Conexão Varejo - Abril/2010

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Nº 25 ABRIL/2010

Conexão Varejo

abril I 2010

Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre e Alvorada/RS

Especial

Copa do Mundo: O varejo entra em campo. Entrevista Arcione Piva fala dos novos desafios frente à Acomac.

Tributos Aumento do SAT pode ser questionado na Justiça.




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Expediente Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre e Alvorada/RS Sindilojas POA - Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123

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Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 Unidade Zona Norte Avenida Manoel Elias, 2180 Fone: (51) 3351.7520 Unidade Alvorada Avenida Presidente Getúlio Vargas, 937 Fone: (51) 3044.1418 www.sindilojaspoa.com.br Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-Presidente: Paulo Kruse Vice-Presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-Presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-Presidente de Relação do Trabalho e Capacitação: Sergio Axelrud Galbinski Vice-Presidente Comercial: João Rodrigues Vice-Presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Vice-Presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretora de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Diretor de Relações do Trabalho e Capacitação: Vladimir Machado Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg, Vilson Noer. Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna, Alcides Debus Superintendente: Fernando Lopes Assessoria de Imprensa: SindilojasPOA e Insider 2 Comunicações imprensa@sindilojaspoa.com.br

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Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre e Alvorada/RS (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor: www.sindilojaspoa.com.br conexao@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025.8324 Conselho Editorial – Sindilojas POA Coordenador: Paulo Penna Rey Assessoria de Comunicação e Marketing Coordenadora de Marketing: Karin Souza Uffizi Consultoria em Comunicação: Almir Freitas e Betina Barreras Insider2 Comunicações: Beti Sefrin Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Betina Barreras Redatoras: Betina Barreras, Karen Viscardi e Luisa Kalil Colaboradores: Eduardo Plastina e Flávio Obino Filho Projeto Gráfico: Gabriela Dias Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich e Michael Melchiors Impressão: Pallotti Tiragem: 10 mil exemplares Revisão: Fabiano Bruno Gonçalves Comercialização: Uffizi Consultoria em Comunicação Fone: (51) 3330.6636 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

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mercado Contagem regressiva para o Dia das Mães. desenvolvimento humano Como é o candidato ideal para a sua empresa? relação trabalhista Trabalho aos domingos em Porto Alegre (parte 1). associação Acial trabalha para o fortalecimento do varejo em Alvorada. finanças Os impactos do aumento nos fretes para o comércio. tributos Aumento do SAT pode ser questionado na Justiça. gestão Como gerenciar os altos custos de seu negócio. especial O Varejo de Porto Alegre está pronto para torcer pelo Brasil na Copa do Mundo 2010. entidade Sindilojas preside o Conecs. copa da minha vida Os jornalistas David Coimbra e Hiltor Mombach contam suas experiências em coberturas do mundial. entrevista Arcione Piva conta um pouco de sua trajetória e fala sobre os novos desafios. responsabilidade socioambiental Embalagens conscientes. A redução do uso de sacolas plásticas. associadas Cioccari Sport e Ostyn Moda Masculina. sindinews Notícias e informações do setor varejista.

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opinião O Sindilojas POA faz a sua parte.

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Sumário


Opinião

* por Ronaldo Sielichow

O Sindilojas POA faz a sua parte Entidade atua na construção de um futuro para o varejo nacional.

P

ara atuar efetivamente em favor dos empresários locais, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre tem se envolvido cada vez mais em discussões

de âmbito nacional, debatendo os interesses do setor em diferentes esferas dos poderes público e privado. A entidade preside agora o Conselho Nacional de Entidades do Comér-

cio em Shoppings Centers (Conecs). Como principal desafio, teremos a busca pela harmonia na relação entre varejistas essa será apenas uma de nossas missões ao longo de 2010. Outra questão, ainda mais abrangente, absorve nossos es-

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forços no momento: a permanência da redução do IPI para o

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e administradores dos empreendimentos. Apesar de árdua,

setor de Material de Construção Civil, um importante polo da economia nacional. O incentivo concedido pelo governo em abril de 2009 foi estendido até dezembro deste ano. Festejamos, mas queremos ainda mais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até março do ano passado, os números do setor estavam negativos. Com isso, de janeiro a maio, o faturamento das indústrias de material de construção caiu 16,10% em relação ao mesmo período de 2008. Com a suspensão da redução, corremos o risco de cessar o movimento de retomada comemorado até então por empresários e trabalhadores. Em março, ainda, o Sindilojas POA, representando seus associados, expediu uma carta aos deputados em Brasília manifestando suas considerações em defesa da prorrogação da redução do IPI para materiais de construção e móveis, que incide sobre os insumos comercializados pelo setor. O documento reforçava os reflexos positivos da manutenção da medida e sua contribuição para o impulso do consumo e aumento nas vendas do comércio, incentivando a construção civil e principalmente sua capacidade de gerar empregos diretos. Comemoramos nossa vitória parcial quando foi confirmada a redução em caráter definitivo para os produtores de móveis. Mas a batalha ainda não está ganha.

Participei, como presidente da Entidade, dos debates a favor da construção civil em um almoço com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante a 18ª Feira Internacional da Indústria da Construção (FEICON), em São Paulo, na primeira semana de abril. Na ocasião, Mantega já acenou com a possibilidade, que agora se confirma, da prorrogação e diversas entidades ligadas ao setor reafirmaram a importância da manutenção do benefício, a exemplo do que aconteceu com o segmento moveleiro. A desoneração do setor de móveis, que também foi favorecido pelas medidas do Governo em 2009, manteve-se parcialmente depois de um ano de isenção. Entre os itens beneficiados pela recomposição parcial – porém definitiva – do IPI, estão móveis estofados e placas laminadas de madeira, que antes do período de isenção eram taxados em 10%. Agora, o índice é de 5%, uniformizando o imposto para os produtos do setor moveleiro e de painéis. No caso do segmento da construção civil, festejamos a prorrogação do benefício até dezembro – certamente é uma vitória –, mas a perpetuação do índice atual, além de garantir a sobrevivência das mais de 122 mil empresas do setor e cerca de 1,5 milhão de empregados – segundo dados de 2002, último levantamento disponível do IBGE –, a medida permitirá a manutenção de projetos divulgados como prioritários pelo Governo Federal, como o Minha Casa Minha Vida, que acenou com a possibilidade da casa própria para um milhão de famílias brasileiras. Queremos apenas fazer nossa parte. *Presidente do Sindilojas POA e Alvorada


Mercado

O Dia das Mães está próximo Uma das datas mais movimentadas no calendário varejista, o Dia das Mães traz boas expectativas depois de um 2009 marcado pela crise.

S

er mãe é dedicar-se a uma vida (ou mais) a vida toda. O dia inteiro, o ano todo. Por isso, não é à toa que elas merecem uma data especial. De acordo com o

calendário varejista, o Dia das Mães é uma das comemorações mais movimentadas do ano depois do Natal. Comemorado sempre no segundo domingo de maio, as lojas se organizam para atrair os olhares de quem realmente compra nesta data: os filhos. nio Belotto, a figura do pai entra em cena na hora de pagar

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De acordo com o sócio da Astratto Jóias, Marco Antoo presente quando os filhos ainda são crianças. De qualquer

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forma, a homenagem sempre fica por conta dos “pequenos”, não importa a idade. Na lista de presentes entram flores, joias, roupas, acessórios, artigos de perfumaria, eletroeletrônicos, objetos de decoração ou utensílios para a casa. Cada mãe tem um perfil e a dica é seguir o mesmo à risca, o que diminui as chances de errar na hora de decidir a compra.

primeiro semestre de 2009.

“No segmento de joias, as correntes com pingentes de

De acordo com a empresária e franqueada da O Boticá-

coração ou com com fotos da mãe são os mais solicitados”,

rio Cristina Christo, o Dia das Mães é uma das datas mais

afirma Belotto, lembrando que o ticket médio investido nes-

importantes para a rede, “pois atinge diretamente o público

te setor é em torno de R$ 300. Contudo, ele destaca que o

feminino e a figura daquela pessoa que é nosso tesouro

mercado de joalherias tem um movimento ainda maior no

mais valioso”. Desta forma, a marca aproveita a época para

Dia dos Namorados, pois “nenhum presente é mais român-

trabalhar com o lançamento de produtos, garantindo o oti-

tico que uma joia”. Ainda assim, ele garante que o atendi-

mismo nas vendas. Este ano, um dos artigos mais solicitados

mento personalizado e o preparo do estoque com artigos

nas lojas da rede, o perfume Floratta, ganhará três novas

de valor acessível é o que realmente faz a diferença na hora

versões. Entre as novidades, também estão a linha Tesouros,

de conferir os resultados das vendas.

com seis produtos exclusivos, e mais cinco opções de esto-

“Acredito que neste ano teremos um crescimento de

jos e acessórios.

15% a 20%, recuperando os números de 2008”, prevê o em-

Não importa o tipo de mãe: modernas, clássicas, des-

presário, em referência à mesma data em 2009, que teve

coladas. Mãe de família, mãe de coração, mãe de primeira

uma queda de 30% nas vendas como consequência da crise

viagem ou, ainda, mães de mães: o mercado tem espaço re-

financeira mundial, que se alastrou em outubro do ano re-

servado para todas. Com certeza, opções de presentes não

trasado e prejudicou boa parte do comércio, em especial no

faltam.


Desenvolvimento Humano

Características pessoais são determinantes Perfil do candidato a uma vaga de trabalho deve preponderar à experiência.

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A

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análise das características pessoais é o critério que

se o cargo for de vendedor ou outro em que a pessoa trate

deve predominar em um processo de recrutamen-

diretamente com o público.

to, independente de a pessoa ser experiente ou

Claro que um passado brilhante por outras companhias

ser novata na área pretendida ou mesmo no mercado de

deve contar pontos; afinal, através das referências anteriores,

trabalho. Avaliar o candidato por suas atitudes, iniciativas e

é possível ter uma percepção melhor da personalidade e das

conduta ética pode evitar muitas dores de cabeça em quem

capacidades de determinado candidato. “Deve-se levar em

contrata. A seleção por valores pessoais vem ganhando adep-

consideração o motivo da saída de outro emprego”, ensina

tos nas grandes empresas e o mercado começa a ficar atento

a psicóloga. Se foi em busca de novos desafios ou uma com-

a essa tendência.

pensação salarial maior, ponto para ela. Se houve problemas

“É mais fácil treinar questões técnicas em uma pessoa,

de relacionamento ou outras questões de conduta, é preciso

mesmo sem experiência, se ela tiver a capacidade de se adap-

atenção. Se a pessoa ficou dez anos em uma empresa, por

tar a mudanças, mostrar vontade de aprender, tiver iniciativa

exemplo, é preciso avaliar se o profissional ficou no mesmo

e capacidade para seguir normas e a política da empresa”,

cargo o tempo todo, o que pode indicar acomodação, ou se

considera a psicóloga Cristiane Steigleder, diretora dos gru-

foi promovido.

pos de estudos da Associação Brasileira de Recursos Huma-

É na entrevista que a personalidade pode se mostrar.

nos no Rio Grande do Sul (ABRH-RS). Outro aspecto a ser

Como essa etapa do recrutamento é fundamental, o lojista

levado em consideração é se a pessoa é resiliente, ou seja, se

deve buscar um especialista em seleção de pessoal ou buscar

tem a capacidade de enfrentar momentos difíceis e depois

informações sobre técnicas de entrevista para se capacitar.

retomar rapidamente a motivação e o ritmo de trabalho.

“Na entrevista, a pessoa vai mostrar somente os pontos de

Ela explica que tradicionalmente as empresas colocam como requisito básico um currículo consistente. “As organizações se focam no passado do candidato, se passou por empresas estruturadas, se o tempo de permanência foi adequado, etc. Depois, avaliam se a formação acadêmica e profissionalizante é adequada ao cargo, se o pretendente à vaga tem Ensino Médio ou Superior, se fez um curso profissionalizante na área da vaga de trabalho e se domina outro idioma. Por último, enxergam as características pessoais. Esse sistema deveria ser invertido”, ressalta Cristiane. Ter jogo de cintura, estabilidade emocional e saber lidar com problemas são questões que influenciam no dia-a-dia de uma empresa, incluindo as do comércio varejista. Ainda mais

força, mas é preciso perceber os pontos frágeis, também chamados de lado sombra”, diz Cristiane. A capacidade de adaptação independe da idade


FOTO: MILTON MORAES

Relação Trabalhista * Flávio Obino Filho

Liberdade de Horário – Duas Décadas de Lutas (Parte I)

O

título do presente artigo provavelmente não faz jus-

lho, ouvi do Ministro Pazzianotto, já integrante do TST (órgão

tiça a história do SINDILOJAS.A entidade, bem antes

que depois presidiu), que o Estado não deveria se intrometer em assuntos relacionados com o horário de funcionamento do comércio, sendo a matéria própria de negociação coletiva. Não

desta batalha nas últimas duas décadas representando o SINDI-

perdi a oportunidade. Após referir que tinha anotado a sua afirmação de não in-

dando a trilhar estratégias para o enfrentamento da questão. Esta

tervenção do Poder Público no assunto, provocativamente per-

história precisa ser contada. Não costumo escrever na primeira

guntei como ele justificava, que ao assumir o cargo de Ministro

pessoa, mas neste caso abro uma exceção e encaro este desafio.

do Trabalho, um de seus primeiros atos foi o de revogação do

O relato ocupará edições da nossa Revista Conexão Varejo.

diploma legal que permitia o ajuste de trabalho em domingos e

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Durante a década de 80, ainda frequentando o Colégio

feriados através da negociação coletiva que agora defendia. Pa-

Anchieta, acompanhei as atividades do meu pai, advogado do

zzianotto, visivelmente constrangido perante a platéia, contou

SINDILOJAS, auxiliando a entidade na luta para garantir o fun-

que logo após a posse, quando de uma visita ao Presidente-eleito

cionamento do comércio nos sábados à tarde em Porto Alegre.

Tancredo Neves no hospital em que estava internado, ocasião em

Hoje se nos afigura absurdo o chamado “sábado inglês”, sendo

que acompanhava o Presidente Sarney, foram eles cercados por

inimaginável um cenário de lojas de portas fechadas nas tardes

líderes comerciários e representantes da Igreja Católica, que leva-

de sábado. Nos anos 80, contudo, a proposta de limitação de

ram o assunto ao conhecimento do presidente dizendo que havia

trabalho aos sábados esteve por diversas vezes na pauta da

um compromisso de Tancredo Neves de revogação do decreto.

Câmara de Vereadores. Em votações apertadas o interesse de

Naquele ambiente de comoção, em que as esperanças de

lojistas e da sociedade foi preservado, sendo as propostas re-

sobrevivência se misturavam com a fé dos católicos brasileiros,

chaçadas. Naquelas mobilizações já são encontradas as digitais

o Presidente Sarney se comprometeu em revogar o decreto, o

do SINDILOJAS.

que foi feito... Se a versão corresponde aos fatos e se os fatos

Neste cenário, ainda na condição de acadêmico de Direito,

justificam o ato, cabe a sociedade julgar, o certo, contudo, é que

mas já integrando a consultoria jurídica do SINDILOJAS, aplaudi

a revogação do decreto postergou por quase uma década o fun-

a edição pelo Presidente João Figueiredo em 12 de março de

cionamento regular das lojas aos domingos.

1985, no apagar das luzes de seu Governo, de Decreto auto-

Nos anos finais da década de 80, à época já coordenando

rizando o funcionamento do comércio varejista em geral aos

o Grupo de sindicatos patronais nas negociações coletivas do

domingos e feriados, condicionado à celebração de acordo co-

comércio de Porto Alegre, participei de várias reuniões em que

letivo de trabalho.

o SINDILOJAS encaminhou proposta de inclusão na convenção

O Decreto n. 91.100/85 teve vida curta. No dia 20 de março,

coletiva de trabalho de cláusula autorizando o comércio nos do-

oito dias depois da sua edição e cinco depois da mudança do

mingos de dezembro com a utilização de empregados, em que

Governo, foi revogado constituindo uma das primeiras medidas

pese a ausência de lei que autorizasse o funcionamento. O sindi-

do Governo Sarney. O Decreto revogador também foi assinado

cato dos comerciários rechaçou todas as nossas tentativas.

pelo Ministro do Trabalho Almir Pazzianotto. Anos mais tarde, em um seminário sobre direito do traba-

*Advogado do escritório Flávio Obino Fº Advogados Associados

Conexão Varejo

LOJAS em processos judiciais, participando de reuniões e aju-

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de 1990, já estava à frente das lutas dos lojistas pela

liberdade de horário. O título tem um viés egoísta, pois participei


Associação

Acial atua com ênfase no desenvolvimento Entidade é protagonista de ações políticas e sociais e de fomento econômico.

A

Associação Comercial e Industrial de Alvorada (Acial) tem um papel protagonista no desenvolvimento econômico e social da região. Faz da premissa de de-

fender o setor produtivo sua missão e, para isso, atua junto à Prefeitura e entidades como o Sindilojas e Fiergs. Entre os desafios, está qualificar os negócios e retirar de

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Alvorada a posição negativa de cidade com a menor renda per

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capita do Estado: R$ 3.973,00. De acordo com o presidente da

Acial é parceira do Sindilojas de Alvorada

Acial, Celso Freire de Carvalhaes, é papel da entidade trabalhar

dicato dos Trabalhadores, avalia Carvalhaes, destacando que

junto ao poder público para o progresso da cidade.

dessa forma o comércio de Alvorada poderá ser mais atuante

Como exemplo das ações vitoriosas recentes junto à administração municipal, Carvalhaes destaca a posição contrária à

e integrado. Além disso, com a união, os empresários terão a oportunidade de participar de eventos comuns.

instalação de um presídio na cidade e a alteração no Plano Di-

Para a Acial, o crescimento industrial precisa estar ligado

retor. A proposta, aprovada na Câmara Municipal, destinou um

à formação de pessoas. Entre os projetos, está em fase final o

terço da cidade para o desenvolvimento: um total de 2.356,39

planejamento de cursos nas áreas de vendas, financeiro, qua-

hectares exclusivos a indústrias.

lidade, materiais, Recursos Humanos e outros direcionados

Como forma de definir a vocação de Alvorada e ocupar a

diretamente a segmentos específicos, por exemplo, o comér-

área do distrito industrial, a entidade dará prosseguimento ao

cio. “Buscamos a formação de novos empresários e a troca

projeto de Geração de Emprego e Renda juntamente com a

de experiências entre as empresas.”

Fiergs. O dirigente cita os setores de móveis, reciclagem, têxtil

Além disso, a Acial conta com um escritório que presta

e metalúrgico como potenciais geradores de emprego, o que

orientação aos empresários e que abriga serviços como o

servirá de argumento para a criação de escolas técnicas.

SPC, Comitê Regional da Qualidade de Alvorada e Parceiros

Com o crescimento industrial, Carvalhaes confia que o co-

Voluntários – auxílio a entidades assistenciais.

mércio e serviços terão bons resultados, o que irá se refletir

Nos eventos promovidos pela entidade, destacam-se o

no atendimento à população, já que a prefeitura terá condi-

Acial Convida, Acial Qualifica e café da manhã, todos reali-

ções de investir mais por arrecadar mais. “Entendemos que

zados mensalmente. Também é organizado um evento anual

em Alvorada o desenvolvimento industrial é um dos grandes

com um palestrante de renome e ações de apoio a promo-

gargalos para mudarmos a posição negativa de menor PIB per

ções e datas comemorativas.

capita do Estado”, alerta.

A Associação também investe em sua estrutura para melhor atender aos associados. Depois de mudar o layout e a

Vantagens na parceria com o Sindilojas

estrutura organizacional e reformar os banheiros e cozinha da sede social, a Associação irá construir uma nova sede em

Através da parceria com o Sindilojas, a Acial ficou mais próxima de seu representante nas negociações com o Sin-

um terreno de 1,5 mil metros quadrados localizado no centro de Alvorada.


Finanças

Aumento nos fretes trará impacto para o comércio Orientação do sindicato das transportadoras é repor 18% de perdas em função da crise.

O

s lojistas devem preparar o bolso para o aumento

A justificativa é que o percentual repõe as perdas do

de preço de mercadorias em função do transpor-

setor a partir da crise econômica do final de 2008. Silvano

te de cargas. O percentual de alta sugerido pelo

explica que durante o período de turbulência houve uma

setor é de 18%. Mesmo que a indústria absorva parte desse

pressão da indústria para reduzir o valor do frete e que, em

impacto, a medida vai respingar no comércio varejista.

2009, enquanto outros preços foram corrigidos, o mesmo não aconteceu com o de transporte. Em fevereiro, uma pesquisa da NTC indicou a necessidade

de varejista muitas vezes já tem o frete pago. “A solução a

de uma reposição tarifária de 18%. “As empresas transporta-

curto prazo será entrar em contato com as transportadoras

doras não repassaram os custos no período”, justifica Silvano.

e negociar. Acredito que a concorrência entre as mesmas fi-

Além da necessidade de reduzirem seus preços durante a

cará acirrada e por isso talvez nem consigam repassar este

crise, o setor logístico enfrenta dificuldades crescentes.

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aumento”.

Nas grandes cidades, há problemas de acesso, principal-

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Lo-

mente em lojas do centro. O presidente do Setcergs lem-

gística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) seguiu a

bra que muitos varejistas também reduziram o horário de

orientação da Associação Nacional do Transporte e Logística

entrega nas lojas. Em Porto Alegre, exemplifica o dirigente,

(NTC). “Temos que recompor custos”, defende o presiden-

ainda há o agravamento com a retirada de placas de carga e

te do Setcergs, José Carlos Silvano, destacando que o índice

descarga em diversas vias. Essa é uma situação que se repete

é apenas uma recomendação do sindicato e que pode ser

em várias cidades e que acarreta em ampliação de despesas.

negociado caso a caso, até porque há segmentos dentro da

“Sem contar a precariedade das estradas, as recentes quedas

logística que estão mais defasados que outros.

de pontes, os desvios, ou seja, cada dificuldade é um custo novo”, afirma. Somado ao aumento de preços, Silvano alerta para a possível falta de caminhões para o transporte de cargas. Isso porque a safra agrícola recorde está atraindo transportadoras que trabalhavam com outros tipos de produtos. Somada à expansão econômica e ao consequente aumento do consumo interno, há possibilidade de colapso logístico. “Já há empresas rejeitando contratos por não conseguirem atender à demanda.” Setcergs segue orientação da NTC

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o maior prejudicado é o pequeno empresário, pois o gran-

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De acordo com o empresário Paulo Kruse, da Patchwork,


por Eduardo Plastina *

FOTO: MILTON MORAES

Tributos

Aumento do SAT pode ser questionado na justiça

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A

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12

s empresas submetidas ao lucro real e ao lucro pre-

nexos técnicos pela perícia médica do INSS, ainda que sem

sumido foram surpreendidas, no final do ano pas-

CAT a eles vinculados. Para o de gravidade, por sua vez, são

sado, com a criação do Fator Acidentário de Pre-

relevados todos os casos de auxílio-doença, auxílio-acidente,

venção (FAP), que se constitui em elemento multiplicador da

aposentadoria por invalidez e pensão por morte, todos de

alíquota do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT).

natureza acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferen-

O SAT é uma contribuição previdenciária, a cargo das em-

tes em razão da gravidade da ocorrência. Para o de custo, por

presas, cuja função é custear os benefícios da aposentadoria

fim, utilizam-se os valores dos benefícios de natureza aciden-

especial e aqueles concedidos em razão do grau de incidência

tária pagos ou devidos pela Previdência Social.

de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais

Examinando-se os termos das normas jurídicas que insti-

do trabalho. Na legislação de regência, tem como base de

tuíram o FAP, contudo, pode-se concluir que a flexibilização

cálculo a folha de salários e como alíquota percentuais vari-

da alíquota do SAT, por força da instituição do FAP, acaba por

áveis em função do grau de risco de acidente de trabalho na

violar a ordem jurídica em pelo menos três pontos: (i) no

atividade preponderante da empresa: 1%, se o risco for “leve”;

primeiro, ao alterar indevidamente a alíquota de tributo por

2%, se for “médio”; e, por fim, 3%, se for “alto”.

veículo normativo infralegal; (ii) no segundo, ao não ter havi-

Ocorre que, desde 2003, há previsão legislativa segundo

do a divulgação de dados vinculados aos critérios de multipli-

a qual as alíquotas do SAT poderão, conforme disposição em

cação da alíquota do SAT que sejam claros e suficientes, por

regulamento, ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em

si só, à individualização da alíquota da aludida contribuição

até 100%, em razão do desempenho da empresa em relação

social para cada empresa; e (iii) no terceiro, ao estabelecer

à respectiva atividade econômica, consoante índices de fre-

um critério coletivo, pelo qual se fixa um comparativo com

quência, gravidade e custo. Tal regra, porém, ficou sem efeito

o desempenho das outras pessoas jurídicas do mesmo setor,

até setembro de 2009, quando houve a instituição do FAP,

para a avaliação do desempenho da empresa e, por decor-

que, na condição de elemento multiplicador da alíquota do

rência, o FAP específico a ela aplicável, e não ter havido a

SAT, passou a ter a aptidão de fazer esta variar de 0,5% (50%

divulgação de tais dados pelo INSS, permitindo a conferência

de redução sobre a menor alíquota do SAT) até 6% (100% de

de sua exatidão e validade.

aumento sobre a maior alíquota do SAT). Segundo a nova normatização, a discriminação do desempenho da empresa, dentro da respectiva atividade econômica, deve ser estabelecida a partir do FAP, composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo. Para o de frequência, são levados em conta os registros de acidentes e doenças do trabalho informados ao INSS por meio de Comunicação de Acidente do

Por conta desses problemas jurídicos, torna-se possível a interposição de ação judicial questionando a validade da aplicação do FAP às alíquotas do SAT, sobretudo naqueles casos em que a multiplicação destas por aquele resultar em acréscimo na tributação das empresa, de modo a buscar, com isso, o retorno da aplicação da alíquota antiga, de 1%, 2% ou 3%, a depender do grau de risco da atividade.

Trabalho (CAT) e de benefícios acidentários estabelecidos por

Souza, Berger, Simões e Plastina - Advogados


Gestão

Aumento de custos é um desafio As obrigações tributárias e a alta nos preços de serviços pressionam o comércio.

bre o custo no comércio varejista aumenta ao mesmo

tempo em que a concorrência cresce e obriga a manutenção ou mesmo a baixa de preços. Fica o desafio de absorver os aumentos e manter a empresa saudável para garantir sua manutenção no mercado. Não existe uma única forma de planejar e gerir os negócios, já que cada companhia tem despesas fixas diferentes, que dependem do porte e do número de funcionários, do faturamento, do perfil de produtos que comercializa e do enquadramento tributário em que está inserida, entre outros aspectos. O aluguel, por exemplo, de uma loja de rua tem um peso diverso de uma operação em shopping center, assim como a aquisição de confecção para revenda em outro estado acarreta o pagamento do diferencial de alíquota de ICMS. Além disso, quando a mercadoria vem de outras regiões do País, vale lembrar que o produto traz embutido em seu preço o impacto do frete etc.

Exemplos de despesas de uma operação de varejo: Capital investido na loja Capital de giro Aluguel ou manutenção de imóvel próprio Mercadorias Remuneração do empreendedor e funcionários – férias, aviso prévio, 13º salário Impostos e tributos trabalhistas e previdenciários Impostos municipais e estaduais Contribuição sindical Despesas financeiras Luz, água, telefone, internet Marketing, contabilidade Itens taxados por substituição tributária a partir do final de 2009: Materiais de construção e elétricos, ferramentas, vinhos, bebidas quentes, bicicletas, brinquedos, material de limpeza, produtos alimentícios, artefatos de uso doméstico, instrumentos musicais, artigos de papelaria, eletrônicos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

É necessário considerar que as empresas optantes pelo Simples Nacional – a maior parte do comércio varejista – não

de do Sul (CRC-RS), Enory Luiz Spinelli. Esse cálculo, destaca

pagam o imposto sobre a cidade de trabalho, mas têm que

o contador, deve levar em consideração todas as variáveis que

estar atentas aos produtos que passaram a integrar a substi-

compõem, desde o custo do produto até o impacto tributário,

tuição tributária no final de 2009. Inclusive sobre os itens que

as incidências da área trabalhista e as demais despesas opera-

estão no estoque, pois quem vende mercadorias inseridas

cionais e financeiras, como a remuneração do próprio dirigen-

na substituição tributária deve calcular e recolher o ICMS

te, o aluguel, o cartão de crédito e em-

sobre os estoques. Para o advogado Eduardo Plastina, ocorre

préstimos. “Para abrir e fechar a porta

uma distorção, pois com a substituição tributária

de uma loja, tem custo”, ressalta.

as obrigações determinadas no Simples são

Para Spinelli, o uso da contabili-

extrapoladas. “Criam deturpações para

dade como instrumento de gestão é

os empreendedores”, alerta.

mais do que relevante: é fundamental

As mudanças referentes às despesas

para ver onde se tem maior ou menor

devem ser acompanhadas de perto. “É

custo, se a margem de rentabilidade

preciso mensurar os custos para sobre-

atende ao que se espera do negócio.

viver e ter margem de lucratividade”,

“Através de uma análise sistemática,

explica o ex-presidente do Conselho

se pode obter essas informações e o

Regional de Contabilidade – Rio Gran-

desejado equilíbrio.”

abril I 2010

do imposto sobre acidentes de trabalho. A pressão so-

13 Conexão Varejo

S

ubstituição tributária, aumento no preço de fretes e


Especial

Varejistas entram no clima da Copa do Mundo Para atrair o torcedor, lojistas se preparam com estoques mais altos e ações de marketing.

abril I 2010

O Conexão Varejo

14

s preparativos para a Copa do Mundo na África

dos queridinhos da torcida, como o número 8, Kaká, e o nú-

do Sul já começaram entre as equipes que dispu-

mero 9, Luis Fabiano.

tam o primeiro lugar do futebol mundial, que pela

Mas a febre das camisetas das seleções mundiais ultra-

primeira vez acontece em continente africano. Jogadores de

passa o amor incondicional ao Brasil. Como as seleções têm

trinta e dois países do mundo inteiro serão os protagonistas

diversos patrocinadores, as cores, os materiais e os modelos

de duelos que vão mexer com a emoção de crianças, jovens

se diferenciam e muitos acabam comprando os uniformes de

e adultos.

adversários por considerarem bonitos e por representarem

Fora dos gramados, as estratégias do comércio varejista

ídolos do futebol. Ganham destaque a camiseta da Argentina,

para estimular as vendas rompem fronteiras e mobilizam em-

de Messi; da Espanha, de Fernando Torres; da Inglaterra, de

presários mundo afora. Em Porto Alegre não é diferente. Os

Rooney e até mesmo da adversária do Brasil na primeira fase,

estoques de produtos relacionados ao festival da bola foram

Portugal, de Cristiano Ronaldo.

reforçados e as ações de marketing começam a ser imple-

Na Ughini, o abastecimento das gôndolas começou no

mentadas. Em muitas vitrines, o “clima” do mundial chegou

final do ano passado. “Os principais produtos têm venda pro-

para estimular o consumidor a antecipar a ida às compras,

gramada”, explica o gerente de Esportes da Ughini, Marco

principalmente nas lojas de produtos esportivos e de tec-

Aurélio da Silva. Para reforçar os estoques, a varejista vai dis-

nologia.

ponibilizar maiores quantidades de camisetas e outros itens

Para um jogador de futebol entrar em campo no melhor

relacionados a futebol.

de sua forma física, precisa de um período de preparação.

São 31 dias de emoção, a partir de 11 de junho, com a

Assim também é no varejo. É preciso planejamento. Nas Lo-

primeira partida entre África do Sul x México e a grande

jas Paquetá, as programações de compras começaram exa-

final no dia 11 de julho. Com o avanço do Brasil em cada fase,

tamente um ano antes do campeonato mundial de futebol.

aumenta o interesse dos torcedores por camisetas, bolas e

“Incentivamos as vendas no período da Copa, oferecendo um

outras peças relacionadas ao uniforme verde-amarelo. Caso

grande mix de produtos alusivos à data, coleção variada de

os jogadores da seleção brasileira decepcionem, camisas de

camisas de clube, em especial a camisa da seleção”, conta a

outros times têm maior saída, mesmo em menor proporção.

gerente de marketing da rede, Paulina Bacher. Além do uni-

“Seguramente, o sucesso da seleção alavanca a venda, princi-

forme dos times, as bolas de futebol oficiais também tiveram

palmente de camisetas”, afirma Silva. “Sem dúvida, o desem-

seus estoques ampliados.

penho do Brasil nos jogos tem um impacto direto nas ven-

Para se ter uma ideia do que representam os jogos, a

das”, concorda Paulina.

Paquetá Esportes deve comercializar em torno de 50 mil ca-

As 340 lojas da Colombo começaram os preparativos

misas, sendo que 70% devem ser da seleção canarinho. O fato

ainda em 2009 e agora estão com uma grande variedade de

de ser objeto de desejo é justificável: a seleção brasileira é a

produtos. São tevês com telas entre 32 e 60 polegadas, de

maior vencedora da história da Copa, com cinco títulos. Além

vários modelos e marcas, como Sony, Samsung, LG e Philips.

disso, a camisa oficial do Brasil traz novidades, novo modelo,

As vendas, estimuladas desde janeiro com o crediário a longo

inovações tecnológicas e design que atraem o público, além

prazo também devem ser significativas para o Dia das Mães.


Ainda é tempo de incrementar o ponto de venda

uma campanha especial para incentivar o apoio à seleção brasileira, com o objetivo de envolver o público no mundial. Além das promoções com consumidores, o professor de Marketing da ESPM sugere que seja realizado um trabalho de incentivar os colaboradores, a convenção da empresa, que acontece no final de junho, em Caxias do Sul, terá como

ve, ensina o professor de Marketing da ESPM Genaro Galli.

tema ‘É Gol’, tudo em função da Copa. Neste encontro, have-

De acordo com ele, nas lojas de materiais esportivos, muitos

rá premiações para os melhores gestores da rede. A Ughini

ficam apenas no verde e amarelo, mas pode ser interessan-

segue a boa e velha fórmula da comissão – quanto mais ven-

te adotar ações relacionando as marcas a países. “Enxergar

dem, mais ganham, o que estimula os vendedores a conquis-

a Copa do Mundo como mundo e adotar estratégias que

tarem os torcedores.

joguem com o todo, não associar a um ou outro time”, sugere. Vitrine, expositores, área de circulação e até mesmo os vendedores podem aderir à proposta, vestindo camisas

Consumidores vão às compras

de seleções de futebol distintas. Claro que o Brasil deve ser

Os jogadores ainda nem entraram em campo, mas os re-

privilegiado. Afinal, são os produtos relacionados ao país do

flexos da Copa do Mundo já começaram a influir no varejo.

futebol os que mais têm saída.

A venda de produtos esportivos e de tecnologia que vão dar mais conforto aos torcedores já tiveram um acréscimo,

Estímulo para quem compra e quem vende A Colombo largou na frente e em janeiro lançou uma promoção relativa à Copa. Televisores de telas planas de 32 a

refletindo o ânimo dos torcedores embalados pelo bom momento econômico do País. Claro que, quanto mais se aproxima o calendário dos jogos, mais aumenta a visibilidade, assim como a repercussão para o comércio. As vendas corporativas já iniciaram para a Paquetá, que fornece para as empresas produtos que serão distribuídos como brinde para colaboradores ou clientes.

60 polegadas com pagamento em 2 anos e meio. Em março,

Para o cliente final, a expectativa da rede é ampliar os

entrou no ar a Torcida da Sorte Colombo: se o Brasil vencer

volumes no período mais próximo do evento, nos meses de

a Copa, a prestação de agosto – a primeira posterior ao tér-

maio e junho. Também a Ughini espera uma maior procura a

mino do evento –, é de graça, caso o cliente opte pelo paga-

partir de maio.

mento a longo prazo. A varejista também está apostando na

Toda essa movimentação vai se refletir mais fortemen-

internet, na interatividade, em mídia, ações de rua, nos pontos

te no faturamento das empresas especializadas em esporte,

de venda e junto a colaboradores.

caso da Paquetá Esportes, que estima um aumento das ven-

A promoção visa estimular o consumidor a antecipar o

das de cerca de 25% sobre o mesmo período da última Copa,

preparo para assistir aos jogos em aparelhos de televisão

em 2006. Em relação a outros anos sem o evento esportivo, a

com a melhor qualidade de imagem disponível.

comercialização de camisas e bolas de futebol aumenta mais

Na Paquetá, a gerente de marketing explica que haverá

de 20 vezes, comemora Paulina.

15 Conexão Varejo

Até para quem não preparou a casa, ainda dá tempo de criar uma temática envolvente. Criatividade é a palavra-cha-

abril I 2010

estímulo com os vendedores. A Colombo é exemplo. Para


representa 12% do total das vendas da rede. Em

Em camisetas oficiais, a Ughini estima um

virtude da Copa e, antes, do Dia das Mães,

aumento entre 10% e 15% no volume comercializado. Mas, como a trabalha com uma

além do crescimento na oferta de novos pro-

gama de produtos bastante diversificada, na

dutos, facilidades e interatividade, a Colombo

rede a comercialização de categorias rela-

deve chegar ao final do ano com um e-commer-

cionadas ao evento esportivo não chega

ce que representará 15% do faturamento global

a ser muito representativa em relação

da rede. Neste ano, a Colombo quer

ao volume total de vendas da empresa,

aproveitar as perspectivas, o otimis-

explica Marco Aurélio.

mo e a Copa do Mundo para gerar bons negócios e crescer 15%, informa

A Colombo, presente com lojas físicas em

o diretor de marketing e vendas da rede, Thiago

toda a região Sul, São Paulo e Minas Gerais,

Baisch.

tem ainda um e-commerce superforte, que

Torcida pela seleção canarinho go, no mesmo horário. Se o Brasil ficar na segunda posição do Grupo G, nas oi-

na cidade de Johannesburgo, contra a Coreia do Norte. Se a seleção brasileira for a primeira colocada no Grupo

tavas de final irá enfrentar no dia 29 de junho, às 19h30, na

16

G, nas oitavas de final irá jogar no dia 28 de junho, às 19h30,

Cidade do Cabo, o primeiro colocado do Grupo H (Suíça,

Conexão Varejo

abril I 2010

O Brasil estreia no dia 15 de junho, terça-feira, às 15h30,

em Johannesburgo, contra o segundo lugar do Grupo H (Su-

Honduras ou Chile). Vencendo, o Brasil irá para as quartas de final competir, no

íça, Honduras ou Chile). Se passarem pelo adversário, os brasileiros irão para as

dia 3 de julho, às 15h30, em Johannesburgo, contra o vencedor

quartas de final enfrentar, no dia 2 de julho, às 11h, em Port Eli-

do jogo entre o 1º colocado do Grupo F (Itália, Paraguai, Nova

zabeth, o vencedor da partida entre o 1º colocado do Grupo

Zelândia ou Eslováquia) e o 2º colocado do Grupo E (Holan-

E (Holanda, Dinamarca, Japão ou Camarões) ou o 2º colocado

da, Dinamarca, Japão ou Camarões). A semifinal ocorre no dia 7 de julho, às 15h30, em Dur-

do Grupo F (Itália, Paraguai, Nova Zelândia ou Eslováquia). A semifinal ocorre no dia 6 de julho, às 15h30, na Cidade do Cabo, e a grande final no dia 11 de julho, em Johannesbur-

ban, e a grande final no dia 11 de julho, em Johannesburgo, no mesmo horário.

1ª rodada

2ª rodada

3ª rodada

15 de junho – terça-feira

20 de junho – domingo

25 de junho – sexta-feira

15h30

15h30

11h

Johannesburgo

Johannesburgo

Durban

Brasil x Coreia do Norte

Brasil x Costa do Marfim

Brasil x Portugal

Conheça as chaves: GRUPO A

GRUPO C

GRUPO D

GRUPO E

GRUPO F

GRUPO G

GRUPO H

ÁFR. DO SUL ARGENTINA

GRUPO B

INGLATERRA

ALEMANHA

HOLANDA

ITÁLIA

BRASIL

ESPANHA

México

Nigéria

Estados Unidos

Austrália

Dinamarca

Paraguai

Coreia do Norte

Suíça

Uruguai

Coreia do Sul

Argélia

Sérvia

Japão

Nova Zelândia

Costa do Marfim

Honduras

França

Grécia

Eslovênia

Gana

Camarões

Eslováquia

Portugal

Chile


Entidade

Em nome dos lojistas Sindilojas e Conecs unem-se para atender às reivindicações da classe e começam 2010 celebrando conquistas. shopping centers, além de influir nos preços ao consumidor,

selho Nacional de Entidades do Comércio em

tem sido motivo de disputas entre locatários e proprietários

Shoppings Centers (Conecs). Respeitando o rodí-

dos empreendimentos, pois não há qualquer regulamentação

zio estabelecido na direção do Conselho, a CNDL transfe-

legal sobre tal relação, atualmente regida somente pelos con-

riu no início de março a presidência da entidade, que tem

tratos”, destacou Ana Arraes. Ao término da sessão legislati-

a dura missão de estabelecer o equilíbrio entre o interesse

va, a Comissão ainda aprovou o parecer do Deputado Vital

dos lojistas e as regras estabelecidas pelas administradoras

do Rêgo Filho ao PL 6.625/2006, de autoria do Deputado Osório Adriano.

O embate que hoje é vivido pelos

O PL foi originalmente aprovado em

lojistas do BarraShoppingSul, que estão

2009 na Comissão de Defesa do Consu-

sendo coagidos pela administração a

midor e agora tramita na Comissão de

abrirem seus livros fiscais, não é novi-

Desenvolvimento Econômico, Indústria e

dade para os integrantes do Conselho,

Comércio (CDEIC). Esta aprovação re-

como o Sindicato. Em agosto de 2009,

presenta um avanço no que diz respeito à

o Sindilojas participou de uma audiên-

locação de imóveis em shopping centers,

cia pública na Câmara dos Deputados,

pois trata da retirada do 13º aluguel dos

em Brasília, que debateu, entre outros

contratos, reduzindo a um total de 12

temas, dois projetos de lei: o PL nº

mensalidades. Este fato mostra a atenção

7.137/2002, da ex-deputada Zulaiê Co-

à reivindicação dos lojistas, que em mui-

bra, e o PL nº 6.625/2006, de Osório

tas situações já pagaram 15 mensalidades

Adriano (DEM-DF).

anuais. Todavia, apesar de todas as ações,

O primeiro diz respeito ao esta-

o respeito nas relações entre empreendi-

belecimento de normas para a relação contratual locatícia em shopping centers; o segundo dispõe

mentos e lojistas ainda está longe de ser um fato.

sobre o condomínio. Em março deste ano, o presidente Ro-

De acordo com Ronaldo Sielichow, o relacionamento,

naldo Sielichow e o vice-presidente Marco Antonio Belotto

hoje, entre administradores e lojistas de shoppings “é um

retornaram ao Congresso Nacional onde, juntamente com

contrato atípico de adesão em que o pretendente a abrir

outros membros do Conecs, foi feita uma avaliação do ano

uma loja em shopping assina ou não, sem nenhuma negocia-

de 2009.

ção”. A regra não é a mesma para as grandes redes, mas para

Na abertura dos trabalhos da Reunião Ordinária da Co-

os pequenos empresários “é uma dura realidade”, afirma.

missão de Defesa do Consumidor (CDC), a deputada Ana

Dentre as prioridades do dirigente à frente do Conselho,

Arraes (PSB-PE) fez uma avaliação positiva do ano anterior,

está a busca pelo equilíbrio entre as relações comerciais e o

que comportou 66 projetos de lei, 72 requerimentos e 14

abastecimento dos parlamentares com informações neces-

audiências públicas.

sárias para que as leis sejam adequadas à realidade. Como

À frente da Comissão durante todo 2009, a deputada

legado de sua gestão à frente do Conecs, Sielichow espera

lembrou, durante o encontro, a importância do projeto de

deixar o Conselho estruturado e organizado para que a con-

Lei de Zulaiê Cobra, “uma vez que a relação locatícia em

tinuidade do trabalho feito por todos não seja prejudicada.

abril I 2010

de shopping.

17 Conexão Varejo

O

Sindilojas de Porto Alegre está à frente do Con-


Especial

Recordando a Copa Nas próximas edições, a Conexão Varejo entrevista jornalistas que estiveram presentes em Copas do Mundo, transmitindo o olhar de quem vive – e convive –, com o universo dos esportes.

E

ducação. Das Copas de Futebol que o editor de Esportes do jornal Zero Hora, David Coimbra, presenciou como repórter, esta é a lição que ele mais desta-

ca. Responsável pela cobertura jornalística dos Mundiais de 2002 e 2006, no Japão e na Alemanha, respectivamente, ele se prepara, este ano, para embarcar rumo à África do Sul. Para isso, ele busca informar-se sobre o país e as cidades que visitará, pesquisando, falando com moradores locais de cada região, lendo livros e acessando sites. Segundo Coimbra,

abril I 2010

este é o ponto de partida para qualquer cobertura jornalís-

Conexão Varejo

18

tica: estar informado sobre o tipo de realidade a ser encontrada. Quando perguntado sobre qual das duas Copas mais lhe marcou, o jornalista não hesita: a do o Japão. “Foi a oportunidade de conhecer outro tipo de vida, e isso é algo que a gente só consegue ver in loco”, explica. Ele destaca a cultura e forma de viver dos japoneses. “São pessoas muitos cordatas, que têm uma noção de espaço, de respeito, muito grande”, ressalta. Apesar de ter como essa, o editor reconhece a necessidade de, hoje, se fazer uma cobertura multimídia. “O jornalismo mudou mui-

FOTO: ADRIANA FRANCIOSI

pecialidade a mídia impres-

Fabio Cannavaro, da seleção Italiana, com o troféu da Copa de 2006, na Alemanha

2014, David Coimbra acredita que o segredo está no planejamento. “Aqui, as coisas estão muito precárias, e planejar com

to: além da TV e do rádio,

antecipação faz com que as coisas aconteçam”, salienta. Ou-

a internet cobre tudo mui-

tra medida importante, segundo o jornalista, é fazer com que

to rápido. Por isso, o jornal

estas mudanças sejam permanentes e não apenas passageiras

precisa fazer uma cobertura

em função de um acontecimento especial.

muito especial”, comenta.

Como lição para Porto Alegre, uma das subsedes da Copa

Para atrair o leitor, ele arris-

do Brasil, David Coimbra enfatiza a educação. “Tanto o Japão

ca uma espécie de viagem através do texto escrito: “Tento

quanto a Alemanha são países que passaram por destruição e

contar as histórias de forma que o leitor se sinta lá, passando

se reergueram. Se isso foi possível, foi por causa da educação.

por situações, como se estivesse realmente naquele local”,

É assim que se faz com que as pessoas sejam cidadãs, mais

afirma.

participativas. Se esses países se reergueram, não foi pelos

Com a escolha do Brasil como país sede da Copa de

seus bens materiais, mas sim pelo espírito do povo”.


FOTO: RICARDO GIUSTI

Informação, experiência e companheirismo “Já viajei de todas as formas para realizar uma cobertura da Copa do Mundo, só ainda não fui de navio”. É desta forma que o editor de Esportes do Correio do Povo, Hiltor Mombach, descreve a correria e exaustão para acompanhar a seleção brasileira no maior evento de futebol do Planeta.

a opinião hoje é muito valorizada”, comenta. Como traço pessoal em seus textos, Mombach gosta de

Segundo o jornalista, este é sempre um período desgas-

misturar um pouco de política e também os aspectos do lo-

tante, em que o sono e até mesmo a alimentação são prejudi-

cal onde está. “As pessoas sempre têm seu cronista favorito;

cados. No entanto, ele destaca que esta não é uma maratona

nós somos apegados a essas coisas”.

individual, mas sim de todos os que se dispõem a cobrir uma

cobertura jornalística é: um bom preparo, em termos de co-

pert em Olimpíadas e Pan-americanos –, foi em Las Vegas,

nhecimento sobre o país para o qual se viajará, estar antena-

nos Estados Unidos, em 1994. Quatro anos depois, na França,

do aos acontecimentos da seleção verde e amarela, “e os re-

ele presenciou a primeira Copa informatizada, ou seja, foi o

medinhos que todo mundo precisa, não é?”, brinca Mombach.

abril I 2010

de perto, o repórter salienta que o que não pode faltar numa

O primeiro Mundial de Mombach – que também é ex-

contato inicial com a cobertura jornalística através dos com-

Na mala, pode até faltar o chimarrão, mas ele jamais esquece

19

putadores.

o laptop, a experiência e o artigo mais importante: os compa-

Conexão Varejo

Copa do Mundo.

Responsável por acompanhar a Seleção Brasileira mais

A evolução da tecnologia é um dos pontos destacados

nheiros de mais de 30 anos de trabalho.

pelo jornalista. “Já fiz matéria com máquina de escrever, car-

Para a Copa de 2014, ele afirma que “Porto Alegre está

regava muito material pesado, e hoje você escreve um texto

pronta, em tese”. Sua preocupação gira em torno do siste-

de qualquer lugar, com um netbook de 800 g”. Paralelamente

ma viário. “Temos que ver como será desafogado o aeropor-

a isso, Mombach enfatiza a evolução dos sites, que ajudam

to”, alerta. Quanto à segurança, Hiltor Mombach recorda o

a alimentar (e que se alimentam de) matérias através das

exemplo dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em

centenas de agências de notícias. “Quanto mais se ampliam

2007. “Segurança é sempre um tema complexo e motivo de

esses serviços, mais cresce a necessidade de a empresa ter

debate e polêmica, mas acredito que, se não tivemos proble-

um profissional no próprio lugar. Isso cria um paradoxo, pois

mas no Pan, não teremos agora”.


Entrevista

Arcione Piva é exemplo de empreendedorismo Empresário assumiu a presidência da Acomac.

C

om o empreendedorismo e o engajamento corren-

te, 500. Assim, surgiu a Elevato, há 21 anos, onde atuo como

do nas veias, desde o dia 22 de março, Arcione Piva

diretor administrativo e financeiro.

assumiu o compromisso de dirigir a Associação dos

abril I 2010

Comerciantes de Material de Construção de Porto Alegre

Conexão Varejo

20

Conexão Varejo – Desde a fundação da Elevato, muita coisa mudou no setor em Porto Alegre?

(Acomac), entidade da qual já participava desde 2003. Natu-

Piva – Bem, tivemos vários planos econômicos com al-

ral de Cacique Doble/RS, o administrador de empresas, pós-

teração de moeda que causaram mudanças nas trajetórias de

graduado em Administração Financeira, é fundador da Elevato,

muitas empresas. Com a estabilidade econômica dos últimos

empresa criada e administrada em conjunto com quatro dos

anos, a concorrência ficou mais acirrada. O mercado de mate-

oito irmãos. O segmento de material de construção, aliás, faz

riais de construção também mudou: a partir de 1995, a indús-

parte da trajetória profissional de Arcione desde o início. Aos

tria passou a vender direto para o mercado corporativo; isso

16 anos, quando chegou à Capital, trabalhou no setor de ex-

gerou readequação de pontos de venda e foco no atendimento.

pedição da Tumelero Materiais de Construção; na rede, passou,

A abertura do mercado também permitiu a entrada de muitas

ainda, pela área de vendas, até chegar a gerente de loja. O em-

importações de produtos e maquinário. A complexidade dos

penho e o conhecimento do setor permitiram que em 1988

produtos requer mão-de-obra especializada, que é uma grande

ele realizasse o sonho de ter seu próprio negócio. Hoje, além

dificuldade em nosso segmento. Houve a entrada e formação

da rotina atribulada de empresário e do papel de pai – ca-

de grandes redes nacionais (coo-

sado com Marta Piva, Arcione tem dois filhos: Vitor, com 15

perativas) e internacionais. Até os

anos, e Luiza, com 8 –, reúne ainda os cargos de conselheiro

supermercados entraram nessa

administrativo da Associação de empresários da Zona Norte

fatia comercializando diversos

(Assonorte) e de vice-presidente de Relações Políticas e Insti-

itens que anteriormente eram

tucionais do Sindilojas POA. Entre os principais compromissos

vendidos somente em revendas

de sua agenda, está a luta pelo crescimento do varejo.

de material de construção. Hoje, também há a venda pela internet

Conexão Varejo – A vocação para o varejo de ma-

e a venda externa até para pesso-

teriais de construção é uma herança de família, certo?

as físicas com horário marcado

Conte um pouco da história da família no setor.

no lugar que o clien-

Piva – Na verdade, o empreendedorismo é uma herança

te quiser. Também

de família. Os nove irmãos são todos empresários, e o sonho

houve muita mu-

de ter o próprio negócio também me acompanhava até que,

dança na qualida-

um dia, tomou forma: em sociedade com meus irmãos Élio,

de dos produtos

Ildo, Inacir e Irio, em 1988, compramos de Airton Bernardoni o

e grande varieda-

ponto chamado Bernardoni Azulejos, localizado na Av. do For-

de dos mesmos: é


preciso ter estoque adequado e uma área de TI atualizada para

de Fabricantes de Tintas (Abrafati), a Associação Brasileira de

comportar tudo isso.

Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), universidades e outros parceiros que possam somar para fazer isso

Conexão Varejo – Como o senhor iniciou no universo das entidades representativas? Piva – Comecei como escotista voluntário, em 2000, leva-

acontecer. Há uma carência de profissionais bem habilitados no mercado nesse segmento e gostaríamos de contribuir para a qualificação dos mesmos; afinal, é de nosso máximo interesse.

do pelo meu filho (o movimento escoteiro é a maior e mais antiga entidade de voluntários no mundo) e peguei gosto por este tipo de trabalho. Em 2003, o ex-presidente da Acomac

Conexão Varejo – Quais as perspectivas para o setor da construção para este ano?

e atual presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, me con-

Piva – Uma pesquisa recentemente divulgada pela Asso-

vidou a participar de uma diretoria de área (área de piscinas

ciação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção

e banheiras). Nunca mais saí da Acomac. Em 2008, também

(Anamaco) indica que o varejo do setor apresentou um cres-

a convite, fui para o Sindilojas e, no mesmo ano, Artur Timm

cimento de 4,9% em fevereiro na comparação com janeiro de

(da Fael Imóveis) também me convidou para a Associação dos

2010. Já na relação fevereiro deste ano sobre o mesmo mês

Empresários da Zona Norte (Assonorte).

de 2009, o desempenho foi de 12%. O setor iniciou janeiro com um crescimento de 4% sobre dezembro do ano passado

Conexão Varejo – Na sua visão, qual o papel de uma Piva – Fortalecer os lojistas do segmento buscando alter-

te do consumidor. O termo “crise” presente no ano passado

abril I 2010

O ano iniciou com uma sensação de otimismo por par-

nativas e soluções em conjunto tanto para problemas internos

não se ouve mais. Há informação também de que em 2010 o

21

(capacitação, treinamento) quanto para buscar relações saudá-

Brasil deve bater todos os recordes de financiamentos habi-

veis com o governo e as indústrias/fornecedores.

tacionais com recursos da poupança, ultrapassando os R$ 40

Conexão Varejo

entidade representativa como a Acomac?

e de 11,2% sobre janeiro de 2009.

bilhões. São muitas linhas de crédito disponíveis; há uma grande Conexão Varejo – Quais os principais desafios da nova gestão da Acomac?

demanda por construção de novas moradias. Temos que citar também o programa Minha Casa, Minha Vida, que deve libe-

Piva – O foco do trabalho será a continuidade do de-

rar 700 mil casas até junho deste ano. Além disso, temos pela

senvolvimento de colaboradores e gestores do segmento. Par-

frente a Copa do Mundo de 2014, que já provoca projetos de

ceiros como o CDL, o SEBRAE, o Sindilojas ou mesmo con-

reformas ou ampliações de hoteis e restaurantes. Enfim, novas

sultores autônomos serão instrumentos importantes nesse

e positivas perspectivas para o segmento.

trabalho. Precisamos qualificar sempre mais o atendimento. O investimento em treinamento representa a produtividade e o diferencial competitivo no nosso negócio. E como empresá-

Conexão Varejo – Como a Acomac dialoga com os diferentes âmbitos do poder público?

FOTO: DUDU LEAL

rios, precisamos amadurecer e alinhar o diálogo com o Go-

Piva – A entidade busca esse espaço indo ao encontro

verno para discutir a carga tributária imposta às empresas do

do poder público e se colocando à disposição para sugerir

segmento. Fortalecendo-nos, poderemos ajudar e até sugerir

mudanças e/ou apresentar alternativas viáveis, pautadas previa-

alternativas favoráveis para todos. Esse, penso, deve ser o obje-

mente com outras instituições representativas, como a Feco-

tivo maior de cada empresário. Também está no planejamento

mércio-RS, o Sindilojas, o CDL.

a construção de um espaço, uma oficina-escola, para capacitar e qualificar profissionais na área de construção/pedreiros, pintores, assentadores de cerâmica e porcelanato, instaladores hidráulicos, etc. Para que isso se concretize, será preciso uma parceria com várias entidades, como a Associação Brasileira

Conexão Varejo – Qual legado o senhor gostaria de deixar ao final de seus dois anos de mandato? Piva – Seria bom que ficasse uma crença na união, no fortalecimento de todos.


Crônica Paula Taitelbaum

Amor dos pés à cabeça

E

u amo todos os dedos dos meus pés. Simplesmente

esses que, ajudados pelos cotovelos, abraçam os amigos e en-

porque são eles os primeiros a sentirem a tempera-

laçam os amores, braços que balançam no aceno, que se agitam

tura do mar quando a onda vem. É um amor que se

nos gestos, que se agigantam no colo. Eu amo meus pulsos,

espalha pela sola e avança até o calcanhar, amor por esses que

mesmo quando eles não são firmes e amo as mãos que deles

são donos dos meus passos e tropeços, das minhas danças e

brotam. Mãos e dedos com as quais escrevo e acaricio, seguro

andanças.

e guardo, avanço e peço para parar. Eu amo o meu pescoço,

Eu amo imensamente as minhas pernas, marcadas, finas e longas, tortas, não importa. Porque é nas pernas que estão

que se move para permitir que eu olhe em outras direções e onde colo meus perfumes e exibo meus colares.

meus joelhos, tantas vezes marcados por quedas e noites de

Eu amo meu rosto, guardião das minhas expressões – e

amor, joelhos que se dobram e se desdobram por mim. Eu

também das minhas rugas. Rosto da boca, que amo pelos bei-

também amo as coxas das minhas pernas, essas que são am-

jos que já recebeu e pelos sorrisos que já deu. Rosto do nariz,

plas coxilhas, que são como as coxias do teatro em que o

protuberância insensata, que amo por ser a porta de entrada

ator se esconde antes do ato.

dos cheiros que incendeiam e dos incensos que suavizam.

abril I 2010

Rosto dos olhos, esses que já viram muito e ao mesmo tem-

O ventre porque foi nele que cresceu a minha filha. E a bar-

po não viram nada, e que amo porque se fecham para que

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riga porque traz a cicatriz das gerações: o umbigo que abriga

eu possa sonhar. Rosto dos ouvidos que se escondem nas

Conexão Varejo

Eu amo mais do que tudo o meu ventre e minha barriga.

a lembrança de que também somos fruto. Eu amo os meus

orelhas, que amo por terem recebido sussurros e segredos,

seios, esses, que por serem maternos, protegem meu coração

serenatas e palavras sórdidas. Rosto também da testa com

dos grandes impactos, num peito aberto, esperto e sempre

riscos, das bochechas com sardas, dos cabelos de brancos

em alerta. Eu amo os meus ombros, tão fortes que são capa-

frios, do queixo muito pequeno, do desalinho, do desequilí-

zes de carregar o mundo e que, mesmo tendo duros ossos,

brio, das marcas. De tudo isso que amo mesmo tendo defeito.

são acessíveis aos que buscam aconchego.

Porque é assim, imperfeito, que meu corpo guarda todos os

Eu amo os meus braços que dos meus ombros despencam,

meus direitos.


Responsabilidade socioambiental

Reduzir uso de sacolas plásticas é desafio Talvez mais importante do que buscar alternativas de

sacolas plásticas, é um grande desafio. Em um país

materiais que se decomponham em um espaço de tempo

que utiliza cerca de 12 bilhões de unidades por ano,

menor – os plásticos tradicionais levam até 400 anos para

segundo estimativa da Associação Brasileira de Supermerca-

se degradar – seja conscientizar a sociedade para reduzir

dos (Abras), a solução se faz ainda mais urgente. Ainda mais

o uso de embalagens e dar a devida destinação a estas. “O

que grande parte é enterrada nos lixões, transformando-se

lojista pode orientar o cliente para colocar o maior número

nas grandes vilãs para a poluição do meio ambiente.

de produtos em uma mesma sacola e imprimir, na própria

Uma alternativa para a matéria-prima é o papel, mas com

sacola, dicas de como fazer o descarte correto”, explica a

custos mais altos. Na marca de moda masculina Spirito Santo,

diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagens

a questão econômica nem foi levada em consideração. Se-

(ABRE), Luciana Pellegrino.

gundo o diretor de criação, Fred Mentz, a empresa nem fez

O empresário Sérgio Galbinski, da Casa Louro, esteve

cotação de sacolas plásticas. O papel utilizado no acondicio-

presente na reunião da Comissão do Meio Ambiente rea-

namento das roupas é o Kraft, considerado ecologicamente

lizada na Câmara de Vereadores. O foco do encontro foi a

correto por ser 100% reciclável. “O papel tem uma durabili-

redução do uso de sacolas plásticas. “As sacolas plásticas ain-

dade maior e apresentação que atende a nosso cliente, que é

da têm diferentes utilidades, como por exemplo, armazenar

mais exigente”, explica.

lixo. Por isso devemos nos concentrar nos três R’s: reduzir,

Outra prática que começa a ganhar as ruas é o estímulo

reaproveitar e reciclar”, afirma Galbinski.

às bolsas de algodão. E a Spirito Santo foi atrás de alternativas. Mandou confeccionar uma quantidade grande – não mensurada – de sacos e sacolas em patchwork com sobras de tecidos de jeans e de camisaria. Em um primeiro momento, as sacolas eram ofertadas a clientes que adquirissem um valor mínimo em confecção, hoje serve para embalar o tênis. Como possui um estoque razoável dessas sacolas, a empresa as utiliza em edições especiais. “Temos um retorno bem legal dos clientes”, conta Mentz, explicando que a adoção só não é completa pelo valor alto de produção. Quando é impossível fugir do plástico, uma boa alternativa é a compostável, que traz o selo da ABNT indicando que efetivamente a matéria-prima vai se decompor se encaminhada a programas de tratamento de resíduos. Exemplo é a C&A, que adotou nas lojas de todo o país as sacolas oxibiodegradáveis, que aceleram a decomposição do plástico, e usa papel reciclado nas embalagens de presentes e em todo o material de papelaria usado na empresa.

Dicas para usar corretamente No supermercado, pegue apenas a quantidade de sacolas plásticas adequada às compras, não em excesso; Sempre reutilize as sacolas plásticas em casa; Se não reutilizar, encaminhe-as para reciclagem; Descubra alternativas para a sacola plástica, como a sacola durável. Procure carregar as pequenas compras, como revistas ou caixa de remédios, na própria bolsa ou na mochila; Para as compras maiores, além da sacola durável, são boas opções o velho carrinho

de feira ou caixas de papelão que o próprio supermercado pode oferecer; Reduza a quantidade de lixo que você produz em casa. Assim, precisará de menos sacos plásticos para descartá-lo. Uma forma de diminuir a quantidade de lixo é evitar produtos com excesso de embalagem. Outra maneira é evitar o desperdício de alimentos, o que se consegue com atitudes simples, como: planejar o cardápio da semana, planejar as compras e reaproveitar as sobras das refeições. Fonte: Instituto Akatu

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R

eduzir a utilização de embalagens, principalmente as

abril I 2010

Racionalizar o acondicionamento de produtos e dar a destinação correta reduz os danos.


FOTOS MILTON MORAES

Associadas

Para amantes do esporte Loja especializada tem mais de 50 anos

abril I 2010

Mix de produtos oferece mais de mil itens

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Quem gosta de aventuras e da prática de esportes com segurança deve procurar a Cioccari Sport. Fundada em 1958 por Sady Cioccari, a loja é atualmente administrada por ele e pelos filhos Cesar e Marco Antonio. Mais de mil itens compõem o mix de produtos, que inclui artigos para pesca, barracas, jogos, além de armas e munições. “Os mais procurados são artigos esportivos para pesca e armas” afirma Marco Antonio Cioccari. Ele destaca, ainda, que

o diferencial da loja, situada na Avenida Carlos Barbosa, 857, é estar voltada ao público apaixonado por aventuras e esportes, vendendo produtos com segurança, garantindo o atendimento especializado, e acrescenta: a venda pela internet tem presença muito forte. Desde a fundação, o principal desafio da empresa é a expansão dos negócios e o aperfeiçoamento das operações de compra e venda. “A contínua adaptação a um mercado em constante evolução é uma conquista diária”, avalia Cioccari. Em 2010, o desafio é continuar trabalhando dentro da linha de produtos que a loja oferece, “trazendo mais satisfação aos clientes”. Para o empresário, o Sindilojas tem presença forte no segmento varejista, “através de seus cursos, palestras e intermediação do setor junto ao poder público e consumidores”. Saiba mais no site: www.cioccari.com.br

Gaúchos na moda Paletós de veludo, sobretudo de cashemere, calças jeans com elastano, malhas com brasões. De acordo com o proprietário da Ostyn Moda Masculina, Antonio Carlos Ostjen, esses são alguns dos itens que não poderão faltar no armário dos homens gaúchos durante o próximo inverno. Na lista, ele ainda acrescenta camisas sociais, apostando no lilás, passando pelo rosa e tons de azul, sem esquecer o branco “solene e imprescindível”, como ele mesmo gosta de afirmar. Fundada em 2001, a Ostyn – localizada na Rua Mostardei-

Marca é resultado do trabalho em família

ro, 120, loja 9 –, é fruto de um sonho realizado em parceria

dicação é a fidelização da marca e dos consumidores. “Nossa

com a esposa, Janier.

maior conquista é a confiança que nossos clientes depositam

Ele é responsável pela

em nosso trabalho, por isso estamos sempre atentos às suas

escolha e compra das

demandas”, destaca “Toninho” Carlos, como é conhecido. Este

confecções; ela cuida

ano, a dupla de empresários pretende investir na ampliação do

do setor financeiro.

espaço, visando maior conforto aos clientes. Para isso, eles res-

O resultado de tanto

saltam que o apoio do Sindilojas é fundamental: “O Sindicato

profissionalismo e de-

é uma entidade moderna que está sempre informando seus

Empreendimento passará por ampliação

associados a respeito das oportunidades e novidades que os lojistas podem incluir na rotina de seus negócios”, confiam.


abril I 2010

Conheça a nova Diretoria Sindilojas Porto Alegre e Alvorada/RS Gestão 2010/2014

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Sindinews

Em prol do varejo local Proposta de Emenda Constitucional 196/2009, que regulamenta as feiras itinerantes do Estado do RS, foi promulgada no dia 31 de março. A emenda confere autonomia aos municípios para determinar datas e horários de funcionamento. A PEC já havia sido aprovada em primeiro turno na Assembleia Legislativa em 16 de março. De autoria do deputado Luciano Azevedo (PPS) e outros 23 deputados, a PEC pretende possibilitar que os municípios criem regras para as feiras itinerantes e coíbam a concorrência desleal. Antes da emenda, a Constituição Estadual previa que os Municípios legislassem sobre o comércio local, não se referindo, expressamente, a outros tipos de atividade, como as feiras, o que ocasionalmente gerava dúvidas por parte do Judiciário, em desfavor, abril I 2010

muitas vezes, dos lojistas regularmente estabelecidos.

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Despedida

Ciclo de Palestras Master 2010 recebe Max Gehringer No dia 23 de março, o Teatro do Bourbon Country ficou

Em meio às boas notícias, não se pode deixar de re-

lotado com a palestra “Carreira e Emprego”, do renoma-

gistrar uma grande perda. Faleceu, em dezembro passa-

do executivo Max Gehringer, que veio a Porto Alegre para

do, aos 87 anos, Nelson Guilherme Böck. O empresário

o evento exclusivo do Sindilojas, com apoio da CDL POA.

apaixonado pelas letras foi presidente do Sindilojas POA

Num clima bem-humorado, Gehringer conquistou o público

no mandato de 1983-1986. Em sua trajetória profissional

com brincadeiras relacionadas às suas próprias experiências

e em prol da cultura está, em 1946, a Fundação da Orga-

profissionais e lembrando marcas que já fizeram sucesso na

nização Sulina de Representação SA, livraria que chegou

história do marketing brasileiro, como o Leite de Magnésia

a ter mais de 30 filiais nos estados de Rio Grande do Sul

de Phillips e o inseticida Super Flit. Ao longo da palestra

e Santa Catarina, e a fundação da Câmara Rio-Grandense

– apresentada em dose dupla –, o paulista de Jundiaí abordou

do Livro, em 1954. Atuante, até a década passada, dedica-

temas como marketing pessoal, relacionamento no ambiente

va-se à Livraria e Editora Porto Alegre.

de trabalho, networking, mercado e fidelização de clientes. Em um dos pontos altos da apresentação, Gehringer falou

Atuando em mais uma frente

sobre a importância do trabalho feito em equipe. “Se tentarmos nos isolar das pessoas, não iremos a lugar algum”, destacou. Como dica para trilhar o sucesso e crescer profis-

No dia 15 de março, Paulo Kruse e Antônio Sanzi, re-

sionalmente, ele citou três passos: Entender quem manda; En-

presentantes do Sindilojas POA, tomaram posse no Con-

tender as pessoas; Entender mudanças. Como de costume, o

selho Municipal de Defesa do Consumidor (Codecon). A

ingresso foi trocado por um quilo de alimento não perecível.

entidade mantida pela Prefeitura tem o objetivo de debater

A arrecadação foi doada à Casa do Excepcional Santa Rita de

as questões que afetam as relações de consumo na cidade

Cássia, ao Hospital Espírita de Porto Alegre, ao Lar Emanuel e

de Porto Alegre.

à Sociedade Educação e Caridade Instituto Providência.




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