Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS
Nº 49
julho 2012
Especial
Como será o segundo semestre para o varejo? Responsabilidade Socioambiental Ideias sustentáveis com baixo investimento
Cultura Monumenta em prol do patrimônio histórico-cultural
Desenvolvimento Humano Geração Milênio aposta na tecnologia
Sumário
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Opinião
Entidade
Gestão para o futuro.
Endeavor chega a Porto Alegre em busca de empreendedores de alto impacto.
Entrevista Alcides Brugnera apresenta vantagens do Sicredi para o varejista.
Conecs
Finanças
Artigo
Juros menores: momento certo para investir.
José Roberto Resende e os desafios do varejo em 2012.
Mercado Como a inovação tecnológica beneficia as MPEs.
19 20 21
Audiência pública reagendada.
Galeria Sindilojas Foto: Edison Castêncio
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Especial
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Varejo aquecido no segundo semestre.
Desenvolvimento Humano Geração Milênio X colaboradores antigos: como integrar a equipe? Destaques da Entidade em imagens.
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Cultura Foto: Divulgação
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Artigo Cuidado com os intervalos na jornada de trabalho. Por Flávio Obino Filho.
Foto: Vinicius Ghise
Sindinews
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Projeto Monumenta quer preservar o patrimônio histórico e cultural da Capital.
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Polo Comercial
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Responsabilidade socioambiental
Associadas
Ideias criativas com baixo orçamento.
Arte com Ferro e SulCenter.
O perfil eclético da Cidade Baixa. Notícias e informações do setor varejista.
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Milton Moraes
Opinião
Expediente
* por Ronaldo Sielichow
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Centro Histórico Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 www.sindilojaspoa.com.br
Gestão para o futuro
Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente: Paulo Kruse Vice-presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-presidente de Relações de Trabalho: Sergio Axelrud Galbinski Vice-presidente Comercial: João Rodrigues Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor de Relações de Trabalho: Vladimir Machado Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Diretor de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg e Vilson Noer. Diretores Adjuntos: Eduardo Spunberg, Eduardo Lasevitch, José Rodrigues, Luiz Caldas Milano e Roberto Zimmer Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna e Alcides Debus Suplentes: Carlos Schmaedecke, Hermes Queiroz e Orisvaldino Magnus Scheffer Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor e Assessoria de Imprensa: Sindilojas Porto Alegre imprensa@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025-8323 Conselho Editorial – Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Superintendente: Márcio Allegretti Gerente de Comunicação e Marketing: Karin Souza Assessor de Imprensa: Vinícius Ghise Estagiária de Comunicação: Fernanda Assenato
O
segundo semestre de 2012 será marcado pelo exercício do direito cívico de eleger o ocupante do cargo de prefeito municipal e os respectivos vereadores. Mais do que representar a população de seu município, prefeito e vereadores têm a missão de pensar a cidade, planejar soluções que aprimorem o convívio coletivo no mundo moderno e encontrem alternativas para superar os obstáculos que impedem o bem-estar coletivo. E esse ato de planejamento é fundamental para o setor público, principalmente com projetos que tenham continuidade e, assim, beneficiem a cidade e seu povo, sem favorecimentos a candidatos ou partidos políticos. Como entidade patronal, o Sindilojas Porto Alegre acredita que investir na qualificação e na capacitação de gestores e suas equipes traz benefícios não só para o varejo, mas para toda a comunidade. Os novos líderes políticos devem entender que a descontinuidade de projetos tem efeitos danosos sobre a coletividade. Entra governo, sai governo, e os bons projetos das administrações não têm continuidade, são interrompidos, os recursos financeiros e o tempo investido são desperdiçados. O próprio Sindicato foi em busca dessa profissionalização, que iniciou em 2007, e, desde 2009, aderiu ao Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade do PGQP. Criado em 1996, o evento está em sua 17ª edição e é considerado o Oscar da Qualidade. Neste ano, estamos novamente participando PGQP, desta vez concorrendo ao Troféu Bronze. No ano passado, o Sindicato conquistou a medalha Bronze no Prêmio Qualidade RS. O Prêmio, inédito na história do Sindicato, é resultado de uma gestão profissional. Foi uma vitória dos lojistas e é o primeiro passo para novos desafios que estão por vir. A necessidade de se atingir a excelência em gestão, garante competitividade no mercado. O impacto causado pela adoção do Modelo de Excelência em Gestão (MEG), disseminado pelo PGQP, é muito significativo. Impossível não citar a relevância do presidente do Conselho Superior do PGQP, e atual coordenador da Câmara de Gestão e Planejamento do Governo da Presidente Dilma Rousseff, Jorge Gerdau Johannpeter, na disseminação desse conceito de uma administração planejada. A partir da visão empreendedora de Gerdau, houve uma redefinição do cenário empresarial brasileiro, principalmente quando se avaliam processos continuados. Seu trabalho junto ao Governo Federal começa a se desenhar com a proposta de uma reforma tributária fatiada. Embora polêmico, o projeto recebeu sinal verde da presidente para ser levada adiante. Mais do que não aumentar a carga tributária, o Sindicato luta pela redução de impostos. Em recente entrevista publicada na imprensa, Gerdau disse que não haverá aumento da carga tributária e que a Presidência da República teria imposto essa condição como prioridade do governo. Mas a liderança de Jorge Gerdau adverte que é preciso ter cuidado. A tentação do governo em aumentar a arrecadação é grande. Boa leitura! *Presidente do Sindilojas Porto Alegre
Princípios organizacionais Edições Anteriores Acesse o site do Sindilojas Porto Alegre e baixe a Conexão Varejo em formato PDF.
MISSÃO “Representar, defender e promover o desenvolvimento da classe lojista, com excelência em serviços, gerando benefícios e vantagens para categoria, associados e
Uffizi Consultoria em Comunicação Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Carol Borne Redatores: Vitória Di Giorgio, Gullherme Jaeger, Jaíne Martins Projeto Gráfico e Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich Revisão: Luana Aquino Colaborador: José Roberto Resende Fone: (51) 3330.6636 Comercialização: Sindilojas Porto Alegre Gerente Comercial: André Zurita Contato: comercial@sindilojaspoa.com.br ou pelo telefone: 3025-8300 Impressão: Pallotti Tiragem: 10 mil exemplares * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
sociedade”.
VISÃO “Ser referência nacional em entidade patronal sendo decisivo no desenvolvimento do comércio varejista de Porto Alegre.”
VALORES Ética: Respeitar normas e diretrizes
como um time, somando competên-
da Entidade com honestidade e inte-
cias para alcançar os objetivos.
gridade.
Transparência na gestão: Dar
Comprometimento: Ter compro-
visibilidade aos processos, ações e re-
misso e responsabilidade com os ob-
sultados da Entidade.
demonstrando
Inovação: Buscar soluções criativas
iniciativa e proatividade junto aos as-
e ideias inovadoras frente aos desafios.
jetivos
da
Entidade
Foco no resultado: Ser eficaz na
Responsabilidade Socioambiental: Em suas ações, considerar a sus-
defesa de suas bandeiras.
tentabilidade em benefício da socieda-
Trabalho em equipe: Trabalhar
de e do meio ambiente.
sociados.
Entrevista - Alcides Brugnera Os investimentos diários no Sicredi e no cooperativismo de crédito são alternativas para o fortalecimento econômico das suas atividades e comunidades. O Sistema de Crédito Cooperativo Sicredi tem mais de 1,8 milhão de associados em todo o país. Possui quatro Cooperativas Centrais, uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla as empresas específicas que atuam na distribuição de seguros, administração de cartões e de consórcios. Também a Sicredi Participações S.A., responsável pela coordenação das decisões estratégicas do Sistema. As cooperativas de crédito do Sicredi investem permanentemente na capilaridade da sua área de atuação. São 119 cooperativas de crédito e mais de mil e cem pontos de atendimento distribuídos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás, abrangendo mais de 800 municípios. Com um portfólio de mais de 100 produtos e serviços, as cooperativas de crédito do Sicredi procuram cooperar com iniciativas locais, potencializando o comprometimento entre empresa e comunidade. Alcides Brugnera, presidente do Sicredi União Metropolitana, fala sobre as vantagens oferecidas pela cooperativa, principalmente para os lojistas, que compõem cerca de 20% da carteira de associados, em Porto Alegre e Região Metropolitana.
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Cooperativa de crédito tem foco no varejo
Foto: Raquel Lopes, Sicredi
Brugnera: parcerias com o Sicredi geram resultados positivos para os negócios
Conexão Varejo - Em apenas cinco anos, o Sicredi aumentou em 100% a base de associados. São 2 milhões distribuídos em 10 estados brasileiros. Quais as ações do Sicredi para atrair tantos associados em tão pouco tempo? Alcides Brugnera - O que difere o Sicredi das instituições financeiras tradicionais é a essência cooperativa. O Sistema Cooperativo Sicredi é formado por uma sociedade de pessoas, em que cada associado é dono do negócio e tem direito a voto, não importando o volume de recurso aplicado. A participação nas decisões das cooperativas integrantes do Sistema – são 51 cooperativas no RS e e em SC – faz com que tenhamos uma gestão democrática e transparente. Manter nossa essência significa também acompanhar a modernização e a dinâmica do mercado onde atuamos. A primeira delas está relacionada com a
entrada de novas tecnologias e automatização, como os canais de autoatendimento. Investimos em tecnologia e priorizamos a segurança para que nossos associados possam fazer suas transações financeiras onde estiverem de modo eficiente e com comodidade. Em segundo lugar, a estrutura diferenciada do Sicredi como cooperativa, onde a base são os associados. Essa estrutura possibilita maior identificação com a cultura ou característica de cada região, sendo zona rural, urbana ou segmentos de pessoas físicas, indústria, comércio ou serviços. Conexão Varejo - A Sicredi União Metropolitana RS é uma das 114 cooperativas do Sistema Sicredi no Brasil. Quantos associados são lojistas? Alcides Brugnera - A Cooperativa Sicredi União Metropolitana RS é de livre admissão, por-
tanto presta serviços financeiros cooperativados a todos os segmentos sociais de Porto Alegre e Região Metropolitana (área de atuação). Atualmente, estamos com uma base total de mais 28 mil associados, sendo 20% destes pessoas jurídicas, lojistas em sua maioria. Conexão Varejo - O setor varejista é estratégico para o Sicredi? Alcides Brugnera - Para o Sicredi, todos os setores são importantes e estratégicos, e o setor varejista é essencial para nossa estratégia de desenvolvimento e relacionamento com o mercado. Estamos operando o cartão de crédito com bandeira própria e, no final de 2011, o Sicredi passou a receber os domicílios das principais operadoras de cartões, Redecard e Cielo. Buscando qualificar ainda mais nosso portfólio de produtos e serviços, para melhor atender ao lojista (varejista), no início deste ano, começamos a realizar operações de crédito para as antecipações de recebíveis cartões (antecipação de venda a crédito/ parcelada – Visa e Mastercard). Conexão Varejo - Com a diminuição dos juros, houve maior procura dos lojistas? Alcides Brugnera - Ao longo do tempo, o lojista associado ao Sicredi obteve taxas justas para cada produto, com benefícios em relação às taxas oferecidas pelo mercado. Mesmo com todas essas movimentações financeiras de redução nas taxas de juros, por parte das instituições, seguimos operando com taxas competitivas. Pela natureza do cooperativismo de crédito, de trabalhar para agregar renda aos seus associados e à comunidade, o crédito é uma ferramenta essencial para o crescimento de todos e o acesso a ele deve ser justo Conexão Varejo - Há linhas de
crédito específicas para o lojista? Alcides Brugnera - Dentro do segmento lojista temos diferentes perfis de associados e, para atender a todos, desenvolvemos um amplo portfólio de produtos e serviços adequados às diversas realidades, proporcionando condições para o lojista investir mais e melhor no seu negócio. Para esse segmento temos, entre outros produtos, Capital de Giro, Antecipação de Recebíveis e linhas de crédito direcionadas à ampliação, reforma e modernização do seu ponto comercial, por exemplo. Conexão Varejo - O que o Sicredi oferece para o lojista? Alcides Brugnera - Além de um atendimento diferenciado e personalizado, com profissionais capacitados e direcionados a pensar e a se relacionar com o setor, temos produtos e serviços específicos para lojistas e empresas. Para citar alguns exemplos: crédito para pessoa jurídica e pessoa física; financiamento de veículos, máquinas e equipamentos; câmbio; poupança e investimentos; seguros e previdência; consórcios; cobrança bancária e serviços como o Sicredi Total internet, agentes credenciados (correspondentes bancários), acesso à rede Banco 24 horas e unidades de atendimento do Sicredi, em 10 estados brasileiros. Conexão Varejo - Como foi o primeiro semestre para o Sicredi? Alcides Brugnera - O Sicredi mais uma vez figura entre as Top 10 no Ranking AE Projeções, promovido pela Agência Estado, concorrendo com mais de 90 instituições financeiras, de ensino e consultorias participantes. Essas projeções e produtos estratégicos, como o recebimento do Domicílio de Cartões, estão auxiliando no desenvolvimento da nossa cooperativa dentro do planejado.
Conexão Varejo - Quais as parcerias que estão sendo firmadas pelo Sicredi União Metropolitana? Alcides Brugnera - A Cooperativa possui diversos convênios firmados entre Entidades e Associados em nível nacional ou regional, em que são estabelecidas diretrizes e condições para prestação de serviços. Esses contratos visam desenvolver as atividades comerciais, gerando oportunidades de incremento de resultados, tanto aos associados, como para a cooperativa. Um grande exemplo é a parceria entre o Sicredi e o Sindilojas, apoiando a campanha “Eu curto. Eu cuido” que visa à revitalização das calçadas por exigência da prefeitura, com linhas e prazos definidos de financiamento exclusivos para construção e reforma para os associados ativos. Conexão Varejo - Este é um bom momento para os lojistas buscarem crédito? Alcides Brugnera - Como estamos experimentado queda na taxa de juros e uma forte pressão do governo para essa redução, o cenário apresenta-se favorável à tomada de recursos, porém, todos devem estar atentos ao desempenho do setor frente ao cenário econômico nacional e internacional. Conexão Varejo - Poderias falar sobre a parceria Sicredi e Sindilojas? Alcides Brugnera - O relacionamento entre as duas instituições é muito próximo, basta lembrarmos que o Sindilojas Porto Alegre foi um dos fundadores da Cooperativa. Além disso, oferecemos aos lojistas todos os benefícios que uma cooperativa possui, como isenção fiscal (IOF Complementar) sob as linhas de crédito, taxas e tarifas justas e um relacionamento próximo com o associado, tornando-se uma entidade financeira diferenciada do mercado.
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Finanças
Juros baixos, investimentos em alta Redução nas taxas dos
A
postura de cobrança adotada pela presidente da República, Dilma Rousseff, sobre as taxas de juros cobradas pelos bancos públicos e privados surtiu efeito, e os juros cobrados começaram a apresentar índices mais baixos. No dia 30 de maio, o Copom anunciou a redução na taxa Selic de 9% para 8,50%, até então o menor índice registrado em toda a história de cálculo do Banco Central, que começou em 1986. O menor indicador de cobrança de taxas e a diminuição dos spreads bancários representa mais oportunidades, tanto para pessoas físicas como jurídicas. De acordo com o gerente Regional da Caixa Econômica Federal (CEF) em Porto Alegre, Daniel Almeida Schwalm, “a oferta de crédito com taxas de juros mais baixas estimula o consumo e potencializa a economia, gerando mais renda e empregos”, afirma. Com a economia mais forte, abrem-se as portas para investimentos empresariais. E o setor varejista também se beneficia com essa medida. O gerente de Mercado do Banco do Brasil, Ingo Leonel Homrich, analisa o momento, dizendo que o consumo e a economia potencializados serão o fator de estímulo necessário aos lojistas e outros negócios: “Esse aquecimento será o indutor de negócios para as micro e pequenas empresas.” De acordo com Homrich, outros dois
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bancos federais abre espaço para mais oportunidades
fatores se destacam para essa abertura: o bom momento financeiro vivenciado pelo país, enquanto outros países experimentam crise financeira, a iminência da Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, que injetarão bilhões na economia brasileira. Para o gerente da Caixa, trata-se de um “ciclo positivo e virtuoso, que proporciona enormes oportunidades de crescimento aos empresários, pela expansão do volume de negócios decorrente do estímulo à atividade econômica”, na medida em que um maior poder de compra gera novos empregos e maior renda, o que possibilita novos investimentos. O impacto geral que a medida terá nas finanças brasileiras deve beneficiar também os comerciantes. Muitos já se deram conta das vantagens de aproveitar o momento. O aumento da demanda dos
empresários já foi notado tanto pelo Banco do Brasil como pela Caixa, que estabeleceram algumas regras para atender às novas exigências. Para facilitar o acesso das micro e pequenas empresas ao crédito, além das reduções das taxas de juros, o BB realizará algumas promoções com condições especiais de prazos e taxas de juros, de modo a facilitar o acesso. As ações adotadas pelo banco proporcionaram um volume superior a R$ 10,2 bilhões de desembolsos nas linhas de crédito priorizadas na estratégia. A quantia representa crescimento de quase 19% no valor médio diário liberado em relação a março de 2012. Para Schwalm, o momento se refletirá na demanda exigida aos bancos. Ele cita algumas posturas do governo como fatores que contribuem com o estímulo do comércio. Entre elas, destaca a redução do IPI para certos produtos. De acordo com o gerente, “se avalia, sem dúvida, que a redução das taxas associadas a outras medidas de estímulo ao consumo deverá gerar um aquecimento expressivo na nossa demanda”. Para atender a essas expectativas, a Caixa lançou o Programa Caixa Melhor Crédito, que traz para pessoas físicas e jurídicas novidades em linhas de crédito e reduções das taxas de juros. Além disso, oferece mais facilidades para a contratação de operações, como a simplificação dos processos através das opções de autoatendimento, internet banking e caixas eletrônicos. Todas essas ações, segundo Schwalm, apontam a postura de parceria da CEF com este novo momento econômico, que beneficia em especial os empresários do setor varejista: “A Caixa quer se posicionar como o principal agente e parceiro financeiro da população brasileira e
das micro e pequenas empresas, e está indo ao encontro do mercado com esse propósito,” afirma. Existem, no entanto, riscos inerentes ao aumento de uso dos créditos. Os fatores de atenção envolvidos são principalmente aqueles ligados às operações de crédito, em especial o de inadimplência. Schwalm afirma que “a Caixa não se preocupa apenas em ofertar e contratar operações de crédito.” A atuação do banco vai além, orientando e esclarecendo aos clientes sobre o bom uso do crédito, para que sempre esteja disponível. O gerente de Mercado do Banco do Brasil, Ingo Homrich, analisa os riscos e garante: “As metodologias de análise de risco de crédito, combinadas com os modelos de propensão ao consumo, permitiram ao Banco a elevação dos limites dos clientes com manutenção dos índices de inadimplência, que são
“É um ciclo positivo e virtuoso, que proporciona enormes oportunidades de crescimento aos empresários, pela expansão do volume de negócios decorrente do estímulo à atividade econômica”. Ingo Leonel Homrich os menores do Sistema Financeiro Nacional”, afirma. Além disso, o gerente exalta a parceria do BB com os micro e pequenos empresários: “O Banco do Brasil desempenha papel importante no crescimento e desenvolvimento das MPE, pois é hoje o principal parceiro do segmento.” Na carteira do banco, estão registrados mais 2,15 milhões de clientes pertencen-
tes ao setor, com 2,23 milhões de contas-correntes. Nesse contexto, Homrich garante que estão prontos para atender a demanda das MPE do varejo. Para tanto, dispõem de serviços melhorados, como maior capital de giro, antecipação de recebíveis e financiamento de investimentos. Mas o grande destaque é a implementação do Gerenciador Financeiro. De acordo com Homrich, trata-se de uma solução “completa, prática e segura”, que permite ao empresário realizar e gerenciar mais de 400 operações de crédito e serviços bancários de qualquer lugar, por meio do site www.bb.com.br/ mpe. O serviço também se encontra disponível em celulares, inclusive iPhone, e aparelhos de iPod Touch. Com todas essas medidas para contribuir com a melhora dos setores comerciais, é boa ideia começar a pensar na evolução do próprio negócio.
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Foto: Divulgação
Mercado
A necessidade de enxergar o futuro do varejo
“Nenhuma inovação ou nova tecnologia, por si só, será capaz de gerar resultados efetivos se as pessoas não estiverem igualmente alinhadas com o conceito de inovação”. Vinicius Sittoni
Especialistas analisam os novos rumos e conceitos do comércio lojista
A
inovação é fundamental para buscar o destaque. Quem faz algo diferente ganha seu espaço. A máxima vale também para o setor varejista. Cada vez mais comerciantes procuram algo inovador, que os ajude a consolidar suas marcas com o consumidor. É o que garante Vinicius Sittoni Brasil, coordenador do Núcleo de Estudos Organizacionais da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS. Ele destaca que “o fundamental é o lojista abrir sua mente para aceitar a inovação como parte do seu negócio.” A preocupação
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primária do lojista é a funcionalidade, que transforme a experiência de compra em “algo mais lúdico e, ao mesmo tempo, mais autêntico para o consumidor”, afirma Sittoni. Os avanços tecnológicos têm facilitado a procura pelo diferencial, em especial as novas formas de comunicação. O vice-presidente de Comunicação e Marketing do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Penna Rey, destaca que uma grande novidade para breve será a vinda da Internet 4G para o Brasil. Penna Rey projeta que “o setor lojista deve passar por uma revolução como acon-
teceu nos Estados Unidos, onde pessoas procuram por produtos dentro da loja no catálogo online”. O 4G será, segundo o diretor, o fator principal para uma mudança de comportamento dos consumidores. Para Penna Rey, no entanto, a questão da gestão humana não é tratada com a atenção devida. Dá como exemplo a convenção anual da National Retail Federation (NRF), onde o assunto fica em segundo plano. Lá, as novas tecnologias são o mais importante. O vice-presidente do Sindicato ressalta que embora seja indispensável falar do assunto, já que as mudanças são frequentes, não se pode esquecer que o varejo é
Foto: Divulgação
ainda “uma atividade humana”, e deve-se dar atenção a esse aspecto: “não podemos deixar o fator pessoal de lado. O bom atendimento e a relação humana ainda são essenciais”, afirma. É previsível, no entanto, que a quebra da rotina inspire o medo de errar. Para Sittoni, existe uma barreira para a aceitação de conceitos inovadores. Uma delas é “de natureza cultural, baseada em um modelo mental de fazer negócios e que muitas vezes é desafiado pela inovação”. Mas nem só de tecnologia vive a busca pela inovação. Conceito criativo é um fator fundamental. A loja multimarca masculina Hemb é um exemplo da importância da aposta em ideias diferenciadas. A premissa é a de um espaço em que todas as necessidades do cliente possam ser atendidas em um só lugar. Assim, pode-se, num mesmo lugar, fazer o consumo de roupas a até mesmo um corte de cabelo. O diretor presidente Felipe Hemb, afirma que “uma ideia inovadora pode atrair e encantar ou criar rejeição. O que vai diferenciar é a afinidade com o público, a amabilidade da proposta.” Inicialmente, a moda masculina e o design lhe atraíam, e percebia uma lacuna no segmento. Mas a vontade de inovar falou mais alto: “Quis criar um negócio
“Uma equipe envolvida com o conceito vai fazer a tradução correta em todas as decisões e tanto o consumidor quanto os fornecedores sentirão o efeito”. Felipe Hemb que fosse muito além de uma loja de roupas, que fosse um espaço voltado ao universo masculino”, afirma Hemb. Para o presidente, “o acesso rápido à informação provoca a criatividade”, já que uma loja de bairro inova e faz sucesso em Paris ou Boston e quem está antenado fica sabendo em seguida. As universidades têm papel fundamental no desenvolvimento de novas tecnologias que ajudam na inovação do comércio. Sittoni destaca o papel acadêmico de desenvolver conhecimentos que contribuam com a sociedade, mas ressalta: “nenhuma inovação ou nova tecnologia, por si só, será capaz de gerar resultados efetivos se as pessoas não estiverem igualmente alinhadas
com o conceito de inovação”, enfatiza. Para Felipe Hemb, a principal tendência de investimento daqui para frente é o envolvimento da equipe com o conceito da empresa: “Cada vez mais a verticalização das empresas está caindo, e a relação entre funcionários é mais próxima e verdadeira.” De acordo com o diretor presidente da Hemb, “uma equipe envolvida com o conceito vai fazer a tradução correta em todas as decisões e tanto o consumidor quanto os fornecedores sentirão o efeito.” Hemb destaca que hoje em dia as empresas do varejo devem ir além do seu papel comum, “não apenas se preocupando com o mix de produtos, mas devem se sobressair através do seu ambiente, dos serviços ofertados, do contato entre colaboradores e clientes, da comunicação.” São estas as novidades para as quais o varejista deve atentar, de modo a criar a marca do seu comércio: “São esses os fatores que geram a experiência de compra que leva a vinculação do cliente com a loja”, conclui. Para se adaptar ao futuro, é necessária uma atenção especial no presente.
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Especial
Boas perspectivas para o segundo semestre Lojistas devem estar atentos ao comportamento do consumidor no período Foto: iStockphoto.com/ Divulgação
O
varejo cresce desde 2004 acima do Produto Interno Bruto (PIB), devido à elevação de consumo das famílias, a partir do aumento da renda, oferta de crédito e condições favoráveis de quase pleno emprego, o que vem ocorrendo desde 2002. No ano passado, o crescimento do PIB ficou em 2,7%, o consumo, 4,1% e o varejo, 6,7%. Este ano, conforme Rodolfo Manfredini, economista chefe da Gouvêa de Souza, empresa paulista especializada em estudos e pesquisas econômicas, o PIB deve crescer entre 3% e 3,2%, enquanto que as aquisições dos consumidores
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aumentarão acima de 4% e o varejo, cerca de 7%. A inflação, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), está projetada para ficar entre 4,3% e 5,3%. Outros fatores que contribuíram para este panorama favorável foram os estímulos do governo Federal à expansão de crédito, queda da taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para 8,5% (percentual referente ao mês de maio) e das taxas de juros de bancos públicos e privados. O crédito e o desenvolvimento do país refletiram no aumento do índice de confiança do
consumidor, fazendo com que se comprasse mais, aponta o diretor de Marketing e Vendas da Gang e professor do curso de Administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul), Gildo Sibemberg. Influenciados pela boa situação de crédito e renda, dois segmentos do varejo se destacaram neste primeiro semestre no País: equipamentos de informática e escritório tiveram alta de 29%, e eletrodomésticos da linha branca, 13,2% nos dois primeiros meses de 2012 com relação ao mesmo período do ano passado. A estimativa é de que no acumulado do ano o primeiro setor cresça entre 15% e 20% e o segundo entre 12% e 15%, prevê Manfredini. Já os segmentos que tiveram desempenho abaixo do previsto foram os de combustíveis, devido à alta do petróleo, calçados, vestuário e tecidos, que teve crescimento negativo de 0,9%, devido à inflação muito acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e da alta do preço do algodão. Para Gildo Sibemberg, o primeiro semestre foi um pouco mais desafiador: “A demora na queda de temperaturas provocou uma demanda reprimida. O consumidor demorou a comprar para o inverno”. Nos meses de maio e abril, por exemplo, houve muita variação de clima e dias consideravelmente quentes para a estação. De acordo com ele, é difícil estimar o desempenho do vestuário, pois o setor sofre muita influência das contradições climáticas. Ele considera, no entanto, que, se não houver nenhuma grande
Foto: Reprodução
alteração no clima, o setor deve se recuperar ao longo do ano, em razão da chegada do inverno.
Expectativas para o segundo semestre As vendas do varejo deverão ter bom movimento no segundo semestre, seguindo o crescimento registrado nos últimos anos. Para Alexandre Englert Barbosa, economista-chefe do Sicredi, o
segmento é o que ostenta a melhor perspectiva para o período: “O crédito ainda em alta, a geração de emprego e a inflação ainda relativamente contida em 2012 devem dar suporte ao crescimento. O aumento das vendas também será reflexo das medidas de estímulo ao consumo, como a queda dos juros e queda de impostos em segmentos específicos, como a linha branca e veículos”. Os setores do comércio que obterão maior êxito serão eletroeletrônicos, mobiliário, informática e veículos, aponta o economista. Barbosa alerta que o ritmo das vendas pode não ser tão elevado quanto o registrado no primeiro semestre, pois a população está mais endividada e o preço dos importados tende a aumentar. Ele aconselha prudência: “Ainda estaremos em um período de cres-
cimento, entretanto, deveremos avaliá-lo como o de vacas-gordas. É neste momento que deve haver uma cautela, na medida em que boa parte dos estímulos oferecidos recentemente tem prazo para terminar. O endividamento das famílias vem subindo e a inflação poderá voltar a patamares mais elevados em 2013”. Sibemberg acredita que o segundo semestre do ano deverá ser mais vantajoso. “O verão é uma estação em que as pessoas ficam mais ativas e o consumo aumenta. É um período mais voltado para o vestuário, em razão do Natal e do valor do ticket médio do presente para a data (R$ 40). Além disso, o mercado está aquecido, há investimentos do eixo Rio-São Paulo, Rio Grande do Sul, além das novas configurações da poupança”, afirma. Ele
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aponta ainda a possibilidade de haver outras reduções na taxa Selic nos próximos seis meses, mas recomenda atenção ao comportamento do consumidor, seus hábitos e o que eles desejam. Manfredini, por sua vez, orienta para o cuidado com a administração da empresa, melhorando seus controles internos, sua produtividade e suas eficiências, “porque em uma depressão você tem como se sustentar para poder aproveitar os melhores períodos de crescimento”.
Inadimplência do consumidor O endividamento motivado por gastos com material escolar e impostos como IPTU e IPVA no mês de março provocaram a inadimplência do consumidor em abril.
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O indicador do Serasa Experian registrou a maior alta em dez anos, em comparação ao mês anterior: 4,8%. Com relação ao mesmo período o ano passado, o índice teve alta de 23,7%. As contas de cartões de crédito, lojas e prestadoras de serviço - telefonia, água e energia – foram as que mais contribuíram para esse resultado: 3,5%. O valor médio das dívidas não bancárias subiu 23,8% nos quatro primeiros meses e alcançou a média de R$ 386,70. De março para abril, a inadimplência das famílias voltou a subir, segundo o Banco Central (BC), que constatou alta da taxa em 0,2 ponto percentual para 7,6%, atingindo o mesmo nível do início do ano. Esse patamar é o maior desde dezembro de 2009, quando ficou em 7,7%.
Já a inadimplência das empresas permaneceu estável em 4,1%.
Vendas do varejo no Rio Grande do Sul De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, as vendas do comércio varejista no RS registraram elevação de 1,3% no mês de março frente a fevereiro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o volume real de vendas apresentou ampliação de 16,6%. Com o resultado de março, o varejo fechou o primeiro trimestre com crescimento real de 12,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior (para o Brasil, o crescimento foi de 10,3%), acelerando em relação aos 5,2% registrados no último trimestre de 2011.
Desenvolvimento Humano
Geração Milênio chega ao mercado de trabalho Domínio das tecnologias é a característica principal
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ma das principais dificuldades encontradas pelas empresas é selecionar um funcionário comprometido e que se dedique exclusivamente ao seu trabalho. A última geração de trabalhadores tem mudado essas características e, principalmente, a maneira com que o empresário lida com eles. Em busca de uma explicação e solução, a PricewaterhouseCoopers (PwC) realizou pesquisa que definiu esse grupo como “Geração Milênio”. Esse perfil de funcionário pretende revolucionar o mercado. Sua principal característica é o uso das tecnologias – o que fez com que as empresas se adaptem a um novo estilo gerencial e mudem a cultura corporativa. Ao mesmo tempo em que esse grupo avança muito tecnologicamente, ele está perdendo o contato pessoal. A maioria opta por contatar
Foto: Reprodução
os clientes por e-mail ou telefone. São raras as situações em que eles decidem tratar pessoalmente, o que distancia a empresa do público com o qual trabalha. Como exemplo de crescimento, essa geração já representa mais de 25% dos Estados Unidos e espera-se que até 2020 eles já estejam presentes em 50% do mercado. Para obter sucesso nos negócios, o empresário precisa selecionar bem qual o melhor funcionário e qual o perfil exigido. Uma das maiores dificuldades é gerenciar esse grupo. De acordo com a pesquisa da PwC, a Geração Milênio exige autonomia sobre quando, como e onde quer trabalhar. Ou seja, é preciso entender essa geração e entrar em um acordo para que as coisas aconteçam. O chefe deve ajudar o funcionário a crescer e sempre fornecer feedback. Esse grupo quer liberdade, quer aprender e, principalmente, avançar. Acontece que nem todos valorizam quando isso é oferecido. Apesar de serem independentes, esses empregados já não pensam em um todo como empresa. Antes de qualquer coisa, eles querem o seu próprio bem e crescimento. Por mais que essa geração esteja crescendo de forma significativa, é preciso lidar
Como esses jovens pensam n Querem subir rápido em uma empresa. n Desejam viajar a trabalho. n Para eles, desenvolvimento e equilíbrio são mais importantes que remuneração. n Pretendem trabalhar em várias empresas durante a vida. n Anseiam por aprender cada vez mais e serem reconhecidos. n Querem ser tratados de igual para igual.
com a integração entre os funcionários mais antigos. De acordo com a pesquisa, há desentendimentos no trabalho em relação à maneira com que cada um lida com situações diversas. Essas complicações geram desconfiança e comprometem o trabalho em equipe, o que acaba refletindo na produtividade e sobrevivência das organizações. Para o especialista em Recursos Humanos da Fecomércio-RS, Orian Kubaski, a diferença entre gerações de ontem e hoje sempre existiu, mas a integração é fundamental. “A relevância da integração entre gerações continua baseada no processo de transmissão de valores, cultura e conhecimento. Ou seja, a educação que é repassada de geração para geração. O sucesso requer alguns fundamentos indispensáveis como maturidade e tolerância da geração mais experiente e capacidade de compreender”, afirma. Segundo ele, as técnicas para obter sucesso são variadas. Como exemplo de curso, Kubaski afirma que o Coaching (prática em que as atuações do líder ajudam os liderados na busca do autodesenvolvimento) é o melhor método de capacitação para formação e desenvolvimento dos mais jovens. É preciso que as pessoas desenvolvam a capacidade de admirar e confiar em suas relações pessoais e profissionais. “Temos como exemplo de sucesso as sociedades orientais que cultivam a convivência harmoniosa entre as gerações, fazendo disso um grande diferencial competitivo, destacando-se nações como o Japão e a China”, exemplifica.
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Cultura
Informações
História preservada Programa Monumenta atua na conservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro Fotos: Divulgação
Museu da Comunicação, Cais do Porto e Memorial do RS fazem parte das obras do Monumenta
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ealizado em parceria entre os governos municipal e federal, o Programa Monumenta tem ajudado a preservar a história de 26 cidades brasileiras. Em Porto Alegre, delimitou uma área de 55 hectares no Centro Histórico, onde realiza restauração e recuperação de imóveis de valor histórico e cultural, como o Palácio Piratini, a Biblioteca Pública, o Museu da Comunicação Social Hipólito José da Costa,o Memorial do Rio Grande do Sul e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, além das praças da Matriz e da Alfândega. Conforme a coordenadora do programa na Capital gaúcha, arquiteta Briane Bica, atualmente estão em andamento obras na Pinacoteca Municipal Rubem Berta, na Igreja Nossa Senhora das Dores e no Antigo Hotel Nacional. O casarão da Avenida Duque de Caxias, 973, construído no final do século 19, está sendo restaurado para abrigar a Pinacoteca Ruben Berta, que acolherá coleção doada por Assis Chateaubriand à Prefeitura de Porto Alegre nos anos 1960. No imóvel foi realizada a restaura-
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ção da fachada frontal e da sacada. Também foram reconstruídos a cobertura, os entrepisos, as alvenarias internas, as esquadrias e as instalações hidráulicas, elétricas, de ar-condicionado e de prevenção de incêndio. A pedra fundamental da Igreja Nossa Senhora das Dores foi lançada em 1807, mas só foi concluída quase um século depois. As obras financiadas pelo programa restauraram o piso da nave, o telhado, a pintura da fachada e reformaram os sanitários (incluído sanitários para pessoas com deficiência), a rampa de acessibilidade universal e as esquadrias. Estão em fase de execução as obras das escadarias das torres e restauração do coro. O antigo Hotel Nacional, situado na Rua Sete de Setembro, 687/695, esquina com a Rua General João Manoel, 180/184, também está sendo restaurado pelo Monumenta. O imóvel que teve o projeto arquitetônico elaborado pelo italiano
n O Monumenta atua em 26 cidades: Alcântara (MA), Belém (PA), Cachoeira (BA), Congonhas (MG), Corumbá (MS), Diamantina (MG), Goiás (GO), Icó (CE), Laranjeiras (SE), Lençóis (BA), Manaus (AM), Mariana (MG), Natividade (TO), Oeiras (PI), Olinda (PE), Ouro Preto (MG), Pelotas (RS), Penedo (AL), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Cristóvão (SE), São Francisco do Sul (SC), São Paulo (SP), Serro (MG).
Augusto Sartori, em 1919. Na década de 1940, o hotel entrou em decadência e, em 1953, passou a abrigar um escritório de engenharia. Em 1991, um incêndio destruiu praticamente todo o prédio, restando apenas a torre de circulação e a fachada. Com a restauração, o imóvel passará a abrigar uma agência bancária no térreo e salas comerciais nos demais pavimentos. O programa, que conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e o apoio da Unesco, começou a ser executado em Porto Alegre em fevereiro de 2001, com orçamento de R$ 21 milhões. O primeiro imóvel restaurado foi o pórtico do cais do porto, junto ao lago Guaíba. Construído em 1919, ele foi reparado entre 2002 e 2003. Em 2010, a Capital contava com 30 obras, das quais 20 já haviam sido concluídas.
O que é o Monumenta? O Monumenta é um programa estratégico do Ministério da Cultura que atua em cidades históricas protegidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Realiza obras de restauração e recuperação dos bens tombados e edificações públicas e privadas, além de capacitar mão de obra especializada em restauro, formar agentes locais de cultura e turismo e promover atividades econômicas e programas educativos. O programa conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e o apoio da Unesco.
Polo Comercial
Pluralidade é a grande marca da Cidade Baixa Bairro tem comércio impulsionado por ser o preferido da boemia de Porto Alegre Fotos: Milton Moraes
Gatolândia: A loja atende consumidores de diversos estilos
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o anoitecer, bares, festas e bebida. De dia, vitrines, promoções e compras. O comércio na região começou em 1813, com a Olaria de João José de Oliveira Guimarães, o Joãozinho da Olaria. A rua, atualmente, é a General Lima e Silva, um dos pontos de destaque do varejo local. Outras vias importantes para o setor são João Pessoa, República e João Alfredo. Assim é a vida do bairro Cidade Baixa. Criado em dezembro de 1959, é o local preferido dos boêmios de Porto Alegre dada a grande quantidade de bares na região. Atualmente, possui cerca de 16,5 mil moradores em uma área de 2,1 quilômetros quadrados. O público atraído é morador de diferentes lugares da cidade, o que se reflete no comércio. A palavra “eclético”
balhando com arte há 26 anos, fala sobre fazer comércio em um bairro mais conhecido pelas festas. Destaca que por um lado o movimento é intenso, “não só de pessoas do bairro como também da Capital e da grande Porto Alegre”. Por outro lado, alguns frequentadores noturnos “não respeitam os comércios e depredam os estabelecimentos”, atesta. Ainda assim, Janete acredita que o serviço que propõe é uma combinação adequada com o bairro, pois a arte necessita de liberdade, e “a boemia faz com que as pessoas fiquem com uma mente mais aberta. O bairro é diferente e o trabalho que oferecemos também é diferenciado, logo casam”. Quanto à Copa do Mundo, Janete afirma ter visto mobilização para uma maior qualificação nos estabelecimentos do bairro: “muitos bares e restaurantes estão contratando pessoas que saibam mais de uma língua e oferecendo cursos de atendimento universal”. Acostumar-se com a diversidade de turistas, natural de uma Copa, no entanto, deve ser mais fácil para quem atende clientes de diferentes tribos e costumes. A Travessa dos Venezianos teve este nome por causa do grupo de carnaval que lá se abrigava. Hoje em dia, a identidade peculiar de todo o bairro permanece uma grande festa.
é a que melhor define a variedade de público. É o que diz Denise Terra, proprietária da Gatolândia Cat Shop. A loja fica na Venâncio Aires, e funciona apenas durante o dia, o que a mantém longe do “fervo dos bares e festas”. Ainda assim, ela nota que seus clientes são de diversos estilos e personalidades: “É bastante heterogêneo. Vai desde idosas até o pessoal da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (LGBT), bastante alternativo”, explica. Denise aponta o comércio do setor de estética e os mercados como grandes destaques do varejo da Cidade Baixa. Janete Monteiro Espíndola é uma das proprietárias da Emoldurarte. Tra- Diferencial da Emoldurarte é o trabalho artístico
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Responsabilidade Socioambiental
Como se tornar sustentável sem grandes investimentos? Ideias simples ajudam a reduzir custos e atrair clientes Foto: Reprodução
Ela acredita que é possível tornar-se sustentável sem grandes investimentos, através de ações que promovem a diminuição do desperdício, a reciclagem na loja, o cuidado com a comunidade e a preocupação com a origem dos produtos. Maria cita como exemplo de sustentabilidade a utilização de produtos à base de soja, como tintas e papel, e de plástico verde, usado em sacolas e embalagens plásticas. ”Para ser sustentável, o primeiro passo é buscar informações, participar de cursos e ter sempre em mente que o consumidor está cada vez mais exigente”, declara. O lojista também deve influenciar os seus fornecedores para que adotem práticas sustentáveis, como preocupar-se com a origem do produto e respeitar a legislação fiscal e trabalhista.
Sustentabilidade segundo micro e pequenas empresas
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interesse do consumidor por produtos e serviços economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos cresce a cada dia em todo o mundo. Para atrair esses consumidores e reduzir custos através da prática sustentável não são necessários grandes investimentos: o segredo está na inovação e na aplicação de ideias simples. Há um amplo espaço para os varejistas que adotarem a sustentabilidade como estratégia, pois o consumidor está cada vez mais exigente, desejando que os pro-
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dutos e serviços que consome contribuam positivamente para o seu bem-estar e para as futuras gerações do planeta. “Ele quer conhecer a origem dos produtos e está pronto para participar das mudanças necessárias, mas não quer fazer isso sozinho. Ele confia no varejo, que é percebido como um forte influenciador, pois tem uma presença física nos meios de comunicação”, afirma a coordenadora do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul), Maria Flávia Tavares.
No Brasil, o comportamento das micro e pequenas empresas (MPE) inclui coleta seletiva de lixo, controle de consumo de papel, de água, de energia e uso adequado de resíduos tóxicos, como solventes, produtos de limpeza e cartucho de tinta. Os dados compõem uma pesquisa realizada este ano pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) nos setores de comércio e serviços, indústria e construção civil, e agronegócios. De acordo com o estudo, 46% dos entrevistados reconhecem a questão ambiental como uma oportunidade de ganhos para a empresa. O percentual de empreendedores que demonstrou ter consciência de que as empresas que adotam medidas de preservação ambiental podem atrair mais clientes foi de 79%. Do total de entrevistados, apenas 13% consideram que ações para preservar o meio ambiente não estão relacionadas ao aumento da clientela.
Entidade
Empreendedorismo de alto impacto Organização aposta em inovação, gestão e estratégia Foto: Divulgação
Como empreendedores de alto impacto atuam no varejo “Quando o negócio cresce, o empreendedor sai da zona de conforto. Então é preciso aprender a controlar esse crescimento e expandir conhecimento sobre o próprio negócio”, afirma Forster. Para o coordenador do escritório de Porto Alegre, empresários de alto impacto podem inspirar outros varejistas a aprenderem estratégias de vendas e crescimento, identificarem oportunidades e repensarem o próprio negócio. “Nosso foco são os empreendedores que ‘sonham grande’, sem perder de vista os princípios éticos para agregar valor à sociedade”, afirma Rodrigo Teles.
Pioneirismo
Com sede no Tecnopuc, a Endeavor aposta no potencial das empresas gaúchas
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riada em 1997, por ex-alunos de Harvard, a Endeavor Initiative Inc é uma organização internacional, sem fins lucrativos, presente em 15 países, que promove o empreendedorismo de alto impacto. O coordenador da regional de Porto Alegre, Juliano Forster, explica que “empreendedor de alto impacto é o profissional apaixonado, comprometido eticamente e que se destaca pela inovação. “Ele revoluciona o meio em que atua, gera mais empregos, promove mobilidade social e distribuição de renda”, salienta. “Acreditamos que o empreendedorismo de alto impacto é o caminho para tornar o Brasil um país com mais oportunidades”, destaca Rodrigo
Teles, diretor-geral da Endeavor no Brasil. A organização promove a troca de conhecimento, experiência em gestão e estratégia e tem uma rede de mentores como Carlos Alberto Sicupira e Jorge Paulo Lemann, sócios da Anheuser-Busch InBev (ABInbev); Fábio Barbosa, CEO do Grupo Abril; Pedro Passos, sócio da Natura; e Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), entre outros. A entidade dá suporte a 55 empresas e 106 empreendedores brasileiros. Entre os parceiros, destacam-se Itaú, BBA, Visa, Insper, Ernest & Young Terco, Locaweb, Sebrae, Oi, Natura, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Máquina da Notícia.
A Endeavor promove, em parceria com o SEBRAE, uma versão da “Roundtable on Entrepeneurship Education (REE)”, organizada pela Universidade de Stanford. A entidade lidera no Brasil, a Semana Global do Empreendedorismo, e que ocorre simultaneamente em mais de 100 países, anualmente. O programa “Bota pra Fazer” faz parte de mais de 30 instituições de ensino públicas e privadas, como o Instituição de Ensino e Pesquisa (Insper), Fundação Getúlio Vargas (FGV), PUC-RS e Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).
No Rio Grande do Sul Inaugurada em abril, a unidade de Porto Alegre vai mapear empresas gaúchas com potencial para integrar o programa, com acesso a uma rede de 300 voluntários e mentores em todo o país. Os mantenedores são José Galló (Lojas Renner), Nelson Sirotsky (RBS) e Ricardo Vontobel (Vonpar).
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Conecs
Audiência Pública reagendada
1. Exclusão da cobrança do aluguel em dobro no mês de dezembro de cada ano. 2. Exclusão da cobrança de
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Participantes n O Conecs será representado na audiência pública pelo seu coordenador, Ronaldo Sielichow, Roque Pellizzaro Jr., Presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo advogado Fernando Piffer, da Associação de Lojistas de Campinas.
aluguéis progressivos e complementares. 3. Exclusão da taxa de transferência de locação. 4. Redução de multa de rescisão antecipada para três aluguéis. 5. Excluir a menção na Lei do Inquilinato que a exime de regulamentar as relações de comércio em shopping centers. A Audiência Pública na CDC estava prevista para o dia 27 de junho. Contudo, levantaram-se dois graves inconvenientes que impediram a realização. O deputado Roberto Santiago sofreu uma pancreatite e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio Libanês. Em virtude disso, a assessoria retirou da pauta todos os projetos de sua autoria e relatoria, o que inclui o Requerimento para a Audiência Pública. Outro ponto diz respeito às convenções partidárias, momento mais importante do período pré-eleitoral, que acontecem justamente na semana do dia 27. Diante disso, vários de-
putados reclamaram que não estariam presentes, e o deputado José Carlos Araújo solicitou o adiamento da audiência. A resolução da questão coube ao deputado José Severiano Chaves, presidente da comissão. Foi definida, junto à chefia de gabinete do deputado José Chaves, a remarcação da data da audiência para o dia 8 de agosto, primeira semana após o recesso parlamentar, quando vários projetos serão votados no Plenário. Assim como na primeira Audiência Pública, é esperado que os palestrantes mostrem-se, em sua maioria, favoráveis à aprovação do projeto. Desse modo, será possível sensibilizar os membros da Comissão em favor da causa. O CONECS vem se reunindo com os membros da CDC em vários momentos do ano. Com isso, fortaleceu-se a base de aliados para que a audiência possa trazer um acordo entre as partes e aprovar o PL. 7137/02 sem as alterações promovidas pelo seu relator, o deputado José Carlos Araújo. *Conteúdo produzido pela assessoria arlamentar do CONECS, em Brasília.
Conheça nossos estudos e pesquisas. Acesse: www.conecs.org.br Foto: Divulgação
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ue lojista de shopping center nunca sofreu com os abusos do seu contrato de locação? Infelizmente, a classe dos lojistas de shopping center não foi amparada pela Lei do Inquilinato (L. 8245/91). Isso, em virtude do Art. 54, que estabelece: “nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping center, prevalecerão as condições livremente pactuadas nos contratos de locação respectivos e as disposições procedimentais previstas nesta lei”. Com base nesse artigo os shoppings denominaram os seus contratos de “Contrato atípicos de locação”. Desse modo, passou a vigorar a Lei de Mercado, situação saudável em um caso de concorrência perfeita. Contudo, a Indústria de shopping center no Brasil é composta basicamente por cinco famílias e cerca de 10 grupos empresariais que, organizados por sua associação nacional – ABRASCE, submeteu os lojistas de shopping center a um contrato de locação padrão. Os pequenos e médios lojistas têm duas opções: aceitam as bases impostas nos instrumentos contratuais ou não entram nos shoppings. Para mudar esse quadro, há 10 anos, os lojistas se organizaram por meio do Conselho Nacional de Entidades do Comércio de Shopping Center (CONECS), com um trabalho de articulação e convencimento junto ao Congresso Nacional. Teve início o Projeto de Lei 7137 de 2002 que tramita na Comissão de Defesa do Consumidor (CDC). Assim, espera-se reequilibrar essa situação com os seguintes avanços:
Artigo * por José Roberto Resende
2012 - os desafios do varejo no ano das incertezas Foto: Divulgação
Ameaças e oportunidades fazem de 2012 um ano desafiador para os lojistas
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ertamente este será um ano dominado pelas incertezas, em que tudo pode acontecer. As previsões da maioria dos economistas são de que teremos um ano muito difícil, com baixo crescimento do PIB de 3 a 3,8% – se não acontecer problema mais grave no cenário global envolvendo a zona do Euro e a China. O importante é saber que esse crescimento não será homogêneo em todas as regiões e segmentos da economia. Provavelmente teremos o Nordeste, Centro-Oeste e Norte e o consumo da classe C crescendo em ritmo mais acelerado. Por outro lado, o Brasil entrou na crise com reservas recordes, a maior taxa de juros do mundo, renda e crédito em expansão (em ritmo menor) e um dos menores índices de desemprego da história. Além disso, o governo tem ainda um arsenal de medidas que pode adotar para acelerar a economia, como fez
recentemente com a redução do IPI para os produtos da linha branca. Essas medidas podem ser desde a baixa na taxa de juros, redução de compulsórios, estímulo a setores específicos da economia através de desoneração de impostos, entre outras. Resta saber se o governo terá sensibilidade e competência para fazer uma leitura correta do cenário e tomar as medidas adequadas no tempo certo.
n Realista (mais provável): O mercado global entra em leve recessão e o governo consegue implementar medidas adequadas e a economia cresce entre 3 a 3,8%. n Pessimista: A economia global entra em forte recessão, as medidas do governo não surtem efeito e o Brasil entra em leve recessão. Com esses cenários, mais do que um plano estratégico, precisamos é de uma administração estratégica, com monitoramento constante das variáveis de mercado e dos indicadores de desempenho da empresa. Assim, 2012 é um ano de ameaças, mas também um ano de oportunidades para as empresas que fizerem uma leitura correta das possibilidades, que agirem rapidamente e se anteciparem aos concorrentes ganhando, por consequência, consumidores e mercado.
n Planejar para multicenários - Em um ambiente carregado de incertezas, de difícil previsibilidade, o processo de planejamento torna-se muito mais complexo e necessário, obrigando os gestores a trabalharem com multicenários como:
n Estratégia: Além das variáveis econômicas, o varejo tem um grande desafio para 2012 que é a pressão dos custos decorrentes do efeito cascata do aumento do salário mínimo de 14% para janeiro, aluguéis, logística, TI, manutenção, etc. A tendência natural, se não forem tomadas as medidas adequadas, é que os custos aumentem mais do que as vendas e as margens de lucro reduzam em função das ações da concorrência pelo equilíbrio do caixa (principalmente se o cenário for negativo). Mais do que vender, a principal preocupação será recuperar e manter a rentabilidade.
n Otimista (pouco provável): O mercado global reage, o governo toma medidas adequadas e a economia cresce acima 5%.
*resende@shoppingbrasil.com.br Diretor da empresa especializada em inteligência de mercado com foco no monitoramento do varejo Shopping Brasil
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Galeria Sindilojas
Fotos: Divulgação Sindilojas Porto Alegre
1 - Tulio Zamin e Ronaldo Sielichow 2 - José Fortunati e Ronaldo Sielichow
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Legado da Copa 2014 Foto: Edison Castêncio
Projeto de revitalização do calçadão da Rua da Praia, no Centro Histórico da Capital
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3 - O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e o presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, participaram do evento que abordou os benefícios da Copa 2014 para o RS
Visita de benchmarking do Sinepe/RS
Reunião da Diretoria
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5 4 - Osvino Toillier, presidente do Sinepe/RS, Márcio Allegretti, superintendente do Sindilojas POA, e equipe
Sindilojas Porto Alegre recebe Danilo Ucha
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6 - Ronaldo Sielichow, o jornalista Danilo Ucha e Paulo Penna Rey
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5 - José Tadeu Jacoby, Ronaldo Sielichow, João Alberto Vieira e João Rodrigues 7 - Paulo Sérgio Pinto e Ronaldo Sielichow
No dia 12 de junho, o Sindilojas Porto Alegre recebeu em sua Reunião de Diretoria o vice-presidente da Rede Pampa de Comunicação, Paulo Sérgio Pinto, o presidente da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs), João Alberto Vieira, bem como o secretário-geral da Junta, José Tadeu Jacoby.
Aniversário do Jornal do Comércio
8 - Eva Sopher e Ronaldo Sielichow
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9 9 - Ronaldo Sielichow e Mércio Tumelero
Artigo * por Flávio Obino Filho
Cuidados com os intervalos na jornada de trabalho A
duração do trabalho ocupa capítulo próprio na legislação trabalhista consolidada. Neste artigo examinaremos os períodos de descanso intrajornada, lembrando que entre duas jornadas de trabalho sempre haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso. Quando a duração do trabalho for superior a seis horas, o empregador está obrigado a conceder um intervalo para repouso ou alimentação de no mínimo uma hora e, salvo acordo escrito ou ajuste coletivo em sentido contrário, não poderá exceder de duas horas. Nas jornadas que não excederem de seis horas e ultrapassarem de quatro será obrigatória a concessão de um intervalo de quinze minutos. Esses dois intervalos não se somam. Assim, se a jornada for de oito horas e o empregado trabalhar em um primeiro turno de três horas, gozar uma hora de intervalo e laborar por mais cinco horas, não terá direito a um intervalo de quinze minutos no segundo turno porque trabalhou mais do que quatro horas seguidas. Existem, ainda, repousos e paradas específicos para algumas atividades previstos na CLT e em normas regulamentares que deverão ser observados pelo empregador. O limite mínimo de uma hora de descanso poderá ser reduzido por ato do Ministério do Trabalho. Na vigência da atual carta constitucional passaram a ser comuns cláusulas
em ajustes coletivos prevendo intervalo inferior a uma hora mesmo sem a autorização do Ministério do Trabalho. Esses ajustes eram firmados com base no princípio constitucional que garante o reconhecimento às negociações coletivas de trabalho. A Justiça do Trabalho, em um primeiro momento, admitiu esse tipo de ajuste. Hoje, contudo, a posição majoritária é em sentido contrário e está cristalizada na OJ nº 342, que entende inválida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução de intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública infenso à negociação coletiva. De outra parte, os intervalos de descanso não são computados na duração do trabalho e quando não forem respeitados o empregador ficará obrigado a pagar o período correspondente com acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre a remuneração da hora normal de trabalho. Essa regra foi introduzida pela Lei nº 8.923/94. A leitura do dispositivo poderia conduzir à conclusão de que se o intervalo é de uma hora e o empregado goza de 57 minutos, os três minutos desrespeitados pelo empregador seriam pagos com o adicional. Não é esse o entendimento da Justiça do Trabalho. Por mais ilógico que possa parecer, no exemplo acima, o empregador será penali-
zado com o pagamento do período integral de intervalo não gozado – uma hora – acrescido de no mínimo 50%. Nesse caso, os três minutos, na prática, serão remunerados com acréscimo de 30 (trinta) vezes. O entendimento do Tribunal Superior do Trabalho está previsto na OJ nº 307 nos seguintes termos: “Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento total do período correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho” (art. 71 da CLT). Lembramos, ainda, que os intervalos intrajornada poderão ser pré-assinalados nos registros de horário, ou seja, não há a necessidade de registro do horário de início e final do intervalo. O próprio MTE reconhece a legalidade da pré-assinalação do horário de intervalo, através da Portaria n°3.626/91. No mesmo sentido, a jurisprudência trabalhista majoritária reconhece a validade do documento pré-assinalado como prova, transferindo ao empregado o ônus de desconstituir o documento. Registramos, por fim, que o trabalhador sempre poderá, em reclamatória trabalhista, desconstituir a prova do horário descrito no cartão através de prova testemunhal. A desconstituição da prova documental é própria do direito do trabalho, no qual vigora o princípio da primazia da realidade. Os fatos sempre prevalecem diante da realidade documental. Nesse cenário, a desconstituição dos cartões-ponto com intervalo pré-assinalado exige uma prova testemunhal menos robusta do que nos casos de intervalos especificamente registrados, com variações de horário. *obino@obinoadvogados.com.br *Sócio de Flávio Obino Fº Advogados Associados
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Foto: Vinicius Ghise
PGQP debate Sustentabilidade Plena no Congresso Internacional da Gestão Entidades e Prefeitura Municipal contam, inclusive, com o apoio especial do Papai Noel
Sindinews Brilha Porto Alegre em dezembro Parceria entre Sindilojas Porto Alegre e CDL da Capital resultou no projeto “Brilha Porto Alegre”, que quer estimular o espírito natalino nos porto-alegrenses, com decoração e iluminação da cidade. A iniciativa foi apresentada ao prefeito José Fortunati, no dia 18 de junho, pelos presidentes das duas entidades, Ronaldo Sielichow e Gustavo
Schifino, respectivamente. A promoção será aberta à comunidade e prevê premiações para os estabelecimentos mais criativos na decoração. “Esse projeto contribui para atrair turistas e tornar a Capital mais atrativa no período de maior importância para o comércio”, acrescentou Ronaldo Sielichow, presidente do Sindilojas Porto Alegre.
Termômetro do Varejo Segundo o Termômetro do Varejo, índice de faturamento mensal divulgado pelo Sindilojas Porto Alegre, em maio os setores de materiais de construção e vestuário apresentaram crescimento de 6,45% e 1,73% respectivamente. Os índices são relativos ao mesmo período do ano passado. Os lojistas associados ao Sindicato podem acessar os dados completos na Central do Associado, em sindilojaspoa.com.br.
Entidade sugere melhorias ao poder público Em 12 de junho, o Sindilojas Porto Alegre integrou o painel “Posturas Municipais Relacionadas ao Desenvolvimento do Comércio”, realizado pela Comissão Especial da Câmara Municipal. O superintendente do Sindicato, Marcio Allegretti, destacou as dificuldades dos lojistas na cidade. Ele sugeriu apoio técnico para adequação das fachadas das lojas. “A sobrevivência do comércio de rua depende da visibilidade da loja”, afirmou. Ele reivindicou mais disponibilidade de
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espaços publicitários no mobiliário urbano, com tabela diferenciada para os pequenos lojistas. Allegretti sugeriu a padronização da calçada da Rua da Praia, entre a Praça da Alfândega e a Marechal Floriano, e mais integração entre secretarias e departamentos municipais para consertos no calçamento, além de maior disponibilidade de vagas de estacionamento para clientes dos estabelecimentos de rua, e a criação de estacionamentos subterrâneos no Centro Histórico.
Nos dias 16 e 17 de julho, o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) promove o 13° Congresso Internacional da Gestão com o tema “Sustentabilidade Plena – Gestão Global, Conhecimento e Ações Inteligentes”. O evento marca o 20º aniversário do PGQP e ocorre na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre. Compõem a programação: Feira Conhecimento da Gestão e Resultados, cursos, workshops, visitas técnicas, oportunidades de negócios e Prêmio Qualidade/RS. O Sindilojas Porto Alegre concorre ao Troféu Bronze no prêmio.
Capital gaúcha vence Dia do Desafio 2012 Porto Alegre superou Guarulhos no Dia do Desafio 2012 ao registrar participação de 46,55% dos habitantes, enquanto a cidade paulista mobilizou 31,39% da população. Os colaboradores do Sindilojas Porto Alegre participaram da atividade através da prática de ginástica laboral e de alongamento. Realizado em 30 de maio, o Dia do Desafio propõe que as pessoas interrompam suas atividades rotineiras e pratiquem, por pelo menos 15 minutos consecutivos, qualquer tipo de atividade física. A ação acontece em forma de competição entre duas cidades.
Fotos: Divulgação Sindilojas Porto Alegre
Novas Associadas
Prédio da Capital será restaurado para sediar a Casa dos Conselhos
Conselhos municipais terão sede própria O presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, acompanhou a assinatura, pelo prefeito José Fortunati, do edital de licitação para restauração do prédio onde funcionará a Casa dos Conselhos, localizado na esquina das avenidas João Pessoa e Venâncio Aires. Primeiramente, o município investirá R$ 540 mil para restauração completa do prédio cedido
pelo governo estadual, tombado pelo patrimônio histórico cultural. Após a contratação por meio de licitação, a obra tem prazo de duração estimado em nove meses. Na segunda fase do projeto, será construído um novo prédio nos fundos do terreno, em um convênio entre prefeitura e governo do Estado, com espaços para cada conselho. O município conta com 25 conselhos.
Agende-se e participe! Datas - Julho 02 a 06 09 a 12 18 16 a 19
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Datas - Agosto 06 a 09 13 a 16 20 a 23
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Turno Noite Noite Noite
Lojistas associados e seus colaboradores podem realizar inscrições pelo e-mail cursos@sindilojaspoa.com.br ou pelo telefone 3025.8300.
n Anna Bardot – Avenida Cristóvão Colombo, 545/Loja 1215 – Floresta n Bonneterie Tricot – Avenida João Wallig, 1800/Loja 153 - Passo da Areia n Boutique No – Avenida Assis Brasil, 164/Loja 74 - Passo das Pedras n Brasul Medy – Avenida Érico Veríssimo, 720/Sala 501 – Menino Deus n Cia da Prata – Rua Vigário José Inácio, 371/Loja 48 – Centro Histórico n Ilha do Algodão – Rua Irmão José Otão, 558 – Bom Fim n Punto di Mobili Ambientes Planejados – Rua Caju, 28/Loja 1002 – Petrópolis n Redemac – Avenida Plínio Kroeff, 2000 – Rubem Berta; n Ring Lovers – Avenida Praia de Belas, 1181/2º andar – Praia de Belas n Tresmarias Joias e Acessórios – Rua Dom Pedro II, 1301/Loja 01 – São João n Tudo Alegria - Avenida Cristóvão Colombo, 1908 – Floresta n Tustari – Avenida Túlio de Rose, 80/ Loja 136 – Passo da Areia
Parceria prevê revitalização do calçadão da Rua da Praia O projeto executivo para a revitalização da Rua dos Andradas, entre as ruas General Câmara e Marechal Floriano Peixoto, no Centro Histórico, foi formalizado pelo Sindilojas Porto Alegre, Prefeitura Municipal, Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul (Asbancos) e outras entidades no dia 24 de maio. O projeto compreende a reestruturação do piso e da rede subterrânea de serviços como água, esgoto, energia e rede lógica do calçadão. Para o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, a iniciativa será um marco importante na revitalização do Centro Histórico: “A Rua dos Andradas é um dos pontos com maior circulação de público em todo o Rio Grande do Sul. Com a renovação, todo o comércio do Bairro será beneficiado”.
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Associadas
SulCenter: atenção com o custo-benefício
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ensar no equilíbrio entre bom preço e qualidade do produto é um constante desafio que se propõe a SulCenter. É o que diz o gerente Administrativo da loja de vestuário, Leonel Gomes da Silva. O conglomerado com origens em Curitiba existe há 19 anos, e chegou a Porto Alegre há cinco. Trabalhar com o setor de vestuário é lidar com moda e tendências que ditam o gosto do consumidor. Para Silva, é necessário sempre estar atento a esses novos rumos: “temos de estar atentos às tendên-
cias de época e estação. A necessidade de atualização é constante”, afirma. Além disso, a preocupação com custos acessíveis sem esquecer o bom gosto, acredita o gerente, é o que fez a rede de lojas ter sucesso: “Já diz o nosso slogan: o barato que virou moda. Estamos sempre buscando este balanço”, ressalta. A SulCenter é parceira do Sindilojas Porto Alegre desde que chegou à Capital, em 2007. O gerente destaca, entre as vantagens oferecidas pelo Sindicato, as boas
Arte com Ferro: para as peculiaridades do dia a dia
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início em São Paulo como revendedor de peças pré-fabricadas foi o despertar para a necessidade de algo mais específico. É o que fala Carlos Tadeu de Gino, proprietário da Arte com Ferro. Dedicada há dez anos às soluções customizadas em metais, a loja nasceu com o pensamento de se adequar a um nicho cujos problemas não são resolvidos por fórmulas prontas. “A atenção com a customização é o norte do nosso trabalho”, destaca
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de Gino. Além disso, a qualidade no atendimento e o cumprimento dos prazos são as “grandes causas de nosso crescimento no mercado”, afirma o proprietário. A parceria com o Sindilojas Porto Alegre surgiu há pouco tempo: apenas cinco meses. Entretanto, já conhecem os benefícios que a entidade dispõe. Segundo o proprietário da Arte com Ferro, o Sindicato oferece uma “retaguarda importante para o micro e pequeno empresário”.
Foto: Milton Moraes
A loja alia baixo preço e qualidade nos produtos informações de mercado passadas e a assistência prestada pelo setor jurídico aos lojistas. Silva exalta o suporte que é dado pelo Sindicato aos empreendedores do setor: “Este apoio é bastante benéfico no sentido de crescimento dentro do mercado”, destaca. Para mais informações sobre a SulCenter, o endereço eletrônico é www.sulcenterfashion.com.br. Foto: Divulgação
Há dez anos a loja traz soluções customizadas em metal Os destaques, de acordo com de Gino, estão no marketing e na qualificação profissional via cursos e palestras:“são coisas que às vezes o lojista não tem a condição de adquirir sozinho, então, a ajuda é importante”, ressalta. Para mais informações, acesse o site www.artecomferro.com.br.
Para participar desta editoria, as associadas podem manifestar interesse pelo email imprensa@sindilojaspoa.com.br