Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS
Nº 32
Fevereiro 2011
Desafio para 2011 é manter o
crescimento
Tributos Cuidado com a CPMF.
Artigo
Finanças
Entrevista
Liminar proíbe cláusula de raio imposta por shopping da Capital.
O estímulo ao consumo ainda não compromete o índice de adimplência no RS.
Secretário da Smic, Valter Nagelstein, faz um balanço do varejo em Porto Alegre.
Sumário
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Opinião
Comprometimento não tira férias.
Entrevista
Valter Nagelstein fala do varejo em Porto Alegre.
Mercado
Novas regras para Registro Eletrônico de Ponto ainda geram polêmica.
Entidade
Sindicato apoia projeto Andanças.
Tributos Cuidado com a CPMF.
Artigo
Gastronomia
Bacalhau gratinado ao alioli suave de goiabada.
Gestão
Posicionar-se é fundamental para se manter no mercado.
Conecs
Relatório do Projeto de Lei 7137 é reapresentado na Câmara dos Deputados.
Sindinews
Notícias e informações do setor varejista.
Responsabilidade Socioambiental
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A Cláusula de Raio em shopping centers.
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Relação Trabalhista
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Especial
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Pleno emprego e mudanças no segurodesemprego. Varejo sustentável: uma realidade.
Economistas acreditam em um ano positivo para o varejo, mas alertam que é preciso ficar de olho na inflação.
Desenvolvimento Humano
Finanças
Associadas
O perfil do consumidor gaúcho.
Digimer e Mistral Tecnologia e meio ambiente.
Como administrar os negócios no período de férias.
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Milton Moraes
Expediente
Opinião * por Ronaldo Sielichow
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 Unidade Zona Norte Avenida Manoel Elias, 2180 Fone: (51) 3351.7520 Unidade Alvorada Avenida Presidente Getúlio Vargas, 937 Fone: (51) 3044.1418 www.sindilojaspoa.com.br Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente: Paulo Kruse Vice-presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-presidente de Relação do Trabalho e Capacitação: Sergio Axelrud Galbinski Vice-presidente Comercial: João Rodrigues Vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretor de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Diretor de Relações do Trabalho e Capacitação: Vladimir Machado Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg e Vilson Noer. Diretores Adjuntos: José Rodrigues e Luiz Caldas Milano Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna e Alcides Debus Suplentes: Carlos Schmaedecke, Hermes Queiroz e Orisvaldino Magnus Scheffer Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor e Assessoria de Imprensa: Sindilojas Porto Alegre imprensa@sindilojaspoa.com.br Fone: 51 3025-8323 Conselho Editorial – Sindilojas POA Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Superintendente: Márcio Allegretti Gerente de Comunicação e Marketing: Caroline Kovalski Assistente de Comunicação: Vinícius Ghise Estagiária de Comunicação: Kamila Karolczak
Uffizi Consultoria em Comunicação: Almir Freitas e Betina Barreras
Comprometimento não tira férias
E
stamos vivendo este início de ano cheios de expectativas e objetivos. Especialistas – e todos os brasileiros – apostam que o novo governo manterá o País no rumo certo. A previsão é que a economia siga crescendo, embora em ritmo mais lento. Portanto, é preciso trabalhar com dedicação para manter nossos clientes e para conquistar os consumidores das classes C, D e E, parcela da população que hoje desfruta de amplo poder de consumo. É este público, inclusive, o mais beneficiado com a decisão do governo de prorrogar ao longo deste ano a redução do IPI para os materiais de construção. Esta medida, fruto do empenho de diversas entidades do setor, é, certamente, positiva para o varejo, assim como a vitória conquistada recentemente pela assessoria jurídica do Sindilojas Porto Alegre: o fim da cláusula de raio imposta pelo Shopping Iguatemi aos lojistas. Os desafios, no entanto, continuam. Estamos mobilizados pela revisão das regras do Ponto Eletrônico. Debateremos com diferentes esferas do poder público e da sociedade para que o bom senso prevaleça, evitando que se coloque em risco o equilíbrio das finanças das empresas devido aos altos custos de implantação do novo sistema, e, portanto, o emprego dos trabalhadores. Sem falar da sustentabilidade do meio ambiente, seriamente ameaçada com a perspectiva da impressão de milhares de cupons de papel por ano. Entendemos que nosso papel é o de representar uma importante parcela da sociedade em busca do desenvolvimento contínuo. Por isso, sempre que necessário, reivindicaremos, fiscalizaremos e debateremos qualquer tema que possa impactar o crescimento sustentável do comércio. O Sindilojas não tira férias de seu comprometimento.
Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Betina Barreras Redatores: Betina Barreras,Carolina Borne e Fernando Halal Colaboradores: Charles Bezerra, Eduardo Plastina, Flávio Obino Filho Projeto Gráfico: Carla Cadó Vielmo Dietrich Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich Impressão: Coan Tiragem: 10 mil exemplares Revisão: Fabiano Bruno Gonçalves Comercialização: Uffizi Consultoria em Comunicação Fone: (51) 3330.6636 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
*Presidente do Sindilojas Porto Alegre
Mercado
Regras para REP ainda são polêmicas entre governo e entidades De um lado, trabalhadores defendem a portaria com algumas reservas. De outro, as entidades patronais pedem sua suspensão para posterior debate.
N
o dia 15 de dezembro, na Câmara Federal, em Brasília, foi realizada nova Audiência Pública sobre o REP (Registro do Ponto Eletrônico). Durante o encontro, que reuniu representantes das confederações nacionais do Comércio, da Agricultura e da Indústria, Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores, Associação dos Magistrados do Trabalho e Ministério do Trabalho, foram reabertas as discussões sobre as novas regras do REP, que devem entrar em vigor a partir de 1º de março. Mesmo com a intenção de assegurar direitos e deveres, há muito desacordo para encontrar soluções efetivas. Na avaliação das entidades, uma das alternativas apontadas seria a suspensão da Portaria nº 1510/2009, que visa disciplinar o registro eletrônico de ponto e a utilização do Sistema de Registro Eletrônico de Ponto, criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), para uma maior discussão do tema.
Os dois lados
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Um dos pontos mais discutidos é o das convenções coletivas de trabalho. De acordo com a secretária de Relações de Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Denise Mota D’au, a portaria procura sanar distorções, mas é preciso dar atenção às empresas inseridas em sindicatos fortes que já têm acordos avançados sobre o registro do ponto. O argumento da Procurado-
ria Geral da União (PGU) é que o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto sustenta-se em três âncoras de segurança complementares entre si. Um destes fatores é a emissão de “Comprovante de Registro de Ponto do Trabalhador” impresso em papel para acompanhar, a cada marcação, o controle de sua jornada de trabalho. Outro fator é a gravação permanente das informações, na memória de Registro de Ponto, sendo que o
“Não há necessidade de troca.Até porque o trabalhador faz o controle e tem acesso às informações no comprovante mensal assinado por ele”, explica Sielichow.
REP não permitirá alterar ou apagar os dados armazenados. Para o presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, no entanto, o acesso vigente dos funcionários é eficaz, e não há razoabilidade no novo sistema, que não é prático, nem ecológico, além de extremamente oneroso às empresas. “Não há necessidade de troca. Até porque o trabalhador faz o controle e tem acesso às informações no comprovante mensal assinado por ele”, explica.
Custos e prejuízos A polêmica gerada pelas novas regras começa no custo extra de compra e de manutenção dos equipamentos que terão as empresas. O lojista pode optar pelo antigo livro-ponto, o controle mecânico, ou despender pelo menos R$ 2 mil em cada REP, sem contar o valor de manutenção. O Grupo Herval, das Lojas taQi, presente em quase todas as regiões do Estado, conta hoje com mais de 4 mil colaboradores diretos. O grupo investiu primeiro no software do REP e há pouco mais de um mês recebeu três relógios homologados para serem testados, de acordo com as normas da Portaria. “Já em 2011, pretendemos instalar mais 127 relógios para atender à rede
de lojas”, conta a analista de Recursos Humanos do Grupo, Ana Cristine Knorst. Os altos gastos vêm acompanhados de outro prejuízo: o ambiental. Será obrigatória a expedição de pelo menos quatro impressões diárias em papel, que devem ser guardadas por cinco anos. “Passaremos para um sistema que vai contra todos os princípios ecológicos, desperdiçando papel, tinta de impressão, além dos problemas de destinação de lixo”, alerta o presidente do Sindilojas. A estimativa é de que o volume de comprovantes chegue a um bilhão por ano quase metade dos 2,2 bilhões de recibos emitidos com cartões de crédito. Para o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS (Fecomércio), Luiz Carlos Bohn, a medida é vista com dificuldade. Apesar do argumento do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec) de que a proposta do desembargador Luiz Alberto de Vargas, do TRT 4ª Região, deverá minimizar fraudes na anotação de registro da jornada, Bohn acredita que o investimento em novas máquinas
de REP tem um impacto prático negativo para o setor, principalmente porque ela não contribui para fortalecer as relações de trabalho, além de imprimir mais burocracia aos processos. “Nossa postura é conciliadora, na tentativa de tornar facultativa a adoção do REP, alterando questões de obrigatoriedade”, afirma.
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Entidade
Sindicato apoia projeto Andanças Iniciativa pretende facilitar a circulação de pessoas com mobilidade reduzida.
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Sindilojas Porto Alegre é uma das entidades apoiadoras do projeto Andanças, concebido pela Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos, que pretende promover a revitalização das calçadas de Porto Alegre por meio de uma ação integrada entre poder público e iniciativa privada. Os espaços, que são de responsabilidade dos proprietários de cada casa ou estabelecimento serão reformados a partir do Centro Histórico da Capital. O promotor de justiça Miguel Velasquez, gerente do projeto, explica que o Andanças busca melhorar a autoestima da população,
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incentivando, assim, as pessoas a cuidarem dos passeios públicos da cidade. “A revitalização das calçadas trará melhores condições de movimentação, de modo especial para deficientes, pessoas com mobilidade reduzida, idosos, obesos e mulheres, em virtude das quedas proporcionadas muitas vezes pelo uso de salto”. Para o presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, os benefícios do projeto terão importante impacto também na esfera comercial, favorecendo entidades e empresas alocadas no centro, comerciantes e frequentadores. “Além disso, a forma com que o Ministério Público
conduz o assunto é extremamente importante, convidando as partes envolvidas, como a Prefeitura, entidades representativas, empresas privadas, demais órgãos públicos e a sociedade civil, trazendo assim um resultado positivo para o lojista, transformando o centro em um ambiente mais seguro e transitável”. O próximo passo, segundo o promotor de justiça, será a assinatura de um Termo de Integração Operacional, onde será estabelecido o que cabe a cada parte integrante do projeto realizar. “Queremos iniciar as obras já a partir de março”, explica. Conforme Miguel Velasquez, o projeto deve ser implantado ainda este ano. Além do Sindilojas, são parceiros o Ministério Público, a Associação do Ministério Público (AMP/RS), o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREARS), o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), o Sindicato de Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), a CDL Porto Alegre e a RBS.
Milton Moraes
Tributos * por Eduardo Plastina
Cuidado com a CPMF D esde a última eleição, vem sendo noticiado pelos principais órgãos de imprensa do País que a Presidente Dilma apoia a intenção de reeditar a CPMF. A ideia, no caso, é que a contribuição volte a ser cobrada e, com isso, seja obtida mais receita para o custeio dos gastos com a saúde pública. Todos querem um país melhor, e isso passa, sem dúvida, por uma saúde de qualidade. Contudo, o fato de a carga tributária brasileira atual representar algo em torno de 34,7% do PIB, fazendo com o que o montante de tributos pagos por cada brasileiro equivalha a 4 meses de trabalho do ano, torna impraticável assumir um novo ônus tributário nos moldes da CPMF. Essa contribuição, vale lembrar, incide sobre as movimentações ou transações bancárias, com destaque para os lançamentos a débito (por exemplo,
saque de dinheiro, compensação de cheque, pagamento de contas, transferências de valores, etc.) em contas correntes de depósito, em contas correntes de empréstimo e em conta de depósito de poupança. Trata-se, portanto, de um tributo essencialmente cumulativo, o que significa que, ao repercutir diretamente sobre as movimentações ou transações bancárias, faz com que uma determinada soma de dinheiro, pelo simples fato de trocar de titularidade, seja tributada repetidamente pelo mesmo tributo sem a consideração das incidências anteriores. Esse contexto torna-se ainda mais grave se imaginarmos duas circunstâncias: a primeira, no sentido de que todos os valores movimentados que representarem o pagamento de produtos e serviços (por exemplo telefone, energia elétrica, água, fornecedores, etc.) já sofrem, direta ou indiretamente,
a incidência de outros tributos; e a segunda, no sentido de que a CPMF incide mesmo sobre aquelas quantias utilizadas para o pagamento dos demais tributos, isto é, sobre todos os lançamentos a débito realizados para o pagamento de tributos por parte dos contribuintes, haverá a cobrança também da referida contribuição. Não se deve esquecer, ainda, que por ser um tributo cumulativo, não é recuperável, de modo que se integra diretamente ao custo das empresas e acaba sendo repassado ao consumidor final, instaurando um círculo vicioso que apenas potencializa o custo Brasil e o desenvolvimento da livre iniciativa. A solução do problema da saúde do País não pode ser realizada por intermédio do simples aumento da receita, mas, sim, da mesma forma com que qualquer empresário brasileiro pratica diariamente o aperfeiçoamento do seu negócio: pelo aprimoramento de gestão, controle de gastos e despesas e estruturação do trabalho. A saúde clama por mais eficiência. Se examinarmos os dados econômicofinanceiros, veremos que o Brasil gasta proporcionalmente mais em saúde do que qualquer outro país em desenvolvimento, o que acaba por comprovar que o problema da saúde brasileira não é quantitativo, correspondente ao montante de investimento, mas, sim, qualitativo, relacionado à eficiência com que o dinheiro é aplicado e o sistema é gerido. Por tudo isso, é fundamental que os empresários, sobretudo os varejistas, que sofrem de modo potencializado com a cumulatividade da CPMF, tenham consciência da perversão dessa forma de tributação e que, com isso, se unam na defesa da não reedição do referido tributo. Eduardo Plastina – Souza, Berger, Simões e Plastina - Advogados
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Artigo * por Pablo Berger
A cláusula de raio em shopping centers N
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o mês de dezembro, o Sindilojas Porto Alegre obteve importante vitória na Justiça na defesa dos interesses dos lojistas. Isso porque o Desembargador Ergio Roque Menine, do Tribunal de Justiça do RS, concedeu liminar em recurso interposto visando a proibir a cláusula de raio do Shopping Iguatemi de Porto Alegre. Cláusula de Raio é a proibição inserida pelos shoppings em seus contratos com objetivo de coibir que lojistas tenham estabelecimentos (sedes ou filiais) em determinada distância. No caso do Shopping Iguatemi, a cláusula de raio é de 3 quilômetros, o que não dá liberdade aos lojistas que têm interesse em estabelecer-se no novo shopping Bourbon Assis Brasil. Cumpre anotar que a prática denominada “Cláusula de Raio” não gera efeitos somente entre as partes contratantes. Isso porque, indiretamente, a Cláusula acaba por tolher a atividade empresarial de terceiros, que representam a Concorrência à parte estipulante, o que fica bastante claro quando está a se falar de contratos de shopping centers. Como é público e notório, shopping centers são estabelecimentos comerciais que ocupam uma parcela bastante específica do mercado, a qual é preenchida apenas por agentes econômicos dessa mesma natureza. Em outras palavras, é sabido que um shopping center de grande porte, como é o caso do Shopping Iguatemi, não encontra concorrência significativa em pequenos estabelecimentos e varejistas que atuem de maneira isolada, longe dos grandes centros comerciais. Por sua natureza, os shopping
centers, que dispõem de maiores condições de estrutura, segurança, atendimento, estacionamento, entre outras, não são comumente considerados pelos consumidores como substituíveis por outra modalidade de estabelecimentos comerciais, tais como as chamadas “lojas de rua” ou as galerias comerciais. O Shopping Iguatemi, fato conhecido pela população de Porto Alegre, tem entre seus concorrentes somente outros shopping centers, tais como o Bourbon Country, Bourbon Assis Brasil, Shopping Praia de Belas, Shopping Total, Lindóia Shopping, Shopping DC Navegantes, Moinhos Shopping, e BarraShoppingSul, apenas para citar aqueles dentro do mesmo segmento de atuação e localizados na Capital. Nesse contexto, os efeitos de dita cláusula, como já referido, vão além daqueles estendidos apenas entre as partes acordantes. Em verdade, a cláusula acaba por minar a atividade empresarial de terceiros que busquem ingressar ou manterse nesse Mercado. A inserção da “Cláusula de Raio” nos contratos de locação comercial celebrados com a Requerida, na prática todo e qualquer estabelecimento comercial que busque se estabelecer dentro do raio de 3 km do Shopping Iguatemi está impedido de organizar livremente o seu tenant mix, eis que encontrará no mercado, fatalmente, um expressivo número de varejistas que não poderá se estabelecer em outro shopping center por já haver se estabelecido no Shopping Iguatemi. Dessa forma, o que se verifica e está sendo sustentado na ação é que o Iguatemi utiliza de sua posição dominante no mercado em que
é inserido e acaba por impor uma barreira artificial às negociações que deveriam ser entabuladas livremente entre seus concorrentes e outros varejistas e prestadores de serviço interessados em compor os respectivos tenant mix. Configura real limitação de acesso de novas empresas ao Mercado, pois o Shopping Bourbon Wallig, que tem previsão de inauguração no segundo semestre de 2011, dentro do raio de 3 km a partir do Shopping Iguatemi, não poderia, caso não fosse obtida a liminar, negociar com possíveis interessados em investir no empreendimento, em face da restrição imposta a mais de 260 estabelecimentos comerciais de Porto Alegre pelo Iguatemi. E finalmente, é flagrante a dificuldade artificiosa criada pelo shopping para todo e qualquer outro concorrente que tente se estabelecer ou operar dentro de expressiva extensão territorial, sem qualquer respaldo jurídico para tanto. Embora a ação esteja tramitando, os argumentos contrários à manutenção da cláusula de raio são inúmeros, devendo ser modificada a base contratual dos shoppings, sob pena de ajuizamento de inúmeras ações questionando essa cláusula abusiva pelos lojistas e entidades sindicais. Sócio do escritório Souza, Berger, Simões e Plastina Advogados
Relação Trabalhista * por Flávio Obino Filho
Pleno emprego e mudanças no seguro-desemprego
A
taxa oficial de desemprego ou de desocupação no Brasil é divulgada mensalmente pelo IBGE com base em pesquisa realizada nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. São consideradas desempregadas aquelas pessoas que tentaram obter trabalho nos trinta dias anteriores à pesquisa e a tentativa restou frustrada (população economicamente ativa). Estão excluídos da pesquisa aqueles que mesmo em idade ativa não têm interesse no trabalho. Estão neste grupo os que são economicamente mantidos por outros ou pelo Estado - recebem algum tipo de benefício - e os que desistiram de trabalhar. Na região pesquisada, 57,2% da população em idade ativa pode ser considerada economicamente ativa, totalizando 23,8 milhões de pessoas. Destes, 1,4 milhão estão desempregados, correspondendo, em novembro de 2010, a 5,7% da população economicamente ativa, o mais baixo índice da série histórica da pesquisa. O índice da região metropolitana de Porto Alegre, de 3,7%, é considerado de pleno emprego. Os números de empregados com carteira assinada é de 10,4 milhões, ou seja, 46,4% dos ocupados (empregados, informais, empregadores e trabalhadores por conta própria), o que também aponta para a grande informalidade da mão de obra ocupada (empregados informais à margem da proteção trabalhista). Neste quadro de pleno emprego – nos Estados Unidos, os índices variam entre 9 e 10% de desocupados –, impõe-se seja enfrentado um desafio de mais de duas déca-
das: reformular o modelo de seguro-desemprego. Quando presidi o CODEFAT, conselho que administra os programas financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, dentre eles o Seguro-Desemprego, e antes disso como conselheiro, sempre questionei o uso inadequado do benefício. Como todos sabem, é comum o trabalhador que está percebendo o seguro permanecer ativo, prestando serviços na informalidade. Ganha o trabalhador que recebe de duas fontes, ganha o empresário que contrata por menos e não paga impostos, perdem os desocupados e desempregados, e a sociedade como um todo que financia esta relação. Não existia, na época, por parte do Governo, vontade política de enfrentar a questão; e os representantes dos trabalhadores, com índices de desemprego rondando os 12%, eram contrários a qualquer discussão que pudesse colocar em xeque o benefício. Contava-se na época que a fiscalização do Ministério do Trabalho havia flagrado a percepção do seguro-desemprego pela dançarina Scheila Carvalho, após ter sido selecionada no Programa do Faustão e contratada como a nova dançarina do Tchan. Um pingo de chuva no maremoto da irregularidade. Sendo certo que não há estrutura
de fiscalização para flagrar trabalhadores informalmente ocupados que percebam o seguro-desemprego, defendemos que a sua percepção esteja condicionada a frequência efetiva a curso de capacitação e reciclagem profissional durante o período. O momento parece adequado para esta reflexão, pois os atores não se encontram pressionados por altas taxas de desemprego. Com efeito, as verbas hoje utilizadas para financiar o trabalho informal terão aproveitamento muito mais eficaz caso sejam direcionadas para a qualificação da força de trabalho e para sua permanente atualização. Modelos de sucesso como o italiano e o do tripartismo espanhol quando se trata de formação profissional servem como paradigmas para a alteração do modelo de seguro-desemprego no Brasil. A discussão da preparação para o trabalho não é exclusiva de especialistas e deve envolver além do Governo Federal as associações empresariais e de trabalhadores. Esperamos que o Governo Dilma enfrente o problema e com os atores sociais promova uma radical mudança no nosso modelo de Seguro-Desemprego. Advogado do escritório Flávio Obino Fº Advogados Associados obino@obinoadvogados.com.br
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á r e s 1 1 0 2 a r a p o o fi ã a ç s a fl De n i r i z u red
Especial
Projeções para o varejo no Brasil e no Rio Grande do Sul em 2011 são positivas, mas o desafio econômico ainda é combater a inflação.
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impacto do bom desempenho econômico verificado em 2010 ainda será sentido neste ano, mas a continuidade desses resultados está diretamente ligada às decisões governamentais que devem ser tomadas em curto prazo. De acordo com dados da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), no contexto nacional, a acentuada expansão do crédito e o forte crescimento da classe C, principalmente na última década, com a ascensão de 32 milhões de brasileiros, aliada à ampliação da renda com ganho médio das pessoas ocupadas chegando a R$ 1.515,00 (o maior da série histórica), e
à queda de desemprego acompanhada de geração de novas vagas, trouxeram reflexos positivos também no comportamento do varejo. No acumulado do ano, a evolução do consumo no Estado ficou em 10,57%, maior percentual da Região Sul, e o desempenho superou o Rio de Janeiro, que registrou 10,11%, mas ficou um pouco abaixo de São Paulo, com 11,39%. No acumulado de 12 meses até outubro, o consumo do varejo apresentou alta de 9,87% no Rio Grande do Sul, enquanto o Rio de Janeiro teve um índice de 9,54% e São Paulo marcou 10,83%.
Perspectivas Dentro de um cenário “otimista” estimado para 2011 pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), as vendas reais do varejo brasileiro devem crescer até 8%. A entidade também apresentou outros dois panoramas, sendo um classificado como “provável”, de alta de 6%, e um “pessimista”, com incremento de 3% das vendas na comparação com 2010. Segundo a Federação, a economia brasileira deverá crescer 4,5% no próximo ano, representando uma desaceleração em relação a 2010, sobretudo pela “base de comparação mais forte”. A entidade prevê taxas de crescimento do emprego, da renda e do crédito “mais modestas” em 2011, além da subida da taxa básica de juros, a Selic. Para a Fecomércio-SP, o consumo das famílias “não crescerá mais do que 6%”. De acordo com os economistas da entidade, o primeiro semestre de 2011 ainda deve ser de aumento mais forte, com base no efeito carry over (crescimento acumulado no passado), com desaquecimento gradual a partir da segunda metade do ano. Para os especialistas, a pressão sobre os preços deve impulsionar o crescimento dos juros este ano, que podem atingir, dentro de um cenário “pessimista”, até 13,5% a.a. A perspectiva “otimista” para a taxa Selic é de 10,5%, e a “provável”,12,5%.
Desafios do crescimento Para garantir o crescimento do País nos próximos 12 meses, um dos desafios da presidente eleita, Dilma Rousseff, será reduzir os índices de inflação, o que também foi meta durante todo o governo Lula. Segundo o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na segunda semana de dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do próximo ano pode chegar a 5,2%, com tendência de alta nos primeiros meses. O índice é um pouco mais baixo do que o acumulado de 2010, que ficou em 5,9%.
Mudanças e ajustes Na opinião do economista e apresentador do programa Manhattan Connection, exibido no canal Globo News, Ricardo Amorim, haverá ajustes, porém sem muitas novidades.
Índice Inflacionário
A inflação de 2010 atingiu o mesmo patamar do índice de 2008 após leve queda em 2009.
“A linha geral da política econômica do governo Dilma será similar à do governo Lula, que por sua vez foi similar à do governo Fernando Henrique, e isto é ótimo”, observa. Amorim destaca que o Brasil se tornou um país mais previsível, onde as instituições estão mais sólidas e as mudanças presidenciais significam apenas pequenos ajustes de política econômica e não grandes mudanças de rumo, como no passado. “Pelo menos em tese, o governo tem maioria absoluta tanto na Câmara quanto no Senado e, portanto, poderia, inclusive, aprovar reformas constitucionais muito necessárias, incluindo reforma da previdência social, tributária e política”, pontua. Segundo o economista, na prática, a situação é mais complicada porque a coalizão de apoio ao governo está longe de ser muito sólida, como a disputa por indicações nos ministérios já deixou claro. “Por uma questão de perfil pessoal, acredito que o governo Dilma privilegiará um papel mais marcante do Estado na economia tanto em relação ao governo Lula quanto, principalmente, ao governo FHC”, destaca. O economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Antônio Carlos Coitinho Fraquelli também acredita que os novos governantes irão priorizar a estabilidade econômica, mantendo o objetivo de combater a inflação, como vem acontecendo desde a gestão Itamar Franco, passando pelos governos FHC e Lula. “A estabilidade preserva o poder aquisitivo do trabalhador e contribui para viabilizar o planejamento do empresário”, observa Fraquelli.
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Crédito limitado Os financiamentos de longo prazo, com entrada facilitada, foram extintos. A partir da segunda quinzena de dezembro, os bancos passaram a adotar normas mais duras para conceder empréstimos ao consumidor que quiser financiar, por mais de dois anos, a compra de produtos como televisão, geladeira, fogão e carro. O arrocho faz parte de um pacote de medidas anunciadas pelo BC que visa reduzir o ritmo de expansão da oferta de crédito e controlar o nível de calote das prestações. Segundo Fraquelli, os lojistas aguardam com muita expectativa a redução da carga tributária e uma convivência com taxas de juros condizentes com as perspectivas do Brasil. “A transição de Lula para Dilma implica um upgrade da economia brasileira, fruto de reformas econômicas inadiáveis, de investimentos expressivos em infraestrutura e de continuidade das políticas sociais”, afirma.
Emprego e renda devem garantir expansão do varejo
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De acordo com Fraquelli, a retomada do crescimento assegurada a partir de 2010 produzirá resultados expressivos agora. “Haverá forte presença de consumidores das classes C e D no avanço do consumo
nos próximos anos”, constata. A mão de obra absorvida pelo mercado de trabalho irá manter a taxa de desemprego em patamar reduzido. Especialistas acreditam que esse cenário não irá influenciar drasticamente nas vendas, principalmente de alimentos. Além disso, com o emprego e a renda em alta, as pessoas continuarão com dinheiro no bolso. Isso vai facilitar que se adaptem à nova situação. Até outubro, o País já acumulava 2,4 milhões de vagas de empregos formais criadas em 2010, conforme dados do Ministério do Trabalho. O número chegou próximo da meta de 2,5 milhões de postos de trabalho estipulada pelo governo até 31 de dezembro. Para 2011, o governo espera bater a marca de 3 milhões de vagas. Esse panorama tem contribuído diretamente para a redução da taxa de desemprego nas regiões metropolitanas do País. Em outubro, o índice ficou em 6,1%, ante 6,2% de setembro. É o menor já registrado desde 2002. O que também vai ajudar a colocar mais dinheiro no bolso dos brasileiros em 2011 é o aumento do salário mínimo. A expectativa, com o novo governo, é de que o valor possa ficar entre R$ 540 e R$ 580. O crescimento econômico também estimula a contratação de profissionais em diversas áreas do varejo, como alimentos, bebidas, cosméticos, roupas e supermercados, entre outros. A demanda é por trabalhadores de vários níveis, desde iniciantes a diretores, diz Selma Morandi, diretora de recrutamento do Grupo Foco. O crescimento no setor gera, ainda, investimentos em campanhas de publicidade e até em novos empreendimentos.
Finanças
Qual o perfil do consumidor gaúcho? Estudo revela que boa parte da população do RS está pagando suas dívidas com o comércio.
U
m levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra que a população gaúcha está pagando suas dívidas regularmente. Foi o que constatou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do RS (PEIF-RS) do mês de outubro, divulgada pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS (Fecomércio). A PEIF-RS mostrou quew 81% dos entrevistados afirmaram ter algum débito, seja para o parcelamento de casa, carro, bens duráveis ou outro. Contudo, somente 7% afirmam que não vão conseguir pagar em dia. Na opinião do presidente da Fecomércio, Zildo de Marchi, apesar do estímulo ao consumo e das taxas de juro favoráveis, o índice de adimplência do Estado não corre riscos. “Temos um banco central que regula muito fortemente o mer-
cado de crédito; por isso, não creio que a economia brasileira como um todo esteja sujeita a bolhas”, afirma. Para ele, o aumento da inadimplência só ocorreria em uma crise por ausência de renda e não um processo acelerado pelas carteiras de crédito. O cenário atual é outro: de expansão do crédito motivada pela geração de renda e por baixas taxas de juros. “Esse processo é permanente na economia. As famílias que ingressaram na classe C não deverão retornar para a D e a E, por exemplo. Assim, o crédito demandado deve ser honrado, porque foi emprestado por alguém que está no mercado de maneira estável”, destaca. Apesar do cenário positivo para os gaúchos, a inadimplência no Brasil subiu 3,5% em novembro. Em relação ao mesmo período de 2009, as dívidas sem pagamento cresceram 23%. O aumento para
o mês foi o maior desde 2001. Desde 2005, não crescia tanto o volume de dívidas não pagas pelos brasileiros em novembro. A inadimplência subiu 3,5%, sendo a sétima alta seguida. Segundo a Serasa Experian, o consumidor se endividou mais em compras parceladas e ficou sem dinheiro para pagar as outras contas.
Perfil econômico Para Zildo de Marchi, a diferença crucial no perfil econômico estadual é que 60% da população pertence à classe C, e as classes D e E estão em menor proporção do que no restante do País. Por isso, o crédito está mais disseminado pela população. “Temos aqui no Estado pobreza menor, taxa de desemprego menor, salários medianos maiores, um mercado um pouco mais formalizado e uma população com mais anos de estudo”, acredita. Na opinião do dirigente, esses componentes fazem com que a oscilação da renda das famílias seja menor, o que ocasiona essa pequena diferença.
Na hora de negociar Campanhas de parcelamento e benefícios nem sempre são boas soluções, uma vez que induzem os consumidores a não serem bons pagadores. “Com essa possibilidade, eles aprendem que há grande chance de, em uma hora de dificuldade, poder atrasar seus pagamentos, porque podem vir a pagar um valor menor em questão de pouco tempo”, enfatiza de Marchi. Além disso, de maneira indireta, essas perdas de receita acabam alocadas aos preços das mercadorias, o que faz o bom pagador arcar com a falta do mau pagador.
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Entrevista - Valter Nagelstein
Revolução no setor varejista Desde abril de 2010, Valter Nagelstein, 40 anos, está à frente da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio de Porto Alegre (Smic). A Secretaria tem como missões fomentar, regular e fiscalizar a atividade econômica da Capital. Bem articulado e dono de ideias ousadas, o advogado e ex-vereador trouxe novos ares à pasta, um dos alicerces do governo José Fortunati sob a ótica da economia. Com sua chegada, a revitalização do Mercado Público e do Cais Mauá, a implantação do Simples Gaúcho, o microcrédito e outros temas voltaram à pauta
Conseguimos controlar o comércio informal, afirma o secretário.
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da grande mídia. O secretário é reconhecido pela série de cargos públicos que exerceu. Foi eleito em 2008 para exercer seu primeiro mandato na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, onde foi presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor). Nagelstein também é presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Cais Mauá e, durante o ano de 2009, foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Atuou ainda como diretor de Fomento Social da CaixaRS e implementou o Credimicro, o maior programa de microFoto: Elson Sempé Pedroso crédito do Rio Grande do Sul, que beneficiou mais de 100 municípios. Durante o governo de Germano Rigotto, foi também secretário do Conselho de Desenvolvimento dos Estados do Sul (Codesul). Antes, havia atuado durante dez anos no Sistema Fiergs, chegando à chefia do gabinete da presidência. Formado pela PUCRS, tem diversos cursos de extensão e especialização, com destaque para o Curso de Civilização Francesa, concluído na Universidade da Sorbonne (França).
Conexão Varejo - Como está o cronograma de trabalho da Smic para este ano? Valter Nagelstein - Ainda estamos celebrando um 2010 bastante positivo. O comércio varejista teve um crescimento de 6,51%, o melhor dos últimos anos. Esse número foi atingido com alguma dificuldade, porque nosso efetivo é pequeno. O varejo é a segunda força-motriz do comércio porto-alegrense, logo abaixo da prestação de serviços. Entre outras conquistas, conseguimos controlar melhor o comércio informal. Para 2011, a meta é dar continuidade e ampliar esses projetos. Conexão Varejo - Que desafios no varejo a sua gestão terá de enfrentar nos próximos anos? Valter Nagelstein – Meu desejo é que continuemos com esse incremento através da concretização de antigos projetos, como a revitalização do Cais Mauá, que vai impactar o varejo de maneira inédita. A reforma do Mercado Público e do Largo Glênio Peres é outra questão que estamos acompanhando de perto. Profissionalizar o espaço é uma necessidade. Já instalamos os decks e banheiros públicos e o próximo passo será voltado ao comércio: até julho, uma churrascaria ou parrilleria deverá ser inaugurada. A prefeitura também está cuidando da criação do estacionamento subterrâneo naquela área e estuda a Linha 2 do Metrô, saindo do Mercado Público. Conexão Varejo - Como está a relação do Estado com a União? Valter Nagelstein – O Estado vem sendo penalizado: há muita desigualdade na distribuição de renda entre os âmbitos federal e estadual/municipal. Não dá para mudar um status quo já estabele-
cido, porque lutamos contra uma maioria. Mas é inadmissível que a União retenha quase dois terços da arrecadação do país e estados e municípios fiquem com o terço restante. A renda do pré-sal, por exemplo, deveria beneficiar todos os estados da federação, mas apenas Rio de Janeiro e Espírito Santo ficaram com a fatia do bolo. Conexão Varejo - É possível combater o comércio informal de maneira mais eficaz? Valter Nagelstein – É uma parceria com a Caixa RS e a GarantiaRS. A ideia é capacitar, financiar e desenvolver o micro e pequeno empreendedor. Outro objetivo é reduzir a burocracia, permitindo a concessão de crédito com um acompanhamento gerencial. Pensando nisso, foi implantado o Microcrédito, que oferece ao empreendedor formal e informal os juros mais baixos do mercado (1,5% ao mês). A resposta tem sido boa. Ano passado, através de um convênio com o Sebrae, oferecemos mil vagas para cursos de qualificação. Apenas 300 pessoas apareceram. É um projeto que será reavaliado e certamente será destaque nos próximos meses. A Linha da Pequena Empresa, que formalizamos junto à Carris e ao Sebrae é outro projeto em andamento. Trata-se de uma linha de ônibus que irá percorrer os bairros da cidade para atender os trabalhadores interessados em aderir ao Empreendedor Individual, inclusive concedendo alvarás. Quem trabalha por conta própria passará a ter benefícios como salário-maternidade e aposentadoria. Conexão Varejo - A criação do Camelódromo foi a melhor solução para o comércio de rua? Valter Nagelstein – Comércio informal existe em qualquer lugar do mundo, de Nova York à África. Não basta combatê-lo: é preciso dar alternativas ao trabalhador informal. Pessoas que vendem
incenso e cadarços no calçadão não têm condições de pagar aluguel no Camelódromo; isto é fato. É preciso criar espaços alternativos para que essas pessoas possam se organizar melhor. Conexão Varejo - Como o senhor vê o papel do Sistema Fecomércio-RS e de suas entidades de apoio ao varejo? Valter Nagelstein – Essa parceria é fundamental. Fazemos a qualificação da mão de obra dos trabalhadores e o encaminhamento ao mercado de trabalho através do Sine. Os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador são sempre bem-vindos; a Smic é beneficiária e investe nisso. Conexão Varejo - De que forma o varejo pode se preparar para a Copa do Mundo 2014? Valter Nagelstein – A Copa é um evento globalizado e deve ser considerado de tal forma. Sindilojas, CDL e Fecomércio devem prestar apoio a seus associados oferecendo cursos de idiomas e atendimento e receptividade ao turista. Mas a preparação deve ser feita a médio prazo. Um curso de língua estrangeira, por exemplo, não se aplica em seis meses. Porto Alegre sempre foi caracterizada pelo turismo de negócios: responde por 17% em todo o Brasil. Queremos ampliar esse percentual para 25%, pelo menos, após a revitalização do Cais do Porto. Essa é a expectativa. Conexão Varejo - Uma questão bastante discutida entre os lojistas da Capital é a falta de segurança. Como combatê-la? Valter Nagelstein – Isso é uma falha grave do sistema de polícia investigativa da Polícia Civil e também da Brigada Militar. Ao discar o 190, por exemplo, já se sabe que o atendimento será demorado. Isso só se resolve com investimento e capacitação. A máquina pública deve se aperceber disso
e ficar de olhos abertos também para a qualificação dos presídios. Conexão Varejo - Como está o projeto de reinstalação do Simples gaúcho? Que setores devem ser beneficiados? Valter Nagelstein – O Simples poderá ser municipal; estamos com a minuta pronta e vamos tratar da viabilidade com a Fazenda. O Estado daria sua contribuição fazendo a fiscalização tributária e ainda a desburocratização. A geração de empregos e a criação de novos espaços sociais vêm a reboque. Mais uma vez, devem-se criar facilidades para o empreendedor, trazendo-o para a formalidade. Conexão Varejo - Qual o grau de importância das relações sindicais para o comércio de Porto Alegre? Valter Nagelstein – Eu venho do ramo sindical e conheço bem o panorama. Um sindicato forte obtém conquistas para o setor e as vantagens são estendidas a todos que fazem parte da mesma categoria. Não se trata apenas da criação ou defesa de sistemas corporativos. Projetos destinados à concessão de alvarás para a comprovação sindical existem desde a época da CLT, mas aqui não são aplicados. É uma grande dificuldade que terá de ser solucionada o quanto antes. Sem esta contribuição, as entidades sindicais ficam impossibilitadas de desenvolver ações, o que ocasiona uma perda para a categoria como um todo.
Erramos Diferente do que publicamos na entrevista da edição de janeiro de 2011 da Revista Conexão Varejo, o Sr. Claudemir Barreto Bernardo, presidente da Ajorsul, é acadêmico de Direito, atua como distribuidor e representante de materiais óticos e também é sócio-proprietário da empresa D’mol Distribuidora de Materiais Ópticos Ltda. e da Kimóptica.
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Gastronomia - Xavier Gamez
Alquimia de sabores Nascido na Costa Brava, uma região de extrema riqueza gastronômica da Catalunha (Espanha), o chef Xavier Gamez despertou seu interesse pela culinária ainda na infância. Gostava de ajudar a mãe na cozinha e desde cedo tinha o hábito de experimentar todos os ingredientes. Exerceu variadas funções em restaurantes, enquanto estudava para outra de suas paixões: a Química. Fez doutorado em biotecnologia na Universidade Autônoma de Barcelona. Por ser um Gourmand exigente, o interesse pela elaboração de pratos tradicionais da gastronomia catalã permaneceu forte. Aprofundou-se como autodidata nas novas técnicas culinárias. Em meados de 2009, veio para Porto Alegre, assumindo a direção de operações de uma indústria farmacêutica. Sempre apaixonado pela gastronomia, busca ingredientes para a elaboração dos pratos da cozinha catalã inovando muitos deles. Estimulado por pessoas que transitam no mundo da gastronomia, resolveu transformar o que era hobby em profissão. Desde então, vem realizando jantares sob encomenda para grupos fechados, assim como demonstrações e aulas de preparo dos pratos. Para 2011, já planeja viagens à sua terra natal, com roteiros personalizados e enfoque gastronômico.
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Gamez alia tradição e inovação em pratos da gastronomia catalã
Fotos: Fernando Halal
Bacalhau confitado ao alioli suave de goiabada r 4 lombos de bacalhau Gadus morhua dessalgados, 200 g/cada r Azeite de oliva perfumado r 1 litro de azeite de oliva 0,5º r 1 ramo de alecrim r 1 ramo de tomilho r 1 cabeça de alho r 10-15 grãos de pimenta preta r 1 folha de louro Alioli de goiabada: r 1 ovo r 60 g de goiabada cascão r 3 dentes de alho escaldados r 300 g de óleo de arroz r 25 ml de água Purê de grão-de-bico: r 300 g de grão-de-bico cozido r 100 g de azeite de oliva r 50 g de cebola refogada ao ponto de caramelo r 50 g do caldo de cozimento do grão-de-bico Azeite de coentro: r 1 colher de chá de coentro picado r 50 g de azeite de oliva
Ninho de couve: r 200 g de óleo de canola r 1 ramo de couve-manteiga
Ninho de couve: r Picar a couve em tiras finas e fritar em óleo de canola. Reservar sobre papel absorvente.
Elaboração Alioli de goiabada: r Mesclar o ovo, a água e os alhos escaldados em um mixer ou liquidificador. Adicionar lentamente o óleo de arroz até adquirir textura de maionese. Adicionar a goiabada em pedaços e triturar seguindo o mesmo método. Reservar. Purê de grão-de-bico: r Esquentar o grão-de-bico em temperatura superior à 50º C. Triturar todos os ingredientes no liquidificador até obter um purê bem fino. Se muito espesso, adicionar mais caldo. Reservar. Azeite de coentro: r Mesclar o coentro com o azeite e deixar em banho-maria por 30 minutos. Reservar.
Bacalhau confitado: r Em uma caçarola, dourar os alhos e os demais temperos no azeite de oliva. Deixar resfriar a temperatura de 80 – 90º C. Submergir os lombos de bacalhau, com a pele para cima, durante 7 - 10 minutos, em fogo baixo, controlando a temperatura com um termômetro. Retirar do azeite. Montagem do prato: r Colocar o bacalhau em um prato, mantendo a pele voltada para cima. Cobrir cada lombo com uma colher de sopa cheia de alioli de goiabada e gratinar ao forno ou flambar com maçarico. Ao lado do lombo, decorar com uma colher de sopa de purê de grão-de-bico. Finalizar a decoração com o ninho de couve e o azeite de coentro.
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Gestão
Renovação contra a concorrência Quais são os fatores fundamentais para definir ou redefinir sua posição no mercado?
U
ma empresa com estratégia bem definida e executada mantém o foco onde interessa. Além de possuir uma comunicação eficiente com seu público interno, gera mais comprometimento e produtividade, mantém a companhia voltada para a solução das necessidades de seus clientes e antecipa sinais importantes da concorrência e do ambiente externo. Quando o desgaste torna-se iminente e dá margem à concorrência, é preciso estar alerta. Para o consultor especialista em varejo Cláudio D’Ávila, ao redefinir ou posicionar uma empresa no mercado, uma das principais estratégias é a definição de posicionamento. “É a ocupação de um espaço na mente do consumidor. Quando a empresa desenvolve ações coerentes com sua proposta, normalmente traduz clareza e entendimento por parte do cliente ou consumidor”, justifica.
Um dos maiores desafios dos gestores é demonstrar os pontos de relação da imagem da empresa com o mercado. A empresa que busca diferenciação deve agregar valor à comercialização de seus bens e serviços. Uma empresa voltada ao custo deve transmitir a certeza de um preço extremamente competitivo. “Uma empresa que não se posiciona de maneira adequada dificilmente vai ocupar um lugar especial na mente do consumidor, pois ele pode ter dúvidas em relação à proposta”, acrescenta D’Ávila. O consumidor resiste em comprar produtos de empresas com problemas financeiros, principalmente se forem caros e complexos. Caso uma empresa se encontre nessa situação, terá que começar do estágio do posicionamento do produto e reconstruir sua posição no mercado.
A marca garante identidade a uma empresa e pode traduzir em um único desenho todo o seu conceito
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Marcando seu espaço Quem deseja crescer pode aderir a essa valiosa ferramenta. “Repensar ou remodelar a gestão de marca significa repensar a própria identidade”, diz o consultor. D’Ávila vai adiante e afirma que a identidade da marca é o que identifica uma organização. Antes de qualquer mudança na marca, a empresa deve reconhecer o que ele chama de identidade nuclear e identidade expandida. “Esses aspectos são formados pelo conjunto de associações que definem a marca na percepção do consumidor. A marca pode ser comparada a um indivíduo, apresentando características que formam essas identidades”, diz. Para formular essa estratégia, é preciso que as lideranças reafirmem missão, visão e valores da empresa, criando um portfólio de iniciativas, construindo planilhas com prazos, discriminando os custos e reforçando prioridades. Para mapear os objetivos da companhia, é importante acompanhar a performance de cada departamento, definir e cobrar índices de lucratividade e resultado. Profissionais de comunicação e ferramentas de endomarketing podem ajudar nesse processo por meio de campanhas de incentivo, comunicados, intranet, revistas internas, jornal-mural e outras formas eficazes de chegar aos funcionários. Empresas menores, que não possuem departamentos de comunicação e marketing, não devem descartar esse tópico. Reuniões presenciais e multiplicadores também podem trabalhar a nova cultura da organização.
Conecs
Novidades no apagar das luzes Relatório do PL 7137/2002 foi reapresentado na Câmara e demonstra desinteresse dos administradores no equilíbrio das relações nos shopping centers.
E
ra a segunda semana de dezembro em Brasília. Época na qual o Congresso vota somente a proposta orçamentária do governo. Mas o que surpreendeu os lojistas de Shopping Center foi a divulgação do relatório do Deputado José Carlos Araújo, PR/BA, ao PL 7137/2002 e a justificativa que o acompanhou. O projeto é um marco nas iniciativas de regulamentação do comércio em Shopping Centers no Brasil. Dentre vários pontos, proíbe a cobrança de mais de doze aluguéis por ano, limita as cobranças abusivas de multas contratuais para rescisão do contrato de locação, dá mais transparência para a administração dos condo-
mínios de Shopping ao obrigá-los a prestar contas aos lojistas, dentre vários outros pontos. Caso venha a ser aprovado, o Projeto vai proteger os lojistas de shopping de abusos e trazer novamente o equilíbrio comercial nesta relação.
Avanços e consensos Em seu relatório, Araújo comenta que a Comissão decidiu que as partes fariam um acordo sobre pontos consensuais do projeto apresentando-os à Comissão. Segundo ele, isso não ocorreu por não haver interesse das partes em se reunir. O que o deputado baiano não disse é que a Comissão de De-
fesa do Consumidor realizou uma audiência pública em 2009 para ouvir lojistas e proprietários de shopping centers, momento no qual o Conselho Nacional de Entidades de Comércio em Shopping Centers – Conecs apresentou os resultados de uma pesquisa feita em parceria com o Instituto Vox Populi sobre as relações entre lojistas e proprietários. Os resultados apontaram para níveis muito altos de insatisfação e a constatação de que denúncias que lojistas apresentavam em alguns estados, na verdade, já eram prática nacional.
Resultados da audiência pública O resultado foi que se criou dentro da CDC um consenso de que a situação dos lojistas de shopping no Brasil é inaceitável e que era preciso aprovar o projeto 7137/02. O que se decidiu foi trazer as duas partes para uma negociação a ser conduzida pelos próprios parlamentares e dentro da CDC. O deputado esperou um ano para divulgar o mesmo relatório. Acreditando na memória fraca de alguns congressistas, ele reapresentou. Nos dias que se seguiram à apresentação do “novo” relatório, os lojistas de shopping de todo o País, articulados pelo Conecs, se mobilizaram para retirar o projeto de pauta. A articulação foi um sucesso: deputados de vários estados compareceram à comissão e fizeram um acordo com o relator para retirar o projeto de pauta. Em 2011, a meta do Conecs é continuar alertando os lojistas sobre os perigos deste relatório de Araújo para o cenário do comércio em shopping center e para que se possa rejeitar o relatório e fazer com que o PL 7137/2002 volte a sua proposta original que beneficia não apenas os lojistas, mas os consumidores em geral. Para obter informações sobre o Conecs e sobre o PL 7137/2002, acesse www.conecs.org.br.
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Sindinews
Sindicato na Convenção da National Retail Federation Em busca do que há de mais moderno no varejo mundial, o Sindilojas POA participou da National Retail Federation (NRF), em Nova York, no mês de janeiro. Considerado o maior e mais importante evento de soluções para o varejo, contou entre seus atrativos com exposição de produtos e tecnologias de última geração, seminários, fóruns de debate e apresentação de cases de empresas de renome mundial.
Ronaldo Sielichow, Ivan Borella, Maj Róbinson, Ten. Cel. Maciel e Cel. Batista
Inaugurada nova sede da 2ª Cia do 9º BPM No dia 22 de dezembro, o Sindilojas Porto Alegre entregou à comunidade a nova sede da 2ª Companhia do 9º Batalhão de Polícia Militar. O Sindicato acompanhou todo o processo de recuperação do espaço, localizado na Rua Cel. Fernando Machado, nº 612. O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, afirmou que o Sindicato está cumprindo
seu papel na comunidade. “Somente com a ajuda de todos teremos uma cidade segura e tranquila para trabalhar. Com esta e outras ações de apoio à BM, estamos fazendo nossa parte”. A 2ª Cia do 9º BPM é responsável pelo policiamento no Bairro Cidade Baixa e parte dos bairros Praia de Belas, Menino Deus e Azenha.
20º Batalhão de PM foi ampliado
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Em 28 de dezembro, o comando do 20º BPM – Batalhão Major Vieira, com o apoio do Sindilojas Porto Alegre, inaugurou a ampliação de sua sede. Localizado na Rua Emilia Stefani Aloísio, nº 89, no Bairro Jardim Lindoia, o 20º BPM é responsável
pelo policiamento nas Zonas Norte e Nordeste da cidade, tendo como principal atuação a Operação Carnaval, desde 2003 no complexo cultural Porto Seco. Até o momento, o Sindilojas já investiu cerca de R$ 100 mil em ações de segurança pública.
Vice-presidente de Comunicação e Marketing, Paulo Penna Rey e o presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow.
BM recebeu 51 aparelhos Nextel Fotos: Vinícius Ghise
Novas Associadas r LA BOLSA MODAS LTDA r BOUTIQUE OK LTDA r ROCKENBACH E RECH IMP EXP E COM LTDA r LJS MODA FEMININA LTDA r NELLY POPPE BRECHÓ INFANTIL LTDA r VIZZUN BRAZIL COM E DISTRIBUIÇÃO LTDA r S I LOGÍSTICA E ARMAZENAGEM DE MOV LTDA
Ronaldo Sielichow fez a entrega dos aparelhos ao Subcomandante geral da BM, Cel Jones Calixtrato dos Santos O Sindilojas POA, em parceria com a BM, tem trabalhado para garantir mais tranquilidade ao comércio em Porto Alegre. Há cinco anos, a entidade busca atender às demandas apresentadas pela corporação a fim de contribuir com a segurança do Centro da Capital e melhorar as condições de trabalho dos policiais que atuam na região.
No final de 2010, foram doados pelo Sindilojas 51 aparelhos celulares Nextel para o 9º Batalhão da Polícia Militar. A ação pretende proporcionar um Centro mais seguro para que a população passe a frequentar mais a região e, consequentemente, garantir segurança ao lojista, que se beneficia com o aumento de público.
Lojistas comemoram a prorrogação da alíquota reduzida do IPI O desempenho das empresas de material de construção civil permanecerá em alta em 2011. Esta é a estimativa do presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, ao comemorar a prorrogação da desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) por mais um ano, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os lojistas do segmento reivindicavam a manutenção da redução do imposto, uma vez que o ritmo dos lançamentos da construção
civil continua acelerado e pode repetir o desempenho de 2009, com mais de cinco mil imóveis comercializados na Capital. Sielichow destaca que, nos produtos beneficiados com a redução de alíquota, em vigor desde março do ano passado, houve redução de até 10% nos preços ao consumidor final. “A prorrogação da medida é resultado de um trabalho de conscientização realizado em longo prazo por entidades representativas do comércio”, lembra.
r N SILVEIRA TRINDADE r PAULO S DA SILVA MODAS r FELUCON DISTRIBUIDORA COMERCIAL LTDA r LORY MARGARETE SCHIER r FERNANDO ALISON VARANI r F T CARDOSO
Manual do Dissídio está disponível O Sindilojas Porto Alegre informa aos associados que o manual com a Convenção Coletiva de Trabalho 2010 – 2011 (manual do dissídio) está disponível no Sindicato (Rua dos Andradas, 1234 – 22º andar). As orientações do manual visam explicar aos empresários como proceder no cálculo do reajuste salarial de seus funcionários. Cada sócio efetivo tem direito a um exemplar. Os demais lojistas podem acessá-lo no site do Sindilojas (www.sindilojaspoa.com.br).
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Responsabilidade Socioambiental
Varejo sustentável: uma realidade Compromisso com a sustentabilidade deve ser adotado como prática nas empresas.
S
er economicamente sustentável, socialmente ativo e ecologicamente correto: as três qualidades englobam o chamado “tripé da responsabilidade social” de uma empresa. Para analistas do comércio moderno, com essas características reunidas, está garantida a imagem socioambiental de uma organização. Cada vez mais empresas têm compreendido a importância de utilizar os recursos naturais de maneira racional, buscando preservar o que existe a favor das gerações futuras. Os resultados são mais positivos do que se imagina. Pequenas atitudes cotidianas podem auxiliar na preservação à natureza e também na economia dos negócios – da economia de descartáveis e luz ao equilíbrio do ar-condicionado, tudo pode e deve ser repensado pelo gestor. “O setor varejista aderiu muito bem às questões sociais de uns anos para cá”, avalia o professor Luiz Carlos Macedo, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Programa de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no Varejo da
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Fundação Getúlio Vargas (FGV). “E, aos poucos, o próprio consumidor também deseja que os produtos e serviços que consome contribuam para seu bem-estar”, completa. Diversificado e com muitos ramos de atuação, o setor varejista é dividido em alguns estágios distintos em relação às práticas sustentáveis. “As micro e pequenas empresas estão sempre engajadas com alguma iniciativa ou ligadas a projetos filantrópicos. Médias e grandes, como redes de supermercados, avançam para um estágio mais elevado – a sustentabilidade começa a integrar suas operações diárias, envolvendo colaboradores, consumidores e fornecedores”, compara Macedo. Desde 2003, o programa da FGV vem acompanhando diversas iniciativas de empresas varejistas brasileiras com o objetivo de ajudá-las a inserir práticas sustentáveis na gestão de seus negócios. O banco de práticas, disponível no Portal Varejo Sustentável (www.varejosustentavel.com.br), conta com cerca de 400 projetos de responsabilidade social e sustentabilidade de varejistas de todas as regiões do País. A consulta é pública e gratuita e pode servir de inspiração para o desenvolvimento de iniciativas sustentáveis em sua empresa ou entidade.
Faça sua parte Confira abaixo algumas atitudes que sua empresa pode adotar para salvar o planeta: Separe o lixo: providencie uma lixeira para materiais que podem ser reciclados, como plástico, vidro, papel e metal, e outra para restos de alimentos e materiais que não podem ser reciclados. Diga não às sacolas plásticas: invista em caixas e sacolas de papel. O material plástico acaba sem reaproveitamento e vai parar nos aterros sanitários e galerias pluviais, onde demora quase 500 anos para se decompor. Economize energia elétrica: substitua lâmpadas comuns pelas fluorescentes, que consomem um terço a menos de energia. Economize água: Medidas simples fazem diferença. Um banho de ducha por 15 minutos, com o registro meio aberto, consome até 243 litros de água. Reduza o tempo para 5min e, ao se ensaboar, feche o registro - o consumo cairá para 81 litros.
Desenvolvimento Humano Foto: Divulgação
Férias dos funcionários: como planejar? Saber administrar o descanso da equipe é garantia de tranquilidade e bons negócios para o empregador.
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erão pede sombra e água fresca. Descansar a cabeça dos problemas e da velha rotina, arejar a mente e abrir espaço para novas possibilidades, soluções, ideias e viagens. Mas como administrar os negócios nesse período? Em meio à alta temporada, empresários e varejistas buscam soluções para manter o bom atendimento aos clientes e permitir que eles, os donos dos estabelecimentos, e seus funcionários também possam desfrutar do descanso. Para isso, é preciso planejar todo o processo, com base nos dados dos contratos de cada colaborador, a fim de ter uma visão antecipada de quantos sairão em cada mês, sem prejudicar o andamento dos negócios. Conforme a diretora pedagógica da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Katherine Minella, é necessário definir quem vai substituir aqueles que estiverem fora. “Estratégia é funda-
mental para garantir sua volta com tranquilidade e evitar imprevistos”, aponta. O treinamento do substituto (ou equipe) pode começar cerca de dez ou quinze dias antes da saída, principalmente para garantir prazos de entrega de relatórios, por exemplo. “Deixar material e informações organizadas, configurar o e-mail com resposta automática de férias, informando quando volta e a quem se reportar durante a ausência do responsável também facilita”, garante. “Em janeiro e fevereiro, todo mundo quer sair, mas é preciso atenção para atender à demanda, ainda que o movimento nessa época seja reduzido”, destaca. Também é importanta que se pense no retorno. “Uma boa dica para evitar estresse é ligar para a empresa uns dois dias antes de voltar para se inteirar do andamento do trabalho e se correu tudo bem”, conclui Katherine.
Aspectos legais Segundo Antonio Job Barreto, do escritório Flávio Obino Advogados, as férias são concedidas pelo empregador durante o período subsequente de 12 meses após a aquisição do direito. “Caso a concessão ocorra após os 12 meses, o empregador deverá pagar em dobro a respectiva remuneração”, adverte Barreto. O advogado explica que, pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), todo empregado tem direito a um período de férias anual, sem prejuízo da remuneração. “A Constituição Federal estipula o pagamento das férias, em pelo menos um terço ao valor do salário normal”, informa. O período normal de férias anuais deve ser de 30 dias corridos com remuneração efetuada até dois dias antes. Por ser um direito, o trabalhador pode converter o período de férias em dinheiro. Barreto informa que a convenção coletiva autoriza ao empregado requerer o fracionamento das férias em período não inferior a dez dias corridos, sendo facultada ao empregador essa concessão. “Este fracionamento deve ser instrumentalizado por acordo entre empregado e empregador e deve ser visado pelo Sindec”, acrescenta Barreto.
Férias coletivas Podem ser concedidas a todos os trabalhadores, estabelecimentos ou setores da empresa, por até dois períodos anuais não inferiores a dez dias. “A empresa comunica ao Ministério do Trabalho e Emprego, com antecedência de 15 dias, enviando cópia da comunicação aos sindicatos representativos da categoria profissional e afixar cópia de aviso nos locais de trabalho”, assinala o especialista. Ao término das férias, terá início a contagem de novo período aquisitivo”, observa Barreto.
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Associadas
Digimer: há 28 anos oferecendo qualidade Q
uando o assunto é informática, o comprometimento com o cliente é fundamental. Pensando assim, a Digimer foi criada em 1982 por três colegas recém-formados técnicos em eletrônica. A loja foi formalizada em 01 de junho do mesmo ano, e a partir daí, tornou-se uma das maiores empresas brasileiras especializadas em produtos de tecnologia, principalmente na linha informática, inspirando muitas outras do mesmo segmento. Com 11 endereços físicos, além de tele-vendas e loja virtual, atualmente, a empresa é administrada pelos sócios José Car-
los Spadotto e Ricardo da Silva Milhão. Para 2011, a Digimer tem projetos de abrir mais duas unidades em Porto Alegre (ainda no primeiro semestre de 2011) e no interior do Estado, além disso fortalecer e modernizar as lojas para colocá-las dentro do padrão visual arquitetônico, buscar parceria junto aos fornecedores a fim de oferecer produtos de qualidade e bom preço e também investir mais em treinamentos para os funcionários são outros pontos estratégicos para este ano. “Queremos ainda atualizar nosso site e ampliar nossa linha de
Foto: Divulgação
Empresa é referência para o segmento de informática produtos, além de buscar um crescimento percentual de dois dígitos, a exemplo de 2010”, revelam os proprietários. Spadotto e Milhão destacam a parceria com o Sindilojas como fundamental. “O Sindilojas nos mantém atualizados por meio de e-mails e newsletter, tratando de assuntos pertinentes ao comércio”. Outro ponto
relevante para a Digimer é a participação em palestras e treinamentos promovidos pelo Sindilojas. “Nosso crescimento foi gradual e contínuo, nunca deixando de esquecer de que quem faz a diferença é o ser humano. Este é um dos pilares para qualquer empresa de sucesso”, pontuam os sócios.
Tecnologia com foco ambiental A
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Mistral Tecnologia e Meio Ambiente desenvolve projetos e produtos voltados à preservação do meio ambiente, tratamento e reuso da água e efluentes, além de conservação e economia de energia como foco de interesse e conhecimento. “A experiência e o know how da equipe, além dos parceiros técnicos, possibilitam o atendimento das necessidades dos clientes, com soluções adequadas e sob medida para cada projeto, com qualidade e agilidade”,
destaca o proprietário, Luciano Jalfim. A empresa realiza estudos de viabilidade técnico-econômica, elaboração de projetos de engenharia, fornecimento de sistemas completos em sistema de chave na mão e peças sobressalentes, serviços de instalação e ativação dos sistemas, assistência técnica e manutenção e serviços de garantia. Para Jalfim, a criatividade e o acompanhamento das inovações tecnológicas, tendências
A Frigelar possui 20 pontos de venda em nove estados
de mercado e legislação garantem a constante atualização de nossos produtos e serviços. “Um diferencial para nossos clientes é o fato de termos nossa estrutura técnica local (RS), proporcionando atendimento imediato em todas as nossas ati-
vidades, desde a fase de projetos até operação e manutenção”, conclui Jalfim. A Mistral está situada na Rua Luiz Manoel Gonzaga, 351/305 - Bairro Três Figueiras - Porto Alegre - RS - Brasil - Fone/ Fax: 51 3335-1130.