Nº 25 ABRIL/2010
Conexão Varejo
abril I 2010
Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre e Alvorada/RS
Especial
Copa do Mundo: O varejo entra em campo. Entrevista Arcione Piva fala dos novos desafios frente à Acomac.
Tributos Aumento do SAT pode ser questionado na Justiça.
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Expediente Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre e Alvorada/RS Sindilojas POA - Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123
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Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre e Alvorada/RS (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor: www.sindilojaspoa.com.br conexao@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025.8324 Conselho Editorial – Sindilojas POA Coordenador: Paulo Penna Rey Assessoria de Comunicação e Marketing Coordenadora de Marketing: Karin Souza Uffizi Consultoria em Comunicação: Almir Freitas e Betina Barreras Insider2 Comunicações: Beti Sefrin Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Betina Barreras Redatoras: Betina Barreras, Karen Viscardi e Luisa Kalil Colaboradores: Eduardo Plastina e Flávio Obino Filho Projeto Gráfico: Gabriela Dias Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich e Michael Melchiors Impressão: Pallotti Tiragem: 10 mil exemplares Revisão: Fabiano Bruno Gonçalves Comercialização: Uffizi Consultoria em Comunicação Fone: (51) 3330.6636 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
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mercado Contagem regressiva para o Dia das Mães. desenvolvimento humano Como é o candidato ideal para a sua empresa? relação trabalhista Trabalho aos domingos em Porto Alegre (parte 1). associação Acial trabalha para o fortalecimento do varejo em Alvorada. finanças Os impactos do aumento nos fretes para o comércio. tributos Aumento do SAT pode ser questionado na Justiça. gestão Como gerenciar os altos custos de seu negócio. especial O Varejo de Porto Alegre está pronto para torcer pelo Brasil na Copa do Mundo 2010. entidade Sindilojas preside o Conecs. copa da minha vida Os jornalistas David Coimbra e Hiltor Mombach contam suas experiências em coberturas do mundial. entrevista Arcione Piva conta um pouco de sua trajetória e fala sobre os novos desafios. responsabilidade socioambiental Embalagens conscientes. A redução do uso de sacolas plásticas. associadas Cioccari Sport e Ostyn Moda Masculina. sindinews Notícias e informações do setor varejista.
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opinião O Sindilojas POA faz a sua parte.
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Sumário
Opinião
* por Ronaldo Sielichow
O Sindilojas POA faz a sua parte Entidade atua na construção de um futuro para o varejo nacional.
P
ara atuar efetivamente em favor dos empresários locais, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre tem se envolvido cada vez mais em discussões
de âmbito nacional, debatendo os interesses do setor em diferentes esferas dos poderes público e privado. A entidade preside agora o Conselho Nacional de Entidades do Comér-
cio em Shoppings Centers (Conecs). Como principal desafio, teremos a busca pela harmonia na relação entre varejistas essa será apenas uma de nossas missões ao longo de 2010. Outra questão, ainda mais abrangente, absorve nossos es-
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forços no momento: a permanência da redução do IPI para o
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e administradores dos empreendimentos. Apesar de árdua,
setor de Material de Construção Civil, um importante polo da economia nacional. O incentivo concedido pelo governo em abril de 2009 foi estendido até dezembro deste ano. Festejamos, mas queremos ainda mais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até março do ano passado, os números do setor estavam negativos. Com isso, de janeiro a maio, o faturamento das indústrias de material de construção caiu 16,10% em relação ao mesmo período de 2008. Com a suspensão da redução, corremos o risco de cessar o movimento de retomada comemorado até então por empresários e trabalhadores. Em março, ainda, o Sindilojas POA, representando seus associados, expediu uma carta aos deputados em Brasília manifestando suas considerações em defesa da prorrogação da redução do IPI para materiais de construção e móveis, que incide sobre os insumos comercializados pelo setor. O documento reforçava os reflexos positivos da manutenção da medida e sua contribuição para o impulso do consumo e aumento nas vendas do comércio, incentivando a construção civil e principalmente sua capacidade de gerar empregos diretos. Comemoramos nossa vitória parcial quando foi confirmada a redução em caráter definitivo para os produtores de móveis. Mas a batalha ainda não está ganha.
Participei, como presidente da Entidade, dos debates a favor da construção civil em um almoço com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante a 18ª Feira Internacional da Indústria da Construção (FEICON), em São Paulo, na primeira semana de abril. Na ocasião, Mantega já acenou com a possibilidade, que agora se confirma, da prorrogação e diversas entidades ligadas ao setor reafirmaram a importância da manutenção do benefício, a exemplo do que aconteceu com o segmento moveleiro. A desoneração do setor de móveis, que também foi favorecido pelas medidas do Governo em 2009, manteve-se parcialmente depois de um ano de isenção. Entre os itens beneficiados pela recomposição parcial – porém definitiva – do IPI, estão móveis estofados e placas laminadas de madeira, que antes do período de isenção eram taxados em 10%. Agora, o índice é de 5%, uniformizando o imposto para os produtos do setor moveleiro e de painéis. No caso do segmento da construção civil, festejamos a prorrogação do benefício até dezembro – certamente é uma vitória –, mas a perpetuação do índice atual, além de garantir a sobrevivência das mais de 122 mil empresas do setor e cerca de 1,5 milhão de empregados – segundo dados de 2002, último levantamento disponível do IBGE –, a medida permitirá a manutenção de projetos divulgados como prioritários pelo Governo Federal, como o Minha Casa Minha Vida, que acenou com a possibilidade da casa própria para um milhão de famílias brasileiras. Queremos apenas fazer nossa parte. *Presidente do Sindilojas POA e Alvorada
Mercado
O Dia das Mães está próximo Uma das datas mais movimentadas no calendário varejista, o Dia das Mães traz boas expectativas depois de um 2009 marcado pela crise.
S
er mãe é dedicar-se a uma vida (ou mais) a vida toda. O dia inteiro, o ano todo. Por isso, não é à toa que elas merecem uma data especial. De acordo com o
calendário varejista, o Dia das Mães é uma das comemorações mais movimentadas do ano depois do Natal. Comemorado sempre no segundo domingo de maio, as lojas se organizam para atrair os olhares de quem realmente compra nesta data: os filhos. nio Belotto, a figura do pai entra em cena na hora de pagar
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De acordo com o sócio da Astratto Jóias, Marco Antoo presente quando os filhos ainda são crianças. De qualquer
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forma, a homenagem sempre fica por conta dos “pequenos”, não importa a idade. Na lista de presentes entram flores, joias, roupas, acessórios, artigos de perfumaria, eletroeletrônicos, objetos de decoração ou utensílios para a casa. Cada mãe tem um perfil e a dica é seguir o mesmo à risca, o que diminui as chances de errar na hora de decidir a compra.
primeiro semestre de 2009.
“No segmento de joias, as correntes com pingentes de
De acordo com a empresária e franqueada da O Boticá-
coração ou com com fotos da mãe são os mais solicitados”,
rio Cristina Christo, o Dia das Mães é uma das datas mais
afirma Belotto, lembrando que o ticket médio investido nes-
importantes para a rede, “pois atinge diretamente o público
te setor é em torno de R$ 300. Contudo, ele destaca que o
feminino e a figura daquela pessoa que é nosso tesouro
mercado de joalherias tem um movimento ainda maior no
mais valioso”. Desta forma, a marca aproveita a época para
Dia dos Namorados, pois “nenhum presente é mais român-
trabalhar com o lançamento de produtos, garantindo o oti-
tico que uma joia”. Ainda assim, ele garante que o atendi-
mismo nas vendas. Este ano, um dos artigos mais solicitados
mento personalizado e o preparo do estoque com artigos
nas lojas da rede, o perfume Floratta, ganhará três novas
de valor acessível é o que realmente faz a diferença na hora
versões. Entre as novidades, também estão a linha Tesouros,
de conferir os resultados das vendas.
com seis produtos exclusivos, e mais cinco opções de esto-
“Acredito que neste ano teremos um crescimento de
jos e acessórios.
15% a 20%, recuperando os números de 2008”, prevê o em-
Não importa o tipo de mãe: modernas, clássicas, des-
presário, em referência à mesma data em 2009, que teve
coladas. Mãe de família, mãe de coração, mãe de primeira
uma queda de 30% nas vendas como consequência da crise
viagem ou, ainda, mães de mães: o mercado tem espaço re-
financeira mundial, que se alastrou em outubro do ano re-
servado para todas. Com certeza, opções de presentes não
trasado e prejudicou boa parte do comércio, em especial no
faltam.
Desenvolvimento Humano
Características pessoais são determinantes Perfil do candidato a uma vaga de trabalho deve preponderar à experiência.
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A
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análise das características pessoais é o critério que
se o cargo for de vendedor ou outro em que a pessoa trate
deve predominar em um processo de recrutamen-
diretamente com o público.
to, independente de a pessoa ser experiente ou
Claro que um passado brilhante por outras companhias
ser novata na área pretendida ou mesmo no mercado de
deve contar pontos; afinal, através das referências anteriores,
trabalho. Avaliar o candidato por suas atitudes, iniciativas e
é possível ter uma percepção melhor da personalidade e das
conduta ética pode evitar muitas dores de cabeça em quem
capacidades de determinado candidato. “Deve-se levar em
contrata. A seleção por valores pessoais vem ganhando adep-
consideração o motivo da saída de outro emprego”, ensina
tos nas grandes empresas e o mercado começa a ficar atento
a psicóloga. Se foi em busca de novos desafios ou uma com-
a essa tendência.
pensação salarial maior, ponto para ela. Se houve problemas
“É mais fácil treinar questões técnicas em uma pessoa,
de relacionamento ou outras questões de conduta, é preciso
mesmo sem experiência, se ela tiver a capacidade de se adap-
atenção. Se a pessoa ficou dez anos em uma empresa, por
tar a mudanças, mostrar vontade de aprender, tiver iniciativa
exemplo, é preciso avaliar se o profissional ficou no mesmo
e capacidade para seguir normas e a política da empresa”,
cargo o tempo todo, o que pode indicar acomodação, ou se
considera a psicóloga Cristiane Steigleder, diretora dos gru-
foi promovido.
pos de estudos da Associação Brasileira de Recursos Huma-
É na entrevista que a personalidade pode se mostrar.
nos no Rio Grande do Sul (ABRH-RS). Outro aspecto a ser
Como essa etapa do recrutamento é fundamental, o lojista
levado em consideração é se a pessoa é resiliente, ou seja, se
deve buscar um especialista em seleção de pessoal ou buscar
tem a capacidade de enfrentar momentos difíceis e depois
informações sobre técnicas de entrevista para se capacitar.
retomar rapidamente a motivação e o ritmo de trabalho.
“Na entrevista, a pessoa vai mostrar somente os pontos de
Ela explica que tradicionalmente as empresas colocam como requisito básico um currículo consistente. “As organizações se focam no passado do candidato, se passou por empresas estruturadas, se o tempo de permanência foi adequado, etc. Depois, avaliam se a formação acadêmica e profissionalizante é adequada ao cargo, se o pretendente à vaga tem Ensino Médio ou Superior, se fez um curso profissionalizante na área da vaga de trabalho e se domina outro idioma. Por último, enxergam as características pessoais. Esse sistema deveria ser invertido”, ressalta Cristiane. Ter jogo de cintura, estabilidade emocional e saber lidar com problemas são questões que influenciam no dia-a-dia de uma empresa, incluindo as do comércio varejista. Ainda mais
força, mas é preciso perceber os pontos frágeis, também chamados de lado sombra”, diz Cristiane. A capacidade de adaptação independe da idade
FOTO: MILTON MORAES
Relação Trabalhista * Flávio Obino Filho
Liberdade de Horário – Duas Décadas de Lutas (Parte I)
O
título do presente artigo provavelmente não faz jus-
lho, ouvi do Ministro Pazzianotto, já integrante do TST (órgão
tiça a história do SINDILOJAS.A entidade, bem antes
que depois presidiu), que o Estado não deveria se intrometer em assuntos relacionados com o horário de funcionamento do comércio, sendo a matéria própria de negociação coletiva. Não
desta batalha nas últimas duas décadas representando o SINDI-
perdi a oportunidade. Após referir que tinha anotado a sua afirmação de não in-
dando a trilhar estratégias para o enfrentamento da questão. Esta
tervenção do Poder Público no assunto, provocativamente per-
história precisa ser contada. Não costumo escrever na primeira
guntei como ele justificava, que ao assumir o cargo de Ministro
pessoa, mas neste caso abro uma exceção e encaro este desafio.
do Trabalho, um de seus primeiros atos foi o de revogação do
O relato ocupará edições da nossa Revista Conexão Varejo.
diploma legal que permitia o ajuste de trabalho em domingos e
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Durante a década de 80, ainda frequentando o Colégio
feriados através da negociação coletiva que agora defendia. Pa-
Anchieta, acompanhei as atividades do meu pai, advogado do
zzianotto, visivelmente constrangido perante a platéia, contou
SINDILOJAS, auxiliando a entidade na luta para garantir o fun-
que logo após a posse, quando de uma visita ao Presidente-eleito
cionamento do comércio nos sábados à tarde em Porto Alegre.
Tancredo Neves no hospital em que estava internado, ocasião em
Hoje se nos afigura absurdo o chamado “sábado inglês”, sendo
que acompanhava o Presidente Sarney, foram eles cercados por
inimaginável um cenário de lojas de portas fechadas nas tardes
líderes comerciários e representantes da Igreja Católica, que leva-
de sábado. Nos anos 80, contudo, a proposta de limitação de
ram o assunto ao conhecimento do presidente dizendo que havia
trabalho aos sábados esteve por diversas vezes na pauta da
um compromisso de Tancredo Neves de revogação do decreto.
Câmara de Vereadores. Em votações apertadas o interesse de
Naquele ambiente de comoção, em que as esperanças de
lojistas e da sociedade foi preservado, sendo as propostas re-
sobrevivência se misturavam com a fé dos católicos brasileiros,
chaçadas. Naquelas mobilizações já são encontradas as digitais
o Presidente Sarney se comprometeu em revogar o decreto, o
do SINDILOJAS.
que foi feito... Se a versão corresponde aos fatos e se os fatos
Neste cenário, ainda na condição de acadêmico de Direito,
justificam o ato, cabe a sociedade julgar, o certo, contudo, é que
mas já integrando a consultoria jurídica do SINDILOJAS, aplaudi
a revogação do decreto postergou por quase uma década o fun-
a edição pelo Presidente João Figueiredo em 12 de março de
cionamento regular das lojas aos domingos.
1985, no apagar das luzes de seu Governo, de Decreto auto-
Nos anos finais da década de 80, à época já coordenando
rizando o funcionamento do comércio varejista em geral aos
o Grupo de sindicatos patronais nas negociações coletivas do
domingos e feriados, condicionado à celebração de acordo co-
comércio de Porto Alegre, participei de várias reuniões em que
letivo de trabalho.
o SINDILOJAS encaminhou proposta de inclusão na convenção
O Decreto n. 91.100/85 teve vida curta. No dia 20 de março,
coletiva de trabalho de cláusula autorizando o comércio nos do-
oito dias depois da sua edição e cinco depois da mudança do
mingos de dezembro com a utilização de empregados, em que
Governo, foi revogado constituindo uma das primeiras medidas
pese a ausência de lei que autorizasse o funcionamento. O sindi-
do Governo Sarney. O Decreto revogador também foi assinado
cato dos comerciários rechaçou todas as nossas tentativas.
pelo Ministro do Trabalho Almir Pazzianotto. Anos mais tarde, em um seminário sobre direito do traba-
*Advogado do escritório Flávio Obino Fº Advogados Associados
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LOJAS em processos judiciais, participando de reuniões e aju-
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de 1990, já estava à frente das lutas dos lojistas pela
liberdade de horário. O título tem um viés egoísta, pois participei
Associação
Acial atua com ênfase no desenvolvimento Entidade é protagonista de ações políticas e sociais e de fomento econômico.
A
Associação Comercial e Industrial de Alvorada (Acial) tem um papel protagonista no desenvolvimento econômico e social da região. Faz da premissa de de-
fender o setor produtivo sua missão e, para isso, atua junto à Prefeitura e entidades como o Sindilojas e Fiergs. Entre os desafios, está qualificar os negócios e retirar de
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Alvorada a posição negativa de cidade com a menor renda per
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capita do Estado: R$ 3.973,00. De acordo com o presidente da
Acial é parceira do Sindilojas de Alvorada
Acial, Celso Freire de Carvalhaes, é papel da entidade trabalhar
dicato dos Trabalhadores, avalia Carvalhaes, destacando que
junto ao poder público para o progresso da cidade.
dessa forma o comércio de Alvorada poderá ser mais atuante
Como exemplo das ações vitoriosas recentes junto à administração municipal, Carvalhaes destaca a posição contrária à
e integrado. Além disso, com a união, os empresários terão a oportunidade de participar de eventos comuns.
instalação de um presídio na cidade e a alteração no Plano Di-
Para a Acial, o crescimento industrial precisa estar ligado
retor. A proposta, aprovada na Câmara Municipal, destinou um
à formação de pessoas. Entre os projetos, está em fase final o
terço da cidade para o desenvolvimento: um total de 2.356,39
planejamento de cursos nas áreas de vendas, financeiro, qua-
hectares exclusivos a indústrias.
lidade, materiais, Recursos Humanos e outros direcionados
Como forma de definir a vocação de Alvorada e ocupar a
diretamente a segmentos específicos, por exemplo, o comér-
área do distrito industrial, a entidade dará prosseguimento ao
cio. “Buscamos a formação de novos empresários e a troca
projeto de Geração de Emprego e Renda juntamente com a
de experiências entre as empresas.”
Fiergs. O dirigente cita os setores de móveis, reciclagem, têxtil
Além disso, a Acial conta com um escritório que presta
e metalúrgico como potenciais geradores de emprego, o que
orientação aos empresários e que abriga serviços como o
servirá de argumento para a criação de escolas técnicas.
SPC, Comitê Regional da Qualidade de Alvorada e Parceiros
Com o crescimento industrial, Carvalhaes confia que o co-
Voluntários – auxílio a entidades assistenciais.
mércio e serviços terão bons resultados, o que irá se refletir
Nos eventos promovidos pela entidade, destacam-se o
no atendimento à população, já que a prefeitura terá condi-
Acial Convida, Acial Qualifica e café da manhã, todos reali-
ções de investir mais por arrecadar mais. “Entendemos que
zados mensalmente. Também é organizado um evento anual
em Alvorada o desenvolvimento industrial é um dos grandes
com um palestrante de renome e ações de apoio a promo-
gargalos para mudarmos a posição negativa de menor PIB per
ções e datas comemorativas.
capita do Estado”, alerta.
A Associação também investe em sua estrutura para melhor atender aos associados. Depois de mudar o layout e a
Vantagens na parceria com o Sindilojas
estrutura organizacional e reformar os banheiros e cozinha da sede social, a Associação irá construir uma nova sede em
Através da parceria com o Sindilojas, a Acial ficou mais próxima de seu representante nas negociações com o Sin-
um terreno de 1,5 mil metros quadrados localizado no centro de Alvorada.
Finanças
Aumento nos fretes trará impacto para o comércio Orientação do sindicato das transportadoras é repor 18% de perdas em função da crise.
O
s lojistas devem preparar o bolso para o aumento
A justificativa é que o percentual repõe as perdas do
de preço de mercadorias em função do transpor-
setor a partir da crise econômica do final de 2008. Silvano
te de cargas. O percentual de alta sugerido pelo
explica que durante o período de turbulência houve uma
setor é de 18%. Mesmo que a indústria absorva parte desse
pressão da indústria para reduzir o valor do frete e que, em
impacto, a medida vai respingar no comércio varejista.
2009, enquanto outros preços foram corrigidos, o mesmo não aconteceu com o de transporte. Em fevereiro, uma pesquisa da NTC indicou a necessidade
de varejista muitas vezes já tem o frete pago. “A solução a
de uma reposição tarifária de 18%. “As empresas transporta-
curto prazo será entrar em contato com as transportadoras
doras não repassaram os custos no período”, justifica Silvano.
e negociar. Acredito que a concorrência entre as mesmas fi-
Além da necessidade de reduzirem seus preços durante a
cará acirrada e por isso talvez nem consigam repassar este
crise, o setor logístico enfrenta dificuldades crescentes.
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aumento”.
Nas grandes cidades, há problemas de acesso, principal-
O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Lo-
mente em lojas do centro. O presidente do Setcergs lem-
gística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) seguiu a
bra que muitos varejistas também reduziram o horário de
orientação da Associação Nacional do Transporte e Logística
entrega nas lojas. Em Porto Alegre, exemplifica o dirigente,
(NTC). “Temos que recompor custos”, defende o presiden-
ainda há o agravamento com a retirada de placas de carga e
te do Setcergs, José Carlos Silvano, destacando que o índice
descarga em diversas vias. Essa é uma situação que se repete
é apenas uma recomendação do sindicato e que pode ser
em várias cidades e que acarreta em ampliação de despesas.
negociado caso a caso, até porque há segmentos dentro da
“Sem contar a precariedade das estradas, as recentes quedas
logística que estão mais defasados que outros.
de pontes, os desvios, ou seja, cada dificuldade é um custo novo”, afirma. Somado ao aumento de preços, Silvano alerta para a possível falta de caminhões para o transporte de cargas. Isso porque a safra agrícola recorde está atraindo transportadoras que trabalhavam com outros tipos de produtos. Somada à expansão econômica e ao consequente aumento do consumo interno, há possibilidade de colapso logístico. “Já há empresas rejeitando contratos por não conseguirem atender à demanda.” Setcergs segue orientação da NTC
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o maior prejudicado é o pequeno empresário, pois o gran-
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De acordo com o empresário Paulo Kruse, da Patchwork,
por Eduardo Plastina *
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Tributos
Aumento do SAT pode ser questionado na justiça
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12
s empresas submetidas ao lucro real e ao lucro pre-
nexos técnicos pela perícia médica do INSS, ainda que sem
sumido foram surpreendidas, no final do ano pas-
CAT a eles vinculados. Para o de gravidade, por sua vez, são
sado, com a criação do Fator Acidentário de Pre-
relevados todos os casos de auxílio-doença, auxílio-acidente,
venção (FAP), que se constitui em elemento multiplicador da
aposentadoria por invalidez e pensão por morte, todos de
alíquota do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT).
natureza acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferen-
O SAT é uma contribuição previdenciária, a cargo das em-
tes em razão da gravidade da ocorrência. Para o de custo, por
presas, cuja função é custear os benefícios da aposentadoria
fim, utilizam-se os valores dos benefícios de natureza aciden-
especial e aqueles concedidos em razão do grau de incidência
tária pagos ou devidos pela Previdência Social.
de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais
Examinando-se os termos das normas jurídicas que insti-
do trabalho. Na legislação de regência, tem como base de
tuíram o FAP, contudo, pode-se concluir que a flexibilização
cálculo a folha de salários e como alíquota percentuais vari-
da alíquota do SAT, por força da instituição do FAP, acaba por
áveis em função do grau de risco de acidente de trabalho na
violar a ordem jurídica em pelo menos três pontos: (i) no
atividade preponderante da empresa: 1%, se o risco for “leve”;
primeiro, ao alterar indevidamente a alíquota de tributo por
2%, se for “médio”; e, por fim, 3%, se for “alto”.
veículo normativo infralegal; (ii) no segundo, ao não ter havi-
Ocorre que, desde 2003, há previsão legislativa segundo
do a divulgação de dados vinculados aos critérios de multipli-
a qual as alíquotas do SAT poderão, conforme disposição em
cação da alíquota do SAT que sejam claros e suficientes, por
regulamento, ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em
si só, à individualização da alíquota da aludida contribuição
até 100%, em razão do desempenho da empresa em relação
social para cada empresa; e (iii) no terceiro, ao estabelecer
à respectiva atividade econômica, consoante índices de fre-
um critério coletivo, pelo qual se fixa um comparativo com
quência, gravidade e custo. Tal regra, porém, ficou sem efeito
o desempenho das outras pessoas jurídicas do mesmo setor,
até setembro de 2009, quando houve a instituição do FAP,
para a avaliação do desempenho da empresa e, por decor-
que, na condição de elemento multiplicador da alíquota do
rência, o FAP específico a ela aplicável, e não ter havido a
SAT, passou a ter a aptidão de fazer esta variar de 0,5% (50%
divulgação de tais dados pelo INSS, permitindo a conferência
de redução sobre a menor alíquota do SAT) até 6% (100% de
de sua exatidão e validade.
aumento sobre a maior alíquota do SAT). Segundo a nova normatização, a discriminação do desempenho da empresa, dentro da respectiva atividade econômica, deve ser estabelecida a partir do FAP, composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo. Para o de frequência, são levados em conta os registros de acidentes e doenças do trabalho informados ao INSS por meio de Comunicação de Acidente do
Por conta desses problemas jurídicos, torna-se possível a interposição de ação judicial questionando a validade da aplicação do FAP às alíquotas do SAT, sobretudo naqueles casos em que a multiplicação destas por aquele resultar em acréscimo na tributação das empresa, de modo a buscar, com isso, o retorno da aplicação da alíquota antiga, de 1%, 2% ou 3%, a depender do grau de risco da atividade.
Trabalho (CAT) e de benefícios acidentários estabelecidos por
Souza, Berger, Simões e Plastina - Advogados
Gestão
Aumento de custos é um desafio As obrigações tributárias e a alta nos preços de serviços pressionam o comércio.
bre o custo no comércio varejista aumenta ao mesmo
tempo em que a concorrência cresce e obriga a manutenção ou mesmo a baixa de preços. Fica o desafio de absorver os aumentos e manter a empresa saudável para garantir sua manutenção no mercado. Não existe uma única forma de planejar e gerir os negócios, já que cada companhia tem despesas fixas diferentes, que dependem do porte e do número de funcionários, do faturamento, do perfil de produtos que comercializa e do enquadramento tributário em que está inserida, entre outros aspectos. O aluguel, por exemplo, de uma loja de rua tem um peso diverso de uma operação em shopping center, assim como a aquisição de confecção para revenda em outro estado acarreta o pagamento do diferencial de alíquota de ICMS. Além disso, quando a mercadoria vem de outras regiões do País, vale lembrar que o produto traz embutido em seu preço o impacto do frete etc.
Exemplos de despesas de uma operação de varejo: Capital investido na loja Capital de giro Aluguel ou manutenção de imóvel próprio Mercadorias Remuneração do empreendedor e funcionários – férias, aviso prévio, 13º salário Impostos e tributos trabalhistas e previdenciários Impostos municipais e estaduais Contribuição sindical Despesas financeiras Luz, água, telefone, internet Marketing, contabilidade Itens taxados por substituição tributária a partir do final de 2009: Materiais de construção e elétricos, ferramentas, vinhos, bebidas quentes, bicicletas, brinquedos, material de limpeza, produtos alimentícios, artefatos de uso doméstico, instrumentos musicais, artigos de papelaria, eletrônicos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
É necessário considerar que as empresas optantes pelo Simples Nacional – a maior parte do comércio varejista – não
de do Sul (CRC-RS), Enory Luiz Spinelli. Esse cálculo, destaca
pagam o imposto sobre a cidade de trabalho, mas têm que
o contador, deve levar em consideração todas as variáveis que
estar atentas aos produtos que passaram a integrar a substi-
compõem, desde o custo do produto até o impacto tributário,
tuição tributária no final de 2009. Inclusive sobre os itens que
as incidências da área trabalhista e as demais despesas opera-
estão no estoque, pois quem vende mercadorias inseridas
cionais e financeiras, como a remuneração do próprio dirigen-
na substituição tributária deve calcular e recolher o ICMS
te, o aluguel, o cartão de crédito e em-
sobre os estoques. Para o advogado Eduardo Plastina, ocorre
préstimos. “Para abrir e fechar a porta
uma distorção, pois com a substituição tributária
de uma loja, tem custo”, ressalta.
as obrigações determinadas no Simples são
Para Spinelli, o uso da contabili-
extrapoladas. “Criam deturpações para
dade como instrumento de gestão é
os empreendedores”, alerta.
mais do que relevante: é fundamental
As mudanças referentes às despesas
para ver onde se tem maior ou menor
devem ser acompanhadas de perto. “É
custo, se a margem de rentabilidade
preciso mensurar os custos para sobre-
atende ao que se espera do negócio.
viver e ter margem de lucratividade”,
“Através de uma análise sistemática,
explica o ex-presidente do Conselho
se pode obter essas informações e o
Regional de Contabilidade – Rio Gran-
desejado equilíbrio.”
abril I 2010
do imposto sobre acidentes de trabalho. A pressão so-
13 Conexão Varejo
S
ubstituição tributária, aumento no preço de fretes e
Especial
Varejistas entram no clima da Copa do Mundo Para atrair o torcedor, lojistas se preparam com estoques mais altos e ações de marketing.
abril I 2010
O Conexão Varejo
14
s preparativos para a Copa do Mundo na África
dos queridinhos da torcida, como o número 8, Kaká, e o nú-
do Sul já começaram entre as equipes que dispu-
mero 9, Luis Fabiano.
tam o primeiro lugar do futebol mundial, que pela
Mas a febre das camisetas das seleções mundiais ultra-
primeira vez acontece em continente africano. Jogadores de
passa o amor incondicional ao Brasil. Como as seleções têm
trinta e dois países do mundo inteiro serão os protagonistas
diversos patrocinadores, as cores, os materiais e os modelos
de duelos que vão mexer com a emoção de crianças, jovens
se diferenciam e muitos acabam comprando os uniformes de
e adultos.
adversários por considerarem bonitos e por representarem
Fora dos gramados, as estratégias do comércio varejista
ídolos do futebol. Ganham destaque a camiseta da Argentina,
para estimular as vendas rompem fronteiras e mobilizam em-
de Messi; da Espanha, de Fernando Torres; da Inglaterra, de
presários mundo afora. Em Porto Alegre não é diferente. Os
Rooney e até mesmo da adversária do Brasil na primeira fase,
estoques de produtos relacionados ao festival da bola foram
Portugal, de Cristiano Ronaldo.
reforçados e as ações de marketing começam a ser imple-
Na Ughini, o abastecimento das gôndolas começou no
mentadas. Em muitas vitrines, o “clima” do mundial chegou
final do ano passado. “Os principais produtos têm venda pro-
para estimular o consumidor a antecipar a ida às compras,
gramada”, explica o gerente de Esportes da Ughini, Marco
principalmente nas lojas de produtos esportivos e de tec-
Aurélio da Silva. Para reforçar os estoques, a varejista vai dis-
nologia.
ponibilizar maiores quantidades de camisetas e outros itens
Para um jogador de futebol entrar em campo no melhor
relacionados a futebol.
de sua forma física, precisa de um período de preparação.
São 31 dias de emoção, a partir de 11 de junho, com a
Assim também é no varejo. É preciso planejamento. Nas Lo-
primeira partida entre África do Sul x México e a grande
jas Paquetá, as programações de compras começaram exa-
final no dia 11 de julho. Com o avanço do Brasil em cada fase,
tamente um ano antes do campeonato mundial de futebol.
aumenta o interesse dos torcedores por camisetas, bolas e
“Incentivamos as vendas no período da Copa, oferecendo um
outras peças relacionadas ao uniforme verde-amarelo. Caso
grande mix de produtos alusivos à data, coleção variada de
os jogadores da seleção brasileira decepcionem, camisas de
camisas de clube, em especial a camisa da seleção”, conta a
outros times têm maior saída, mesmo em menor proporção.
gerente de marketing da rede, Paulina Bacher. Além do uni-
“Seguramente, o sucesso da seleção alavanca a venda, princi-
forme dos times, as bolas de futebol oficiais também tiveram
palmente de camisetas”, afirma Silva. “Sem dúvida, o desem-
seus estoques ampliados.
penho do Brasil nos jogos tem um impacto direto nas ven-
Para se ter uma ideia do que representam os jogos, a
das”, concorda Paulina.
Paquetá Esportes deve comercializar em torno de 50 mil ca-
As 340 lojas da Colombo começaram os preparativos
misas, sendo que 70% devem ser da seleção canarinho. O fato
ainda em 2009 e agora estão com uma grande variedade de
de ser objeto de desejo é justificável: a seleção brasileira é a
produtos. São tevês com telas entre 32 e 60 polegadas, de
maior vencedora da história da Copa, com cinco títulos. Além
vários modelos e marcas, como Sony, Samsung, LG e Philips.
disso, a camisa oficial do Brasil traz novidades, novo modelo,
As vendas, estimuladas desde janeiro com o crediário a longo
inovações tecnológicas e design que atraem o público, além
prazo também devem ser significativas para o Dia das Mães.
Ainda é tempo de incrementar o ponto de venda
uma campanha especial para incentivar o apoio à seleção brasileira, com o objetivo de envolver o público no mundial. Além das promoções com consumidores, o professor de Marketing da ESPM sugere que seja realizado um trabalho de incentivar os colaboradores, a convenção da empresa, que acontece no final de junho, em Caxias do Sul, terá como
ve, ensina o professor de Marketing da ESPM Genaro Galli.
tema ‘É Gol’, tudo em função da Copa. Neste encontro, have-
De acordo com ele, nas lojas de materiais esportivos, muitos
rá premiações para os melhores gestores da rede. A Ughini
ficam apenas no verde e amarelo, mas pode ser interessan-
segue a boa e velha fórmula da comissão – quanto mais ven-
te adotar ações relacionando as marcas a países. “Enxergar
dem, mais ganham, o que estimula os vendedores a conquis-
a Copa do Mundo como mundo e adotar estratégias que
tarem os torcedores.
joguem com o todo, não associar a um ou outro time”, sugere. Vitrine, expositores, área de circulação e até mesmo os vendedores podem aderir à proposta, vestindo camisas
Consumidores vão às compras
de seleções de futebol distintas. Claro que o Brasil deve ser
Os jogadores ainda nem entraram em campo, mas os re-
privilegiado. Afinal, são os produtos relacionados ao país do
flexos da Copa do Mundo já começaram a influir no varejo.
futebol os que mais têm saída.
A venda de produtos esportivos e de tecnologia que vão dar mais conforto aos torcedores já tiveram um acréscimo,
Estímulo para quem compra e quem vende A Colombo largou na frente e em janeiro lançou uma promoção relativa à Copa. Televisores de telas planas de 32 a
refletindo o ânimo dos torcedores embalados pelo bom momento econômico do País. Claro que, quanto mais se aproxima o calendário dos jogos, mais aumenta a visibilidade, assim como a repercussão para o comércio. As vendas corporativas já iniciaram para a Paquetá, que fornece para as empresas produtos que serão distribuídos como brinde para colaboradores ou clientes.
60 polegadas com pagamento em 2 anos e meio. Em março,
Para o cliente final, a expectativa da rede é ampliar os
entrou no ar a Torcida da Sorte Colombo: se o Brasil vencer
volumes no período mais próximo do evento, nos meses de
a Copa, a prestação de agosto – a primeira posterior ao tér-
maio e junho. Também a Ughini espera uma maior procura a
mino do evento –, é de graça, caso o cliente opte pelo paga-
partir de maio.
mento a longo prazo. A varejista também está apostando na
Toda essa movimentação vai se refletir mais fortemen-
internet, na interatividade, em mídia, ações de rua, nos pontos
te no faturamento das empresas especializadas em esporte,
de venda e junto a colaboradores.
caso da Paquetá Esportes, que estima um aumento das ven-
A promoção visa estimular o consumidor a antecipar o
das de cerca de 25% sobre o mesmo período da última Copa,
preparo para assistir aos jogos em aparelhos de televisão
em 2006. Em relação a outros anos sem o evento esportivo, a
com a melhor qualidade de imagem disponível.
comercialização de camisas e bolas de futebol aumenta mais
Na Paquetá, a gerente de marketing explica que haverá
de 20 vezes, comemora Paulina.
15 Conexão Varejo
Até para quem não preparou a casa, ainda dá tempo de criar uma temática envolvente. Criatividade é a palavra-cha-
abril I 2010
estímulo com os vendedores. A Colombo é exemplo. Para
representa 12% do total das vendas da rede. Em
Em camisetas oficiais, a Ughini estima um
virtude da Copa e, antes, do Dia das Mães,
aumento entre 10% e 15% no volume comercializado. Mas, como a trabalha com uma
além do crescimento na oferta de novos pro-
gama de produtos bastante diversificada, na
dutos, facilidades e interatividade, a Colombo
rede a comercialização de categorias rela-
deve chegar ao final do ano com um e-commer-
cionadas ao evento esportivo não chega
ce que representará 15% do faturamento global
a ser muito representativa em relação
da rede. Neste ano, a Colombo quer
ao volume total de vendas da empresa,
aproveitar as perspectivas, o otimis-
explica Marco Aurélio.
mo e a Copa do Mundo para gerar bons negócios e crescer 15%, informa
A Colombo, presente com lojas físicas em
o diretor de marketing e vendas da rede, Thiago
toda a região Sul, São Paulo e Minas Gerais,
Baisch.
tem ainda um e-commerce superforte, que
Torcida pela seleção canarinho go, no mesmo horário. Se o Brasil ficar na segunda posição do Grupo G, nas oi-
na cidade de Johannesburgo, contra a Coreia do Norte. Se a seleção brasileira for a primeira colocada no Grupo
tavas de final irá enfrentar no dia 29 de junho, às 19h30, na
16
G, nas oitavas de final irá jogar no dia 28 de junho, às 19h30,
Cidade do Cabo, o primeiro colocado do Grupo H (Suíça,
Conexão Varejo
abril I 2010
O Brasil estreia no dia 15 de junho, terça-feira, às 15h30,
em Johannesburgo, contra o segundo lugar do Grupo H (Su-
Honduras ou Chile). Vencendo, o Brasil irá para as quartas de final competir, no
íça, Honduras ou Chile). Se passarem pelo adversário, os brasileiros irão para as
dia 3 de julho, às 15h30, em Johannesburgo, contra o vencedor
quartas de final enfrentar, no dia 2 de julho, às 11h, em Port Eli-
do jogo entre o 1º colocado do Grupo F (Itália, Paraguai, Nova
zabeth, o vencedor da partida entre o 1º colocado do Grupo
Zelândia ou Eslováquia) e o 2º colocado do Grupo E (Holan-
E (Holanda, Dinamarca, Japão ou Camarões) ou o 2º colocado
da, Dinamarca, Japão ou Camarões). A semifinal ocorre no dia 7 de julho, às 15h30, em Dur-
do Grupo F (Itália, Paraguai, Nova Zelândia ou Eslováquia). A semifinal ocorre no dia 6 de julho, às 15h30, na Cidade do Cabo, e a grande final no dia 11 de julho, em Johannesbur-
ban, e a grande final no dia 11 de julho, em Johannesburgo, no mesmo horário.
1ª rodada
2ª rodada
3ª rodada
15 de junho – terça-feira
20 de junho – domingo
25 de junho – sexta-feira
15h30
15h30
11h
Johannesburgo
Johannesburgo
Durban
Brasil x Coreia do Norte
Brasil x Costa do Marfim
Brasil x Portugal
Conheça as chaves: GRUPO A
GRUPO C
GRUPO D
GRUPO E
GRUPO F
GRUPO G
GRUPO H
ÁFR. DO SUL ARGENTINA
GRUPO B
INGLATERRA
ALEMANHA
HOLANDA
ITÁLIA
BRASIL
ESPANHA
México
Nigéria
Estados Unidos
Austrália
Dinamarca
Paraguai
Coreia do Norte
Suíça
Uruguai
Coreia do Sul
Argélia
Sérvia
Japão
Nova Zelândia
Costa do Marfim
Honduras
França
Grécia
Eslovênia
Gana
Camarões
Eslováquia
Portugal
Chile
Entidade
Em nome dos lojistas Sindilojas e Conecs unem-se para atender às reivindicações da classe e começam 2010 celebrando conquistas. shopping centers, além de influir nos preços ao consumidor,
selho Nacional de Entidades do Comércio em
tem sido motivo de disputas entre locatários e proprietários
Shoppings Centers (Conecs). Respeitando o rodí-
dos empreendimentos, pois não há qualquer regulamentação
zio estabelecido na direção do Conselho, a CNDL transfe-
legal sobre tal relação, atualmente regida somente pelos con-
riu no início de março a presidência da entidade, que tem
tratos”, destacou Ana Arraes. Ao término da sessão legislati-
a dura missão de estabelecer o equilíbrio entre o interesse
va, a Comissão ainda aprovou o parecer do Deputado Vital
dos lojistas e as regras estabelecidas pelas administradoras
do Rêgo Filho ao PL 6.625/2006, de autoria do Deputado Osório Adriano.
O embate que hoje é vivido pelos
O PL foi originalmente aprovado em
lojistas do BarraShoppingSul, que estão
2009 na Comissão de Defesa do Consu-
sendo coagidos pela administração a
midor e agora tramita na Comissão de
abrirem seus livros fiscais, não é novi-
Desenvolvimento Econômico, Indústria e
dade para os integrantes do Conselho,
Comércio (CDEIC). Esta aprovação re-
como o Sindicato. Em agosto de 2009,
presenta um avanço no que diz respeito à
o Sindilojas participou de uma audiên-
locação de imóveis em shopping centers,
cia pública na Câmara dos Deputados,
pois trata da retirada do 13º aluguel dos
em Brasília, que debateu, entre outros
contratos, reduzindo a um total de 12
temas, dois projetos de lei: o PL nº
mensalidades. Este fato mostra a atenção
7.137/2002, da ex-deputada Zulaiê Co-
à reivindicação dos lojistas, que em mui-
bra, e o PL nº 6.625/2006, de Osório
tas situações já pagaram 15 mensalidades
Adriano (DEM-DF).
anuais. Todavia, apesar de todas as ações,
O primeiro diz respeito ao esta-
o respeito nas relações entre empreendi-
belecimento de normas para a relação contratual locatícia em shopping centers; o segundo dispõe
mentos e lojistas ainda está longe de ser um fato.
sobre o condomínio. Em março deste ano, o presidente Ro-
De acordo com Ronaldo Sielichow, o relacionamento,
naldo Sielichow e o vice-presidente Marco Antonio Belotto
hoje, entre administradores e lojistas de shoppings “é um
retornaram ao Congresso Nacional onde, juntamente com
contrato atípico de adesão em que o pretendente a abrir
outros membros do Conecs, foi feita uma avaliação do ano
uma loja em shopping assina ou não, sem nenhuma negocia-
de 2009.
ção”. A regra não é a mesma para as grandes redes, mas para
Na abertura dos trabalhos da Reunião Ordinária da Co-
os pequenos empresários “é uma dura realidade”, afirma.
missão de Defesa do Consumidor (CDC), a deputada Ana
Dentre as prioridades do dirigente à frente do Conselho,
Arraes (PSB-PE) fez uma avaliação positiva do ano anterior,
está a busca pelo equilíbrio entre as relações comerciais e o
que comportou 66 projetos de lei, 72 requerimentos e 14
abastecimento dos parlamentares com informações neces-
audiências públicas.
sárias para que as leis sejam adequadas à realidade. Como
À frente da Comissão durante todo 2009, a deputada
legado de sua gestão à frente do Conecs, Sielichow espera
lembrou, durante o encontro, a importância do projeto de
deixar o Conselho estruturado e organizado para que a con-
Lei de Zulaiê Cobra, “uma vez que a relação locatícia em
tinuidade do trabalho feito por todos não seja prejudicada.
abril I 2010
de shopping.
17 Conexão Varejo
O
Sindilojas de Porto Alegre está à frente do Con-
Especial
Recordando a Copa Nas próximas edições, a Conexão Varejo entrevista jornalistas que estiveram presentes em Copas do Mundo, transmitindo o olhar de quem vive – e convive –, com o universo dos esportes.
E
ducação. Das Copas de Futebol que o editor de Esportes do jornal Zero Hora, David Coimbra, presenciou como repórter, esta é a lição que ele mais desta-
ca. Responsável pela cobertura jornalística dos Mundiais de 2002 e 2006, no Japão e na Alemanha, respectivamente, ele se prepara, este ano, para embarcar rumo à África do Sul. Para isso, ele busca informar-se sobre o país e as cidades que visitará, pesquisando, falando com moradores locais de cada região, lendo livros e acessando sites. Segundo Coimbra,
abril I 2010
este é o ponto de partida para qualquer cobertura jornalís-
Conexão Varejo
18
tica: estar informado sobre o tipo de realidade a ser encontrada. Quando perguntado sobre qual das duas Copas mais lhe marcou, o jornalista não hesita: a do o Japão. “Foi a oportunidade de conhecer outro tipo de vida, e isso é algo que a gente só consegue ver in loco”, explica. Ele destaca a cultura e forma de viver dos japoneses. “São pessoas muitos cordatas, que têm uma noção de espaço, de respeito, muito grande”, ressalta. Apesar de ter como essa, o editor reconhece a necessidade de, hoje, se fazer uma cobertura multimídia. “O jornalismo mudou mui-
FOTO: ADRIANA FRANCIOSI
pecialidade a mídia impres-
Fabio Cannavaro, da seleção Italiana, com o troféu da Copa de 2006, na Alemanha
2014, David Coimbra acredita que o segredo está no planejamento. “Aqui, as coisas estão muito precárias, e planejar com
to: além da TV e do rádio,
antecipação faz com que as coisas aconteçam”, salienta. Ou-
a internet cobre tudo mui-
tra medida importante, segundo o jornalista, é fazer com que
to rápido. Por isso, o jornal
estas mudanças sejam permanentes e não apenas passageiras
precisa fazer uma cobertura
em função de um acontecimento especial.
muito especial”, comenta.
Como lição para Porto Alegre, uma das subsedes da Copa
Para atrair o leitor, ele arris-
do Brasil, David Coimbra enfatiza a educação. “Tanto o Japão
ca uma espécie de viagem através do texto escrito: “Tento
quanto a Alemanha são países que passaram por destruição e
contar as histórias de forma que o leitor se sinta lá, passando
se reergueram. Se isso foi possível, foi por causa da educação.
por situações, como se estivesse realmente naquele local”,
É assim que se faz com que as pessoas sejam cidadãs, mais
afirma.
participativas. Se esses países se reergueram, não foi pelos
Com a escolha do Brasil como país sede da Copa de
seus bens materiais, mas sim pelo espírito do povo”.
FOTO: RICARDO GIUSTI
Informação, experiência e companheirismo “Já viajei de todas as formas para realizar uma cobertura da Copa do Mundo, só ainda não fui de navio”. É desta forma que o editor de Esportes do Correio do Povo, Hiltor Mombach, descreve a correria e exaustão para acompanhar a seleção brasileira no maior evento de futebol do Planeta.
a opinião hoje é muito valorizada”, comenta. Como traço pessoal em seus textos, Mombach gosta de
Segundo o jornalista, este é sempre um período desgas-
misturar um pouco de política e também os aspectos do lo-
tante, em que o sono e até mesmo a alimentação são prejudi-
cal onde está. “As pessoas sempre têm seu cronista favorito;
cados. No entanto, ele destaca que esta não é uma maratona
nós somos apegados a essas coisas”.
individual, mas sim de todos os que se dispõem a cobrir uma
cobertura jornalística é: um bom preparo, em termos de co-
pert em Olimpíadas e Pan-americanos –, foi em Las Vegas,
nhecimento sobre o país para o qual se viajará, estar antena-
nos Estados Unidos, em 1994. Quatro anos depois, na França,
do aos acontecimentos da seleção verde e amarela, “e os re-
ele presenciou a primeira Copa informatizada, ou seja, foi o
medinhos que todo mundo precisa, não é?”, brinca Mombach.
abril I 2010
de perto, o repórter salienta que o que não pode faltar numa
O primeiro Mundial de Mombach – que também é ex-
contato inicial com a cobertura jornalística através dos com-
Na mala, pode até faltar o chimarrão, mas ele jamais esquece
19
putadores.
o laptop, a experiência e o artigo mais importante: os compa-
Conexão Varejo
Copa do Mundo.
Responsável por acompanhar a Seleção Brasileira mais
A evolução da tecnologia é um dos pontos destacados
nheiros de mais de 30 anos de trabalho.
pelo jornalista. “Já fiz matéria com máquina de escrever, car-
Para a Copa de 2014, ele afirma que “Porto Alegre está
regava muito material pesado, e hoje você escreve um texto
pronta, em tese”. Sua preocupação gira em torno do siste-
de qualquer lugar, com um netbook de 800 g”. Paralelamente
ma viário. “Temos que ver como será desafogado o aeropor-
a isso, Mombach enfatiza a evolução dos sites, que ajudam
to”, alerta. Quanto à segurança, Hiltor Mombach recorda o
a alimentar (e que se alimentam de) matérias através das
exemplo dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em
centenas de agências de notícias. “Quanto mais se ampliam
2007. “Segurança é sempre um tema complexo e motivo de
esses serviços, mais cresce a necessidade de a empresa ter
debate e polêmica, mas acredito que, se não tivemos proble-
um profissional no próprio lugar. Isso cria um paradoxo, pois
mas no Pan, não teremos agora”.
Entrevista
Arcione Piva é exemplo de empreendedorismo Empresário assumiu a presidência da Acomac.
C
om o empreendedorismo e o engajamento corren-
te, 500. Assim, surgiu a Elevato, há 21 anos, onde atuo como
do nas veias, desde o dia 22 de março, Arcione Piva
diretor administrativo e financeiro.
assumiu o compromisso de dirigir a Associação dos
abril I 2010
Comerciantes de Material de Construção de Porto Alegre
Conexão Varejo
20
Conexão Varejo – Desde a fundação da Elevato, muita coisa mudou no setor em Porto Alegre?
(Acomac), entidade da qual já participava desde 2003. Natu-
Piva – Bem, tivemos vários planos econômicos com al-
ral de Cacique Doble/RS, o administrador de empresas, pós-
teração de moeda que causaram mudanças nas trajetórias de
graduado em Administração Financeira, é fundador da Elevato,
muitas empresas. Com a estabilidade econômica dos últimos
empresa criada e administrada em conjunto com quatro dos
anos, a concorrência ficou mais acirrada. O mercado de mate-
oito irmãos. O segmento de material de construção, aliás, faz
riais de construção também mudou: a partir de 1995, a indús-
parte da trajetória profissional de Arcione desde o início. Aos
tria passou a vender direto para o mercado corporativo; isso
16 anos, quando chegou à Capital, trabalhou no setor de ex-
gerou readequação de pontos de venda e foco no atendimento.
pedição da Tumelero Materiais de Construção; na rede, passou,
A abertura do mercado também permitiu a entrada de muitas
ainda, pela área de vendas, até chegar a gerente de loja. O em-
importações de produtos e maquinário. A complexidade dos
penho e o conhecimento do setor permitiram que em 1988
produtos requer mão-de-obra especializada, que é uma grande
ele realizasse o sonho de ter seu próprio negócio. Hoje, além
dificuldade em nosso segmento. Houve a entrada e formação
da rotina atribulada de empresário e do papel de pai – ca-
de grandes redes nacionais (coo-
sado com Marta Piva, Arcione tem dois filhos: Vitor, com 15
perativas) e internacionais. Até os
anos, e Luiza, com 8 –, reúne ainda os cargos de conselheiro
supermercados entraram nessa
administrativo da Associação de empresários da Zona Norte
fatia comercializando diversos
(Assonorte) e de vice-presidente de Relações Políticas e Insti-
itens que anteriormente eram
tucionais do Sindilojas POA. Entre os principais compromissos
vendidos somente em revendas
de sua agenda, está a luta pelo crescimento do varejo.
de material de construção. Hoje, também há a venda pela internet
Conexão Varejo – A vocação para o varejo de ma-
e a venda externa até para pesso-
teriais de construção é uma herança de família, certo?
as físicas com horário marcado
Conte um pouco da história da família no setor.
no lugar que o clien-
Piva – Na verdade, o empreendedorismo é uma herança
te quiser. Também
de família. Os nove irmãos são todos empresários, e o sonho
houve muita mu-
de ter o próprio negócio também me acompanhava até que,
dança na qualida-
um dia, tomou forma: em sociedade com meus irmãos Élio,
de dos produtos
Ildo, Inacir e Irio, em 1988, compramos de Airton Bernardoni o
e grande varieda-
ponto chamado Bernardoni Azulejos, localizado na Av. do For-
de dos mesmos: é
preciso ter estoque adequado e uma área de TI atualizada para
de Fabricantes de Tintas (Abrafati), a Associação Brasileira de
comportar tudo isso.
Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), universidades e outros parceiros que possam somar para fazer isso
Conexão Varejo – Como o senhor iniciou no universo das entidades representativas? Piva – Comecei como escotista voluntário, em 2000, leva-
acontecer. Há uma carência de profissionais bem habilitados no mercado nesse segmento e gostaríamos de contribuir para a qualificação dos mesmos; afinal, é de nosso máximo interesse.
do pelo meu filho (o movimento escoteiro é a maior e mais antiga entidade de voluntários no mundo) e peguei gosto por este tipo de trabalho. Em 2003, o ex-presidente da Acomac
Conexão Varejo – Quais as perspectivas para o setor da construção para este ano?
e atual presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, me con-
Piva – Uma pesquisa recentemente divulgada pela Asso-
vidou a participar de uma diretoria de área (área de piscinas
ciação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção
e banheiras). Nunca mais saí da Acomac. Em 2008, também
(Anamaco) indica que o varejo do setor apresentou um cres-
a convite, fui para o Sindilojas e, no mesmo ano, Artur Timm
cimento de 4,9% em fevereiro na comparação com janeiro de
(da Fael Imóveis) também me convidou para a Associação dos
2010. Já na relação fevereiro deste ano sobre o mesmo mês
Empresários da Zona Norte (Assonorte).
de 2009, o desempenho foi de 12%. O setor iniciou janeiro com um crescimento de 4% sobre dezembro do ano passado
Conexão Varejo – Na sua visão, qual o papel de uma Piva – Fortalecer os lojistas do segmento buscando alter-
te do consumidor. O termo “crise” presente no ano passado
abril I 2010
O ano iniciou com uma sensação de otimismo por par-
nativas e soluções em conjunto tanto para problemas internos
não se ouve mais. Há informação também de que em 2010 o
21
(capacitação, treinamento) quanto para buscar relações saudá-
Brasil deve bater todos os recordes de financiamentos habi-
veis com o governo e as indústrias/fornecedores.
tacionais com recursos da poupança, ultrapassando os R$ 40
Conexão Varejo
entidade representativa como a Acomac?
e de 11,2% sobre janeiro de 2009.
bilhões. São muitas linhas de crédito disponíveis; há uma grande Conexão Varejo – Quais os principais desafios da nova gestão da Acomac?
demanda por construção de novas moradias. Temos que citar também o programa Minha Casa, Minha Vida, que deve libe-
Piva – O foco do trabalho será a continuidade do de-
rar 700 mil casas até junho deste ano. Além disso, temos pela
senvolvimento de colaboradores e gestores do segmento. Par-
frente a Copa do Mundo de 2014, que já provoca projetos de
ceiros como o CDL, o SEBRAE, o Sindilojas ou mesmo con-
reformas ou ampliações de hoteis e restaurantes. Enfim, novas
sultores autônomos serão instrumentos importantes nesse
e positivas perspectivas para o segmento.
trabalho. Precisamos qualificar sempre mais o atendimento. O investimento em treinamento representa a produtividade e o diferencial competitivo no nosso negócio. E como empresá-
Conexão Varejo – Como a Acomac dialoga com os diferentes âmbitos do poder público?
FOTO: DUDU LEAL
rios, precisamos amadurecer e alinhar o diálogo com o Go-
Piva – A entidade busca esse espaço indo ao encontro
verno para discutir a carga tributária imposta às empresas do
do poder público e se colocando à disposição para sugerir
segmento. Fortalecendo-nos, poderemos ajudar e até sugerir
mudanças e/ou apresentar alternativas viáveis, pautadas previa-
alternativas favoráveis para todos. Esse, penso, deve ser o obje-
mente com outras instituições representativas, como a Feco-
tivo maior de cada empresário. Também está no planejamento
mércio-RS, o Sindilojas, o CDL.
a construção de um espaço, uma oficina-escola, para capacitar e qualificar profissionais na área de construção/pedreiros, pintores, assentadores de cerâmica e porcelanato, instaladores hidráulicos, etc. Para que isso se concretize, será preciso uma parceria com várias entidades, como a Associação Brasileira
Conexão Varejo – Qual legado o senhor gostaria de deixar ao final de seus dois anos de mandato? Piva – Seria bom que ficasse uma crença na união, no fortalecimento de todos.
Crônica Paula Taitelbaum
Amor dos pés à cabeça
E
u amo todos os dedos dos meus pés. Simplesmente
esses que, ajudados pelos cotovelos, abraçam os amigos e en-
porque são eles os primeiros a sentirem a tempera-
laçam os amores, braços que balançam no aceno, que se agitam
tura do mar quando a onda vem. É um amor que se
nos gestos, que se agigantam no colo. Eu amo meus pulsos,
espalha pela sola e avança até o calcanhar, amor por esses que
mesmo quando eles não são firmes e amo as mãos que deles
são donos dos meus passos e tropeços, das minhas danças e
brotam. Mãos e dedos com as quais escrevo e acaricio, seguro
andanças.
e guardo, avanço e peço para parar. Eu amo o meu pescoço,
Eu amo imensamente as minhas pernas, marcadas, finas e longas, tortas, não importa. Porque é nas pernas que estão
que se move para permitir que eu olhe em outras direções e onde colo meus perfumes e exibo meus colares.
meus joelhos, tantas vezes marcados por quedas e noites de
Eu amo meu rosto, guardião das minhas expressões – e
amor, joelhos que se dobram e se desdobram por mim. Eu
também das minhas rugas. Rosto da boca, que amo pelos bei-
também amo as coxas das minhas pernas, essas que são am-
jos que já recebeu e pelos sorrisos que já deu. Rosto do nariz,
plas coxilhas, que são como as coxias do teatro em que o
protuberância insensata, que amo por ser a porta de entrada
ator se esconde antes do ato.
dos cheiros que incendeiam e dos incensos que suavizam.
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Rosto dos olhos, esses que já viram muito e ao mesmo tem-
O ventre porque foi nele que cresceu a minha filha. E a bar-
po não viram nada, e que amo porque se fecham para que
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riga porque traz a cicatriz das gerações: o umbigo que abriga
eu possa sonhar. Rosto dos ouvidos que se escondem nas
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Eu amo mais do que tudo o meu ventre e minha barriga.
a lembrança de que também somos fruto. Eu amo os meus
orelhas, que amo por terem recebido sussurros e segredos,
seios, esses, que por serem maternos, protegem meu coração
serenatas e palavras sórdidas. Rosto também da testa com
dos grandes impactos, num peito aberto, esperto e sempre
riscos, das bochechas com sardas, dos cabelos de brancos
em alerta. Eu amo os meus ombros, tão fortes que são capa-
frios, do queixo muito pequeno, do desalinho, do desequilí-
zes de carregar o mundo e que, mesmo tendo duros ossos,
brio, das marcas. De tudo isso que amo mesmo tendo defeito.
são acessíveis aos que buscam aconchego.
Porque é assim, imperfeito, que meu corpo guarda todos os
Eu amo os meus braços que dos meus ombros despencam,
meus direitos.
Responsabilidade socioambiental
Reduzir uso de sacolas plásticas é desafio Talvez mais importante do que buscar alternativas de
sacolas plásticas, é um grande desafio. Em um país
materiais que se decomponham em um espaço de tempo
que utiliza cerca de 12 bilhões de unidades por ano,
menor – os plásticos tradicionais levam até 400 anos para
segundo estimativa da Associação Brasileira de Supermerca-
se degradar – seja conscientizar a sociedade para reduzir
dos (Abras), a solução se faz ainda mais urgente. Ainda mais
o uso de embalagens e dar a devida destinação a estas. “O
que grande parte é enterrada nos lixões, transformando-se
lojista pode orientar o cliente para colocar o maior número
nas grandes vilãs para a poluição do meio ambiente.
de produtos em uma mesma sacola e imprimir, na própria
Uma alternativa para a matéria-prima é o papel, mas com
sacola, dicas de como fazer o descarte correto”, explica a
custos mais altos. Na marca de moda masculina Spirito Santo,
diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagens
a questão econômica nem foi levada em consideração. Se-
(ABRE), Luciana Pellegrino.
gundo o diretor de criação, Fred Mentz, a empresa nem fez
O empresário Sérgio Galbinski, da Casa Louro, esteve
cotação de sacolas plásticas. O papel utilizado no acondicio-
presente na reunião da Comissão do Meio Ambiente rea-
namento das roupas é o Kraft, considerado ecologicamente
lizada na Câmara de Vereadores. O foco do encontro foi a
correto por ser 100% reciclável. “O papel tem uma durabili-
redução do uso de sacolas plásticas. “As sacolas plásticas ain-
dade maior e apresentação que atende a nosso cliente, que é
da têm diferentes utilidades, como por exemplo, armazenar
mais exigente”, explica.
lixo. Por isso devemos nos concentrar nos três R’s: reduzir,
Outra prática que começa a ganhar as ruas é o estímulo
reaproveitar e reciclar”, afirma Galbinski.
às bolsas de algodão. E a Spirito Santo foi atrás de alternativas. Mandou confeccionar uma quantidade grande – não mensurada – de sacos e sacolas em patchwork com sobras de tecidos de jeans e de camisaria. Em um primeiro momento, as sacolas eram ofertadas a clientes que adquirissem um valor mínimo em confecção, hoje serve para embalar o tênis. Como possui um estoque razoável dessas sacolas, a empresa as utiliza em edições especiais. “Temos um retorno bem legal dos clientes”, conta Mentz, explicando que a adoção só não é completa pelo valor alto de produção. Quando é impossível fugir do plástico, uma boa alternativa é a compostável, que traz o selo da ABNT indicando que efetivamente a matéria-prima vai se decompor se encaminhada a programas de tratamento de resíduos. Exemplo é a C&A, que adotou nas lojas de todo o país as sacolas oxibiodegradáveis, que aceleram a decomposição do plástico, e usa papel reciclado nas embalagens de presentes e em todo o material de papelaria usado na empresa.
Dicas para usar corretamente No supermercado, pegue apenas a quantidade de sacolas plásticas adequada às compras, não em excesso; Sempre reutilize as sacolas plásticas em casa; Se não reutilizar, encaminhe-as para reciclagem; Descubra alternativas para a sacola plástica, como a sacola durável. Procure carregar as pequenas compras, como revistas ou caixa de remédios, na própria bolsa ou na mochila; Para as compras maiores, além da sacola durável, são boas opções o velho carrinho
de feira ou caixas de papelão que o próprio supermercado pode oferecer; Reduza a quantidade de lixo que você produz em casa. Assim, precisará de menos sacos plásticos para descartá-lo. Uma forma de diminuir a quantidade de lixo é evitar produtos com excesso de embalagem. Outra maneira é evitar o desperdício de alimentos, o que se consegue com atitudes simples, como: planejar o cardápio da semana, planejar as compras e reaproveitar as sobras das refeições. Fonte: Instituto Akatu
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R
eduzir a utilização de embalagens, principalmente as
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Racionalizar o acondicionamento de produtos e dar a destinação correta reduz os danos.
FOTOS MILTON MORAES
Associadas
Para amantes do esporte Loja especializada tem mais de 50 anos
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Mix de produtos oferece mais de mil itens
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Quem gosta de aventuras e da prática de esportes com segurança deve procurar a Cioccari Sport. Fundada em 1958 por Sady Cioccari, a loja é atualmente administrada por ele e pelos filhos Cesar e Marco Antonio. Mais de mil itens compõem o mix de produtos, que inclui artigos para pesca, barracas, jogos, além de armas e munições. “Os mais procurados são artigos esportivos para pesca e armas” afirma Marco Antonio Cioccari. Ele destaca, ainda, que
o diferencial da loja, situada na Avenida Carlos Barbosa, 857, é estar voltada ao público apaixonado por aventuras e esportes, vendendo produtos com segurança, garantindo o atendimento especializado, e acrescenta: a venda pela internet tem presença muito forte. Desde a fundação, o principal desafio da empresa é a expansão dos negócios e o aperfeiçoamento das operações de compra e venda. “A contínua adaptação a um mercado em constante evolução é uma conquista diária”, avalia Cioccari. Em 2010, o desafio é continuar trabalhando dentro da linha de produtos que a loja oferece, “trazendo mais satisfação aos clientes”. Para o empresário, o Sindilojas tem presença forte no segmento varejista, “através de seus cursos, palestras e intermediação do setor junto ao poder público e consumidores”. Saiba mais no site: www.cioccari.com.br
Gaúchos na moda Paletós de veludo, sobretudo de cashemere, calças jeans com elastano, malhas com brasões. De acordo com o proprietário da Ostyn Moda Masculina, Antonio Carlos Ostjen, esses são alguns dos itens que não poderão faltar no armário dos homens gaúchos durante o próximo inverno. Na lista, ele ainda acrescenta camisas sociais, apostando no lilás, passando pelo rosa e tons de azul, sem esquecer o branco “solene e imprescindível”, como ele mesmo gosta de afirmar. Fundada em 2001, a Ostyn – localizada na Rua Mostardei-
Marca é resultado do trabalho em família
ro, 120, loja 9 –, é fruto de um sonho realizado em parceria
dicação é a fidelização da marca e dos consumidores. “Nossa
com a esposa, Janier.
maior conquista é a confiança que nossos clientes depositam
Ele é responsável pela
em nosso trabalho, por isso estamos sempre atentos às suas
escolha e compra das
demandas”, destaca “Toninho” Carlos, como é conhecido. Este
confecções; ela cuida
ano, a dupla de empresários pretende investir na ampliação do
do setor financeiro.
espaço, visando maior conforto aos clientes. Para isso, eles res-
O resultado de tanto
saltam que o apoio do Sindilojas é fundamental: “O Sindicato
profissionalismo e de-
é uma entidade moderna que está sempre informando seus
Empreendimento passará por ampliação
associados a respeito das oportunidades e novidades que os lojistas podem incluir na rotina de seus negócios”, confiam.
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Conheça a nova Diretoria Sindilojas Porto Alegre e Alvorada/RS Gestão 2010/2014
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Sindinews
Em prol do varejo local Proposta de Emenda Constitucional 196/2009, que regulamenta as feiras itinerantes do Estado do RS, foi promulgada no dia 31 de março. A emenda confere autonomia aos municípios para determinar datas e horários de funcionamento. A PEC já havia sido aprovada em primeiro turno na Assembleia Legislativa em 16 de março. De autoria do deputado Luciano Azevedo (PPS) e outros 23 deputados, a PEC pretende possibilitar que os municípios criem regras para as feiras itinerantes e coíbam a concorrência desleal. Antes da emenda, a Constituição Estadual previa que os Municípios legislassem sobre o comércio local, não se referindo, expressamente, a outros tipos de atividade, como as feiras, o que ocasionalmente gerava dúvidas por parte do Judiciário, em desfavor, abril I 2010
muitas vezes, dos lojistas regularmente estabelecidos.
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Despedida
Ciclo de Palestras Master 2010 recebe Max Gehringer No dia 23 de março, o Teatro do Bourbon Country ficou
Em meio às boas notícias, não se pode deixar de re-
lotado com a palestra “Carreira e Emprego”, do renoma-
gistrar uma grande perda. Faleceu, em dezembro passa-
do executivo Max Gehringer, que veio a Porto Alegre para
do, aos 87 anos, Nelson Guilherme Böck. O empresário
o evento exclusivo do Sindilojas, com apoio da CDL POA.
apaixonado pelas letras foi presidente do Sindilojas POA
Num clima bem-humorado, Gehringer conquistou o público
no mandato de 1983-1986. Em sua trajetória profissional
com brincadeiras relacionadas às suas próprias experiências
e em prol da cultura está, em 1946, a Fundação da Orga-
profissionais e lembrando marcas que já fizeram sucesso na
nização Sulina de Representação SA, livraria que chegou
história do marketing brasileiro, como o Leite de Magnésia
a ter mais de 30 filiais nos estados de Rio Grande do Sul
de Phillips e o inseticida Super Flit. Ao longo da palestra
e Santa Catarina, e a fundação da Câmara Rio-Grandense
– apresentada em dose dupla –, o paulista de Jundiaí abordou
do Livro, em 1954. Atuante, até a década passada, dedica-
temas como marketing pessoal, relacionamento no ambiente
va-se à Livraria e Editora Porto Alegre.
de trabalho, networking, mercado e fidelização de clientes. Em um dos pontos altos da apresentação, Gehringer falou
Atuando em mais uma frente
sobre a importância do trabalho feito em equipe. “Se tentarmos nos isolar das pessoas, não iremos a lugar algum”, destacou. Como dica para trilhar o sucesso e crescer profis-
No dia 15 de março, Paulo Kruse e Antônio Sanzi, re-
sionalmente, ele citou três passos: Entender quem manda; En-
presentantes do Sindilojas POA, tomaram posse no Con-
tender as pessoas; Entender mudanças. Como de costume, o
selho Municipal de Defesa do Consumidor (Codecon). A
ingresso foi trocado por um quilo de alimento não perecível.
entidade mantida pela Prefeitura tem o objetivo de debater
A arrecadação foi doada à Casa do Excepcional Santa Rita de
as questões que afetam as relações de consumo na cidade
Cássia, ao Hospital Espírita de Porto Alegre, ao Lar Emanuel e
de Porto Alegre.
à Sociedade Educação e Caridade Instituto Providência.