Conexão Varejo - Março/2012

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Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS

Especial

A Porto Alegre que chega aos 240 anos

Nº 45

março 2012

Entrevista Marivaldo Tumelero: experiência e pioneirismo no varejo

Mercado Mulheres empreendedoras se destacam no comércio




Sumário Opinião

Polo Comercial

Parabéns Porto Alegre!

Um roteiro que apresenta as principais regiões de comércio especializado da cidade.

Entrevista Marivaldo Tumelero fala sobre a trajetória pioneira e bem-sucedida no varejo e analisa o atual cenário para o comércio da Capital.

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Desenvolvimento Humano

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Finanças

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Cursos de capacitação são cada vez mais procurados por lojistas que investem na qualificação dos funcionários.

As diferentes opções para administrar o estoque e fazer da mudança de estação um elemento a favor de seu negócio.

Mercado

Os projetos que visam fazer de Porto Alegre uma cidade sustentável.

Conecs

Entidade Mulheres que apostaram em Porto Alegre e construíram trajetórias de sucesso profissional e progresso.

A importância do trabalho do Conselho Regional de Contabilidade e sua relação estreita com o comércio.

Artigo

Especial

Da aplicação e validade do banco de horas, por Antônio Job Barreto.

Em perspectiva histórica, o comércio porto-alegrense e se destaca como pilar do desenvolvimento da Capital.

Galeria Sindilojas Destaques da Entidade em imagens.

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Responsabilidade socioambiental

Lojistas de shoppings mais atuantes no Congresso Nacional em 2012.

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Fotos: Divulgação

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Cultura Os escritores Luís Augusto Fischer e Luiz Antonio de Assis Brasil destacam os elementos que compõem a identidade cultural de Porto Alegre.

Artigo A cultura como Escolha, por Walter Galvani.

Sindinews Notícias e informações do setor varejista.

Associadas Livraria do Advogado e Closet Modas.

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Milton Moraes

Opinião

Expediente

* por Ronaldo Sielichow

Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Centro Histórico Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 www.sindilojaspoa.com.br Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente: Paulo Kruse Vice-presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-presidente de Relações de Trabalho: Sergio Axelrud Galbinski Vice-presidente Comercial: João Rodrigues Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor de Relações de Trabalho: Vladimir Machado Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Diretor de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg e Vilson Noer. Diretores Adjuntos: Eduardo Spunberg, Eduardo Lasevitch, José Rodrigues, Luiz Caldas Milano e Roberto Zimmer Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna e Alcides Debus Suplentes: Carlos Schmaedecke, Hermes Queiroz e Orisvaldino Magnus Scheffer Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor e Assessoria de Imprensa: Sindilojas Porto Alegre imprensa@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025-8323 Conselho Editorial – Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Superintendente: Márcio Allegretti Gerente de Comunicação e Marketing: Karin Souza Assessor de Imprensa: Vinícius Ghise Estagiária de Comunicação: Kamila Karolczak

Parabéns, Porto Alegre!

O

lhar para nossa Capital hoje como uma metrópole dinâmica, moderna, com grande potencial de crescimento, preparada para receber investimentos, e tentar imaginar o que pensariam os casais açorianos se pudessem ver no que se transformou o povoado que fundaram há 240 anos é um exercício interessante. Porto Alegre, que aniversaria dia 26 de março, traz em sua identidade a bravura do comércio e dos serviços como forças motrizes. A explicação pode ser por localizar-se no centro do Mercosul e possuir afinidade cultural, comercial e de idioma com os países do Prata, talvez pela influência de nossos antepassados. Se Porto Alegre é uma das capitais mais arborizadas e alfabetizadas do País, um atrativo para migrantes em busca de melhores condições de vida, trabalho e estudo, e tem uma infraestrutura em vários aspectos superior às demais capitais do Brasil, muito se deve esses predicados à atividade do comércio. Nesse importante cenário, está o trabalho no Sindilojas POA, representante legal dos comerciantes na Capital e Alvorada, hoje responsável por defender e promover o desenvolvimento de 18 mil empresas com excelência em serviços, gerando benefícios e vantagens para a classe lojista, seus mais de 2,6 mil associados e sociedade. São muitas as ações em que o Sindilojas POA está ao lado da cidade. Em todos os momentos em que a parceria do comércio é relevante para o crescimento e para a melhoria de Porto Alegre, certamente há a presença atuante do Sindicato. É assim na revitalização do Centro Histórico e do Cais do Porto, na promoção da capacitação de mão de obra, na luta pela redução da carga tributária e na constante busca pela inovação, profissionalização da gestão pública e privada. Nesta edição, a Conexão Varejo faz sua homenagem a Porto Alegre, mais do que nunca uma cidade integrada e identificada com o comércio. Parabéns, Porto Alegre! *Presidente do Sindilojas Porto Alegre

Princípios organizacionais Edições Anteriores Acesse o site do Sindilojas Porto Alegre e baixe a Conexão Varejo em formato PDF.

MISSÃO “Representar, defender e promover o desenvolvimento da classe lojista, com excelência em serviços, gerando benefícios e vantagens para categoria,

Uffizi Consultoria em Comunicação Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Karla Pimentel Redatores: Ana Júlia Tiellet, Caetanno Freitas e Carolina Teixeira Colaboradores: Walter Galvani e Antonio Job Barreto Projeto Gráfico e Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich Revisão: Luana Aquino Foto de capa: Ivo Gonçalves/PMPA Fone: (51) 3330.6636 Comercialização: Sindilojas Porto Alegre Gerente Comercial: André Zurita Contato: comercial@sindilojaspoa.com.br ou pelo telefone: 3025-8300 Impressão: Pallotti Tiragem: 10 mil exemplares

associados e sociedade”.

VISÃO “Ser referência nacional em entidade patronal sendo decisivo no desenvolvimento do comércio varejista de Porto Alegre.”

VALORES Ética: Respeitar normas e diretrizes

cias para alcançar os objetivos.

gridade.

Transparência na gestão: Dar

Comprometimento: Ter compro-

visibilidade aos processos, ações e re-

misso e responsabilidade com os ob-

sultados da Entidade.

jetivos

da

Entidade

demonstrando

iniciativa e proatividade junto aos as* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

como um time, somando competên-

da Entidade com honestidade e inte-

Inovação: Buscar soluções criativas e ideias inovadoras frente aos desafios.

Foco no resultado: Ser eficaz na

Responsabilidade Socioambiental: Em suas ações, considerar a sus-

defesa de suas bandeiras.

tentabilidade em benefício da socieda-

Trabalho em equipe: Trabalhar

de e do meio ambiente.

sociados.


Entrevista - Marivaldo Tumelero

Natural de Sananduva, no interior do Rio Grande do Sul, Marivaldo Tumelero, veio a Porto Alegre a pedido de seu irmão mais velho, Melson Tumelero, que chegou à Capital dos gaúchos em 1967 querendo abrir seu próprio negócio. O hoje Cidadão de Porto Alegre, título concedido pela Câmara de Vereadores em 2007, está à frente da maior rede de material de construção do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com 44 lojas e que teve origem justamente no negócio fundado por seu irmão, há exatos 45 anos. Marivaldo, 66 anos, é formado em Administração pela Faculdade São Judas Tadeu, de Porto Alegre, e atua a maior parte do tempo na empresa, participando diretamente dos negócios. Mas também é conhecido por suas ações em entidades de classe, filantrópicas e sociais. Já dirigiu o Sindilojas POA, a Federasul, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre e a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Acomac). Além disso, participou ativamente da criação do Banco de Cadeiras de Rodas, pelo qual milhares de cadeiras já foram doadas ou emprestadas a pessoas carentes. Na loja da Tumelero, na Avenida Assis Brasil, Marivaldo conversou com a Conexão Varejo por cerca de uma hora. Falou um pouco sobre sua chegada a Porto Alegre, sobre mercado e varejo e também sobre suas perspectivas para o futuro. Confira os principais trechos da entrevista abaixo.

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Foto: Divulgação

“O cenário nunca esteve tão bom”

Conexão Varejo – Como começou a historia da Tumelero? Marivaldo Tumelero – A Tumelero foi a primeira empresa a inovar em material de construção. Não havia uma loja mais sofisticada no mercado para a época. Fomos os pioneiros na modernização, trazendo ideias novas de outros lugares. No Brasil, começamos junto com lojas de São Paulo. Aqui no Rio Grande do Sul somos a loja de material de construção mais antiga e que sobreviveu desde o início, em 1967. A primeira loja foi justamente nesse ano. É esta aqui onde estamos localizados, na Avenida Assis Brasil. Na época, ela contava apenas com 400 m2. Hoje, são 10.000 m2. O meu irmão, Melson, veio de Sananduva para Porto Alegre e queria abrir um comércio. Acabou abrindo uma madeireira que também vendia coisas da colônia. Começou com um pequeno ponto num espaço alugado e atendia, na época, o pessoal das vilas, pois se fazia muita casa de

madeira nesta zona de Porto Alegre. Ele trazia madeiras de fora e revendia. Eu cheguei seis meses depois, quando acabou meu tempo de serviço militar. A partir daí começamos a desenvolver novas estratégias e a crescer cada vez mais. A loja chamava-se Madeireira Azul. Era um prédio totalmente azul. Depois partimos para a compra de uma área nova que é esta onde estamos. Aqui passamos a adotar o nome Tumelero. Conexão Varejo – Esse crescimento tem a ver também com o próprio desenvolvimento da cidade? Marivaldo Tumelero - Sim. A empresa começou a crescer a partir daí. Posteriormente, fizemos uma pesquisa sobre esta região de Porto Alegre. Na época, a tradicional zona de comércio era a região Central, a Rua Voluntários da Pátria, a Rua da Praia e arredores. A partir de 1981, compramos outros terrenos e expandimos nos-


Foto: Divulgação

sa atuação. Tornamo-nos bastante competitivos. Em 1982, abrimos a primeira filial em Novo Hamburgo, e no mesmo ano adquirimos o Edifício Ely, na Capital. Somente na década de 1980 abrimos umas 12 lojas pelo menos. Conexão Varejo - Como era o mercado de materiais de construção na época? Havia espaço para o setor? Marivaldo Tumelero - Na verdade, a nossa única ideia era montar uma loja e crescer. O mercado sempre existiu, porque a carência era até maior. E com um valor menor você podia construir uma moradia com mais facilidade. Começamos numa região muito popular e por isso vendíamos de tudo: cimento, areia, tijolo, pedra, madeira e outros. Depois começamos a trabalhar com um material um pouco melhor. Vendíamos azulejos, pisos e também materiais de tapeçaria e de utilidade doméstica. Enfim, na década de 1980 houve a consolidação e a modernização da marca Tumelero com a abertura das filiais. Conexão Varejo - A Tumelero foi pioneira na importação de materiais? Marivaldo Tumelero - Acredito que não. Não havia um pioneirismo nisso. Todos traziam produtos do exterior e sempre houve essa necessidade de competição. Mas essa medida começou somente depois de 2005. É uma coisa muito recente. Isso iniciou com o desenvolvimento da China, onde os produtos são mais baratos. No Brasil, houve o fortalecimento do Real e, consequentemente, a redução do preço interno. Nos últimos anos a importação nos ajudou nisto, a baratear o custo dos produtos de materiais de construção. Conexão Varejo - Se ganha mais dinheiro com o comércio hoje ou no passado?

Marivaldo Tumelero – Eu diria que hoje se trabalha mais organizadamente. A inflação trazia muita ilusão. Você pensava que ganhava, mas na realidade trocava seis por meia dúzia. O controle da inflação trouxe muita estabilidade para o mercado, foi favorável para todos. Hoje você sabe o que vai ganhar e o que vai perder. Acredito que o grande fator para o desenvolvimento do Brasil foi o controle da inflação. Isso foi muito importante e para o bem de todos. Conexão Varejo – Como o senhor vê a tecnologia para o segmento da construção civil? Marivaldo Tumelero - Eu acho que essa é uma evolução que todos vamos passar. Com o tempo, os produtos vão baratear cada vez mais. Isso é uma tendência. Quem não evoluir com a tecnologia não vai para frente. Nada que não acompanhe a tecnologia tem sucesso. Só que isso ainda está um pouco distante e caro. Mas certamente com o tempo isso tende a mudar. Conexão Varejo - Quais são os planos da Tumelero para os próximos anos? Marivaldo Tumelero - A nossa ideia é crescer cada vez mais. E para isso tempos muitos planos de expansão da Tumelero para outros estados. Essa é uma necessidade. Não podemos viver somente do mercado gaúcho. A globalização exige que você expanda seu negócio. Já tempos uma loja em Santa Catarina e queremos mais. Até o cinquentenário da empresa queremos marcar presença também em outros estados, mas ainda não sabemos quais. Conexão Varejo - Como o senhor

vê o mercado de construção civil atual com os planos do Governo como o “Minha Casa, Minha Vida”? O cenário é produtivo para os próximos anos? Marivaldo Tumelero – Certamente, sim. O cenário é excelente. Acredito que nunca tivemos uma situação tão favorável como esta. No geral, o Brasil nunca esteve numa situação tão positiva. Antigamente, as pessoas enxergavam o mercado como o vilão de tudo. Hoje, quanto mais livre melhor, quanto mais concorrência melhor. O grande problema hoje é a falta de mão de obra. Isso, sim, prejudica bastante os negócios. Conexão Varejo - A que se deve essa falta de mão de obra? Marivaldo Tumelero - Ao pleno emprego. Há emprego suficiente para todos. Atualmente para você contratar não basta assinar carteira. Tem de treinar, capacitar o funcionário. Existe toda uma preparação. Isso é uma melhoria significativa em comparação com outros tempos. Os programas do Sindilojas POA, Sesc, Senai e Senac estão ajudando muito. A escassez da mão de obra faz com que o salário aumente, mas ainda não atrai novos empregados. Conexão Varejo - Qual a sua opinião a respeito do governo Dilma Rousseff e Tarso Genro? Marivaldo Tumelero - Eu acho que o cenário em geral é muito bom, independentemente de quem esteja governando. O processo começou bem com o Fernando Henrique Cardoso, passou para o Lula, que soube tocar os projetos em frente, e com Dilma Rousseff, que também está fazendo um ótimo governo. Independentemente de partido ou de ideologia acredito que o Brasil está passando por uma ótima fase. A mentalidade mudou também, não é? É preciso haver uma afinidade, uma sintonia. Estamos sabendo caminhar na direção certa.

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Desenvolvimento Humano

Treinamento para vender mais Cursos de capacitação são cada vez mais procurados por lojistas que querem qualificar funcionários. Técnicas de Atendimento e Vendas é uma boa dica de curso

N

Foto: Divulgação Sindilojas

ão é de hoje que a capacitação profissional tornou-se uma necessidade fundamental para quem está no mercado de trabalho. Já há alguns anos lojistas entendem que a especialização dos funcionários é primordial para o bom andamento do negócio. O Sindilojas POA vem contribuindo para os objetivos de lojistas associados e seus funcionários, aos quais oferece cursos gratuitos . Os resultados não poderiam ser melhores. Orestes Júnior, professor em cursos do Sindilojas POA , destaca que o setor vem sofrendo com a concorrência de outras atividades econômicas que recrutam funcionários já qualificados.

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Cursos oferecidos pelo Sindilojas POA capacitam funcionários

Dessa forma, é preciso investir no treinamento da nova mão de obra que está chegando para o comércio, e ainda não possui conhecimento sobre as técnicas de venda. “Não há um perfil específico que está buscando qualificarse ou em quem os empresários estão investindo. Tenho alunos que estão no primeiro emprego e, antes de começarem, estão recebendo treinamento pago pelo lojista, assim como pessoas já com mais idade sendo treinadas para melhor atender o consumidor”, comenta Orestes Júnior. Destaca ainda que mesmo no verão as salas de aula têm estado cheias de funcionários prontos

para aprimorar os seus conhecimentos. “Eles já sabem que um bom emprego hoje em dia não é apenas salário”, diz. “No geral, acho que é uma ótima iniciativa. Fiquei muito feliz quando começaram os cursos do Sindilojas POA, pois antes não havia muitos incentivos para os associados. As opções de horários e a frequência das aulas são muito boas também”, afirma Eunice Duarte, proprietária da Bê a Bá Brinquedos. “Normalmente faço os cursos de técnicas de atendimento e vendas. Gostamos das palestras motivacionais. Os professores sempre vêm com ideias inovadoras”, destaca. “Na minha loja, todo funcionário que entra faz o curso do Sindilojas Porto Alegre. Eles melhoram muito em todos os sentidos. Faço pelo menos dois cursos por ano”, completa Eunice, da Bê a Bá.


Finanças

O poder do estoque Curso do Sindilojas POA capacita funcionários que desejam aprender a lidar com essa área administrativa Foto: Divulgação

“O curso do Sindilojas POA tem como objetivo ensinar todo o profissional da área a mexer com isso, desde o atendente de balcão até o pessoal que trabalha em centros de distribuição”. Álvaro Pozzer

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uidar das finanças do próprio negócio é muito mais do que pagar as contas em dia e não acumular dívidas. É preciso, sobretudo, organizar bem o estoque, parte que mexe diretamente com o departamento financeiro da empresa. É o que garante o professor do Curso Gestão de Estoque do Sindilojas POA, Álvaro Pozzer. Para ele, tão importante quanto vender e gerar lucro é efetuar a compra adequada dos produtos a serem comercializados. “O lojista precisa saber o momento certo de comprar. Isso fará toda a diferença durante o resto do ano. Para uma loja de roupas, por exemplo, a compra para a coleção de inverno deve ser feita ainda no verão. Se for realizada em abril, o comerciante corre risco de não ter tempo hábil para vender tudo e, consequentemente, perderá dinheiro”, explica Pozzer. “O curso do Sindilojas POA tem como ob-

jetivo ensinar todo o profissional da área a lidar com isso, desde o atendente de balcão até o pessoal que trabalha em centros de distribuição. Ele existe para direcionar as pessoas que ainda não se deram conta da importância do estoque para o varejo”. A Purpurina, loja localizada no Praia de Belas Shopping, sabe bem como lidar com esse tipo de situação. Voltada para o público jovem, a loja oferece diversos produtos para mulheres e dispõe de peças como blusas, calças, casacos e vestidos. O auxiliar administrativo, Luciano Petry, esclarece que é preciso ser muito rigoroso com a gestão de estoque. “Temos bastante cuidado com isso aqui na Purpurina. Fazemos as trocas de coleção a cada seis meses. Em março, estaremos com liquidação das roupas de verão e com a coleção outono-inverno preparada”. A melhor maneira, segundo Pe-

try, de conseguir zerar o estoque é fazer liquidação. “As pessoas compram demais quando veem a promoção estampada na vitrine das lojas. É um atrativo muito grande para o cliente consumista e até mesmo para o mais conservador que compra muito pouco. Normalmente, oferecemos 30% de desconto nas roupas. Com o preço baixo, atraímos clientes e ainda saímos lucrando, pois aquela peça certamente ficaria parada se não tivesse desconto”. A liquidação é mesmo a melhor forma de acabar com o estoque. Porém, exige atenção do lojista. “Você não pode querer vender a qualquer preço. Tem de dar desconto, mas o valor ofertado ainda deve estar acima do preço pago pela peça no início”, avisa Pozzer. No Curso de Gestão de Estoque do Sindilojas POA o aluno vai aprender, em uma semana, instruções básicas de funcionamento por meio de estudos de caso. “Ensinamos a evitar o desperdício, como funciona o sistema de compras, qual a melhor política e outros assuntos pertinentes”.

Aproveite O Sindilojas POA vai oferecer o curso no período entre 19 e 22 de março, no turno da noite. Para informações sobre as inscrições, acesse o site www.sindilojaspoa.com.br.

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Mercado

Porto Alegre por elas e para elas O aniversário da Capital e o Dia Internacional da Mulher destacam histórias que interligam a cidade e o varejo em uma recíproca de desenvolvimento e progresso

C

om presença consolidada no mercado de trabalho na área de gestão, as mulheres agora estão ganhando cada vez mais espaço como empreendedoras. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2010), referência para instituições da área do empreendedorismo, como o Sebrae/RS, dos 21,1 milhões de pessoas à frente de empreendimentos em estágio inicial, no Brasil, 50,7% são homens e 49,3%, mulheres. O estudo também detalha que as brasileiras estão praticando um empreendedorismo cada vez mais planejado e consistente. Quando o assunto é empreender por oportunidade, as mulheres já ultrapassam os

homens do Brasil, significando 53,4% do empresariado nesse aspecto.

Três gerações e o sucesso A experiência de Geanine Trapp, gerente da Madeireira Carvalho, especializada no comércio de materiais de construção, confirma que Porto Alegre segue a estatística nacional e oferece espaço para mulheres com iniciativa, visão de futuro e perspicácia empreendedora. Mais do que isso, a trajetória da jovem empresária, de apenas 27 anos, comprova que os critérios para o sucesso ultrapassam questões de gênero – homens ou mulheres. A formação

Fotos: Milton Moraes

Geanine Trapp, gerencia a empresa familiar com empenho e inovação

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e o conhecimento são, cada vez mais, necessários. Ainda em idade escolar, Gianine participou do programa da Júnior Achievement, no qual recebeu prêmio de melhor diretora e melhor vendedora. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo e não desperdiçou as oportunidades, estagiando, inclusive, no setor de engenharia da operadora de telefonia móvel Claro, o que possibilitou que fizesse um curso na área de urbanismo na Espanha. De volta a Porto Alegre, a vontade de colocar em prática seu aprendizado e o ímpeto de empreender foram determinantes para optar pelos negócios familiares. Ela demonstra toda segurança necessária a quem decide empreender e sabe da importância que tem o comércio para a cidade. “Um grande desafio do meu setor é concorrer com muitas pequenas empresas, que são um tanto informais. Por outro lado, nossa loja existe há 23 anos e sabemos que colaboramos para o crescimento da região em que estamos instalados, no final da Avenida Professor Oscar Pereira, onde ainda há pouco comércio. É possível notar muitas mudanças na cidade, principalmente a expansão e ocupação dos espaços urbanos. O surgimento de novas ruas e de infraestrutura chama atenção. Há até bem pouco tempo, por exemplo, não havia rede de esgoto cloacal para a nossa loja, uma ligação feita há cerca de três anos”, observa. O que Geanine vive atualmente é algo experimentado há mais tempo por Carmen Flores, em um contexto que torna as palavras “pioneirismo” e “coragem” obrigatórias. A hoje experiente e bem-sucedida empresária do ramo moveleiro, natural de Rosário do Sul e Cidadã Honorária de Porto Alegre, credita os louros de sua trajetória não só a sua própria força, mas também à cidade que lhe acolheu. Em 1981, Carmen era uma jovem, com uma filha recémnascida, que não aceitou ser “ape-


minação das feiras internacionais rapidamente chegam ao conhecimento dos nossos clientes, pelas avançadas tecnologias de informação. Esses produtos também não tardam a estar disponíveis na loja, acho que hoje tudo acontece rapidamente. Por outro lado, como podemos constatar, infelizmente, a cidade está mais insegura e o trânsito engessado, o que acarreta custos para o comércio”, avalia a empresária. Carmen Flores é exemplo de pioneirismo e considera-se porto-alegrense de coração

nas uma simples dona de casa”. Contrariando a família, os preceitos morais e as convenções sociais da época, saiu de Rosário do Sul rumo a Porto Alegre, separada do marido e com a filha nos braços. Depois de batalhar para terminar os estudos escolares, trabalhar como auxiliar de escritório na Tumelero e concluir a graduação em Administração, deu asas ao empreendedorismo e abriu sua primeira loja de móveis. Em ousada operação, ela inovou na forma de conquistar a clientela e divulgar a loja. Mais tarde, tendo sido convidada a gerenciar e montar grandes lojas do setor, levantou vendas de forma surpreendente, ampliou os negócios e foi responsável até mesmo pela primeira promoção de vendas parceladas em até 10 vezes, o que fez a então pouco movimentada Avenida Ipiranga ser tomada por uma fila gigantesca. Com apenas alguns exemplos, pode-se concluir que a atuação de Carmen já faz parte da história recente do comércio porto-alegrense, como na consolidação da Ipiranga em polo moveleiro. “Na época em que instalei minha segunda loja, no número 7029, falei com o então prefeito José Fogaça, pedi que trouxessem e fossem feitas melhorias na região e obtivemos boas parcerias nesse sentido. Vieram os empre-

endimentos imobiliários, criou-se uma área residencial fabulosa, com parques enormes. A região se transformou. Hoje os terrenos estão extremamente valorizados, é a parte da cidade que mais cresceu por metro quadrado. Temos mais de 3 mil empregados, nas 45 lojas que compõem o polo”. Outra empresária exemplo da importância de uma cidade estar aberta à diversidade e à inovação, é Marta Mortele Piva. Natural de São João da Urtiga, formou-se em Administração de Empresas na Universidade de Passo Fundo. A partir de então, sua trajetória inclui a formação de uma família, a realização de sonhos e o desafio de fazer a vida em uma grande cidade. “Aos 22 anos, montei uma empresa de assistência técnica, já em Porto Alegre. Nela, atuei por cinco anos. Depois fui para uma joalheria, onde trabalhei por um bom período e atualmente gerencio a M Chaves IIuminação” conta. Marta adquiriu a empresa, localizada na João Wallig, junto com um sócio em 2009. O empreendimento é um dos pioneiros do ramo na Capital, com 24 anos. A tradição do negócio e a experiência da gerente permitem que ela entenda de forma aprofundada o mercado de Porto Alegre. “É uma cidade que se tornou cosmopolita, antenada com o mundo. Os lançamentos de produtos de ilu-

Retorno As três empreendedoras, que investem no crescimento de seus negócios na Capital dos gaúchos, continuam otimistas com o futuro. E essa perspectiva pode ser sintetizada na frase de Carmen Flores. “Chamo Porto Alegre de mãe. Tudo o que tenho na minha vida eu devo a esta cidade. Como diz a música, ‘é demais’! Está crescendo, tem potencial e sei que vamos continuar crescendo juntas”.

Para Marta Piva, Porto Alegre é uma cidade que oportuniza empreendedorismo e uma vida agradável

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Especial

O motor do desenvolvimento econômico de Porto Alegre Com 240 anos completos este mês, Porto Alegre tem o que comemorar. A Capital dos gaúchos, que abriga mais de 1,4 milhão de habitantes, tem o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB ) do País e ostenta mais de 80 prêmios e títulos que a distinguem como uma das melhores

capitais brasileiras para morar, trabalhar e fazer negócios. E o comércio é responsável por uma grande parte desse cenário. O setor, um dos que mais vem crescendo e empregando, tem sido um dos principais motores do desenvolvimento econômico da cidade durante todos esses anos.

Foto: Banco de Dados

Da calmaria ao burburinho

Na Praça Parobé, loja Dabdab é testemunha e agente do desenvolvimento do varejo na Cidade Foto: Divulgação

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Da esquina da Rua Voluntários da Pátria com a Praça Parobé, Elias Dabdab, 75 anos, viu a cidade e o varejo crescer e mudar. A loja de Tecidos Raphael Dabdab, herdada do pai, é o comércio mais antigo da rua, epicentro do comércio no Centro Histórico de Porto Alegre, onde funciona desde os anos 1940. Apesar da concorrência das confecções em grandes volumes, a tradição da alfaiataria resiste em meio ao burburinho do local. “Meu pai aprendeu os segredos da alfaiataria com profissionais de onde hoje fica a Turquia. Aqui fez história vestindo gente elegante e exigente”, orgulha-se. O comerciante relembra os tempos em que a área era essencialmente atacadista de tecidos. Depois, o comércio passou a ser diversificado e com vendas a varejo. A calma e tranquila rua, onde os pedestres eram poucos e os bondes trafegavam espaçadamente, cedeu lugar a um dos pontos mais agitados da cidade, em que se confundem ônibus, pedestres e feirantes. “Hoje, as dificuldades

são muitas, porque o comércio ambulante, de frutas e verduras, praticamente tomou conta das ruas”, conta. O gerente e fiel ajudante, Sergio Martins, destaca o dinamismo que tomou conta do comércio da Capital nos últimos anos e a necessidade de fortalecer a marca da empresa para se manter no mercado. Ele elogia a remoção dos camelôs e os projetos de revitalização do Centro Histórico, como a restauração do Chalé da Praça XV, projetos com participação do Sindilojas POA que estimulam os negócios, mas ressalta que ainda faltam estacionamentos para atrair mais consumidores. É nesse ponto que o Sindilojas POA está investindo. Segundo Ronaldo Sielichow, presidente do Sindicato, o comércio da Capital tem algumas peculiaridades como a preferência dos consumidores pelas lojas de rua. “Os shoppings ganharam muito espaço no passado devido à segurança, mas o Centro Histórico de Porto Alegre, em função das muitas ações do Sindilojas POA junto à Brigada Militar com o objetivo de melhorar a segurança, está atraindo consumidores. Temos de deixar


as lojas seguras para as pessoas passearem e comprarem mais. O Sindicato tem trabalhado para isso e hoje podemos afirmar que temos um Centro Histórico mais seguro”, afirma. Sielichow assegura que o comércio de rua não só vai se manter na Capital, como vai crescer. “Várias lojas grandes estão abrindo filiais no Centro Histórico, é uma tendência do varejo em Porto Alegre”, diz.

Tendências do varejo na Capital Outra tendência que desde os anos 1970 vem sendo apontada, não apenas em Porto Alegre, mas em todas as capitais brasileiras, é a progressiva abertura de grandes centros comerciais. A Capital já conta com 14 shoppings centers e está prestes a ganhar mais um. Com a inauguração prevista para este ano, o Bourbon Shopping Wallig será um importante marco comercial, arquitetônico e social para Porto Alegre, contribuindo para a modernização da cidade. O presidente do Sindilojas POA Fotos: Banco de Dados

comenta as mudanças no comércio da Capital com a entrada de grandes lojas. “Nos últimos anos, tem mudado um pouco, com lojas e grifes famosas vindo do centro do Brasil e até mesmo do exterior, mas culturalmente o comércio daqui tem suas peculiaridades. A população procura valorizar as lojas daqui. Isso é muito cultural. As lojas locais tendem a se aperfeiçoar e modernizar tecnologicamente para acompanhar esse desenvolvimento e atender as necessidades dos consumidores”, reflete. Para Sielichow, Porto Alegre é uma cidade que tem espaço tanto para o comércio de shoppings quanto para as lojas de rua, mas é claro ao projetar o futuro do comércio na Capital: “as lojas precisam se modernizar”. Ele afirma que o Sindilojas POA irá trabalhar na busca por recursos para que os lojistas possam modernizar suas lojas. “Eu vou pegar como bandeira agora para que tenhamos recursos do BNDES para o desenvolvimento do comércio, que é o ramo que mais emprega, que mais arrecada. Muitas lojas querem se modernizar, mas isso custa. E analisando o custo/ benefício, as lojas têm esperado um pouco para isso. Nosso maior problema do varejo é de inventário. E as tecnologias para facilitar isso estão disponíveis. Só precisamos de investimentos para inseri-las nas nossas lojas. Cabe ao Sindilojas POA lutar para conseguir isso”, expõe.

Foto: Divulgação

O comércio de rua faz parte da história da Capital e promove melhorias em segurança, beneficiando também a população

O trabalho do Sindicato Presente há 75 anos na Capital, o Sindilojas POA vem contribuindo para o desenvolvimento do comércio. “Como um todo, o comércio é fundamental para o desenvolvimento econômico, não só de Porto Alegre, como de qualquer outro lugar. O Sindicato organiza esse setor, portanto, a posição dele é fundamental. O

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Sindilojas POA foi fundado em 18 de outubro de 1937 por um grupo de lojistas que viram a necessidade de trocar ideias e se unir para vencer as adversidades que surgiam no dia a dia, na época. A classe unida é mais forte e ajuda a vencer essas adversidades. Foi o que aconteceu em 1937, quando surgiu o Sindicato, que hoje está deste tamanho, com 18 mil lojas representadas, sempre lutando pelos interesses da categoria”, relata Sielichow. Ele expõe algumas das principais conquistas do Sindicato. “Aqui em Porto Alegre conseguimos o direito de trabalhar no sábado à tarde e aos domingos, coisas que até então não se podia fazer aqui. Teve também a conquista da Cláusula do Raio dos shoppings centers. E, em termos mais significativos, entendemos que para o lojista ter resultados bons, ele precisa reduzir suas despesas. Então, o Sindicato viabiliza vários benefícios como exame admissional gratuito, cursos de capacitação, várias coisas. Outra maneira é aumentar as receitas. Por isso, com a campanha Vale Mais Comprar Aqui, a gente procura aumentar as vendas. Esse é um dos marcos da nossa gestão, que transforma um mês de vendas fracas, que tem dois feriados, em um mês bom de vendas. Isso aí é uma conquista”, conta. Apesar de tantas conquistas, o presidente do Sindilojas POA acredita que ainda há muito o que fazer. “Estivemos há pouco em Nova Iorque e vimos que ainda temos muita coisa para fazer. A diferença, por exemplo, de horários. As lojas aqui, a maioria, fecham às 21 horas. Lá tem muitas lojas que fecham depois da meia-noite ou até mesmo no horário que quiserem. É um acordo dos funcionários com a loja, o que facilita muito. Lutamos para trabalhar em feriados e foi muito difícil. Os próprios comerciários

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Também há espaço para crescimento em shopping centers. Atualmente a Capital tem 14 centros

e vendedores querem trabalhar porque são dias de movimento e é interessante trabalhar. Depois, podem folgar durante a semana, em dias mais fracos. Essas são barreiras que a gente ainda tem. Precisamos lutar por isso de

forma organizada. A importância do Sindicato é esta: ajuda a desenvolver o setor e, consequentemente, gera mais empregos, arrecada mais. É fundamental para o desenvolvimento da cidade”, completa.

A visão dos consumidores Confira o que algumas personalidades da Capital acham do comércio e onde costumam fazer suas compras. A primeira-dama de Porto Alegre, Regina Becker, afirma que o comércio da Capital é diversificado e atende às necessidades da população. “Minhas compras também se diversificam. Gosto de brechós e das lojas de bairro e do Centro Histórico, onde posso encontrar desde utensílios domésticos e eletrônicos até vestuários. O Mercado Público também é um dos meus lugares preferidos, pois é um espaço que tem história, tem sua própria cultura e podemos agregar à venda o contato direto com os vendedores e fornecedores. Eu acredito no potencial do Centro Histórico da cidade. A revitalização de um centro urbano é uma tendência mundial, assim como Paris, Londres e Nova Iorque, e com Porto Alegre não poderia ser diferente. Há espaço para se investir com prosperidade, tanto no setor comercial como no imobiliário, porque está próximo da sociedade”. O jornalista Rogério Mendelski, apresentador da Rádio Guaíba, destaca o gosto pelas compras no varejo de rua do bairro onde mora e tem apreço especial pelas lojinhas de R$ 1,99. A diversidade e a excelente rede de lojas a serviço do consumidor é o que ele mais gosta. “Nosso comércio é cosmopolita, mas ainda conserva um clima na relação comprador-vendedor que tem a gentileza no atendimento e respeito por quem consome. Talvez isso seja a peculiaridade saudável caracteriza o comércio da Capital”, observa.

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Cultura

A cultura de Porto Alegre na visão de dois escritores Luís Augusto Fischer e Luiz Antonio de Assis Brasil descrevem a vida e a identidade cultural da Capital

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Foto: Douglas Machado

os 240 anos, apesar de apresentar uma cultura essencialmente urbana, a Capital mantém viva a influência de várias etnias e povos que a colonizaram, nos campos da arquitetura, das artes plásticas, do pensamento humanístico, da música, da ciência ou de outras tantas expressões culturais. Por aqui, mostras de arte contemporânea como a Bienal do Mercosul têm o mesmo espaço que eventos tradicionalistas, como o Acampamento Farroupilha, o que faz com que a vida cultural da cidade seja singular e cosmopolita. Luiz Antonio de Assis Brasil Segundo o escritor Luís Augusto Fischer, em razão dessas ver- Foto: Divulgação tentes, Porto Alegre desenvolveu ao longo de sua história todas as artes e ciências em grau sempre apreciável. “Aqui houve atividade musical erudita e popular como em poucos outros centros brasileiros, assim como se criou uma vida literária de altíssimo nível. São fatores que marcam a nossa cultura, não de modo digamos turístico – as coisas que acabei de mencionar não são uma estátua ou uma paisagem, necessariamente, mas são marcos realmente enraizados entre nós. Por isso mesmo, gosto de pensar Luís Augusto Fischer que Porto Alegre não tem atrações O escritor e secretário da Culóbvias (uma praia linda, um Pão tura do Rio Grande do Sul, Luiz de Açúcar, um Cristo Redentor, Antonio de Assis Brasil, conta etc.), de forma que nosso encanto que desde o século 19 houve depende de o observador se deter uma intensa vida cultural em mais do que um turista apressaPorto Alegre. “Desde logo, o Tedo. A Cidade é encantadora, mas atro São Pedro e o Partenon Linão é óbvia”, reflete.

terário marcaram sua presença. Tivemos, naquele mesmo século, um desenvolvimento musical dos mais expressivos. No século 20, entretanto, vimos florescer a pleno todas as manifestações artísticas e culturais. A criação da OSPA é um excelente exemplo”, afirma. Na outra ponta, Fischer destaca alguns eventos. “Na atualidade, é notável que nossa cidade tenha sido capaz de dar espaço a um festival como é o Porto Alegre Em Cena, talvez o mais interessante festival de teatro de toda a América do Sul, sem exagero. E olha que nem falamos na nossa mais que cinquentenária e magnífica Feira do Livro, que encanta não apenas a nós, mas a todo mundo”, ressalta. Além disso, a já notável presença de instituições culturais na cidade – Margs, Santander Cultural, Fundação Iberê Camargo, Casa de Cultura Mário Quintana, entre tantas –, deve aumentar. Estão em construção, atualmente, novos centros de cultura, como o Multipalco do Teatro São Pedro, a nova Sala Sinfônica da OSPA, o Centro Cultural da Caixa Econômica Federal e a Cinemateca Capitólio. “Todas essas iniciativas são bem-vindas e algumas, muito desejadas, como a Sala Sinfônica da OSPA. Porto Alegre merece isso e muito mais”, afirma Assis Brasil. Fischer acrescenta que a cidade precisa dessa movimentação que a arte e a inteligência promovem. “Nossa cidade precisa talvez conhecer mais, adornar-se mais dessa vasta riqueza que já existe, mas pode ser mais intensa ainda. Basta pensar na Usina, nas universidades ricas e produtivas que temos, nos centros comunitários onde a garotada faz rap e as tias fazem artesanato, na Bienal do Mercosul. Tudo isso faz a vida da cidade”, completa.

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Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Centro Histórico

Bairro Bom Fim

Mix de produtos variados e comércio de rua são características de regiões tradicionais

Polo Comercial - Roteiro

Conexão Varejo traça as principais zonas comerciais da cidade A Capital é repleta de pontos consolidados do varejo e também de regiões em franca ascensão

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cada esquina, uma loja. Em cada bairro, uma característica diferente. São muitas opções, muitos olhares. Atentas, apressadas ou dispersas, milhares de pessoas passam diariamente pelas vitrines espalhadas pela cidade. Assim como em toda grande metrópole, Porto Alegre é repleta de lojas de rua, centros comerciais e shoppings. Impossível não perceber a presença do vareFoto: Milton Mo raes

Avenida Azenha

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jo a todo instante. Por isso, a Conexão Varejo traçou uma espécie de “mapa da mina”. Publicamos as principais zonas comerciais da Capital gaúcha em uma única seção.

Centro Histórico Difícil e injusto seria começar por outra região. A Zona Central tem o varejo mais diversificado e completo da cidade. Milhares de pessoas passam pelo Centro Histórico diariamente para trabalhar, passear e fazer compras. E por que não os três juntos? Lá você encontra tudo o que procura. E, provavelmente, poderá ir a pé ou por um dos ônibus circulares. A facilidade de acesso é o principal fator para que essa região seja a mais procurada. Essa concentração comercial em uma única zona é considerada benéfica, pois atrai comerciantes e incentiva a concorrência, o que é bom para o varejo.

Avenida Azenha Outra região bastante conhecida dos porto-alegrenses é a Azenha. A principal avenida, de mesmo nome, liga diversos pontos da cidade, podendo ir do Centro à Zona Sul. E é nessa via que se situam as principais lojas, que se caracterizam por grandes ofertas estampadas nas vitrines, promovidas por pessoas em frente aos estabelecimentos, normalmente com um microfone na mão e com a lábia afiada para convencer quem passa por ali. É um jogo de negociação rápido, mas que garante as vendas e consolida o mercado local. Já o bairro Bom Fim sempre foi uma referência para o varejo. Destacava-se por ter um forte setor moveleiro, mas hoje em dia vem crescendo o número de bares e restaurantes, apontando para a gastronomia como um dos principais atrativos.


Avenida Ipiranga

ão Foto: Divulgaç

Avenida Ipiranga Seguindo o mapa, não poderíamos deixar de falar da Avenida Ipiranga, uma das vias mais importantes de Porto Alegre, por onde passam as principais linhas de ônibus. Devido ao alto fluxo de veículos, constantemente fica congestionada nos horários de pico. É nela que está situado o polo moveleiro da cidade. Logo após a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), no sentido centro-bair-

ro, os lojistas expõem seus produtos na calçada como chamarisco para atrair novos clientes. Fachadas chamativas e lojas grandes também são características da zona. As revendas e concessionárias de veículos, no entanto, também marcam presença e evidenciam a forte concorrência no local.

Zona Norte A Zona Norte de Porto Alegre possui comércio diversificado e bairros com vida própria. Oficialmente, são 22 bairros que compõem a região, como São Geraldo e Navegantes. Por lá também se encontra de tudo, desde eletrodomésticos a ferramentas. Segundo dados da prefeitura, a região é responsável por cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) da

cidade. Uma das principais avenidas, a São Pedro oferece material elétrico industrial e iluminação residencial. Atual campeã em investimentos públicos e imobiliários, a Zona Norte deve crescer mais nos próximos anos com o desenvolvimento do bairro Humaitá.

Zona Sul Indo para o extremo Sul da cidade, a Restinga é a bola da vez. A região vem se desenvolvendo muito nos últimos anos. Lojas de vestuário, ferragens, móveis, calçados, eletrodomésticos, entre outras se destacam por lá. A Zona Sul, como um todo, é a região onde os empresários mais apostam para o desenvolvimento econômico de Porto Alegre. Tem tudo para se tornar uma das mais importantes zonas comerciais da Capital.

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Responsabilidade Socioambiental

Alternativas para uma cidade sustentável Porto Alegre tenta equilibrar crescimento e manutenção do ambiente sob perspectiva de projetos interligados Foto: Divulgação

O Aeromóvel deve estar pronto para a Copa de 2014. Sua operação será automatizada (sem condutores a bordo) e não utilizará combustível

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despoluição da bacia do Arroio Dilúvio, a recuperação da orla do Guaíba, a implantação da ciclovia e a construção do aeromóvel são alguns exemplos de como a capital dos gaúchos constrói sua sustentabilidade. Neste horizonte, planejamento e gestão são essenciais. Equalizar o crescimento da área urbana com a manutenção das riquezas naturais sempre esteve nos planejamentos feitos para Porto Alegre, conforme destaca o secretário municipal do Planejamento Márcio Bins Ely. “Nossa cidade foi a primeira capital do Brasil a ter um plano diretor que definiu a sua organização, estruturação e desenvolvimento. Desde o início do século passado até hoje, seis planos nortearam nosso crescimento urbano”, cita

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Ely, destacando também a forma como, atualmente, a questão ambiental perpassa o crescimento da cidade. “A Prefeitura estabeleceu quatro eixos de gestão, sendo dois deles o ambiental e o social. Além disso, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, que é lei municipal, define questões significativas como a reclassificação dos Projetos Especiais conforme o impacto e a inclusão das Áreas Livres Permeáveis e Vegetadas”, destaca o secretário. A partir da orientação geral para o desenvolvimento urbano, alguns projetos destacam-se prometendo facilitar o cotidiano dos cidadãos porto-alegrenses e melhorar a qualidade de vida e o funcionamento da cidade. A Capital tem 70 quilômetros de orla, o que coloca em voga o Projeto

Integrado Socioambiental (Pisa) da Prefeitura. O Pisa visa recuperar a balneabilidade da água do Guaíba e, de acordo com a SMP, deve ampliar a capacidade de tratamento de esgotos do município de 27% para 77% ainda este ano. Outra iniciativa relativa às águas de Porto Alegre é a despoluição da Bacia do Arroio Dilúvio cujos benefícios serão agregados às melhorias trazidas pelo Pisa. Na lista de prioridades da Prefeitura, após a aprovação do novo Cais Mauá, está o trecho central da orla, entre Usina do Gasômetro e o Barrashopping. A mobilidade urbana a partir de opções de transporte alternativas também está em um futuro breve. A ciclovia já é realidade em diversos trechos isolados e, no futuro, será consolidada em 17 quilômetros totalmente integrados. Outra opção interessante será o Aeromóvel. O veículo, movido por propulsão a ar, ligará o Aeroporto Salgado Filho à Estação Trensurb com trajeto percorrido em apenas 90 segundos. Todos os projetos representam grandes avanços em termos de sustentabilidade. No entanto, na opinião do arquiteto e urbanista Edson Mahfuz, poderiam ser ainda melhor aproveitados. “As ideias são boas, mas de forma isolada os projetos não surtem o efeito que poderiam ter”, comenta o especialista destacando a questão das ciclovias como exemplo da necessidade de afinar, ainda mais, os projetos. “O recente caso do guard rail para a ciclovia foi algo pensado exclusivamente nos termos de proteger o ciclista da queda no arroio, ignorando a ideia, por exemplo, de que futuramente a área do arroio poderia servir como um parque, o que certamente geraria conflito. É nesse sentido que observo a importância de termos projetos pensados de forma interligada”, alerta Mahfuz.


Conecs

Lojistas de shopping mais atuantes no Congresso Nacional em 2012

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ano de 2011 foi de bastante fortalecimento da causa lojista no Congresso Nacional. O Congresso aprovou e a presidenta Dilma Roussef sancionou o novo teto de contribuição do Super Simples, e já anunciou a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa. Por outro lado, quando se fala no segmento específico dos lojistas de shopping, ainda há muito a avançar, principalmente na consolidação de uma legislação específica para o setor. Desse modo, o Conselho Nacional das Entidades de Comércio em Shopping Center, presidido pelo presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, deverá realizar uma série de ações em todo o Brasil para discutir com os lojistas estratégias de aprova-

ção dos projetos de lei que interessam ao Conecs no Congresso Nacional. Mas para que isso aconteça, o Conecs vai precisar envolver sindicatos e associações de lojistas para, em primeiro lugar, levantar dados sobre a quantidade de despejos promovidos pela nova Lei do Inquilinato, que tirou ainda mais recursos de lojistas de shopping e de rua e elevou os aluguéis em todo o país. Temas para o Congresso Nacional em 2012

tor. O PL 7137 foi apresentado na Câmara dos Deputados em 2002 e até hoje não saiu da Câmara. Nos próximos meses, haverá uma audiência pública para discutir o tema. É preciso mobilizar os lojistas e sensibilizar os parlamentares para a urgência da matéria. n Prestação de contas e transparência. O PL 7137/02 na Câmara e o PL 289/07 tratam do tema transparência na prestação de contas das administradoras de shopping centers.

O principais temas que serão debatidos no Congresso, em 2012, e que o Conecs planeja intervir fortemente são:

n Cláusula de Raio: O PL 214/09 proíbe a inclusão de cláusulas de raio nos contratos de Shopping Centers.

n Regulamentação do se-

n Cobrança de mais de 12 aluguéis por ano. O PL 289/07 proíbe a cobrança de mais de 12 aluguéis por ano.

Foto: Gustavo Amora

Para além do Congresso Em 2012, a entidade vai realizar eventos em várias cidades do país para levar conhecimento sobre inovação em shopping centers, gestão do varejo e potencialização dos negócios por meio do uso de mídias sociais. A ideia, portanto, é buscar a união pelo fortalecimento dos negócios e pela troca de ideias. Participe dos eventos, entre em contato para que possamos realizar um evento na sua cidade. Acesse www.conecs.org.br Deputada Romana Remmor, Juedir Teixeira e Ricardo Galdino

Conheça nossos estudos e pesquisas.Acesse: www.conecs.org.br

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Entidade

Contadores auxiliam na gestão das empresas CRC-RS destaca a importância de profissionais que atuam junto aos empresários na administração dos negócios

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Foto: Divulgação

om a missão de promover o efetivo e regular exercício da contabilidade em cumprimento às suas atribuições legais de registro e fiscalização, com ética e transparência, o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS) também investe na qualificação dos contadores registrados para atender as demandas do mercado. Quem se beneficia disso são as empresas, que podem contar com profissionais cada vez mais preparados para oferecer assessoria na área da contabilidade, uma das ferramentas essenciais de gestão. Segundo Zulmir Breda, presidente do CRC-RS, cada vez mais os empresários estão se conscientizando da importância de ter um profissional de contabilidade

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Para Zulmir Breda, presidente do CRC-RS, contabilistas são fundamentais para a boa administração dos negócios

para auxiliar na administração. “O número de exigência de ordem tributária é imenso, mesmo para as micro e pequenas empresas. É impossível fazer tudo sozinho. Além disso, pequenos empresários começam a se dar conta que também precisam ter ferramentas de gestão e a principal delas é a contabilidade”, explica. Breda conta que os serviços prestados por contadores e técnicos em contabilidade passaram por mudanças nos últimos anos em razão da adoção pelo Brasil de novas normas de contabilidade, agora adaptadas ao padrão internacional (IFRS). Ele explica que a diferença desse novo padrão é a qualidade da informação gerada pela contabilidade. “Reflete com maior propriedade a realida-

de econômica das empresas. As normas atuais são voltadas para a gestão dos negócios. E os profissionais da área contábil são os responsáveis pela geração dessas informações, diz. Com a qualidade de informação contábil muito maior, mais transparente, do ponto de vista da gestão, aumenta a competitividade no mercado. “Quem usa as informações da contabilidade obtém um melhor gerenciamento de custos e receitas, o que aumenta a rentabilidade e diminui a chance de errar nas decisões administrativas”, assegura Breda. O CRC-RS desenvolve uma campanha de conscientização da necessidade de implementação das novas normas. “Temos um conjunto de empresas que ainda encontra dificuldade para se adaptar ao novo padrão de contabilidade, até mesmo pelos gastos previstos. Porém é o preço que se paga se quisermos ter um avanço. O empreendedor não pode ter a visão em curto prazo. Se ele conseguir introduzir essa mudança, melhora o grau de competitividade e aumenta a rentabilidade dos negócios”, argumenta o presidente do Conselho. De acordo com Breda, os empresários precisam ter em mente que o novo padrão contábil vem em benefício dos negócios. “ Estamos passando por um processo de mudança cultural nas organizações. Não é com o objetivo de aumentar ou diminuir impostos, mas aumentar a capacidade de gerenciamento das organizações. Já temos pesquisas que apontam que a mortalidade precoce de empresas é causada pela falta de uso de instrumentos de gestão. E eles estão disponíveis. Por isso, a importância da contabilidade”, aponta. Ele recomenda que os empresários conversem com seus contadores para se inteirarem do processo de adaptação às novas normas.


Artigo * por Antônio Job Barreto

Foto: Divulgação

Da aplicação e validade do banco de horas

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Constituição Federal de 1988, em seu art. 7º, inciso XII, inscreve como direito do trabalhador a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva. A matéria também é regulada pelo art. 59 da CLT. No caso dos lojistas de Porto Alegre o regime de compensação horária (banco de horas) está previsto na cláusula quadragésima terceira da convenção coletiva de trabalho, e o ajuste intersindical respeita as regras gerais

insculpidas no art. 59 da Consolidação das Leis do Trabalho. O objetivo da cláusula é possibilitar que empregado e empregador ajustem o modelo horário que melhor se adapte às suas necessidades, de forma que o excesso de trabalho prestado em um dia seja compensado pela correspondente diminuição em outro. A administração do banco de horas deverá ser feita pelos empregadores respeitando as seguintes regras da cláusula da convenção: a) não poderá ser ultrapassado o limite de duas extras diárias; b) adotar controle de ponto da carga horária do

empregado; c) fornecer cópia do espelho de controle; d) a compensação deverá ser realizada de segunda-feira a sábado. Ademais, outra regra importante a ser observada é a que estabelece os prazos e limites de compensação horária em um período máximo de 120 dias e limitado a 120 horas por trabalhador. Para que o regime previsto na convenção coletiva de trabalho seja considerado válido, a empresa terá de obedecer todas as formalidades estabelecidas no ajuste coletivo. Frise-se que caso ao final do período para a compensação restem horas extras não compensadas ou em número superior ao fixado, o empregador fica obrigado ao pagamento acrescido do respectivo adicional, situação que se repetirá no caso de demissão sem que as horas excedentes tenham sido compensadas. De outra banda, se ao final do período para a compensação ou quando do rompimento do contrato por iniciativa do empregador, o empregado estiver devendo horas extras, não poderão ser descontadas em pecúnia. Portanto, cumpre destacar, que os empregadores que adotam o banco de horas devem observar as regras fixadas na convenção, especialmente no que se refere ao período de compensação, o qual terá início e término determinado, sendo que a compensação deve ser realizada sem ultrapassar a previsão de 120 dias. Se as regras não forem cumpridas pelas empresas, os empregados poderão reclamar em juízo anulando todo o regime fixado para a compensação horária.

ajb@obinoadvogados.com.br sócio de Flávio Obino Fº Advogados Associados

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Galeria Sindilojas Top Consumidor 2011 No dia 15 de dezembro de 2011, o presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, realizou a entrega do certificado Top Consumidor – Excelência nas Relações de Consumo e Respeito ao Meio Ambiente, a entidades agraciadas. O reconhecimento é uma iniciativa da revista Consumidor Teste, com o apoio do Instituto Nacional de Educação do Consumidor e do Cidadão (INEC). 1 - Alguns dos integrantes do Conselho Consultivo do Top Consumidor 2011. No alto, da esq. para a dir.: Francisco Moesch, Maria Helena Dornelles, Edy Maria Mussoi, Cristiano Aquino e Ayres Cerutti. Embaixo, da esq. para a dir.: Júlio Cesar Magalhães, Paulo Silva e Ronaldo Sielichow; 2 - Ford Motors: Marco Antonio Giovanella (esq.); 3 - General Motors: Daniela Kraemer; 4 - Grupo Zaffari: Denis Azevedo da Silva (esq.); 5 - Ipiranga: Vagner Calvetti (esq.); 6 - Lojas Renner: Emerson Kuze (dir.); 7 Confiança Cia de Seguros: Luis Felipe A. Nunes (esq.); 8 - Tetra Pak: Marcos Rosa (esq.); 9 Tumelero: Jacir Vanzetto (esq.)

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Fotos: Divulgação Sindilojas

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Na 101ª convenção anual da NRF, em NY, o presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, reuniu-se com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel

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No dia 5 de dezembro de 2011, o presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, participou do jantar de final de ano do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do RS (Sulpetro), e foi recepcionado pelo presidente da entidade, Adão Oliveira, juntamente com o advogado Flávio Obino Filho


Artigo * por Walter

Galvani

A cultura como escolha

Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação

Theatro São Pedro, de 154 anos, e a Orquestra Sinfônica, com a sigla da cidade no nome, são provas do apreço da Capital pelas artes

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ica até fácil descobrir como Porto Alegre foi fazendo sua opção pela cultura e com ela se entranhando até o ponto em que tanto dela e disso nos orgulhamos. A pequena cidade que ficou fiel ao Império e durante muito poucos dias foi “revolucionária”, que mais adiante tantos e tão importantes episódios políticos protagonizou, até a “Legalidade” de 61, bem cedo mostrava sua inclinação para o cultivo das artes, dos espetáculos, da literatura, do teatro, da música, da história e da filosofia. Basta lembrar que o Teatro São Pedro – que, aliás, não era o primeiro a ser construído na capital da então “Província de Rio Grande de São Pedro”, o que explica o título daquela importante

casa, até hoje de pé ali na Praça da Matriz–, foi inaugurado em 1858, mas tivera a sua construção interrompida por causa da Guerra dos Farrapos. A Academia Rio-Grandense de Letras, fruto da fusão de duas entidades, é, também, centenária. Temos aí a OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre), enfim, tantas realizações na área cultural que têm aqui a sua sede e muitas vezes carregam em seu nome o atestado de excelência, com a pequena sigla PA. Aqui nasceram também as

primeiras faculdades, e afinal as universidades gaúchas, nossos principais jornais, o “Correio do Povo”, depois o “Jornal do Comércio”, “Diário de Notícias“, “Zero Hora”, nossas rádios mais antigas, como a “Gaúcha”, “Farroupilha” e “Guaíba”, e foi o nascedouro também das emissoras de televisão. Quem não se lembra da Editora e da Livraria do Globo? A empresa abriu caminho para um número enorme de livrarias e editoras que hoje distinguem a cidade, sempre pioneira na área cultural, servindo de um modo geral como farol e reflexo de uma sede de saber e progresso intelectual que se enriqueceu com as correntes migratórias que vieram de Portugal, Alemanha, Itália, França, Polônia, Inglaterra, Espanha e tantos outros países. Hoje se você quer assistir a um filme do extraordinário realizador Radu Mihaileanu, o genial romeno criador de “O Concerto” ou “A fonte das mulheres”, por exemplo, em algum cinema de Porto Alegre o encontra em cartaz. E mesmo não sendo a terra natal de Erico Veríssimo ou Dyonélio Machado, Mario Quintana ou Alcy Cheuiche, foi aqui que eles escolheram viver. Bibliotecas públicas? Espetáculos de música popular ou clássica? Teatro de rua? É isso que você quer? Então venha a Porto Alegre, a cidade que escolheu a cultura. waltercasa@cpovo.net *Jornalista, escritor e presidente do Conselho Estadual de Cultura

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Sindinews Fotos: Divulgação Sindilojas

Sancionada Lei das Micro e Pequenas Empresas

Fortunati prevê que o número de MPEs deve dobrar com a desburocratização O presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, participou da sanção pelo prefeito da Capital, José Fortunati, da Lei Geral Municipal da Microempresa (MPEs), Empresa de Pequeno Porte e Microempreendedor. O ato, que aconteceu no dia 31 de janeiro, teve a presença do secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), Valter Nagelstein. A Lei contempla três pilares básicos de apoio aos negócios de micro e pequeno porte: desburocratizar, desonerar e incentivar – que deram origem à Lei Geral Federal (LC 123/ 2006). A desburocratização facilita e motiva a instala-

ção de novos empreendimentos, além de auxiliar na manutenção dos existentes. A tributação nesse caso também é diferenciada, o que acaba por contribuir com a promoção desse tipo de empreendimento. A expectativa da Prefeitura é duplicar o número de MPEs registradas na Capital, incentivar os pequenos empreendedores e, assim, fomentar a economia da cidade. Entre as vantagens aprovadas no projeto, está a possibilidade de parcelar, em até cem vezes, os débitos de responsabilidade da microempresa ou empresa de pequeno porte e de seu titular ou sócio com a Fazenda Municipal.

CRA-RS lança Missão à Alemanha O presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, participou do lançamento da Missão Acadêmico Empresarial de Administração na Alemanha, realizada pelo Conselho Regional de Administração do RS (CRA-RS) em parceria com o Sindicato e com a Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS. Na ocasião, foi apresentada a programação do evento, que conta com visitas à Feira de Hannover, além de Hamburgo, de Bremen e de Berlim, e visitas técnicas guiadas às indústrias, ao comércio local e às universidades. A Missão acontece entre 19 e 29 de abril e o objetivo é o aprimoramento profissional dos participantes diante do desenvolvimento econômico que a Alemanha conserva mesmo com a crise na União Europeia.

Presidente do Sindicato apresentou detalhes da missão

Sindilojas POA em busca do troféu bronze na 17ª edição do Prêmio Qualidade RS Ganhador da medalha de bronze do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) no ano passado, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre quer subir mais um degrau e, para isso, prepara o relatório de gestão visando ao troféu bronze da edição 2012. O documento representa a primeira etapa de avaliação, que consiste na análise interna sobre o

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andamento do Modelo de Excelência em Gestão (MEG) disseminado pelo órgão. O presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, constata que o impacto causado pela instituição do MEG no Sindicato é grande. O número de lojistas associados saltou de 370, em 2008, para 2,7 mil atualmente. A meta é passar dos 3 mil ao final

de 2012. “Aprimorar a gestão é um caminho que deve ser seguido pelos sindicatos. No Brasil, infelizmente, muitos sindicatos têm donos e, por isso, não cumprem o seu papel. A busca pela excelência na gestão precisa ser trazida para as entidades”, assinala Sielichow. Os vencedores serão divulgados em julho.


Novas associadas Feira em Nova Iorque apresenta tendências para o comércio A tecnologia tem sido um dos grandes destaques na maior feira de varejo mundial, a Big Show, realizada no início do ano em Nova Iorque pela National Retail Federation (NRF). De volta de lá, a comitiva brasileira, que contou com a participação do Sindilojas POA, trouxe inovações que podem ser aplicadas à realidade local. Uma das novidades que impressionou o presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, foi a estratégia usada pela inglesa Tesco na Coreia do Sul. Ela adesivou as paredes das estações do metrô com prateleiras virtuais e etiquetas QR-code. O interessado escolhe os produtos, paga com smartphone e recebe as compras em casa. “Todas as lojas preci-

O presidente do Sindilojas POA, Ronaldo Sielichow, e o vice-presidente, Paulo Kruse, participaram do evento sam ser wi-fi para os clientes. O consumidor que está na loja quer pesquisar, comparar preços até para barganhar. Uma loja verdadeiramente competitiva vai ajudálo a fazer isso ali mesmo”, afirma Sielichow. Para implantar novidades, o varejo pede crédito. “Diferentemente da indústria, nós não temos financiamento pra abrir lojas e implementar novas tecnologias”, reivindica o presidente do Sindicato, que apresentou o pedido em uma reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

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Geração Varejo oferece Mural de Vagas para associados O Geração Varejo, do Sindilojas POA, implementa mais uma iniciativa aos lojistas associados: o Mural de Vagas, que expõe no site do Sindicato as oportunidades de trabalho oferecidas pelos lojistas. O associado que possuir vagas em aberto, poderá anunciá-las no mural on-line. Os interessados podem se candidatar às vagas, e posteriormente serão convocados a participar do processo seletivo.

Depois, os dados curriculares serão enviados aos lojistas para agendamento de entrevistas. O lojista interessado em divulgar suas vagas deverá entrar em contato pelo telefone (51) 3025-8300 ou pelo e-mail geracaovarejo@sindilojaspoa.com.br, a fim de solicitar o formulário de cadastro de oportunidade. Acesse www.sindilojaspoa.com.br e confira.

n Aluforte: Rua João Elustondo Filho, 455, Sarandi n Arte Biju: Rua Senhor dos Passos, 102, Centro Histórico n Bebete Boutique: Rua Montenegro, 37, Petrópolis n Bicharada: Rua Júlio de Castilhos, 53, Centro Histórico n Brasil Kids: Av. Cristóvão Colombo, 545, loja 1138, Floresta n Favorite: Rua Jarí, 619, sala 1003 – b, Passo da Areia n Megamidia Informática: Av. Diário de Notícias, 300, loja 1031 a, Cristal a) Av. Túlio de Rose, 80, loja 112, Passo das Pedras b) Av. Cristóvão Colombo, 545, loja 1142/1143, Floresta n Mini Preço: Av. Assis Brasil, 1815, Passo da Areia a) Av. Assis Brasil, 1815, Passo da Areia b) Av. Osvaldo Aranha, 1435, Bom Fim n Paparico Moda Feminina: Av. Wenceslau Escobar, 1823, loja 37, Tristeza n Papelaria Bomfim: Av. Osvaldo Aranha, 862, Bom Fim n Tintas Shop.com: Av. Bento Gonçalves, 1414, loja 1, Partenon n TJW Comunicações: Av. Pernambuco, 2817, conj 502, Floresta

Termômetro do varejo Segundo o Termômetro do Varejo, índice de faturamento mensal divulgado pelo Sindilojas POA, em janeiro o setor de materiais de construção teve crescimento médio de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o segmento de vestuário teve pequena alta no primeiro mês de 2012, registrando elevação média de 0,5% na comparação com janeiro do ano passado. Em 2011 faturamento das lojas de materiais de construção foi 9,19% maior, em média, em relação a 2010. O vestuário fechou o ano com incremento médio de 2,6% no mesmo período. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), Ronaldo Sielichow, o crescimento no faturamento dos materiais de construção é reflexo do conjunto de políticas públicas voltadas ao setor. “crédito facilitado e desoneração tributária são condições contribuem para o aquecimento da economia. Seria bom para o país que estas medidas ampliadas a outros produtos”, ressalta.

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Associadas

Qualidade e inovação completam 39 anos

H

á 39 anos no Centro de Porto Alegre, na tradicional Riachuelo, e desde 1986 como Editora de livros na área, a Livraria do Advogado hoje apresenta um catálogo com mais de 700 obras, que abrangem os diversos ramos do direito. Com o avanço da tecnologia, a empresa passou a disponibilizar em seu site, uma área específica de e-books jurídicos, onde mais de 70

títulos são editados pela mesma.O acervo no formato digital, que conta com mais de mil obras e é um dos maiores do país, é formado pelas mais conceituadas editoras jurídicas nacionais. O novo formato foi uma adequação às exigências do mercado, conforme explica Vasco Leiria, responsável pelos livros eletrônicos e redes sociais da empresa. “Houve uma preocupação em acompanhar a

Para todas as tendências femininas

“A

tendimento personalizado e exclusivo”, foi com esse lema que a empresária Márcia Elisa Correa da Silva, que sempre trabalhou no varejo de Porto Alegre, deu vida à Closet Moda, em maio de 2009. No pequeno espaço, localizado na Cristóvão Colombo, Márcia ficou seis meses. Depois, a necessidade de expansão levou seu estabelecimento para o outro lado da rua, em um ambiente maior e com um belo jardim. Como o próprio nome diz, as clientes da Closet podem visitar o espaço físico da loja ou pedir que as meninas enviem sugestões de looks para os diversos momentos

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do dia. “Damos sugestões de trajes para nossas clientes e as diversas fases de suas vidas, por isso elas podem levar a sacola e experimentar em casa, na comodidade do lar, como se estivessem em seu closet particular”, explica Márcia. Com consciência dos vários momentos das mulheres, os looks são montados de acordo com as necessidades de cada uma delas e as viagens constantes para São Paulo renovam coleções e catálogos que Márcia disponibiliza para todas as tendências femininas. “Nem sempre clássicas, nem sempre esportivas e capazes de mudar de estilo em um único dia,

A Livraria do Advogado conta, também, com acervo de e-books evolução do mercado e, dessa forma, atingir um segmento de clientes que já estão à procura dos livros em formato digital, sempre buscando atender da melhor forma o nosso público”, explica. Além disso, Vasco faz um agradecimento especial ao Sindilojas POA. “Sempre trazendo cursos, novidades e atualizações para o setor lojista, o sindicato é realmente um parceiro do empreendedor”, finaliza. A Livraria do Advogado Editora está localizada na Rua Riachuelo, 1338. As compras dos e-books podem ser feitas pelo site www.livrariadoadvogado.com.br ou pelo telefone 0800 517 522. Fotos: Divulgação

Na Closet Moda, o atendimento é personalizado e exclusivo somos assim e precisamos de um lugar que nos aceite assim”. A Closet Moda aceita e faz questão de atender suas clientes no dia e horário que elas desejam. “Abrimos nossa loja quando a cliente precisar”, orgulha-se. Sobre a importância do Sindicato, ela ressalta que a consultoria sempre disponível é fundamental nesse mercado concorrido do varejo. “Precisamos sempre de um gestor para que possamos contar, para formarmos uma parceria nessa longa caminhada. Isso nos torna mais seguros. Esse é o papel do Sindilojas POA para nós”. Visite a loja na Cristóvão Colombo, 2149/28. Acesse o site www.closetmoda.com.br

Para participar desta editoria, as associadas podem manifestar interesse pelo email imprensa@sindilojaspoa.com.br




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