oferecer informações aos consumidores para já irem se adequando. Enquanto as normas tiverem caráter voluntário, os lojistas continuarão comprando peças com numeração igual, porém de diferentes tamanhos. Já o consumidor continuará de loja em loja em busca de peças para seu tamanho, ou seguirá fiel às marcas que está habituado a comprar, torcendo para que não variem de coleção para coleção. * Designer de moda, Bacharel em Design de Moda e Tecnologia (FEEVALE). Professora da Escola SENAC, unidade de Canoas/RS. claudia@claudiagoulart.com.br ** Designer Gráfico, Bacharel em Design, com ênfase em Design Gráfico (UNIRITTER). Professor da Escola SENAC, unidade de Canoas/RS. nelson@wdsdesign.com.br
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Fotos: Divulgação Sindilojas
Sindinews
O secretário Lara (esquerda) apresentou a Lei da Solidariedade
Reunião de Diretoria conta com participação do secretário estadual do Trabalho A reunião de diretoria do Sindilojas POA contou com a participação do secretário estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social, Luís Augusto Lara, e do presidente da Central Sicredi Sul, Orlando Müller. Durante a reunião, Müller apresentou aos participantes o cooperativismo, instrumento de organização econômica da sociedade,
que se caracteriza como uma forma de ajuda mútua por meio da cooperação e da parceria. Na ocasião, o secretário Lara apresentou a Lei da Solidariedade, programa que viabiliza a realização de projetos sociais, elaborados e executados por entidades e empresas, com utilização de incentivo fiscal oferecido pelo Estado.
Qualificar atendimento para vender mais e melhor No mês de fevereiro, o Sindilojas Porto Alegre promove, no Centro de Capacitação do Sindicato (Rua dos Andradas, 1234 – 9º andar – Centro Histórico), o curso “Técnicas de Atendimento e Vendas” em várias datas e o associado pode ainda escolher entre os turnos da manhã ou noite. Vale destacar que a capacitação qualifica profissionais do comércio para oferecerem um atendimento de excelência. As inscrições, gratuitas para lojistas associados e seus colaboradores, podem ser feitas pelo telefone (51) 3025.8300 ou pelo e-mail cursos@sindilojaspoa.com.br.
Sindilojas POA facilita serviços aos associados O Sindilojas POA disponibiliza para todos os associados o boleto por e-mail. Com esse serviço, a Entidade facilita o dia a dia dos lojistas. Para aderir, entre em contato pelo telefone (51) 3025.8300 ou solicite pelo e-mail financeiro@sindilojaspoa.com.br informando nome completo e endereço de e-mail, para recebimento mensal. Ao aderir, você não receberá mais o boleto físico pelo correio.
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Novas regras para o uso do ponto eletrônico foram adiadas pela quinta vez No dia 28 de dezembro, o Ministério do Trabalho publicou por meio da portaria n° 2.686, no Diário Oficial da União, o adiamento da implantação do novo ponto eletrônico. Essa foi a quinta vez que as novas regras são adiadas. De acordo com o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, a medida é inapropriada e o Sindicato se posiciona contra as novas regras. “No momento em que uma norma é adiada por cinco vezes, acredito que ela tem de ser revista”, observa. O dirigente afirma ainda que o Sindicato acredita na revogação da norma. Para se ajustarem às novas regras, as empresas deveriam adquirir equipamentos certificados; com sistema próprio de energia em caso de falta de luz; que permitam a impressão de recibos registrando os horários de entrada, saída e intervalos dos empregados; possuam memória para armazenagem de dados; e entrada USB que permita que os dados sejam auditados por fiscal do trabalho. O trabalho contra a implementação do ponto eletrônico começou em maio de 2010, quando o Sindicato ingressou com o mandado de segurança contra a portaria nº 1.510, publicada em 2009, que exigia o ponto eletrônico em empresas a partir de agosto de 2010. Em conformidade com a portaria n° 2.686, o prazo para as empresas do comércio se adaptarem ao novo ponto eletrônico passou a ser o dia 2 de abril de 2012.
Contribuição Assistencial vence dia 20/02 O Sindilojas Porto Alegre lembra a todos os lojistas que o primeiro vencimento da Contribuição Assistencial Patronal de 2012 ocorre no dia 20 de fevereiro. Empresas cuja matriz e filial encontram-se em Porto Alegre e em Alvorada contribuem conforme a folha de pagamento de cada filial, e empresas que não
Novas associadas
geram folha de pagamento contribuem com valor mínimo de R$ 35,00. O cálculo tem como base dois dias da folha de pagamento de janeiro de 2012 (Salário, Repouso e Comissões). Para mais informações, ligue 3025.8300 ou envie e-mail para o endereço financeiro@sindilojaspoa.com.br
Agende-se e participe! Datas - Fevereiro
Curso
Turno
06 a 09
Técnicas de Atendimento e Vendas
Noite
13 a 16
Técnicas de Atendimento e Vendas
Manhã
Datas - Março
Curso
Turno
05 a 08
Técnicas de Atendimento e Vendas
Noite
12 a 16
Vitrine para o Varejo
Noite
19 a 22
Gestão de Estoque
Noite
26 a 29
Técnicas de Atendimento e Vendas
Noite
Sindilojas POA é contra reajuste do piso regional O Sindilojas POA, em nome de seus 16 mil filiados, enviou no dia 6 de janeiro ofício ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde, apresentando considerações referentes ao Projeto de Lei n° 455/2011, que dispõe sobre o reajuste dos Pisos Salariais no Rio Grande do Sul, em que o governo estadual propõe um reajuste de 14,75% para o piso regional, e determina que, a partir de 2013, a data-base para reajuste dos pisos salariais será em 1° de janeiro. “Não há como sustentar uma política de reajuste do Piso Regional baseada na valorização do salário-mínimo nacional, conforme justifica o Poder Executivo, uma vez que, na época
de criação do mínimo regional, em 2001, o cenário econômico era diferente do atual”, afirma o presidente do Sindicato, Ronaldo Sielichow, que considera que a maioria das categorias elencadas na lei do piso regional já realiza convenções ou acordos coletivos de trabalho. “Portanto, não há necessidade de estarem incluídas na norma”, explica. No ofício, o Sindilojas POA afirma ainda que com esse projeto, o governo impõe às empresas gaúchas, que já sobrevivem aos múltiplos problemas de competitividade de nossa economia, um reajuste irrazoável do piso regional, não respeitando qualquer parâmetro econômico.
n Apassionata: Avenida Nilo Peçanha, 2140, Boa Vista n Comércio Lual: Rua Lydia Moschetti, 275, Protásio Alves n Closet: Avenida Cristóvão Colombo, 2149 loja 28, Floresta n Crocs Brasil: Avenida João Wallig, 1800 loja 1221, Passo D´Areia n Gheno Uomo: Rua Hilário Ribeiro, 298 loja A, Moinhos de Vento n KWA: Avenida São Pedro, 1218, São Geraldo n Maria Xica: Avenida Cristóvão Colobo, 545 loja 1151, Floresta n Planeta Digital: Avenida Assis Brasil, 2187 loja 101, Cristo Redentor n Quarenta Graus: Rua Coronel Fernando Machado, 1083, Centro Histórico n Revel Color: Avenida João Pessoa, 1831 loja 109, Farroupilha n Speed Work: Rua Silveiro, 295, Menino Deus n Top Marcas: Rua Pinto Bandeira, 368 loja 401, Centro Histórico n Trein & Nilsson: Rua Américo Vespúcio, 483, Higienópolis
Errata No Sindinews de janeiro, na matéria Alegria de Natal, nos referimos ao Sargento Eugenio como comandante do 24º BPM, porém ele é coordenador do projeto PM Mirim. O comandante do 24ºBPM é o Tenente Coronel QOEM Julio Cesar Rocha Lopes.
Termômetro do Varejo No mês de dezembro do ano passado os segmentos de materiais de construção e confecção registraram alta de faturamento, de acordo com o Termômetro do Varejo. Em relação a dezembro de 2010, houve incremento de 14,40% para as lojas de materiais de construção e de 5,24% para confecção. Estas últimas também obtiveram resultado significativo na comparação com o mês anterior (novembro/11): aumento médio de 61,93%.
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Associadas
Uma década no ramo de fitness e natação
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undada em fevereiro de 2002, a Stirato está comemorando uma década no mercado de produtos e assessórios de fitness e natação. Para atender este público, jovens e mulheres de meia idade, na maioria, a loja comercializa diversos produtos como shorts, bermudas, corsários, leggings, tops, regatas, maiôs, óculos de natação, toucas, sapatilhas, luvas, coletes, entre outros. O proprietário da loja,
José Adalberto de Souza, conta que esse é um segmento bem competitivo. “Há bastante lojas do ramo também atuando no mercado, com preços muito competitivos, o que faz com que os pequenos adotem a estratégia de agregar valor aos seus produtos”, diz. E estratégia é a prioridade do lojista para este ano. “Com a saída de um dos sócios da Stirato, a prioridade é estruturar o empreendimento e definir nova estratégia
Flexibilidade para atender a demanda
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ara atender as mulheres que gostam de estar sempre na moda com produtos modernos e de qualidade, a Nobre Causa foi se reinventando com o passar dos anos, de acordo com a demanda de suas clientes, para se fixar no mercado. Fundada em 2007 pelo casal de sócios Patrícia Milan Rödel e Marcelo Rödel, a loja comercializa acessórios na linha de bijuterias e semijoias finas, alianças em prata, aço e ouro, óculos solares, relógios, lenços, bolsas e chapéus, buscando sempre a tendência de cada estação. “Pela empresa traba-
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lhar com uma variedade grande de itens, a cada estação temos um foco, por exemplo, no verão o nosso carro-chefe são os óculos solares que estão em alta no mercado, no outono/inverno são os lenços e chapéus e assim por diante, nos flexibilizamos para atender ao que está favorável no mercado em cada momento”, conta Patrícia. Um dos planos da lojista é fortalecer as duas lojas na Capital, preparando-as para os eventos internacionais que estão previstos, como a Copa do Mundo de 2014. Para isso, ressalta a parceria com o Sindilojas Porto
A loja está comemorando uma década no mercado de produtos para fitness e natação para 2012 em diante”, afirma. Recém-associado ao Sindilojas Porto Alegre, ele comenta sobre a Entidade. “Já utilizamos os serviços, acho ótimo a parceria”, ressalta. A Loja Stirato fica na rua Cristóvão Colombo, 545, loja 1007 do Shopping Total. Fotos: Milton Moraes
A loja trabalha com grande variedade de itens, mas elege um carro-chefe por estação Alegre. “Vi a oportunidade de me associar a uma Entidade que realmente busca lutar pelos nossos direitos e que nos proporciona ganhos em várias áreas, palestras e cursos de capacitação, como por exemplo o curso de inglês para os vendedores, que está entre as minhas metas”, completa. A Nobre Causa fica na Rua dos Andradas, 1001, Loja T 10 do Shopping Rua da Praia, no Centro Histórico.
Para participar desta editoria, as associadas podem manifestar interesse pelo email imprensa@sindilojaspoa.com.br